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Testes de diferenciação pedagógica

Teste de avaliação 1
Crónicas e contos de autor

Escola

Matriz do teste de avaliação 1 (versão B)

Data do teste Disciplina: Português, 9.º ano Duração do teste

Itens – Cotações Cotações


por domínio
Resposta
Domínios Texto A Texto B Texto C
extensa Total
1.1 – 4%
Compreensão 1.2 – 4% 16%
oral 1.3 – 4%
1.4 – 4%

2.1 – 4%
Leitura 2.3 – 4% 16%
2.4 – 4%
2.6 – 4%

3. – 4%
Educação 4.3 – 4%
literária 4.4 – 4% 24%
5. – 4%
7. – 4%
8. – 4%

2.2 – 4% 4.1 – 4%
Gramática 2.5 – 4% 4.2 – 4% 24%
2.7 – 4% 6. – 4%

Escrita 9. – 20% 20%

Cotações
16% 28% 36% 20% 100%
Total

Professor Turma

1 O Mundo em Palavras 9
© Raiz Editora, 2023
Testes de diferenciação pedagógica

Nome N.º Turma Data

Avaliação Professor

Faixa 2

Texto A

O Texto A é um excerto do programa radiofónico Vou ali e já venho, da Antena 1.


Vais ouvi-lo duas vezes para responderes aos itens 1.1 a 1.4.
Começa por ler os itens a que terás de responder.

1. Assinala com X, nos itens 1.1 a 1.4, a opção que completa cada afirmação, de acordo com o texto.

1.1 A Competidora de Aveiro é uma loja


A. □ desconhecida dos habitantes da cidade.
B. □ apenas conhecida pelos turistas estrangeiros.

C. □ conhecida por outro nome na cidade.

1.2 Na Competidora de Aveiro,


A. □ uma tabuleta informa o visitante do ano de abertura da loja, mesmo à entrada.
B. □ a montra apresenta embalagens de produtos que deixaram de ser produzidos.

C. □ uma balança moderna contrasta com a decoração do espaço, já muito antiga.

1.3 O repórter fala com Rosa Vieira, que é


A. □ a neta do primeiro dono da loja em causa.
B. □ a filha do Sr. António, conhecido lojista.

C. □ a proprietária da loja há mais de 60 anos.

1.4 A referência a alguns clientes da loja, no final do texto, surge a propósito da informação sobre
A. □ a avaria da máquina registadora.
B. □ a origem da maioria dos produtos.

C. □ o único sinal de modernidade na loja.

2 O Mundo em Palavras 9
© Raiz Editora, 2023
Testes de diferenciação pedagógica

Lê o Texto B e as notas.

Texto B

Castanhas assadas
O velho vendedor desta tarde, ali à esquina da rua, lembrou-me outro, lá longe, no passado de uma
cidade diferente, esse diluído não só em tempo ou em bruma 1 mas também num fumo aromático que não
aquecia, fumo frio, talvez, e que atravessava ossos porosos 2 que existiam, que estavam ali dentro de mim,
um pouco arrepiados também. Eu passava todos os dias pelo homem, que usava boina e samarra 3, talvez
fosse espanhol, já não me lembro, e detinha-me sempre para comprar o eterno cartucho de castanhas,
que logo metia, em partes iguais, nos bolsos já largueirões do casaco, deixando ficar as mãos naquele leve,
apesar disso reconfortante calor. Cá fora havia nevoeiro, ou então um espesso teto de nuvens baças
separava-nos da estrela da vida, que desaparecera do nosso convívio há muito tempo. E eu, mesmo sem
querer, mesmo pensando que isso era impossível, não a imaginava lá em cima, mas muito longe, para o
sul, aquecendo e iluminando a minha terra. Fazia o resto do percurso devagar, ia aproveitando aquela
sensação tão doce. Quando chegava ao hotel tinha as mãos enfarruscadas 4 e as castanhas estavam quase
frias, mas paciência, comia-as mesmo assim.
Hoje, aqui, não comprei castanhas ao velho vendedor. Hoje, aqui, não quero sujar as mãos e, de
resto, o casaco não tem bolsos. Hoje, aqui, ainda não faz frio e o Sol é sedentário e amigo, mora lá em
cima, nunca anda muito tempo a viajar. Ou brilha ou brilhou ou vai brilhar um dia destes, talvez amanhã. O
fumo também nunca a chega a ser névoa e as castanhas têm outro sabor. Nem melhor nem pior. Um
sabor diferente.

Maria Judite de Carvalho, Este tempo, Lisboa, Caminho, 1991, pp. 77-78

Notas
1
bruma: nevoeiro denso; obscuridade.
2
poroso: que tem poros, que não é compacto, perfurado.
3
samarra: casaco curto de tecido grosso e com gola de pele.
4
enfarruscado: sujo com fuligem ou outro pó negro.

2. Assinala com X, nos itens 2.1 a 2.7, a opção que completa cada afirmação, de acordo com o texto.

2.1 O ponto de partida para este texto é um vendedor de castanhas observado pela autora
A. □ num dia pertencente a um passado distante.
B. □ alguns dias antes da data em que o escreve.

C. □ no dia em que se encontra a escrevê-lo.

D. □ na véspera do dia em que o escreve.

2.2 «O velho vendedor desta tarde, ali à esquina da rua, lembrou-me outro» (linha 1). Nesta passagem, para se
referir a uma figura do passado, a autora recorre a um pronome
A. □ demonstrativo.
B. □ pessoal.

C. □ indefinido.

D. □ relativo.

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4 O Mundo em Palavras 9
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2.3 Na descrição do contexto em que costumava comprar castanhas assadas, a autora recorre, nas
linhas 7 e 8, à
A. □ comparação.
B. □ personificação.

C. □ anáfora.

D. □ metáfora.

2.4 A autora refere «aquela sensação tão doce» (linha 11), que resulta
A. □ de cheirar o aroma das castanhas assadas.
B. □ de levar as mãos em bolsos largos.

C. □ de ir trincando as castanhas quentes.

D. □ de ter as mãos aquecidas pelas castanhas.

2.5 Para enfatizar o facto de a situação em causa ser vivida num tempo presente, a autora repete, nas
linhas 13 e 14, advérbios com valor
A. □ de tempo e de lugar, respetivamente.
B. □ de lugar e de tempo, respetivamente.

C. □ de tempo e de modo, respetivamente.

D. □ de lugar e de modo, respetivamente.

2.6 O uso desses advérbios, nas linhas 13 e 14, configura uma


A. □ hipérbole.
B. □ comparação.

C. □ personificação.

D. □ anáfora.

2.7 Nas três últimas frases do texto (linhas 15-16), reconhecemos a presença
A. □ apenas da modalidade apreciativa.
B. □ da modalidade epistémica e da modalidade apreciativa.

C. □ da modalidade apreciativa e da modalidade deôntica.

D. □ apenas da modalidade deôntica.

5 O Mundo em Palavras 9
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Lê o Texto C e as notas.

Texto C
Nunca o Silvestre tinha tido uma pega com ninguém. Se às vezes guerreava, com palavras azedas
para cá e para lá, era apenas com os fundos da própria consciência. Viúvo, sem filhos, dono de umas
leiras1 herdadas, o que mais parecia inquietá-lo era a maneira de alijar 2 bem depressa os dinheiros das
rendas. Semeava tão facilmente as economias que ninguém via naquilo um sintoma de pena ou de
justiça – mesmo da velha –, mas apenas um desejo urgente de comodidade. Dar aliviava. Pregavam-lhe
que o Paulino ia logo de casa dele derretê-lo em vinho, que o Carmelo não comprava nada livros ou
cadernos ao filho que andava na instrução primária. Silvestre encolhia os ombros, não tinha nada com
isso. As moedas rolavam-lhe para dentro da algibeira 3 e com o mesmo impulso fatal rolavam para fora,
deixando-lhe, no sítio, a paz.
Ora um domingo, o Silvestre ensarilhou-se, sem querer, numa disputa colérica 4 com o Ramos da
Loja. Fora o caso que ao falar-lhe, no correr da conversa, em trabalhadores e salários, Silvestre deixou
cair que, no seu entender, dada a carestia 5 da vida, o trabalho de um homem de enxada não era de
forma alguma bem pago. Mas disse-o sem um desejo de discórdia 6, facilmente, abertamente, com a
mesma fatalidade clara de quem inspira e expira. Todavia o Ramos, ferido de espora 7, atacou de cabeça
baixa:
— Que autoridade tem você para falar? Quem lhe encomendou o sermão?
— Homem! — clamava o Silvestre, de mão pacífica no ar. — Calma aí, se faz favor. Falei por falar.
— E a dar-lhe. Burro sou eu em ligar-lhe importância. Sabe lá você o que é a vida, sabe lá nada.
Não tem filhos em casa, não tem quebreiras de cabeça. Assim, também eu.
— Faço o que posso — desabafou o outro.
— E eu a ligar-lhe. Realmente você é um pobre-diabo, Silvestre. Quem é parvo é quem o ouve.
Você é um bom, afinal. Anda no mundo por ver andar os outros. Quem é você, Silvestre amigo? Um
inócuo8, no fim de contas. Um inócuo é o que você é.
Silvestre já se dispusera a ouvir tudo com resignação. Mas, à palavra «inócuo», estranha ao seu
ouvido montanhês, tremeu. E à cautela, não o codilhassem9 por parvo, disse:
— Inoque será você.
Também o Ramos não via o fundo ao significado de «inócuo». Topara por acaso a palavra, num
diálogo aceso de folhetim10, e gostara logo dela, por aquele sabor redondo a moca grossa de ferro,
cravada de puas11. Dois homens que assistiam ao barulho partiram logo dali, com o vocábulo ainda
quente da refrega12, a comunicá-lo à freguesia:
— Chamou-lhe tudo, o patife. Só porque o pobre entendia que a jorna 13 de um homem é fraca.
Que era um paz-de-alma. E um inoque.
— Que é isso de inoque?
— Coisa boa não é. Queria ele dizer na sua que Silvestre não trabalhava, que era um lombeiro, um
vadio.

Vergílio Ferreira, «A palavra mágica», Contos, Lisboa, Quetzal Editores, 2009, pp. 51-52

Notas:
1
leira: faixa de terreno para cultivo.
2
alijar: aliviar, tornar menos pesado.
3
algibeira: bolso.
4
disputa colérica: discussão violenta.
5
carestia: aumento do custo de vida.
6
discórdia: conflito.
7
ferido de espora: fig. sentindo-se muito atacado.
8
inócuo: que não causa dano, inofensivo.
9
codilhassem por parvo: tomassem por parvo.
10
folhetim: novela de rádio.
11
puas: pontas aguçadas.
12
refrega: briga; discussão.
13
jorna: trabalho feito durante um dia.

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3. Refere a situação familiar e social do Silvestre, de acordo com a descrição da personagem na frase das
linhas 2 a 4.
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4. Assinala com X, nos itens 4.1 a 4.4, a opção que completa cada afirmação de acordo com o texto.

4.1 Na primeira frase do texto, o narrador dá a conhecer um aspeto da vida do Silvestre que se mantinha
inalterado até então: «Nunca o Silvestre tinha tido uma pega com ninguém». Nessa frase,
o narrador recorre a uma forma verbal conjugada no
A. □ pretérito perfeito simples do indicativo.
B. □ pretérito perfeito composto do indicativo.

C. □ pretérito mais-que-perfeito simples do indicativo.

D. □ pretérito mais-que-perfeito composto do indicativo.

4.2 «Pregavam-lhe que o Paulino ia logo de casa dele derretê-lo em vinho, que o Carmelo não comprava nada
livros ou cadernos ao filho que andava na instrução primária.» (linhas 5-7)
Nesta frase, o destino do dinheiro que o Silvestre dava ao Paulino e ao Carmelo é referido por meio das duas
orações sublinhadas, que são
A. □ o complemento direto do verbo pregar.
B. □ o complemento direto e o complemento oblíquo, respetivamente, do verbo pregar.

C. □ o complemento oblíquo do verbo pregar.

D. □ o complemento oblíquo e o complemento direto, respetivamente, do verbo pregar.

4.3 Quando lhe contavam o que o Paulino e o Carmelo faziam com o dinheiro que ele lhes dava, o Silvestre
A. □ sentia-se sempre revoltado, em virtude do mau uso que davam aos seus rendimentos.
B. □ ficava muito surpreendido, porque julgava sempre que os conhecia melhor.

C. □ ficava indiferente, em virtude de pouco lhe interessarem as consequências desse seu ato.

D. □ sentia-se agradecido, porque via os seus rendimentos bastante bem aplicados.

4.4 O «impulso fatal» (linha 8) do Silvestre para dar o seu dinheiro é sobretudo justificado
A. □ pela vontade de ajudar o próximo.
B. □ pela incapacidade de governar a sua vida.

C. □ pelo peso de dívidas antigas que tinha por saldar.

D. □ pelo alívio que lhe dava livrar-se do dinheiro.

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5. Explicita como se iniciou a «disputa colérica» (linha 10) entre o Silvestre e o Ramos.
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6. Passa para o discurso indireto a fala do Ramos da linha 15.


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7. Assinala com X a opção que completa a afirmação de acordo com o sentido do texto.
O som da palavra «inócuo» agradara ao Ramos: «gostara logo dela, por aquele sabor redondo a moca
grossa de ferro, cravada de puas» (linhas 27-28). Nesta referência ao som de tal palavra, está presente
A. □ a comparação.
B. □ a metáfora.

C. □ a personificação.

D. □ a onomatopeia.

8. Após a discussão entre o Silvestre e o Ramos, a palavra «inoque» ganhou um novo significado.
Explica como tal aconteceu.
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Resposta extensa
9. Nos três textos anteriores, surgem diferentes referências a estabelecimentos de comércio tradicional.
Atualmente, muitos dos produtos que se comercializam pelo mundo fora são vendidos online e há mesmo quem
diga que o comércio tradicional corre o risco de desaparecer.

Escreve um texto de opinião bem estruturado, em que defendas o teu ponto de vista sobre a importância
do comércio tradicional e as consequências do seu eventual desaparecimento.

O teu texto, com um mínimo de 160 e um máximo de 260 palavras, deve incluir:
– a indicação do teu ponto de vista;
– a apresentação de, pelo menos, duas razões que justifiquem o teu ponto de vista;
– uma conclusão adequada.

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Item
Cotação (em pontos)
Texto A 1.1 1.2 1.3 1.4
4 4 4 4 16

Texto B 2.1 2.2 2.3 2.4 2.5 2.6 2.7


4 4 4 4 4 4 4 28

Texto C 3. 4.1 4.2 4.3 4.4 5. 6. 7. 8.


4 4 4 4 4 4 4 4 4 36

Resposta 9.
extensa 20 20

Total 100

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