Você está na página 1de 2

Mario Victor Carvalho Melo Damasceno

RESUMO

Vários teóricos falam sobre os anseios do ser humano na fase adulta. Dentre os diversos
conceitos, dois objetivos estão presentes: o envolvimento com outras pessoas em
relacionamentos mutuamente estimulantes e a realização de algo por si mesmos.

Erik Erikson, oferecendo uma perspectiva desenvolvimental, sustenta que após a


adolescência, quando se enfrenta a crise de identidade, chega-se ao sexto estágio do
desenvolvimento, confrontando-se intimidade versus isolamento. Nessa fase o jovem
adulto busca fundir sua identidade com a de outros, buscando a intimidade necessária ao
estabelecimento de parcerias concretas, assumindo compromissos que exijam
sacrifícios.

O sétimo estágio identificado por Erikson compreende generatividade versus


estagnação, momento em que a pessoa necessita se sentir produtiva de maneira
relevante, comumente através do trabalho ou da paternidade, sob o risco de enxergar a
vida como vazia, sem propósito.

Os estágios mencionados por Erikson eram mais claramente relacionados à idade


cronológica há meio século, vinculação esta que foi feita pelo mesmo. No entanto, a
homogeneidade social, racial e de gênero dos pesquisadores da época limitava o grau de
confiabilidade das relações estabelecidas.

Percebe-se a necessidade de estudo das fases de desenvolvimento na vida adulta a partir


do reconhecimento da existência de um “relógio social” em todas as culturas. Atribui-se
esse termo às normas, escritas ou consuetudinárias, que tratam da melhor idade para que
marcos da vida sejam alcançados, como, por exemplo, a conclusão dos estudos, o
casamento e o nascimento dos filhos.

Embora cada cultura tenha seu próprio relógio social, pesquisas indicam que quanto
mais baixa for a condição socioeconômica de uma pessoa, mais brevemente será dela
cobrado o atingimento das “conquistas” socialmente esperadas.

- Intimidade (amizade, diferenças de gênero nas amizades, melhores amizades)


As relações estabelecidas na vida adulta, sejam com amigos, cônjuges ou amantes,
compartilham determinados benefícios e necessidades comuns: a satisfação de
necessidades psicológicas e sacrifícios pessoais.

Apesar da reconhecida importância das amizades em todas as fases da vida, o início da


fase adulta é o momento propício à formação e fortalecimento desses vínculos. O
aprofundamento dessas relações, assim como ocorre com romances, ocorre em
observância a quatro “portais de atração”, quais sejam: atração física, disponibilidade
aparente, ausência de critérios de exclusão e exposição frequente.

Peculiaridades interessantes são encontradas quando se comparam as amizades em


virtude do gênero. As conversas, que constituem o núcleo da amizade entre mulheres,
tendem a conter revelações pessoais (segredos, problemas pessoais etc.). Já para
amizades entre homens, que são direcionadas à realização de atividades juntos, as
conversas envolvem assuntos externos (trabalho, política, esportes).

Há também diferenças quanto às expectativas de cada gênero. Enquanto as mulheres


anseiam compartilhar problemas e fraquezas e serem ouvidas com atenção e simpatia,
os homens buscam conselhos práticos, quando eventualmente compartilham alguma
dificuldade.

Além dos vínculos de amizade, a maior parte dos adultos busca atender à necessidade
de associação com um relacionamento mais próximo, mais relevante e duradouro, seja
através do casamento ou da coabitação.

Robert Sterneg fala sobre a existência de três componentes do amor: paixão, intimidade
e compromisso. Segundo o autor, a presença ou ausência desses componentes origina
sete diferentes formas de amor: gostar (intimidade), paixão intensa (paixão), amor vazio
(compromisso), amor romântico (paixão e intimidade), amor ilusório (compromisso),
coabitação (intimidade e compromisso) e amor consumado (paixão, intimidade e
compromisso).

Você também pode gostar