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Só com um funcionamento cognitivo adulto é que o indivíduo pode tratar questões abstratas como
escolha profissional, filosofia de vida, relacionamentos amorosos e estilos de vida. “O adolescente torna-
se progressivamente consciente da irreversibilidade de um bom número de escolhas com as quais ele é
confrontado” (p. 292). Zacarés (1997) entende que a identidade desenvolve-se durante todo o ciclo vital,
mas é no período da adolescência que ocorrem as transformações mais significantes.
Para Erikson (1972), o senso de identidade é desenvolvido durante todo o ciclo vital, onde cada
indivíduo passa por uma série de períodos desenvolvimentais distintos, havendo tarefas específicas para
se enfrentar. A tarefa central de cada período é o desenvolvimento de uma qualidade específica do ego.
Para esse autor, dos 13 aos 18 anos a qualidade do ego a ser desenvolvida é a identidade, sendo a
principal tarefa adaptar o sentido do eu às mudanças físicas da puberdade, além de desenvolver uma
identidade sexual madura, buscar novos valores e fazer uma escolha ocupacional.
Desta forma, o grande conflito a ser solucionado na adolescência é a chamada crise de identidade e
essa fase só estará terminada quando a identidade tiver encontrado uma forma que determinará,
decisivamente, a vida ulterior.
Segundo Papalia (2006), a construção do indivíduo está completamente imbricada ao ambiente no qual
ela se desenvolve. Assim, falar sobre o ser humano, e mais particularmente sobre o adolescente, implica
perceber o ambiente e as relações que o circundam, o amparam e falam sobre ele mesmo.
A representação social para Jacques (2008) trata dos saberes produzidos em sociedade e que, a nosso
ver, são capazes de produzir marcas, positivas ou não, sobre um indivíduo ou grupo de pessoas e afetam
a forma como as mesmas percebem a si próprias.
Erikson (1987) ao propor sua Teoria do Desenvolvimento Psicossocial apontou a fase da adolescência
como sendo a quinta crise vivenciada pelo ser humano em seu desenvolvimento. Neste estágio específico
a crise em questão confronta a identidade versus a confusão de papéis. Para o referido autor a
construção da identidade adolescente é um processo que se dá a partir da observação e da releitura de
identificações anteriores, ou seja, o adolescente não copia um modelo de conduta de alguém, mas
modifica, questiona, descarta, acrescenta e reconstrói para se constituir como sujeito.
Na atualidade, a mídia, por exemplo, torna-se símbolo forte, enquanto um fator cultural influenciador,
na construção da identidade dos jovens. A mídia invade o cotidiano das pessoas – através do rádio,
televisão, jornais, etc. – e acaba comprometendo-se com o ditame de certos valores que,
consequentemente, passam a ser consumidos pelos jovens e contribuem inegavelmente para um
aprendizado sobre modos ao qual devem comportar-se, ou mesmo, se constituir enquanto sujeito.
Considerando um estudo realizado por Conti; Toral & Peres (2008), com 121 estudantes adolescentes
sobre a percepção do jovem quanto à relação entre a televisão e a revista sobre a forma como o jovem
cuida do corpo, observou-se que houve uma inferência de 95% quanto a percepção da mídia enquanto
influente no cotidiano dos jovens, sendo a televisão percebida como mais influente. Além de que, os
jovens ressaltaram que existe à cobrança de um ideal físico de magreza (25%), tanto para meninos como
para meninas.
REFERENCIAS: https://dspace.doctum.edu.br/bitstream/123456789/3577/1/REDES%20SOCIAIS
%20INFLU%C3%8ANCIAS%20NA%20CONSTRU%C3%87%C3%83O%20DA%20IDENTIDADE%20DOS
%20ADOLESCENTES.pdf
https://www.scielosp.org/article/physis/2013.v23n3/863-878/
https://www.efdeportes.com/efd191/a-midia-na-formacao-dos-grupos-sociais.htm
https://www.gov.br/mdh/pt-br/assuntos/noticias/2019/abril/criancas-adolescentes-e-jovens-estao-
entre-os-grupos-mais-suscetiveis-ao-suicidio-e-automutilacao-apontam-especialistas