Você está na página 1de 32

FUNDAÇÃO EDSON QUEIROZ

UNIVERSIDADE DE FORTALEZA
VICE-REITORIA DE GRADUAÇÃO
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA

PEDRO PAULO SILVEIRA DA SILVA

Atividades físicas adaptadas

Fortaleza – CE
Novembro/2022

1
Sumário
O esporte paraolímpico...............................................................................................................3
Classificação médica, funcional e órgãos reguladores...............................................................4
História do esporte paralímpico brasileiro..................................................................................8
MODALIDADES.....................................................................................................................13
ATLETISMO:...........................................................................................................................13
BADMINTON..........................................................................................................................14
BASQUETE EM CADEIRA DE RODAS...............................................................................15
BOCHA.....................................................................................................................................17
CANOAGEM...........................................................................................................................18
ESGRIMA EM..........................................................................................................................18
CADEIRA DE RODAS............................................................................................................18
FUTEBOL DE CEGOS............................................................................................................19
FUTEBOL PC...........................................................................................................................20
GOALBALL.............................................................................................................................21
HALTEROFILISMO................................................................................................................22
HIPISMO..................................................................................................................................23
JUDÔ........................................................................................................................................24
NATAÇÃO...............................................................................................................................24
REMO.......................................................................................................................................25
RUGBY EM CR.......................................................................................................................26
TAEKWONDO.........................................................................................................................27
VÔLEI SENTADO...................................................................................................................28
TRIATLO.................................................................................................................................28
TIRO ESPORTIVO..................................................................................................................29
TÊNIS EM CADEIRA DE RODAS.........................................................................................30
TÊNIS DE MESA.....................................................................................................................31
REFERÊNCIAS........................................................................................................................33

2
O esporte paraolímpico

Conceito e história

A sociedade contemporânea se depara com o fenômeno esportivo como um objeto


heterogêneo muito presente em seu cotidiano. Suas várias formas de manifestação
representam diversas expressões e interpretações culturais, que se adaptam de acordo com as
necessidades, expectativas, objetivos e limitações dos sujeitos envolvidos com suas práticas
(Marques, Gutierrez & Almeida, 2006). Uma forma, que cresce em importância a cada dia,
objetiva a inserção de pessoas com deficiência no mundo esportivo, a partir da adaptação das
práticas. O princípio da inclusão consiste na incorporação de corpos que se encontram fora
dos padrões de normalidade (física, fisiológica, comportamental, social) estipulados por
determinado grupo social, e que necessitam de superação e compreensão daqueles inseridos
nos padrões de normalidade para serem aceitos. O movimento de inclusão é uma forma
elaborada que procura, através de ações articuladas, adaptar a pessoa com deficiência à
sociedade e vice-versa (Duarte& Santos, 2003).

Logo, essa adaptação, que pode ser definida como a capacidade da pessoa estar apta a atender
às demandas exigidas pela vida através de um processo constante, faz-se em dupla via, visto
que não existe para a pessoa com deficiência uma adaptação unilateral. Ela tem que ocorrer da
pessoa com deficiência para com o seu meio e desse ambiente para com o sujeito (Duarte &
Santos, 2003). Nesse sentido, os processos de adaptação das práticas e atividades, na
sociedade contemporânea, visam facilitar a vida de pessoas com deficiência. Por um lado,
favorecem sua inclusão social através de meios apropriados, por outro, possibilitam seu
crescimento pessoal através da oferta de desafios e necessidade de superação.

O esporte adaptado é um exemplo desse processo. Esse termo parece mais adequado do que
"esporte para pessoas com deficiência", pois abrange um leque maior de possibilidades. Pode
ser definido como o fenômeno esportivo modificado ou criado para suprir as necessidades dos
envolvidos (Paciorek, 2004), ou diretamente vinculados às pessoas com deficiência (Winnick,
2004). Pode ser praticado em ambientes integrados, em que as pessoas com deficiência
interagem com não-deficientes, ou em ambientes especiais, nos quais a participação é
reservada a tais indivíduos (Winnick, 2004).

Essa vertente do esporte se apresenta na sociedade contemporânea em diversos ambientes e


sob diferentes formas, porém existe um movimento que se destaca: o esporte paraolímpico,
principal meio de divulgação do esporte adaptado, que tem nos Jogos Parolímpicos seu
principal evento em nível mundial.

A palavra "paraolímpico" deriva da preposição grega "para", que signfica "ao lado, paralelo" e
da palavra "olímpico", numa referência à ocorrência paralela entre os Jogos Olímpicos e
Paraolímpicos desde 1960. A palavra "paraolímpico" era originalmente uma combinação de
paraplégico e olímpico, entretanto, com a inclusão de outros grupos de pessoas com
deficiência, e a união das associações ao movimento olímpico, ela tomou outra conotação
(Senatore, 2006).

Existem registros de aparições do esporte adaptado datados de 1871, na School of Deaf, de


Ohio, Estados Unidos, que foi a primeira escola para surdos a oferecer beisebol (Winnick,
2004). As primeiras notícias da existência de clubes esportivos para pessoas surdas datam de

3
1888, em Berlim, Alemanha. Porém, somente em 1924 é que foram realizados, em Paris,
França, os primeiros "Jogos do Silêncio", com a participação de 145 atletas de nove países
europeus. Essa foi a primeira competição internacional para pessoas com deficiência
(Senatore, 2006; Winnick, 2004).

Quanto aos Jogos Paraolímpicos, a versão dos Jogos Olímpicos para o esporte adaptado, surge
a partir do final da 2ª· Guerra Mundial. Um espólio perceptível desse marco histórico,
principalmente nos países europeus envolvidos no grande conflito, foi o considerável número
de combatentes que sofreram lesões na coluna vertebral, ficando paraplégicos ou
tetraplégicos. Esta situação influenciou Ludwig Guttmann, neurocirurgião alemão, a iniciar
um trabalho de reabilitação médica e social de veteranos de guerra por meio de praticas
esportivas, no Centro Nacional de Lesionados Medulares de Stoke Mandeville, Inglaterra,
fundado em 1944 pelo próprio cirurgião (Comitê Organizador dos Jogos Parapanamericanos,
2007).

O sucesso do trabalho motivou o Doutor Guttmann a organizar a primeira competição para


atletas em cadeiras de rodas em 29 de julho de 1948 - exatamente na mesma data de abertura
dos Jogos Olímpicos de Londres, a "Stoke Mandeville Games" (Senatore, 2006). A primeira
competição se deu com 16 atletas paraplégicos (14 homens e duas mulheres), na disputa de
arco e flecha (Landry, 1995).

Em 1952, ex-soldados holandeses se uniram para participar dos Jogos de Stoke Mandeville, e
juntamante com os ingleses, fundaram a ISMGF - International Stoke Mandeville Games
Federation - Federação Internacional dos Jogos de Stoke Mandeville, dando início ao
movimento esportivo internacional que viria a ser base para a criação do que hoje é conhecido
como esporte paraolímpico (Senatore, 2006).

Em 1960, o comitê organizador dos jogos de Stoke Mandeville realizou as competições em


Roma, Itália, logo após os Jogos Olímpicos, utilizando os mesmos espaços esportivos e o
mesmo formato das Olimpíadas. Quatrocentos atletas de 23 países participaram dos primeiros
Jogos Paraolímpcos. Esses jogos ocorriam de quatro em quatro anos, e eram exclusivos para
atletas com lesão medular até 1976, quando nos jogos de Toronto, Canadá, houve a inclusão
dos atletas cegos e amputados, e a partir de 1980, em Arnhem, na Holanda, a inclusão dos
paralisados cerebrais. Além disso, em 1976, em Ornskoldsvik, na Suécia, foram realizados os
primeiros Jogos Paraolímpicos de inverno, sendo que este ocorreu no mesmo ano dos jogos de
verão até 1992, quando o ciclo foi ajustado em 1994 (Senatore, 2006).

Os Jogos Paraolímpicos sempre foram realizados no mesmo ano dos Jogos Olímpicos, porém
nem sempre nos mesmos locais, em períodos próximos (logo em seguida) e utilizando as
mesmas instalações. Isto só vai ocorrer de forma definitiva a partir de 1988, em Seul, Coréia
do Sul. Em Atenas, Grécia, em 2004, celebrou-se a XII Paraolimpíada de verão, com
participação de 3.806 atletas de 136 países (Comitê Paraolímpico Internacional, 2008). Dessa
forma, os Jogos Paraolímpicos, que começaram como um evento com fortes implicações
sociais e fins terapêuticos, tornaram-se o evento esportivo mais importante para as pessoas
com deficiência em âmbito mundial.

Classificação médica, funcional e órgãos reguladores

O esporte paraolímpico tem como protagonista o atleta com deficiência. Tradicionalmente, os


4
competidores pertencem a seis diferentes grupos no Movimento Paraolímpico (Comitê
Organizador dos Jogos Parapanamericanos, 2007):

- Atleta com paralisia cerebral;

- Atleta com lesão medular / poliomelite;

- Atleta com amputação;

- Atleta com deficiência visual;

- Atleta com deficiência intelectual;

- "Les autres" (inclui todos os atletas com alguma deficiência de mobilidade não incluída nos
grupos acima).

As diferentes formas de deficiência colocam, para os organizadores dos Jogos, o problema de


encontrar um sistema que garanta o princípio de igualdade de condições na disputa, levando
resultados justos no final das competições. A solução encontrada foi agrupar os competidores
em categorias de acordo com o comprometimento apresentado. Surgem então os sistemas de
classificação, que têm por objetivo garantir a legitimidade das competições e seus resultados,
além de ajudar na prevenção de lesões (Paciorek, 2004). Os atletas competem dentro de suas
categorias, definidas de forma específica por modalidade.

Existem dois tipos de sistemas de classificação, o médico (que verifica o nível mínimo de
deficiência e não leva em conta a capacidade funcional do atleta) e o funcional (que identifica
como o atleta executa as habilidades específicas da modalidade). Tais instrumentos combinam
informações médicas com dados sobre desempenho, a fim de avaliar habilidades específicas
da modalidade esportiva que são necessárias. Esse sistema de classificação pode ser usado em
competições que envolvam uma ou mais deficiências (Paciorek, 2004).

Os sistemas de classificação são constantemente reavaliados e questionados na tentativa de


promover sempre o sentido de igualdade e justiça nas disputas. Por exemplo, pode-se citar a
dificuldade em estabelecer uma escala para deficientes mentais por não haver um sistema
fidedigno para tal apontamento. Por essa razão, existe a decisão, por parte do comitê
organizador dos Jogos Paraolímpicos, sobre a não-participação desses atletas até as
Paraolimpíadas de 2008, pois a partir de 2009, o sistema de classificação, que atualmente é de
responsabilidade desse órgão regulador, passará a ser gerenciado pela entidade responsável
por cada modalidade esportiva, cabendo a elas definir as normas de participação dos atletas
(Senatore, 2006).

Esse processo de agrupamento dos participantes em função de sua deficiência gera o


surgimento de classes, as quais indicam o grau de comprometimento dos mesmos para
participação nas disputas. Atletas com deficiência visual são avaliados por critérios médicos,
enquanto que comprometimentos físico-motores, pelo sistema funcional. Quando um atleta
tem mais de uma deficiência, deve escolher em qual classe irá competir.

As classes são definidas por modalidades, fazem parte de suas regras específicas e são
determinadas por uma variedade de processos que podem incluir avaliação física, técnica,
médica e observações dentro e fora das competições (Comitê Organizador dos Jogos
5
Parapanamericanos, 2007).

A classe de um atleta é expressa através de um número que não é transferível de uma


modalidade esportiva à outra. Caso o atleta queira mudar de modalidade, deverá passar por
nova classificação. Geralmente, esse número é precedido pela inicial da modalidade esportiva
em inglês. Na natação, por exemplo, antes dos números tem-se a letra "S", de "swimming".
No caso de modalidades de participação exclusiva de pessoas com deficiência visual, a classe
é precedida pela letra "B" de "blind" (cego). Quanto maior o número da classe de um atleta,
menor é o comprometimento físico-motor ou visual do mesmo. A classificação recebida pelo
competidor pode mudar durante sua carreira, de acordo com alterações em sua deficiência ou
nos parâmetros de avaliação (Comitê Organizador dos Jogos Parapanamericanos, 2007).

Na modalidade natação, por exemplo, tem-se as seguintes classes (Comitê Organizador dos
Jogos Parapanamericanos, 2007):

- S1 a S10: atletas com deficiência físico-motora;

- S11 a S13: atletas cegos e com deficiência visual;

- S14: atletas com deficiência mental.

O surgimento do esporte para pessoas com deficiência, e seu crescimento em todo o mundo,
fez com que gradativamente fossem criadas entidades internacionais, nacionais e regionais
nas diversas áreas de deficiência e também em diferentes modalidades, com a
responsabilidade de melhor administrá-lo. Tanto a organização das disputas no esporte
adaptado, quanto a classificação dos atletas, seguem normas específicas de órgãos
reguladores, que racionalizam e representam o componente burocrático desse universo. A
função desses órgãos é muito semelhante à de uma instituição nacional reguladora de uma
modalidade para não-deficientes, ou seja, supervisionar o desenvolvimento e a condução de
suas disputas e eventos, além de promover a participação de seus membros nos mesmos. Tais
órgãos, que oferecem programas esportivos para pessoas com deficiência, podem ser
classificados como organizações poliesportivas e monoesportivas (Paciorek, 2004).

As organizações poliesportivas oferecem treinamento e competição para pessoas com


deficiências específicas em diversas modalidades. Têm-se, como exemplos dessa categoria de
organizações, USCPAA (Associação dos Atletas com Paralisia Cerebral dos Estados Unidos);
CBDC (Confederação Brasileira de Desportos para Cegos). As organizações monoesportivas
promovem a participação em uma única modalidade esportiva, tanto para uma deficiência,
quanto para deficiências múltiplas. Por exemplo: NARHA (Associação Norte-americana de
Equitação para Portadores de Deficiência); CBBC (Confederação Brasileira de Basquetebol
em Cadeira de Rodas). É importante citar também a ocorrência de um movimento de
interação entre processos organizacionais do esporte olímpico e paraolímpico através de
entidades reguladoras. Tal fenômeno se manifesta no fato de federações de esportes olímpicos
abarcarem a organização de modalidades paraolímpicas similares, como no caso da Federação
Internacional de Tênis de Mesa (Federação Internacional de Tênis de Mesa, 2008).
Modalidades paraolímpicas que não possuem entidade reguladora própria, ou lidam com mais
de uma deficiência, como a natação, tem a figura do Comitê Paraolímpico Internacional como
órgão responsável por sua normatização.

6
Existem inúmeras entidades reguladoras com autonomia parcialmente adquirida, pois em
competições específicas de determinada organização, as mesmas têm independência de
atuação no gerenciamento da modalidade e do evento. Porém, quando se trata dos Jogos
Paraolímpicos, a responsabilidade pela organização e regulação das regras de disputa cabe ao
Comitê Paraolímpico Internacional (IPC), ao qual, nessa situação, as outras entidades se
reportam.

O IPC surgiu a partir da criação de diferentes órgãos reguladores, somado à participação de


diferentes áreas de deficiência, que gerou a necessidade de criação de um organismo para
administrar e realizar os eventos com maior eficácia e que também pudesse ter voz junto ao
Comitê Olímpico Internacional (IOC). Assim, quatro entidades internacionais (por área de
deficiência) criaram, em 1982, o ICC - Comitê Internacional de Coordenação das
Organizações Mundiais de Esporte para pessoas com deficiência. O ICC, com o apoio do
Comitê Olímpico Internacional, organizou os Jogos Paraolímpicos de Seul, Coréia do Sul, em
1988, usando pela primeira vez e de forma oficial as mesmas instalações dos Jogos
Olímpicos. O sucesso do trabalho, e a crescente pressão dos países membros por mais
representatividade no ICC, levaram à fundação, em 1989, do Comitê Paraolímpico
Internacional - IPC, com um modelo democrático de organização, que passou a ser a principal
entidade do Movimento Paraolímpico (Comitê Organizador dos Jogos Parapanamericanos,
2007).

O IPC é responsável pela organização e execução dos Jogos Parolímpicos de Verão e de


Inverno, das competições multideficiências, como os campeonatos mundiais, e por projetos de
fomento desenvolvidos ao redor do mundo. Os Jogos Paraolímpicos de inverno de
Lillehamer, Noruega, em 1994, foram os primeiros realizados sob a responsabilidade do IPC.
Em 19 de junho de 2001 o IPC assinou um acordo com o IOC tornando obrigatório, a partir
dos Jogos de Pequim 2008, que qualquer cidade que apresente sua candidatura para os Jogos
Olímpicos, tanto de Verão, quanto de Inverno, englobe na mesma proposta a realização dos
Jogos Paraolímpicos. Uma das condições desse tratado é o limite de 4.000 atletas
paraolímpicos até 2016 (Comitê Organizador dos Jogos Parapanamericanos, 2007). O
estreitamento das relações entre o movimento olímpico e paraolímpico se dá também nas
diversas comissões e comitês do IOC e IPC, participando em conjunto na busca de melhores
caminhos para o esporte mundial (Senatore, 2006).

Embora trabalhe de forma associada com o IOC, o IPC ainda não tem a mesma abrangência
internacional e o mesmo acesso a recursos financeiros, assim como todo o esporte
paraolímpico. Do atual quadro de atletas paraolímpicos de alto rendimento brasileiros só um
pequeno número são profissionais do esporte. A maioria depende de auxílios como a "Bolsa-
incentivo" fornecida pelo governo federal e o Comitê Paraolímpico Brasileiro (CPB), que
constitui, segundo esse próprio órgão regulador, uma doação aos atletas, não configurando
vínculo empregatício (Comitê Paraolímpico Brasileiro, 2008).

É importante fazer uma ressalva quanto à organização do esporte para surdos, pois essa
deficiência não faz parte dos Jogos Paraolímpicos por opção própria de seus representantes. A
principal competição internacional desses atletas se dá nos Jogos Mundiais para Surdos
(Paciorek, 2004).

7
História do esporte paralímpico brasileiro
O primeiro esporte adaptado praticado no Brasil foi o basquete em cadeira de rodas. Enquanto

realizavam tratamento médico nos Estados Unidos, brasileiros com deficiência conheceram a

modalidade e a trouxeram para o país. Em 1958, foi fundado o Clube do Otimismo, no Rio de

Janeiro, por iniciativa de Robson Sampaio de Almeida e pela ação do técnico Aldo Miccolis – dois

pioneiros do Movimento no Brasil.

Dois anos mais tarde, houve a primeira edição dos Jogos Paralímpicos, em Roma, na Itália. O

Brasil, no entanto, só estrearia no evento na edição realizada na cidade de Heidelberg, na Alemanha

Ocidental, em 1972. A primeira medalha paralímpica do país foi conquistada nos Jogos de

Toronto, em 1976. Justamente Robson Sampaio de Almeida, acompanhado de Luiz Carlos, o

“Curtinho”, faturaram a prata na modalidade lawn Bowls, antecedente da bocha que era praticada

na grama.

Com exceção das duas primeiras edições do evento, a competição paralímpica ainda não era

realizada na mesma cidade sede dos Jogos Olímpicos. A partir da edição de Seul, em 1988, a

organização dos eventos assumiu o formato atual, ocorrendo na mesma cidade e em sequência.

Nasce o Comitê Paralímpico Brasileiro

O Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) foi fundado no dia 9 de fevereiro de 1995, em sua primeira

sede, em Niterói, no Rio de Janeiro. Seu primeiro presidente foi João Batista Carvalho e Silva, que

manteve-se à frente da entidade até 2001. Durante sua gestão, investiu esforços na ampliação

visibilidade ao esporte paralímpico. Trabalhou em conjunto ao então Ministro Extraordinário do

Esporte, Pelé, que acompanhou a delegação brasileira nos Jogos Paralímpicos de Atlanta 1996.

A primeira participação do Brasil sob gestão de seu comitê nacional foi bem-sucedida, e o país

terminou na 37ª colocação, com 21 medalhas, sendo dois ouros, seis pratas e 13 bronzes. Quatro anos

8
mais tarde, nos Jogos de Sydney 2000, os brasileiros fecharam sua participação em 24º e conquistaram

22 medalhas: seis ouros, dez pratas e seis bronzes.

No ano seguinte, foi sancionada a Lei Agnelo/Piva, fundamental no desenvolvimento do esporte

adaptado no Brasil. A legislação estabelece o repasse de parte da arrecadação das loterias federais para

os comitês olímpico e paralímpico. Esta verba proporcionou ao paradesporto nacional avanços

estruturais e técnicos.

Em 2001, João Batista deu lugar a Vital Severino, que exerceu a função de secretário executivo da

entidade. Durante sua gestão, foi realizada uma reestruturação. Anteriormente, os esportes eram

divididos por tipo de deficiência e os atletas da mesma modalidade só se uniam como uma Seleção em

Jogos Paralímpicos. Com a nova organização a divisão passou a ser por modalidade, por exemplo,

atletismo tornou responsabilidade de uma mesma confederação, mas é praticado por atletas com

diferentes deficiências. Em 2002, também foi realizada a transferência da sede do CPB, que deixou

Niterói e foi a Brasília.

Na edição seguinte dos Jogos, Atenas 2004, o Brasil subiu no ranking para o 14º lugar, com 33

medalhas, sendo 14 ouros, 12 pratas e sete bronzes. Os Jogos da Grécia foram marcantes, já que esta foi

a primeira vez em que a competição teve transmissão pela televisão para o público brasileiro, por meio

de uma estratégia de comunicação do CPB, que comprou os direitos dos Jogos e repassou ao Grupo

Globo. O grande destaque foi Clodoaldo Silva, nadador que conquistou sete medalhas – seis ouros e

uma prata -, e tornou-se uma referência nacional do esporte adaptado.

Nos Jogos de Pequim, em 2008, a delegação brasileira mais uma vez avançou no quadro de medalhas,

agora com a nona colocação. Foram 47 conquistas, sendo 16 ouros, 14 pratas e 17 bronzes – marca

absoluta de pódios que só seria superada nos Jogos do Rio, em 2016.

No ano seguinte à edição chinesa dos Jogos Paralímpicos, houve nova eleição no CPB, e Andrew

Parsons foi escolhido como o novo dirigente da entidade. Andrew trouxe ao CPB a bagagem de quem

já havia sido secretário-geral do CPB de 2001 a 2009 e, também, presidente do Comitê Paralímpico das

Américas, de 2005 a 2009. Andrew foi reeleito em 2013 e geriu o esporte adaptado brasileiro até 2017.
9
O avanço nos Jogos Paralímpicos também foi contínuo. A melhor participação do país em medalhas de

ouro aconteceria em Londres 2012. Liderados pelo nadador Daniel Dias, o Brasil ficou com a sétima

colocação no quadro-geral, com 21 ouros, 14 pratas e oito bronzes.

A campanha foi chave no maior objetivo brasileiro neste período: em 2009, além do início da gestão

Andrew Parsons, houve a escolha do Rio de Janeiro como sede dos Jogos Paralímpicos de 2016. O

planejamento do CPB, então, voltou-se todo a representar o Brasil da melhor forma possível na

Paralimpíada que seria realizada em casa.

A oportunidade de sediar os Jogos Paralimpíada ocasionou ainda a construção daquele que se tornaria o

maior legado físico da competição. A construção do primeiro Centro de Treinamento Paralímpico do

Brasil foi oficializada em janeiro de 2013, em São Paulo. A obra foi orçada em cerca de R$ 260

milhões, fez parte do Plano Brasil Medalhas, do Governo Federal, que investiu R$ 1 bilhão adicional ao

orçamento do esporte brasileiro entre 2013 e 2016.

O CT Paralímpico foi inaugurado em maio de 2016 e serviu como sede da aclimatação brasileira para a

Paralimpíada do Rio 2016. O CT conta com instalações esportivas indoor e outdoor para treinamentos,

competições e intercâmbios de atletas e seleções em 15 modalidades paralímpicas: atletismo, basquete,

esgrima, rúgbi e tênis em cadeira de rodas, bocha, natação, futebol de 5 (para cegos), futebol de 7 (para

paralisados cerebrais), goalball, halterofilismo, judô, tênis de mesa, triatlo e vôlei sentado. Além disso,

tem área residencial com alojamentos, refeitório, lavanderia e um setor administrativo com salas,

auditórios e outros espaços de apoio.

No Rio 2016, os brasileiros foram os anfitriões. A delegação verde e amarela contou com o maior

número de atletas já enviados para Jogos, 278. Também atingiu o maior número de pódios da história

da nação, ao conquistar 72 medalhas, sendo 14 ouros, 29 pratas e 29 bronzes. O Brasil fechou sua

participação na 8ª colocação.

A representatividade do Brasil no esporte também foi ampliada, e houve a participação em duas

edições de Jogos de Inverno: dois atletas estiveram em Sochi 2014. Em 2018, em PyeonChang, o time

verde e amarelo teve três representantes.


10
Em março de 2017, o então vice-presidente do CPB Mizael Conrado foi eleito por aclamação o novo

presidente da entidade. Uma de suas primeiras conquistas foi a ampliação da concessão de uso do CT

Paralímpico, que agora é de cinco anos, renováveis por mais cinco temporadas, em processo de

licitação pública junto ao Governo do Estado de São Paulo.

Ex-jogador de futebol de 5, Mizael Conrado deu prioridade à expansão do cunho social do esporte

paralímpico atrelado ao alto rendimento. Em 2018, foram desenvolvidos projetos como Escola

Paralímpica de Esportes, que oportunizou o primeiro contato de crianças com o esporte adaptado.

Outras iniciativas, como o Camping Escolar Paralímpico, foram colocadas em prática. O Festival Dia

do Atleta Paralímpico, em 22 de setembro de 2018, reuniu mais de sete mil crianças em 48 núcleos,

por todos os estados do país, em ação inédita de expansão do Movimento pelo Brasil.

Neste mesmo ano, o Brasil teve representantes em 12 Campeonatos Mundiais (basquete em cadeira de

rodas, bocha, canoagem, ciclismo pista e estrada, futebol de cegos, hipismo, judô, goalball, remo, tênis

de mesa e vôlei sentado), em que conquistou 20 medalhas. Foram seis de ouro, sete de prata e sete de

bronze. A Seleção Brasileira de futebol de cegos tornou-se pentacampeã mundial e garantiu vaga para

os Jogos Paralímpicos de Tóquio 2020. As equipes masculina e feminina de goalball também

carimbaram passaporte para a Paralimpíada, ao conquistarem o bicampeonato e o bronze,

respectivamente. Lauro Chaman conquistou o ouro no Mundial de Ciclismo de Pista, realizado no Rio

de Janeiro. Já a judoca Alana Maldonado sagrou-se campeã mundial em sua categoria. Cátia Oliveira

foi vice-campeã mundial no tênis de mesa, resultado histórico para a modalidade.

O ano também foi marcado por participações inéditas. O Brasil fez a sua segunda aparição em edições

de Jogos de Inverno, e contou com o maior efetivo já levado a esta competição, até então, com três

atletas. Cristian Ribera, do esqui cross-country, teve a melhor performance de um brasileiro no evento,

com o sexto lugar.

11
O calendário esportivo de 2019 contou com campeonatos mundiais de 10 modalidades: atletismo,

badminton, canoagem, ciclismo (pista e estrada), esgrima em cadeira de rodas, futebol de PC,

halterofilismo, natação, taekwondo e tiro esportivo, além dos Jogos Parapan-Americanos de Lima.

No Parapan de Lima, o Brasil conquistou 308 medalhas e ficou no primeiro lugar do quadro geral do

evento. Logo após o Parapan de Lima, os nadadores viajaram para Londres para o Campeonato

Mundial da modalidade. O Brasil deixou a capital britânica com o 11º lugar no quadro de medalhas,

com cinco ouros, seis pratas e seis bronzes, e um total de 17 pódios. Já no Mundial de atletismo, em

Dubai, o Brasil encerrou a disputa no segundo lugar do quadro-geral de medalhas. Os brasileiros

subiram ao pódio 39 vezes, com 14 ouros, nove pratas e 16 bronzes. No halterofilismo, na disputa por

equipes, o Brasil conquistou a inédita medalha de prata com Bruno Carra, Mariana D’Andrea e Evânio

Rodrigues. No taekwondo, Débora Menezes conquistou o ouro inédito no Mundial da modalidade.

Devido a pandemia de Covid-19, o CPB decidiu suspender todas as atividades no CT Paralímpico, em

São Paulo, e cancelou todas as competições do calendário esportivo até o fim do segundo semestre de

2021. Em julho, a prefeitura de São Paulo autorizou a reabertura parcial do CT Paralímpico. Um

pequeno grupo de atletas do atletismo, natação e tênis de mesa retornaram aos treinos.

No fim de 2020, o presidente do CPB, Mizael Conrado foi reeleito para a posição para o ciclo 2021-

2025, em Assembleia Geral Ordinária de Eleição realizada no CT Paralímpico, em São Paulo. O ex-

atleta do atletismo Yohansson Nascimento foi eleito vice-presidente e formará a nova diretoria

executiva da entidade.

Os Jogos Paralímpicos de Tóquio foram adiados para 2021. No começo de 2021, o CPB autorizou o

retorno das Seleções Brasileiras ao CT Paralímpico para treinamentos. Por meio de vacinas contra

Covid-19 doadas pelo Comitê Olímpico Internacional (COI, sigla em inglês), todos os participantes dos
12
Jogos Paralímpicos foram vacinados. O CT Paralímpico foi um dos polos de vacinação para atletas,

membros da comissão e jornalistas.

O Brasil contou com uma delegação de 234 atletas, de 20 modalidades, nos Jogos Paralímpicos de

Tóquio 2020. Na capital japonesa, o país alcançou a 100ª medalha de ouro em Jogos Paralímpicos. Ao

todo, foram conqusitadas 72 medalhas, sendo 22 de ouro, 20 de prata e 30 de bronze.

MODALIDADES

ATLETISMO: O atletismo paralímpico é praticado por atletas com deficiência física, visual ou
intelectual.

DEFICIÊNCIAS: Física, visual e intelectual

GÊNEROS: Feminino e masculino

PROVAS: Pista, campo e rua

PISTA: Velocidade: 100m, 200m, 400m, rev. 4x400m e rev. 4x100m/ Meio fundo: 800m, 1.500m/

Fundo: 5.000m, 10.000m

RUA: Maratona (42km)/ Meia-maratona (21km)

CAMPO: Lançamento de disco, Lançamento de dardo, Arremesso de peso, Salto em distância, Salto

em altura, Salto Triplo.

CLASES NO ATLETISMO

Os competidores são divididos em grupos de acordo com o grau de deficiência constatado pela

classificação funcional. Os que disputam provas de pista e de rua (velocidade, meio-fundo, fundo e

maratona) e salto em distância, levam a letra T (de track) em sua classe.


13
T- Track (pista): T11 a T3 Deficiências visuais, T20 Deficiências intelectuais, T31 a T38, Paralisados

cerebrais (31 a 34 para cadeirantes; 35 a 38 para andantes), T40 a T41 Anões, T42 a T44 Deficiência

nos membros inferiores, T45 a T47 Deficiência nos membros superiores, T51 a T57 Competem em

cadeiras de rodas, T61 a T64 Amputados de membros inferiores com prótese

Já os atletas que fazem provas de campo (arremessos, lançamentos e salto em altura) são identificados

com a letra letra F (field) na classificação.

F- Field (campo), F11 a F13 Deficiências visuais, F20 Deficiências intelectuais, F31 a F38 Paralisados

cerebrais (31 a 34 para cadeirantes; 35 a 38 para andantes), F40 a F41 Anões, F41 a F46 amputados ou

deficiência nos membros superiores ou inferiores (F42 a F44 para membros inferiores e F45 a F46 para

membros superiores), F51 a F57 Competem em cadeiras de rodas (sequelas de poliomielite, lesões

medulares).

Para os atletas deficientes visuais, as regras de utilização de atletas-guia e de apoio variam de acordo

com a classe funcional. Nas provas de 5000m, de 10.000m e na maratona, os atletas das classes T11 e

T12 podem ser auxiliados por até dois atletas-guia durante o percurso (a troca é feita durante a disputa).

No caso de pódio, o atleta-guia que terminar a prova recebe medalha. O outro, não. Há, também,

situações específicas em que um guia que não estava inscrito inicialmente em determinada prova tenha

de correr. Neste cenário, ele não recebe medalha, caso suba ao pódio.

ATLETA-GUIA E APOIO- T11 Corre ao lado do atleta-guia e usa o cordão de ligação. No salto em

distância, é auxiliado por um apoio. T12 Atleta-guia e apoio, no salto, são opcionais. T13 Não pode

usar atleta-guia e nem ser auxiliado por um apoio.

BADMINTON

O Badminton é o badminton estruturado para pessoas com deficiências físicas e terá a sua estreia nos

Jogos Paralímpicos de Tóquio 2020. Atletas em cadeira de rodas e andantes utilizam uma raquete para

14
golpear uma peteca na quadra dos adversários competindo em provas individuais, duplas (masculinas e

femininas) e mistas em seis classes funcionais diferentes.

Em 1995, foi criada a IBAD (Associação Internacional de Badminton para Deficientes) para gerir a

modalidade. Em 2009, teve o seu nome alterado para PBWF (Federação Mundial de Badminton) e

dois anos depois teve a sua junção integral com a Federação Mundial de Badminton (BWF -

Badminton World Federation, em inglês).

O primeiro Campeonato Mundial foi realizado em 1998, na Holanda. De lá para cá, foram realizadas

11 edições - a partir de 2001 ficou decidido que os eventos seriam realizados nos anos ímpares.

No Brasil, o Badminton foi introduzido em 2006, pelo professor Létisson Samarone Pereira, no Distrito

Federal. Também aconteceram no DF as primeiras competições oficiais da modalidade - estaduais

(2008) e nacionais (2009). Desde 2011, o Brasil participa de todos os campeonatos internacionais da

modalidade.

CLASSES NO BADMINTON: WH1 E WH2 Classes funcionais de cadeiras de rodas, SL3 E SL4

Classes funcionais de pessoas com deficiência nos membros inferiores que andam, SU 5 Classes

funcional de pessoas com deficiência nos membros superiores, SS6 Classes funcionais de baixa

estatura.

BASQUETE EM CADEIRA DE RODAS

Praticado inicialmente por ex-soldados norte-americanos que haviam saído feridos da 2ª Guerra

Mundial, o basquete em cadeira de rodas fez parte de todas as edições já realizadas dos Jogos

Paralímpicos. No Brasil, a modalidade tem forte presença na história do movimento paralímpico, sendo

a primeira a ser praticada no país, a partir de 1958, no Clube do Otimismo, no Rio de Janeiro, por

iniciativa de Robson Sampaio de Almeida e pela ação do técnico Aldo Miccolis.

15
As cadeiras de rodas utilizadas por homens e mulheres são adaptadas e padronizadas pelas regras da

Federação Internacional de Basquete em Cadeira de Rodas (IWBF). O jogador deve quicar, arremessar

ou passar a bola a cada dois toques dados na cadeira. As dimensões da quadra e a altura da cesta

seguem o padrão do basquete olímpico. São disputados quatro quartos de 10 minutos cada. No Brasil, a

modalidade é administrada pela Confederação Brasileira de Basquete em Cadeira de Rodas (CBBC).

Apesar da popularidade no país, o Brasil ainda não conquistou medalhas na modalidade em Jogos

Paralímpicos. A estreia da Seleção masculina foi nos Jogos de Heidelberg 1972, e, da feminina, em

Atlanta 1996. As melhores colocações brasileiras na modalidade foram o quinto lugar, no masculino, e

o sétimo, no feminino, obtidas no Rio 2016.

A Seleção feminina também conquistou a medalha de bronze nos Jogos Parapan-Americanos de

Toronto 2015 e de Guadalajara 2011.

DEFICIÊNCIA: Física/motora

QUADRA E CESTA: Padrão do basquete olímpico

PARTIDA: Quatro quartos de 10 min

REGRAS: Mesmas do basquete olímpico, com adaptação de que cada jogador deve quicar,

arremessar ou passar a bola a cada dois toques de dedo na cadeira

EQUIPE: Em quadra, 5 atletas por time

GÊNERO: Feminino e masculino

CLASSES NO BASQUETE EM CADEIRA DE RODAS

16
Na classificação funcional, os atletas são avaliados conforme o comprometimento físico-motor em uma

escala de 1 a 4,5. Quanto maior a deficiência, menor a classe. A soma desses números da equipe em

quadra não pode ultrapassar 14.

BOCHA

Praticada por atletas com elevado grau de paralisia cerebral ou deficiências severas, a bocha
paralímpica só apareceu no brasil na década de 1970. a competição consiste em lançar as
bolas coloridas o mais perto possível de uma branca (jack ou bolim). os atletas ficam sentados
em cadeiras de rodas e limitados a um espaço demarcado para fazer os arremessos. é
permitido usar as mãos, os pés e instrumentos de auxílio, e contar com ajudantes (calheiros),
no caso dos atletas com maior comprometimento dos membros.

A modalidade teve um antecessor nos jogos paralímpicos: o lawn bowls, uma espécie de
bocha jogada na grama. e foi justamente no lawn bowls que o brasil conquistou sua primeira
medalha em jogos: róbson sampaio de almeida e luiz carlos “curtinho” foram prata nos jogos
de toronto, no canadá, em 1976. nos jogos paralímpicos rio 2016, o brasil encerrou com duas
medalhas: um ouro nos pares bc3, com antonio leme, evelyn de oliveira e evani soares, e uma
prata nos pares bc4, com eliseu dos santos, dirceu pinto e marcelo dos santos.

Deficiência: elevado grau de paralisia cerebral ou deficiências severas

Provas individuais, em duplas ou por equipes

Gênero: feminino e masculino

Objetivo: lançar as bolas coloridas o maisperto possível de uma branca

Classes na bocha: todos os atletas da bocha competem em cadeira de rodas. na classificação


funcional, eles são divididos em quatro classes, de acordo com o grau da deficiência e da
necessidade de auxílio ou não. no caso dos atletas com maior grau de comprometimento,é
permitido o uso de uma calha para dar mais propulsão à bola. os tetraplégicos, por exemplo,
que não conseguem movimentar os braços ou as pernas, usam uma faixa ou capacete na
cabeça com uma agulha na ponta. o calheiro posiciona a canaleta à sua frente para que ele
empurre a bola pelo instrumento com a cabeça. em alguns casos, o calheiro acaba sendo a
mãe ou o pai do atleta.

bc1: opção de auxílio de ajudantes (podem estabilizar ou ajustar a cadeira do jogador e


entregar a bola, quando pedido).

bc2:não podem receber assistência.

bc3: deficiências muito severas. usam instrumento auxiliar, podendo ser ajudados por outra
pessoa.

bc4:outras deficiências severas, mas que não recebem assistência.

17
CANOAGEM

A canoagem paralímpica surgiu em 2009, por iniciativa da federação internacional da


modalidade olímpica. o primeiro mundial do esporte foi disputado em 2010, em poznan, na
polônia, e contou com a participação de atletas de 31 países. desde então, a competição é
disputada anualmente. a icf (federação internacional de canoagem) é a entidade responsável
pelo esporte. no brasil, a modalidade é coordenada pela confederação brasileira de canoagem
(cbca).

Podem competir no esporte atletas com deficiência físico-motora dos dois sexos. nos jogos
paralímpicos do rio 2016, que marcou a estreia da modalidade, foram disputadas apenas as
provas de caiaque velocidade 200m. porém, em campeonatos brasileiros, existem também as
provas de 200m da canoa va'a e de velocidade 500m de caiaque e de va'a.

Deficiência: físico-motora

Provas: velocidade 200m e 500m em linha reta e em águas calma

Gênero :feminino e masculino

Classes na canoagem: na classificação funcional, os competidores são divididos em grupos


de acordo com o grau de movimentação dos membros inferiores, superiores e do tronco. as
classes kl são para atletas que competem utilizando o caiaque, enquanto vl é a classe
destinada aos que usam a embarcação.

kl1: usa somente os braços na remada

kl2: usa tronco e braços na remada

kl3: usa braços, tronco e pernas na remada

ESGRIMA EM

CADEIRA DE RODAS

Destinada a atletas com deficiência locomotora, a esgrima adaptada surgiu em 1953 e foi
aplicada originalmente pelo médico alemão Ludwig Guttmann, o pai do movimento
paralímpico. A modalidade, uma das mais tradicionais, é disputada desde a primeira edição
dos Jogos Paralímpicos, em Roma 1960.

Praticado por pessoas com amputações, lesão medular ou paralisia cerebral, a esgrima em
cadeira de rodas é um esporte rápido e tenso, onde os atletas devem usar sua inteligência e
raciocínio estratégico para vencer seu adversário, julgando o momento e a quantidade de
ataques assim como de movimentos defensivos.

Em Londres 2012, o gaúcho Jovane Guissone conquistou o primeiro ouro do Brasil em Jogos
Paralímpicos.

18
DEFICIÊNCIA: Motora

PROVAS: Florete, espada e sabre

GÊNERO: Masculino e feminino

QUADRA: As pistas medem 4m de comprimento por 1,5m de largura. As cadeiras de rodas


ficam fixas ao chão

OBJETIVO: Tocar o oponente

CLASSIFICAÇÃO ESGRIMA EM CADEIRA DE RODAS: Os atletas são avaliados,


principalmente, de acordo com a mobilidade do tronco. Eles podem ser classificados em três
categorias: A, B e C, sendo a C a mais severa e, a A, a menos comprometida.

CATEGORIA A: Atletas com mobilidade no tronco; amputados ou com limitação de


movimento

CATEGORIA B: Atletas com menor mobilidade no tronco e equilíbrio

CATEGORIA C: Atletas com tetraplegia, com comprometimento do movimento do tronco,


mãos e braços

PROVAS NA ESGRIMA EM CADEIRA DE RODAS: Nas provas de florete, pontua quem


tocar a ponta da lâmina no tronco do rival. Na espada, faz o ponto quem toca a ponta da arma
em qualquer parte acima da cintura do rival. No sabre, qualquer toque com qualquer parte da
lâmina acima do quadril do adversário vale ponto.

FLORETE Ponta da lâmina: tronco do rival

ESPADA Ponta da arma: qualquer parte acima do quadril do rival

SABRE Ponta da arma ou lâmina: qualquer parte acima do quadril do rival

FUTEBOL DE CEGOS

O futebol de cegos é exclusivo para cegos ou deficientes visuais. As partidas, normalmente,


são em uma quadra de futsal adaptada, mas, desde os Jogos Paralímpicos de Atenas 2004,
também têm sido praticadas em campos de grama sintética. O goleiro tem visão total e não
pode ter participado de competições oficiais da Fifa nos últimos cinco anos.

Junto às linhas laterais, são colocadas bandas que impedem que a bola saia do campo. Cada
time é formado por cinco jogadores – um goleiro e quatro na linha. Diferentemente de um
estádio convencional de futebol, as partidas de futebol de cegos são silenciosas, em locais sem
eco. O jogo é dividido em dois tempos de 15 minutos, com 10 minutos de intervalo.

A bola tem guizos internos para que os atletas consigam localizá-la. A torcida só pode se
manifestar na hora do gol. Os jogadores usam uma venda nos olhos e, se tocá-la, cometerão
19
uma falta. Com cinco infrações, o atleta é expulso de campo e pode ser substituído por outro
jogador. Há, ainda, um guia (chamador) que fica atrás do gol adversário para orientar os
atletas so seu time. Ele diz onde os jogadores devem se posicionar em campo e para onde
devem chutar. O técnico e o goleiro também auxiliam em quadra.

A participação do futebol de cegos nos Jogos Paralímpicos aconteceu, pela primeira vez, em
Atenas 2004. Também neste evento, o Brasil foi o campeão, ao superar, nos pênaltis, os
argentinos por 3 a 2. A Seleção Brasileira possui mais três títulos paralímpicos: Pequim 2008,
Londres 2012 e, recentemente, no Rio 2016, quando sagrou-se tetracampeão. Além dos
títulos, a equipe verde e amarela foi a primeira a marcar um gol em Jogos Paralímpicos. O
autor do feito foi o atleta Nilson Silva, falecido em 2012.

DEFICIÊNCIA: Visual

GÊNERO: Masculino

QUADRA: Mede 20m X 40m (padrões do futsal) e tem barreiras laterais

REGRAS: O jogo é dividido em dois tempos de 15 minutos, com 10 minutos de intervalo.


Há um guizo no interior da bola para emitir sons. Os atletas possuem três guias para orientá-
los (o goleiro, o chamador e o técnico)

TIME: 5 jogadores - quatro jogadores vendados e o goleiro, com visão total

CLASSES FUTEBOL DE CEGOS: Os atletas são divididos em três classes que começam
sempre com a letra B (blind, cego em inglês). Nos Jogos Paralímpicos, porém, competem
apenas os da classe B1.

B1: Cegos totais ou com percepção de luz, mas sem reconhecer o formato de uma mão a
qualquer distância

B2: Atletas com percepção de vultos

B3: Atletas que conseguem definir imagens

FUTEBOL PC

O futebol PC é praticado por atletas com paralisia cerebral, decorrente de sequelas de


traumatismo crânio-encefálico ou de acidentes vasculares cerebrais. As regras são da FIFA,
mas com algumas adaptações feitas pela Associação Internacional de Esporte e Recreação
para Paralisados Cerebrais (CP-ISRA). O campo tem, no máximo 75m x 55m, com balizas de
5m x 2m. A marca do pênalti fica a 9,20m do centro da linha de gol.

Cada time tem sete jogadores (incluindo o goleiro) e cinco reservas. A partida dura 60
minutos, divididos em dois tempos de 30, com um intervalo de 10. Não existe regra para
impedimento e a cobrança lateral pode ser feita com apenas uma das mãos, rolando a bola no
chão.
20
DEFICIÊNCIA: Paralisia cerebral

QUADRA: Máximo 50x70m

PARTIDA: Dois tempos de 30 minutos, com intervalos de 10

REGRAS: Mesmas do futebol convencional, com a diferença de que os arremessos laterais


podem ser cobrados com apenas uma das mãos. Também não há impedimento

EQUIPE: Sete jogadores, sendo um goleiro

GÊNERO: Masculino

CLASSES NO FUTEBOL PC: A partir de janeiro de 2018, a classificação funcional passou


a dividir os atletas do futebol PC para paralisados cerebrais em três novas classes funcionais:
FT1, FT2 e FT3. Estas novas classes levam em consideração os graus de comprometimento
dos atletas das antigas classes C5, C6 e C7, já que dentro de cada uma delas existe uma
grande variação no impacto nas performances dos mesmos. Por exemplo, um atleta que hoje
possui um hemiplegia e é da classe C7, se tiver muito pouco comprometimento, será
classificado como FT3. Se for muito comprometido, será da classe FT1. A classe FT2 será um
meio termo entre as duas outras. Os atletas que hoje são da classe C8 automaticamente serão
alocados na classe FT3, ou podem até serem considerados inelegíveis.

Na regra atual é obrigatório que exista sempre pelo menos um atleta da classe FT1 em campo.
Caso não seja possível, o time deve jogar com seis ou cinco jogadores. Cada equipe só pode
contar com no máximo um atleta da classe FT3 em campo, durante toda a partida.

De acordo com o grau da paralisia, os atletas são classificados em:

FT1: Comprometimento severo

FT2: Comprometimento mediano

FT3: Comprometimento leve

GOALBALL

Ao contrário de outras modalidades paralímpicas, o goalball foi desenvolvido exclusivamente


para pessoas com deficiência visual. A quadra tem as mesmas dimensões das de vôlei (9m de
largura por 18m de comprimento). As partidas são realizadas em dois tempos de 12 minutos,
com 3 minutos de intervalo. Cada equipe conta com três jogadores titulares e três reservas. De
cada lado da quadra, há um gol com 9m de largura e 1,30m de altura. Os atletas são, ao
mesmo tempo, arremessadores e defensores. O arremesso deve ser rasteiro ou tocar pelo
menos uma vez nas áreas obrigatórias. O objetivo é balançar a rede adversária.

A bola tem um guizo em seu interior para que os jogadores saibam sua direção. O goalball é
um esporte baseado nas percepções tátil e auditiva, por isso não pode haver barulho no
21
ginásio durante a partida, exceto no momento entre o gol e o reinício do jogo e nas paradas
oficiais. A bola tem 76 cm de diâmetro e pesa 1,25 kg.

DEFICIÊNCIA: Visual

QUADRA: Mede 9m X 18m. A rede tem 9m X 1,3m

GÊNERO: Masculino e feminino

REGRAS: O jogo é dividido em dois tempos de 12 minutos cada, com três minutos de
intervalo. Todos os jogadores exercem, ao mesmo tempo, as funções de ataque e defesa. Há
um guizo no interior da bola para emitir sons

TIME: 6 jogadores, sendo 3 titulares e 3 reservas

Nesta modalidade, os atletas deficientes visuais das classes B1, B2 e B3 competem juntos.
Todas as classificações são realizadas por meio da mensuração do melhor olho e da
possibilidade máxima de correção do problema. Todos os atletas, independente do nível de
perda visual, utilizam uma venda durante as competições para que todos possam competir em
condições de igualdade.

B1: Cegos totais ou com percepção de luz, mas sem reconhecer o formato de uma mão a
qualquer distância

B2: Atletas com percepção de vultos

B3: Atletas que conseguem definir imagens

HALTEROFILISMO

No halterofilismo, competem homens e mulheres que possuam deficiência nos membros


inferiores (amputados e lesionados medulares) e paralisados cerebrais. Os atletas executam
um movimento chamado supino, deitados em um banco. Cada competidor tem três tentativas.
O maior peso levantado é considerado como resultado final.

DEFICIÊNCIA: Atletas com deficiência física nos membros inferiores, baixa estatura e
paralisia cerebral

GÊNERO: Masculino e feminino

REGRAS: Os atletas executam um movimento chamado supino, deitado em um banco. Cada


competidor tem três tentativas. O maior peso levantado é considerado como resultado finals

Durante a disputa, três árbitros avaliam as tentativas de levantamento de peso. A bandeira


branca significa que o movimento foi válido e, a vermelha, inválido. O atleta precisa ter, pelo
menos, duas bandeiras brancas para que os kgs alçados sejam considerados.

1: O atleta deve suportar o peso com os braços estendidos (posição inicial) até o comando do
22
árbitro

2: Depois, descer a barra até encostá-lo no corpo com uma parada evidente

3: Por fim, elevar a barra até a posição inicial

Os atletas competem em categorias de peso, assim como na versão olímpica. Nos Jogos
Paralímpicos Rio 2016, foram disputadas dez categorias masculinas e dez femininas.

No Halterofilismo, os atletas são divididos em categorias de peso.

10: Masculina

10: Feminina

HIPISMO

Competem no hipismo homens e mulheres que tenham deficiência físicomotora ou visual. A


estreia paralímpica da modalidade ocorreu nos Jogos de Nova Iorque (EUA), em 1984. Três
anos depois, foi realizado o primeiro Mundial, na Suécia. A modalidade só voltaria ao
programa oficial nos Jogos Paralímpicos de Sydney 2000. A única disciplina do hipismo no
programa paralímpico é o Adestramento Paraequestre, com as seguintes provas: individual,
estilo livre individual e por equipes.

Nos Jogos Paralímpicos, as melhores atuações brasileiras aconteceram em Pequim 2008 e no


Rio 2016. Marcos Fernandes Alves, o Joca, foi responsável por faturar duas medalhas de
bronze para o Brasil na Paralimpíada de Pequim: uma no estilo livre e outra na prática
individual. Sérgio Oliva repetiu o número de medalhas de Joca nos Jogos do Rio, também
com dois bronzes: um no Adestramento grau IA e outra no Estilo Livre grau IA.

DEFICIÊNCIAS: Físico-motora ou visual

GÊNERO: Masculino e feminino

PROVAS: Adestramento - individual, estilo livre individual, por equipes

Os cavaleiros são classificados de acordo com a sua deficiência e julgados pela sua
capacidade ou habilidade equestre. O grau de deficiência varia de IA, mais severa, ao IV,
menos severa.

GRAU I: Cadeirantes com comprometimento severo nos quatro membros

GRAU LI: Cadeitantes ou andantes com boa funcionalidade dos braços. Atletas com
comprometimentos unilateral severevo ou cegos

GRAU LLI: Andantes com comprometimento unilateral, moderado nos quatro membros ou
severo nos braços. Atletas com deficiência visual severa

23
GRAU LV: Comprometimento leve em um ou dois membros. Atletas com deficiência visual
moderada

GRAU V: Comprometimento leve em um ou dois membros. Atletas com deficiência visual


leve.

JUDÔ
A modalidade é disputada por atletas com deficiência visual divididos em categorias de
acordo com o peso corporal. Com até cinco minutos de duração, as lutas acontecem sob as
mesmas regras utilizadas pela Federação Internacional de Judô, com pequenas modificações
em relação ao judôconvencional. A principal delas é que o atleta inicia a luta já em contato
com o quimono do oponente. Além disso, a luta é interrompida quando os lutadores perdem
esse contato. Não há punições para quem sai da área de combate. No Brasil, a modalidade é
administrada pela Confederação Brasileira de Desportos de Deficientes Visuais (CBDV).

O responsável pela primeira medalha de ouro verde e amarela foi o multicampeão Antônio
Tenório, em Atlanta 1996. No total, o judô já rendeu ao Brasil 22 medalhas na história dos
Jogos, sendo quatro ouros (todos conquistados por Tenório), nove pratas e nove bronzes.

DEFICIÊNCIA: Visual

GÊNERO: Masculino e feminino

ÁREA DE COMPETIÇÃO: Entre 14m² e 16m²

ÁREA DE COMBATE: Entre 14m² e 16m²

TEMPO: 5 minutos (masculino) e 4 (feminino)

OBJETIVO: O atleta deve derrubar o adversário com as costas voltadas para o chão,
imobilizá-lo no solo por 20 segundos ou forçá-lo a desistir

Além das categorias por peso, os judocas são divididos em duas classes, de acordo com o grau
da deficiência visual.

J1: Cegos totais ou com percepção de luz, mas sem reconhecer o formato de uma mão a
qualquer distância

J2: Atletas que conseguem definir imagens

NATAÇÃO
As adaptações são feitas nas largadas, viradas e chegadas. Os nadadores cegos recebem um
aviso do tapper, por meio de um bastão com ponta de espuma quando estão se aproximando
das bordas. A largada também pode ser feita na água, no caso de atletas de classes mais
baixas, que não conseguem sair do bloco. As baterias são separadas de acordo com o grau e o
tipo de deficiência. No Brasil, a modalidade é administrada pelo Comitê Paralímpico
Brasileiro (CPB).

24
No total, o Brasil já conquistou 102 medalhas na natação em Jogos Paralímpicos, sendo 32 de
ouro, 34 de prata e 36 de bronze. É a segunda modalidade que mais medalhas deu ao Brasil
nas Paralimpíadas, atrás apenas do atletismo (142).

DEFICIÊNCIAS: Físico-motora, visual, intelectual

PROVAS: 50m

PISCINA: Segue os padrões olímpicos

Nomenclaturas na NATAÇÃO
S- Nados livre, costas e borboleta

SB-Nado peito

SM-Nado Medley

Classes na NATAÇÃO: As classes sempre começam com a letra S (swimming). O atleta pode
ter classificações diferentes para o nado peito (SB) e o medley (SM).

O atleta é submetido à equipe de classificação, que procederá a análise de resíduos musculares


por meio de testes de força muscular; mobilidade articular e testes motores (realizados dentro
da água). Vale a regra de que, quanto maior a deficiência, menor o número da classe.

Quanto maior o grau de comprometimento, menor o número da classe

1 A 10: Atletas com limitações físico-motoras

11 A 13: Atletas com deficiência visual

14: Atletas com deficiência intelectual

REMO
O remo está no programa paralímpico desde os Jogos de Pequim 2008. No Brasil, a
modalidade teve início nos anos 1980, no Rio de Janeiro. A Superintendência de Desportos do
Rio de Janeiro (SUDERJ) iniciou um programa de reabilitação para pessoas com deficiência
física, mental e auditiva utilizando o remo como ferramenta. Porém, somente em 2005, depois
de dois mundiais, a Confederação Brasileira de Remo reativou o departamento de Remo
Adaptável.

Nos Jogos Paralímpicos de Pequim 2008, o Brasil conquistou uma medalha de bronze no
Double Skiff misto, classe TA, com Elton Santana e Josiane Lima.

DEFICIÊNCIAS: Física e visual

PERCURSO: 2.000m em linha reta

25
GÊNERO: Masculino e feminino

OBJETIVO; Completar o percurso no menor tempo

BARCOS: Single-Skiff (1x), Double-Skiff (2x), Quatro com Timoneiro (4+)

O remo paralímpico consiste na prática do remo por pessoas com deficiência ou limitação
física, visual ou déficit intelectual, que tenham mobilidade mínima de braços. As categorias
da modalidade separam os atletas pelo seu tipo de deficiência física.

- PR1 (Braços e Ombros): Barco formado por remadores que possuem somente mobilidade de
ombros e braços. Esta categoria está presente apenas nos barcos individuais: PR1 Single Skiff
Masculino (PR1 M1x) e PR1 Single Skiff Feminino (PR1 W1x). Os remadores utilizam
assento fixo e equipamento de proteção obrigatório.

- PR2 (Tronco e Braços): Barco formado por remadores que possuem mobilidade nos troncos
e nos braços. Existe apenas um tipo de barco: PR2 Double Skiff Misto (PR2 Mix2x), sendo
um homem e uma mulher, ambos com assento fixo.

- PR3 (Pernas, Tronco e Braços): Barco formado por remadores que possuem mobilidade nas
pernas, troncos e braços. Existem dois tipos de barcos: PR3 Quatro Com Misto (PR3 Mix4+),
formado por dois homens, duas mulheres e um timoneiro; e PR3 Double Skiff Misto (PR3
Mix2x), formado por um homem e uma mulher.

MASCULINO: Single Skiff PR1 (PR1 M1x)

FEMININO: Single Skiff PR1 (PR1 W1x)

MISTO: Double Skiff PR2 (PR2 Mix2x), Double Skiff PR3 (PR3 Mix2x) e Quatro Com PR3
(PR3 Mix4+)

RUGBY EM CR
O rugby em cadeira de rodas nasceu na década de 1970, em Winnipeg, no Canadá, e foi
desenvolvido por atletas tetraplégicos. No entanto, a modalidade só foi aparecer nos Jogos
Paralímpicos em Atlanta 1996, como esporte de demonstração. A estreia oficial ocorreu
quatro anos depois, em Sydney 2000, no qual os Estados Unidos conquistaram a medalha de
ouro, deixando a Austrália com a prata e a Nova Zelândia com o bronze.

Competem no esporte tanto homens quanto mulheres (não há divisão de gênero) com
tetraplegia ou deficiências nas quais as sequelas sejam parecidas com a de um tetra. No Brasil,
a modalidade é administrada pela Associação Brasileira de Rugby em Cadeira de Rodas
(ABRC).

Os jogos ocorrem em quadras de 15m de largura por 28m de comprimento e têm 4 períodos
de 8 minutos. O objetivo é passar da linha do gol com as duas rodas da cadeira e a bola nas
mãos. Assim como no rugby convencional, a modalidade para cadeirantes tem muito contato
físico. São quatro atletas em cada equipe, que contam ainda com 8 reservas cada.
26
A Seleção verde e amarela fez, no Rio 2016, sua estreia em Jogos Paralímpicos. As equipes
mais fortes do esporte são o Canadá e os Estados Unidos, os primeiros a praticarem e
difundirem a modalidade.

DEFICIÊNCIA: Tetraplegia e equivalentes

GÊNERO: Masculino e feminino

QUADRA: Mede 28m X 15m (quadra de basquete)

REGRAS: O jogo é dividido em quatro tempos de oito minutos, com três intervalos

TIME: 4 jogadores em quadra e até 8 reservas. Substituições são ilimitadas

Os atletas são divididos em sete classes – 0.5, 1.0, 1.5, 2.0, 2,5, 3.0 e 3.5 -, de acordo com sua
mobilidade e resquícios de movimentos. Quanto maior a motricidade, maior a nota. Os atletas
com classificações mais baixas, jogam na defesa, e, os que possuem classificações mais altas,
formam o ataque.

A somatória das classes em quadra não pode ultrapassar oito pontos. Para cada mulher em
quadra, mais 0.5 pode ser acrescentado ao limite de pontos da equipe (Ex: uma equipe que
entra em quadra com duas mulheres pode somar 9 pontos).

Classificação funcional dividida em sete classes. Quanto maior a motricidade, maior a nota.

0.5, 1.0, 1.5, 2.0, 2.5, 3.0, 3.5.

TAEKWONDO

A entidade que administra o Taekwondo é a WTF (Federação Mundial de Taekwondo) e aqui


no Brasil é a CBTKD (Confederação Brasileira de Taekwondo).

O primeiro campeonato mundial de Taekwondo foi realizado em 2009, na cidade de Baku –


Azerbaijão. Atualmente o campeonato mundial é realizado a cada 2 anos e após 2020 se
tornará anual. Em 2015 o Taekwondo foi anunciado como parte do programa paralimpico,
fazendo a sua estreia em Tóquio 2020.

As classes esportivas do Taekwondo são definidas pela letra P (poonse - forma) e K (kiorugui
– luta). A modalidade de Poonse é disputada por atletas com deficiência visual – P10,
deficiência intelectual – P20, deficiência física – P30 e baixa estatura – P70. A classe KP60 é
para surdos. A modalidade kiorugui é para deficientes físicos – K 40. A classe que faz parte
do programa paralímpico são as classes K43 e K44, na qual os atletas da classe K43 podem
competir na classe K44.

K43: Atletas com amputação bilateral do cotovelo até a articulação da mão, dismelia bilateral.

K44: atletas com amputação unilateral do cotovelo até a articulação da mão, dismelia
27
unilateral, monoplegia, hemiplegia leve e diferença de tamanho nos membros inferiores.

Além da divisão de classe, os atletas são divididos por categorias de pesos

Feminino Masculino
Até 49kg Até 61kg
Até 58kg Até 75kg
Acima de 58kg Acima de 75kg

VÔLEI SENTADO
No vôlei sentado, podem competir homens e mulheres que possuam alguma deficiência física
ou relacionada à locomoção. São 6 jogadores em cadatime, divididos por uma rede de altura
diferente e em uma quadra menor do que na versão olímpica da modalidade. Os sets tem 25
pontos corridos e, o Tie-Break, 15. Ganha a partida a equipe que vencer três sets. A quadra
mede 10m de comprimento por 6m de largura. A altura da rede é de 1,15m no masculino e
1,05m no feminino. É permitido bloqueio de saque, mas os jogadores devem manter o contato
com o solo o tempo todo, exceto em deslocamentos. No Brasil, a modalidade é administrada
pela Confederação Brasileira de Voleibol para Deficientes (CBVD).

A representação verde e amarela estreou na disputa dos Jogos em Pequim 2008, apenas com a
Seleção masculina, que terminou a competição em 6º lugar. Em Londres 2012, o Brasil teve
representantes nos dois gêneros, com as Seleções (masculina e feminina) ficando em quinto
lugar. Entretanto, o melhor resultado brasileiro veio no Rio 2016, com a conquista do bronze
pela Seleção feminina.

DEFICIÊNCIA: Física e de locomoção

GÊNERO: Masculino e feminino

QUADRA: Mede 10m X 6m. A rede fica a 1,15m do chão no masculino, e a 1,05m no
feminino

REGRAS: Mesmas do vôlei olímpico (melhor de 5 sets). A exceção é que se pode bloquear o
saque

TIME: 6 Jogadores

De acordo com o grau de impacto nas funções na modalidade ocasionado pela sua deficiência,
os atletas são divididos em dois grupos: VS1 e VS2.

VS1: Deficiência Severa

VS2: Deficiência leve

TRIATLO

O triatlo vem crescendo desde 1989, ano da disputa do primeiro campeonato mundial da
28
modalidade, realizado em Avignon, na França. Recentemente, a modalidade estreou em Jogos
Paralímpicos, marcando presença no Rio 2016. A entidade responsável pelo esporte é a ITU
(União Internacional de Triatlo, na sigla em inglês). No Brasil, a modalidade é administrada
pela Confederação Brasileira de Triatlo (CBTri).

Nas disputas do triatlo, competem homens e mulheres. A prova engloba 750m de natação,
20km de ciclismo e 5km de corrida, e pode ser praticada por pessoas com variados tipos de
deficiência, como cadeirantes, amputados ou cegos.

DEFICIÊNCIA: Cadeirantes, amputados e cegos

PERCURSO: 750m natação, 20km de bike, 5km de corrida

GÊNERO: Feminino e masculino

A partir de 1º de janeiro de 2017, a União Internacional de Triathlon (ITU) adotou um novo


sistema de classificação. A modalidade conta com seis classes diferentes, cinco delas com
deficiências físico-motoras e paralisia cerebral e uma para deficientes visuais (parcial ou
total). O novo sistema é composto por um método de pontuação que leva em conta a
deficiência e mobilidade do atleta. O processo precisa ser feito por classificadores
homologados pela ITU.

PTWC; Cadeirantes competem na PTWC. Utilizam handcycle e cadeira de rodas para corrida.
A classe ainda é dividida nas subclasses PTWC1 (deficiências mais severas) e PTWC2
(menos severas).

PTS2, PTS3 PTS4 E PTS5: Atletas com deficiências físico-motoras e paralisia cerebral
andantes competem nestas classes, sendo a PTS2 para deficiências mais severas e PTS5 para
deficiências mais moderadas.

PTVI: Classe destinada a triatletas cegos. As subclasses seguem as definições da IBSA


(Federação Internacional de Esportes para Cegos), Ou seja, são divididos em PTVI1, PTVI2 e
PTVl3.

TIRO ESPORTIVO
o tiro esportivo é uma modalidade que exige concentração, técnica e prática. carabinas e
pistolas de ar são utilizadas nos eventos de 10 metros de distância. já nos 25 metros, é uma
pistola de perfuração (pólvora) que toma conta da disputa. carabinas de perfuração e pistolas
são as armas das provas de 50m.

a modalidade estreou nos jogos paralímpicos de 1976, em toronto, apenas com homens nas
disputas. quatro anos depois, em arnhem, na holanda, as mulheres entraram na disputa,
inclusive em provas mistas. em 1984 (stoke mandeville e nova york) e 1988 (seoul), as provas
mistas foram retiradas do programa, voltando apenas em 1992, em barcelona, substituindo a
prova feminina. quatro anos depois, em atlanta, os três tipos de disputas foram fixadas
novamente nos jogos.

29
a estreia brasileira ocorreu em 1976. a segunda aparição de brasileiros veio somente em
pequim 2008, após 32 anos fora do evento, com carlos garletti, que também disputou as
paralimpíadas de londres 2012 e do rio 2016. além de garletti, nos jogos do rio o brasil esteve
representado por mais três atletas - alexandre galgani, débora campos e geraldo rosenthal -,
porém, nenhum deles chegou ao pódio.

Deficiência física (membros superiores ou inferiores)

Armas carabina e pistola (nos jogos paralímpicos)

Gênero: masculino e feminino

Posições: em pé, deitada e ajoelhada

Distâncias: 10 a 50 metros

número de tiros: 20 a 120

tempo de prova: 1h a 2h30

a classificação dos atletas é feita de acordo com o equilíbrio, a mobilidade dos membros, a
força muscular e o grau de funcionalidade do tronco. atletas com diferentes tipos de
deficiência podem competir juntos. dependendo da classe, os atletas podem usar um suporte
para a arma. os atletas são divididos em duas classes: sh1 e sh2.

sh1: atiradores de pistola e de carabina que não requerem suporte para a arma

sh2: atiradores de carabina que não possuem habilidade para suportar o peso da arma com os
braços e precisam de suporte para a arma

TÊNIS EM CADEIRA DE RODAS


As semelhanças com o esporte convencional são muitas, mas existe a chamada regra dos dois
quiques, que determina que o atleta cadeirante precisa mandar a bola para o outro lado antes
que ela toque no chão pela terceira vez. As cadeiras utilizadas também são esportivas, com
rodas adaptadas para um melhor equilíbrio e mobilidade. Não há diferença em relação às
raquetes e às bolas. No brasil, a modalidade é administrada pela confederação brasileira de
tênis (cbtênis).

Deficiência: De locomoção

Gênero: Masculino e feminino

Provas: Simples e duplas na classe aberta; simples e duplas na classe quad

Regras: Segue quase todas as regras do olímpico. Diferença principal é que a bola pode quicar
duas vezes em quadra

Quadra: Segue os padrões olímpicos


30
O único requisito para que uma pessoa possa competir em cadeira de rodas é ter sido
medicamente diagnosticada com uma deficiência relacionada à locomoção, ou seja, deve ter
total ou substancial perda funcional de uma ou mais partes extremas do corpo. Se como
resultado dessa limitação funcional a pessoa for incapaz de participar de competições de tênis
convencionais (para pessoas sem deficiência física), deslocando-se na quadra com velocidade
adequada, estará credenciada para participar dos torneios de tênis para cadeirantes.

Open ou aberta: Atletas diagnosticados obrigatoriamente com alguma deficiência nos


membros inferiores

Quad ou tetra: Atletas com deficiência em três ou mais extremidades do corpo

TÊNIS DE MESA
O tênis de mesa começou a ser praticado por pessoas em cadeira de rodas e entrou para o
programa dos jogos paralímpicos de roma 1960. A primeira participação de jogadores em pé
aconteceu em toronto 1976, junto com a estreia do brasil na modalidade.

No tênis de mesa, participam atletas do sexo masculino e feminino com paralisia cerebral,
amputados e cadeirantes. As competições são divididas entre mesatenistas andantes e
cadeirantes, com jogos individuais, em duplas ou por equipes. As partidas consistem em uma
melhor de cinco sets, sendo que cada um deles é disputado até que um dos jogadores atinja 11
pontos. Em caso de empate em 10 a 10, vence quem primeiro abrir dois pontos de vantagem.
Em relação ao tênis de mesa convencional, existem apenas algumas diferenças nas regras,
como na hora do saque para a categoria cadeirante. No brasil, a modalidade é administrada
pela confederação brasileira de tênis de mesa (cbtm).

Até os jogos de pequim 2008, a única conquista brasileira na modalidade havia sido a prata da
dupla welder knaf e luiz algacir. No rio 2016, a seleção brasileira fez a melhor campanha de
sua história, com quatro medalhas. Israel stroh e bruna alexandre faturaram prata e bronze,
respectivamente, nas disputas individuais da competição. Ainda, o brasil levou mais dois
bronzes, nas disputas por equipes.

Deficiência: Físico-motora

Disputas: Individual, dupla ou por equipe

Gênero: Feminino e masculino

Partidas: 5 sets de 11 pontos

Regras: Para andantes, as regras são as mesmas do olímpico. Para os cadeirantes, o saque
difere

Os atletas são divididos em onze classes distintas. Mais uma vez, segue a lógica de que
quanto maior o número da classe, menor é o comprometimento físicomotor do atleta. A
classificação é realizada a partir da mensuração do alcance de movimentos de cada atleta, sua
força muscular, restrições locomotoras, equilíbrio na cadeira de rodas e a habilidade de
31
segurar a raquete.

São 11 classes:
Cinco (1, 2, 3, 4 e 5) para cadeirantes
Cinco Para andantes (6, 7, 8, 9 e 10)
Uma (11) para andantes deficientes intelectuais.

REFERÊNCIAS

HTTPS://WWW.CPB.ORG.BR

32

Você também pode gostar