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CAMPUS ARARAS
ARARAS-SP
2023
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1. INTRODUÇÃO
1.1 Contexto Histórico
Na segunda metade do século XVIII, marca-se o início de uma grande transição
no modo de vida de homens e mulheres, a chamada Primeira Revolução Industrial. O
que antes era exercido pelas atividades artesanais e de campo passam a ser
executados pelo grande empenho humano nas primeiras máquinas à vapor e suas
linhas de produção.
O desencadear dos anos permitiu novas relações de mão de obra com suas
atividades e, consequentemente, com as organizações, evidente no modelo fordista
de produção que, segundo Toni (2003, p. 247), as atividades exercidas pelos
trabalhadores articularam o desenvolvimento econômico e do Estado de Bem-Estar
social.
A mesma autora (p.248) ainda implica que na busca constante do lucro por parte
das corporações, houve a necessidade de reestruturar o modelo clássico de
produção, dando oportunidade a novos a exemplo do modelo japonês, o Sistema
Toyota de Produção, que em 1970, aproximadamente, referenciou as mudanças na
organização do trabalho e na gestão, da qual enaltece a palavra “flexibilidade”.
À medida que as exigências para os meios produtivos tornaram-se mais intensos
com a prerrogativa do aumento de capital e desenvolvimento corporativo, na década
de 1980, passa-se a considerar as discussões quanto as competências por parte dos
trabalhadores nas organizações.
Tendeu-se ao longo do tempo, portanto, considerar o caráter individual e os
aspectos emocionais como a capacidade de administrar situações adversas e não só
decidir sobre um regime corporativo por meio das qualidades técnicas, diz Guebur,
Poletto e Vieira (2007, p.78-79). Os autores evidenciam que
“a aptidão emocional é, pois, uma
metacapacidade que determina
até onde se pode usar bem
quaisquer outras aptidões que se
tenha”.
Os dias atuais e as constantes mudanças no mercado de trabalho, assim como as
relações humanas enaltecem a importância desta abordagem, pois parte como ponto
de partida para as tomadas de decisão na escolha de um candidato para o exercício
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1.2 Qualificação
De acordo com Rotta (2004, p. 67), o questionamento às empresas sobre o perfil
de mão de obra abre diversas discussões quanto suas diretrizes para a seleção de
um candidato. Considerando um ambiente informal das relações humanas, as
diferentes perspectivas individuais e coletivas sobre o tema denotam, em prática, que
não há um conceito fundamental para definir as qualificações e competências de um
candidato.
Aplicando a um ambiente formal e acadêmico, no entanto, pode-se dizer, conforme
Gorender (1997, p. 323) que a formação de equipes nas empresas remete a
integração à polivalência, ou seja, a capacidade de executar diversas atividades por
meio dos processos mecânicos e robóticos advindos do avanço tecnológico, o que
implica no aumento da demanda de candidatos aptos a exercerem tais funções. Além
disto, o autor afirma que também há aumento no empenho por parte das instituições
de treinarem os contratados, a fim de conservá-los e reduzir a rotatividade de
colaboradores.
Oriundo dos processos formativos, de escolaridade por meio de cursos
universitários e afins, a qualificação fundamenta-se na segmentação de suas
atividades em meio ao aprendizado. Diz-se, portanto, que um indivíduo é qualificado
quando há menção que o indique como capaz de realizar determinada atividade,
assim como diz Deluiz (2001, p. 12), que a qualificação em meio a experiência
profissional estava também vinculada aos cargos e salários dos colaboradores, e suas
respectivas carreiras em construção.
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1.3 Competência
De acordo com Deluiz (2001, p. 11), a competência e sua abordagem originam-se
em meio a crise no modelo taylorista/fordista no século passado, as mudanças no
processo de globalização, a flexibilização dos processos e as mudanças nas formas
de trabalho. Neste sentido, ainda confirma o autor (p.12) que o mercado passa a
visualizar não só as capacidades técnicas oriundas do processo formativo, mas
também das características individuais. Estas transformações vinculam-se a raiz do
âmbito educacional a partir das atividades escolares, de relacionamento e
comportamento em meio a sociedade, assim como a vida profissional passa a
incorporar o caráter social, fruto destas relações. Assim, a união dos aspectos
formativos com os empregados na prática forma o que passa a ser conhecido como
conhecimentos tácitos.
A obra “Objetivo Competência: por uma nova abordagem”, de Phillipe Zarafian
(2001), reflete as relações dos postos de trabalho ultrapassando a rigidez dos
conceitos de qualificação e apresentando a competência efetiva do trabalhador nas
atividades fruto das atribuições dadas pelo capitalismo no decorrer histórico.
Paralelo a isto, originam-se conceitos que norteiam esta didática. A sigla CHA
(competências, habilidades e atitudes) e as Hard & Soft Skills integram o ambiente e
apresentam sua importância, pois segundo Penhaki (2019, p. 8), auxiliam no
atendimento às demandas advindas da progressão da tecnologia, das mudanças
organizacionais e as transformações do mundo globalizado.
2. ESTUDO DE CASO
Referência e
elaboração do
questionário
Aplicação do
questionário em
diferentes empresas
Coleta e discussão
das respostas
obtidas
3. DISCUSSÃO DE RESULTADOS
As respostas obtidas por meio da aplicação do questionário apresentaram
algumas semelhanças no aspecto escrito quanto às definições e abordagem sobre
o tema. No entanto, houve alguns pontos levantados pelos entrevistados que
trazem discussões pertinentes e que abrem novas oportunidades de profundidade
a respeito do assunto.
Na primeira pergunta, apresentou-se por meio das respostas, as visões e
percepções sobre as qualificações e competências, bem como comparações e
diferenças quanto aos seus conceitos. Em suma, os entrevistados associaram e
pautaram que as definições se integram de modo a “caminharem juntos” já que
ambos apresentam características, no contexto, de estarem aptos a executar as
suas atividades. Conforme apresenta o entrevistado de iniciais M.M, que ocupa a
gestão como gerente de logística: “Para uma contratação, busca-se o equilíbrio
entre ambas considerando, porém, que a qualificação, dependendo da atividade
pode ser desenvolvida internamente”.
Vale salientar também que para a maioria, pelas experiências profissionais, as
competências estão vinculadas ao saber fazer, mesmo que não haja uma
formação que a torne apto a executá-lo. Entende-se, portanto, que as definições
apresentadas pelos entrevistados condizem com menção de Rotta (2004), que
implica que não há uma definição plena sobre a qualificação e competência de um
colaborador.
Em seguida verificou-se quais instrumentos e/ou técnicas são ou seriam
utilizadas pelos entrevistados no processo de recrutamento e seleção de novos
colaboradores, podendo assinalar mais de uma das alternativas dispostas. Os
resultados encontram-se no gráfico a seguir (Figura 6):
10
5 5
10%
40%
50%
seu interesse, buscando cada vez mais aperfeiçoar sua carreira profissional”. Já A.M
apresenta em sua visão, uma realidade de diversas organizações em que: “Não há
uma diretriz assertiva, apenas alocam o colaborador no setor e passam brevemente
o que deve ser feito. Não possui treinamento, os colaboradores precisam aprender na
raça”.
Demais respostas enaltecem, por meio das qualificações internas, o vínculo do
colaborador para a instituição que, consequentemente progredirá devido ao bom
exercício das funções dos profissionais treinados e possibilitará para quem trabalha,
sua capacitação.
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4. CONCLUSÃO
A primeira Revolução Industrial foi um marco nas relações humanas com os meios
de produção. A evolução e o desenvolvimento tecnológico transformaram as
interações de mão de obra aos instrumentos de operação e os exigiu maior
capacidade de realizá-las por meio de formações e especializações. Surge então, o
conceito de Qualificação como a menção de aptidão para a execução de atividades e
que, originalmente, muito integrou-se aos cargos e salários dos profissionais. A
introdução dos aspectos sociais, de caráter coletivo e individual, passa a impactar o
cotidiano sobretudo, nas relações humanas e nas tomadas de decisão. Competência,
portanto, integra as aptidões técnicas com as emocionais do ser humano. Logo, o
competente sabe administrar os desafios por meio do caráter formativo e pessoal.
Na prática, não tem-se uma definição clara sobre conceitos apresentados.
Entende-se por meio da vivência diária nas relações de trabalho que a qualificação
entende-se como o diplomado, mas que a competência não a exige, basta executar
bem suas atividades. Isso não descarta a importância que estas interações influem,
mas que empiricamente, não são associados da mesma forma que a academia.
Fomentar a discussão sobre assunto abre novas oportunidades e olhares que
acompanham as transformações sociais e no mundo do trabalho. O estudo de caso
empregado objetificou perceber as diferentes concepções do ponto de vista do
trabalhador sobre as qualificações e competências em posição do seu posto de
trabalho, das quais os resultados apresentaram congruência aos representados por
Rotta (2004), porém novas perspectivas podem ser assumidas como a avaliação por
faixa etária, demografia, entre outros.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
PENHAKI, Juliana R. Soft Skills na Indústria 4.0. 116 f. 2019. Dissertação (Mestrado
em Tecnologia e Sociedade) – Programa de Pós-Graduação em Tecnologia e
Sociedade, Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Curitiba, 2019.
SANTOS, Patrícia Fernanda dos; SIMON, Alexandre Tadeu. Uma avaliação sobre as
competências e habilidades do engenheiro de produção no ambiente
industrial. Gestão & Produção, São Carlos, ano 2018, v. 25, n. 2, p. 233-250, 25 fev.
2018.
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TONI, Mirian de. Dossiê. Visões sobre o trabalho em transformação. 9. Ed. Porto
Alegre [s. n], jan/jun 2003. 286 p.
ZARIFIAN, Philippe. Objetivo Competência: Por uma nova lógica. São Paulo: Atlas,
2001. 197 p. ISBN 8522428808.
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ANEXO 1
QUESTIONÁRIO
1). Qual sua visão em abordagem ao tema: Qualificação e competências? Quais comparações
podem ser feitas entre eles e qual a sua importância?
3). Preencha abaixo se tem ciência dos conceitos de Hard e Soft Skills e da Sigla "CHA". Em
caso positivo a algum ou a ambos, explicite um pouco sobre.
( ) Ciência dos conceitos de Hard e Soft Skills
( ) Ciência do conceito de CHA
( ) Não conheço
6). Qual a sua visão a respeito à qualificação por parte da empresa aos novos colaboradores?
Assinatura