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Professora Enfª Glecieli A.

Zanon
As principais emergências
Esquizofrenia:

A esquizofrenia é uma modalidade de emergência psiquiátrica


considerada bastante complexa.
Ela é caracterizada por uma alteração cerebral em que o paciente tem
muita dificuldade de fazer um correto julgamento sobre a realidade.
Ataque de pânico:

Em geral, acomete pacientes com sinais intensos de angústia quando


estão associados aos sintomas corporais. Os mais evidentes são
sudorese, taquicardia (coração acelerado), tremores nas mãos, falta de
ar e mal-estar.
Quando os sintomas aparecem juntos, o indivíduo entra em desespero
mediante a sensação de que terá morte súbita. Geralmente esses
indivíduos são encaminhados aos serviços de emergências médicas
alegando risco de infarto.
Delírio ou estado de confusão mental:

Conforme o nível da doença, os delírios podem deixar o indivíduo mais


sonolento ou agitado. No entanto, o ponto em comum é a grande
dificuldade de prestar atenção no que está se passando ao redor. Ele
perde a referência espacial e frequentemente surgem alucinações
severas.
Nesses episódios alucinantes, o paciente começa a ver e a sentir algo
que não existe. Torna-se agressivo e capaz de cometer quaisquer
atitudes insanas para “se defender” da ameaça que está sofrendo.
Esses delírios são mais expressivos em dependentes químicos,
principalmente durante as crises de abstinência.
Psicoses agudas:

Durante o surto psicótico, o paciente fica totalmente desorientado, fora


da realidade, e muitas vezes não sabe quem é e nem mesmo onde
está. Essa emergência psiquiátrica é considerada grave e requer
intervenção urgente, dada a possibilidade de o paciente se tornar
agressivo e atentar contra a própria vida.
Essas atitudes violentas ocorrem porque o indivíduo acredita que
alguém o persegue, tem a intenção de prejudicá-lo ou de matá-lo.
Tentativa de suicídio:

Indivíduos com desordens emocionais graves, provocadas por traumas


da infância ou experiências negativas em outras fases da vida,
problemas financeiros e questões afetivas não resolvidas compõem o
grupo de risco para o suicídio.
Para contornar os reflexos negativos dessa emergência psiquiátrica, os
familiares devem manter constante vigilância para perceber os sinais
que podem resultar nesse ato.
Quais são os sinais de perigo que indicam
risco de suicídio?
Os comportamentos suicidas estão relacionados a diversos critérios e
podem ocorrer de forma gradativa ou não.
A análise psiquiátrica sugere 5 componentes importantes no suicídio:
✓ Ideação suicida;
✓ Intenção;
✓ Plano prévio;
✓ Acesso a formas letais;
✓ Tentativas de se matar.
Tipos de Manejo
Manejo de agitação psicomotora
Iniciar o manejo da situação de agitação psicomotora por meio de
intervenções verbais, atitudinais e comportamentais sempre que
possível.

✓ Manter certa distância física do paciente;


✓ Evitar movimentos bruscos;
✓ Olhar diretamente para o paciente;
✓ Evitar fazer anotações;
✓ Apresentar-se e apresentar outros membros da equipe;
✓ Fala pausada, mas firme;
✓ Perguntas clara e diretas;
✓ Não fazer ameaças ou humilhações;
✓ Não confrontar;
✓ Colocar limites de maneira acolhedora;
✓ Não barganhar;
✓ Estimular o paciente a expressar seus sentimentos em palavras e
assegurar que pretende ajuda-lo a controlar os impulsos.
No caso de tentativas de manejo verbal
fracassadas, inicia tratamento farmacológico
(contenção química)
Se paciente cooperativo:

✓ Haloperidol (2,5 a 5 mg);


✓ Diazepam (10 mg);
✓ Haloperidol (2,5 a 5 mg) associado a Diazepam (10 mg);
✓ Risperidona (2 mg);
✓ Risperidona (2 mg) associada a Lorazepam (2 mg).
Se paciente não cooperativo:

✓ Intoxicação por estimulantes: Midazolam (5 a 7,5 mg), Diazepam (5


a 10 mg);

✓ Intoxicação por álcool ou outras substâncias psicoativas:


Haloperidol (2,5 a 5 mg) associado a Prometazina (25 mg)

✓ Transtornos psiquiátricos: Haloperidol (2,5 a 5 mg); Haloperidol (2,5


a 5 mg) associado a Prometazina (25 mg); Midazolam (5 a 7,5 mg);
Olanzapina (10 mg); Ziprazidona (10 mg)

✓ Gestantes: Haloperidol (2,5 a 5 mg)


Se necessário, realizar contenção física
ou mecânica
CONCEITO
Contenção Física: É o envolvimento de dois ou mais membros da equipe de
saúde, em contato direto com o cliente, com o propósito de imobilizá-lo sem
dispositivo de restrição mecânica.

Contenção Mecânica: É o ato de imobilizar o cliente no leito, onde se utiliza


dispositivo (faixas) para controlar os movimentos do cliente, contendo os
membros superiores, inferiores e tórax dependendo do grau de agitação.

Contenção Química: É a utilização de medicamentos com o intuito de sedar o


paciente.
Proteger o paciente com alterações do comportamento ou
consciência, contra lesões e traumas (quedas, contaminação de
cateteres, dispositivos, feridas, retirada de dispositivos usados no
tratamento, como sondas, drenos, cateteres, etc.) provocados por
ele.

Visar à integralidade física, psíquica e moral do paciente e dos


profissionais de saúde, que prestam assistência a esse paciente.
OBJETIVO
A contenção física ou mecânica tem finalidade terapêutica, imobilizar o cliente
contendo seus impulsos de agitação, no máximo de quatro horas, porém com
avaliação da equipe sobre a necessidade de permanecer contido.
E deve ser utilizada em situações de agitação psicomotora, agressividade
(para o cliente ou outros) e risco de queda.
CONSIDERANDO Que o cuidado prestado pela equipe de enfermagem deve
ser integral em conformidade com as diretrizes da Política de Humanização,
com ênfase na clínica ampliada e pautado no respeito aos direitos humanos e,
em especial, das pessoas com sofrimento e/ou transtorno mental e que fazem
uso de crack, álcool e outras drogas, bem como direitos já contemplados nas
políticas públicas, incluindo grupos específicos em vulnerabilidade, e
garantindo a continuidade da assistência;

RESOLUÇÃO COFEN Nº 599/2018


CONDIÇÕES NECESSÁRIAS
➢ A avaliação médica seguida da prescrição;

➢ Avaliar rigorosamente a necessidade da contenção;

➢ Apenas utilizará a contenção mecânica após avaliação criteriosa de risco


iminente de auto agressividade ou risco de queda;

➢ Abordar paciente de forma empática, clara e com segurança;

➢ Equipe de no mínimo cinco pessoas (paciente agressivo);

➢ Quatro faixas para conter membros superiores e Inferiores;


CONDIÇÕES NECESSÁRIAS
➢ Faixa de tórax se necessário;

➢ Informar o paciente e/ou acompanhante o motivo pelo qual

está sendo contido no leito, independente do estado psíquico que o paciente


esteja.
Atenção na Contenção

Considerando a resolução COFEN nº 311/2007


Que aprova o código de ética dos profissionais de enfermagem, em seu:

Artigo 12, seção I, - “assegurar ao cliente uma


assistência de enfermagem livre de dano...”,
No ato da Contenção
Todas as informações sobre a contenção deverão estar rigorosamente
registradas no prontuário:

➢ Quadro clínico e psíquico do paciente;

➢ Qual médico avaliou;

➢ Horário da contenção;

➢ Tipo de contenção;

➢ Preencher protocolo;
Após Contenção Observar
➢ Comportamento;

➢ Condições da contenção e pele;

➢ Perfusão periférica e sinais vitais;

➢ Eliminações Fisiológicas;

➢ Êmese;
Após Contenção Observar

➢ Convulsões;

➢ Alterações Cardiorrespiratórias;

➢ Asfixia;

➢ Atenção à alimentação e a ingesta hídrica do paciente;

➢ Monitorizar com Ficha de Contenção Mecânica;

➢ E REGISTRAR TODAS ESSAS INFORMAÇÔES NO PRONTUÀRIO.


TRANSPORTE DO PACIENTE
Considera-se o transporte seguro quando:

A equipe multidisciplinar responsável pelo paciente deve realizar um


planejamento para fazê-lo e como realizá-lo.

Se assegurando a integridade do paciente, evitando o agravamento de seu


quadro clínico.

www.portalcofen.gov.br
A remoção de Pacientes Psiquiátricos fica categorizada em:

Remoção Voluntária: quando o paciente está solicito em aceitar ajuda


para se tratar.

Remoção Involuntária (Compulsória): quando o paciente não aceita


ajuda, sendo este levado contra sua vontade para a instituição médica, pelo
qual receberá tratamento adequado ao problema pelo qual esta passando.

BRASIL. Ministério da Saúde. Gabinete do Ministro. Portaria 2.048/GM, de 5 de novembro de 2002.


É do nosso entendimento, ampliando a normatização da portaria do
Ministério da Saúde, que nas situações de transporte de paciente
psiquiátrico, a ambulância deverá ter o compartimento do condutor
separado de onde o paciente estiver sendo transportado, pelo
potencial risco de heteroagressividade física imprevisíveil por parte
do doente ao condutor. Consideramos também que esta unidade
móvel psiquiátrica deve ter a porta do local do paciente, trancada do
lado externo.

Conselho Regional de medicina Estado São Paulo 2018


Referências
AMARANTE, Paulo. Saúde mental e atenção psicossocial. Rio de Janeiro:
Fundação Oswaldo Cruz. 2.ed. (2008) Total: 28 exs.
Anderson IM, Haddad PM 2012
https://www.cremesp.org.br/
NUNES FILHO, Eustachio Portella; BUENO, João Romildo; NARDI, Antonio
Saúde mental e cidadania. São Paulo: Mandacaru. 2.ed. (1987) Total: 26 exs.
www.portalcofen.gov.br
RESOLUÇÃO COFEN Nº 599/2018

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