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Fatores de risco ou de saúde, são qualquer situação que aumenta a probabilidade de

ocorrência de uma doença ou que ponha em risco a saúde de um indivíduo. O termo


risco, para além do sentido de possibilidade tem o sentido de perigo.

Corrupção
Infelizmente, a corrupção está cada vez
mais presente no desporto. Esta que é a
atividade ilegal, antiética e imoral que
tenciona desvirtuar o resultado de uma
competição desportiva, ou qualquer um
dos seus elementos, com o objetivo de
ganhar algo material. O intuito desta
definição é proteger a integridade ética
da competição, preservando o fairplay
daquele que tentar lucrar com certo
resultado. Podemos até pensar que
este fenómeno é algo recente, contudo
a sua origem é algo antigo, e remonta a
antes de Cristo. O primeiro caso
documentado de corrupção no
desporto, ocorreu nos Jogos Olímpicos de 388 a. C., quando Eupolos de Tessália, um
lutador de punhos, ofereceu de forma indevida patrimónios aos seus adversários, para
que estes perdessem os seus combates contra ele. Mesmo após se descobrir o
esquema do lutador, o comité olímpico da época não lhe retirou o título olímpico, pois
existia uma regra que dizia “uma vez coroado campeão olímpico, não poderiam
destituir o atleta do seu título”.
O desporto propagou-se em todo o mundo, tanto para atletas como para os adeptos,
graças a valores como a emoção e a imprevisibilidade. Contudo nos dias de hoje, o
desporto tornou-se uma atividade lucrativa, não se tratando só uma atividade de
admiradores, mas sim uma fonte de renda, para atletas, árbitros, clubes e dirigentes
nas mais variadas modalidades. As modalidades que são mais afetadas por este tipo de
ilegalidades são o futebol, o ciclismo, o atletismo, o ténis ou o boxe. E por esse motivo,
o desporto é cada vez mais ameaçado pela corrupção.
Existem dois tipos de corrupção, a passiva e a ativa.
A corrupção passiva consiste em um agente desportivo que por sua conta, aceita ou
solicita, para si ou para terceiros, alguma vantagem patrimonial ou não, para alterar ou
falsear o resultado de uma competição desportiva, sendo punível com uma pena de
prisão de 1 a 5 anos. Como por exemplo, um árbitro receber um suborno de um
dirigente de um determinado clube, para que no decorrer da partida, este ajude essa
equipa com a “invenção” de um penalty ou uma expulsão.
A corrupção ativa é o contrário da passiva. Esta ocorre quando alguém dá ou promete
certas vantagens ao agente desportivo, com o mesmo objetivo de falsear o resultado
do jogo, sendo punível através de uma pena de até 3 anos de prisão ou através de uma
coima. Por exemplo, o dirigente do clube oferece algum valor monetário a um árbitro,
em troca de certos benefícios para a sua equipa.
Para além da corrupção, no desporto também existe o crime de tráfico de influências.
O que se pretende é proteger a verdade, lealdade e integridade da competição. Tal
como a corrupção, também o tráfico de influências possui dois tipos a passiva e a ativa.
A modalidade passiva acontece quando existe uma solicitação, para que alguém abuse
das suas influências, com o fim de obter uma qualquer decisão com o objetivo de
alterar o resultado de uma partida desportiva.
Já a modalidade ativa, verifica-se quando alguém com grande influência, promete a um
agente desportivo vantagens monetárias, para modificar o placar da partida.
A falta de ética na prática desportiva, relaciona-se muitas vezes com interesses,
principalmente políticos e económicos, de forma a alterar ou falsificar os resultados
desportivos.
A verdade desportiva possui várias formas de ser desrespeitadas entre elas:
Combinar ou manipular um resultado - As partes intervenientes têm sempre alguma
vantagem, quer seja desportiva ou financeira.
Decisões da arbitragem que não correspondem à realidade (intencionalmente ou
não) - Para além de ser um árbitro, este não deixa de ser um ser humano, que não é
perfeito e por esse motivo comete erros. Contudo, apenas as decisões
intencionalmente erradas, motivadas através de uma aliciação e suborno, devem ser
criminalizadas.
Atuação melhorada ou condicionada dos atletas - A atuação melhorada de jogadores
faz-se através de subornos financeiros ou através de substâncias químicas ilegais
(doping). A atuação condicionada é feita em troca de uma vantagem à parte da
competição ou por coação feita ao jogador.
Contudo, a corrupção desportiva por vezes também parte dos agentes desportivos,
como por exemplo por técnicos, árbitros, empresários, dirigentes ou pessoas coletivas.
Técnicos: orientador técnico, preparador físico, médico, massagista ou treinador e
respetivos adjuntos, a qualquer título, orienta praticantes desportivos no desempenho
da sua atividade.
Árbitros: quem aprecia, julga, observa, decide, ou avalia a aplicação das regras
disciplinares próprias de cada modalidade desportiva.
Empresários: aquele que representa, intermedia ou assiste, nas negociações de
contratos desportivos.
Dirigentes: representa uma pessoa coletiva desportiva, quem nela tiver autoridade
para exercer o controlo da atividade e o diretor desportivo.
Pessoas coletivas desportivas: clubes, sociedades e federações desportivas, ligas
profissionais, associações e clubes filiados neles.

Algumas das consequências da corrupção no desporto é a violência entre espectadores


e atletas, injustiça desportiva destruindo o desporto e lesões que por vezes levam à
morte no caso do desporto motorizado.
Como já foi referido, o primeiro caso documentado de corrupção ocorreu nos jogos
olímpicos de 388 a. C., contudo esta irregularidade tem aumentado em tempos mais
recentes. Casos de manipulações de resultados têm sido descobertos, por exemplo o
escândalo do Calciopoli.
Este foi um escândalo que abalou alguns dos
principais clubes italianos (Juventus, Milan,
Lázio e Fiorentina), em 2006, devido à
manipulação na temporada 2004-2005. Na
época, vários dirigentes destes e de outros
clubes envolvidos foram suspensos ou
banidos do futebol. Para além destas
punições aos dirigentes, também os clubes
sofreram consequências, a Lázio, Fiorentina
e Milan começaram a competição do ano
seguinte com pontos negativos, já a Juventus
despromovida para a segunda divisão,
começando ainda com 30 pontos a menos,
sendo depois diminuída para apenas menos
9 pontos. Para além disso, foram removidos
os títulos da Serie A Tim da Vecchia Signora
das épocas 2004-2005 e 2005-2006.
A escolha do local onde será realizado o
mundial de futebol de 2022, também
está rodeado de escândalos de
corrupção. Este é considerado o mundial
de futebol mais polémico de sempre
devido a vários fatores, entre eles a
escolha do Qatar como sede, ou melhor,
a forma como foi feita essa escolha.
Segundo o jornal americano, The New
York Times, foi efetuado um esquema
entre dirigentes da FIFA com o intuito de
subornar dezenas de federações de
futebol para votarem na candidatura do
Qatar, com o objetivo de aumentar as
suas riquezas e o seu poder.

O Qatar localiza-se na península Arábica, no Médio Oriente, e pela primeira vez o


Mundial será realizado nesta área do mundo. A FIFA teve de tomar a decisão de mudar
a competição de data de junho para novembro, pois o Qatar não possui sequer
condições climáticas adequadas, uma vez que no verão as temperaturas chegam aos
50 graus.

Escolheram um país que possui apenas 2 milhões de habitantes e que é um pouco


maior do que o distrito de Beja, tornando-se o menor país a receber esta competição.
Um país que tem como capital e cidade mais populosa Doha com 900 mil habitantes,
contrastando com a décima cidade mais populosa, que é uma pequena vila com cerca
de 3 a 4 mil habitantes. Com estes dados entendemos que apesar deste país aparentar
ser extremamente desenvolvido, esta informação não representa a verdade na maioria
do seu território. Por esse motivo, o governo decidiu que o mundial apenas se jogará
num raio de 70 km em volta de Doha.

Escolheram um país que não possui nenhuma tradição no futebol, quando foi
escolhido em 2010 a seleção qatari estava na posição 113 no ranking da FIFA, nunca
tendo se classificado para algum mundial.

A seleção do Qatar como sede do mundial aconteceu em 2010, na época Blatter era o
presidente da FIFA, que já admitiu que a escolha deste país foi um erro. Platini, um
ídolo francês no futebol, e presidente da UEFA na mesma data, foi detido por suspeitas
de corrupção em 2019.
Portugal também já foi afetado por vários casos de corrupção no desporto. Alguns dos
escândalos mais conhecidos são o “apito dourado” (esquema de manipulação de
resultados, que emergiu em 2004, envolvendo o Futebol Clube do Porto, o Boavista e a
União de Leiria); o “caso dos emails” e do “e-toupeira” envolvendo o Benfica e a
“operação Cashball” relacionada com o Sporting.

Contudo, a corrupção não acontece no futebol, existindo praticamente em todos os


desportos. Outro deles bastante abalado é o ciclismo. Um dos casos mais conhecidos
de corrupção nesta modalidade é o caso de Lance Armstrong. Este foi um ex-ciclista
americano, que venceu o Tour de France por 7 vezes. A sua carreira começou nos anos
noventa, começando a trabalhar com o italiano, Michele Ferrari, conhecido como o
“médico das drogas”, devido a estar fortemente ligado a casos de doping no ciclismo.
O norte-americano e o italiano criaram o maior esquema de corrupção na história da
modalidade, através de análises falsas efetuadas a Armstrong. No final, a UCI (união de
ciclistas internacional) descobriu o esquema, e o ciclista foi banido do desporto, sendo
retirados todos os títulos da Volta a França, a principal competição do ciclismo.

O que podemos fazer para combater a corrupção?


Intensificar os esforços para prevenir e
combater a corrupção no desporto;
aplicação de medidas legislativas e de
aplicação de leis adequadas; realização de
campanhas contra a corrupção. O comité
Olímpico português e o governo português
uniram-se para combater a corrupção no
desporto, criando assim a campanha “jogo
limpo contra a corrupção”.
Condições materiais e de equipamentos

Os materiais de treino que utilizamos e o equipamento que vestimos para praticar


desporto são essenciais, tendo um papel fundamental para atletas desde à iniciação à
competição de alto-rendimento.

A importância do local de treino, do material e das instalações desportivas:


O local de treino e o material para a prática desportiva, quando estão em mau estado
ou quando inadequados, podem colocar o atleta em risco de lesão. O piso do local é
extremamente importante, um relvado muito bonito e verde, mas com irregularidades
na superfície, podem originar lesões como entorses. O mesmo pode ocorrer num piso
com grande aderência, em certos pavilhões onde é praticado andebol, voleibol ou
basquetebol. Já no caso da corrida em pisos de alcatrão podem motivar lesões
microtraumáticas.

Clubes com relvados em más condições, correm o risco de ser impossibilitados, pela
liga, de treinar ou mesmo de jogar no seu próprio estádio. Estas ações já ocorreram
diversas vezes, como por exemplo em 2021, o Marítimo e o Belenenses SAD tiveram os
seus estádios interditados devido a estes motivos.

A importância do equipamento:
Os equipamentos utilizados pelos atletas durante o exercício podem ser responsáveis
por lesões se não forem adequados. O material deve ser adquirido pelas suas
características técnicas e não pelas suas propriedades estéticas, para além disso deve
ter um certo nível de qualidade e ser o específico para a modalidade a praticar. A
utilização de calções na prática da atividade física, num clima frio, pode propiciar a
ocorrência de lesões. De igual modo, a utilização de algum material de qualidade, mas
deteriorado pelo uso, pode originar danos ao praticante. Não nos podemos esquecer,
que todo o material possui um tempo útil de uso, e após esse tempo este perde as
suas capacidades, devendo ser substituído.
O avanço na tecnologia permite produzir materiais que facilitem o movimento
desportivo, diminuindo o risco a lesões. Sapatilhas adequadas para cada desporto e
para cada atleta ou diferentes tamanhos e estilos de bicicletas para cada competição e
percurso, são alguns exemplos como o avanço da técnica ajuda na prática desportiva.
Ao longo dos anos, as chuteiras evoluíram muito. Podemos comparar os equipamentos
de dois génios do futebol português, de épocas bem destintas, Eusébio e Cristiano
Ronaldo. Eusébio, jogador das épocas de 60 e 70, já Ronaldo das décadas de 10 e 20
do século XXI.
Em cinquenta anos a tecnologia e o futebol
evoluíram muito, não só na mudança de
materiais usados, mas também a nível de
técnicas. Pudemos reparar que as chuteiras
de Eusébio, apesar de serem mais leves do
que as das décadas passadas, continuam a
ser muito pesadas em relação às atuais, o
que tornava mais difíceis os movimentos e
os dribles, estas que eram de igual modo
mais grosseiras e principalmente feitas de
couro sintético. Já as chuteiras atuais podem
ser fabricadas de três matérias primas, fibras
de carbono, couro ou de material sintético.
Estas são mais leves do que nunca, cada vez
mais orientadas a aumentar a agilidade e o
equilíbrio do jogador, ajudando-o a efetuar
mais dribles e sprints.
As bolas do desporto também evoluíram muito. As primeiras bolas de futebol eram
feitas couro, fazendo com que estas fossem extremamente pesadas, e
consequentemente mais difíceis de rematar, principalmente quando chovia uma vez
que elas absorviam a chuva. A bola utilizada no primeiro mundial de futebol de 1930,
no Uruguai, era muito irregular e com costuras, o que tornava os remates muito
imprevisíveis. As bolas recentes são totalmente esféricas e com vários padrões, são
feitas de uma pele sintética (feita de poliuretano), estas podem ser costuradas à mão
ou coladas. A “redonda” possui várias camadas entre a cobertura e a câmara, que são
revestidas de poliéster ou de algodão. Sendo adequadas para todas as superfícies
naturais ou artificiais e em todos os climas.

Outro equipamento que teve uma grande evolução foi o capacete de ciclismo. Na
Volta ao Algarve de 1984, foi marcada pelo acidente mortal de Joaquim Agostinho,
considerado o melhor ciclista português de sempre. Este que se acidentou a apenas
300 metros da meta, pois um cão se atravessou no seu caminho, fazendo-o cair,
provocando-lhe um traumatismo craniano. Foi levado para o hospital de Faro, depois
sendo transferido para a CUF em Lisboa, contudo depois de 10 dias de coma veio a
óbito. Algum tempo depois, considerou-se que se Agostinho utiliza-se capacete as
consequências da queda poderiam ser menores.
Na época, praticamente todos os ciclistas
não utilizavam nada para proteger o
crânio, ou apenas utilizavam um chapéu
para o sol. Contudo, no dia após a
desistência de Joaquim Agostinho, muitos
eram aqueles que preferiram utilizar o
capacete, para evitar possíveis
consequências. Os capacetes da época
eram pequenos, pouco resistentes e feitos
de barras de plástico, protegendo pouco
os atletas.

Os capacetes atuais são maiores, feitos de esferovite e revestidos por plástico,


garantindo uma maior proteção. Estes também são leves, mais aerodinâmicos,
confortáveis e arejados, existindo vários tipos de capacetes para provas de estrada ou
de contra-relógio.

A importância das condições atmosféricas:


As condições atmosféricas podem provocar
lesões musculoesqueléticas. O frio pode
alterar a sensibilidade à dor, aumentando o
risco de lesão, principalmente em atividades
que necessitam movimentos e contrações
rápidas. Por outro lado, o calor e a humidade,
levam a um défice de hidratação orgânica com
a perda de qualidades elásticas do músculo. A
chuva, torna os pisos escorregadios ou
aderentes (se existir lama), podendo
condicionar o aparecimento de lesões.
Orientação do treino

A par das condições climatéricas, dos


materiais e das instalações, também a
orientação do treino é essencial para que não
ocorram lesões. Por esse motivo, existem
algumas sugestões:
Planificação: Um mau planeamento do treino
pode predispor um atleta a contrair uma
lesão. O aquecimento é fundamental para a
prevenção de lesões, na fase inicial do treino.
Esta programação deve ser executada por um
técnico com formação, que o adapta às
condições de cada atleta.
Exercícios técnicos: A execução dos exercícios dever ser aperfeiçoados ao longo do
tempo, sendo que corrigir a execução de cada praticante, uma das tarefas principais
do treinador. A repetição sucessiva de um gesto técnico mal-executado pode provocar
lesões e ter efeitos graves na harmonia corporal do atleta.
Avaliação física individual: Os atletas devem ser submetidos a uma avaliação
individual, para que consigam potenciar as suas capacidades motoras com o menor
gasto energético possível, através de trinos individuais.
Avaliação do estado de saúde: De igual modo, os atletas devem realizar uma avaliação
do seu estado de saúde, física e mental, bem como dos seus hábitos de nutrição. Esta é
considerada essencial para melhorar as capacidades e a saúde dos atletas.
Trabalho de base: Este trabalho é realizado nos escalões mais jovens, sendo muito
importante para que estes possam se desenvolver, ao longo dos anos, para que não
sejam afetados por lesões.
Exercícios de alongamento e aquecimento: Devem ser executados, preparados e
adaptados cuidadosamente a cada sessão de treino.

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