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Beatriz Henrique da Rocha

Lorraine Beatriz de Oliveira Teixeira


João Matheus Chagas Sousa

CARACTERIZAÇÃO DO ETANOL

Brasil
08 de novembro de 2023
Beatriz Henrique da Rocha
Lorraine Beatriz de Oliveira Teixeira
João Matheus Chagas Sousa

CARACTERIZAÇÃO DO ETANOL

Relatório entregue as responsáveis pela dis-


ciplina de Técnicas de Caracterização de Pe-
tróleo e Derivados, professora Jussara Lopes
de Miranda e professora Débora França de
Andrade, do programa de recursos humanos
da ANP(PRH 20.1), como requisito para ob-
tenção de nota

Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ


Instituto de Química
PRH 20.1

Brasil
08 de novembro de 2023
Sumário

1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
2 Objetivos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
3 Metodologia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
3.1 Densidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
3.2 Condutividade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
3.3 pH . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
4 Resultados e Discussões . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
4.1 Densidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
4.2 Condutividade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
4.3 pH . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
5 Conclusão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6

REFERÊNCIAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
1 INTRODUÇÃO
Devido as diversas desvantagens advindas do uso de combustíveis fosseis, como a
queima de gases do efeito estufa, assim com a crise do petróleo em 1970, a incorporação
do etanol na matriz energética se tornou cada vez mais efetiva como alternativa energética
a gasolina(MARTINS; MONTENEGRO; SUAREZ, 2015).
O etanol é produzido a partir da fermentação de açúcares por leveduras, que
convertem os açucares em álcool etílico e CO2, a principal matéria prima utilizada é a
cana de açúcar, mas também tem outras fontes vegetais, como milho, trigo e aveia. Além
disso o bagaço do resto usado na produção do etanol também serve de fonte para produzir
o etanol de segunda geração, que é um biocombustível avançado e sustentável, obtido por
processos de pré-tratamento e hidrólise (SANTOS et al., 2012).
A resolução ANP N° 907 dispõe das especificações do etanol combustível e suas
regras de comercialização em todo o território nacional. Algumas das principais caracterís-
ticas que apresentam adulteração em controle de qualidade incluem a massa específica, o
teor alcoólico, a condutividade elétrica e teor de metanol. A massa específica varia entre
805 e 811kg/m3, o teor alcoólico varia entre 92 e 94% em massa e o teor de metanol
apresenta um limite máximo de 0,5% em volume (MARTINS; MONTENEGRO; SUAREZ,
2015).
O etanol é miscível tanto e substâncias apolares quanto polares, o que facilita
a sua adulteração, principalmente pela adição de água em maior quantidade do que a
regulamentada, assim como a adição de metanol, que devido a semelhança estrutural com
o etanol se torna impossível de se detectar por análise de densidade, que é a aplicada
em postos de combustíveis. A adição em excesso de metanol provoca maiores riscos à
saúde e deficiência na qualidade do combustível, devido a sua alta toxicidade (MARTINS;
MONTENEGRO; SUAREZ, 2015).
Em postos de combustíveis o etanol é monitorado aplicando os testes de densidade
usando densímetros que indicam se o produto está ou não de acordo com as especificações,
principalmente para ter noção da água presente (OLIVEIRA; FILHO; AFONSO, 2013).

2 OBJETIVOS
Caracterizar duas amostras de etanol através das seguintes análises: medida da
densidade por densímetros manuais, condutividade e pH.

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3 METODOLOGIA
3.1 Densidade
De acordo com a Norma ABNT NBR 5992, determinou-se a densidade de duas
amostras de etanol (Labipetro: nº 1; LabCOM: nº 2) através de densímetros manuais.
Utilizando-se uma proveta de 1000 mL, adicionou-se a amostra de etanol. Em seguida,
imergiu-se o termômetro no centro da proveta, aguardou-se a estabilização e anotou-se a
temperatura de ensaio inicial.
Imergiu-se o densímetro de vidro na amostra, efetuando-se um leve movimento
giratório para que entre rapidamente em equilíbrio e flutue livremente sem tocar a parede
da proveta, evitando molhar a haste acima do nível provável de flutuação.
Atingida a posição de equilíbrio do densímetro, faz-se a leitura na escala ao nível de
interseção do plano da superfície livre do líquido com a haste, Figura 1. Anotou-se a massa
específica indicada pelo densímetro e a temperatura de ensaio final. Se a diferença entre a
temperatura inicial e final da amostra tiver sido superior a 0,5°C, repetiu-se o ensaio.

Figura 1 – Ponto de leitura da escala. Adaptado de (NBR 5992, 2016)

3.2 Condutividade
A condutividade elétrica foi medida para as duas amostras de etanol. A análise
foi feita com um condutivímetro. Transferiu-se um volume da amostra para um bequer
de forma a cobrir as placas de medição da célula de condutividade. Agitou-se levemente

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amostra para uniformizar a temperatura, cessando a agitação e esperando 2 min para
realizar a leitura de condutividade.

3.3 pH
O pH foi medido para as duas amostras de etanol. A análise foi feita com um
pHmetro de bancada. Transferiu-se um volume da amostra para um béquer de forma a
cobrir a junção do eletrodo. Posteriormente., introduziu-se o eletrodo no recipiente com a
amostra até a junção ficar coberta e agitou-se levemente. Aguardou-se cerca de 2 minutos
sem agitação pra a leitura do pH e anotou-se os valores.

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
4.1 Densidade
As densidades foram medidas por densímetros manuais. Como as temperaturas no
início e no final do ensaio não variaram mais do que 0,5°C, não foi necessário repetir o
procedimento. A Tabela 1 apresenta os resultados das temperaturas iniciais e finais, bem
como as densidades determinadas pelo densímetro e as densidades corrigidas através do
programa Tabelas Alcoolométricas para as duas amostras de etanol.
Conforme a Norma ABNT NBR 5992, a densidade do etanol deve estar dentro da
faixa de 0,805 a 0,811 g/mL. Portanto, como a amostra nº 1 apresentou densidades iguais
a 0,805 g/mL e 0,809 g/mL a 20°C, enquanto a amostra nº 2 apresentou densidade iguais a
0,804 g/mL e 0,810 g/mL a 20°C, as amostras estão dentro da conformidade. Isso confirma
que ambas as amostras de etanol atendem aos requisitos estabelecidos pela norma.

Tabela 1 – Dados de temperaturas e densidades determinados para as amostras de etanol.

Amostra nº 1 Amostra nº 2
Tinicial (ºC) 25,5 27,0
Tf inal (ºC) 25,5 27,0
Densidade(g/ mL ) 0,805 0,804
Densidade a 20°C(g/mL) 0,809 0,810

4.2 Condutividade
Antes da realização das medições de condutividade, realizou-se a calibração do
equipamento. Em seguida, obteve-se os resultados apresentados na Tabela 2. A amostra
nº1 apresentou uma condutividade menor (0,68 µS) do que a amostra nº 2 (0,86 µS).
No entanto, de acordo com a norma, as amostras de etanol podem apresentar uma

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condutividade de, no máximo, 300 µS. Isso indica que a capacidade de condução elétrica
pelo etanol é praticamente inexistente. Portanto, ambas as amostras de etanol estão em
conformidade com os requisitos da norma.

Tabela 2 – Dados de condutividade medidos para as amostras de etanol

Amostra nº 1 Amostra nº 2
Condutividade (µS) 0,68 0,86

4.3 pH
As medidas de pH foram conduzidas utilizando um pHmetro adequado para
amostras não aquosas. Os resultados obtidos são apresentados na Tabela 3. Tanto a
amostra nº 1 quanto a amostra nº 2 registraram um pH igual a 7,00. Conforme as diretrizes
da norma, o etanol deve apresentar um pH situado entre 6,00 e 8,00. Logo, ambas as
amostras de pH estão dentro das conformidades com os critérios estabelecidos pela norma,
uma vez que seus valores de pH se encontram dentro dessa faixa aceitável.

Tabela 3 – Dados de pH medidos para as amostras de etanol

Amostra nº 1 Amostra nº 2
Condutividade (µS) 7,00 7,00

5 CONCLUSÃO
Foi possível caracterizar as duas amostras de etanol fornecida de dois lugares
diferentes e avaliar se ambas estavam em conformidade, entendendo como as características
físico-químicas desse combustível pode influenciar no seu objetivo final.

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Referências

MARTINS, G. B.; MONTENEGRO, M. A.; SUAREZ, P. A. Kit colorimétrico para


detecção de metanol em etanol combustível para o monitoramento da qualidade de
combustíveis. Química Nova, SciELO Brasil, v. 38, p. 280–284, 2015. Citado na página 3.

NBR 5992. Etanol combustível – Determinação da massa específica e do teor alcoólico por
densímetro de vidro. [S.l.], 2016. ABNT. Citado na página 4.

OLIVEIRA, B. d. M.; FILHO, J. M. M.; AFONSO, J. C. A densidade e a evolução do


densímetro. Revista Brasileira de Ensino de Física, SciELO Brasil, v. 35, p. 1–10, 2013.
Citado na página 3.

SANTOS, F. A. et al. Potencial da palha de cana-de-açúcar para produção de etanol.


Química nova, SciELO Brasil, v. 35, p. 1004–1010, 2012. Citado na página 3.

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