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Polícia Militar do Estado do Espírito Santo

Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Espírito Santo

PM-ES/CBM-ES
Soldado Combatente (QPMP-C)
Soldado Combatente Bombeiro Militar (QPCBM)
Edital de Abertura N ° 04/2018, de Junho de 2018
Edital de Abertura N ° 03/2018 – CFO 2018/PMES, de 20 de Junho de 2018

JH078-2018
DADOS DA OBRA

Título da obra: Polícia Militar do Estado de Espírito Santo - PM-ES


Corpo de Bombeiros Militar do Estado de São Paulo - CBM-ES

Cargo: Soldado Combatente (QPMP-C)


Soldado Combatente Bombeiro Militar (QPCBM)

(Baseado no Edital de Abertura N ° 04/2018, de Junho de 2018 e


Edital de Abertura N ° 03/2018 – CFO 2018/PMES, de 20 de Junho de 2018)

• Língua Portuguesa
• Matemática
• Noções de Informática
• Conhecimentos Específicos

Gestão de Conteúdos
Emanuela Amaral de Souza

Diagramação/ Editoração Eletrônica


Elaine Cristina
Igor de Oliveira
Camila Lopes
Thais Regis

Produção Editoral
Suelen Domenica Pereira
Julia Antoneli

Capa
Joel Ferreira dos Santos
APRESENTAÇÃO

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SUMÁRIO

Língua Portuguesa

1. Compreensão, interpretação e inferências de textos. .......................................................................................................................... 83


2. Tipologia e Gêneros textuais. ......................................................................................................................................................................... 85
3. Variação Linguística. ........................................................................................................................................................................................101
4. O processo de comunicação e as funções da linguagem. ...............................................................................................................103
5. Relações semântico-lexicais, como metáfora, metonímia, antonímia, sinonímia, hiperonímia, hiponímia, reiteração,
comparação, redundância e outras. ...............................................................................................................................................................103
6. Norma ortográfica............................................................................................................................................................................................... 44
7. Morfossintaxe das classes de palavras: substantivo, adjetivo, artigo, pronome, advérbio, preposição, conjunção, inter-
jeição, numerais e os seus respectivos empregos. ..................................................................................................................................... 07
8. Verbo. ...................................................................................................................................................................................................................... 07
9. Concordância verbal e nominal. ................................................................................................................................................................... 52
10. Regência nominal e verbal. .......................................................................................................................................................................... 58
11. Coesão e Coerência textuais. ....................................................................................................................................................................... 86
Sintaxe: relações sintático-semânticas estabelecidas entre orações, períodos ou parágrafos (período simples e período
composto por coordenação e subordinação). ............................................................................................................................................. 63
12. Pontuação. .......................................................................................................................................................................................................... 50
13. Funções do “que” e do “se”. ......................................................................................................................................................................100
13.Fonética e Fonologia: som e fonema, encontros vocálicos e consonantais e dígrafos. ........................................................ 01
14. Formação de palavras...................................................................................................................................................................................... 04
Uso da Crase............................................................................................................................................................................................................... 71

Raciocínio Lógico e Matemático

1. Estruturas lógicas. .............................................................................................................................................................................................112


2. Lógica de argumentação. ................................................................................................................................................................................ 95
3. Diagramas lógicos. ...........................................................................................................................................................................................112
4. Teoria de conjuntos: conjuntos numéricos, números naturais, inteiros, racionais e reais. .................................................... 01
5. Relações, Equações de 1º e 2º graus, sistemas. ..................................................................................................................................... 23
6. Inequações do 1º e do 2º grau. .................................................................................................................................................................... 23
7. Funções do 1º grau e do 2º grau e sua representação gráfica. ....................................................................................................... 23
8. Matrizes e Determinantes. .............................................................................................................................................................................. 62
9. Sistemas Lineares. ............................................................................................................................................................................................... 95
10. Análise combinatória. ..................................................................................................................................................................................... 43
11. Geometria espacial. ......................................................................................................................................................................................... 48
12. Geometria de sólidos....................................................................................................................................................................................... 48

Noções de Informática
1. Informática: Conceitos e fundamentos básicos. ..................................................................................................................................... 01
2. Conhecimento e utilização dos principais softwares utilitários (compactadores de arquivos, chat, clientes de e-mails,
reprodutores de vídeo, visualizadores de imagem, antivírus). .............................................................................................................. 01
3. Identificação e manipulação de arquivos. ................................................................................................................................................ 01
4. Backup de arquivos. ........................................................................................................................................................................................... 64
5. Periféricos de computadores.......................................................................................................................................................................... 01
6. Ambientes operacionais: utilização dos sistemas operacionais Windows XP Profissional e Windows 7 e Windows
10. ....................................................................................................................................................................................................................01
7. Utilização dos editores de texto (Microsoft Word e Libreoffice Writer). ...................................................................................... 21
8. Utilização dos editores de planilhas (Microsoft Excel e Libreoffice Calc.). ................................................................................... 21
9. Utilização do Microsoft PowerPoint e Libreoffice Impress. ................................................................................................................ 21
10. Conceitos de tecnologias relacionadas à Internet e Intranet, busca e pesquisa na Web. ................................................... 55
11. Navegadores de internet: Mozilla Firefox, Google Chrome............................................................................................................. 55
SUMÁRIO

Conhecimentos Específicos

1. Leis nº 3196/1978 (estatuto);..................................................................................................................................................... 01


2. Decreto-Lei 1001/1969 (art. 1º ao 10);.................................................................................................................................... 20
3. Decreto Lei nº 1002/1969 (art. 7º ao 10);............................................................................................................................... 22
4. Decreto Estadual nº 254-R/2000 (RDME) – Art. 1º ao 132);.............................................................................................. 23
5. Constituição Federal de 1988: Artigo 5º – Capítulo I – Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos e Artigo
144 – Capítulo III – Da Segurança Pública, com suas alterações até a data de publicação do Edital; Defesa do Es-
tado e das instituições democráticas: segurança pública; organização da segurança pública; Ordem social....... 39
6. Declaração universal dos direitos humanos.......................................................................................................................... 92
LÍNGUA PORTUGUESA

Letra e Fonema.......................................................................................................................................................................................................... 01
Estrutura das Palavras............................................................................................................................................................................................. 04
Classes de Palavras e suas Flexões..................................................................................................................................................................... 07
Ortografia.................................................................................................................................................................................................................... 44
Acentuação................................................................................................................................................................................................................. 47
Pontuação.................................................................................................................................................................................................................... 50
Concordância Verbal e Nominal......................................................................................................................................................................... 52
Regência Verbal e Nominal................................................................................................................................................................................... 58
Frase, oração e período.......................................................................................................................................................................................... 63
Sintaxe da Oração e do Período......................................................................................................................................................................... 63
Termos da Oração.................................................................................................................................................................................................... 63
Coordenação e Subordinação............................................................................................................................................................................. 63
Crase.............................................................................................................................................................................................................................. 71
Colocação Pronominal............................................................................................................................................................................................ 74
Significado das Palavras......................................................................................................................................................................................... 76
Interpretação Textual............................................................................................................................................................................................... 83
Tipologia Textual....................................................................................................................................................................................................... 85
Gêneros Textuais....................................................................................................................................................................................................... 86
Coesão e Coerência................................................................................................................................................................................................. 86
Reescrita de textos/Equivalência de Estruturas............................................................................................................................................ 88
Estrutura Textual........................................................................................................................................................................................................ 90
Redação Oficial.......................................................................................................................................................................................................... 91
Funções do “que” e do “se”................................................................................................................................................................................100
Variação Linguística...............................................................................................................................................................................................101
O processo de comunicação e as funções da linguagem......................................................................................................................103
LÍNGUA PORTUGUESA

PROF. ZENAIDE AUXILIADORA PACHEGAS BRANCO

Graduada pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Adamantina. Especialista pela Universidade Estadual Paulista
– Unesp

LETRA E FONEMA

A palavra fonologia é formada pelos elementos gregos fono (“som, voz”) e log, logia (“estudo”, “conhecimento”). Significa
literalmente “estudo dos sons” ou “estudo dos sons da voz”. Fonologia é a parte da gramática que estuda os sons da lín-
gua quanto à sua função no sistema de comunicação linguística, quanto à sua organização e classificação. Cuida, também,
de aspectos relacionados à divisão silábica, à ortografia, à acentuação, bem como da forma correta de pronunciar certas
palavras. Lembrando que, cada indivíduo tem uma maneira própria de realizar estes sons no ato da fala. Particularidades na
pronúncia de cada falante são estudadas pela Fonética.
Na língua falada, as palavras se constituem de fonemas; na língua escrita, as palavras são reproduzidas por meio de
símbolos gráficos, chamados de letras ou grafemas. Dá-se o nome de fonema ao menor elemento sonoro capaz de esta-
belecer uma distinção de significado entre as palavras. Observe, nos exemplos a seguir, os fonemas que marcam a distinção
entre os pares de palavras:
amor – ator / morro – corro / vento - cento

Cada segmento sonoro se refere a um dado da língua portuguesa que está em sua memória: a imagem acústica que
você - como falante de português - guarda de cada um deles. É essa imagem acústica que constitui o fonema. Este forma
os significantes dos signos linguísticos. Geralmente, aparece representado entre barras: /m/, /b/, /a/, /v/, etc.

Fonema e Letra
- O fonema não deve ser confundido com a letra. Esta é a representação gráfica do fonema. Na palavra sapo, por
exemplo, a letra “s” representa o fonema /s/ (lê-se sê); já na palavra brasa, a letra “s” representa o fonema /z/ (lê-se zê).
- Às vezes, o mesmo fonema pode ser representado por mais de uma letra do alfabeto. É o caso do fonema /z/, que
pode ser representado pelas letras z, s, x: zebra, casamento, exílio.

- Em alguns casos, a mesma letra pode representar mais de um fonema. A letra “x”, por exemplo, pode representar:
- o fonema /sê/: texto
- o fonema /zê/: exibir
- o fonema /che/: enxame
- o grupo de sons /ks/: táxi

- O número de letras nem sempre coincide com o número de fonemas.


Tóxico = fonemas: /t/ó/k/s/i/c/o/ letras: t ó x i c o
1234567 12 3 45 6

Galho = fonemas: /g/a/lh/o/ letras: ga lho


1 2 3 4 12345

- As letras “m” e “n”, em determinadas palavras, não representam fonemas. Observe os exemplos: compra, conta. Nestas
palavras, “m” e “n” indicam a nasalização das vogais que as antecedem: /õ/. Veja ainda: nave: o /n/ é um fonema; dança: o
“n” não é um fonema; o fonema é /ã/, representado na escrita pelas letras “a” e “n”.

- A letra h, ao iniciar uma palavra, não representa fonema.


Hoje = fonemas: ho / j / e / letras: h o j e
1 2 3 1234

Classificação dos Fonemas


Os fonemas da língua portuguesa são classificados em:

1) Vogais
As vogais são os fonemas sonoros produzidos por uma corrente de ar que passa livremente pela boca. Em nossa língua,
desempenham o papel de núcleo das sílabas. Isso significa que em toda sílaba há, necessariamente, uma única vogal.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Na produção de vogais, a boca fica aberta ou entrea- 1) Ditongo


berta. As vogais podem ser:
É o encontro de uma vogal e uma semivogal (ou vice-
- Orais: quando o ar sai apenas pela boca: /a/, /e/, /i/, versa) numa mesma sílaba. Pode ser:
/o/, /u/. - Crescente: quando a semivogal vem antes da vogal:
sé-rie (i = semivogal, e = vogal)
- Nasais: quando o ar sai pela boca e pelas fossas na- - Decrescente: quando a vogal vem antes da semivo-
sais. gal: pai (a = vogal, i = semivogal)
/ã/: fã, canto, tampa - Oral: quando o ar sai apenas pela boca: pai
/ ẽ /: dente, tempero - Nasal: quando o ar sai pela boca e pelas fossas na-
/ ĩ/: lindo, mim sais: mãe
/õ/: bonde, tombo
/ ũ /: nunca, algum 2) Tritongo

- Átonas: pronunciadas com menor intensidade: até, É a sequência formada por uma semivogal, uma vo-
bola. gal e uma semivogal, sempre nesta ordem, numa só sílaba.
Pode ser oral ou nasal: Paraguai - Tritongo oral, quão - Tri-
- Tônicas: pronunciadas com maior intensidade: até, tongo nasal.
bola.
3) Hiato
Quanto ao timbre, as vogais podem ser:
- Abertas: pé, lata, pó É a sequência de duas vogais numa mesma palavra que
- Fechadas: mês, luta, amor pertencem a sílabas diferentes, uma vez que nunca há mais
- Reduzidas - Aparecem quase sempre no final das pa- de uma vogal numa mesma sílaba: saída (sa-í-da), poesia
lavras: dedo (“dedu”), ave (“avi”), gente (“genti”). (po-e-si-a).

2) Semivogais Encontros Consonantais

Os fonemas /i/ e /u/, algumas vezes, não são vogais. O agrupamento de duas ou mais consoantes, sem vo-
Aparecem apoiados em uma vogal, formando com ela uma gal intermediária, recebe o nome de encontro consonantal.
só emissão de voz (uma sílaba). Neste caso, estes fonemas Existem basicamente dois tipos:
são chamados de semivogais. A diferença fundamental en- 1-) os que resultam do contato consoante + “l” ou “r”
tre vogais e semivogais está no fato de que estas não de- e ocorrem numa mesma sílaba, como em: pe-dra, pla-no,
sempenham o papel de núcleo silábico. a-tle-ta, cri-se.
Observe a palavra papai. Ela é formada de duas sílabas: 2-) os que resultam do contato de duas consoantes
pa - pai. Na última sílaba, o fonema vocálico que se destaca pertencentes a sílabas diferentes: por-ta, rit-mo, lis-ta.
é o “a”. Ele é a vogal. O outro fonema vocálico “i” não é tão Há ainda grupos consonantais que surgem no início
forte quanto ele. É a semivogal. Outros exemplos: saudade, dos vocábulos; são, por isso, inseparáveis: pneu, gno-mo,
história, série. psi-có-lo-go.

3) Consoantes Dígrafos

Para a produção das consoantes, a corrente de ar expi- De maneira geral, cada fonema é representado, na es-
rada pelos pulmões encontra obstáculos ao passar pela ca- crita, por apenas uma letra: lixo - Possui quatro fonemas e
vidade bucal, fazendo com que as consoantes sejam verda- quatro letras.
deiros “ruídos”, incapazes de atuar como núcleos silábicos.
Seu nome provém justamente desse fato, pois, em portu- Há, no entanto, fonemas que são representados, na es-
guês, sempre consoam (“soam com”) as vogais. Exemplos: crita, por duas letras: bicho - Possui quatro fonemas e cinco
/b/, /t/, /d/, /v/, /l/, /m/, etc. letras.

Encontros Vocálicos Na palavra acima, para representar o fonema /xe/ fo-


ram utilizadas duas letras: o “c” e o “h”.
Os encontros vocálicos são agrupamentos de vogais e Assim, o dígrafo ocorre quando duas letras são usadas
semivogais, sem consoantes intermediárias. É importante para representar um único fonema (di = dois + grafo = le-
reconhecê-los para dividir corretamente os vocábulos em tra). Em nossa língua, há um número razoável de dígrafos
sílabas. Existem três tipos de encontros: o ditongo, o triton- que convém conhecer. Podemos agrupá-los em dois tipos:
go e o hiato. consonantais e vocálicos.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Dígrafos Consonantais

Letras Fonemas Exemplos


lh /lhe/ telhado
nh /nhe/ marinheiro
ch /xe/ chave
rr /re/ (no interior da palavra) carro
ss /se/ (no interior da palavra) passo
qu /k/ (qu seguido de e e i) queijo, quiabo
gu /g/ ( gu seguido de e e i) guerra, guia
sc /se/ crescer
sç /se/ desço
xc /se/ exceção

Dígrafos Vocálicos

Registram-se na representação das vogais nasais:

Fonemas Letras Exemplos


/ã/ am tampa
an canto
/ẽ/ em templo
en lenda
/ĩ/ im limpo
in lindo
õ/ om tombo
on tonto
/ũ/ um chumbo
un corcunda

* Observação: “gu” e “qu” são dígrafos somente quando seguidos de “e” ou “i”, representam os fonemas /g/ e /k/:
guitarra, aquilo. Nestes casos, a letra “u” não corresponde a nenhum fonema. Em algumas palavras, no entanto, o “u” repre-
senta um fonema - semivogal ou vogal - (aguentar, linguiça, aquífero...). Aqui, “gu” e “qu” não são dígrafos. Também não há
dígrafos quando são seguidos de “a” ou “o” (quase, averiguo) .
** Dica: Conseguimos ouvir o som da letra “u” também, por isso não há dígrafo! Veja outros exemplos: Água = /agua/ nós
pronunciamos a letra “u”, ou então teríamos /aga/. Temos, em “água”, 4 letras e 4 fonemas. Já em guitarra = /gitara/ - não
pronunciamos o “u”, então temos dígrafo [aliás, dois dígrafos: “gu” e “rr”]. Portanto: 8 letras e 6 fonemas).

Dífonos

Assim como existem duas letras que representam um só fonema (os dígrafos), existem letras que representam dois
fonemas. Sim! É o caso de “fixo”, por exemplo, em que o “x” representa o fonema /ks/; táxi e crucifixo também são exemplos
de dífonos. Quando uma letra representa dois fonemas temos um caso de dífono.

Fontes de pesquisa:
http://www.soportugues.com.br/secoes/fono/fono1.php
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sacconi. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Português: novas palavras: literatura, gramática, redação / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
Saraiva, 2010.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Questões
ESTRUTURA DAS PALAVRAS
1-) (PREFEITURA DE PINHAIS/PR – INTÉRPRETE DE LI-
BRAS – FAFIPA/2014) Em todas as palavras a seguir há um
dígrafo, EXCETO em
(A) prazo. As palavras podem ser analisadas sob o ponto de vista
(B) cantor. de sua estrutura significativa. Para isso, nós as dividimos
(C) trabalho. em seus menores elementos (partes) possuidores de sen-
(D) professor. tido. A palavra inexplicável, por exemplo, é constituída por
três elementos significativos:
1-)
(A) prazo – “pr” é encontro consonantal In = elemento indicador de negação
(B) cantor – “an” é dígrafo Explic – elemento que contém o significado básico da
(C) trabalho – “tr” encontro consonantal / “lh” é dígrafo palavra
(D) professor – “pr” encontro consonantal q “ss” é dí- Ável = elemento indicador de possibilidade
grafo
RESPOSTA: “A”. Estes elementos formadores da palavra recebem o
nome de morfemas. Através da união das informações
2-) (PREFEITURA DE PINHAIS/PR – INTÉRPRETE DE LI- contidas nos três morfemas de inexplicável, pode-se en-
BRAS – FAFIPA/2014) Assinale a alternativa em que os itens tender o significado pleno dessa palavra: “aquilo que não
destacados possuem o mesmo fonema consonantal em to- tem possibilidade de ser explicado, que não é possível tornar
das as palavras da sequência. claro”.
(A) Externo – precisa – som – usuário.
MORFEMAS = são as menores unidades significativas
(B) Gente – segurança – adjunto – Japão.
que, reunidas, formam as palavras, dando-lhes sentido.
(C) Chefe – caixas – deixo – exatamente.
(D) Cozinha – pesada – lesão – exemplo.
Classificação dos morfemas:
2-) Coloquei entre barras ( / / ) o fonema representado
Radical, lexema ou semantema – é o elemento por-
pela letra destacada:
tador de significado. É através do radical que podemos for-
(A) Externo /s/ – precisa /s/ – som /s/ – usuário /z/
mar outras palavras comuns a um grupo de palavras da
(B) Gente /j/ – segurança /g/ – adjunto /j/ – Japão /j/ mesma família. Exemplo: pequeno, pequenininho, pequenez.
(C) Chefe /x/ – caixas /x/ – deixo /x/ – exatamente O conjunto de palavras que se agrupam em torno de um
/z/ mesmo radical denomina-se família de palavras.
(D) cozinha /z/ – pesada /z/ – lesão /z/– exemplo /z/
RESPOSTA: “D”. Afixos – elementos que se juntam ao radical antes (os
prefixos) ou depois (sufixos) dele. Exemplo: beleza (sufi-
3-) (CORPO DE BOMBEIROS MILITAR/PI – CURSO DE xo), prever (prefixo), infiel.
FORMAÇÃO DE SOLDADOS – UESPI/2014) “Seja Sangue
Bom!” Na sílaba final da palavra “sangue”, encontramos Desinências - Quando se conjuga o verbo amar, ob-
duas letras representando um único fonema. Esse fenôme- têm-se formas como amava, amavas, amava, amávamos,
no também está presente em: amáveis, amavam. Estas modificações ocorrem à medida
A) cartola. que o verbo vai sendo flexionado em número (singular e
B) problema. plural) e pessoa (primeira, segunda ou terceira). Também
C) guaraná. ocorrem se modificarmos o tempo e o modo do verbo
D) água. (amava, amara, amasse, por exemplo). Assim, podemos
E) nascimento. concluir que existem morfemas que indicam as flexões das
palavras. Estes morfemas sempre surgem no fim das pala-
3-) Duas letras representando um único fonema = dí- vras variáveis e recebem o nome de desinências. Há desi-
grafo nências nominais e desinências verbais.
A) cartola = não há dígrafo
B) problema = não há dígrafo • Desinências nominais: indicam o gênero e o número
C) guaraná = não há dígrafo (você ouve o som do “u”) dos nomes. Para a indicação de gênero, o português cos-
D) água = não há dígrafo (você ouve o som do “u”) tuma opor as desinências -o/-a: garoto/garota; menino/
E) nascimento = dígrafo: sc menina. Para a indicação de número, costuma-se utilizar
RESPOSTA: “E”. o morfema –s, que indica o plural em oposição à ausência
de morfema, que indica o singular: garoto/garotos; garota/
garotas; menino/meninos; menina/meninas. No caso dos
nomes terminados em –r e –z, a desinência de plural assu-
me a forma -es: mar/mares; revólver/revólveres; cruz/cruzes.

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LÍNGUA PORTUGUESA

• Desinências verbais: em nossa língua, as desinências Palavras primitivas: aquelas que, na língua portugue-
verbais pertencem a dois tipos distintos. Há desinências sa, não provêm de outra palavra: pedra, flor.
que indicam o modo e o tempo (desinências modo-tem-
porais) e outras que indicam o número e a pessoa dos ver- Palavras derivadas: aquelas que, na língua portugue-
bos (desinência número-pessoais): sa, provêm de outra palavra: pedreiro, floricultura.

cant-á-va-mos: Palavras simples: aquelas que possuem um só radical:


cant: radical / -á-: vogal temática / -va-: desinência mo- azeite, cavalo.
do-temporal (caracteriza o pretérito imperfeito do indicati-
vo) / -mos: desinência número-pessoal (caracteriza a primei- Palavras compostas: aquelas que possuem mais de
ra pessoa do plural) um radical: couve-flor, planalto.
* As palavras compostas podem ou não ter seus ele-
cant-á-sse-is: mentos ligados por hífen.
cant: radical / -á-: vogal temática / -sse-:desinência mo-
do-temporal (caracteriza o pretérito imperfeito do subjunti- Processos de Formação de Palavras
vo) / -is: desinência número-pessoal (caracteriza a segunda
pessoa do plural) Na Língua Portuguesa há muitos processos de forma-
ção de palavras. Entre eles, os mais comuns são a derivação,
Vogal temática a composição, a onomatopeia, a abreviação e o hibridismo.
Entre o radical cant- e as desinências verbais, surge Derivação por Acréscimo de Afixos
sempre o morfema –a. Este morfema, que liga o radical
às desinências, é chamado de vogal temática. Sua função É o processo pelo qual se obtêm palavras novas (deri-
é ligar-se ao radical, constituindo o chamado tema. É ao vadas) pela anexação de afixos à palavra primitiva. A deri-
tema (radical + vogal temática) que se acrescentam as de- vação pode ser: prefixal, sufixal e parassintética.
sinências. Tanto os verbos como os nomes apresentam vo-
gais temáticas. No caso dos verbos, a vogal temática indica
Prefixal (ou prefixação): a palavra nova é obtida por
as conjugações: -a (da 1.ª conjugação = cantar), -e (da 2.ª
acréscimo de prefixo.
conjugação = escrever) e –i (3.ªconjugação = partir).
In feliz des leal
• Vogais temáticas nominais: São -a, -e, e -o, quando
Prefixo radical prefixo radical
átonas finais, como em mesa, artista, perda, escola, base,
combate. Nestes casos, não poderíamos pensar que essas
terminações são desinências indicadoras de gênero, pois Sufixal (ou sufixação): a palavra nova é obtida por
mesa e escola, por exemplo, não sofrem esse tipo de flexão. acréscimo de sufixo.
A estas vogais temáticas se liga a desinência indicadora
de plural: mesa-s, escola-s, perda-s. Os nomes terminados Feliz mente leal dade
em vogais tônicas (sofá, café, cipó, caqui, por exemplo) não Radical sufixo radical sufixo
apresentam vogal temática.
Parassintética: a palavra nova é obtida pelo acréscimo
• Vogais temáticas verbais: São -a, -e e -i, que ca- simultâneo de prefixo e sufixo. Por parassíntese formam-
racterizam três grupos de verbos a que se dá o nome de se principalmente verbos.
conjugações. Assim, os verbos cuja vogal temática é -a per-
tencem à primeira conjugação; aqueles cuja vogal temática En trist ecer
é -e pertencem à segunda conjugação e os que têm vogal Prefixo radical sufixo
temática -i pertencem à terceira conjugação.
Em tard ecer
Interfixos prefixo radical sufixo

São os elementos (vogais ou consoantes) que se in- Outros Tipos de Derivação


tercalam entre o radical e o sufixo, para facilitar ou mes-
mo possibilitar a leitura de uma determinada palavra. Por Há dois casos em que a palavra derivada é formada
exemplo: sem que haja a presença de afixos. São eles: a derivação
Vogais: frutífero, gasômetro, carnívoro. regressiva e a derivação imprópria.
Consoantes: cafezal, sonolento, friorento.
Derivação regressiva: a palavra nova é obtida por re-
Formação das Palavras dução da palavra primitiva. Ocorre, sobretudo, na formação
de substantivos derivados de verbos.
Há em Português palavras primitivas, palavras deriva- janta (substantivo) - deriva de jantar (verbo) / pesca
das, palavras simples, palavras compostas. (substantivo) – deriva de pescar (verbo)

5
LÍNGUA PORTUGUESA

Derivação imprópria: a palavra nova (derivada) é ob- Fontes de pesquisa:


tida pela mudança de categoria gramatical da palavra pri-
mitiva. Não ocorre, pois, alteração na forma, mas somente http://www.brasilescola.com/gramatica/estrutura-e-
na classe gramatical. formacao-de-palavras-i.htm
Não entendi o porquê da briga. (o substantivo “porquê” SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
deriva da conjunção porque) coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Seu olhar me fascina! (olhar aqui é substantivo, deriva Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Cere-
do verbo olhar). ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
Saraiva, 2010.
** Dica: A derivação regressiva “mexe” na estrutura da Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
palavra e geralmente transforma verbos em substantivos: ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
caça = deriva de caçar, saque = deriva de sacar.
A derivação imprópria não “mexe” com a palavra,
apenas faz com que ela pertença a uma classe gramatical Questões sobre Estrutura das Palavras
“imprópria” da qual ela realmente, ou melhor, costumeira-
mente faz parte. A alteração acontece devido à presença de 1-) (RIOPREVIDÊNCIA – ESPECIALISTA EM PREVIDÊN-
outros termos, como artigos, por exemplo: CIA SOCIAL – CEPERJ/2014) A palavra “infraestrutura” é for-
O verde das matas! (o adjetivo “verde” passou a fun- mada pelo seguinte processo:
cionar como substantivo devido à presença do artigo “o”) A) sufixação
Composição B) prefixação
C) parassíntese
Haverá composição quando se juntarem dois ou mais D) justaposição
radicais para formar uma nova palavra. Há dois tipos de E) aglutinação
composição: justaposição e aglutinação.
1-) Infra = prefixo + estrutura – temos a junção de um
Justaposição: ocorre quando os elementos que for- prefixo com um radical, portanto: derivação prefixal (ou
mam o composto são postos lado a lado, ou seja, justapos-
prefixação).
tos: para-raios, corre-corre, guarda-roupa, segunda-feira,
girassol.
RESPOSTA: “B”.
Composição por aglutinação: ocorre quando os ele-
mentos que formam o composto aglutinam-se e pelo me-
2-) (SECRETARIA DE ESTADO DE DEFESA SOCIAL/MG –
nos um deles perde sua integridade sonora: aguardente
AGENTE DE SEGURANÇA SOCIOEDUCATIVO – IBFC/2014)
(água + ardente), planalto (plano + alto), pernalta (perna +
alta), vinagre (vinho + acre). O vocábulo “entristecido”, presente na terceira estrofe, é
um exemplo de:
Outros processos de formação de palavras: a) palavra composta
b) palavra primitiva
Onomatopeia – é a palavra que procura reproduzir c) palavra derivada
certos sons ou ruídos: reco-reco, tique-taque, fom-fom. d) neologismo

Abreviação – é a redução de palavras até o limite per- 2-) en + triste + ido (com consoante de ligação “c”) =
mitido pela compreensão: moto (motocicleta), pneu (pneu- ao radical “triste” foram acrescidos o prefixo “en” e o sufixo
mático), metrô (metropolitano), foto (fotografia). “ido”, ou seja, “entristecido” é palavra derivada do processo
de formação de palavras chamado de: prefixação e sufixa-
* Observação: ção. Para o exercício, basta “derivada”!
- Abreviatura: é a redução na grafia de certas palavras,
limitando-as quase sempre à letra inicial ou às letras ini- RESPOSTA: “C”.
ciais: p. ou pág. (para página), sr. (para senhor).
- Sigla: é um caso especial de abreviatura, na qual se
reduzem locuções substantivas próprias às suas letras ini-
ciais (são as siglas puras) ou sílabas iniciais (siglas impuras),
que se grafam de duas formas: IBGE, MEC (siglas puras);
DETRAN ou Detran, PETROBRAS ou Petrobras (siglas impu-
ras).
- Hibridismo: é a palavra formada com elementos
oriundos de línguas diferentes.
automóvel (auto: grego; móvel: latim)
sociologia (socio: latim; logia: grego)
sambódromo (samba: dialeto africano; dromo: grego)

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LÍNGUA PORTUGUESA

de lago lacustre
CLASSES DE PALAVRAS E SUAS FLEXÕES
de leão leonino
de lebre leporino
de lua lunar ou selênico
Adjetivo é a palavra que expressa uma qualidade ou
característica do ser e se relaciona com o substantivo, con- de madeira lígneo
cordando com este em gênero e número. de mestre magistral
de ouro áureo
As praias brasileiras estão poluídas.
de paixão passional
Praias = substantivo; brasileiras/poluídas = adjetivos de pâncreas pancreático
(plural e feminino, pois concordam com “praias”).
de porco suíno ou porcino
Locução adjetiva dos quadris ciático
de rio fluvial
Locução = reunião de palavras. Sempre que são ne-
cessárias duas ou mais palavras para falar sobre a mesma de sonho onírico
coisa, tem-se uma locução. Às vezes, uma preposição + de velho senil
substantivo tem o mesmo valor de um adjetivo: é a Locu- de vento eólico
ção Adjetiva (expressão que equivale a um adjetivo). Por
exemplo: aves da noite (aves noturnas), paixão sem freio de vidro vítreo ou hialino
(paixão desenfreada). de virilha inguinal
de visão óptico ou ótico
Observe outros exemplos:
* Observação: nem toda locução adjetiva possui um
de águia aquilino adjetivo correspondente, com o mesmo significado. Por
de aluno discente exemplo: Vi as alunas da 5ª série. / O muro de tijolos caiu.
de anjo angelical Morfossintaxe do Adjetivo (Função Sintática):
de ano anual
de aranha aracnídeo O adjetivo exerce sempre funções sintáticas (função
dentro de uma oração) relativas aos substantivos, atuando
de boi bovino como adjunto adnominal ou como predicativo (do sujeito
de cabelo capilar ou do objeto).
de cabra caprino
Adjetivo Pátrio (ou gentílico)
de campo campestre ou rural
de chuva pluvial Indica a nacionalidade ou o lugar de origem do ser.
Observe alguns deles:
de criança pueril
de dedo digital Estados e cidades brasileiras:
de estômago estomacal ou gástrico
de falcão falconídeo Alagoas alagoano
de farinha farináceo Amapá amapaense
de fera ferino Aracaju aracajuano ou aracajuense
de ferro férreo Amazonas amazonense ou baré
de fogo ígneo Belo Horizonte belo-horizontino
de garganta gutural Brasília brasiliense
de gelo glacial Cabo Frio cabo-friense
de guerra bélico Campinas campineiro ou campinense
de homem viril ou humano
de ilha insular
de inverno hibernal ou invernal

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LÍNGUA PORTUGUESA

Adjetivo Pátrio Composto

Na formação do adjetivo pátrio composto, o primeiro elemento aparece na forma reduzida e, normalmente, erudita.
Observe alguns exemplos:

África afro- / Cultura afro-americana


Alemanha germano- ou teuto-/Competições teuto-inglesas
América américo- / Companhia américo-africana
Bélgica belgo- / Acampamentos belgo-franceses
China sino- / Acordos sino-japoneses
Espanha hispano- / Mercado hispano-português
Europa euro- / Negociações euro-americanas
França franco- ou galo- / Reuniões franco-italianas
Grécia greco- / Filmes greco-romanos
Inglaterra anglo- / Letras anglo-portuguesas
Itália ítalo- / Sociedade ítalo-portuguesa
Japão nipo- / Associações nipo-brasileiras
Portugal luso- / Acordos luso-brasileiros

Flexão dos adjetivos

O adjetivo varia em gênero, número e grau.

Gênero dos Adjetivos

Os adjetivos concordam com o substantivo a que se referem (masculino e feminino). De forma semelhante aos subs-
tantivos, classificam-se em:

Biformes - têm duas formas, sendo uma para o masculino e outra para o feminino: ativo e ativa, mau e má.
Se o adjetivo é composto e biforme, ele flexiona no feminino somente o último elemento: o moço norte-americano, a
moça norte-americana.

* Exceção: surdo-mudo e surda-muda.

Uniformes - têm uma só forma tanto para o masculino como para o feminino: homem feliz e mulher feliz.
Se o adjetivo é composto e uniforme, fica invariável no feminino: conflito político-social e desavença político-social.

Número dos Adjetivos

Plural dos adjetivos simples

Os adjetivos simples se flexionam no plural de acordo com as regras estabelecidas para a flexão numérica dos substan-
tivos simples: mau e maus, feliz e felizes, ruim e ruins, boa e boas.
Caso o adjetivo seja uma palavra que também exerça função de substantivo, ficará invariável, ou seja, se a palavra que
estiver qualificando um elemento for, originalmente, um substantivo, ela manterá sua forma primitiva. Exemplo: a palavra
cinza é, originalmente, um substantivo; porém, se estiver qualificando um elemento, funcionará como adjetivo. Ficará, en-
tão, invariável. Logo: camisas cinza, ternos cinza.

Veja outros exemplos:


Motos vinho (mas: motos verdes)
Paredes musgo (mas: paredes brancas).
Comícios monstro (mas: comícios grandiosos).

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LÍNGUA PORTUGUESA

Adjetivo Composto Observe que:


a) As formas menor e pior são comparativos de supe-
É aquele formado por dois ou mais elementos. Nor- rioridade, pois equivalem a mais pequeno e mais mau, res-
malmente, esses elementos são ligados por hífen. Apenas pectivamente.
o último elemento concorda com o substantivo a que se b) Bom, mau, grande e pequeno têm formas sintéticas
refere; os demais ficam na forma masculina, singular. Caso (melhor, pior, maior e menor), porém, em comparações fei-
um dos elementos que formam o adjetivo composto seja tas entre duas qualidades de um mesmo elemento, deve-se
um substantivo adjetivado, todo o adjetivo composto ficará usar as formas analíticas mais bom, mais mau,mais grande
invariável. Por exemplo: a palavra “rosa” é, originalmente, e mais pequeno. Por exemplo:
um substantivo, porém, se estiver qualificando um elemen- Pedro é maior do que Paulo - Comparação de dois ele-
to, funcionará como adjetivo. Caso se ligue a outra pala- mentos.
vra por hífen, formará um adjetivo composto; como é um Pedro é mais grande que pequeno - comparação de
substantivo adjetivado, o adjetivo composto inteiro ficará duas qualidades de um mesmo elemento.
invariável. Veja:
Camisas rosa-claro. Sou menos alto (do) que você. = Comparativo de Infe-
Ternos rosa-claro.
rioridade
Olhos verde-claros.
Sou menos passivo (do) que tolerante.
Calças azul-escuras e camisas verde-mar.
Telhados marrom-café e paredes verde-claras.
Superlativo
* Observação:
- Azul-marinho, azul-celeste, ultravioleta e qualquer O superlativo expressa qualidades num grau muito ele-
adjetivo composto iniciado por “cor-de-...” são sempre in- vado ou em grau máximo. Pode ser absoluto ou relativo e
variáveis: roupas azul-marinho, tecidos azul-celeste, vestidos apresenta as seguintes modalidades:
cor-de-rosa. Superlativo Absoluto: ocorre quando a qualidade de
- O adjetivo composto surdo-mudo tem os dois ele- um ser é intensificada, sem relação com outros seres. Apre-
mentos flexionados: crianças surdas-mudas. senta-se nas formas:
1-) Analítica: a intensificação é feita com o auxílio
Grau do Adjetivo de palavras que dão ideia de intensidade (advérbios). Por
exemplo: O concurseiro é muito esforçado.
Os adjetivos se flexionam em grau para indicar a inten- 2-) Sintética: nesta, há o acréscimo de sufixos. Por
sidade da qualidade do ser. São dois os graus do adjetivo: exemplo: O concurseiro é esforçadíssimo.
o comparativo e o superlativo.
Observe alguns superlativos sintéticos:
Comparativo
benéfico - beneficentíssimo
Nesse grau, comparam-se a mesma característica atri-
buída a dois ou mais seres ou duas ou mais características bom - boníssimo ou ótimo
atribuídas ao mesmo ser. O comparativo pode ser de igual- comum - comuníssimo
dade, de superioridade ou de inferioridade.
cruel - crudelíssimo
Sou tão alto como você. = Comparativo de Igualdade difícil - dificílimo
No comparativo de igualdade, o segundo termo da doce - dulcíssimo
comparação é introduzido pelas palavras como, quanto ou
quão. fácil - facílimo
fiel - fidelíssimo
Sou mais alto (do) que você. = Comparativo de Supe-
rioridade Analítico Superlativo Relativo: ocorre quando a qualidade de
No comparativo de superioridade analítico, entre os um ser é intensificada em relação a um conjunto de seres.
dois substantivos comparados, um tem qualidade supe- Essa relação pode ser:
rior. A forma é analítica porque pedimos auxílio a “mais...do 1-) De Superioridade: Essa matéria é a mais fácil de
que” ou “mais...que”.
todas.
2-) De Inferioridade: Essa matéria é a menos fácil de
O Sol é maior (do) que a Terra. = Comparativo de Supe-
todas.
rioridade Sintético

Alguns adjetivos possuem, para o comparativo de * Note bem:


superioridade, formas sintéticas, herdadas do latim. São 1) O superlativo absoluto analítico é expresso por meio
eles: bom /melhor, pequeno/menor, mau/pior, alto/superior, dos advérbios muito, extremamente, excepcionalmente, an-
grande/maior, baixo/inferior. tepostos ao adjetivo.

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LÍNGUA PORTUGUESA

2) O superlativo absoluto sintético se apresenta sob - de inferioridade: menos + advérbio + que (do que):
duas formas: uma erudita - de origem latina - outra po- Renato fala menos alto do que João.
pular - de origem vernácula. A forma erudita é constituída - de superioridade:
pelo radical do adjetivo latino + um dos sufixos -íssimo, 1-) Analítico: mais + advérbio + que (do que): Renato
-imo ou érrimo: fidelíssimo, facílimo, paupérrimo. A forma fala mais alto do que João.
popular é constituída do radical do adjetivo português + o 2-) Sintético: melhor ou pior que (do que): Renato fala
sufixo -íssimo: pobríssimo, agilíssimo. melhor que João.
3-) Os adjetivos terminados em –io fazem o superlativo
com dois “ii”: frio – friíssimo, sério – seriíssimo; os termi- Grau Superlativo
nados em –eio, com apenas um “i”: feio - feíssimo, cheio
– cheíssimo. O superlativo pode ser analítico ou sintético:
- Analítico: acompanhado de outro advérbio: Renato
Fontes de pesquisa: fala muito alto.
http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf32. muito = advérbio de intensidade / alto = advérbio de
php modo
Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Cere-
ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo: - Sintético: formado com sufixos: Renato fala altíssimo.
Saraiva, 2010.
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac- * Observação: as formas diminutivas (cedinho, perti-
coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. nho, etc.) são comuns na língua popular.
Português: novas palavras: literatura, gramática, reda- Maria mora pertinho daqui. (muito perto)
ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000. A criança levantou cedinho. (muito cedo)

Advérbio Classificação dos Advérbios

Compare estes exemplos: De acordo com a circunstância que exprime, o advér-


bio pode ser de:
Lugar: aqui, antes, dentro, ali, adiante, fora, acolá, atrás,
O ônibus chegou.
além, lá, detrás, aquém, cá, acima, onde, perto, aí, abaixo,
O ônibus chegou ontem.
aonde, longe, debaixo, algures, defronte, nenhures, adentro,
afora, alhures, aquém, embaixo, externamente, a distância,
Advérbio é uma palavra invariável que modifica o sen-
à distância de, de longe, de perto, em cima, à direita, à es-
tido do verbo (acrescentando-lhe circunstâncias de tempo,
querda, ao lado, em volta.
de modo, de lugar, de intensidade), do adjetivo e do próprio Tempo: hoje, logo, primeiro, ontem, tarde, outrora,
advérbio. amanhã, cedo, dantes, depois, ainda, antigamente, antes,
Estudei bastante. = modificando o verbo estudei doravante, nunca, então, ora, jamais, agora, sempre, já, en-
Ele canta muito bem! = intensificando outro advérbio fim, afinal, amiúde, breve, constantemente, entrementes,
(bem) imediatamente, primeiramente, provisoriamente, sucessiva-
Ela tem os olhos muito claros. = relação com um adje- mente, às vezes, à tarde, à noite, de manhã, de repente, de
tivo (claros) vez em quando, de quando em quando, a qualquer momen-
to, de tempos em tempos, em breve, hoje em dia.
Quando modifica um verbo, o advérbio pode acrescen- Modo: bem, mal, assim, adrede, melhor, pior, depressa,
tar ideia de: acinte, debalde, devagar, às pressas, às claras, às cegas, à
Tempo: Ela chegou tarde. toa, à vontade, às escondidas, aos poucos, desse jeito, desse
Lugar: Ele mora aqui. modo, dessa maneira, em geral, frente a frente, lado a lado,
Modo: Eles agiram mal. a pé, de cor, em vão e a maior parte dos que terminam em
Negação: Ela não saiu de casa. “-mente”: calmamente, tristemente, propositadamente, pa-
Dúvida: Talvez ele volte. cientemente, amorosamente, docemente, escandalosamen-
te, bondosamente, generosamente.
Flexão do Advérbio Afirmação: sim, certamente, realmente, decerto, efeti-
vamente, certo, decididamente, deveras, indubitavelmente.
Os advérbios são palavras invariáveis, isto é, não apre- Negação: não, nem, nunca, jamais, de modo algum, de
sentam variação em gênero e número. Alguns advérbios, forma nenhuma, tampouco, de jeito nenhum.
porém, admitem a variação em grau. Observe: Dúvida: acaso, porventura, possivelmente, provavel-
mente, quiçá, talvez, casualmente, por certo, quem sabe.
Grau Comparativo Intensidade: muito, demais, pouco, tão, em excesso,
bastante, mais, menos, demasiado, quanto, quão, tanto, as-
Forma-se o comparativo do advérbio do mesmo modo saz, que (equivale a quão), tudo, nada, todo, quase, de todo,
que o comparativo do adjetivo: de muito, por completo, extremamente, intensamente, gran-
- de igualdade: tão + advérbio + quanto (como): Re- demente, bem (quando aplicado a propriedades graduá-
nato fala tão alto quanto João. veis).

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LÍNGUA PORTUGUESA

Exclusão: apenas, exclusivamente, salvo, senão, somen- Locução Adverbial


te, simplesmente, só, unicamente. Por exemplo: Brando, o
vento apenas move a copa das árvores. Quando há duas ou mais palavras que exercem função
Inclusão: ainda, até, mesmo, inclusivamente, também. de advérbio, temos a locução adverbial, que pode expres-
Por exemplo: O indivíduo também amadurece durante a sar as mesmas noções dos advérbios. Iniciam ordinaria-
adolescência. mente por uma preposição. Veja:
Ordem: depois, primeiramente, ultimamente. Por lugar: à esquerda, à direita, de longe, de perto, para
exemplo: Primeiramente, eu gostaria de agradecer aos meus dentro, por aqui, etc.
amigos por comparecerem à festa. afirmação: por certo, sem dúvida, etc.
modo: às pressas, passo a passo, de cor, em vão, em
* Saiba que: geral, frente a frente, etc.
- Para se exprimir o limite de possibilidade, antepõe-se tempo: de noite, de dia, de vez em quando, à tarde, hoje
ao advérbio “o mais” ou “o menos”. Por exemplo: Ficarei em dia, nunca mais, etc.
o mais longe que puder daquele garoto. Voltarei o menos
tarde possível. * Observações:
- Quando ocorrem dois ou mais advérbios em -mente, - tanto a locução adverbial como o advérbio modifi-
em geral sufixamos apenas o último: Por exemplo: O aluno cam o verbo, o adjetivo e outro advérbio:
respondeu calma e respeitosamente. Chegou muito cedo. (advérbio)
Joana é muito bela. (adjetivo)
Distinção entre Advérbio e Pronome Indefinido De repente correram para a rua. (verbo)

Há palavras como muito, bastante, que podem apare- - Usam-se, de preferência, as formas mais bem e mais
cer como advérbio e como pronome indefinido. mal antes de adjetivos ou de verbos no particípio:
Advérbio: refere-se a um verbo, adjetivo, ou a outro Essa matéria é mais bem interessante que aquela.
advérbio e não sofre flexões. Por exemplo: Eu corri muito. Nosso aluno foi o mais bem colocado no concurso!
Pronome Indefinido: relaciona-se a um substantivo e - O numeral “primeiro”, ao modificar o verbo, é advér-
sofre flexões. Por exemplo: Eu corri muitos quilômetros. bio: Cheguei primeiro.

* Dica: Como saber se a palavra bastante é advérbio - Quanto a sua função sintática: o advérbio e a locução
(não varia, não se flexiona) ou pronome indefinido (varia, adverbial desempenham na oração a função de adjunto
sofre flexão)? Se der, na frase, para substituir o “bastante” adverbial, classificando-se de acordo com as circunstân-
por “muito”, estamos diante de um advérbio; se der para cias que acrescentam ao verbo, ao adjetivo ou ao advérbio.
substituir por “muitos” (ou muitas), é um pronome. Veja: Exemplo:
Meio cansada, a candidata saiu da sala. = adjunto ad-
1-) Estudei bastante para o concurso. (estudei muito, verbial de intensidade (ligado ao adjetivo “cansada”)
pois “muitos” não dá!). = advérbio Trovejou muito ontem. = adjunto adverbial de intensi-
dade e de tempo, respectivamente.
2-) Estudei bastantes capítulos para o concurso. (estudei
muitos capítulos) = pronome indefinido Fontes de pesquisa:
http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf75.
Advérbios Interrogativos php
Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Cere-
São as palavras: onde? aonde? donde? quando? como? ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
por quê? nas interrogações diretas ou indiretas, referentes Saraiva, 2010.
às circunstâncias de lugar, tempo, modo e causa. Veja: Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
Interrogação Direta Interrogação Indireta SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Como aprendeu? Perguntei como aprendeu.
Onde mora? Indaguei onde morava. Artigo
Por que choras? Não sei por que choras.
O artigo integra as dez classes gramaticais, definindo-
Aonde vai? Perguntei aonde ia. se como o termo variável que serve para individualizar ou
Donde vens? Pergunto donde vens. generalizar o substantivo, indicando, também, o gênero
Quando voltas? Pergunto quando voltas. (masculino/feminino) e o número (singular/plural).
Os artigos se subdividem em definidos (“o” e as va-
riações “a”[as] e [os]) e indefinidos (“um” e as variações
“uma”[s] e “uns”).

11
LÍNGUA PORTUGUESA

Artigos definidos – São aqueles usados para indicar Mas, se o nome apresentar um caracterizador, a pre-
seres determinados, expressos de forma individual: sença do artigo será obrigatória: O professor visitará a bela
O concurseiro estuda muito. Os concurseiros estudam Roma.
muito.
- antes de pronomes de tratamento:
Artigos indefinidos – São aqueles usados para indicar Vossa Senhoria sairá agora?
seres de modo vago, impreciso: Exceção: O senhor vai à festa?
Uma candidata foi aprovada! Umas candidatas foram
aprovadas! - após o pronome relativo “cujo” e suas variações:
Esse é o concurso cujas provas foram anuladas?
Circunstâncias em que os artigos se manifestam: Este é o candidato cuja nota foi a mais alta.

* Considera-se obrigatório o uso do artigo depois do Fontes de pesquisa:


numeral “ambos”: http://www.brasilescola.com/gramatica/artigo.htm
Ambos os concursos cobrarão tal conteúdo. Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Cere-
ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
* Nomes próprios indicativos de lugar admitem o uso Saraiva, 2010.
do artigo, outros não: Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
São Paulo, O Rio de Janeiro, Veneza, A Bahia... ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.SACCO-
NI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sacconi. 30ª ed.
* Quando indicado no singular, o artigo definido pode Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
indicar toda uma espécie: Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Cere-
O trabalho dignifica o homem. ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
Saraiva, 2010.
* No caso de nomes próprios personativos, denotando
a ideia de familiaridade ou afetividade, é facultativo o uso Conjunção
do artigo:
Marcela é a mais extrovertida das irmãs. Além da preposição, há outra palavra também invariá-
O Pedro é o xodó da família. vel que, na frase, é usada como elemento de ligação: a con-
junção. Ela serve para ligar duas orações ou duas palavras
* No caso de os nomes próprios personativos estarem de mesma função em uma oração:
no plural, são determinados pelo uso do artigo: O concurso será realizado nas cidades de Campinas e
Os Maias, os Incas, Os Astecas... São Paulo.
A prova não será fácil, por isso estou estudando muito.
* Usa-se o artigo depois do pronome indefinido to-
do(a) para conferir uma ideia de totalidade. Sem o uso dele Morfossintaxe da Conjunção
(o artigo), o pronome assume a noção de qualquer.
Toda a classe parabenizou o professor. (a sala toda) As conjunções, a exemplo das preposições, não exer-
Toda classe possui alunos interessados e desinteressa- cem propriamente uma função sintática: são conectivos.
dos. (qualquer classe)
Classificação da Conjunção
* Antes de pronomes possessivos, o uso do artigo é
facultativo: De acordo com o tipo de relação que estabelecem, as
Preparei o meu curso. Preparei meu curso. conjunções podem ser classificadas em coordenativas e
subordinativas. No primeiro caso, os elementos ligados
* A utilização do artigo indefinido pode indicar uma pela conjunção podem ser isolados um do outro. Esse iso-
ideia de aproximação numérica: lamento, no entanto, não acarreta perda da unidade de
O máximo que ele deve ter é uns vinte anos. sentido que cada um dos elementos possui. Já no segundo
caso, cada um dos elementos ligados pela conjunção de-
* O artigo também é usado para substantivar palavras pende da existência do outro. Veja:
pertencentes a outras classes gramaticais:
Não sei o porquê de tudo isso. Estudei muito, mas ainda não compreendi o conteúdo.
Podemos separá-las por ponto:
* Há casos em que o artigo definido não pode ser Estudei muito. Ainda não compreendi o conteúdo.
usado:
- antes de nomes de cidade e de pessoas conhecidas: Temos acima um exemplo de conjunção (e, conse-
O professor visitará Roma. quentemente, orações coordenadas) coordenativa – “mas”.
Já em:

12
LÍNGUA PORTUGUESA

Espero que eu seja aprovada no concurso! As conjunções subordinativas subdividem-se em inte-


Não conseguimos separar uma oração da outra, pois a grantes e adverbiais:
segunda “completa” o sentido da primeira (da oração prin-
cipal): 1. Integrantes - Indicam que a oração subordinada por
Espero o quê? Ser aprovada. Nesse período temos uma elas introduzida completa ou integra o sentido da principal.
oração subordinada substantiva objetiva direta (ela exerce Introduzem orações que equivalem a substantivos, ou seja,
a função de objeto direto do verbo da oração principal). as orações subordinadas substantivas. São elas: que, se.
Quero que você volte. (Quero sua volta)
Conjunções Coordenativas
2. Adverbiais - Indicam que a oração subordinada
São aquelas que ligam orações de sentido completo exerce a função de adjunto adverbial da principal. De acor-
e independente ou termos da oração que têm a mesma do com a circunstância que expressam, classificam-se em:
a) Causais: introduzem uma oração que é causa da
função gramatical. Subdividem-se em:
ocorrência da oração principal. São elas: porque, que, como
1) Aditivas: ligam orações ou palavras, expressando
(= porque, no início da frase), pois que, visto que, uma vez
ideia de acréscimo ou adição. São elas: e, nem (= e não),
que, porquanto, já que, desde que, etc.
não só... mas também, não só... como também, bem como, Ele não fez a pesquisa porque não dispunha de meios.
não só... mas ainda.
A sua pesquisa é clara e objetiva. b) Concessivas: introduzem uma oração que expressa
Não só dança, mas também canta. ideia contrária à da principal, sem, no entanto, impedir sua
realização. São elas: embora, ainda que, apesar de que, se
2) Adversativas: ligam duas orações ou palavras, ex- bem que, mesmo que, por mais que, posto que, conquanto,
pressando ideia de contraste ou compensação. São elas: etc.
mas, porém, contudo, todavia, entretanto, no entanto, não Embora fosse tarde, fomos visitá-lo.
obstante.
Tentei chegar mais cedo, porém não consegui. c) Condicionais: introduzem uma oração que indica a
hipótese ou a condição para ocorrência da principal. São
3) Alternativas: ligam orações ou palavras, expressan- elas: se, caso, contanto que, salvo se, a não ser que, desde
do ideia de alternância ou escolha, indicando fatos que se que, a menos que, sem que, etc.
realizam separadamente. São elas: ou, ou... ou, ora... ora, já... Se precisar de minha ajuda, telefone-me.
já, quer... quer, seja... seja, talvez... talvez.
** Dica: você deve ter percebido que a conjunção con-
Ou escolho agora, ou fico sem presente de aniversário.
dicional “se” também é conjunção integrante. A diferença é
clara ao ler as orações que são introduzidas por ela. Acima,
4) Conclusivas: ligam a oração anterior a uma oração
ela nos dá a ideia da condição para que recebamos um
que expressa ideia de conclusão ou consequência. São elas: telefonema (se for preciso ajuda). Já na oração:
logo, pois (depois do verbo), portanto, por conseguinte, por Não sei se farei o concurso...
isso, assim. Não há ideia de condição alguma, há? Outra coisa: o
Marta estava bem preparada para o teste, portanto não verbo da oração principal (sei) pede complemento (objeto
ficou nervosa. direto, já que “quem não sabe, não sabe algo”). Portanto,
Você nos ajudou muito; terá, pois, nossa gratidão. a oração em destaque exerce a função de objeto direto da
oração principal, sendo classificada como oração subordi-
5) Explicativas: ligam a oração anterior a uma oração nada substantiva objetiva direta.
que a explica, que justifica a ideia nela contida. São elas: d) Conformativas: introduzem uma oração que expri-
que, porque, pois (antes do verbo), porquanto. me a conformidade de um fato com outro. São elas: confor-
Não demore, que o filme já vai começar. me, como (= conforme), segundo, consoante, etc.
Falei muito, pois não gosto do silêncio! O passeio ocorreu como havíamos planejado.

Conjunções Subordinativas e) Finais: introduzem uma oração que expressa a fina-


lidade ou o objetivo com que se realiza a oração principal.
São elas: para que, a fim de que, que, porque (= para que),
São aquelas que ligam duas orações, sendo uma delas
que, etc.
dependente da outra. A oração dependente, introduzida
Toque o sinal para que todos entrem no salão.
pelas conjunções subordinativas, recebe o nome de ora-
ção subordinada. Veja o exemplo: O baile já tinha começado f) Proporcionais: introduzem uma oração que expres-
quando ela chegou. sa um fato relacionado proporcionalmente à ocorrência do
O baile já tinha começado: oração principal expresso na principal. São elas: à medida que, à proporção
quando: conjunção subordinativa (adverbial temporal) que, ao passo que e as combinações quanto mais... (mais),
ela chegou: oração subordinada quanto menos... (menos), quanto menos... (mais), quanto
menos... (menos), etc.

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LÍNGUA PORTUGUESA

O preço fica mais caro à medida que os produtos escas- Fontes de pesquisa:
seiam. http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf84.
php
* Observação: são incorretas as locuções proporcio- SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
nais à medida em que, na medida que e na medida em que. coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Cere-
g) Temporais: introduzem uma oração que acrescenta ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
uma circunstância de tempo ao fato expresso na oração Saraiva, 2010.
principal. São elas: quando, enquanto, antes que, depois que, Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
logo que, todas as vezes que, desde que, sempre que, assim ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
que, agora que, mal (= assim que), etc. Interjeição
A briga começou assim que saímos da festa.
Interjeição é a palavra invariável que exprime emo-
h) Comparativas: introduzem uma oração que expres- ções, sensações, estados de espírito. É um recurso da lin-
sa ideia de comparação com referência à oração principal. guagem afetiva, em que não há uma ideia organizada de
São elas: como, assim como, tal como, como se, (tão)... como, maneira lógica, como são as sentenças da língua, mas sim
a manifestação de um suspiro, um estado da alma decor-
tanto como, tanto quanto, do que, quanto, tal, qual, tal qual,
rente de uma situação particular, um momento ou um con-
que nem, que (combinado com menos ou mais), etc.
texto específico. Exemplos:
O jogo de hoje será mais difícil que o de ontem.
Ah, como eu queria voltar a ser criança!
ah: expressão de um estado emotivo = interjeição
i) Consecutivas: introduzem uma oração que expressa Hum! Esse pudim estava maravilhoso!
a consequência da principal. São elas: de sorte que, de modo hum: expressão de um pensamento súbito = interjei-
que, sem que (= que não), de forma que, de jeito que, que ção
(tendo como antecedente na oração principal uma palavra
como tal, tão, cada, tanto, tamanho), etc. O significado das interjeições está vinculado à maneira
Estudou tanto durante a noite que dormiu na hora do como elas são proferidas. O tom da fala é que dita o senti-
exame. do que a expressão vai adquirir em cada contexto em que
for utilizada. Exemplos:
Atenção: Muitas conjunções não têm classificação úni- Psiu!
ca, imutável, devendo, portanto, ser classificadas de acor- contexto: alguém pronunciando esta expressão na rua
do com o sentido que apresentam no contexto (grifo ; significado da interjeição (sugestão): “Estou te chamando!
da Zê!). Ei, espere!”

O bom relacionamento entre as conjunções de um Psiu!


texto garante a perfeita estruturação de suas frases e pa- contexto: alguém pronunciando em um hospital; sig-
rágrafos, bem como a compreensão eficaz de seu conteú- nificado da interjeição (sugestão): “Por favor, faça silêncio!”
do. Interagindo com palavras de outras classes gramaticais
essenciais ao inter-relacionamento das partes de frases e Puxa! Ganhei o maior prêmio do sorteio!
textos - como os pronomes, preposições, alguns advérbios puxa: interjeição; tom da fala: euforia
e numerais -, as conjunções fazem parte daquilo a que se
pode chamar de “a arquitetura textual”, isto é, o con- Puxa! Hoje não foi meu dia de sorte!
junto das relações que garantem a coesão do enunciado. puxa: interjeição; tom da fala: decepção
O sucesso desse conjunto de relações depende do conhe-
cimento do valor relacional das conjunções, uma vez que As interjeições cumprem, normalmente, duas funções:
a) Sintetizar uma frase exclamativa, exprimindo alegria,
estas interferem semanticamente no enunciado.
tristeza, dor, etc.
Dessa forma, deve-se dedicar atenção especial às con-
Ah, deve ser muito interessante!
junções tanto na leitura como na produção de textos. Nos
textos narrativos, elas estão muitas vezes ligadas à expres-
b) Sintetizar uma frase apelativa.
são de circunstâncias fundamentais à condução da história, Cuidado! Saia da minha frente.
como as noções de tempo, finalidade, causa e consequên-
cia. Nos textos dissertativos, evidenciam muitas vezes a li- As interjeições podem ser formadas por:
nha expositiva ou argumentativa adotada - é o caso das a) simples sons vocálicos: Oh!, Ah!, Ó, Ô
exposições e argumentações construídas por meio de con- b) palavras: Oba! Olá! Claro!
trastes e oposições, que implicam o uso das adversativas e c) grupos de palavras (locuções interjetivas): Meu Deus!
concessivas. Ora bolas!

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LÍNGUA PORTUGUESA

Classificação das Interjeições 3) A interjeição pode ser considerada uma “palavra-


frase” porque sozinha pode constituir uma mensagem. Por
Comumente, as interjeições expressam sentido de: exemplo:
Advertência: Cuidado! Devagar! Calma! Sentido! Aten- Socorro! Ajudem-me! Silêncio! Fique quieto!
ção! Olha! Alerta!
Afugentamento: Fora! Passa! Rua! 4) Há, também, as interjeições onomatopaicas ou imi-
Alegria ou Satisfação: Oh! Ah! Eh! Oba! Viva! tativas, que exprimem ruídos e vozes. Por exemplo: Miau!
Alívio: Arre! Uf! Ufa! Ah! Bumba! Zás! Plaft! Pof! Catapimba! Tique-taque! Quá-quá-
Animação ou Estímulo: Vamos! Força! Coragem! Âni- quá!, etc.
mo! Adiante!
Aplauso ou Aprovação: Bravo! Bis! Apoiado! Viva! 5) Não se deve confundir a interjeição de apelo “ó” com
Concordância: Claro! Sim! Pois não! Tá! a sua homônima “oh!”, que exprime admiração, alegria,
Repulsa ou Desaprovação: Credo! Ih! Francamente! tristeza, etc. Faz-se uma pausa depois do “oh!” exclamativo
Essa não! Chega! Basta! e não a fazemos depois do “ó” vocativo. Por exemplo:
Desejo ou Intenção: Pudera! Tomara! Oxalá! Queira “Ó natureza! ó mãe piedosa e pura!” (Olavo Bilac)
Deus! Oh! a jornada negra!” (Olavo Bilac)
Desculpa: Perdão!
Dor ou Tristeza: Ai! Ui! Ai de mim! Que pena! Fontes de pesquisa:
Dúvida ou Incredulidade: Que nada! Qual o quê! http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf89.
Espanto ou Admiração: Oh! Ah! Uai! Puxa! Céus! Quê! php
Caramba! Opa! Nossa! Hein? Cruz! Putz! SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
Impaciência ou Contrariedade: Hum! Raios! Puxa! Pô! coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Ora! Português – Literatura, Produção de Textos & Gramática
Pedido de Auxílio: Socorro! Aqui! Piedade! – volume único / Samira Yousseff Campedelli, Jésus Barbosa
Saudação, Chamamento ou Invocação: Salve! Viva! Souza. – 3. Ed. – São Paulo: Saraiva, 2002.
Adeus! Olá! Alô! Ei! Tchau! Psiu! Socorro! Valha-me, Deus! Numeral
Silêncio: Psiu! Silêncio!
Numeral é a palavra variável que indica quantidade
Terror ou Medo: Credo! Cruzes! Minha nossa!
numérica ou ordem; expressa a quantidade exata de pes-
soas ou coisas ou o lugar que elas ocupam numa determi-
* Saiba que: As interjeições são palavras invariáveis,
nada sequência.
isto é, não sofrem variação em gênero, número e grau
como os nomes, nem de número, pessoa, tempo, modo,
* Note bem: os numerais traduzem, em palavras, o que
aspecto e voz como os verbos. No entanto, em uso espe-
os números indicam em relação aos seres. Assim, quando
cífico, algumas interjeições sofrem variação em grau. Não
se trata de um processo natural desta classe de palavra, a expressão é colocada em números (1, 1.º, 1/3, etc.) não se
mas tão só uma variação que a linguagem afetiva permite. trata de numerais, mas sim de algarismos.
Exemplos: oizinho, bravíssimo, até loguinho. Além dos numerais mais conhecidos, já que refletem a
ideia expressa pelos números, existem mais algumas pala-
Locução Interjetiva vras consideradas numerais porque denotam quantidade,
proporção ou ordenação. São alguns exemplos: década,
Ocorre quando duas ou mais palavras formam uma dúzia, par, ambos(as), novena.
expressão com sentido de interjeição: Ora bolas!, Virgem
Maria!, Meu Deus!, Ó de casa!, Ai de mim!, Graças a Deus! Classificação dos Numerais
Toda frase mais ou menos breve dita em tom exclama-
tivo torna-se uma locução interjetiva, dispensando análise - Cardinais: indicam quantidade exata ou determina-
dos termos que a compõem: Macacos me mordam!, Valha- da de seres: um, dois, cem mil, etc. Alguns cardinais têm
me Deus!, Quem me dera! sentido coletivo, como por exemplo: século, par, dúzia, dé-
cada, bimestre.
* Observações:
1) As interjeições são como frases resumidas, sintéticas. - Ordinais: indicam a ordem, a posição que alguém ou
Por exemplo: alguma coisa ocupa numa determinada sequência: primei-
Ué! (= Eu não esperava por essa!) ro, segundo, centésimo, etc.
Perdão! (= Peço-lhe que me desculpe.)
* Observação importante:
2) Além do contexto, o que caracteriza a interjeição é As palavras anterior, posterior, último, antepenúltimo,
o seu tom exclamativo; por isso, palavras de outras classes final e penúltimo também indicam posição dos seres, mas
gramaticais podem aparecer como interjeições. Por exem- são classificadas como adjetivos, não ordinais.
plo:
Viva! Basta! (Verbos) - Fracionários: indicam parte de uma quantidade, ou
Fora! Francamente! (Advérbios) seja, uma divisão dos seres: meio, terço, dois quintos, etc.

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LÍNGUA PORTUGUESA

- Multiplicativos: expressam ideia de multiplicação - Para designar papas, reis, imperadores, séculos e par-
dos seres, indicando quantas vezes a quantidade foi au- tes em que se divide uma obra, utilizam-se os ordinais até
mentada: dobro, triplo, quíntuplo, etc. décimo e, a partir daí, os cardinais, desde que o numeral
venha depois do substantivo;
Flexão dos numerais
Ordinais Cardinais
Os numerais cardinais que variam em gênero são um/
uma, dois/duas e os que indicam centenas de duzentos/du- João Paulo II (segundo) Tomo XV (quinze)
zentas em diante: trezentos/trezentas; quatrocentos/quatro- D. Pedro II (segundo) Luís XVI (dezesseis)
centas, etc. Cardinais como milhão, bilhão, trilhão, variam
em número: milhões, bilhões, trilhões. Os demais cardinais Ato II (segundo) Capítulo XX (vinte)
são invariáveis. Século VIII (oitavo) Século XX (vinte)
Canto IX (nono) João XXIII ( vinte e três)
Os numerais ordinais variam em gênero e número:
- Se o numeral aparece antes do substantivo, será lido
primeiro segundo milésimo como ordinal: XXX Feira do Bordado. (trigésima)
primeira segunda milésima
** Dica: Ordinal lembra ordem. Memorize assim, por
primeiros segundos milésimos associação. Ficará mais fácil!
primeiras segundas milésimas - Para designar leis, decretos e portarias, utiliza-se o
ordinal até nono e o cardinal de dez em diante:
Os numerais multiplicativos são invariáveis quando
atuam em funções substantivas: Fizeram o dobro do esforço Artigo 1.° (primeiro) Artigo 10 (dez)
e conseguiram o triplo de produção. Artigo 9.° (nono) Artigo 21 (vinte e um)
Quando atuam em funções adjetivas, esses numerais
flexionam-se em gênero e número: Teve de tomar doses tri- - Ambos/ambas = numeral dual, porque sempre se
plas do medicamento. refere a dois seres. Significam “um e outro”, “os dois” (ou
Os numerais fracionários flexionam-se em gênero e “uma e outra”, “as duas”) e são largamente empregados
número. Observe: um terço/dois terços, uma terça parte/ para retomar pares de seres aos quais já se fez referência.
duas terças partes. Sua utilização exige a presença do artigo posposto: Ambos
Os numerais coletivos flexionam-se em número: uma os concursos realizarão suas provas no mesmo dia. O arti-
dúzia, um milheiro, duas dúzias, dois milheiros. go só é dispensado caso haja um pronome demonstrativo:
É comum na linguagem coloquial a indicação de grau Ambos esses ministros falarão à imprensa.
nos numerais, traduzindo afetividade ou especialização de
sentido. É o que ocorre em frases como: Função sintática do Numeral
“Me empresta duzentinho...”
É artigo de primeiríssima qualidade! O numeral tem mais de uma função sintática:
O time está arriscado por ter caído na segundona. (= - se na oração analisada seu papel é de adjetivo, o
segunda divisão de futebol) numeral assumirá a função de adjunto adnominal; se fizer
papel de substantivo, pode ter a função de sujeito, objeto
Emprego e Leitura dos Numerais direto ou indireto.
- Os numerais são escritos em conjunto de três alga- Visitamos cinco casas, mas só gostamos de duas.
rismos, contados da direita para a esquerda, em forma de Objeto direto = cinco casas
centenas, dezenas e unidades, tendo cada conjunto uma Núcleo do objeto direto = casas
separação através de ponto ou espaço correspondente a Adjunto adnominal = cinco
um ponto: 8.234.456 ou 8 234 456. Objeto indireto = de duas
- Em sentido figurado, usa-se o numeral para indicar
Núcleo do objeto indireto = duas
exagero intencional, constituindo a figura de linguagem
conhecida como hipérbole: Já li esse texto mil vezes.
- No português contemporâneo, não se usa a conjun-
ção “e” após “mil”, seguido de centena:
Nasci em mil novecentos e noventa e dois.
Seu salário será de mil quinhentos e cinquenta reais.

* Mas, se a centena começa por “zero” ou termina por


dois zeros, usa-se o “e”:
Seu salário será de mil e quinhentos reais. (R$1.500,00)
Gastamos mil e quarenta reais. (R$1.040,00)

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LÍNGUA PORTUGUESA

Quadro de alguns numerais

Cardinais Ordinais Multiplicativos Fracionários


um primeiro - -
dois segundo dobro, duplo meio
três terceiro triplo, tríplice terço
quatro quarto quádruplo quarto
cinco quinto quíntuplo quinto
seis sexto sêxtuplo sexto
sete sétimo sétuplo sétimo
oito oitavo óctuplo oitavo
nove nono nônuplo nono
dez décimo décuplo décimo
onze décimo primeiro - onze avos
doze décimo segundo - doze avos
treze décimo terceiro - treze avos
catorze décimo quarto - catorze avos
quinze décimo quinto - quinze avos
dezesseis décimo sexto - dezesseis avos
dezessete décimo sétimo - dezessete avos
dezoito décimo oitavo - dezoito avos
dezenove décimo nono - dezenove avos
vinte vigésimo - vinte avos
trinta trigésimo - trinta avos
quarenta quadragésimo - quarenta avos
cinqüenta quinquagésimo - cinquenta avos
sessenta sexagésimo - sessenta avos
setenta septuagésimo - setenta avos
oitenta octogésimo - oitenta avos
noventa nonagésimo - noventa avos
cem centésimo cêntuplo centésimo
duzentos ducentésimo - ducentésimo
trezentos trecentésimo - trecentésimo
quatrocentos quadringentésimo - quadringentésimo
quinhentos quingentésimo - quingentésimo
seiscentos sexcentésimo - sexcentésimo
setecentos septingentésimo - septingentésimo
oitocentos octingentésimo - octingentésimo
novecentos nongentésimo
ou noningentésimo - nongentésimo
mil milésimo - milésimo
milhão milionésimo - milionésimo
bilhão bilionésimo - bilionésimo

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LÍNGUA PORTUGUESA

fontes de pesquisa: Dicas sobre preposição


http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf40.
php - O “a” pode funcionar como preposição, pronome
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac- pessoal oblíquo e artigo. Como distingui-los? Caso o “a”
coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. seja um artigo, virá precedendo um substantivo, servindo
Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Cere- para determiná-lo como um substantivo singular e femi-
ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo: nino.
Saraiva, 2010. A matéria que estudei é fácil!
Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000. - Quando é preposição, além de ser invariável, liga dois
Preposição termos e estabelece relação de subordinação entre eles.
Preposição é uma palavra invariável que serve para Irei à festa sozinha.
ligar termos ou orações. Quando esta ligação acontece, Entregamos a flor à professora!
normalmente há uma subordinação do segundo termo em *o primeiro “a” é artigo; o segundo, preposição.
relação ao primeiro. As preposições são muito importantes
na estrutura da língua, pois estabelecem a coesão textual - Se for pronome pessoal oblíquo estará ocupando o
e possuem valores semânticos indispensáveis para a com- lugar e/ou a função de um substantivo.
preensão do texto. Nós trouxemos a apostila. = Nós a trouxemos.

Tipos de Preposição Relações semânticas (= de sentido) estabelecidas


por meio das preposições:
1. Preposições essenciais: palavras que atuam exclusi-
vamente como preposições: a, ante, perante, após, até, com, Destino = Irei a Salvador.
contra, de, desde, em, entre, para, por, sem, sob, sobre, trás, Modo = Saiu aos prantos.
Lugar = Sempre a seu lado.
atrás de, dentro de, para com.
Assunto = Falemos sobre futebol.
Tempo = Chegarei em instantes.
2. Preposições acidentais: palavras de outras classes
Causa = Chorei de saudade.
gramaticais que podem atuar como preposições, ou seja,
Fim ou finalidade = Vim para ficar.
formadas por uma derivação imprópria: como, durante, ex-
Instrumento = Escreveu a lápis.
ceto, fora, mediante, salvo, segundo, senão, visto.
Posse = Vi as roupas da mamãe.
Autoria = livro de Machado de Assis
3. Locuções prepositivas: duas ou mais palavras va-
Companhia = Estarei com ele amanhã.
lendo como uma preposição, sendo que a última palavra é Matéria = copo de cristal.
uma (preposição): abaixo de, acerca de, acima de, ao lado Meio = passeio de barco.
de, a respeito de, de acordo com, em cima de, embaixo de, Origem = Nós somos do Nordeste.
em frente a, ao redor de, graças a, junto a, com, perto de, por Conteúdo = frascos de perfume.
causa de, por cima de, por trás de. Oposição = Esse movimento é contra o que eu penso.
Preço = Essa roupa sai por cinquenta reais.
A preposição é invariável, no entanto pode unir-se a
outras palavras e, assim, estabelecer concordância em gê- * Quanto à preposição “trás”: não se usa senão nas lo-
nero ou em número. Ex: por + o = pelo por + a = pela. cuções adverbiais (para trás ou por trás) e na locução pre-
positiva por trás de.
* Essa concordância não é característica da preposição,
mas das palavras às quais ela se une. Fontes de pesquisa:
Esse processo de junção de uma preposição com outra http://www.infoescola.com/portugues/preposicao/
palavra pode se dar a partir dos processos de: SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
1. Combinação: união da preposição “a” com o artigo Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Cere-
“o”(s), ou com o advérbio “onde”: ao, aonde, aos. Os vocá- ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
bulos não sofrem alteração. Saraiva, 2010.
2. Contração: união de uma preposição com outra pa- Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
lavra, ocorrendo perda ou transformação de fonema: de + ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
o = do, em + a = na, per + os = pelos, de + aquele = da- Pronome
quele, em + isso = nisso. Pronome é a palavra variável que substitui ou acom-
3. Crase: é a fusão de vogais idênticas: à (“a” prepo- panha um substantivo (nome), qualificando-o de alguma
sição + “a” artigo), àquilo (“a” preposição + 1.ª vogal do forma.
pronome “aquilo”). O homem julga que é superior à natureza, por isso o
homem destrói a natureza...

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LÍNGUA PORTUGUESA

Utilizando pronomes, teremos: Pronome Reto


O homem julga que é superior à natureza, por isso ele
a destrói... Pronome pessoal do caso reto é aquele que, na senten-
Ficou melhor, sem a repetição desnecessária de termos ça, exerce a função de sujeito: Nós lhe ofertamos flores.
(homem e natureza).
Os pronomes retos apresentam flexão de número, gê-
Grande parte dos pronomes não possuem significados nero (apenas na 3.ª pessoa) e pessoa, sendo essa última a
fixos, isto é, essas palavras só adquirem significação dentro principal flexão, uma vez que marca a pessoa do discurso.
de um contexto, o qual nos permite recuperar a referên- Dessa forma, o quadro dos pronomes retos é assim confi-
cia exata daquilo que está sendo colocado por meio dos gurado:
pronomes no ato da comunicação. Com exceção dos pro-
nomes interrogativos e indefinidos, os demais pronomes - 1.ª pessoa do singular: eu
têm por função principal apontar para as pessoas do dis- - 2.ª pessoa do singular: tu
curso ou a elas se relacionar, indicando-lhes sua situação - 3.ª pessoa do singular: ele, ela
no tempo ou no espaço. Em virtude dessa característica, - 1.ª pessoa do plural: nós
- 2.ª pessoa do plural: vós
os pronomes apresentam uma forma específica para cada
- 3.ª pessoa do plural: eles, elas
pessoa do discurso.
* Atenção: esses pronomes não costumam ser usa-
Minha carteira estava vazia quando eu fui assaltada. dos como complementos verbais na língua-padrão. Frases
[minha/eu: pronomes de 1.ª pessoa = aquele que fala] como “Vi ele na rua”, “Encontrei ela na praça”, “Trouxeram
Tua carteira estava vazia quando tu foste assaltada? eu até aqui”, comuns na língua oral cotidiana, devem ser
[tua/tu: pronomes de 2.ª pessoa = aquele a quem se evitadas na língua formal escrita ou falada. Na língua for-
fala] mal, devem ser usados os pronomes oblíquos correspon-
A carteira dela estava vazia quando ela foi assaltada. dentes: “Vi-o na rua”, “Encontrei-a na praça”, “Trouxeram-
[dela/ela: pronomes de 3.ª pessoa = aquele de quem me até aqui”.
se fala]
* Observação: frequentemente observamos a omissão
Em termos morfológicos, os pronomes são palavras do pronome reto em Língua Portuguesa. Isso se dá porque
variáveis em gênero (masculino ou feminino) e em núme- as próprias formas verbais marcam, através de suas desi-
ro (singular ou plural). Assim, espera-se que a referência nências, as pessoas do verbo indicadas pelo pronome reto:
através do pronome seja coerente em termos de gênero Fizemos boa viagem. (Nós)
e número (fenômeno da concordância) com o seu objeto,
mesmo quando este se apresenta ausente no enunciado. Pronome Oblíquo

Fala-se de Roberta. Ele quer participar do desfile da nos- Pronome pessoal do caso oblíquo é aquele que, na sen-
sa escola neste ano. tença, exerce a função de complemento verbal (objeto
[nossa: pronome que qualifica “escola” = concordância direto ou indireto): Ofertaram-nos flores. (objeto indireto)
adequada]
[neste: pronome que determina “ano” = concordância * Observação: o pronome oblíquo é uma forma va-
adequada] riante do pronome pessoal do caso reto. Essa variação in-
[ele: pronome que faz referência à “Roberta” = concor- dica a função diversa que eles desempenham na oração:
dância inadequada] pronome reto marca o sujeito da oração; pronome oblíquo
marca o complemento da oração.
Os pronomes oblíquos sofrem variação de acordo com
Existem seis tipos de pronomes: pessoais, possessivos,
a acentuação tônica que possuem, podendo ser átonos ou
demonstrativos, indefinidos, relativos e interrogativos.
tônicos.
Pronomes Pessoais Pronome Oblíquo Átono
São aqueles que substituem os substantivos, indicando São chamados átonos os pronomes oblíquos que não
diretamente as pessoas do discurso. Quem fala ou escreve são precedidos de preposição. Possuem acentuação tônica
assume os pronomes “eu” ou “nós”; usa-se os pronomes fraca: Ele me deu um presente.
“tu”, “vós”, “você” ou “vocês” para designar a quem se di- Tabela dos pronomes oblíquos átonos
rige, e “ele”, “ela”, “eles” ou “elas” para fazer referência à - 1.ª pessoa do singular (eu): me
pessoa ou às pessoas de quem se fala. - 2.ª pessoa do singular (tu): te
Os pronomes pessoais variam de acordo com as fun- - 3.ª pessoa do singular (ele, ela): o, a, lhe
ções que exercem nas orações, podendo ser do caso reto - 1.ª pessoa do plural (nós): nos
ou do caso oblíquo. - 2.ª pessoa do plural (vós): vos
- 3.ª pessoa do plural (eles, elas): os, as, lhes

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LÍNGUA PORTUGUESA

* Observações: - As preposições essenciais introduzem sempre prono-


- O “lhe” é o único pronome oblíquo átono que já se mes pessoais do caso oblíquo e nunca pronome do caso
apresenta na forma contraída, ou seja, houve a união en- reto. Nos contextos interlocutivos que exigem o uso da
tre o pronome “o” ou “a” e preposição “a” ou “para”. Por língua formal, os pronomes costumam ser usados desta
acompanhar diretamente uma preposição, o pronome forma:
“lhe” exerce sempre a função de objeto indireto na oração. Não há mais nada entre mim e ti.
Os pronomes me, te, nos e vos podem tanto ser objetos Não se comprovou qualquer ligação entre ti e ela.
diretos como objetos indiretos. Não há nenhuma acusação contra mim.
Os pronomes o, a, os e as atuam exclusivamente como Não vá sem mim.
objetos diretos.
* Atenção: Há construções em que a preposição, ape-
- Os pronomes me, te, lhe, nos, vos e lhes podem com- sar de surgir anteposta a um pronome, serve para introdu-
binar-se com os pronomes o, os, a, as, dando origem a for- zir uma oração cujo verbo está no infinitivo. Nesses casos,
mas como mo, mos, ma, mas; to, tos, ta, tas; lho, lhos, lha, o verbo pode ter sujeito expresso; se esse sujeito for um
lhas; no-lo, no-los, no-la, no-las, vo-lo, vo-los, vo-la, vo-las. pronome, deverá ser do caso reto.
Observe o uso dessas formas nos exemplos que seguem: Trouxeram vários vestidos para eu experimentar.
Trouxeste o pacote? Não vá sem eu mandar.
Sim, entreguei-to ainda há pouco.
Não contaram a novidade a vocês? * A frase: “Foi fácil para mim resolver aquela questão!”
Não, no-la contaram. está correta, já que “para mim” é complemento de “fácil”.
A ordem direta seria: Resolver aquela questão foi fácil para
No Brasil, essas combinações não são usadas; até mes- mim!
mo na língua literária atual, seu emprego é muito raro.
- A combinação da preposição “com” e alguns prono-
* Atenção: Os pronomes o, os, a, as assumem formas mes originou as formas especiais comigo, contigo, consigo,
especiais depois de certas terminações verbais.
conosco e convosco. Tais pronomes oblíquos tônicos fre-
- Quando o verbo termina em -z, -s ou -r, o pronome
quentemente exercem a função de adjunto adverbial de
assume a forma lo, los, la ou las, ao mesmo tempo que a
companhia.
terminação verbal é suprimida. Por exemplo:
Ele carregava o documento consigo.
fiz + o = fi-lo
fazeis + o = fazei-lo
- A preposição “até” exige as formas oblíquas tônicas:
dizer + a = dizê-la
Ela veio até mim, mas nada falou.
Mas, se “até” for palavra denotativa (com o sentido de)
- Quando o verbo termina em som nasal, o pronome
assume as formas no, nos, na, nas. Por exemplo: inclusão, usaremos as formas retas:
viram + o: viram-no Todos foram bem na prova, até eu! (=inclusive eu)
repõe + os = repõe-nos
retém + a: retém-na - As formas “conosco” e “convosco” são substituídas
tem + as = tem-nas por “com nós” e “com vós” quando os pronomes pessoais
são reforçados por palavras como outros, mesmos, próprios,
Pronome Oblíquo Tônico todos, ambos ou algum numeral.
Você terá de viajar com nós todos.
Os pronomes oblíquos tônicos são sempre precedidos Estávamos com vós outros quando chegaram as más
por preposições, em geral as preposições a, para, de e com. notícias.
Por esse motivo, os pronomes tônicos exercem a função Ele disse que iria com nós três.
de objeto indireto da oração. Possuem acentuação tônica
forte. Pronome Reflexivo
Quadro dos pronomes oblíquos tônicos:
- 1.ª pessoa do singular (eu): mim, comigo São pronomes pessoais oblíquos que, embora funcio-
- 2.ª pessoa do singular (tu): ti, contigo nem como objetos direto ou indireto, referem-se ao sujeito
- 3.ª pessoa do singular (ele, ela): si, consigo, ele, ela da oração. Indicam que o sujeito pratica e recebe a ação
- 1.ª pessoa do plural (nós): nós, conosco expressa pelo verbo.
- 2.ª pessoa do plural (vós): vós, convosco Quadro dos pronomes reflexivos:
- 3.ª pessoa do plural (eles, elas): si, consigo, eles, elas - 1.ª pessoa do singular (eu): me, mim.
Eu não me lembro disso.
Observe que as únicas formas próprias do pronome tô-
nico são a primeira pessoa (mim) e segunda pessoa (ti). As - 2.ª pessoa do singular (tu): te, ti.
demais repetem a forma do pronome pessoal do caso reto. Conhece a ti mesmo.

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LÍNGUA PORTUGUESA

- 3.ª pessoa do singular (ele, ela): se, si, consigo. * Observações:


Guilherme já se preparou. * Vossa Excelência X Sua Excelência: os pronomes de
Ela deu a si um presente. tratamento que possuem “Vossa(s)” são empregados em
Antônio conversou consigo mesmo. relação à pessoa com quem falamos: Espero que V. Ex.ª, Se-
nhor Ministro, compareça a este encontro.
- 1.ª pessoa do plural (nós): nos.
Lavamo-nos no rio. ** Emprega-se “Sua (s)” quando se fala a respeito
da pessoa: Todos os membros da C.P.I. afirmaram que Sua
- 2.ª pessoa do plural (vós): vos. Excelência, o Senhor Presidente da República, agiu com pro-
Vós vos beneficiastes com esta conquista. priedade.

- 3.ª pessoa do plural (eles, elas): se, si, consigo. - Os pronomes de tratamento representam uma for-
Eles se conheceram. ma indireta de nos dirigirmos aos nossos interlocutores. Ao
Elas deram a si um dia de folga. tratarmos um deputado por Vossa Excelência, por exemplo,
estamos nos endereçando à excelência que esse deputado
* O pronome é reflexivo quando se refere à mesma supostamente tem para poder ocupar o cargo que ocupa.
pessoa do pronome subjetivo (sujeito): Eu me arrumei e saí.
** É pronome recíproco quando indica reciprocidade - 3.ª pessoa: embora os pronomes de tratamento diri-
de ação: jam-se à 2.ª pessoa, toda a concordância deve ser feita
Nós nos amamos. com a 3.ª pessoa. Assim, os verbos, os pronomes possessi-
Olhamo-nos calados. vos e os pronomes oblíquos empregados em relação a eles
devem ficar na 3.ª pessoa.
Pronomes de Tratamento Basta que V. Ex.ª cumpra a terça parte das suas pro-
messas, para que seus eleitores lhe fiquem reconhecidos.
São pronomes utilizados no tratamento formal, ceri-
- Uniformidade de Tratamento: quando escrevemos ou
monioso. Apesar de indicarem nosso interlocutor (portan-
nos dirigimos a alguém, não é permitido mudar, ao longo
to, a segunda pessoa), utilizam o verbo na terceira pes-
do texto, a pessoa do tratamento escolhida inicialmente.
soa. Alguns exemplos:
Assim, por exemplo, se começamos a chamar alguém de
Vossa Alteza (V. A.) = príncipes, duques
“você”, não poderemos usar “te” ou “teu”. O uso correto
Vossa Eminência (V. E.ma) = cardeais
exigirá, ainda, verbo na terceira pessoa.
Vossa Reverendíssima (V. Ver.ma) = sacerdotes e religio-
sos em geral
Quando você vier, eu te abraçarei e enrolar-me-ei nos
Vossa Excelência (V. Ex.ª) = oficiais de patente superior
teus cabelos. (errado)
à de coronel, senadores, deputados, embaixadores, profes-
sores de curso superior, ministros de Estado e de Tribunais, Quando você vier, eu a abraçarei e enrolar-me-ei nos
governadores, secretários de Estado, presidente da Repú- seus cabelos. (correto) = terceira pessoa do singular
blica (sempre por extenso) ou
Vossa Magnificência (V. Mag.ª) = reitores de universi-
dades Quando tu vieres, eu te abraçarei e enrolar-me-ei nos
Vossa Majestade (V. M.) = reis, rainhas e imperadores teus cabelos. (correto) = segunda pessoa do singular
Vossa Senhoria (V. S.a) = comerciantes em geral, oficiais
até a patente de coronel, chefes de seção e funcionários de Pronomes Possessivos
igual categoria São palavras que, ao indicarem a pessoa gramatical
Vossa Meritíssima (sempre por extenso) = para juízes (possuidor), acrescentam a ela a ideia de posse de algo
de direito (coisa possuída).
Vossa Santidade (sempre por extenso) = tratamento Este caderno é meu. (meu = possuidor: 1ª pessoa do
cerimonioso singular)
Vossa Onipotência (sempre por extenso) = Deus
NÚMERO PESSOA PRONOME
Também são pronomes de tratamento o senhor, a se-
nhora e você, vocês. “O senhor” e “a senhora” são empre- singular primeira meu(s), minha(s)
gados no tratamento cerimonioso; “você” e “vocês”, no tra- singular segunda teu(s), tua(s)
tamento familiar. Você e vocês são largamente empregados
singular terceira seu(s), sua(s)
no português do Brasil; em algumas regiões, a forma tu é
de uso frequente; em outras, pouco empregada. Já a forma plural primeira nosso(s), nossa(s)
vós tem uso restrito à linguagem litúrgica, ultraformal ou plural segunda vosso(s), vossa(s)
literária.
plural terceira seu(s), sua(s)

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LÍNGUA PORTUGUESA

* Note que: A forma do possessivo depende da pessoa *Em relação ao tempo:


gramatical a que se refere; o gênero e o número concordam - Este(s), esta(s) e isto = indicam o tempo presente em
com o objeto possuído: Ele trouxe seu apoio e sua contribui- relação à pessoa que fala:
ção naquele momento difícil. Esta manhã farei a prova do concurso!

* Observações: - Esse(s), essa(s) e isso = indicam o tempo passado, po-


- A forma “seu” não é um possessivo quando resultar rém relativamente próximo à época em que se situa a pes-
da alteração fonética da palavra senhor: Muito obrigado, soa que fala:
seu José. Essa noite dormi mal; só pensava no concurso!

- Aquele(s), aquela(s) e aquilo = indicam um afasta-


- Os pronomes possessivos nem sempre indicam pos-
mento no tempo, referido de modo vago ou como tempo
se. Podem ter outros empregos, como:
remoto:
a) indicar afetividade: Não faça isso, minha filha. Naquele tempo, os professores eram valorizados.
b) indicar cálculo aproximado: Ele já deve ter seus 40 *Em relação ao falado ou escrito (ou ao que se fala-
anos. rá ou escreverá):
- Este(s), esta(s) e isto = empregados quando se quer
c) atribuir valor indefinido ao substantivo: Marisa tem fazer referência a alguma coisa sobre a qual ainda se falará:
lá seus defeitos, mas eu gosto muito dela. Serão estes os conteúdos da prova: análise sintática, or-
tografia, concordância.
- Em frases onde se usam pronomes de tratamento,
o pronome possessivo fica na 3.ª pessoa: Vossa Excelência - Esse(s), essa(s) e isso = utilizados quando se pretende
trouxe sua mensagem? fazer referência a alguma coisa sobre a qual já se falou:
Sua aprovação no concurso, isso é o que mais deseja-
- Referindo-se a mais de um substantivo, o possessi- mos!
vo concorda com o mais próximo: Trouxe-me seus livros e
anotações. - Este e aquele são empregados quando se quer fa-
zer referência a termos já mencionados; aquele se refere
ao termo referido em primeiro lugar e este para o referido
- Em algumas construções, os pronomes pessoais oblí-
por último:
quos átonos assumem valor de possessivo: Vou seguir-lhe
os passos. (= Vou seguir seus passos) Domingo, no Pacaembu, jogarão Palmeiras e São Paulo;
este está mais bem colocado que aquele. (= este [São Paulo],
- O adjetivo “respectivo” equivale a “devido, seu, pró- aquele [Palmeiras])
prio”, por isso não se deve usar “seus” ao utilizá-lo, para ou
que não ocorra redundância: Coloque tudo nos respectivos
lugares. Domingo, no Pacaembu, jogarão Palmeiras e São Paulo;
aquele está mais bem colocado que este. (= este [São Paulo],
Pronomes Demonstrativos aquele [Palmeiras])

São utilizados para explicitar a posição de certa palavra - Os pronomes demonstrativos podem ser variáveis ou
em relação a outras ou ao contexto. Essa relação pode ser invariáveis, observe:
de espaço, de tempo ou em relação ao discurso. Variáveis: este(s), esta(s), esse(s), essa(s), aquele(s), aque-
la(s).
*Em relação ao espaço: Invariáveis: isto, isso, aquilo.
- Este(s), esta(s) e isto = indicam o que está perto da
* Também aparecem como pronomes demonstrativos:
pessoa que fala:
- o(s), a(s): quando estiverem antecedendo o “que” e
Este material é meu.
puderem ser substituídos por aquele(s), aquela(s), aquilo.
Não ouvi o que disseste. (Não ouvi aquilo que disseste.)
- Esse(s), essa(s) e isso = indicam o que está perto da Essa rua não é a que te indiquei. (não é aquela que te
pessoa com quem se fala: indiquei.)
Esse material em sua carteira é seu?
- mesmo(s), mesma(s), próprio(s), própria(s): variam em
- Aquele(s), aquela(s) e aquilo = indicam o que está dis- gênero quando têm caráter reforçativo:
tante tanto da pessoa que fala como da pessoa com quem Estas são as mesmas pessoas que o procuraram ontem.
se fala: Eu mesma refiz os exercícios.
Aquele material não é nosso. Elas mesmas fizeram isso.
Vejam aquele prédio! Eles próprios cozinharam.
Os próprios alunos resolveram o problema.

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LÍNGUA PORTUGUESA

- semelhante(s): Não tenha semelhante atitude. Os pronomes indefinidos podem ser divididos em va-
riáveis e invariáveis. Observe:
- tal, tais: Tal absurdo eu não comenteria.
Variáveis = algum, nenhum, todo, muito, pouco, vário,
* Note que: tanto, outro, quanto, alguma, nenhuma, toda, muita, pouca,
- Em frases como: O referido deputado e o Dr. Alcides vária, tanta, outra, quanta, qualquer, quaisquer*, alguns, ne-
eram amigos íntimos; aquele casado, solteiro este. (ou en- nhuns, todos, muitos, poucos, vários, tantos, outros, quantos,
tão: este solteiro, aquele casado) - este se refere à pessoa algumas, nenhumas, todas, muitas, poucas, várias, tantas,
mencionada em último lugar; aquele, à mencionada em outras, quantas.
primeiro lugar.
Invariáveis = alguém, ninguém, outrem, tudo, nada,
- O pronome demonstrativo tal pode ter conotação algo, cada.
irônica: A menina foi a tal que ameaçou o professor?
*
Qualquer é composto de qual + quer (do verbo que-
- Pode ocorrer a contração das preposições a, de, em rer), por isso seu plural é quaisquer (única palavra cujo plu-
com pronome demonstrativo: àquele, àquela, deste, desta, ral é feito em seu interior).
disso, nisso, no, etc: Não acreditei no que estava vendo. (no
= naquilo) - Todo e toda no singular e junto de artigo significa
inteiro; sem artigo, equivale a qualquer ou a todas as:
Pronomes Indefinidos Toda a cidade está enfeitada. (= a cidade inteira)
Toda cidade está enfeitada. (= todas as cidades)
São palavras que se referem à 3.ª pessoa do discurso, Trabalho todo o dia. (= o dia inteiro)
dando-lhe sentido vago (impreciso) ou expressando quan- Trabalho todo dia. (= todos os dias)
tidade indeterminada.
Alguém entrou no jardim e destruiu as mudas recém- São locuções pronominais indefinidas: cada qual,
-plantadas. cada um, qualquer um, quantos quer (que), quem quer (que),
seja quem for, seja qual for, todo aquele (que), tal qual (=
Não é difícil perceber que “alguém” indica uma pessoa
certo), tal e qual, tal ou qual, um ou outro, uma ou outra, etc.
de quem se fala (uma terceira pessoa, portanto) de forma
Cada um escolheu o vinho desejado.
imprecisa, vaga. É uma palavra capaz de indicar um ser hu-
mano que seguramente existe, mas cuja identidade é des-
Indefinidos Sistemáticos
conhecida ou não se quer revelar. Classificam-se em:
Ao observar atentamente os pronomes indefinidos,
- Pronomes Indefinidos Substantivos: assumem o lu-
percebemos que existem alguns grupos que criam oposi-
gar do ser ou da quantidade aproximada de seres na frase.
São eles: algo, alguém, fulano, sicrano, beltrano, nada, nin- ção de sentido. É o caso de: algum/alguém/algo, que têm
guém, outrem, quem, tudo. sentido afirmativo, e nenhum/ninguém/nada, que têm
sentido negativo; todo/tudo, que indicam uma totalidade
Algo o incomoda? afirmativa, e nenhum/nada, que indicam uma totalidade
Quem avisa amigo é. negativa; alguém/ninguém, que se referem à pessoa, e
algo/nada, que se referem à coisa; certo, que particulariza,
- Pronomes Indefinidos Adjetivos: qualificam um ser e qualquer, que generaliza.
expresso na frase, conferindo-lhe a noção de quantidade Essas oposições de sentido são muito importantes na
aproximada. São eles: cada, certo(s), certa(s). construção de frases e textos coerentes, pois delas muitas
vezes dependem a solidez e a consistência dos argumen-
Cada povo tem seus costumes. tos expostos. Observe nas frases seguintes a força que os
Certas pessoas exercem várias profissões. pronomes indefinidos destacados imprimem às afirmações
de que fazem parte:
* Note que: Ora são pronomes indefinidos substanti- Nada do que tem sido feito produziu qualquer resultado
vos, ora pronomes indefinidos adjetivos: prático.
algum, alguns, alguma(s), bastante(s) (= muito, muitos), Certas pessoas conseguem perceber sutilezas: não são
demais, mais, menos, muito(s), muita(s), nenhum, nenhuns, pessoas quaisquer.
nenhuma(s), outro(s), outra(s), pouco(s), pouca(s), qualquer,
quaisquer, qual, que, quanto(s), quanta(s), tal, tais, tanto(s), *Nenhum é contração de nem um, forma mais enfática,
tanta(s), todo(s), toda(s), um, uns, uma(s), vários, várias. que se refere à unidade. Repare:
Nenhum candidato foi aprovado.
Menos palavras e mais ações. Nem um candidato foi aprovado. (um, nesse caso, é nu-
Alguns se contentam pouco. meral)

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LÍNGUA PORTUGUESA

Pronomes Relativos - O pronome “cujo”: exprime posse; não concorda com


o seu antecedente (o ser possuidor), mas com o conse-
São aqueles que representam nomes já mencionados quente (o ser possuído, com o qual concorda em gênero
anteriormente e com os quais se relacionam. Introduzem e número); não se usa artigo depois deste pronome; “cujo”
as orações subordinadas adjetivas. equivale a do qual, da qual, dos quais, das quais.
O racismo é um sistema que afirma a superioridade de Existem pessoas cujas ações são nobres.
um grupo racial sobre outros. (antecedente) (consequente)
(afirma a superioridade de um grupo racial sobre outros
= oração subordinada adjetiva). *interpretação do pronome “cujo” na frase acima: ações
das pessoas. É como se lêssemos “de trás para frente”. Ou-
O pronome relativo “que” refere-se à palavra “sistema” tro exemplo:
e introduz uma oração subordinada. Diz-se que a palavra Comprei o livro cujo autor é famoso. (= autor do livro)
“sistema” é antecedente do pronome relativo que.
O antecedente do pronome relativo pode ser o prono- ** se o verbo exigir preposição, esta virá antes do pro-
me demonstrativo o, a, os, as. nome:
Não sei o que você está querendo dizer. O autor, a cujo livro você se referiu, está aqui! (referiu-
Às vezes, o antecedente do pronome relativo não vem se a)
expresso.
Quem casa, quer casa. - “Quanto” é pronome relativo quando tem por an-
tecedente um pronome indefinido: tanto (ou variações) e
Observe: tudo:
Pronomes relativos variáveis = o qual, cujo, quanto, os Emprestei tantos quantos foram necessários.
quais, cujos, quantos, a qual, cuja, quanta, as quais, cujas, (antecedente)
quantas. Ele fez tudo quanto havia falado.
Pronomes relativos invariáveis = quem, que, onde. (antecedente)

Note que: - O pronome “quem” se refere a pessoas e vem sem-


- O pronome “que” é o relativo de mais largo emprego, pre precedido de preposição.
sendo por isso chamado relativo universal. Pode ser subs- É um professor a quem muito devemos.
tituído por o qual, a qual, os quais, as quais, quando seu (preposição)
antecedente for um substantivo.
O trabalho que eu fiz refere-se à corrupção. (= o qual) - “Onde”, como pronome relativo, sempre possui an-
A cantora que acabou de se apresentar é péssima. (= a tecedente e só pode ser utilizado na indicação de lugar: A
qual) casa onde morava foi assaltada.
Os trabalhos que eu fiz referem-se à corrupção. (= os
quais) - Na indicação de tempo, deve-se empregar quando
As cantoras que se apresentaram eram péssimas. (= as ou em que.
quais) Sinto saudades da época em que (quando) morávamos
no exterior.
- O qual, os quais, a qual e as quais são exclusivamente
pronomes relativos, por isso são utilizados didaticamente - Podem ser utilizadas como pronomes relativos as pa-
para verificar se palavras como “que”, “quem”, “onde” (que lavras:
podem ter várias classificações) são pronomes relativos. To- - como (= pelo qual) – desde que precedida das pala-
dos eles são usados com referência à pessoa ou coisa por vras modo, maneira ou forma:
motivo de clareza ou depois de determinadas preposições: Não me parece correto o modo como você agiu semana
Regressando de São Paulo, visitei o sítio de minha tia, o qual passada.
me deixou encantado. O uso de “que”, neste caso, geraria
ambiguidade. Veja: Regressando de São Paulo, visitei o sítio - quando (= em que) – desde que tenha como antece-
de minha tia, que me deixou encantado (quem me deixou dente um nome que dê ideia de tempo:
encantado: o sítio ou minha tia?). Bons eram os tempos quando podíamos jogar videoga-
Essas são as conclusões sobre as quais pairam muitas me.
dúvidas? (com preposições de duas ou mais sílabas utiliza-
se o qual / a qual) - Os pronomes relativos permitem reunir duas orações
numa só frase.
- O relativo “que” às vezes equivale a o que, coisa que, e O futebol é um esporte. / O povo gosta muito deste es-
se refere a uma oração: Não chegou a ser padre, mas deixou porte.
de ser poeta, que era a sua vocação natural. = O futebol é um esporte de que o povo gosta muito.

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LÍNGUA PORTUGUESA

- Numa série de orações adjetivas coordenadas, pode -lugares: Alemanha, Portugal


ocorrer a elipse do relativo “que”: A sala estava cheia de -sentimentos: amor, saudade
gente que conversava, (que) ria, observava. -estados: alegria, tristeza
-qualidades: honestidade, sinceridade...
Pronomes Interrogativos -ações: corrida, pescaria...

São usados na formulação de perguntas, sejam elas di- Morfossintaxe do substantivo


retas ou indiretas. Assim como os pronomes indefinidos,
referem-se à 3.ª pessoa do discurso de modo impreciso. Nas orações, geralmente o substantivo exerce funções
São pronomes interrogativos: que, quem, qual (e variações), diretamente relacionadas com o verbo: atua como núcleo
quanto (e variações). do sujeito, dos complementos verbais (objeto direto ou
Com quem andas?
indireto) e do agente da passiva, podendo, ainda, funcio-
Qual seu nome?
nar como núcleo do complemento nominal ou do aposto,
Diz-me com quem andas, que te direi quem és.
como núcleo do predicativo do sujeito, do objeto ou como
Sobre os pronomes: núcleo do vocativo. Também encontramos substantivos
como núcleos de adjuntos adnominais e de adjuntos ad-
O pronome pessoal é do caso reto quando tem função verbiais - quando essas funções são desempenhadas por
de sujeito na frase. O pronome pessoal é do caso oblíquo grupos de palavras.
quando desempenha função de complemento.
1. Eu não sei essa matéria, mas ele irá me ajudar. Classificação dos Substantivos
2. Maria foi embora para casa, pois não sabia se devia
lhe ajudar. Substantivos Comuns e Próprios

Na primeira oração os pronomes pessoais “eu” e “ele” Observe a definição:


exercem função de sujeito, logo, são pertencentes ao caso
reto. Já na segunda oração, o pronome “lhe” exerce função Cidade: s.f. 1: Povoação maior que vila, com muitas ca-
de complemento (objeto), ou seja, caso oblíquo. sas e edifícios, dispostos em ruas e avenidas (no Brasil, toda a
Os pronomes pessoais indicam as pessoas do discurso. sede de município é cidade). 2. O centro de uma cidade (em
O pronome oblíquo “lhe”, da segunda oração, aponta para oposição aos bairros).
a segunda pessoa do singular (tu/você): Maria não sabia se
devia ajudar... Ajudar quem? Você (lhe).
Qualquer “povoação maior que vila, com muitas casas
e edifícios, dispostos em ruas e avenidas” será chamada
Os pronomes pessoais oblíquos podem ser átonos ou
tônicos: os primeiros não são precedidos de preposição, cidade. Isso significa que a palavra cidade é um substantivo
diferentemente dos segundos, que são sempre precedidos comum.
de preposição. Substantivo Comum é aquele que designa os seres de
- Pronome oblíquo átono: Joana me perguntou o que uma mesma espécie de forma genérica: cidade, menino,
eu estava fazendo. homem, mulher, país, cachorro.
- Pronome oblíquo tônico: Joana perguntou para mim Estamos voando para Barcelona.
o que eu estava fazendo.
O substantivo Barcelona designa apenas um ser da es-
Fontes de pesquisa: pécie cidade. Barcelona é um substantivo próprio – aquele
http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf42. que designa os seres de uma mesma espécie de forma par-
php ticular: Londres, Paulinho, Pedro, Tietê, Brasil.
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. Substantivos Concretos e Abstratos
Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Cere-
ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo: Substantivo Concreto: é aquele que designa o ser que
Saraiva, 2010. existe, independentemente de outros seres.
Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
Observação: os substantivos concretos designam se-
res do mundo real e do mundo imaginário.
Substantivo
Seres do mundo real: homem, mulher, cadeira, cobra,
Substantivo é a classe gramatical de palavras variáveis, Brasília.
as quais denominam todos os seres que existem, sejam Seres do mundo imaginário: saci, mãe-d’água, fantas-
reais ou imaginários. Além de objetos, pessoas e fenôme- ma.
nos, os substantivos também nomeiam:

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LÍNGUA PORTUGUESA

Substantivo Abstrato: é aquele que designa seres que enxoval roupas


dependem de outros para se manifestarem ou existirem.
Por exemplo: a beleza não existe por si só, não pode falange soldados, anjos
ser observada. Só podemos observar a beleza numa pes- fauna animais de uma região
soa ou coisa que seja bela. A beleza depende de outro ser
feixe lenha, capim
para se manifestar. Portanto, a palavra beleza é um subs-
tantivo abstrato. flora vegetais de uma região
Os substantivos abstratos designam estados, qualida- frota navios mercantes, ônibus
des, ações e sentimentos dos seres, dos quais podem ser
girândola fogos de artifício
abstraídos, e sem os quais não podem existir: vida (estado),
rapidez (qualidade), viagem (ação), saudade (sentimento). horda bandidos, invasores
médicos, bois, credores,
Substantivos Coletivos junta
examinadores

Ele vinha pela estrada e foi picado por uma abelha, ou- júri jurados
tra abelha, mais outra abelha. legião soldados, anjos, demônios
Ele vinha pela estrada e foi picado por várias abelhas. leva presos, recrutas
Ele vinha pela estrada e foi picado por um enxame.
malta malfeitores ou desordeiros
Note que, no primeiro caso, para indicar plural, foi ne- manada búfalos, bois, elefantes,
cessário repetir o substantivo: uma abelha, outra abelha, matilha cães de raça
mais outra abelha. No segundo caso, utilizaram-se duas
palavras no plural. No terceiro, empregou-se um substan- molho chaves, verduras
tivo no singular (enxame) para designar um conjunto de multidão pessoas em geral
seres da mesma espécie (abelhas).
insetos (gafanhotos,
nuvem
mosquitos, etc.)
O substantivo enxame é um substantivo coletivo.
penca bananas, chaves
Substantivo Coletivo: é o substantivo comum que, pinacoteca pinturas, quadros
mesmo estando no singular, designa um conjunto de seres
quadrilha ladrões, bandidos
da mesma espécie.
ramalhete flores
Substantivo coletivo Conjunto de: rebanho ovelhas
assembleia pessoas reunidas repertório peças teatrais, obras musicais
alcateia lobos réstia alhos ou cebolas
acervo livros romanceiro poesias narrativas
antologia trechos literários selecionados revoada pássaros
arquipélago ilhas sínodo párocos
banda músicos talha lenha
bando desordeiros ou malfeitores tropa muares, soldados
banca examinadores turma estudantes, trabalhadores
batalhão soldados vara porcos
cardume peixes
caravana viajantes peregrinos
cacho frutas
cancioneiro canções, poesias líricas
colmeia abelhas
concílio bispos
congresso parlamentares, cientistas
elenco atores de uma peça ou filme
esquadra navios de guerra

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LÍNGUA PORTUGUESA

Formação dos Substantivos Substantivos Uniformes: apresentam uma única forma,


Substantivos Simples e Compostos que serve tanto para o masculino quanto para o feminino.
Classificam-se em:
Chuva - subst. Fem. 1 - água caindo em gotas sobre a
terra. - Epicenos: referentes a animais. A distinção de sexo se
O substantivo chuva é formado por um único elemento faz mediante a utilização das palavras “macho” e “fêmea”: a
ou radical. É um substantivo simples. cobra macho e a cobra fêmea, o jacaré macho e o jacaré fêmea.
- Sobrecomuns: substantivos uniformes referentes a
Substantivo Simples: é aquele formado por um único pessoas de ambos os sexos: a criança, a testemunha, a víti-
elemento. ma, o cônjuge, o gênio, o ídolo, o indivíduo.
Outros substantivos simples: tempo, sol, sofá, etc. Veja - Comuns de Dois ou Comum de Dois Gêneros: in-
agora: O substantivo guarda-chuva é formado por dois ele- dicam o sexo das pessoas por meio do artigo: o colega e a
colega, o doente e a doente, o artista e a artista.
mentos (guarda + chuva). Esse substantivo é composto.
Substantivo Composto: é aquele formado por dois ou
Saiba que: Substantivos de origem grega terminados
mais elementos. Outros exemplos: beija-flor, passatempo.
em ema ou oma são masculinos: o fonema, o poema, o sis-
tema, o sintoma, o teorema.
Substantivos Primitivos e Derivados
- Existem certos substantivos que, variando de gênero,
Substantivo Primitivo: é aquele que não deriva de ne- variam em seu significado:
nhuma outra palavra da própria língua portuguesa. O subs- o águia (vigarista) e a águia (ave; perspicaz)
tantivo limoeiro, por exemplo, é derivado, pois se originou o cabeça (líder) e a cabeça (parte do corpo)
a partir da palavra limão. o capital (dinheiro) e a capital (cidade)
Substantivo Derivado: é aquele que se origina de ou- o coma (sono mórbido) e a coma (cabeleira, juba)
tra palavra. o lente (professor) e a lente (vidro de aumento)
o moral (estado de espírito) e a moral (ética; conclusão)
Flexão dos substantivos o praça (soldado raso) e a praça (área pública)
o rádio (aparelho receptor) e a rádio (estação emissora)
O substantivo é uma classe variável. A palavra é variá-
vel quando sofre flexão (variação). A palavra menino, por Formação do Feminino dos Substantivos Biformes
exemplo, pode sofrer variações para indicar:
Plural: meninos / Feminino: menina / Aumentativo: - Regra geral: troca-se a terminação -o por –a: aluno
meninão / Diminutivo: menininho - aluna.
- Substantivos terminados em -ês: acrescenta-se -a ao
Flexão de Gênero masculino: freguês - freguesa
- Substantivos terminados em -ão: fazem o feminino
Gênero é um princípio puramente linguístico, não de- de três formas:
vendo ser confundido com “sexo”. O gênero diz respeito 1- troca-se -ão por -oa. = patrão – patroa
a todos os substantivos de nossa língua, quer se refiram 2- troca-se -ão por -ã. = campeão - campeã
a seres animais providos de sexo, quer designem apenas 3- troca-se -ão por ona. = solteirão - solteirona
“coisas”: o gato/a gata; o banco, a casa.
* Exceções: barão – baronesa, ladrão- ladra, sultão -
Na língua portuguesa, há dois gêneros: masculino e
sultana
feminino. Pertencem ao gênero masculino os substantivos
que podem vir precedidos dos artigos o, os, um, uns. Veja - Substantivos terminados em -or:
estes títulos de filmes: acrescenta-se -a ao masculino = doutor – doutora
O velho e o mar troca-se -or por -triz: = imperador - imperatriz
Um Natal inesquecível
Os reis da praia - Substantivos com feminino em -esa, -essa, -isa: côn-
sul - consulesa / abade - abadessa / poeta - poetisa / duque
Pertencem ao gênero feminino os substantivos que - duquesa / conde - condessa / profeta - profetisa
podem vir precedidos dos artigos a, as, uma, umas:
A história sem fim - Substantivos que formam o feminino trocando o -e
Uma cidade sem passado final por -a: elefante - elefanta
As tartarugas ninjas
- Substantivos que têm radicais diferentes no masculi-
Substantivos Biformes e Substantivos Uniformes no e no feminino: bode – cabra / boi - vaca

Substantivos Biformes (= duas formas): apresentam - Substantivos que formam o feminino de maneira es-
uma forma para cada gênero: gato – gata, homem – mulher, pecial, isto é, não seguem nenhuma das regras anteriores:
poeta – poetisa, prefeito - prefeita czar – czarina, réu - ré

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LÍNGUA PORTUGUESA

Formação do Feminino dos Substantivos Uniformes Femininos: a dinamite, a derme, a hélice, a omoplata, a
cataplasma, a pane, a mascote, a gênese, a entorse, a libido,
Epicenos: a cal, a faringe, a cólera (doença), a ubá (canoa).
Novo jacaré escapa de policiais no rio Pinheiros.
- São geralmente masculinos os substantivos de ori-
Não é possível saber o sexo do jacaré em questão. Isso gem grega terminados em -ma: o grama (peso), o quilo-
ocorre porque o substantivo jacaré tem apenas uma forma grama, o plasma, o apostema, o diagrama, o epigrama, o
para indicar o masculino e o feminino. telefonema, o estratagema, o dilema, o teorema, o trema, o
Alguns nomes de animais apresentam uma só forma
eczema, o edema, o magma, o estigma, o axioma, o traco-
para designar os dois sexos. Esses substantivos são cha-
ma, o hematoma.
mados de epicenos. No caso dos epicenos, quando houver
a necessidade de especificar o sexo, utilizam-se palavras
macho e fêmea. * Exceções: a cataplasma, a celeuma, a fleuma, etc.
A cobra macho picou o marinheiro.
A cobra fêmea escondeu-se na bananeira. Gênero dos Nomes de Cidades: Com raras exceções,
nomes de cidades são femininos.
Sobrecomuns: A histórica Ouro Preto.
Entregue as crianças à natureza. A dinâmica São Paulo.
A acolhedora Porto Alegre.
A palavra crianças se refere tanto a seres do sexo mas- Uma Londres imensa e triste.
culino, quanto a seres do sexo feminino. Nesse caso, nem Exceções: o Rio de Janeiro, o Cairo, o Porto, o Havre.
o artigo nem um possível adjetivo permitem identificar o
sexo dos seres a que se refere a palavra. Veja: Gênero e Significação
A criança chorona chamava-se João.
A criança chorona chamava-se Maria. Muitos substantivos têm uma significação no masculi-
no e outra no feminino. Observe:
Outros substantivos sobrecomuns: o baliza (soldado que, que à frente da tropa, indica os
a criatura = João é uma boa criatura. Maria é uma boa
movimentos que se deve realizar em conjunto; o que vai à
criatura.
frente de um bloco carnavalesco, manejando um bastão), a
o cônjuge = O cônjuge de João faleceu. O cônjuge de
Marcela faleceu baliza (marco, estaca; sinal que marca um limite ou proibi-
ção de trânsito), o cabeça (chefe), a cabeça (parte do cor-
Comuns de Dois Gêneros: po), o cisma (separação religiosa, dissidência), a cisma (ato
Motorista tem acidente idêntico 23 anos depois. de cismar, desconfiança), o cinza (a cor cinzenta), a cinza
(resíduos de combustão), o capital (dinheiro), a capital (ci-
Quem sofreu o acidente: um homem ou uma mulher? dade), o coma (perda dos sentidos), a coma (cabeleira), o
É impossível saber apenas pelo título da notícia, uma coral (pólipo, a cor vermelha, canto em coro), a coral (cobra
vez que a palavra motorista é um substantivo uniforme. venenosa), o crisma (óleo sagrado, usado na administração
A distinção de gênero pode ser feita através da análise da crisma e de outros sacramentos), a crisma (sacramento
do artigo ou adjetivo, quando acompanharem o substanti- da confirmação), o cura (pároco), a cura (ato de curar), o
vo: o colega - a colega; o imigrante - a imigrante; um jovem estepe (pneu sobressalente), a estepe (vasta planície de vege-
- uma jovem; artista famoso - artista famosa; repórter fran- tação), o guia (pessoa que guia outras), a guia (documento,
cês - repórter francesa pena grande das asas das aves), o grama (unidade de peso),
a grama (relva), o caixa (funcionário da caixa), a caixa (re-
- A palavra personagem é usada indistintamente nos cipiente, setor de pagamentos), o lente (professor), a lente
dois gêneros. (vidro de aumento), o moral (ânimo), a moral (honestidade,
a) Entre os escritores modernos nota-se acentuada
bons costumes, ética), o nascente (lado onde nasce o Sol), a
preferência pelo masculino: O menino descobriu nas nuvens
nascente (a fonte), o maria-fumaça (trem como locomotiva
os personagens dos contos de carochinha.
b) Com referência a mulher, deve-se preferir o femini- a vapor), maria-fumaça (locomotiva movida a vapor), o pala
no: O problema está nas mulheres de mais idade, que não (poncho), a pala (parte anterior do boné ou quepe, antepa-
aceitam a personagem. ro), o rádio (aparelho receptor), a rádio (emissora), o voga
(remador), a voga (moda).
- Diz-se: o (ou a) manequim Marcela, o (ou a) modelo
fotográfico Ana Belmonte. Flexão de Número do Substantivo

Observe o gênero dos substantivos seguintes: Em português, há dois números gramaticais: o singular,
Masculinos: o tapa, o eclipse, o lança-perfume, o dó que indica um ser ou um grupo de seres, e o plural, que
(pena), o sanduíche, o clarinete, o champanha, o sósia, o indica mais de um ser ou grupo de seres. A característica
maracajá, o clã, o herpes, o pijama, o suéter, o soprano, o do plural é o “s” final.
proclama, o pernoite, o púbis.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Plural dos Substantivos Simples - Flexionam-se os dois elementos, quando formados


de:
- Os substantivos terminados em vogal, ditongo oral e substantivo + substantivo = couve-flor e couves-flores
“n” fazem o plural pelo acréscimo de “s”: pai – pais; ímã – substantivo + adjetivo = amor-perfeito e amores-per-
ímãs; hífen - hifens (sem acento, no plural). Exceção: cânon feitos
- cânones. adjetivo + substantivo = gentil-homem e gentis-ho-
mens
- Os substantivos terminados em “m” fazem o plural numeral + substantivo = quinta-feira e quintas-feiras
em “ns”: homem - homens.
- Flexiona-se somente o segundo elemento, quando
- Os substantivos terminados em “r” e “z” fazem o plu- formados de:
ral pelo acréscimo de “es”: revólver – revólveres; raiz - raízes. verbo + substantivo = guarda-roupa e guarda-roupas
palavra invariável + palavra variável = alto-falante e al-
to-falantes
* Atenção: O plural de caráter é caracteres.
palavras repetidas ou imitativas = reco-reco e reco-re-
cos
- Os substantivos terminados em al, el, ol, ul flexionam-
se no plural, trocando o “l” por “is”: quintal - quintais; cara-
- Flexiona-se somente o primeiro elemento, quando
col – caracóis; hotel - hotéis. Exceções: mal e males, cônsul formados de:
e cônsules. substantivo + preposição clara + substantivo = água-
de-colônia e águas-de-colônia
- Os substantivos terminados em “il” fazem o plural de substantivo + preposição oculta + substantivo = cava-
duas maneiras: lo-vapor e cavalos-vapor
- Quando oxítonos, em “is”: canil - canis substantivo + substantivo que funciona como determi-
- Quando paroxítonos, em “eis”: míssil - mísseis. nante do primeiro, ou seja, especifica a função ou o tipo do
termo anterior: palavra-chave - palavras-chave, bomba-re-
Observação: a palavra réptil pode formar seu plural de lógio - bombas-relógio, homem-rã - homens-rã, peixe-espa-
duas maneiras: répteis ou reptis (pouco usada). da - peixes-espada.

- Os substantivos terminados em “s” fazem o plural de - Permanecem invariáveis, quando formados de:
duas maneiras: verbo + advérbio = o bota-fora e os bota-fora
1- Quando monossilábicos ou oxítonos, mediante o verbo + substantivo no plural = o saca-rolhas e os sa-
acréscimo de “es”: ás – ases / retrós - retroses ca-rolhas
2- Quando paroxítonos ou proparoxítonos, ficam inva-
riáveis: o lápis - os lápis / o ônibus - os ônibus. * Casos Especiais

- Os substantivos terminados em “ao” fazem o plural o louva-a-deus e os louva-a-deus


de três maneiras.
o bem-te-vi e os bem-te-vis
1- substituindo o -ão por -ões: ação - ações
2- substituindo o -ão por -ães: cão - cães o bem-me-quer e os bem-me-queres
3- substituindo o -ão por -ãos: grão - grãos o joão-ninguém e os joões-ninguém.

- Os substantivos terminados em “x” ficam invariáveis: Plural das Palavras Substantivadas


o látex - os látex.
As palavras substantivadas, isto é, palavras de outras
Plural dos Substantivos Compostos classes gramaticais usadas como substantivo, apresentam,
no plural, as flexões próprias dos substantivos.
- A formação do plural dos substantivos compostos Pese bem os prós e os contras.
depende da forma como são grafados, do tipo de palavras O aluno errou na prova dos noves.
que formam o composto e da relação que estabelecem en- Ouça com a mesma serenidade os sins e os nãos.
tre si. Aqueles que são grafados sem hífen comportam-se
como os substantivos simples: aguardente/aguardentes, gi- * Observação: numerais substantivados terminados
rassol/girassóis, pontapé/pontapés, malmequer/malmeque- em “s” ou “z” não variam no plural: Nas provas mensais con-
res. segui muitos seis e alguns dez.
O plural dos substantivos compostos cujos elementos
são ligados por hífen costuma provocar muitas dúvidas e
discussões. Algumas orientações são dadas a seguir:

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LÍNGUA PORTUGUESA

Plural dos Diminutivos Singular Plural


Flexiona-se o substantivo no plural, retira-se o “s” final Corpo (ô) corpos (ó)
e acrescenta-se o sufixo diminutivo. esforço esforços
fogo fogos
pãe(s) + zinhos = pãezinhos forno fornos
animai(s) + zinhos = animaizinhos fosso fossos
botõe(s) + zinhos = botõezinhos imposto impostos
chapéu(s) + zinhos = chapeuzinhos olho olhos
farói(s) + zinhos = faroizinhos osso (ô) ossos (ó)
tren(s) + zinhos = trenzinhos ovo ovos
colhere(s) + zinhas = colherezinhas poço poços
flore(s) + zinhas = florezinhas porto portos
mão(s) + zinhas = mãozinhas posto postos
papéi(s) + zinhos = papeizinhos tijolo tijolos
nuven(s) + zinhas = nuvenzinhas
funi(s) + zinhos = funizinhos Têm a vogal tônica fechada (ô): adornos, almoços, bol-
sos, esposos, estojos, globos, gostos, polvos, rolos, soros, etc.
túnei(s) + zinhos = tuneizinhos
pai(s) + zinhos = paizinhos * Observação: distinga-se molho (ô) = caldo (molho
pé(s) + zinhos = pezinhos de carne), de molho (ó) = feixe (molho de lenha).
pé(s) + zitos = pezitos
Particularidades sobre o Número dos Substantivos
Plural dos Nomes Próprios Personativos
- Há substantivos que só se usam no singular: o sul, o
Devem-se pluralizar os nomes próprios de pessoas norte, o leste, o oeste, a fé, etc.
sempre que a terminação preste-se à flexão. - Outros só no plural: as núpcias, os víveres, os pêsames,
as espadas/os paus (naipes de baralho), as fezes.
Os Napoleões também são derrotados. - Outros, enfim, têm, no plural, sentido diferente do
As Raquéis e Esteres. singular: bem (virtude) e bens (riquezas), honra (probidade,
bom nome) e honras (homenagem, títulos).
Plural dos Substantivos Estrangeiros - Usamos às vezes, os substantivos no singular, mas
com sentido de plural:
Substantivos ainda não aportuguesados devem ser es- Aqui morreu muito negro.
critos como na língua original, acrescentando-se “s” (exceto Celebraram o sacrifício divino muitas vezes em capelas
quando terminam em “s” ou “z”): os shows, os shorts, os jazz. improvisadas.

Substantivos já aportuguesados flexionam-se de acor- Flexão de Grau do Substantivo


do com as regras de nossa língua: os clubes, os chopes, os
jipes, os esportes, as toaletes, os bibelôs, os garçons, os ré- Grau é a propriedade que as palavras têm de exprimir
quiens. as variações de tamanho dos seres. Classifica-se em:

Observe o exemplo: - Grau Normal - Indica um ser de tamanho considera-


Este jogador faz gols toda vez que joga. do normal. Por exemplo: casa
O plural correto seria gois (ô), mas não se usa.
- Grau Aumentativo - Indica o aumento do tamanho
Plural com Mudança de Timbre
do ser. Classifica-se em:
Analítico = o substantivo é acompanhado de um adje-
Certos substantivos formam o plural com mudança de
tivo que indica grandeza. Por exemplo: casa grande.
timbre da vogal tônica (o fechado / o aberto). É um fato
fonético chamado metafonia (plural metafônico). Sintético = é acrescido ao substantivo um sufixo indi-
cador de aumento. Por exemplo: casarão.

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LÍNGUA PORTUGUESA

- Grau Diminutivo - Indica a diminuição do tamanho Classificação dos Verbos


do ser. Pode ser:
Analítico = substantivo acompanhado de um adjetivo Classificam-se em:
que indica pequenez. Por exemplo: casa pequena.
Sintético = é acrescido ao substantivo um sufixo indi- - Regulares: são aqueles que apresentam o radical
cador de diminuição. Por exemplo: casinha. inalterado durante a conjugação e desinências idênticas às
de todos os verbos regulares da mesma conjugação. Por
Fontes de pesquisa: exemplo: comparemos os verbos “cantar” e “falar”, conju-
http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf12.php gados no presente do Modo Indicativo:
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Cere- canto falo
ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo: cantas falas
Saraiva, 2010.
canta falas
Verbo cantamos falamos
cantais falais
Verbo é a palavra que se flexiona em pessoa, núme-
ro, tempo e modo. A estes tipos de flexão verbal dá-se o cantam falam
nome de conjugação (por isso também se diz que verbo
é a palavra que pode ser conjugada). Pode indicar, entre * Dica: Observe que, retirando os radicais, as desi-
outros processos: ação (amarrar), estado (sou), fenômeno nências modo-temporal e número-pessoal mantiveram-se
(choverá); ocorrência (nascer); desejo (querer). idênticas. Tente fazer com outro verbo e perceberá que se
repetirá o fato (desde que o verbo seja da primeira conju-
Estrutura das Formas Verbais gação e regular!). Faça com o verbo “andar”, por exemplo.
Substitua o radical “cant” e coloque o “and” (radical do ver-
Do ponto de vista estrutural, o verbo pode apresentar bo andar). Viu? Fácil!
os seguintes elementos:
- Radical: é a parte invariável, que expressa o significa- - Irregulares: são aqueles cuja flexão provoca altera-
do essencial do verbo. Por exemplo: fal-ei; fal-ava; fal-am. ções no radical ou nas desinências: faço, fiz, farei, fizesse.
(radical fal-) * Observação: alguns verbos sofrem alteração no ra-
- Tema: é o radical seguido da vogal temática que in- dical apenas para que seja mantida a sonoridade. É o caso
dica a conjugação a que pertence o verbo. Por exemplo: de: corrigir/corrijo, fingir/finjo, tocar/toquei, por exemplo.
fala-r. São três as conjugações: Tais alterações não caracterizam irregularidade, porque o
1.ª - Vogal Temática - A - (falar), 2.ª - Vogal Temática - fonema permanece inalterado.
E - (vender), 3.ª - Vogal Temática - I - (partir).
- Desinência modo-temporal: é o elemento que de-
- Defectivos: são aqueles que não apresentam conju-
signa o tempo e o modo do verbo. Por exemplo:
gação completa. Os principais são adequar, precaver, com-
falávamos ( indica o pretérito imperfeito do indicativo)
/ falasse ( indica o pretérito imperfeito do subjuntivo) putar, reaver, abolir, falir.
- Desinência número-pessoal: é o elemento que de-
signa a pessoa do discurso (1.ª, 2.ª ou 3.ª) e o número (sin- - Impessoais: são os verbos que não têm sujeito e, nor-
gular ou plural): malmente, são usados na terceira pessoa do singular. Os
falamos (indica a 1.ª pessoa do plural.) / falavam (in- principais verbos impessoais são:
dica a 3.ª pessoa do plural.)
* haver, quando sinônimo de existir, acontecer, realizar-
* Observação: o verbo pôr, assim como seus derivados se ou fazer (em orações temporais).
(compor, repor, depor), pertencem à 2.ª conjugação, pois a Havia muitos candidatos no dia da prova. (Havia = Exis-
forma arcaica do verbo pôr era poer. A vogal “e”, apesar tiam)
de haver desaparecido do infinitivo, revela-se em algumas Houve duas guerras mundiais. (Houve = Aconteceram)
formas do verbo: põe, pões, põem, etc. Haverá debates hoje. (Haverá = Realizar-se-ão)
Viajei a Madri há muitos anos. (há = faz)
Formas Rizotônicas e Arrizotônicas
* fazer, ser e estar (quando indicam tempo)
Ao combinarmos os conhecimentos sobre a estrutura Faz invernos rigorosos na Europa.
dos verbos com o conceito de acentuação tônica, perce- Era primavera quando o conheci.
bemos com facilidade que nas formas rizotônicas o acento Estava frio naquele dia.
tônico cai no radical do verbo: opino, aprendam, amo, por
exemplo. Nas formas arrizotônicas, o acento tônico não cai
no radical, mas sim na terminação verbal (fora do radical):
opinei, aprenderão, amaríamos.

31
LÍNGUA PORTUGUESA

* Todos os verbos que indicam fenômenos da natureza são impessoais: chover, ventar, nevar, gear, trovejar, amanhecer,
escurecer, etc. Quando, porém, se constrói, “Amanheci cansado”, usa-se o verbo “amanhecer” em sentido figurado. Qual-
quer verbo impessoal, empregado em sentido figurado, deixa de ser impessoal para ser pessoal, ou seja, terá conjugação
completa.
Amanheci cansado. (Sujeito desinencial: eu)
Choveram candidatos ao cargo. (Sujeito: candidatos)
Fiz quinze anos ontem. (Sujeito desinencial: eu)

* São impessoais, ainda:


- o verbo passar (seguido de preposição), indicando tempo: Já passa das seis.

- os verbos bastar e chegar, seguidos da preposição “de”, indicando suficiência:


Basta de tolices.
Chega de promessas.

- os verbos estar e ficar em orações como “Está bem, Está muito bem assim, Não fica bem, Fica mal”, sem referência a
sujeito expresso anteriormente (por exemplo: “ele está mal”). Podemos, nesse caso, classificar o sujeito como hipotético,
tornando-se, tais verbos, pessoais.

- o verbo dar + para da língua popular, equivalente de “ser possível”. Por exemplo:
Não deu para chegar mais cedo.
Dá para me arrumar uma apostila?

- Unipessoais: são aqueles que, tendo sujeito, conjugam-se apenas nas terceiras pessoas, do singular e do plural. São
unipessoais os verbos constar, convir, ser (= preciso, necessário) e todos os que indicam vozes de animais (cacarejar, cricrilar,
miar, latir, piar).

* Observação: os verbos unipessoais podem ser usados como verbos pessoais na linguagem figurada:
Teu irmão amadureceu bastante.
O que é que aquela garota está cacarejando?

Principais verbos unipessoais:

1. cumprir, importar, convir, doer, aprazer, parecer, ser (preciso, necessário):


Cumpre estudarmos bastante. (Sujeito: estudarmos bastante)
Parece que vai chover. (Sujeito: que vai chover)
É preciso que chova. (Sujeito: que chova)

2. fazer e ir, em orações que dão ideia de tempo, seguidos da conjunção que.
Faz dez anos que viajei à Europa. (Sujeito: que viajei à Europa)
Vai para (ou Vai em ou Vai por) dez anos que não a vejo. (Sujeito: que não a vejo)

* Observação: todos os sujeitos apontados são oracionais.

- Abundantes: são aqueles que possuem duas ou mais formas equivalentes, geralmente no particípio, em que, além
das formas regulares terminadas em -ado ou -ido, surgem as chamadas formas curtas (particípio irregular).
O particípio regular (terminado em “–do”) é utilizado na voz ativa, ou seja, com os verbos ter e haver; o irregular é em-
pregado na voz passiva, ou seja, com os verbos ser, ficar e estar. Observe:

Infinitivo Particípio Regular Particípio Irregular


Aceitar Aceitado Aceito
Acender Acendido Aceso
Anexar Anexado Anexo
Benzer Benzido Bento
Corrigir Corrigido Correto
Dispersar Dispersado Disperso

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LÍNGUA PORTUGUESA

Eleger Elegido Eleito


Envolver Envolvido Envolto
Imprimir Imprimido Impresso
Inserir Inserido Inserto
Limpar Limpado Limpo
Matar Matado Morto
Misturar Misturado Misto
Morrer Morrido Morto
Murchar Murchado Murcho
Pegar Pegado Pego
Romper Rompido Roto
Soltar Soltado Solto
Suspender Suspendido Suspenso
Tingir Tingido Tinto
Vagar Vagado Vago

* Importante:
- estes verbos e seus derivados possuem, apenas, o particípio irregular: abrir/aberto, cobrir/coberto, dizer/dito, escrever/
escrito, pôr/posto, ver/visto, vir/vindo.

- Anômalos: são aqueles que incluem mais de um radical em sua conjugação. Existem apenas dois: ser (sou, sois, fui) e
ir (fui, ia, vades).

- Auxiliares: São aqueles que entram na formação dos tempos compostos e das locuções verbais. O verbo principal
(aquele que exprime a ideia fundamental, mais importante), quando acompanhado de verbo auxiliar, é expresso numa das
formas nominais: infinitivo, gerúndio ou particípio.

Vou espantar todos!


(verbo auxiliar) (verbo principal no infinitivo)

Está chegando a hora!


(verbo auxiliar) (verbo principal no gerúndio)

* Observação: os verbos auxiliares mais usados são: ser, estar, ter e haver.

Conjugação dos Verbos Auxiliares

SER - Modo Indicativo

Presente Pret.Perfeito Pret. Imp. Pret.mais-que-perf. Fut.do Pres. Fut. Do Pretérito


sou fui era fora serei seria
és foste eras foras serás serias
é foi era fora será seria
somos fomos éramos fôramos seremos seríamos
sois fostes éreis fôreis sereis seríeis
são foram eram foram serão seriam

33
LÍNGUA PORTUGUESA

SER - Modo Subjuntivo


Presente Pretérito Imperfeito Futuro
que eu seja se eu fosse quando eu for
que tu sejas se tu fosses quando tu fores
que ele seja se ele fosse quando ele for
que nós sejamos se nós fôssemos quando nós formos
que vós sejais se vós fôsseis quando vós fordes
que eles sejam se eles fossem quando eles forem

SER - Modo Imperativo


Afirmativo Negativo
sê tu não sejas tu
seja você não seja você
sejamos nós não sejamos nós
sede vós não sejais vós
sejam vocês não sejam vocês

SER - Formas Nominais

Infinitivo Impessoal Infinitivo Pessoal Gerúndio Particípio


ser ser eu sendo sido
seres tu
ser ele
sermos nós
serdes vós
serem eles

ESTAR - Modo Indicativo



Presente Pret. perf. Pret. Imp. Pret.mais-q-perf. Fut.doPres. Fut.doPreté.
estou estive estava estivera estarei estaria
estás estiveste estavas estiveras estarás estarias
está esteve estava estivera estará estaria
estamos estivemos estávamos estivéramos estaremos estaríamos
estais estivestes estáveis estivéreis estareis estaríeis
estão estiveram estavam estiveram estarão estariam

ESTAR - Modo Subjuntivo e Imperativo

Presente Pretérito Imperfeito Futuro Afirmativo Negativo


esteja estivesse estiver
estejas estivesses estiveres está estejas
esteja estivesse estiver esteja esteja
estejamos estivéssemos estivermos estejamos estejamos
estejais estivésseis estiverdes estai estejais
estejam estivessem estiverem estejam estejam

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LÍNGUA PORTUGUESA

ESTAR - Formas Nominais

Infinitivo Impessoal Infinitivo Pessoal Gerúndio Particípio


estar estar estando estado
estares
estar
estarmos
estardes
estarem

HAVER - Modo Indicativo

Presente Pret. Perf. Pret. Imp. Pret.Mais-Q-Perf. Fut.do Pres. Fut.doPreté.


hei houve havia houvera haverei haveria
hás houveste havias houveras haverás haverias
há houve havia houvera haverá haveria
havemos houvemos havíamos houvéramos haveremos haveríamos
haveis houvestes havíeis houvéreis havereis haveríeis
hão houveram haviam houveram haverão haveriam

HAVER - Modo Subjuntivo e Imperativo


Presente Pretérito Imperfeito Futuro Afirmativo Negativo
ja houvesse houver
hajas houvesses houveres há hajas
haja houvesse houver haja haja
hajamos houvéssemos houvermos hajamos hajamos
hajais houvésseis houverdes havei hajais
hajam houvessem houverem hajam hajam

HAVER - Formas Nominais


Infinitivo Impessoal Infinitivo Pessoal Gerúndio Particípio
haver haver havendo havido
haveres
haver
havermos
haverdes
haverem

TER - Modo Indicativo


Presente Pret. Perf. Pret. Imp. Preté.mais-q-perf. Fut. Do Pres. Fut. Do Preté.
tenho tive tinha tivera terei teria
tens tiveste tinhas tiveras terás terias
tem teve tinha tivera terá teria
temos tivemos tínhamos tivéramos teremos teríamos
tendes tivestes tínheis tivéreis tereis teríeis
têm tiveram tinham tiveram terão teriam

35
LÍNGUA PORTUGUESA

TER - Modo Subjuntivo e Imperativo

Presente Pretérito Imperfeito Futuro Afirmativo Negativo


tenha tivesse tiver
tenhas tivesses tiveres tem tenhas
tenha tivesse tiver tenha tenha
tenhamos tivéssemos tivermos tenhamos tenhamos
tenhais tivésseis tiverdes tende tenhais
tenham tivessem tiverem tenham tenham

- Pronominais: São aqueles verbos que se conjugam com os pronomes oblíquos átonos me, te, se, nos, vos, se, na
mesma pessoa do sujeito, expressando reflexibilidade (pronominais acidentais) ou apenas reforçando a ideia já implícita no
próprio sentido do verbo (pronominais essenciais). Veja:

1. Essenciais: são aqueles que sempre se conjugam com os pronomes oblíquos me, te, se, nos, vos, se. São poucos:
abster-se, ater-se, apiedar-se, atrever-se, dignar-se, arrepender-se, etc. Nos verbos pronominais essenciais a reflexibilidade já
está implícita no radical do verbo. Por exemplo: Arrependi-me de ter estado lá.
A ideia é de que a pessoa representada pelo sujeito (eu) tem um sentimento (arrependimento) que recai sobre ela mes-
ma, pois não recebe ação transitiva nenhuma vinda do verbo; o pronome oblíquo átono é apenas uma partícula integrante
do verbo, já que, pelo uso, sempre é conjugada com o verbo. Diz-se que o pronome apenas serve de reforço da ideia refle-
xiva expressa pelo radical do próprio verbo.
Veja uma conjugação pronominal essencial (verbo e respectivos pronomes):
Eu me arrependo
Tu te arrependes
Ele se arrepende
Nós nos arrependemos
Vós vos arrependeis
Eles se arrependem

2. Acidentais: são aqueles verbos transitivos diretos em que a ação exercida pelo sujeito recai sobre o objeto repre-
sentado por pronome oblíquo da mesma pessoa do sujeito; assim, o sujeito faz uma ação que recai sobre ele mesmo. Em
geral, os verbos transitivos diretos ou transitivos diretos e indiretos podem ser conjugados com os pronomes mencionados,
formando o que se chama voz reflexiva. Por exemplo: A garota se penteava.
A reflexibilidade é acidental, pois a ação reflexiva pode ser exercida também sobre outra pessoa. Por exemplo: A garota
penteou-me.

* Observações:
- Por fazerem parte integrante do verbo, os pronomes oblíquos átonos dos verbos pronominais não possuem função
sintática.
- Há verbos que também são acompanhados de pronomes oblíquos átonos, mas que não são essencialmente prono-
minais - são os verbos reflexivos. Nos verbos reflexivos, os pronomes, apesar de se encontrarem na pessoa idêntica à do
sujeito, exercem funções sintáticas. Por exemplo:
Eu me feri. = Eu (sujeito) – 1.ª pessoa do singular; me (objeto direto) – 1.ª pessoa do singular

Modos Verbais

Dá-se o nome de modo às várias formas assumidas pelo verbo na expressão de um fato certo, real, verdadeiro. Existem
três modos:

Indicativo - indica uma certeza, uma realidade: Eu estudo para o concurso.


Subjuntivo - indica uma dúvida, uma possibilidade: Talvez eu estude amanhã.
Imperativo - indica uma ordem, um pedido: Estude, colega!

Formas Nominais

Além desses três modos, o verbo apresenta ainda formas que podem exercer funções de nomes (substantivo, adjetivo,
advérbio), sendo por isso denominadas formas nominais. Observe:

36
LÍNGUA PORTUGUESA

1-) Infinitivo
1.1-) Impessoal: exprime a significação do verbo de modo vago e indefinido, podendo ter valor e função de substan-
tivo. Por exemplo:
Viver é lutar. (= vida é luta)
É indispensável combater a corrupção. (= combate à)

O infinitivo impessoal pode apresentar-se no presente (forma simples) ou no passado (forma composta). Por exemplo:
É preciso ler este livro.
Era preciso ter lido este livro.

1.2-) Infinitivo Pessoal: é o infinitivo relacionado às três pessoas do discurso. Na 1.ª e 3.ª pessoas do singular, não
apresenta desinências, assumindo a mesma forma do impessoal; nas demais, flexiona-se da seguinte maneira:
2.ª pessoa do singular: Radical + ES = teres (tu)
1.ª pessoa do plural: Radical + MOS = termos (nós)
2.ª pessoa do plural: Radical + DES = terdes (vós)
3.ª pessoa do plural: Radical + EM = terem (eles)
Foste elogiado por teres alcançado uma boa colocação.

2-) Gerúndio: o gerúndio pode funcionar como adjetivo ou advérbio. Por exemplo:
Saindo de casa, encontrei alguns amigos. (função de advérbio)
Água fervendo, pele ardendo. (função de adjetivo)

Na forma simples (1), o gerúndio expressa uma ação em curso; na forma composta (2), uma ação concluída:
Trabalhando (1), aprenderás o valor do dinheiro.
Tendo trabalhado (2), aprendeu o valor do dinheiro.

* Quando o gerúndio é vício de linguagem (gerundismo), ou seja, uso exagerado e inadequado do gerúndio:
1- Enquanto você vai ao mercado, vou estar jogando futebol.
2 – Sim, senhora! Vou estar verificando!

Em 1, a locução “vou estar” + gerúndio é adequada, pois transmite a ideia de uma ação que ocorre no momento da
outra; em 2, essa ideia não ocorre, já que a locução verbal “vou estar verificando” refere-se a um futuro em andamento,
exigindo, no caso, a construção “verificarei” ou “vou verificar”.

3-) Particípio: quando não é empregado na formação dos tempos compostos, o particípio indica, geralmente, o resul-
tado de uma ação terminada, flexionando-se em gênero, número e grau. Por exemplo: Terminados os exames, os candidatos
saíram.

Quando o particípio exprime somente estado, sem nenhuma relação temporal, assume verdadeiramente a função de
adjetivo. Por exemplo: Ela é a aluna escolhida pela turma.

(Ziraldo)

Tempos Verbais

Tomando-se como referência o momento em que se fala, a ação expressa pelo verbo pode ocorrer em diversos tempos.

37
LÍNGUA PORTUGUESA

1. Tempos do Modo Indicativo


- Presente - Expressa um fato atual: Eu estudo neste colégio.
- Pretérito Imperfeito - Expressa um fato ocorrido num momento anterior ao atual, mas que não foi completamente
terminado: Ele estudava as lições quando foi interrompido.
- Pretérito Perfeito - Expressa um fato ocorrido num momento anterior ao atual e que foi totalmente terminado: Ele
estudou as lições ontem à noite.
- Pretérito-mais-que-perfeito - Expressa um fato ocorrido antes de outro fato já terminado: Ele já estudara as lições
quando os amigos chegaram. (forma simples).
- Futuro do Presente - Enuncia um fato que deve ocorrer num tempo vindouro com relação ao momento atual: Ele
estudará as lições amanhã.
- Futuro do Pretérito - Enuncia um fato que pode ocorrer posteriormente a um determinado fato passado: Se ele
pudesse, estudaria um pouco mais.

2. Tempos do Modo Subjuntivo


- Presente - Enuncia um fato que pode ocorrer no momento atual: É conveniente que estudes para o exame.
- Pretérito Imperfeito - Expressa um fato passado, mas posterior a outro já ocorrido: Eu esperava que ele vencesse o jogo.

Observação: o pretérito imperfeito é também usado nas construções em que se expressa a ideia de condição ou de-
sejo. Por exemplo: Se ele viesse ao clube, participaria do campeonato.

- Futuro do Presente - Enuncia um fato que pode ocorrer num momento futuro em relação ao atual: Quando ele vier
à loja, levará as encomendas.

Observação: o futuro do presente é também usado em frases que indicam possibilidade ou desejo. Por exemplo: Se
ele vier à loja, levará as encomendas.
** Há casos em que formas verbais de um determinado tempo podem ser utilizadas para indicar outro.
Em 1500, Pedro Álvares Cabral descobre o Brasil.
descobre = forma do presente indicando passado ( = descobrira/descobriu)

No próximo final de semana, faço a prova!


faço = forma do presente indicando futuro ( = farei)

Modo Indicativo

Presente do Indicativo
1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação Desinência pessoal
CANTAR VENDER PARTIR
cantO vendO partO O
cantaS vendeS parteS S
canta vende parte -
cantaMOS vendeMOS partiMOS MOS
cantaIS vendeIS partIS IS
cantaM vendeM parteM M

Pretérito Perfeito do Indicativo


1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação Desinência pessoal
CANTAR VENDER PARTIR
canteI vendI partI I
cantaSTE vendeSTE partISTE STE
cantoU vendeU partiU U
cantaMOS vendeMOS partiMOS MOS
cantaSTES vendeSTES partISTES STES
cantaRAM vendeRAM partiRAM RAM

38
LÍNGUA PORTUGUESA

Pretérito mais-que-perfeito

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação Des. temporal Desinência pessoal
1.ª/2.ª e 3.ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR
cantaRA vendeRA partiRA RA Ø
cantaRAS vendeRAS partiRAS RA S
cantaRA vendeRA partiRA RA Ø
cantáRAMOS vendêRAMOS partíRAMOS RA MOS
cantáREIS vendêREIS partíREIS RE IS
cantaRAM vendeRAM partiRAM RA M

Pretérito Imperfeito do Indicativo

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3ª. conjugação


CANTAR VENDER PARTIR
cantAVA vendIA partIA
cantAVAS vendIAS partAS
CantAVA vendIA partIA
cantÁVAMOS vendÍAMOS partÍAMOS
cantÁVEIS vendÍEIS partÍEIS
cantAVAM vendIAM partIAM

Futuro do Presente do Indicativo

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação


CANTAR VENDER PARTIR
cantar ei vender ei partir ei
cantar ás vender ás partir ás
cantar á vender á partir á
cantar emos vender emos partir emos
cantar eis vender eis partir eis
cantar ão vender ão partir ão

Futuro do Pretérito do Indicativo

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação


CANTAR VENDER PARTIR
cantarIA venderIA partirIA
cantarIAS venderIAS partirIAS
cantarIA venderIA partirIA
cantarÍAMOS venderÍAMOS partirÍAMOS
cantarÍEIS venderÍEIS partirÍEIS
cantarIAM venderIAM partirIAM

39
LÍNGUA PORTUGUESA

Presente do Subjuntivo

Para se formar o presente do subjuntivo, substitui-se a desinência -o da primeira pessoa do singular do presente do
indicativo pela desinência -E (nos verbos de 1.ª conjugação) ou pela desinência -A (nos verbos de 2.ª e 3.ª conjugação).

1.ª conjug. 2.ª conjug. 3.ª conju. Desinên. pessoal Des. temporal Des.temporal
1.ª conj. 2.ª/3.ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR
cantE vendA partA E A Ø
cantES vendAS partAS E A S
cantE vendA partA E A Ø
cantEMOS vendAMOS partAMOS E A MOS
cantEIS vendAIS partAIS E A IS
cantEM vendAM partAM E A M

Pretérito Imperfeito do Subjuntivo

Para formar o imperfeito do subjuntivo, elimina-se a desinência -STE da 2.ª pessoa do singular do pretérito perfeito,
obtendo-se, assim, o tema desse tempo. Acrescenta-se a esse tema a desinência temporal -SSE mais a desinência de nú-
mero e pessoa correspondente.

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação Des. temporal Desin. pessoal
1.ª /2.ª e 3.ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR
cantaSSE vendeSSE partiSSE SSE Ø
cantaSSES vendeSSES partiSSES SSE S
cantaSSE vendeSSE partiSSE SSE Ø
cantáSSEMOS vendêSSEMOS partíSSEMOS SSE MOS
cantáSSEIS vendêSSEIS partíSSEIS SSE IS
cantaSSEM vendeSSEM partiSSEM SSE M

Futuro do Subjuntivo

Para formar o futuro do subjuntivo elimina-se a desinência -STE da 2.ª pessoa do singular do pretérito perfeito, ob-
tendo-se, assim, o tema desse tempo. Acrescenta-se a esse tema a desinência temporal -R mais a desinência de número e
pessoa correspondente.

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação Des. temporal Desin. pessoal
1.ª /2.ª e 3.ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR
cantaR vendeR partiR Ø
cantaRES vendeRES partiRES R ES
cantaR vendeR partiR R Ø
cantaRMOS vendeRMOS partiRMOS R MOS
cantaRDES vendeRDES partiRDES R DES
cantaREM vendeREM partiREM R EM

40
LÍNGUA PORTUGUESA

Modo Imperativo

Imperativo Afirmativo

Para se formar o imperativo afirmativo, toma-se do presente do indicativo a 2.ª pessoa do singular (tu) e a segunda
pessoa do plural (vós) eliminando-se o “S” final. As demais pessoas vêm, sem alteração, do presente do subjuntivo. Veja:

Presente do Indicativo Imperativo Afirmativo Presente do Subjuntivo


Eu canto --- Que eu cante
Tu cantas CantA tu Que tu cantes
Ele canta Cante você Que ele cante
Nós cantamos Cantemos nós Que nós cantemos
Vós cantais CantAI vós Que vós canteis
Eles cantam Cantem vocês Que eles cantem

Imperativo Negativo

Para se formar o imperativo negativo, basta antecipar a negação às formas do presente do subjuntivo.

Presente do Subjuntivo Imperativo Negativo

Que eu cante ---


Que tu cantes Não cantes tu
Que ele cante Não cante você
Que nós cantemos Não cantemos nós
Que vós canteis Não canteis vós
Que eles cantem Não cantem eles
Observações:
- No modo imperativo não faz sentido usar na 3.ª pessoa (singular e plural) as formas ele/eles, pois uma ordem, pedido
ou conselho só se aplicam diretamente à pessoa com quem se fala. Por essa razão, utiliza-se você/vocês.
- O verbo SER, no imperativo, faz excepcionalmente: sê (tu), sede (vós).

Infinitivo Pessoal

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação


CANTAR VENDER PARTIR
cantar vender partir
cantarES venderES partirES
cantar vender partir
cantarMOS venderMOS partirMOS
cantarDES venderDES partirDES
cantarEM venderEM partirEM

* Observações:
- o verbo parecer admite duas construções:
Elas parecem gostar de você. (forma uma locução verbal)
Elas parece gostarem de você. (verbo com sujeito oracional, correspondendo à construção: parece gostarem de você).

- o verbo pegar possui dois particípios (regular e irregular):


Elvis tinha pegado minhas apostilas.
Minhas apostilas foram pegas.

41
LÍNGUA PORTUGUESA

fontes de pesquisa: 3-) (POLÍCIA MILITAR/SP – OFICIAL ADMINISTRATIVO


http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf54. – VUNESP/2014) Considere o trecho a seguir.
php Já __________ alguns anos que estudos a respeito da
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac- utilização abusiva dos smartphones estão sendo desen-
coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. volvidos. Os especialistas acreditam _________ motivos para
Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Cere- associar alguns comportamentos dos adolescentes ao uso
ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo: prolongado desses aparelhos, e _________ alertado os pais
Saraiva, 2010. para que avaliem a necessidade de estabelecer limites aos
Português: novas palavras: literatura, gramática, reda- seus filhos.
ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000. De acordo com a norma-padrão da língua portuguesa,
as lacunas do texto devem ser preenchidas, correta e res-
pectivamente, com:
Questões sobre Verbo (A) faz … haver … têm
(B) fazem … haver … tem
1-) (TRE/MS - ESTÁGIO – JORNALISMO - TRE/MS – (C) faz … haverem … têm
2014) A assertiva correta quanto à conjugação verbal é: (D) fazem … haverem … têm
A) Houveram eleições em outros países este ano. (E) faz … haverem … tem
B) Se eu vir você por aí, acabou.
C) Tinha chego atrasado vinte minutos. 3-) Já FAZ (sentido de tempo: não sofre flexão) alguns
D) Fazem três anos que não tiro férias. anos que estudos a respeito da utilização abusiva dos
E) Esse homem possue muitos bens. smartphones estão sendo desenvolvidos. Os especialistas
acreditam HAVER (sentido de existir: não varia) motivos
1-) Correções à frente: para associar alguns comportamentos dos adolescentes ao
A) Houveram eleições em outros países este ano = uso prolongado desses aparelhos, e TÊM (concorda com o
houve termo “os especialistas”) alertado os pais para que avaliem
C) Tinha chego atrasado vinte minutos = tinha chegado a necessidade de estabelecer limites aos seus filhos.
D) Fazem três anos que não tiro férias = faz três anos Temos: faz, haver, têm.
RESPOSTA: “A”.
E) Esse homem possue muitos bens = possui
RESPOSTA: “B”.
Vozes do Verbo
2-) (POLÍCIA CIVIL/SC – AGENTE DE POLÍCIA – ACA-
Dá-se o nome de voz à maneira como se apresenta a
FE/2014) Complete as lacunas com os verbos, tempos e
ação expressa pelo verbo em relação ao sujeito, indicando
modos indicados entre parênteses, fazendo a devida con-
se este é paciente ou agente da ação. Importante lembrar
cordância.
que voz verbal não é flexão, mas aspecto verbal. São três
• O juiz agrário ainda não _________ no conflito porque
as vozes verbais:
surgiram fatos novos de ontem para hoje. (intervir - preté-
rito perfeito do indicativo) - Ativa = quando o sujeito é agente, isto é, pratica a
• Uns poucos convidados ___________-se com os vídeos ação expressa pelo verbo:
postados no facebook. (entreter - pretérito imperfeito do
indicativo) Ele fez o tra-
• Representantes do PCRT somente serão aceitos na balho.
composição da chapa quando se _________ de criticar a sujeito agente ação objeto
atual diretoria do clube, (abster-se - futuro do subjuntivo) (paciente)
A sequência correta, de cima para baixo, é:
A-) interveio - entretinham - abstiverem - Passiva = quando o sujeito é paciente, recebendo a
B-) interviu - entretiveram - absterem ação expressa pelo verbo:
C-) intervém - entreteram - abstêm
D-) interviera - entretêm - abstiverem O trabalho foi feito p o r
E-) intervirá - entretenham - abstiveram ele.
sujeito paciente ação agente
da passiva
2-) O verbo “intervir” deve ser conjugado como o ver-
bo “vir”. Este, no pretérito perfeito do Indicativo fica “veio”, - Reflexiva = quando o sujeito é, ao mesmo tempo,
portanto, “interveio” (não existe “interviu”, já que ele não agente e paciente, isto é, pratica e recebe a ação:
deriva do verbo “ver”). Descartemos a alternativa B. Como
não há outro item com a mesma opção, chegamos à res-
posta rapidamente!
RESPOSTA: “A”.

42
LÍNGUA PORTUGUESA

O menino feriu-se. Conversão da Voz Ativa na Voz Passiva

* Observação: não confundir o emprego reflexivo do Pode-se mudar a voz ativa na passiva sem alterar subs-
verbo com a noção de reciprocidade: tancialmente o sentido da frase.
Os lutadores feriram-se. (um ao outro)
Nós nos amamos. (um ama o outro) O concurseiro comprou a apostila. (Voz Ativa)
Sujeito da Ativa objeto Direto
Formação da Voz Passiva
A apostila foi comprada pelo concurseiro.
A voz passiva pode ser formada por dois processos: (Voz Passiva)
analítico e sintético. Sujeito da Passiva Agente da Passi-
va
1- Voz Passiva Analítica = Constrói-se da seguinte ma-
neira: Observe que o objeto direto será o sujeito da passiva; o
sujeito da ativa passará a agente da passiva, e o verbo ativo
Verbo SER + particípio do verbo principal. Por exemplo: assumirá a forma passiva, conservando o mesmo tempo.
A escola será pintada pelos alunos. (na ativa teríamos: os Observe:
alunos pintarão a escola) - Os mestres têm constantemente aconselhado os alu-
O trabalho é feito por ele. (na ativa: ele faz o trabalho) nos.
Os alunos têm sido constantemente aconselhados pelos
* Observação: o agente da passiva geralmente é acom- mestres.
panhado da preposição por, mas pode ocorrer a constru-
ção com a preposição de. Por exemplo: A casa ficou cercada - Eu o acompanharei.
de soldados. Ele será acompanhado por mim.
- Pode acontecer de o agente da passiva não estar ex- * Observação: quando o sujeito da voz ativa for inde-
plícito na frase: A exposição será aberta amanhã. terminado, não haverá complemento agente na passiva.
Por exemplo: Prejudicaram-me. / Fui prejudicado.
- A variação temporal é indicada pelo verbo auxiliar
(SER), pois o particípio é invariável. Observe a transforma-
** Saiba que:
ção das frases seguintes:
- com os verbos neutros (nascer, viver, morrer, dormir,
acordar, sonhar, etc.) não há voz ativa, passiva ou reflexiva,
a) Ele fez o trabalho. (pretérito perfeito do Indicativo)
porque o sujeito não pode ser visto como agente, paciente
O trabalho foi feito por ele. (verbo ser no pretérito per-
ou agente-paciente.
feito do Indicativo, assim como o verbo principal da voz
ativa)
Fontes de pesquisa:
b) Ele faz o trabalho. (presente do indicativo) http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf54.
O trabalho é feito por ele. (ser no presente do indica- php
tivo) SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
c) Ele fará o trabalho. (futuro do presente) Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Cere-
O trabalho será feito por ele. (futuro do presente) ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
Saraiva, 2010.
- Nas frases com locuções verbais, o verbo SER assume Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
o mesmo tempo e modo do verbo principal da voz ativa. ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
Observe a transformação da frase seguinte:
O vento ia levando as folhas. (gerúndio)
As folhas iam sendo levadas pelo vento. (gerúndio) Questões

2- Voz Passiva Sintética = A voz passiva sintética - ou 1-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA/GO – ANALISTA JUDICIÁ-
pronominal - constrói-se com o verbo na 3.ª pessoa, segui- RIO – FGV/2014 - adaptada) A frase “que foi trazida pelo
do do pronome apassivador “se”. Por exemplo: instituto Endeavor” equivale, na voz ativa, a:
Abriram-se as inscrições para o concurso. (A) que o instituto Endeavor traz;
Destruiu-se o velho prédio da escola. (B) que o instituto Endeavor trouxe;
(C) trazida pelo instituto Endeavor;
* Observação: o agente não costuma vir expresso na (D) que é trazida pelo instituto Endeavor;
voz passiva sintética. (E) que traz o instituto Endeavor.

43
LÍNGUA PORTUGUESA

1-) Se na voz passiva temos dois verbos, na ativa tere- Regras ortográficas
mos um: “que o instituto Endeavor trouxe” (manter o tem-
po verbal no pretérito – assim como na passiva). O fonema s
RESPOSTA: “B”.
S e não C/Ç

2-) (PRODAM/AM – ASSISTENTE – FUNCAB/2014 - palavras substantivadas derivadas de verbos com radi-
adaptada) Ao passarmos a frase “...e É CONSIDERADO por cais em nd, rg, rt, pel, corr e sent: pretender - pretensão /
muitos o maior maratonista de todos os tempos” para a expandir - expansão / ascender - ascensão / inverter - inver-
voz ativa, encontramos a seguinte forma verbal: são / aspergir - aspersão / submergir - submersão / divertir
A) consideravam. - diversão / impelir - impulsivo / compelir - compulsório /
B) consideram. repelir - repulsa / recorrer - recurso / discorrer - discurso /
C) considerem. sentir - sensível / consentir – consensual.
D) considerarão.
E) considerariam.
SS e não C e Ç
2-) É CONSIDERADO por muitos o maior maratonista
nomes derivados dos verbos cujos radicais terminem
de todos os tempos = dois verbos na voz passiva, então na
em gred, ced, prim ou com verbos terminados por tir ou
ativa teremos UM: muitos o consideram o maior marato-
nista de todos os tempos. -meter: agredir - agressivo / imprimir - impressão / admitir
RESPOSTA: “B”. - admissão / ceder - cessão / exceder - excesso / percutir -
percussão / regredir - regressão / oprimir - opressão / com-
prometer - compromisso / submeter – submissão.
3-) (TRT-16ª REGIÃO/MA - ANALISTA JUDICIÁRIO –
ÁREA ADMINISTRATIVA – FCC/2014) *quando o prefixo termina com vogal que se junta com
Transpondo-se para a voz passiva a frase “vou glosar a palavra iniciada por “s”. Exemplos: a + simétrico - assimé-
uma observação de Machado de Assis”, a forma verbal re- trico / re + surgir – ressurgir.
sultante deverá ser *no pretérito imperfeito simples do subjuntivo. Exem-
(A) terei glosado plos: ficasse, falasse.
(B) seria glosada
(C) haverá de ser glosada C ou Ç e não S e SS
(D) será glosada
(E) terá sido glosada vocábulos de origem árabe: cetim, açucena, açúcar.
vocábulos de origem tupi, africana ou exótica: cipó, Ju-
3-) “vou glosar uma observação de Machado de Assis” çara, caçula, cachaça, cacique.
– “vou glosar” expressa “glosarei”, então teremos na pas- sufixos aça, aço, ação, çar, ecer, iça, nça, uça, uçu,
siva: uma observação de Machado de Assis será glosada uço: barcaça, ricaço, aguçar, empalidecer, carniça, caniço,
por mim. esperança, carapuça, dentuço.
RESPOSTA: “D”. nomes derivados do verbo ter: abster - abstenção / de-
ter - detenção / ater - atenção / reter – retenção.
após ditongos: foice, coice, traição.
palavras derivadas de outras terminadas em -te, to(r):
ORTOGRAFIA marte - marciano / infrator - infração / absorto – absorção.

O fonema z
A ortografia é a parte da Fonologia que trata da correta
S e não Z
grafia das palavras. É ela quem ordena qual som devem
ter as letras do alfabeto. Os vocábulos de uma língua são
grafados segundo acordos ortográficos. sufixos: ês, esa, esia, e isa, quando o radical é subs-
tantivo, ou em gentílicos e títulos nobiliárquicos: freguês,
A maneira mais simples, prática e objetiva de apren- freguesa, freguesia, poetisa, baronesa, princesa.
der ortografia é realizar muitos exercícios, ver as palavras, sufixos gregos: ase, ese, ise e ose: catequese, metamor-
familiarizando-se com elas. O conhecimento das regras é fose.
necessário, mas não basta, pois há inúmeras exceções e, formas verbais pôr e querer: pôs, pus, quisera, quis, qui-
em alguns casos, há necessidade de conhecimento de eti- seste.
mologia (origem da palavra). nomes derivados de verbos com radicais terminados
em “d”: aludir - alusão / decidir - decisão / empreender -
empresa / difundir – difusão.

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LÍNGUA PORTUGUESA

diminutivos cujos radicais terminam com “s”: Luís - Lui- CH e não X


sinho / Rosa - Rosinha / lápis – lapisinho.
após ditongos: coisa, pausa, pouso, causa. palavras de origem estrangeira: chave, chumbo, chassi,
verbos derivados de nomes cujo radical termina com mochila, espadachim, chope, sanduíche, salsicha.
“s”: anális(e) + ar - analisar / pesquis(a) + ar – pesquisar.
As letras “e” e “i”
Z e não S
Ditongos nasais são escritos com “e”: mãe, põem. Com
sufixos “ez” e “eza” das palavras derivadas de adjetivo: “i”, só o ditongo interno cãibra.
macio - maciez / rico – riqueza / belo – beleza. verbos que apresentam infinitivo em -oar, -uar são
sufixos “izar” (desde que o radical da palavra de ori- escritos com “e”: caçoe, perdoe, tumultue. Escrevemos com
gem não termine com s): final - finalizar / concreto – con- “i”, os verbos com infinitivo em -air, -oer e -uir: trai, dói,
cretizar. possui, contribui.
consoante de ligação se o radical não terminar com “s”:
pé + inho - pezinho / café + al - cafezal * Atenção para as palavras que mudam de sentido
quando substituímos a grafia “e” pela grafia “i”: área (super-
Exceção: lápis + inho – lapisinho. fície), ária (melodia) / delatar (denunciar), dilatar (expandir)
/ emergir (vir à tona), imergir (mergulhar) / peão (de estân-
O fonema j cia, que anda a pé), pião (brinquedo).

G e não J * Dica:
- Se o dicionário ainda deixar dúvida quanto à orto-
palavras de origem grega ou árabe: tigela, girafa, ges- grafia de uma palavra, há a possibilidade de consultar o
so. Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (VOLP), ela-
estrangeirismo, cuja letra G é originária: sargento, gim. borado pela Academia Brasileira de Letras. É uma obra de
terminações: agem, igem, ugem, ege, oge (com pou- referência até mesmo para a criação de dicionários, pois
cas exceções): imagem, vertigem, penugem, bege, foge. traz a grafia atualizada das palavras (sem o significado). Na
Internet, o endereço é www.academia.org.br.
Exceção: pajem.
Informações importantes
terminações: ágio, égio, ígio, ógio, ugio: sortilégio, - Formas variantes são formas duplas ou múltiplas,
litígio, relógio, refúgio. equivalentes: aluguel/aluguer, relampejar/relampear/re-
verbos terminados em ger/gir: emergir, eleger, fugir, lampar/relampadar.
mugir. - Os símbolos das unidades de medida são escritos
depois da letra “r” com poucas exceções: emergir, sur- sem ponto, com letra minúscula e sem “s” para indicar plu-
gir. ral, sem espaço entre o algarismo e o símbolo: 2kg, 20km,
depois da letra “a”, desde que não seja radical termina- 120km/h.
do com j: ágil, agente. Exceção para litro (L): 2 L, 150 L.
- Na indicação de horas, minutos e segundos, não deve
J e não G haver espaço entre o algarismo e o símbolo: 14h, 22h30min,
14h23’34’’(= quatorze horas, vinte e três minutos e trinta e
palavras de origem latinas: jeito, majestade, hoje. quatro segundos).
palavras de origem árabe, africana ou exótica: jiboia, - O símbolo do real antecede o número sem espaço:
manjerona. R$1.000,00. No cifrão deve ser utilizada apenas uma barra
palavras terminadas com aje: ultraje. vertical ($).

O fonema ch Fontes de pesquisa:


http://www.pciconcursos.com.br/aulas/portugues/or-
X e não CH tografia
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
palavras de origem tupi, africana ou exótica: abacaxi, coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
xucro. Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Cere-
palavras de origem inglesa e espanhola: xampu, lagar- ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
tixa. Saraiva, 2010.
depois de ditongo: frouxo, feixe. Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
depois de “en”: enxurrada, enxada, enxoval. ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.

Exceção: quando a palavra de origem não derive de


outra iniciada com ch - Cheio - (enchente)

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LÍNGUA PORTUGUESA

Hífen ** O hífen é suprimido quando para formar outros ter-


mos: reaver, inábil, desumano, lobisomem, reabilitar.
O hífen é um sinal diacrítico (que distingue) usado para
ligar os elementos de palavras compostas (como ex-presi- Lembrete da Zê!
dente, por exemplo) e para unir pronomes átonos a verbos Ao separar palavras na translineação (mudança de li-
(ofereceram-me; vê-lo-ei). Serve igualmente para fazer a nha), caso a última palavra a ser escrita seja formada por
translineação de palavras, isto é, no fim de uma linha, se- hífen, repita-o na próxima linha. Exemplo: escreverei anti-
parar uma palavra em duas partes (ca-/sa; compa-/nheiro). -inflamatório e, ao final, coube apenas “anti-”. Na próxima
linha escreverei: “-inflamatório” (hífen em ambas as linhas).
Uso do hífen que continua depois da Reforma Or-
tográfica: Não se emprega o hífen:

1. Em palavras compostas por justaposição que formam 1. Nas formações em que o prefixo ou falso prefixo
uma unidade semântica, ou seja, nos termos que se unem termina em vogal e o segundo termo inicia-se em “r” ou
para formarem um novo significado: tio-avô, porto-ale- “s”. Nesse caso, passa-se a duplicar estas consoantes: antir-
grense, luso-brasileiro, tenente-coronel, segunda- -fei- religioso, contrarregra, infrassom, microssistema, minissaia,
ra, conta-gotas, guarda-chuva, arco-íris, primeiro-ministro, microrradiografia, etc.
azul-escuro.
2. Nas constituições em que o prefixo ou pseudopre-
2. Em palavras compostas por espécies botânicas e fixo termina em vogal e o segundo termo inicia-se com
zoológicas: couve-flor, bem-te-vi, bem-me-quer, abóbora- vogal diferente: antiaéreo, extraescolar, coeducação, autoes-
-menina, erva-doce, feijão-verde. trada, autoaprendizagem, hidroelétrico, plurianual, autoes-
cola, infraestrutura, etc.
3. Nos compostos com elementos além, aquém, re-
cém e sem: além-mar, recém-nascido, sem-número, recém- 3. Nas formações, em geral, que contêm os prefixos
-casado. “dês” e “in” e o segundo elemento perdeu o “h” inicial: de-
sumano, inábil, desabilitar, etc.
4. No geral, as locuções não possuem hífen, mas algu-
mas exceções continuam por já estarem consagradas pelo 4. Nas formações com o prefixo “co”, mesmo quando o
uso: cor-de-rosa, arco-da-velha, mais-que-perfeito, pé-de- segundo elemento começar com “o”: cooperação, coobriga-
meia, água-de-colônia, queima-roupa, deus-dará. ção, coordenar, coocupante, coautor, coedição, coexistir, etc.

5. Nos encadeamentos de vocábulos, como: ponte Rio- 5. Em certas palavras que, com o uso, adquiriram noção
Niterói, percurso Lisboa-Coimbra-Porto e nas combinações de composição: pontapé, girassol, paraquedas, paraquedis-
históricas ou ocasionais: Áustria-Hungria, Angola-Brasil, ta, etc.
etc.
6. Em alguns compostos com o advérbio “bem”: benfei-
6. Nas formações com os prefixos hiper-, inter- e su- to, benquerer, benquerido, etc.
per- quando associados com outro termo que é iniciado
por “r”: hiper-resistente, inter-racial, super-racional, etc. - Os prefixos pós, pré e pró, em suas formas corres-
pondentes átonas, aglutinam-se com o elemento seguinte,
7. Nas formações com os prefixos ex-, vice-: ex-diretor, não havendo hífen: pospor, predeterminar, predeterminado,
ex-presidente, vice-governador, vice-prefeito. pressuposto, propor.
- Escreveremos com hífen: anti-horário, anti-infeccio-
8. Nas formações com os prefixos pós-, pré- e pró-: so, auto-observação, contra-ataque, semi-interno, sobre-
pré-natal, pré-escolar, pró-europeu, pós-graduação, etc. -humano, super-realista, alto-mar.
- Escreveremos sem hífen: pôr do sol, antirreforma,
9. Na ênclise e mesóclise: amá-lo, deixá-lo, dá-se, abra- antisséptico, antissocial, contrarreforma, minirrestaurante,
ça-o, lança-o e amá-lo-ei, falar-lhe-ei, etc. ultrassom, antiaderente, anteprojeto, anticaspa, antivírus,
autoajuda, autoelogio, autoestima, radiotáxi.
10. Nas formações em que o prefixo tem como se-
gundo termo uma palavra iniciada por “h”: sub-hepático, Fontes de pesquisa:
geo--história, neo-helênico, extra-humano, semi-hospitalar, http://www.pciconcursos.com.br/aulas/portugues/or-
super-homem. tografia
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
11. Nas formações em que o prefixo ou pseudoprefixo coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
termina com a mesma vogal do segundo elemento: micro-
-ondas, eletro-ótica, semi-interno, auto-observação, etc.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Questões Armandinho, personagem do cartunista Alexandre


Beck, sabe perfeitamente empregar os parônimos “cestas”
1-) (TRE/MS - ESTÁGIO – JORNALISMO - TRE/MS – 2014) “sestas” e “sextas”. Quanto ao emprego de parônimos, da-
De acordo com a nova ortografia, assinale o item em que das as frases abaixo,
todas as palavras estão corretas: I. O cidadão se dirigia para sua _____________ eleitoral.
A) autoajuda – anti-inflamatório – extrajudicial. II. A zona eleitoral ficava ___________ 200 metros de um
B) supracitado – semi-novo – telesserviço. posto policial.
C) ultrassofisticado – hidro-elétrica – ultra-som. III. O condutor do automóvel __________ a lei seca.
D) contrarregra – autopista – semi-aberto. IV. Foi encontrada uma __________ soma de dinheiro no
E) contrarrazão – infra-estrutura – coprodutor. carro.
V. O policial anunciou o __________ delito.
1-) Correção:
A) autoajuda – anti-inflamatório – extrajudicial = correta Assinale a alternativa cujos vocábulos preenchem cor-
B) supracitado – semi-novo – telesserviço = seminovo retamente as lacunas das frases.
C) ultrassofisticado – hidro-elétrica – ultra-som = hi- A) seção, acerca de, infligiu, vultosa, fragrante.
droelétrica, ultrassom B) seção, acerca de, infligiu, vultuosa, flagrante.
D) contrarregra – autopista – semi-aberto = semiaberto C) sessão, a cerca de, infringiu, vultosa, fragrante.
E) contrarrazão – infra-estrutura – coprodutor = infraes- D) seção, a cerca de, infringiu, vultosa, flagrante.
trutura E) sessão, a cerca de, infligiu, vultuosa, flagrante.
RESPOSTA: “A”.
3-) Questão que envolve ortografia.
I. O cidadão se dirigia para sua SEÇÃO eleitoral. (setor)
2-) (TRE/MS - ESTÁGIO – JORNALISMO - TRE/MS – 2014) II. A zona eleitoral ficava A CERCA DE 200 metros de um
De acordo com a nova ortografia, assinale o item em que
posto policial. (= aproximadamente)
todas as palavras estão corretas:
III. O condutor do automóvel INFRINGIU a lei seca. (re-
A) autoajuda – anti-inflamatório – extrajudicial.
lacione com infrator)
B) supracitado – semi-novo – telesserviço.
IV. Foi encontrada uma VULTOSA soma de dinheiro no
C) ultrassofisticado – hidro-elétrica – ultra-som.
carro. (de grande vulto, volumoso)
D) contrarregra – autopista – semi-aberto.
V. O policial anunciou o FLAGRANTE delito. (relacione
E) contrarrazão – infra-estrutura – coprodutor.
com “pego no flagra”)
2-) Correção: Seção / a cerca de / infringiu / vultosa / flagrante
A) autoajuda – anti-inflamatório – extrajudicial = correta RESPOSTA: “D”.
B) supracitado – semi-novo – telesserviço = seminovo
C) ultrassofisticado – hidro-elétrica – ultra-som = hi-
droelétrica, ultrassom
D) contrarregra – autopista – semi-aberto = semiaberto ACENTUAÇÃO
E) contrarrazão – infra-estrutura – coprodutor = infraes-
trutura
RESPOSTA: “A”.
Quanto à acentuação, observamos que algumas pala-
vras têm acento gráfico e outras não; na pronúncia, ora se
3-) (CASAL/AL - ADMINISTRADOR DE REDE - COPEVE/ dá maior intensidade sonora a uma sílaba, ora a outra. Por
UFAL/2014) isso, vamos às regras!

Regras básicas – Acentuação tônica

A acentuação tônica está relacionada à intensidade


com que são pronunciadas as sílabas das palavras. Aquela
que se dá de forma mais acentuada, conceitua-se como sí-
laba tônica. As demais, como são pronunciadas com menos
intensidade, são denominadas de átonas.
De acordo com a tonicidade, as palavras são classifica-
das como:
Oxítonas – São aquelas cuja sílaba tônica recai sobre
a última sílaba. Ex.: café – coração – Belém – atum – caju –
papel

Paroxítonas – São aquelas em que a sílaba tônica recai


na penúltima sílaba. Ex.: útil – tórax – táxi – leque – sapato
– passível

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LÍNGUA PORTUGUESA

Proparoxítonas - São aquelas cuja sílaba tônica está ** Alerta da Zê! Cuidado: Se os ditongos abertos esti-
na antepenúltima sílaba. Ex.: lâmpada – câmara – tímpano verem em uma palavra oxítona (herói) ou monossílaba (céu)
– médico – ônibus ainda são acentuados: dói, escarcéu.

Há vocábulos que possuem mais de uma sílaba, mas Antes Agora


em nossa língua existem aqueles com uma sílaba somente:
são os chamados monossílabos. assembléia assembleia
idéia ideia
Os acentos
geléia geleia
acento agudo (´) – Colocado sobre as letras “a” e “i”, jibóia jiboia
“u” e “e” do grupo “em” - indica que estas letras represen- apóia (verbo apoiar) apoia
tam as vogais tônicas de palavras como pá, caí, público.
paranóico paranoico
Sobre as letras “e” e “o” indica, além da tonicidade, timbre
aberto: herói – médico – céu (ditongos abertos).
Acento Diferencial
acento circunflexo (^) – colocado sobre as letras “a”,
“e” e “o” indica, além da tonicidade, timbre fechado: tâma-
Representam os acentos gráficos que, pelas regras de
ra – Atlântico – pêsames – supôs .
acentuação, não se justificariam, mas são utilizados para
acento grave (`) – indica a fusão da preposição “a”
diferenciar classes gramaticais entre determinadas palavras
com artigos e pronomes: à – às – àquelas – àqueles
e/ou tempos verbais. Por exemplo:
trema ( ¨ ) – De acordo com a nova regra, foi totalmen-
Pôr (verbo) X por (preposição) / pôde (pretérito perfeito
te abolido das palavras. Há uma exceção: é utilizado em
de Indicativo do verbo “poder”) X pode (presente do Indica-
palavras derivadas de nomes próprios estrangeiros: mülle-
tivo do mesmo verbo).
riano (de Müller)
Se analisarmos o “pôr” - pela regra das monossílabas:
til (~) – indica que as letras “a” e “o” representam vo-
terminada em “o” seguida de “r” não deve ser acentuada,
gais nasais: oração – melão – órgão – ímã
mas nesse caso, devido ao acento diferencial, acentua-se,
para que saibamos se se trata de um verbo ou preposição.
Regras fundamentais
Os demais casos de acento diferencial não são mais
utilizados: para (verbo), para (preposição), pelo (substanti-
Palavras oxítonas:
vo), pelo (preposição). Seus significados e classes gramati-
Acentuam-se todas as oxítonas terminadas em: “a”, “e”,
cais são definidos pelo contexto.
“o”, “em”, seguidas ou não do plural(s): Pará – café(s) – ci-
Polícia para o trânsito para realizar blitz. = o primeiro
pó(s) – Belém.
“para” é verbo; o segundo, preposição (com relação de fi-
Esta regra também é aplicada aos seguintes casos:
nalidade).
- Monossílabos tônicos terminados em “a”, “e”, “o”, se-
** Quando, na frase, der para substituir o “por” por
guidos ou não de “s”: pá – pé – dó – há
“colocar”, estaremos trabalhando com um verbo, portanto:
- Formas verbais terminadas em “a”, “e”, “o” tônicos,
“pôr”; nos outros casos, “por” preposição. Ex: Faço isso por
seguidas de lo, la, los, las: respeitá-lo, recebê-lo, compô-lo
você. / Posso pôr (colocar) meus livros aqui?
Paroxítonas:
Regra do Hiato:
Acentuam-se as palavras paroxítonas terminadas em:
- i, is: táxi – lápis – júri
Quando a vogal do hiato for “i” ou “u” tônicos, for a se-
- us, um, uns: vírus – álbuns – fórum
gunda vogal do hiato, acompanhado ou não de “s”, haverá
- l, n, r, x, ps: automóvel – elétron - cadáver – tórax –
acento. Ex.: saída – faísca – baú – país – Luís
fórceps
Não se acentuam o “i” e o “u” que formam hiato quan-
- ã, ãs, ão, ãos: ímã – ímãs – órfão – órgãos
do seguidos, na mesma sílaba, de l, m, n, r ou z. Ra-ul, Lu-iz,
- ditongo oral, crescente ou decrescente, seguido ou
sa-ir, ju-iz
não de “s”: água – pônei – mágoa – memória
Não se acentuam as letras “i” e “u” dos hiatos se esti-
verem seguidas do dígrafo nh. Ex: ra-i-nha, ven-to-i-nha.
** Dica: Memorize a palavra LINURXÃO. Para quê? Re-
Não se acentuam as letras “i” e “u” dos hiatos se vierem
pare que esta palavra apresenta as terminações das paro-
precedidas de vogal idêntica: xi-i-ta, pa-ra-cu-u-ba
xítonas que são acentuadas: L, I N, U (aqui inclua UM =
fórum), R, X, Ã, ÃO. Assim ficará mais fácil a memorização!
Observação importante:
Regras especiais:
Não serão mais acentuados “i” e “u” tônicos, formando
Os ditongos de pronúncia aberta “ei”, “oi” (ditongos
hiato quando vierem depois de ditongo (nas paroxítonas):
abertos), que antes eram acentuados, perderam o acento
de acordo com a nova regra, mas desde que estejam em
palavras paroxítonas.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Antes Agora Questões

bocaiúva bocaiuva 1-) (PREFEITURA DE SÃO PAULO/SP – AUDITOR FISCAL


feiúra feiura TRIBUTÁRIO MUNICIPAL – CETRO/2014 - adaptada) Assi-
nale a alternativa que contém duas palavras acentuadas
Sauípe Sauipe
conforme a mesma regra.
(A) “Hambúrgueres” e “repórter”.
O acento pertencente aos encontros “oo” e “ee” foi
(B) “Inacreditáveis” e “repórter”.
abolido:
(C) “Índice” e “dólares”.
(D) “Inacreditáveis” e “atribuídos”.
Antes Agora (E) “Atribuídos” e “índice”.
crêem creem
1-)
lêem leem
(A) “Hambúrgueres” = proparoxítona / “repórter” = pa-
vôo voo roxítona
enjôo enjoo (B) “Inacreditáveis” = paroxítona / “repórter” = paro-
xítona
** Dica: Memorize a palavra CREDELEVÊ. São os verbos (C) “Índice” = proparoxítona / “dólares” = proparoxí-
que, no plural, dobram o “e”, mas que não recebem mais tona
acento como antes: CRER, DAR, LER e VER. (D) “Inacreditáveis” = paroxítona / “atribuídos” = regra
Repare: do hiato
1-) O menino crê em você. / Os meninos creem em você. (E) “Atribuídos” = regra do hiato / “índice” = proparo-
2-) Elza lê bem! / Todas leem bem! xítona
3-) Espero que ele dê o recado à sala. / Esperamos que RESPOSTA: “B”.
os garotos deem o recado!
4-) Rubens vê tudo! / Eles veem tudo! 2-) (SEFAZ/RS – AUDITOR FISCAL DA RECEITA FEDERAL
Cuidado! Há o verbo vir: Ele vem à tarde! / Eles vêm à – FUNDATEC/2014 - adaptada)
tarde! Analise as afirmações que são feitas sobre acentuação
As formas verbais que possuíam o acento tônico na gráfica.
raiz, com “u” tônico precedido de “g” ou “q” e seguido de I. Caso o acento das palavras ‘trânsito’ e ‘específicos’
“e” ou “i” não serão mais acentuadas: seja retirado, essas continuam sendo palavras da língua
portuguesa.
II. A regra que explica a acentuação das palavras ‘vá-
Antes Depois rios’ e ‘país’ não é a mesma.
apazigúe (apaziguar) apazigue III. Na palavra ‘daí’, há um ditongo decrescente.
averigúe (averiguar) averigue IV. Acentua-se a palavra ‘vêm’ para diferenciá-la, em si-
tuação de uso, quanto à flexão de número.
argúi (arguir) argui Quais estão corretas?
A) Apenas I e III.
Acentuam-se os verbos pertencentes a terceira pessoa B) Apenas II e IV.
do plural de: ele tem – eles têm / ele vem – eles vêm (verbo C) Apenas I, II e IV.
vir) D) Apenas II, III e IV.
E) I, II, III e IV.
A regra prevalece também para os verbos conter, obter,
reter, deter, abster: ele contém – eles contêm, ele obtém – eles 2-)
obtêm, ele retém – eles retêm, ele convém – eles convêm. I. Caso o acento das palavras ‘trânsito’ e ‘específicos’
seja retirado, essas continuam sendo palavras da língua
Fontes de pesquisa: portuguesa = teremos “transito” e “especifico” – serão ver-
http://www.brasilescola.com/gramatica/acentuacao. bos (correta)
htm II. A regra que explica a acentuação das palavras ‘vá-
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac- rios’ e ‘país’ não é a mesma = vários é paroxítona terminada
coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. em ditongo; país é a regra do hiato (correta)
Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Cere- III. Na palavra ‘daí’, há um ditongo decrescente = há um
ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo: hiato, por isso a acentuação (da - í) = incorreta.
Saraiva, 2010. IV. Acentua-se a palavra ‘vêm’ para diferenciá-la, em
situação de uso, quanto à flexão de número = “vêm” é uti-
lizado para a terceira pessoa do plural (correta)
RESPOSTA: “C”.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Dois pontos (:)


PONTUAÇÃO
1- Antes de uma citação
Vejamos como Afrânio Coutinho trata este assunto:

Os sinais de pontuação são marcações gráficas que 2- Antes de um aposto


servem para compor a coesão e a coerência textual, além Três coisas não me agradam: chuva pela manhã, frio à
de ressaltar especificidades semânticas e pragmáticas. tarde e calor à noite.
Um texto escrito adquire diferentes significados quando
pontuado de formas diversificadas. O uso da pontuação 3- Antes de uma explicação ou esclarecimento
depende, em certos momentos, da intenção do autor do Lá estava a deplorável família: triste, cabisbaixa, vivendo
discurso. Assim, os sinais de pontuação estão diretamente a rotina de sempre.
relacionados ao contexto e ao interlocutor.
4- Em frases de estilo direto
Principais funções dos sinais de pontuação
Maria perguntou:
- Por que você não toma uma decisão?
Ponto (.)

1- Indica o término do discurso ou de parte dele, en- Ponto de Exclamação (!)


cerrando o período.
1- Usa-se para indicar entonação de surpresa, cólera,
2- Usa-se nas abreviaturas: pág. (página), Cia. (Com- susto, súplica, etc.
panhia). Se a palavra abreviada aparecer em final de pe- Sim! Claro que eu quero me casar com você!
ríodo, este não receberá outro ponto; neste caso, o ponto
de abreviatura marca, também, o fim de período. Exemplo: 2- Depois de interjeições ou vocativos
Estudei português, matemática, constitucional, etc. (e não Ai! Que susto!
“etc..”) João! Há quanto tempo!

3- Nos títulos e cabeçalhos é opcional o emprego do Ponto de Interrogação (?)


ponto, assim como após o nome do autor de uma citação:
Haverá eleições em outubro Usa-se nas interrogações diretas e indiretas livres.
O culto do vernáculo faz parte do brio cívico. (Napoleão “- Então? Que é isso? Desertaram ambos?” (Artur Aze-
Mendes de Almeida) (ou: Almeida.) vedo)

4- Os números que identificam o ano não utilizam pon- Reticências (...)


to nem devem ter espaço a separá-los, bem como os nú-
meros de CEP: 1975, 2014, 2006, 17600-250. 1- Indica que palavras foram suprimidas: Comprei lápis,
canetas, cadernos...
Ponto e Vírgula ( ; )
2- Indica interrupção violenta da frase.
1- Separa várias partes do discurso, que têm a mesma “- Não... quero dizer... é verdad... Ah!”
importância: “Os pobres dão pelo pão o trabalho; os ricos
dão pelo pão a fazenda; os de espíritos generosos dão pelo
3- Indica interrupções de hesitação ou dúvida: Este
pão a vida; os de nenhum espírito dão pelo pão a alma...”
mal... pega doutor?
(VIEIRA)

2- Separa partes de frases que já estão separadas por 4- Indica que o sentido vai além do que foi dito: Deixa,
vírgulas: Alguns quiseram verão, praia e calor; outros, mon- depois, o coração falar...
tanhas, frio e cobertor.
Vírgula (,)
3- Separa itens de uma enumeração, exposição de mo-
tivos, decreto de lei, etc. Não se usa vírgula
Ir ao supermercado;
Pegar as crianças na escola; * separando termos que, do ponto de vista sintático,
Caminhada na praia; ligam-se diretamente entre si:
Reunião com amigos. - entre sujeito e predicado:
Todos os alunos da sala foram advertidos.
Sujeito predicado

50
LÍNGUA PORTUGUESA

- entre o verbo e seus objetos: Fontes de pesquisa:


O trabalho custou sacrifício aos http://www.infoescola.com/portugues/pontuacao/
realizadores. http://www.brasilescola.com/gramatica/uso-da-virgu-
V.T.D.I. O.D. O.I. la.htm
Português linguagens: volume 3 / Wiliam Roberto Cere-
Usa-se a vírgula: ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
Saraiva, 2010.
- Para marcar intercalação: SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
a) do adjunto adverbial: O café, em razão da sua abun- coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
dância, vem caindo de preço.
b) da conjunção: Os cerrados são secos e áridos. Estão Questões
produzindo, todavia, altas quantidades de alimentos.
c) das expressões explicativas ou corretivas: As indús- 1-) (SAAE/SP - FISCAL LEITURISTA - VUNESP - 2014)
trias não querem abrir mão de suas vantagens, isto é, não
querem abrir mão dos lucros altos.

- Para marcar inversão:


a) do adjunto adverbial (colocado no início da oração):
Depois das sete horas, todo o comércio está de portas fe-
chadas.
b) dos objetos pleonásticos antepostos ao verbo: Aos
pesquisadores, não lhes destinaram verba alguma.
c) do nome de lugar anteposto às datas: Recife, 15 de
maio de 1982.

- Para separar entre si elementos coordenados (dis-


postos em enumeração):
Era um garoto de 15 anos, alto, magro.
A ventania levou árvores, e telhados, e pontes, e animais.

- Para marcar elipse (omissão) do verbo:


Nós queremos comer pizza; e vocês, churrasco.

- Para isolar: (SAAE/SP - FISCAL LEITURISTA - VUNESP - 2014) Se-


- o aposto: São Paulo, considerada a metrópole brasilei- gundo a norma-padrão da língua portuguesa, a pontuação
ra, possui um trânsito caótico. está correta em:
- o vocativo: Ora, Thiago, não diga bobagem. A) Hagar disse, que não iria.
B) Naquela noite os Stevensens prometeram servir, bi-
Observações: fes e lagostas, aos vizinhos.
- Considerando-se que “etc.” é abreviatura da expres- C) Chegou, o convite dos Stevensens, bife e lagostas:
são latina et cetera, que significa “e outras coisas”, seria dis- para Hagar e Helga
pensável o emprego da vírgula antes dele. Porém, o acordo D) “Eles são chatos e, nunca param de falar”, disse, Ha-
ortográfico em vigor no Brasil exige que empreguemos etc. gar à Helga.
precedido de vírgula: Falamos de política, futebol, lazer, etc. E) Helga chegou com o recado: fomos convidados, pe-
los Stevensens, para jantar bifes e lagostas.
- As perguntas que denotam surpresa podem ter com-
binados o ponto de interrogação e o de exclamação: Você 1-) Correções realizadas:
falou isso para ela?! A) Hagar disse que não iria. = não há vírgula entre ver-
bo e seu complemento (objeto)
- Temos, ainda, sinais distintivos: B) Naquela noite os Stevensens prometeram servir bi-
1-) a barra ( / ) = usada em datas (25/12/2014), sepa- fes e lagostas aos vizinhos. = não há vírgula entre verbo e
ração de siglas (IOF/UPC); seu complemento (objeto)
2-) os colchetes ([ ]) = usados em transcrições feitas C) Chegou o convite dos Stevensens: bife e lagostas
pelo narrador ([vide pág. 5]), usado como primeira opção para Hagar e Helga.
aos parênteses, principalmente na matemática; D) “Eles são chatos e nunca param de falar”, disse Ha-
3-) o asterisco ( * ) = usado para remeter o leitor a gar à Helga.
uma nota de rodapé ou no fim do livro, para substituir um E) Helga chegou com o recado: fomos convidados, pe-
nome que não se quer mencionar. los Stevensens, para jantar bifes e lagostas.
RESPOSTA: “E”.

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LÍNGUA PORTUGUESA

2-) (CAIXA ECONÔMICA FEDERAL – MÉDICO DO TRA- Concordância Verbal


BALHO – CESPE/2014 - adaptada)
A correção gramatical do trecho “Entre as bebidas al- É a flexão que se faz para que o verbo concorde com
coólicas, cervejas e vinhos são as mais comuns em todo seu sujeito.
o mundo” seria prejudicada, caso se inserisse uma vírgula
logo após a palavra “vinhos”. a) Sujeito Simples - Regra Geral
( ) CERTO ( ) ERRADO O sujeito, sendo simples, com ele concordará o verbo
em número e pessoa. Veja os exemplos:
2-) Não se deve colocar vírgula entre sujeito e predi- A prova para ambos os cargos será aplicada
cado, a não ser que se trate de um aposto (1), predicativo às 13h.
do sujeito (2), ou algum termo que requeira estar separado 3.ª p. Singular 3.ª p. Singular
entre pontuações. Exemplos:
O Rio de Janeiro, cidade maravilhosa (1), está em festa! Os candidatos à vaga chegarão às 12h.
Os meninos, ansiosos (2), chegaram! 3.ª p. Plural 3.ª p. Plural
RESPOSTA: “CERTO”.
Casos Particulares
3-) (PRODAM/AM – ASSISTENTE – FUNCAB/2014) Em
apenas uma das opções a vírgula foi corretamente empre- 1) Quando o sujeito é formado por uma expressão par-
gada. Assinale-a. titiva (parte de, uma porção de, o grosso de, metade de, a
A) No dia seguinte, estavam todos cansados. maioria de, a maior parte de, grande parte de...) seguida de
B) Romperam a fita da vitória, os dois atletas. um substantivo ou pronome no plural, o verbo pode ficar
C) Os seus hábitos estranhos, deixavam as pessoas per- no singular ou no plural.
plexas. A maioria dos jornalistas aprovou / aprovaram a ideia.
D) A luta em defesa dos mais fracos, é necessária e Metade dos candidatos não apresentou / apresentaram
fundamental. proposta.
E) As florestas nativas do Brasil, sobrevivem em peque-
na parte do território. Esse mesmo procedimento pode se aplicar aos casos
dos coletivos, quando especificados: Um bando de vânda-
3-) los destruiu / destruíram o monumento.
A) No dia seguinte, estavam todos cansados. = correta
B) Romperam a fita da vitória, os dois atletas = não se Observação: nesses casos, o uso do verbo no singular
separa sujeito do predicado (o sujeito está no final). enfatiza a unidade do conjunto; já a forma plural confere
C) Os seus hábitos estranhos, deixavam as pessoas per- destaque aos elementos que formam esse conjunto.
plexas = não se separa sujeito do predicado.
D) A luta em defesa dos mais fracos, é necessária e fun- 2) Quando o sujeito é formado por expressão que in-
damental = não se separa sujeito do predicado. dica quantidade aproximada (cerca de, mais de, menos de,
E) As florestas nativas do Brasil, sobrevivem em peque- perto de...) seguida de numeral e substantivo, o verbo con-
na parte do território. = não se separa sujeito do predicado corda com o substantivo.
RESPOSTA: “A”. Cerca de mil pessoas participaram do concurso.
Perto de quinhentos alunos compareceram à solenidade.
Mais de um atleta estabeleceu novo recorde nas últimas
Olimpíadas.
CONCORDÂNCIA VERBAL E NOMINAL
Observação: quando a expressão “mais de um” asso-
ciar-se a verbos que exprimem reciprocidade, o plural é
obrigatório: Mais de um colega se ofenderam na discussão.
Os concurseiros estão apreensivos. (ofenderam um ao outro)
Concurseiros apreensivos.
3) Quando se trata de nomes que só existem no plu-
No primeiro exemplo, o verbo estar encontra-se na ral, a concordância deve ser feita levando-se em conta a
terceira pessoa do plural, concordando com o seu sujeito, ausência ou presença de artigo. Sem artigo, o verbo deve
os concurseiros. No segundo exemplo, o adjetivo “apreen- ficar no singular; com artigo no plural, o verbo deve ficar
sivos” está concordando em gênero (masculino) e núme- o plural.
ro (plural) com o substantivo a que se refere: concurseiros. Os Estados Unidos possuem grandes universidades.
Nesses dois exemplos, as flexões de pessoa, número e gê- Estados Unidos possui grandes universidades.
nero correspondem-se. Alagoas impressiona pela beleza das praias.
A correspondência de flexão entre dois termos é a con- As Minas Gerais são inesquecíveis.
cordância, que pode ser verbal ou nominal. Minas Gerais produz queijo e poesia de primeira.

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LÍNGUA PORTUGUESA

4) Quando o sujeito é um pronome interrogativo ou *Quando “um dos que” vem entremeada de substanti-
indefinido plural (quais, quantos, alguns, poucos, muitos, vo, o verbo pode:
quaisquer, vários) seguido por “de nós” ou “de vós”, o verbo a) ficar no singular – O Tietê é um dos rios que atravessa
pode concordar com o primeiro pronome (na terceira pes- o Estado de São Paulo. (já que não há outro rio que faça o
soa do plural) ou com o pronome pessoal. mesmo).
Quais de nós são / somos capazes? b) ir para o plural – O Tietê é um dos rios que estão
Alguns de vós sabiam / sabíeis do caso? poluídos (noção de que existem outros rios na mesma con-
Vários de nós propuseram / propusemos sugestões ino- dição).
vadoras.
8) Quando o sujeito é um pronome de tratamento, o
Observação: veja que a opção por uma ou outra forma verbo fica na 3ª pessoa do singular ou plural.
indica a inclusão ou a exclusão do emissor. Quando alguém Vossa Excelência está cansado?
diz ou escreve “Alguns de nós sabíamos de tudo e nada fize- Vossas Excelências renunciarão?
mos”, ele está se incluindo no grupo dos omissos. Isso não
ocorre ao dizer ou escrever “Alguns de nós sabiam de tudo e 9) A concordância dos verbos bater, dar e soar faz-se de
nada fizeram”, frase que soa como uma denúncia. acordo com o numeral.
Nos casos em que o interrogativo ou indefinido estiver Deu uma hora no relógio da sala.
no singular, o verbo ficará no singular. Deram cinco horas no relógio da sala.
Qual de nós é capaz? Soam dezenove horas no relógio da praça.
Algum de vós fez isso. Baterão doze horas daqui a pouco.

5) Quando o sujeito é formado por uma expressão que Observação: caso o sujeito da oração seja a palavra re-
indica porcentagem seguida de substantivo, o verbo deve lógio, sino, torre, etc., o verbo concordará com esse sujeito.
concordar com o substantivo. O tradicional relógio da praça matriz dá nove horas.
25% do orçamento do país será destinado à Educação. Soa quinze horas o relógio da matriz.
85% dos entrevistados não aprovam a administração do
prefeito. 10) Verbos Impessoais: por não se referirem a nenhum
1% do eleitorado aceita a mudança. sujeito, são usados sempre na 3.ª pessoa do singular. São
1% dos alunos faltaram à prova. verbos impessoais: Haver no sentido de existir; Fazer indi-
cando tempo; Aqueles que indicam fenômenos da nature-
Quando a expressão que indica porcentagem não é za. Exemplos:
seguida de substantivo, o verbo deve concordar com o nú- Havia muitas garotas na festa.
mero. Faz dois meses que não vejo meu pai.
25% querem a mudança. Chovia ontem à tarde.
1% conhece o assunto.
b) Sujeito Composto
Se o número percentual estiver determinado por artigo
ou pronome adjetivo, a concordância far-se-á com eles: 1) Quando o sujeito é composto e anteposto ao verbo,
Os 30% da produção de soja serão exportados. a concordância se faz no plural:
Esses 2% da prova serão questionados. Pai e filho conversavam longamente.
Sujeito
6) O pronome “que” não interfere na concordância; já o
“quem” exige que o verbo fique na 3.ª pessoa do singular. Pais e filhos devem conversar com frequência.
Fui eu que paguei a conta. Sujeito
Fomos nós que pintamos o muro.
És tu que me fazes ver o sentido da vida. 2) Nos sujeitos compostos formados por pessoas gra-
Sou eu quem faz a prova. maticais diferentes, a concordância ocorre da seguinte ma-
Não serão eles quem será aprovado. neira: a primeira pessoa do plural (nós) prevalece sobre a
segunda pessoa (vós) que, por sua vez, prevalece sobre a
7) Com a expressão “um dos que”, o verbo deve assu- terceira (eles). Veja:
mir a forma plural. Teus irmãos, tu e eu tomaremos a decisão.
Ademir da Guia foi um dos jogadores que mais encan- Primeira Pessoa do Plural (Nós)
taram os poetas.
Este candidato é um dos que mais estudaram! Tu e teus irmãos tomareis a decisão.
Segunda Pessoa do Plural (Vós)
Se a expressão for de sentido contrário – nenhum dos
que, nem um dos que -, não aceita o verbo no singular: Pais e filhos precisam respeitar-se.
Nenhum dos que foram aprovados assumirá a vaga. Terceira Pessoa do Plural (Eles)
Nem uma das que me escreveram mora aqui.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Observação: quando o sujeito é composto, formado 5) Quando os núcleos do sujeito são unidos por “com”,
por um elemento da segunda pessoa (tu) e um da terceira o verbo fica no plural. Nesse caso, os núcleos recebem um
(ele), é possível empregar o verbo na terceira pessoa do mesmo grau de importância e a palavra “com” tem sentido
plural (eles): “Tu e teus irmãos tomarão a decisão.” – no muito próximo ao de “e”.
lugar de “tomaríeis”. O pai com o filho montaram o brinquedo.
O governador com o secretariado traçaram os planos
3) No caso do sujeito composto posposto ao verbo, para o próximo semestre.
passa a existir uma nova possibilidade de concordância: em O professor com o aluno questionaram as regras.
vez de concordar no plural com a totalidade do sujeito, o
verbo pode estabelecer concordância com o núcleo do su- Nesse mesmo caso, o verbo pode ficar no singular, se a
jeito mais próximo. ideia é enfatizar o primeiro elemento.
Faltaram coragem e competência. O pai com o filho montou o brinquedo.
Faltou coragem e competência. O governador com o secretariado traçou os planos para
o próximo semestre.
Compareceram todos os candidatos e o banca.
O professor com o aluno questionou as regras.
Compareceu o banca e todos os candidatos.
Observação: com o verbo no singular, não se pode
4) Quando ocorre ideia de reciprocidade, a concordân-
falar em sujeito composto. O sujeito é simples, uma vez
cia é feita no plural. Observe: que as expressões “com o filho” e “com o secretariado” são
Abraçaram-se vencedor e vencido. adjuntos adverbiais de companhia. Na verdade, é como se
Ofenderam-se o jogador e o árbitro. houvesse uma inversão da ordem. Veja:
“O pai montou o brinquedo com o filho.”
Casos Particulares “O governador traçou os planos para o próximo semes-
tre com o secretariado.”
1) Quando o sujeito composto é formado por núcleos “O professor questionou as regras com o aluno.”
sinônimos ou quase sinônimos, o verbo fica no singular.
Descaso e desprezo marca seu comportamento. *Casos em que se usa o verbo no singular:
A coragem e o destemor fez dele um herói. Café com leite é uma delícia!
O frango com quiabo foi receita da vovó.
2) Quando o sujeito composto é formado por núcleos
dispostos em gradação, verbo no singular: 6) Quando os núcleos do sujeito são unidos por ex-
Com você, meu amor, uma hora, um minuto, um segun- pressões correlativas como: “não só...mas ainda”, “não so-
do me satisfaz. mente”..., “não apenas...mas também”, “tanto...quanto”, o
verbo ficará no plural.
3) Quando os núcleos do sujeito composto são unidos Não só a seca, mas também o pouco caso castigam o
por “ou” ou “nem”, o verbo deverá ficar no plural, de acor- Nordeste.
do com o valor semântico das conjunções: Tanto a mãe quanto o filho ficaram surpresos com a no-
Drummond ou Bandeira representam a essência da poe- tícia.
sia brasileira.
Nem o professor nem o aluno acertaram a resposta. 7) Quando os elementos de um sujeito composto são
resumidos por um aposto recapitulativo, a concordância é
Em ambas as orações, as conjunções dão ideia de “adi- feita com esse termo resumidor.
Filmes, novelas, boas conversas, nada o tirava da apatia.
ção”. Já em:
Trabalho, diversão, descanso, tudo é muito importante
Juca ou Pedro será contratado.
na vida das pessoas.
Roma ou Buenos Aires será a sede da próxima Olim-
píada.
Outros Casos
* Temos ideia de exclusão, por isso os verbos ficam no 1) O Verbo e a Palavra “SE”
singular. Dentre as diversas funções exercidas pelo “se”, há duas
de particular interesse para a concordância verbal:
4) Com as expressões “um ou outro” e “nem um nem a) quando é índice de indeterminação do sujeito;
outro”, a concordância costuma ser feita no singular. b) quando é partícula apassivadora.
Um ou outro compareceu à festa. Quando índice de indeterminação do sujeito, o “se”
Nem um nem outro saiu do colégio. acompanha os verbos intransitivos, transitivos indiretos e
de ligação, que obrigatoriamente são conjugados na ter-
Com “um e outro”, o verbo pode ficar no plural ou no ceira pessoa do singular:
singular: Um e outro farão/fará a prova. Precisa-se de funcionários.
Confia-se em teses absurdas.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Quando pronome apassivador, o “se” acompanha ver- c) Quando o sujeito indicar peso, medida, quantidade e
bos transitivos diretos (VTD) e transitivos diretos e indiretos for seguido de palavras ou expressões como pouco, muito,
(VTDI) na formação da voz passiva sintética. Nesse caso, o menos de, mais de, etc., o verbo SER fica no singular:
verbo deve concordar com o sujeito da oração. Exemplos: Cinco quilos de açúcar é mais do que preciso.
Construiu-se um posto de saúde. Três metros de tecido é pouco para fazer seu vestido.
Construíram-se novos postos de saúde. Duas semanas de férias é muito para mim.
Aqui não se cometem equívocos
Alugam-se casas. d) Quando um dos elementos (sujeito ou predicativo)
for pronome pessoal do caso reto, com este concordará o
** Dica: Para saber se o “se” é partícula apassivadora verbo.
ou índice de indeterminação do sujeito, tente transformar No meu setor, eu sou a única mulher.
a frase para a voz passiva. Se a frase construída for “com- Aqui os adultos somos nós.
preensível”, estaremos diante de uma partícula apassivado-
ra; se não, o “se” será índice de indeterminação. Veja: Observação: sendo ambos os termos (sujeito e pre-
Precisa-se de funcionários qualificados. dicativo) representados por pronomes pessoais, o verbo
Tentemos a voz passiva: concorda com o pronome sujeito.
Funcionários qualificados são precisados (ou precisos)? Eu não sou ela.
Não há lógica. Portanto, o “se” destacado é índice de inde- Ela não é eu.
terminação do sujeito.
Agora: e) Quando o sujeito for uma expressão de sentido par-
Vendem-se casas. titivo ou coletivo e o predicativo estiver no plural, o verbo
Voz passiva: Casas são vendidas. Construção correta! SER concordará com o predicativo.
Então, aqui, o “se” é partícula apassivadora. (Dá para eu A grande maioria no protesto eram jovens.
passar para a voz passiva. Repare em meu destaque. Per- O resto foram atitudes imaturas.
cebeu semelhança? Agora é só memorizar!).
2) O Verbo “Ser” 3) O Verbo “Parecer”
O verbo parecer, quando é auxiliar em uma locução
A concordância verbal dá-se sempre entre o verbo e o verbal (é seguido de infinitivo), admite duas concordâncias:
sujeito da oração. No caso do verbo ser, essa concordân- a) Ocorre variação do verbo PARECER e não se flexiona
cia pode ocorrer também entre o verbo e o predicativo do o infinitivo: As crianças parecem gostar do desenho.
sujeito.
b) A variação do verbo parecer não ocorre e o infinitivo
Quando o sujeito ou o predicativo for: sofre flexão:
As crianças parece gostarem do desenho.
a)Nome de pessoa ou pronome pessoal – o verbo SER (essa frase equivale a: Parece gostarem do desenho as
concorda com a pessoa gramatical: crianças)
Ele é forte, mas não é dois.
Fernando Pessoa era vários poetas. Atenção: Com orações desenvolvidas, o verbo PARE-
A esperança dos pais são eles, os filhos. CER fica no singular. Por Exemplo: As paredes parece que
têm ouvidos. (Parece que as paredes têm ouvidos = oração
b)nome de coisa e um estiver no singular e o outro no subordinada substantiva subjetiva).
plural, o verbo SER concordará, preferencialmente, com o
que estiver no plural: Concordância Nominal
Os livros são minha paixão!
Minha paixão são os livros! A concordância nominal se baseia na relação entre
nomes (substantivo, pronome) e as palavras que a eles se
Quando o verbo SER indicar ligam para caracterizá-los (artigos, adjetivos, pronomes
adjetivos, numerais adjetivos e particípios). Lembre-se:
a) horas e distâncias, concordará com a expressão normalmente, o substantivo funciona como núcleo de um
numérica: termo da oração, e o adjetivo, como adjunto adnominal.
É uma hora. A concordância do adjetivo ocorre de acordo com as
São quatro horas. seguintes regras gerais:
Daqui até a escola é um quilômetro / são dois quilôme- 1) O adjetivo concorda em gênero e número quando
tros. se refere a um único substantivo: As mãos trêmulas denun-
ciavam o que sentia.
b) datas, concordará com a palavra dia(s), que pode
estar expressa ou subentendida: 2) Quando o adjetivo refere-se a vários substantivos, a
Hoje é dia 26 de agosto. concordância pode variar. Podemos sistematizar essa fle-
Hoje são 26 de agosto. xão nos seguintes casos:

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LÍNGUA PORTUGUESA

a) Adjetivo anteposto aos substantivos: ** Dica: Substitua o “só” por “apenas” ou “sozinho”. Se
- O adjetivo concorda em gênero e número com o a frase ficar coerente com o primeiro, trata-se de advérbio,
substantivo mais próximo. portanto, invariável; se houver coerência com o segundo,
Encontramos caídas as roupas e os prendedores. função de adjetivo, então varia:
Encontramos caída a roupa e os prendedores. Ela está só. (ela está sozinha) – adjetivo
Encontramos caído o prendedor e a roupa. Ele está só descansando. (apenas descansando) - ad-
vérbio
- Caso os substantivos sejam nomes próprios ou de pa-
rentesco, o adjetivo deve sempre concordar no plural. ** Mas cuidado! Se colocarmos uma vírgula depois de
As adoráveis Fernanda e Cláudia vieram me visitar. “só”, haverá, novamente, um adjetivo:
Encontrei os divertidos primos e primas na festa. Ele está só, descansando. (ele está sozinho e descansan-
do)
b) Adjetivo posposto aos substantivos: 7) Quando um único substantivo é modificado por dois
- O adjetivo concorda com o substantivo mais próximo ou mais adjetivos no singular, podem ser usadas as cons-
ou com todos eles (assumindo a forma masculina plural se truções:
houver substantivo feminino e masculino). a) O substantivo permanece no singular e coloca-se o
A indústria oferece localização e atendimento perfeito. artigo antes do último adjetivo: Admiro a cultura espanhola
A indústria oferece atendimento e localização perfeita. e a portuguesa.
A indústria oferece localização e atendimento perfeitos.
A indústria oferece atendimento e localização perfeitos. b) O substantivo vai para o plural e omite-se o artigo
antes do adjetivo: Admiro as culturas espanhola e portu-
Observação: os dois últimos exemplos apresentam guesa.
maior clareza, pois indicam que o adjetivo efetivamente se
refere aos dois substantivos. Nesses casos, o adjetivo foi Casos Particulares
flexionado no plural masculino, que é o gênero predomi-
nante quando há substantivos de gêneros diferentes. É proibido - É necessário - É bom - É preciso - É per-
mitido
- Se os substantivos possuírem o mesmo gênero, o ad-
jetivo fica no singular ou plural. a) Estas expressões, formadas por um verbo mais um
A beleza e a inteligência feminina(s). adjetivo, ficam invariáveis se o substantivo a que se referem
O carro e o iate novo(s). possuir sentido genérico (não vier precedido de artigo).
É proibido entrada de crianças.
3) Expressões formadas pelo verbo SER + adjetivo: Em certos momentos, é necessário atenção.
a) O adjetivo fica no masculino singular, se o substan- No verão, melancia é bom.
tivo não for acompanhado de nenhum modificador: Água É preciso cidadania.
é bom para saúde. Não é permitido saída pelas portas laterais.

b) O adjetivo concorda com o substantivo, se este for b) Quando o sujeito destas expressões estiver deter-
modificado por um artigo ou qualquer outro determinati- minado por artigos, pronomes ou adjetivos, tanto o verbo
vo: Esta água é boa para saúde. como o adjetivo concordam com ele.
É proibida a entrada de crianças.
4) O adjetivo concorda em gênero e número com os Esta salada é ótima.
pronomes pessoais a que se refere: Juliana encontrou-as A educação é necessária.
muito felizes. São precisas várias medidas na educação.

5) Nas expressões formadas por pronome indefinido Anexo - Obrigado - Mesmo - Próprio - Incluso - Qui-
neutro (nada, algo, muito, tanto, etc.) + preposição DE + te
adjetivo, este último geralmente é usado no masculino sin-
gular: Os jovens tinham algo de misterioso. Estas palavras adjetivas concordam em gênero e nú-
mero com o substantivo ou pronome a que se referem.
6) A palavra “só”, quando equivale a “sozinho”, tem fun- Seguem anexas as documentações requeridas.
ção adjetiva e concorda normalmente com o nome a que A menina agradeceu: - Muito obrigada.
se refere: Muito obrigadas, disseram as senhoras.
Cristina saiu só. Seguem inclusos os papéis solicitados.
Cristina e Débora saíram sós. Estamos quites com nossos credores.

Observação: quando a palavra “só” equivale a “somen-


te” ou “apenas”, tem função adverbial, ficando, portanto,
invariável: Eles só desejam ganhar presentes.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Bastante - Caro - Barato - Longe Questões

Estas palavras são invariáveis quando funcionam como 1-) (MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA
advérbios. Concordam com o nome a que se referem quan- E COMÉRCIO EXTERIOR – ANALISTA TÉCNICO ADMINIS-
do funcionam como adjetivos, pronomes adjetivos, ou nu- TRATIVO – CESPE/2014) Em “Vossa Excelência deve estar
merais. satisfeita com os resultados das negociações”, o adjetivo
As jogadoras estavam bastante cansadas. (advérbio) estará corretamente empregado se dirigido a ministro de
Há bastantes pessoas insatisfeitas com o trabalho. (pro- Estado do sexo masculino, pois o termo “satisfeita” deve
nome adjetivo) concordar com a locução pronominal de tratamento “Vossa
Nunca pensei que o estudo fosse tão caro. (advérbio) Excelência”.
As casas estão caras. (adjetivo) ( ) CERTO ( ) ERRADO
Achei barato este casaco. (advérbio)
Hoje as frutas estão baratas. (adjetivo) 1-) Se a pessoa, no caso o ministro, for do sexo femi-
nino (ministra), o adjetivo está correto; mas, se for do sexo
Meio - Meia masculino, o adjetivo sofrerá flexão de gênero: satisfeito. O
pronome de tratamento é apenas a maneira de como tratar
a) A palavra “meio”, quando empregada como adjetivo, a autoridade, não concordando com o gênero (o pronome
concorda normalmente com o nome a que se refere: Pedi de tratamento, apenas).
meia porção de polentas. RESPOSTA: “ERRADO”.
b) Quando empregada como advérbio permanece in- 2-) (GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL – CADASTRO
variável: A candidata está meio nervosa. RESERVA PARA O METRÔ/DF – ADMINISTRADOR - IA-
DES/2014 - adaptada) Se, no lugar dos verbos destacados
** Dica! Dá para eu substituir por “um pouco”, assim no verso “Escolho os filmes que eu não vejo no elevador”,
saberei que se trata de um advérbio, não de adjetivo: “A
fossem empregados, respectivamente, Esquecer e gostar, a
candidata está um pouco nervosa”.
nova redação, de acordo com as regras sobre regência ver-
bal e concordância nominal prescritas pela norma-padrão,
Alerta - Menos
deveria ser
(A) Esqueço dos filmes que eu não gosto no elevador.
Essas palavras são advérbios, portanto, permanecem
(B) Esqueço os filmes os quais não gosto no elevador.
sempre invariáveis.
(C) Esqueço dos filmes aos quais não gosto no eleva-
Os concurseiros estão sempre alerta.
dor.
Não queira menos matéria!
(D) Esqueço dos filmes dos quais não gosto no eleva-
* Tome nota! dor.
Não variam os substantivos que funcionam como ad- (E) Esqueço os filmes dos quais não gosto no elevador.
jetivos:
Bomba – notícias bomba 2-) O verbo “esquecer” pede objeto direto; “gostar”, in-
Chave – elementos chave direto (com preposição): Esqueço os filmes dos quais não
Monstro – construções monstro gosto.
Padrão – escola padrão RESPOSTA: “E”.

Fontes de pesquisa: 3-) (SABESP – TECNÓLOGO – FCC/2014) Considerada a


http://www.soportugues.com.br/secoes/sint/sint49. substituição do segmento grifado pelo que está entre pa-
php rênteses ao final da transcrição, o verbo que deverá perma-
Português linguagens: volume 3 / Wiliam Roberto Cere- necer no singular está em:
ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo: (A) ... disse o pesquisador à Folha de S. Paulo. (os pes-
Saraiva, 2010. quisadores)
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac- (B) Segundo ele, a mudança climática contribuiu para a
coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. ruína dessa sociedade... (as mudanças do clima)
Português: novas palavras: literatura, gramática, reda- (C) No sistema havia também uma estação... (várias es-
ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000. tações)
(D) ... a civilização maia da América Central tinha um
método sustentável de gerenciamento da água. (os povos
que habitavam a América Central)
(E) Um estudo publicado recentemente mostra que a
civilização maia... (Estudos como o que acabou de ser pu-
blicado).

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LÍNGUA PORTUGUESA

3-) 1-) Verbos Intransitivos


(A) ... disse (disseram) (os pesquisadores)
(B) Segundo ele, a mudança climática contribuiu (con- Os verbos intransitivos não possuem complemento. É
tribuíram) (as mudanças do clima) importante, no entanto, destacar alguns detalhes relativos
(C) No sistema havia (várias estações) = permanecerá aos adjuntos adverbiais que costumam acompanhá-los.
no singular - Chegar, Ir
(D) ... a civilização maia da América Central tinha (ti- Normalmente vêm acompanhados de adjuntos adver-
nham) (os povos que habitavam a América Central) biais de lugar. Na língua culta, as preposições usadas para
(E) Um estudo publicado recentemente mostra (mos- indicar destino ou direção são: a, para.
tram) (Estudos como o que acabou de ser publicado). Fui ao teatro.
RESPOSTA: “C”. Adjunto Adverbial de Lugar

Ricardo foi para a Espanha.


Adjunto Adverbial de Lugar
REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL
- Comparecer
O adjunto adverbial de lugar pode ser introduzido por
em ou a.
Dá-se o nome de regência à relação de subordinação Comparecemos ao estádio (ou no estádio) para ver o
que ocorre entre um verbo (regência verbal) ou um nome último jogo.
(regência nominal) e seus complementos.
2-) Verbos Transitivos Diretos
Regência Verbal = Termo Regente: VERBO
Os verbos transitivos diretos são complementados por
A regência verbal estuda a relação que se estabelece objetos diretos. Isso significa que não exigem preposição
entre os verbos e os termos que os complementam (obje- para o estabelecimento da relação de regência. Ao empre-
tos diretos e objetos indiretos) ou caracterizam (adjuntos gar esses verbos, lembre-se de que os pronomes oblíquos
adverbiais). Há verbos que admitem mais de uma regência, o, a, os, as atuam como objetos diretos. Esses pronomes
o que corresponde à diversidade de significados que estes podem assumir as formas lo, los, la, las (após formas ver-
verbos podem adquirir dependendo do contexto em que bais terminadas em -r, -s ou -z) ou no, na, nos, nas (após
forem empregados. formas verbais terminadas em sons nasais), enquanto lhe e
A mãe agrada o filho = agradar significa acariciar, con- lhes são, quando complementos verbais, objetos indiretos.
tentar. São verbos transitivos diretos, dentre outros: aban-
A mãe agrada ao filho = agradar significa “causar agra- donar, abençoar, aborrecer, abraçar, acompanhar, acusar,
do ou prazer”, satisfazer. admirar, adorar, alegrar, ameaçar, amolar, amparar, auxiliar,
Conclui-se que “agradar alguém” é diferente de “agra- castigar, condenar, conhecer, conservar, convidar, defender,
dar a alguém”. eleger, estimar, humilhar, namorar, ouvir, prejudicar, prezar,
proteger, respeitar, socorrer, suportar, ver, visitar.
Saiba que: Na língua culta, esses verbos funcionam exatamente
O conhecimento do uso adequado das preposições é como o verbo amar:
um dos aspectos fundamentais do estudo da regência ver- Amo aquele rapaz. / Amo-o.
bal (e também nominal). As preposições são capazes de Amo aquela moça. / Amo-a.
modificar completamente o sentido daquilo que está sen- Amam aquele rapaz. / Amam-no.
do dito. Ele deve amar aquela mulher. / Ele deve amá-la.
Cheguei ao metrô.
Cheguei no metrô. Observação: os pronomes lhe, lhes só acompanham
No primeiro caso, o metrô é o lugar a que vou; no se- esses verbos para indicar posse (caso em que atuam como
gundo caso, é o meio de transporte por mim utilizado. adjuntos adnominais):
Quero beijar-lhe o rosto. (= beijar seu rosto)
A voluntária distribuía leite às crianças. Prejudicaram-lhe a carreira. (= prejudicaram sua car-
A voluntária distribuía leite com as crianças. reira)
Na primeira frase, o verbo “distribuir” foi empregado Conheço-lhe o mau humor! (= conheço seu mau hu-
como transitivo direto (objeto direto: leite) e indireto (obje- mor)
to indireto: às crianças); na segunda, como transitivo direto
(objeto direto: crianças; com as crianças: adjunto adverbial). 3-) Verbos Transitivos Indiretos

Para estudar a regência verbal, agruparemos os verbos Os verbos transitivos indiretos são complementados
de acordo com sua transitividade. Esta, porém, não é um por objetos indiretos. Isso significa que esses verbos exi-
fato absoluto: um mesmo verbo pode atuar de diferentes gem uma preposição para o estabelecimento da relação de
formas em frases distintas. regência. Os pronomes pessoais do caso oblíquo de ter-

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LÍNGUA PORTUGUESA

ceira pessoa que podem atuar como objetos indiretos são Informar
o “lhe”, o “lhes”, para substituir pessoas. Não se utilizam - Apresenta objeto direto ao se referir a coisas e objeto
os pronomes o, os, a, as como complementos de verbos indireto ao se referir a pessoas, ou vice-versa.
transitivos indiretos. Com os objetos indiretos que não re- Informe os novos preços aos clientes.
presentam pessoas, usam-se pronomes oblíquos tônicos Informe os clientes dos novos preços. (ou sobre os novos
de terceira pessoa (ele, ela) em lugar dos pronomes átonos preços)
lhe, lhes.
- Na utilização de pronomes como complementos, veja
Os verbos transitivos indiretos são os seguintes: as construções:
- Consistir - Tem complemento introduzido pela prepo- Informei-os aos clientes. / Informei-lhes os novos preços.
sição “em”: A modernidade verdadeira consiste em direitos Informe-os dos novos preços. / Informe-os deles. (ou so-
iguais para todos.
bre eles)
- Obedecer e Desobedecer - Possuem seus complemen-
Observação: a mesma regência do verbo informar é
tos introduzidos pela preposição “a”:
Devemos obedecer aos nossos princípios e ideais. usada para os seguintes: avisar, certificar, notificar, cientifi-
Eles desobedeceram às leis do trânsito. car, prevenir.

- Responder - Tem complemento introduzido pela pre- Comparar


posição “a”. Esse verbo pede objeto indireto para indicar “a Quando seguido de dois objetos, esse verbo admite as
quem” ou “ao que” se responde. preposições “a” ou “com” para introduzir o complemento
Respondi ao meu patrão. indireto: Comparei seu comportamento ao (ou com o) de
Respondemos às perguntas. uma criança.
Respondeu-lhe à altura.
Pedir
Observação: o verbo responder, apesar de transitivo Esse verbo pede objeto direto de coisa (geralmente na
indireto quando exprime aquilo a que se responde, admite forma de oração subordinada substantiva) e indireto de
voz passiva analítica: pessoa.
O questionário foi respondido corretamente.
Todas as perguntas foram respondidas satisfatoriamen- Pedi-lhe favores.
te.
Objeto Indireto Objeto Direto
- Simpatizar e Antipatizar - Possuem seus complemen-
Pedi-lhe que se mantivesse em silêncio.
tos introduzidos pela preposição “com”.
Antipatizo com aquela apresentadora. Objeto Indireto Oração Subordinada Subs-
Simpatizo com os que condenam os políticos que gover- tantiva Objetiva Direta
nam para uma minoria privilegiada.
Saiba que:
4-) Verbos Transitivos Diretos e Indiretos - A construção “pedir para”, muito comum na lingua-
gem cotidiana, deve ter emprego muito limitado na língua
Os verbos transitivos diretos e indiretos são acompa- culta. No entanto, é considerada correta quando a palavra
nhados de um objeto direto e um indireto. Merecem desta- licença estiver subentendida.
que, nesse grupo: agradecer, perdoar e pagar. São verbos Peço (licença) para ir entregar-lhe os catálogos em casa.
que apresentam objeto direto relacionado a coisas e objeto
indireto relacionado a pessoas. Observe que, nesse caso, a preposição “para” introduz
uma oração subordinada adverbial final reduzida de infiniti-
Agradeço aos ouvintes a audiência. vo (para ir entregar-lhe os catálogos em casa).
Objeto Indireto Objeto Direto
Preferir
Paguei o débito ao cobrador.
Na língua culta, esse verbo deve apresentar objeto in-
Objeto Direto Objeto Indireto
direto introduzido pela preposição “a”:
Prefiro qualquer coisa a abrir mão de meus ideais.
- O uso dos pronomes oblíquos átonos deve ser feito
com particular cuidado: Prefiro trem a ônibus.
Agradeci o presente. / Agradeci-o.
Agradeço a você. / Agradeço-lhe. Observação: na língua culta, o verbo “preferir” deve
Perdoei a ofensa. / Perdoei-a. ser usado sem termos intensificadores, tais como: muito,
Perdoei ao agressor. / Perdoei-lhe. antes, mil vezes, um milhão de vezes, mais. A ênfase já é
Paguei minhas contas. / Paguei-as. dada pelo prefixo existente no próprio verbo (pre).
Paguei aos meus credores. / Paguei-lhes.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Mudança de Transitividade - Mudança de Signifi- CHAMAR


cado - Chamar é transitivo direto no sentido de convocar,
solicitar a atenção ou a presença de.
Há verbos que, de acordo com a mudança de transitivi- Por gentileza, vá chamar a polícia. / Por favor, vá cha-
dade, apresentam mudança de significado. O conhecimen- má-la.
to das diferentes regências desses verbos é um recurso lin- Chamei você várias vezes. / Chamei-o várias vezes.
guístico muito importante, pois além de permitir a correta
interpretação de passagens escritas, oferece possibilidades - Chamar no sentido de denominar, apelidar pode
expressivas a quem fala ou escreve. Dentre os principais, apresentar objeto direto e indireto, ao qual se refere predi-
estão: cativo preposicionado ou não.
A torcida chamou o jogador mercenário.
AGRADAR A torcida chamou ao jogador mercenário.
A torcida chamou o jogador de mercenário.
- Agradar é transitivo direto no sentido de fazer cari-
A torcida chamou ao jogador de mercenário.
nhos, acariciar, fazer as vontades de.
Sempre agrada o filho quando.
- Chamar com o sentido de ter por nome é pronominal:
Aquele comerciante agrada os clientes.
Como você se chama? Eu me chamo Zenaide.
- Agradar é transitivo indireto no sentido de causar CUSTAR
agrado a, satisfazer, ser agradável a. Rege complemento in- - Custar é intransitivo no sentido de ter determinado
troduzido pela preposição “a”. valor ou preço, sendo acompanhado de adjunto adverbial:
O cantor não agradou aos presentes. Frutas e verduras não deveriam custar muito.
O cantor não lhes agradou.
- No sentido de ser difícil, penoso, pode ser intransitivo
*O antônimo “desagradar” é sempre transitivo indireto: ou transitivo indireto, tendo como sujeito uma oração re-
O cantor desagradou à plateia. duzida de infinitivo.

ASPIRAR Muito custa viver tão longe da família.


- Aspirar é transitivo direto no sentido de sorver, inspi- Verbo Intransitivo Oração Subordinada
rar (o ar), inalar: Aspirava o suave aroma. (Aspirava-o) Substantiva Subjetiva Reduzida de Infinitivo

- Aspirar é transitivo indireto no sentido de desejar, ter Custou-me (a mim) crer nisso.
como ambição: Aspirávamos a um emprego melhor. (Aspi- Objeto Indireto Oração Subordinada Subs-
rávamos a ele) tantiva Subjetiva Reduzida de Infinitivo

* Como o objeto direto do verbo “aspirar” não é pes- *A Gramática Normativa condena as construções que
soa, as formas pronominais átonas “lhe” e “lhes” não são atribuem ao verbo “custar” um sujeito representado por
utilizadas, mas, sim, as formas tônicas “a ele(s)”, “a ela(s)”. pessoa: Custei para entender o problema. = Forma
Veja o exemplo: Aspiravam a uma existência melhor. (= As- correta: Custou-me entender o problema.
piravam a ela)
IMPLICAR
- Como transitivo direto, esse verbo tem dois sentidos:
ASSISTIR
a) dar a entender, fazer supor, pressupor: Suas atitudes
- Assistir é transitivo direto no sentido de ajudar, pres-
implicavam um firme propósito.
tar assistência a, auxiliar.
b) ter como consequência, trazer como consequência,
As empresas de saúde negam-se a assistir os idosos.
acarretar, provocar: Uma ação implica reação.
As empresas de saúde negam-se a assisti-los.
- Como transitivo direto e indireto, significa compro-
- Assistir é transitivo indireto no sentido de ver, presen- meter, envolver: Implicaram aquele jornalista em questões
ciar, estar presente, caber, pertencer. econômicas.
Assistimos ao documentário.
Não assisti às últimas sessões. * No sentido de antipatizar, ter implicância, é transitivo
Essa lei assiste ao inquilino. indireto e rege com preposição “com”: Implicava com quem
não trabalhasse arduamente.
*No sentido de morar, residir, o verbo “assistir” é in-
transitivo, sendo acompanhado de adjunto adverbial de NAMORAR
lugar introduzido pela preposição “em”: Assistimos numa - Sempre transitivo direto: Luísa namora Carlos há dois
conturbada cidade. anos.

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LÍNGUA PORTUGUESA

OBEDECER - DESOBEDECER Há uma construção em que a coisa esquecida ou lem-


- Sempre transitivo indireto: brada passa a funcionar como sujeito e o verbo sofre leve
Todos obedeceram às regras. alteração de sentido. É uma construção muito rara na lín-
Ninguém desobedece às leis. gua contemporânea, porém, é fácil encontrá-la em textos
clássicos tanto brasileiros como portugueses. Machado de
*Quando o objeto é “coisa”, não se utiliza “lhe” nem Assis, por exemplo, fez uso dessa construção várias vezes.
“lhes”: As leis são essas, mas todos desobedecem a elas. Esqueceu-me a tragédia. (cair no esquecimento)
Lembrou-me a festa. (vir à lembrança)
PROCEDER Não lhe lembram os bons momentos da infância? (=
- Proceder é intransitivo no sentido de ser decisivo, ter momentos é sujeito)
cabimento, ter fundamento ou comportar-se, agir. Nessa
segunda acepção, vem sempre acompanhado de adjunto SIMPATIZAR - ANTIPATIZAR
adverbial de modo. - São transitivos indiretos e exigem a preposição “com”:
As afirmações da testemunha procediam, não havia Não simpatizei com os jurados.
como refutá-las. Simpatizei com os alunos.
Você procede muito mal.
Importante: A norma culta exige que os verbos e ex-
- Nos sentidos de ter origem, derivar-se (rege a prepo- pressões que dão ideia de movimento sejam usados com
sição “de”) e fazer, executar (rege complemento introduzido a preposição “a”:
pela preposição “a”) é transitivo indireto. Chegamos a São Paulo e fomos direto ao hotel.
O avião procede de Maceió. Cláudia desceu ao segundo andar.
Procedeu-se aos exames. Hoje, com esta chuva, ninguém sairá à rua.
O delegado procederá ao inquérito.
Regência Nominal
QUERER
- Querer é transitivo direto no sentido de desejar, ter É o nome da relação existente entre um nome (subs-
vontade de, cobiçar. tantivo, adjetivo ou advérbio) e os termos regidos por esse
Querem melhor atendimento. nome. Essa relação é sempre intermediada por uma prepo-
Queremos um país melhor. sição. No estudo da regência nominal, é preciso levar em
conta que vários nomes apresentam exatamente o mesmo
- Querer é transitivo indireto no sentido de ter afeição, regime dos verbos de que derivam. Conhecer o regime de
estimar, amar: Quero muito aos meus amigos. um verbo significa, nesses casos, conhecer o regime dos
nomes cognatos. Observe o exemplo: Verbo obedecer e os
VISAR nomes correspondentes: todos regem complementos in-
- Como transitivo direto, apresenta os sentidos de mi- troduzidos pela preposição a. Veja:
rar, fazer pontaria e de pôr visto, rubricar.
O homem visou o alvo. Obedecer a algo/ a alguém.
O gerente não quis visar o cheque. Obediente a algo/ a alguém.

- No sentido de ter em vista, ter como meta, ter como Se uma oração completar o sentido de um nome, ou
objetivo é transitivo indireto e rege a preposição “a”. seja, exercer a função de complemento nominal, ela será
O ensino deve sempre visar ao progresso social. completiva nominal (subordinada substantiva).
Prometeram tomar medidas que visassem ao bem-estar
público.

ESQUECER – LEMBRAR
- Lembrar algo – esquecer algo
- Lembrar-se de algo – esquecer-se de algo (pronomi-
nal)

No 1.º caso, os verbos são transitivos diretos, ou seja,


exigem complemento sem preposição: Ele esqueceu o livro.
No 2.º caso, os verbos são pronominais (-se, -me, etc) e
exigem complemento com a preposição “de”. São, portan-
to, transitivos indiretos:
- Ele se esqueceu do caderno.
- Eu me esqueci da chave.
- Eles se esqueceram da prova.
- Nós nos lembramos de tudo o que aconteceu.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Regência de Alguns Nomes

Substantivos
Admiração a, por Devoção a, para, com, por Medo a, de
Aversão a, para, por Doutor em Obediência a
Atentado a, contra Dúvida acerca de, em, sobre Ojeriza a, por
Bacharel em Horror a Proeminência sobre
Capacidade de, para Impaciência com Respeito a, com, para com, por
Adjetivos
Acessível a Diferente de Necessário a
Acostumado a, com Entendido em Nocivo a
Afável com, para com Equivalente a Paralelo a
Agradável a Escasso de Parco em, de
Alheio a, de Essencial a, para Passível de
Análogo a Fácil de Preferível a
Ansioso de, para, por Fanático por Prejudicial a
Apto a, para Favorável a Prestes a
Ávido de Generoso com Propício a
Benéfico a Grato a, por Próximo a
Capaz de, para Hábil em Relacionado com
Compatível com Habituado a Relativo a
Contemporâneo a, de Idêntico a Satisfeito com, de, em, por
Contíguo a Impróprio para Semelhante a
Contrário a Indeciso em Sensível a
Curioso de, por Insensível a Sito em
Descontente com Liberal com Suspeito de
Desejoso de Natural de Vazio de

Advérbios
Longe de Perto de

Observação: os advérbios terminados em -mente tendem a seguir o regime dos adjetivos de que são formados: para-
lela a; paralelamente a; relativa a; relativamente a.

Fontes de pesquisa:
http://www.soportugues.com.br/secoes/sint/sint61.php
Português linguagens: volume 3 / Wiliam Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
Saraiva, 2010.
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sacconi. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Português: novas palavras: literatura, gramática, redação / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.

Questões

1-) (PRODAM – AUXILIAR - MOTORISTA – FUNCAB/2014) Assinale a alternativa em que a frase segue a norma culta da
língua quanto à regência verbal.
A) Prefiro viajar de ônibus do que dirigir.
B) Eu esqueci do seu nome.
C) Você assistiu à cena toda?
D) Ele chegou na oficina pela manhã.
E) Sempre obedeço as leis de trânsito.

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LÍNGUA PORTUGUESA

1-) Quanto à estrutura da frase, as que possuem verbo


A) Prefiro viajar de ônibus do que dirigir. = prefiro viajar (oração) são estruturadas por dois elementos essenciais:
de ônibus a dirigir sujeito e predicado.
B) Eu esqueci do seu nome. = Eu me esqueci do seu O sujeito é o termo da frase que concorda com o verbo
nome em número e pessoa. É o “ser de quem se declara algo”, “o
C) Você assistiu à cena toda? = correta tema do que se vai comunicar”; o predicado é a parte da
D) Ele chegou na oficina pela manhã. = Ele chegou à frase que contém “a informação nova para o ouvinte”, é o
oficina pela manhã que “se fala do sujeito”. Ele se refere ao tema, constituindo
E) Sempre obedeço as leis de trânsito. = Sempre obe- a declaração do que se atribui ao sujeito.
deço às leis de trânsito Quando o núcleo da declaração está no verbo (que in-
RESPOSTA: “C”. dique ação ou fenômeno da natureza, seja um verbo signi-
ficativo), temos o predicado verbal. Mas, se o núcleo estiver
2-) (POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DE SÃO PAULO/SP – em um nome (geralmente um adjetivo), teremos um predi-
MÉDICO LEGISTA – VUNESP/2014 - adaptada) Leia o se- cado nominal (os verbos deste tipo de predicado são os
guinte trecho para responder à questão. que indicam estado, conhecidos como verbos de ligação):
A pesquisa encontrou um dado curioso: homens com O menino limpou a sala. = “limpou” é verbo de ação
baixos níveis de testosterona tiveram uma resposta imuno- (predicado verbal)
lógica melhor a essa medida, similar _______________ . A prova foi fácil. – “foi” é verbo de ligação (ser); o nú-
A alternativa que completa, corretamente, o texto é: cleo é “fácil” (predicado nominal)
(A) das mulheres
(B) às mulheres Quanto ao período, ele denomina a frase constituída
(C) com das mulheres por uma ou mais orações, formando um todo, com sentido
(D) à das mulheres completo. O período pode ser simples ou composto.
(E) ao das mulheres
Período simples é aquele constituído por apenas uma
oração, que recebe o nome de oração absoluta.
2-) Similar significa igual; sua regência equivale à da
Chove.
palavra “igual”: igual a quê? Similar a quem? Similar à (su-
A existência é frágil.
bentendido: resposta imunológica) das mulheres.
Amanhã, à tarde, faremos a prova do concurso.
RESPOSTA: “D”.
Período composto é aquele constituído por duas ou
mais orações:
Cantei, dancei e depois dormi.
Quero que você estude mais.
FRASE, ORAÇÃO E PERÍODO
SINTAXE DA ORAÇÃO E DO PERÍODO Termos essenciais da oração
TERMOS DA ORAÇÃO
COORDENAÇÃO E SUBORDINAÇÃO O sujeito e o predicado são considerados termos
essenciais da oração, ou seja, são termos indispensáveis
para a formação das orações. No entanto, existem orações
formadas exclusivamente pelo predicado. O que define a
Frase é todo enunciado suficiente por si mesmo para oração é a presença do verbo. O sujeito é o termo que es-
estabelecer comunicação. Normalmente é composta por tabelece concordância com o verbo.
dois termos – o sujeito e o predicado – mas não obrigato- O candidato está preparado.
riamente, pois há orações ou frases sem sujeito: Trovejou Os candidatos estão preparados.
muito ontem à noite.
Na primeira frase, o sujeito é “o candidato”. “Candida-
Quanto aos tipos de frases, além da classificação em to” é a principal palavra do sujeito, sendo, por isso, deno-
verbais (possuem verbos, ou seja, são orações) e nominais minada núcleo do sujeito. Este se relaciona com o verbo,
(sem a presença de verbos), feita a partir de seus elementos estabelecendo a concordância (núcleo no singular, verbo
constituintes, elas podem ser classificadas a partir de seu no singular: candidato = está).
sentido global: A função do sujeito é basicamente desempenhada por
- frases interrogativas = o emissor da mensagem for- substantivos, o que a torna uma função substantiva da ora-
mula uma pergunta: Que dia é hoje? ção. Pronomes, substantivos, numerais e quaisquer outras
- frases imperativas = o emissor dá uma ordem ou faz palavras substantivadas (derivação imprópria) também po-
um pedido: Dê-me uma luz! dem exercer a função de sujeito.
- frases exclamativas = o emissor exterioriza um estado Os dois sumiram. (dois é numeral; no exemplo, subs-
afetivo: Que dia abençoado! tantivo)
- frases declarativas = o emissor constata um fato: A Um sim é suave e sugestivo. (sim é advérbio; no exem-
prova será amanhã. plo: substantivo)

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LÍNGUA PORTUGUESA

Os sujeitos são classificados a partir de dois elementos: 1-) com verbo na terceira pessoa do plural, desde que
o de determinação ou indeterminação e o de núcleo do o sujeito não tenha sido identificado anteriormente:
sujeito. Bateram à porta;
Um sujeito é determinado quando é facilmente iden- Andam espalhando boatos a respeito da queda do mi-
tificado pela concordância verbal. O sujeito determinado nistro.
pode ser simples ou composto.
A indeterminação do sujeito ocorre quando não é * Se o sujeito estiver identificado, poderá ser simples
possível identificar claramente a que se refere a concor- ou composto:
dância verbal. Isso ocorre quando não se pode ou não inte- Os meninos bateram à porta. (simples)
ressa indicar precisamente o sujeito de uma oração. Os meninos e as meninas bateram à porta. (composto)
Estão gritando seu nome lá fora.
Trabalha-se demais neste lugar. 2-) com o verbo na terceira pessoa do singular, acres-
cido do pronome “se”. Esta é uma construção típica dos
O sujeito simples é o sujeito determinado que apre- verbos que não apresentam complemento direto:
senta um único núcleo, que pode estar no singular ou no Precisa-se de mentes criativas.
plural; pode também ser um pronome indefinido. Abaixo, Vivia-se bem naqueles tempos.
sublinhei os núcleos dos sujeitos: Trata-se de casos delicados.
Nós estudaremos juntos. Sempre se está sujeito a erros.
A humanidade é frágil.
Ninguém se move. O pronome “se”, nestes casos, funciona como índice de
O amar faz bem. (“amar” é verbo, mas aqui houve uma indeterminação do sujeito.
derivação imprópria, transformando-o em substantivo)
As crianças precisam de alimentos saudáveis. As orações sem sujeito, formadas apenas pelo predi-
cado, articulam-se a partir de um verbo impessoal. A men-
O sujeito composto é o sujeito determinado que apre- sagem está centrada no processo verbal. Os principais ca-
sos de orações sem sujeito com:
senta mais de um núcleo.
Alimentos e roupas custam caro.
1-) os verbos que indicam fenômenos da natureza:
Ela e eu sabemos o conteúdo.
Amanheceu.
O amar e o odiar são duas faces da mesma moeda.
Está trovejando.
Além desses dois sujeitos determinados, é comum a
2-) os verbos estar, fazer, haver e ser, quando indicam
referência ao sujeito implícito na desinência verbal (o
fenômenos meteorológicos ou se relacionam ao tempo em
“antigo” sujeito oculto [ou elíptico]), isto é, ao núcleo do
geral:
sujeito que está implícito e que pode ser reconhecido pela Está tarde.
desinência verbal ou pelo contexto. Já são dez horas.
Abolimos todas as regras. = (nós) Faz frio nesta época do ano.
Falaste o recado à sala? = (tu) Há muitos concursos com inscrições abertas.
* Os verbos deste tipo de sujeito estão sempre na pri- Predicado é o conjunto de enunciados que contém a
meira pessoa do singular (eu) ou plural (nós) ou na segun- informação sobre o sujeito – ou nova para o ouvinte. Nas
da do singular (tu) ou do plural (vós), desde que os prono- orações sem sujeito, o predicado simplesmente enuncia
mes não estejam explícitos. um fato qualquer. Nas orações com sujeito, o predicado é
Iremos à feira juntos? (= nós iremos) – sujeito implícito aquilo que se declara a respeito deste sujeito. Com exceção
na desinência verbal “-mos” do vocativo - que é um termo à parte - tudo o que difere
Cantais bem! (= vós cantais) - sujeito implícito na desi- do sujeito numa oração é o seu predicado.
nência verbal “-ais” Chove muito nesta época do ano.
Houve problemas na reunião.
Mas:
Nós iremos à festa juntos? = sujeito simples: nós * Em ambas as orações não há sujeito, apenas predi-
Vós cantais bem! = sujeito simples: vós cado.

O sujeito indeterminado surge quando não se quer - As questões estavam fáceis!


ou não se pode - identificar a que o predicado da oração Sujeito simples = as questões
refere-se. Existe uma referência imprecisa ao sujeito, caso Predicado = estavam fáceis
contrário, teríamos uma oração sem sujeito.
Na língua portuguesa, o sujeito pode ser indetermina- Passou-me uma ideia estranha pelo pensamento.
do de duas maneiras: Sujeito = uma ideia estranha
Predicado = passou-me pelo pensamento

64
LÍNGUA PORTUGUESA

Para o estudo do predicado, é necessário verificar se No primeiro exemplo, o verbo amanheceu apresenta
seu núcleo é um nome (então teremos um predicado no- duas funções: a de verbo significativo e a de verbo de liga-
minal) ou um verbo (predicado verbal). Deve-se considerar ção. Este predicado poderia ser desdobrado em dois: um
também se as palavras que formam o predicado referem- verbal e outro nominal.
se apenas ao verbo ou também ao sujeito da oração. O dia amanheceu. / O dia estava ensolarado.

Os homens sensíveis pedem amor sincero às mulheres No segundo exemplo, é o verbo julgar que relaciona
de opinião. o complemento homens com o predicativo “inconstantes”.
Predicado
Termos integrantes da oração
O predicado acima apresenta apenas uma palavra que
se refere ao sujeito: pedem. As demais palavras ligam-se Os complementos verbais (objeto direto e indireto) e o
direta ou indiretamente ao verbo. complemento nominal são chamados termos integrantes da
A cidade está deserta. oração.
Os complementos verbais integram o sentido dos ver-
O nome “deserta”, por intermédio do verbo, refere-se bos transitivos, com eles formando unidades significativas.
ao sujeito da oração (cidade). O verbo atua como elemento Estes verbos podem se relacionar com seus complementos
de ligação (por isso verbo de ligação) entre o sujeito e a diretamente, sem a presença de preposição, ou indireta-
palavra a ele relacionada (no caso: deserta = predicativo mente, por intermédio de preposição.
do sujeito).
O objeto direto é o complemento que se liga direta-
O predicado verbal é aquele que tem como núcleo mente ao verbo.
significativo um verbo: Houve muita confusão na partida final.
Chove muito nesta época do ano. Queremos sua ajuda.
Estudei muito hoje!
O objeto direto preposicionado ocorre principalmen-
Compraste a apostila?
te:
- com nomes próprios de pessoas ou nomes comuns
Os verbos acima são significativos, isto é, não servem
referentes a pessoas:
apenas para indicar o estado do sujeito, mas indicam pro-
Amar a Deus; Adorar a Xangô; Estimar aos pais.
cessos.
(o objeto é direto, mas como há preposição, denomi-
na-se: objeto direto preposicionado)
O predicado nominal é aquele que tem como núcleo
significativo um nome; este atribui uma qualidade ou esta- - com pronomes indefinidos de pessoa e pronomes
do ao sujeito, por isso é chamado de predicativo do sujei- de tratamento: Não excluo a ninguém; Não quero cansar a
to. O predicativo é um nome que se liga a outro nome da Vossa Senhoria.
oração por meio de um verbo (o verbo de ligação).
Nos predicados nominais, o verbo não é significativo, - para evitar ambiguidade: Ao povo prejudica a crise.
isto é, não indica um processo, mas une o sujeito ao pre- (sem preposição, o sentido seria outro: O povo prejudica
dicativo, indicando circunstâncias referentes ao estado do a crise)
sujeito: Os dados parecem corretos.
O verbo parecer poderia ser substituído por estar, an- O objeto indireto é o complemento que se liga indi-
dar, ficar, ser, permanecer ou continuar, atuando como ele- retamente ao verbo, ou seja, através de uma preposição.
mento de ligação entre o sujeito e as palavras a ele rela- Gosto de música popular brasileira.
cionadas. Necessito de ajuda.
* A função de predicativo é exercida, normalmente, por
um adjetivo ou substantivo. O termo que integra o sentido de um nome chama-se
complemento nominal, que se liga ao nome que comple-
O predicado verbo-nominal é aquele que apresen- ta por intermédio de preposição:
ta dois núcleos significativos: um verbo e um nome. No A arte é necessária à vida. = relaciona-se com a palavra
predicado verbo-nominal, o predicativo pode se referir ao “necessária”
sujeito ou ao complemento verbal (objeto). Temos medo de barata. = ligada à palavra “medo”
O verbo do predicado verbo-nominal é sempre sig-
nificativo, indicando processos. É também sempre por in- Termos acessórios da oração e vocativo
termédio do verbo que o predicativo se relaciona com o
termo a que se refere. Os termos acessórios recebem este nome por serem
1- O dia amanheceu ensolarado; explicativos, circunstanciais. São termos acessórios o ad-
2- As mulheres julgam os homens inconstantes. junto adverbial, o adjunto adnominal, o aposto e o vocativo
– este, sem relação sintática com outros temos da oração.

65
LÍNGUA PORTUGUESA

O adjunto adverbial é o termo da oração que indi- O aposto pode ser classificado, de acordo com seu va-
ca uma circunstância do processo verbal ou intensifica o lor na oração, em:
sentido de um adjetivo, verbo ou advérbio. É uma função a) explicativo: A linguística, ciência das línguas huma-
adverbial, pois cabe ao advérbio e às locuções adverbiais nas, permite-nos interpretar melhor nossa relação com o
exercerem o papel de adjunto adverbial: Amanhã voltarei a mundo.
pé àquela velha praça. b) enumerativo: A vida humana compõe-se de muitas
coisas: amor, arte, ação.
As circunstâncias comumente expressas pelo adjunto c) resumidor ou recapitulativo: Fantasias, suor e sonho,
adverbial são: tudo forma o carnaval.
- assunto: Falavam sobre futebol. d) comparativo: Seus olhos, indagadores holofotes, fixa-
- causa: As folhas caíram com o vento. ram-se por muito tempo na baía anoitecida.
- companhia: Ficarei com meus pais.
- concessão: Apesar de você, serei feliz. O vocativo é um termo que serve para chamar, invocar
- conformidade: Fez tudo conforme o combinado. ou interpelar um ouvinte real ou hipotético, não mantendo
- dúvida: Talvez ainda chova. relação sintática com outro termo da oração. A função de
- fim: Estudou para o exame. vocativo é substantiva, cabendo a substantivos, pronomes
- instrumento: Fez o corte com a faca. substantivos, numerais e palavras substantivadas esse pa-
- intensidade: Falava bastante.
pel na linguagem.
- lugar: Vou à cidade.
João, venha comigo!
- matéria: Este prato é feito de porcelana.
Traga-me doces, minha menina!
- meio: Viajarei de trem.
- modo: Foram recrutados a dedo.
- negação: Não há ninguém que mereça.
- tempo: Ontem à tarde encontrou o velho amigo. Questões

O adjunto adnominal é o termo acessório que deter- 1-) (CASAL/AL - ADMINISTRADOR DE REDE - COPEVE/
mina, especifica ou explica um substantivo. É uma função UFAL/2014 - adaptada)
adjetiva, pois são os adjetivos e as locuções adjetivas que
exercem o papel de adjunto adnominal na oração. Também
atuam como adjuntos adnominais os artigos, os numerais
e os pronomes adjetivos.
O poeta inovador enviou dois longos trabalhos ao seu
amigo de infância.

O adjunto adnominal se liga diretamente ao substan-


tivo a que se refere, sem participação do verbo. Já o predi-
cativo do objeto se liga ao objeto por meio de um verbo.
O poeta português deixou uma obra originalíssima.
O poeta deixou-a.
(originalíssima não precisou ser repetida, portanto: ad-
junto adnominal)

O poeta português deixou uma obra inacabada. O cartaz acima divulga a peça de teatro “Quem tem
O poeta deixou-a inacabada. medo de Virginia Woolf?” escrita pelo norte-americano
(inacabada precisou ser repetida, então: predicativo do Edward Albee. O termo “de Virginia Woolf”, do título em
objeto)
português da peça, funciona como:
A) objeto indireto.
Enquanto o complemento nominal se relaciona a um
B) complemento nominal.
substantivo, adjetivo ou advérbio, o adjunto adnominal se
relaciona apenas ao substantivo. C) adjunto adnominal.
D) adjunto adverbial.
O aposto é um termo acessório que permite ampliar, E) agente da passiva.
explicar, desenvolver ou resumir a ideia contida em um ter-
mo que exerça qualquer função sintática: Ontem, segunda- 1-) O termo complementa a palavra “medo”, que é
feira, passei o dia mal-humorado. substantivo (nome – nominal). Portanto é um complemen-
to nominal. O verbo “ter” tem como complemento verbal
Segunda-feira é aposto do adjunto adverbial de tempo (objeto) a palavra “medo”, que exerce a função sintática de
“ontem”. O aposto é sintaticamente equivalente ao termo objeto direto.
que se relaciona porque poderia substituí-lo: Segunda-feira RESPOSTA: “B”.
passei o dia mal-humorado.

66
LÍNGUA PORTUGUESA

2-) (TRT/AL - ANALISTA JUDICIÁRIO - FCC/2014) Coordenadas Assindéticas


... que acompanham as fronteiras ocidentais chinesas...
O verbo que, no contexto, exige o mesmo tipo de com- São orações coordenadas entre si e que não são liga-
plemento que o da frase acima está em: das através de nenhum conectivo. Estão apenas justapos-
(A) A Rota da Seda nunca foi uma rota única... tas.
(B) Esses caminhos floresceram durante os primórdios Entrei na sala, deitei-me no sofá, adormeci.
da Idade Média.
(C) ... viajavam por cordilheiras... Coordenadas Sindéticas
(D) ... até cair em desuso, seis séculos atrás.
(E) O maquinista empurra a manopla do acelerador. Ao contrário da anterior, são orações coordenadas en-
tre si, mas que são ligadas através de uma conjunção coor-
2-) Acompanhar é transitivo direto (acompanhar quem denativa, que dará à oração uma classificação. As orações
ou o quê - não há preposição): coordenadas sindéticas são classificadas em cinco tipos:
A = foi = verbo de ligação (ser) – não há complemento, aditivas, adversativas, alternativas, conclusivas e explicati-
mas sim, predicativo do sujeito (rota única); vas.
B = floresceram = intransitivo (durante os primórdios =
adjunto adverbial); ** Dica: Memorize SINdética = SIM, tem conjunção!
C = viajavam = intransitivo (por cordilheiras = adjunto Orações Coordenadas Sindéticas Aditivas: suas prin-
adverbial); cipais conjunções são: e, nem, não só... mas também, não
D = cair = intransitivo; só... como, assim... como.
E = empurra = transitivo direto (empurrar quem ou o Nem comprei o protetor solar nem fui à praia.
quê?) Comprei o protetor solar e fui à praia.
RESPOSTA: “E”.
Orações Coordenadas Sindéticas Adversativas: suas
Período Composto por Coordenação principais conjunções são: mas, contudo, todavia, entretan-
to, porém, no entanto, ainda, assim, senão.
O período composto se caracteriza por possuir mais de Fiquei muito cansada, contudo me diverti bastante.
uma oração em sua composição. Sendo assim: Li tudo, porém não entendi!
- Eu irei à praia. (Período Simples = um verbo, uma
oração) Orações Coordenadas Sindéticas Alternativas: suas
- Estou comprando um protetor solar, depois irei à principais conjunções são: ou... ou; ora...ora; quer...quer;
praia. (Período Composto =locução verbal + verbo, duas seja...seja.
orações) Ou uso o protetor solar, ou uso o óleo bronzeador.
- Já me decidi: só irei à praia, se antes eu comprar
um protetor solar. (Período Composto = três verbos, três Orações Coordenadas Sindéticas Conclusivas: suas
orações). principais conjunções são: logo, portanto, por fim, por con-
seguinte, consequentemente, pois (posposto ao verbo).
Há dois tipos de relações que podem se estabelecer Passei no concurso, portanto comemorarei!
entre as orações de um período composto: uma relação de A situação é delicada; devemos, pois, agir.
coordenação ou uma relação de subordinação.
Duas orações são coordenadas quando estão juntas Orações Coordenadas Sindéticas Explicativas: suas
em um mesmo período, (ou seja, em um mesmo bloco de principais conjunções são: isto é, ou seja, a saber, na verda-
informações, marcado pela pontuação final), mas têm, am- de, pois (anteposto ao verbo).
bas, estruturas individuais, como é o exemplo de: Não fui à praia, pois queria descansar durante o Do-
Estou comprando um protetor solar, depois irei à praia. mingo.
(Período Composto) Maria chorou porque seus olhos estão vermelhos.
Podemos dizer:
1. Estou comprando um protetor solar. Período Composto Por Subordinação
2. Irei à praia.
Separando as duas, vemos que elas são independen- Quero que você seja aprovado!
tes. Tal período é classificado como Período Composto Oração principal oração subordinada
por Coordenação.
Quanto à classificação das orações coordenadas, te- Observe que na oração subordinada temos o verbo
mos dois tipos: Coordenadas Assindéticas e Coordenadas “seja”, que está conjugado na terceira pessoa do singular
Sindéticas. do presente do subjuntivo, além de ser introduzida por
conjunção. As orações subordinadas que apresentam ver-
bo em qualquer dos tempos finitos (tempos do modo do
indicativo, subjuntivo e imperativo) e são iniciadas por con-
junção, chamam-se orações desenvolvidas ou explícitas.

67
LÍNGUA PORTUGUESA

Podemos modificar o período acima. Veja: * Atenção: Observe que a oração subordinada subs-
tantiva pode ser substituída pelo pronome “isso”. Assim,
Quero ser aprovado. temos um período simples:
Oração Principal Oração Subordinada É fundamental isso ou Isso é fundamental.
Desta forma, a oração correspondente a “isso” exercerá
A análise das orações continua sendo a mesma: “Que- a função de sujeito.
ro” é a oração principal, cujo objeto direto é a oração su- Veja algumas estruturas típicas que ocorrem na oração
bordinada “ser aprovado”. Observe que a oração subordi- principal:
nada apresenta agora verbo no infinitivo (ser). Além disso,
a conjunção “que”, conectivo que unia as duas orações, - Verbos de ligação + predicativo, em construções do
desapareceu. As orações subordinadas cujo verbo surge tipo: É bom - É útil - É conveniente - É certo - Parece certo - É
numa das formas nominais (infinitivo, gerúndio ou particí- claro - Está evidente - Está comprovado
pio) chamamos orações reduzidas ou implícitas. É bom que você compareça à minha festa.
* Observação: as orações reduzidas não são introdu-
- Expressões na voz passiva, como: Sabe-se, Soube-se,
zidas por conjunções nem pronomes relativos. Podem ser,
Conta-se, Diz-se, Comenta-se, É sabido, Foi anunciado, Ficou
eventualmente, introduzidas por preposição.
provado.
Sabe-se que Aline não gosta de Pedro.
1-) Orações Subordinadas Substantivas

A oração subordinada substantiva tem valor de subs- - Verbos como: convir - cumprir - constar - admirar -
tantivo e vem introduzida, geralmente, por conjunção inte- importar - ocorrer - acontecer
grante (que, se). Convém que não se atrase na entrevista.

Não sei se sairemos hoje. Observação: quando a oração subordinada substanti-


Oração Subordinada Substantiva va é subjetiva, o verbo da oração principal está sempre na
3.ª pessoa do singular.
Temos medo de que não sejamos aprovados.
Oração Subordinada Substantiva b) Objetiva Direta = exerce função de objeto direto
do verbo da oração principal:
Os pronomes interrogativos (que, quem, qual) também
introduzem as orações subordinadas substantivas, bem Todos querem sua aprovação no concurso.
como os advérbios interrogativos (por que, quando, onde, Objeto Direto
como).
Todos querem que você seja aprovado. (Todos
O garoto perguntou qual seu nome. querem isso)
Oração Subordinada Subs- Oração Principal oração Subordinada Substantiva
tantiva Objetiva Direta

Não sabemos quando ele virá. As orações subordinadas substantivas objetivas diretas
Oração Subordinada Substan- (desenvolvidas) são iniciadas por:
tiva - Conjunções integrantes “que” (às vezes elíptica) e
“se”: A professora verificou se os alunos estavam presentes.
Classificação das Orações Subordinadas Substanti-
vas
- Pronomes indefinidos que, quem, qual, quanto (às ve-
zes regidos de preposição), nas interrogações indiretas: O
Conforme a função que exerce no período, a oração
pessoal queria saber quem era o dono do carro importado.
subordinada substantiva pode ser:
a) Subjetiva - exerce a função sintática de sujeito do
verbo da oração principal: - Advérbios como, quando, onde, por que, quão (às ve-
zes regidos de preposição), nas interrogações indiretas: Eu
É fundamental o seu comparecimento à reu- não sei por que ela fez isso.
nião.
Sujeito c) Objetiva Indireta = atua como objeto indireto do
verbo da oração principal. Vem precedida de preposição.
É fundamental que você compareça à
reunião. Meu pai insiste em meu estudo.
Oração Principal Oração Subordinada Substan- Objeto Indireto
tiva Subjetiva

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LÍNGUA PORTUGUESA

Meu pai insiste em que eu estude. (Meu pai insiste 2-) Orações Subordinadas Adjetivas
nisso)
Oração Subordinada Substantiva Uma oração subordinada adjetiva é aquela que possui
Objetiva Indireta valor e função de adjetivo, ou seja, que a ele equivale. As
orações vêm introduzidas por pronome relativo e exercem
Observação: em alguns casos, a preposição pode estar a função de adjunto adnominal do antecedente.
elíptica na oração.
Marta não gosta (de) que a chamem de senhora. Esta foi uma redação bem-sucedida.
Oração Subordinada Substantiva Substantivo Adjetivo (Adjunto Adno-
Objetiva Indireta minal)

d) Completiva Nominal = completa um nome que O substantivo “redação” foi caracterizado pelo adjetivo
pertence à oração principal e também vem marcada por “bem-sucedida”. Neste caso, é possível formarmos outra
preposição. construção, a qual exerce exatamente o mesmo papel:

Sentimos orgulho de seu comportamento. Esta foi uma redação que fez sucesso.
Complemento Nominal Oração Principal Oração Subordinada
Adjetiva
Sentimos orgulho de que você se comportou. (Sen-
timos orgulho disso.) Perceba que a conexão entre a oração subordinada
Oração Subordinada Substantiva adjetiva e o termo da oração principal que ela modifica é
Completiva Nominal feita pelo pronome relativo “que”. Além de conectar (ou
relacionar) duas orações, o pronome relativo desempenha
Lembre-se: as orações subordinadas substantivas ob- uma função sintática na oração subordinada: ocupa o pa-
jetivas indiretas integram o sentido de um verbo, enquanto pel que seria exercido pelo termo que o antecede (no caso,
que orações subordinadas substantivas completivas nomi- “redação” é sujeito, então o “que” também funciona como
nais integram o sentido de um nome. Para distinguir uma sujeito).
da outra, é necessário levar em conta o termo complemen-
tado. Esta é a diferença entre o objeto indireto e o com-
Observação: para que dois períodos se unam num
plemento nominal: o primeiro complementa um verbo; o
período composto, altera-se o modo verbal da segunda
segundo, um nome.
oração.
e) Predicativa = exerce papel de predicativo do sujei-
Atenção: Vale lembrar um recurso didático para re-
to do verbo da oração principal e vem sempre depois do
conhecer o pronome relativo “que”: ele sempre pode ser
verbo ser.
substituído por: o qual - a qual - os quais - as quais
Nosso desejo era sua desistência. Refiro-me ao aluno que é estudioso. = Esta oração é
Predicativo do Sujeito equivalente a: Refiro-me ao aluno o qual estuda.

Nosso desejo era que ele desistisse. (Nosso desejo Forma das Orações Subordinadas Adjetivas
era isso)
Oração Subordinada Substantiva Quando são introduzidas por um pronome relativo e
Predicativa apresentam verbo no modo indicativo ou subjuntivo, as
orações subordinadas adjetivas são chamadas desenvolvi-
Observação: em certos casos, usa-se a preposição ex- das. Além delas, existem as orações subordinadas adjetivas
pletiva “de” para realce. Veja o exemplo: A impressão é de reduzidas, que não são introduzidas por pronome relativo
que não fui bem na prova. (podem ser introduzidas por preposição) e apresentam o
verbo numa das formas nominais (infinitivo, gerúndio ou
f) Apositiva = exerce função de aposto de algum ter- particípio).
mo da oração principal.
Ele foi o primeiro aluno que se apresentou.
Fernanda tinha um grande sonho: a felicidade! Ele foi o primeiro aluno a se apresentar.
Aposto
No primeiro período, há uma oração subordinada ad-
Fernanda tinha um grande sonho: ser feliz! jetiva desenvolvida, já que é introduzida pelo pronome re-
Oração subordinada lativo “que” e apresenta verbo conjugado no pretérito per-
substantiva apositiva reduzida de infinitivo feito do indicativo. No segundo, há uma oração subordina-
(Fernanda tinha um grande sonho: isso) da adjetiva reduzida de infinitivo: não há pronome relativo
e seu verbo está no infinitivo.
* Dica: geralmente há a presença dos dois pontos! (:)

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LÍNGUA PORTUGUESA

Classificação das Orações Subordinadas Adjetivas Naquele momento, senti uma das maiores emoções de
minha vida.
Na relação que estabelecem com o termo que caracteri- Quando vi o mar, senti uma das maiores emoções de
zam, as orações subordinadas adjetivas podem atuar de duas minha vida.
maneiras diferentes. Há aquelas que restringem ou especifi-
cam o sentido do termo a que se referem, individualizando-o. No primeiro período, “naquele momento” é um adjun-
Nestas orações não há marcação de pausa, sendo chamadas to adverbial de tempo, que modifica a forma verbal “sen-
subordinadas adjetivas restritivas. Existem também orações ti”. No segundo período, este papel é exercido pela oração
que realçam um detalhe ou amplificam dados sobre o ante-
“Quando vi o mar”, que é, portanto, uma oração subordi-
cedente, que já se encontra suficientemente definido. Estas
nada adverbial temporal. Esta oração é desenvolvida, pois
orações denominam-se subordinadas adjetivas explicativas.
Exemplo 1: é introduzida por uma conjunção subordinativa (quando)
Jamais teria chegado aqui, não fosse um homem que e apresenta uma forma verbal do modo indicativo (“vi”, do
passava naquele momento. pretérito perfeito do indicativo). Seria possível reduzi-la,
Oração obtendo-se:
Subordinada Adjetiva Restritiva Ao ver o mar, senti uma das maiores emoções de minha
vida.
No período acima, observe que a oração em destaque
restringe e particulariza o sentido da palavra “homem”: tra- A oração em destaque é reduzida, apresentando uma
ta-se de um homem específico, único. A oração limita o uni- das formas nominais do verbo (“ver” no infinitivo) e não é
verso de homens, isto é, não se refere a todos os homens, introduzida por conjunção subordinativa, mas sim por uma
mas sim àquele que estava passando naquele momento. preposição (“a”, combinada com o artigo “o”).

Exemplo 2: Observação: a classificação das orações subordinadas


O homem, que se considera racional, muitas vezes age adverbiais é feita do mesmo modo que a classificação dos
animalescamente. adjuntos adverbiais. Baseia-se na circunstância expressa
Oração Subordinada Adjetiva Explicativa pela oração.
Agora, a oração em destaque não tem sentido restritivo
Orações Subordinadas Adverbiais
em relação à palavra “homem”; na verdade, apenas explici-
ta uma ideia que já sabemos estar contida no conceito de
“homem”. a) Causal = A ideia de causa está diretamente ligada
àquilo que provoca um determinado fato, ao motivo do
** Saiba que: A oração subordinada adjetiva explicati- que se declara na oração principal. Principal conjunção su-
va é separada da oração principal por uma pausa que, na bordinativa causal: porque. Outras conjunções e locuções
escrita, é representada pela vírgula. É comum, por isso, que causais: como (sempre introduzido na oração anteposta à
a pontuação seja indicada como forma de diferenciar as ora- oração principal), pois, pois que, já que, uma vez que, visto
ções explicativas das restritivas; de fato, as explicativas vêm que.
sempre isoladas por vírgulas; as restritivas, não. As ruas ficaram alagadas porque a chuva foi muito forte.
Já que você não vai, eu também não vou.
3-) Orações Subordinadas Adverbiais
A diferença entre a subordinada adverbial causal e a
Uma oração subordinada adverbial é aquela que exerce sindética explicativa é que esta “explica” o fato que aconte-
a função de adjunto adverbial do verbo da oração principal. ceu na oração com a qual ela se relaciona; aquela apresenta
Assim, pode exprimir circunstância de tempo, modo, fim, a “causa” do acontecimento expresso na oração à qual ela
causa, condição, hipótese, etc. Quando desenvolvida, vem se subordina. Repare:
introduzida por uma das conjunções subordinativas (com
1-) Faltei à aula porque estava doente.
exclusão das integrantes, que introduzem orações subor-
2-) Melissa chorou, porque seus olhos estão vermelhos.
dinadas substantivas). Classifica-se de acordo com a con-
junção ou locução conjuntiva que a introduz (assim como Em 1, a oração destacada aconteceu primeiro que o
acontece com as coordenadas sindéticas). fato expresso na oração anterior, ou seja, o fato de estar
doente impediu-me de ir à aula. No exemplo 2, a oração
Durante a madrugada, eu olhei você dormindo. sublinhada relata um fato que aconteceu depois, já que
Oração Subordinada Adverbial primeiro ela chorou, depois seus olhos ficaram vermelhos.
b) Consecutiva = exprime um fato que é consequên-
A oração em destaque agrega uma circunstância de cia, é efeito do que se declara na oração principal. São in-
tempo. É, portanto, chamada de oração subordinada adver- troduzidas pelas conjunções e locuções: que, de forma que,
bial temporal. Os adjuntos adverbiais são termos acessórios de sorte que, tanto que, etc., e pelas estruturas tão...que, tan-
que indicam uma circunstância referente, via de regra, a to...que, tamanho...que.
um verbo. A classificação do adjunto adverbial depende da Principal conjunção subordinativa consecutiva: que
exata compreensão da circunstância que exprime. (precedido de tal, tanto, tão, tamanho)

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LÍNGUA PORTUGUESA

Nunca abandonou seus ideais, de sorte que acabou con- g) Final = indica a intenção, a finalidade daquilo que
cretizando-os. se declara na oração principal. Principal conjunção subordi-
Não consigo ver televisão sem bocejar. (Oração Reduzi- nativa final: a fim de. Outras conjunções finais: que, porque
da de Infinitivo) (= para que) e a locução conjuntiva para que.
Aproximei-me dela a fim de que ficássemos amigas.
c) Condicional = Condição é aquilo que se impõe Estudarei muito para que eu me saia bem na prova.
como necessário para a realização ou não de um fato. As
orações subordinadas adverbiais condicionais exprimem o h) Proporcional = exprime ideia de proporção, ou
que deve ou não ocorrer para que se realize - ou deixe de seja, um fato simultâneo ao expresso na oração principal.
se realizar - o fato expresso na oração principal. Principal locução conjuntiva subordinativa proporcional: à
Principal conjunção subordinativa condicional: se. Ou- proporção que. Outras locuções conjuntivas proporcio-
tras conjunções condicionais: caso, contanto que, desde que, nais: à medida que, ao passo que. Há ainda as estruturas:
salvo se, exceto se, a não ser que, a menos que, sem que, quanto maior...(maior), quanto maior...(menor), quanto me-
uma vez que (seguida de verbo no subjuntivo). nor...(maior), quanto menor...(menor), quanto mais...(mais),
Se o regulamento do campeonato for bem elaborado, quanto mais...(menos), quanto menos...(mais), quanto me-
certamente o melhor time será campeão. nos...(menos).
Caso você saia, convide-me. À proporção que estudávamos mais questões acertáva-
mos.
d) Concessiva = indica concessão às ações do verbo À medida que lia mais culto ficava.
da oração principal, isto é, admitem uma contradição ou
um fato inesperado. A ideia de concessão está diretamente i) Temporal = acrescenta uma ideia de tempo ao fato
ligada ao contraste, à quebra de expectativa. Principal con- expresso na oração principal, podendo exprimir noções de
junção subordinativa concessiva: embora. Utiliza-se tam- simultaneidade, anterioridade ou posterioridade. Principal
bém a conjunção: conquanto e as locuções ainda que, ainda conjunção subordinativa temporal: quando. Outras con-
quando, mesmo que, se bem que, posto que, apesar de que. junções subordinativas temporais: enquanto, mal e locu-
Só irei se ele for. ções conjuntivas: assim que, logo que, todas as vezes que,
A oração acima expressa uma condição: o fato de “eu”
antes que, depois que, sempre que, desde que, etc.
ir só se realizará caso essa condição seja satisfeita.
Assim que Paulo chegou, a reunião acabou.
Compare agora com:
Terminada a festa, todos se retiraram. (= Quando termi-
Irei mesmo que ele não vá.
nou a festa) (Oração Reduzida de Particípio)
A distinção fica nítida; temos agora uma concessão:
Fontes de pesquisa:
irei de qualquer maneira, independentemente de sua ida. A
http://www.pciconcursos.com.br/aulas/portugues/fra-
oração destacada é, portanto, subordinada adverbial con-
se-periodo-e-oracao
cessiva.
Observe outros exemplos: SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
Embora fizesse calor, levei agasalho. coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Foi aprovado sem estudar (= sem que estudasse / em-
bora não estudasse). (reduzida de infinitivo)

e) Comparativa= As orações subordinadas adverbiais CRASE


comparativas estabelecem uma comparação com a ação
indicada pelo verbo da oração principal. Principal conjun-
ção subordinativa comparativa: como.
Ele dorme como um urso. (como um urso dorme) A crase se caracteriza como a fusão de duas vogais
Você age como criança. (age como uma criança age) idênticas, relacionadas ao emprego da preposição “a” com
o artigo feminino a(s), com o “a” inicial referente aos pro-
*geralmente há omissão do verbo. nomes demonstrativos – aquela(s), aquele(s), aquilo e com
o “a” pertencente ao pronome relativo a qual (as quais).
f) Conformativa = indica ideia de conformidade, ou Casos estes em que tal fusão encontra-se demarcada pelo
seja, apresenta uma regra, um modelo adotado para a acento grave ( ` ): à(s), àquela, àquele, àquilo, à qual, às
execução do que se declara na oração principal. Principal quais.
conjunção subordinativa conformativa: conforme. Outras O uso do acento indicativo de crase está condicionado
conjunções conformativas: como, consoante e segundo (to- aos nossos conhecimentos acerca da regência verbal e no-
das com o mesmo valor de conforme). minal, mais precisamente ao termo regente e termo regido.
Fiz o bolo conforme ensina a receita. Ou seja, o termo regente é o verbo - ou nome - que exige
Consoante reza a Constituição, todos os cidadãos têm complemento regido pela preposição “a”, e o termo regido
direitos iguais. é aquele que completa o sentido do termo regente, admi-
tindo a anteposição do artigo a(s).

71
LÍNGUA PORTUGUESA

Refiro-me a (a) funcionária antiga, e não a (a)quela con- * A letra “a” que acompanha locuções femininas (ad-
tratada recentemente. verbiais, prepositivas e conjuntivas) recebe o acento grave:
Após a junção da preposição com o artigo (destacados - locuções adverbiais: às vezes, à tarde, à noite, às pres-
entre parênteses), temos: sas, à vontade...
Refiro-me à funcionária antiga, e não àquela contratada - locuções prepositivas: à frente, à espera de, à procura
recentemente. de...
- locuções conjuntivas: à proporção que, à medida que.
O verbo referir, de acordo com sua transitividade, clas-
sifica-se como transitivo indireto, pois sempre nos referi- * Cuidado: quando as expressões acima não exerce-
mos a alguém ou a algo. Houve a fusão da preposição a + o rem a função de locuções não ocorrerá crase. Repare:
artigo feminino (à) e com o artigo feminino a + o pronome Eu adoro a noite!
demonstrativo aquela (àquela). Adoro o quê? Adoro quem? O verbo “adoro” requer
objeto direto, no caso, a noite. Aqui, o “a” é artigo, não
Observação importante: Alguns recursos servem de preposição.
ajuda para que possamos confirmar a ocorrência ou não da
crase. Eis alguns: Casos passíveis de nota:
a) Substitui-se a palavra feminina por uma masculina
equivalente. Caso ocorra a combinação a + o(s), a crase *a crase é facultativa diante de nomes próprios femini-
está confirmada. nos: Entreguei o caderno a (à) Eliza.
Os dados foram solicitados à diretora.
Os dados foram solicitados ao diretor. *também é facultativa diante de pronomes possessivos
femininos: O diretor fez referência a (à) sua empresa.
b) No caso de nomes próprios geográficos, substitui-se
o verbo da frase pelo verbo voltar. Caso resulte na expres- *facultativa em locução prepositiva “até a”: A loja ficará
são “voltar da”, há a confirmação da crase. aberta até as (às) dezoito horas.
Faremos uma visita à Bahia.
Faz dois dias que voltamos da Bahia. (crase confirmada) * Constata-se o uso da crase se as locuções preposi-
tivas à moda de, à maneira de apresentarem-se implícitas,
Não me esqueço da viagem a Roma.
mesmo diante de nomes masculinos: Tenho compulsão por
Ao voltar de Roma, relembrarei os belos momentos ja-
comprar sapatos à Luis XV. (à moda de Luís XV)
mais vividos.
* Não se efetiva o uso da crase diante da locução ad-
Atenção: Nas situações em que o nome geográfico se
verbial “a distância”: Na praia de Copacabana, observamos
apresentar modificado por um adjunto adnominal, a crase
a queima de fogos a distância.
está confirmada.
Atendo-me à bela Fortaleza, senti saudades de suas
praias. Entretanto, se o termo vier determinado, teremos uma
locução prepositiva, aí sim, ocorrerá crase: O pedestre foi
** Dica: Use a regrinha “Vou A volto DA, crase HÁ; vou arremessado à distância de cem metros.
A volto DE, crase PRA QUÊ?” Exemplo: Vou a Campinas. =
Volto de Campinas. (crase pra quê?) - De modo a evitar o duplo sentido – a ambiguidade -,
Vou à praia. = Volto da praia. (crase há!) faz-se necessário o emprego da crase.
ATENÇÃO: quando o nome de lugar estiver especifica- Ensino à distância.
do, ocorrerá crase. Veja: Ensino a distância.
Retornarei à São Paulo dos bandeirantes. = mesmo
que, pela regrinha acima, seja a do “VOLTO DE” * Em locuções adverbiais formadas por palavras repeti-
Irei à Salvador de Jorge Amado. das, não há ocorrência da crase.
Ela ficou frente a frente com o agressor.
* A letra “a” dos pronomes demonstrativos aquele(s), Eu o seguirei passo a passo.
aquela(s) e aquilo receberão o acento grave se o termo re-
gente exigir complemento regido da preposição “a”. Casos em que não se admite o emprego da crase:
Entregamos a encomenda àquela menina.
(preposição + pronome demonstrativo) * Antes de vocábulos masculinos.
As produções escritas a lápis não serão corrigidas.
Iremos àquela reunião. Esta caneta pertence a Pedro.
(preposição + pronome demonstrativo)
* Antes de verbos no infinitivo.
Sua história é semelhante às que eu ouvia quando crian- Ele estava a cantar.
ça. (àquelas que eu ouvia quando criança) Começou a chover.
(preposição + pronome demonstrativo)

72
LÍNGUA PORTUGUESA

* Antes de numeral. Questões


O número de aprovados chegou a cem.
Faremos uma visita a dez países. 1-) (POLÍCIA CIVIL/SC – AGENTE DE POLÍCIA – ACA-
FE/2014) Assinale a alternativa que preenche corretamente
Observação: as lacunas da frase a seguir.
- Nos casos em que o numeral indicar horas – funcio- Quando________ três meses disse-me que iria _________
nando como uma locução adverbial feminina – ocorrerá Grécia para visitar ___ sua tia, vi-me na obrigação de ajudá-
crase: Os passageiros partirão às dezenove horas. -la _______ resgatar as milhas _________ quais tinha direito.
A-) a - há - à - à - às
- Diante de numerais ordinais femininos a crase está B-) há - à - a - a – às
confirmada, visto que estes não podem ser empregados C-) há - a - há - à - as
sem o artigo: As saudações foram direcionadas à primeira D-) a - à - a - à - às
aluna da classe. E-) a - a - à - há – as
- Não ocorrerá crase antes da palavra casa, quan- 1-) Quando HÁ (sentido de tempo) três meses disse-
do essa não se apresentar determinada: Chegamos todos
me que iria À (“vou a, volto da, crase há!”) Grécia para vi-
exaustos a casa.
sitar A (artigo) sua tia, vi-me na obrigação de ajudá-la A
Entretanto, se vier acompanhada de um adjunto ad-
(ajudar “ela” a fazer algo) resgatar as milhas ÀS quais tinha
nominal, a crase estará confirmada: Chegamos todos exaus-
direito (tinha direito a quê? às milhas – regência nominal).
tos à casa de Marcela.
Teremos: há, à, a, a, às.
- não há crase antes da palavra “terra”, quando essa RESPOSTA: “B”.
indicar chão firme: Quando os navegantes regressaram a
terra, já era noite. 2-) (EMPLASA/SP – ANALISTA JURÍDICO – DIREITO –
Contudo, se o termo estiver precedido por um deter- VUNESP/2014)
minante ou referir-se ao planeta Terra, ocorrerá crase. A ministra de Direitos Humanos instituiu grupo de tra-
Paulo viajou rumo à sua terra natal. balho para proceder _____ medidas necessárias _____ exu-
O astronauta voltou à Terra. mação dos restos mortais do ex-presidente João Goulart,
sepultado em São Borja (RS), em 1976. Com a exumação de
- não ocorre crase antes de pronomes que requerem o Jango, o governo visa esclarecer se o ex-presidente morreu
uso do artigo. de causas naturais, ou seja, devido ____ uma parada cardía-
Os livros foram entregues a mim. ca – que tem sido a versão considerada oficial até hoje –, ou
Dei a ela a merecida recompensa. se sua morte se deve ______ envenenamento.
(http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,-
Observação: Pelo fato de os pronomes de tratamento governo-cria-grupo-exumar--restos-mortais-de- jan-
relativos à senhora, senhorita e madame admitirem artigo, go,1094178,0.htm 07. 11.2013. Adaptado)
o uso da crase está confirmado no “a” que os antecede, no
caso de o termo regente exigir a preposição. Segundo a norma-padrão da língua portuguesa, as la-
Todos os méritos foram conferidos à senhorita Patrícia. cunas da frase devem ser completadas, correta e respecti-
vamente, por
*não ocorre crase antes de nome feminino utilizado em (A) a ... à ... a ... a
sentido genérico ou indeterminado: (B) as ... à ... a ... à
Estamos sujeitos a críticas. (C) às ... a ... à ... a
Refiro-me a conversas paralelas. (D) à ... à ... à ... a
(E) a ... a ... a ... à
Fontes de pesquisa:
http://www.portugues.com.br/gramatica/o-uso-crase-.
2-) A ministra de Direitos Humanos instituiu grupo de
html
trabalho para proceder a medidas (palavra no plural, ge-
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. neralizando) necessárias à (regência nominal pede prepo-
Português linguagens: volume 3 / Wiliam Roberto Cere- sição) exumação dos restos mortais do ex-presidente João
ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo: Goulart, sepultado em São Borja (RS), em 1976. Com a exu-
Saraiva, 2010. mação de Jango, o governo visa esclarecer se o ex-presi-
dente morreu de causas naturais, ou seja, devido a uma
(artigo indefinido) parada cardíaca – que tem sido a versão
considerada oficial até hoje –, ou se sua morte se deve a
(regência verbal) envenenamento. A / à / a / a
RESPOSTA: “A”.

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LÍNGUA PORTUGUESA

3-) (SABESP/SP – ADVOGADO – FCC/2014) 2) Orações iniciadas por palavras interrogativas: Quem
Para chegar a esta conclusão, os pesquisadores fizeram lhe disse isso?
uma escavação arqueológica nas ruínas da antiga cidade
de Tikal, na Guatemala. 3) Orações iniciadas por palavras exclamativas: Quanto
O a empregado na frase acima, imediatamente depois se ofendem!
de chegar, deverá receber o sinal indicativo de crase caso o
segmento grifado seja substituído por: 4) Orações que exprimem desejo (orações optativas):
(A) Uma tal ilação. Que Deus o ajude.
(B) Afirmações como essa.
(C) Comprovação dessa assertiva. 5) A próclise é obrigatória quando se utiliza o pronome
(D) Emitir uma opinião desse tipo. reto ou sujeito expresso:
(E) Semelhante resultado. Eu lhe entregarei o material amanhã.
Tu sabes cantar?
3-)
(A) Uma tal ilação – chegar a uma (não há acento grave Mesóclise = É a colocação pronominal no meio do
antes de artigo) verbo. A mesóclise é usada:
(B) Afirmações como essa – chegar a afirmações (antes
de palavra no plural e o “a” no singular) Quando o verbo estiver no futuro do presente ou fu-
(C) Comprovação dessa assertiva – chegar à compro- turo do pretérito, contanto que esses verbos não estejam
vação precedidos de palavras que exijam a próclise. Exemplos:
(D) Emitir uma opinião desse tipo – chegar a emitir Realizar-se-á, na próxima semana, um grande evento
(verbo no infinitivo) em prol da paz no mundo.
(E) Semelhante resultado – chegar a semelhante (pala- Repare que o pronome está “no meio” do verbo “rea-
vra masculina) lizará”:
RESPOSTA: “C”. realizar – SE – á. Se houvesse na oração alguma palavra
que justificasse o uso da próclise, esta prevaleceria. Veja:
Não se realizará...
Não fossem os meus compromissos, acompanhar-te-ia
nessa viagem.
COLOCAÇÃO PRONOMINAL (com presença de palavra que justifique o uso de pró-
clise: Não fossem os meus compromissos, EU te acompanha-
ria nessa viagem).
Colocação Pronominal trata da correta colocação dos
Ênclise = É a colocação pronominal depois do verbo. A
pronomes oblíquos átonos na frase. ênclise é usada quando a próclise e a mesóclise não forem
possíveis:
* Dica: Pronome Oblíquo é aquele que exerce a função
de complemento verbal (objeto). Por isso, memorize: 1) Quando o verbo estiver no imperativo afirmativo:
OBlíquo = OBjeto! Quando eu avisar, silenciem-se todos.
Embora na linguagem falada a colocação dos prono- 2) Quando o verbo estiver no infinitivo impessoal: Não
mes não seja rigorosamente seguida, algumas normas de- era minha intenção machucá-la.
vem ser observadas na linguagem escrita.
3) Quando o verbo iniciar a oração. (até porque não se
Próclise = É a colocação pronominal antes do verbo. A inicia período com pronome oblíquo).
próclise é usada: Vou-me embora agora mesmo.
Levanto-me às 6h.
1) Quando o verbo estiver precedido de palavras que
atraem o pronome para antes do verbo. São elas: 4) Quando houver pausa antes do verbo: Se eu passo
a) Palavras de sentido negativo: não, nunca, ninguém, no concurso, mudo-me hoje mesmo!
jamais, etc.: Não se desespere!
b) Advérbios: Agora se negam a depor. 5-) Quando o verbo estiver no gerúndio: Recusou a pro-
c) Conjunções subordinativas: Espero que me expliquem posta fazendo-se de desentendida.
tudo!
d) Pronomes relativos: Venceu o concurseiro que se es- Colocação pronominal nas locuções verbais
forçou. - após verbo no particípio = pronome depois do verbo
e) Pronomes indefinidos: Poucos te deram a oportuni- auxiliar (e não depois do particípio):
dade. Tenho me deliciado com a leitura!
Eu tenho me deliciado com a leitura!
f) Pronomes demonstrativos: Isso me magoa muito. Eu me tenho deliciado com a leitura!

74
LÍNGUA PORTUGUESA

- não convém usar hífen nos tempos compostos e nas 1-) Primeiramente identifiquemos se temos objeto di-
locuções verbais: reto ou indireto. Reconhece o quê? Resposta: a informali-
Vamos nos unir! dade. Pergunta e resposta sem preposição, então: objeto
Iremos nos manifestar. direto. Não utilizaremos “lhe” – que é para objeto indireto.
Como temos a presença do “que” – independente de sua
- quando há um fator para próclise nos tempos com- função no período (pronome relativo, no caso!) – a regra
postos ou locuções verbais: opção pelo uso do pronome pede próclise (pronome oblíquo antes do verbo): que a re-
oblíquo “solto” entre os verbos = Não vamos nos preocupar conhecem.
(e não: “não nos vamos preocupar”). RESPOSTA: “A”.

Observações importantes: 2-) (SABESP – TECNÓLOGO – FCC/2014) A substitui-


ção do elemento grifado pelo pronome correspondente foi
Emprego de o, a, os, as realizada de modo INCORRETO em:
1) Em verbos terminados em vogal ou ditongo oral, os (A) que permitiu à civilização = que lhe permitiu
pronomes: o, a, os, as não se alteram. (B) envolveu diferentes fatores = envolveu-os
Chame-o agora. (C) para fazer a dragagem = para fazê-la
Deixei-a mais tranquila. (D) que desviava a água = que lhe desviava
(E) supriam a necessidade = supriam-na
2) Em verbos terminados em r, s ou z, estas consoantes
finais alteram-se para lo, la, los, las. Exemplos: 2-)
(Encontrar) Encontrá-lo é o meu maior sonho. (A) que permitiu à civilização = que lhe permitiu = cor-
(Fiz) Fi-lo porque não tinha alternativa. reta
(B) envolveu diferentes fatores = envolveu-os = correta
3) Em verbos terminados em ditongos nasais (am, em, (C) para fazer a dragagem = para fazê-la = correta
ão, õe), os pronomes o, a, os, as alteram-se para no, na, (D) que desviava a água = que lhe desviava = que a
nos, nas. desviava
Chamem-no agora. (E) supriam a necessidade = supriam-na = correta
Põe-na sobre a mesa. RESPOSTA: “D”.

* Dica: 3-) (TRT/AL - ANALISTA JUDICIÁRIO - FCC/2014)


Próclise – pró lembra pré; pré é prefixo que significa cruzando os desertos do oeste da China − que con-
“antes”! Pronome antes do verbo! tornam a Índia − adotam complexas providências
Ênclise – “en”... lembra, pelo “som”, /Ənd/ (end, em In- Fazendo-se as alterações necessárias, os segmentos
glês – que significa “fim, final!). Pronome depois do verbo! grifados acima foram corretamente substituídos por um
Mesóclise – pronome oblíquo no Meio do verbo pronome, respectivamente, em:
Pronome Oblíquo – função de objeto (A) os cruzando - que contornam-lhe - adotam-as
(B) cruzando-lhes - que contornam-na - as adotam
Fontes de pesquisa: (C) cruzando-os - que lhe contornam - adotam-lhes
http://www.portugues.com.br/gramatica/colocacao- (D) cruzando-os - que a contornam - adotam-nas
-pronominal-.html (E) lhes cruzando - que contornam-a - as adotam
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. 3-) Não podemos utilizar “lhes”, que corresponde ao
Português linguagens: volume 3 / Wiliam Roberto Cere- objeto indireto (verbo “cruzar” pede objeto direto: cruzar
ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo: o quê?), portanto já desconsideramos as alternativas “B”
Saraiva, 2010. e “D”. Ao iniciarmos um parágrafo (já que no enunciado
temos uma oração assim) devemos usar ênclise: (cruzan-
Questões do-os); na segunda oração temos um pronome relativo (dá
para substituirmos por “o qual”), o que nos obriga a usar
1-) (IBGE - SUPERVISOR DE PESQUISAS – ADMINIS- a próclise (que a contorna); “adotam” exige objeto direto
TRAÇÃO - CESGRANRIO/2014) Em “Há políticas que reco- (adotam quem ou o quê?), chegando à resposta: adotam-
nhecem a informalidade”, ao substituir o termo destacado nas (quando o verbo terminar em “m” e usarmos um pro-
por um pronome, de acordo com a norma-padrão da lín- nome oblíquo direto, lembre-se do alfabeto: jklM – N!).
gua, o trecho assume a formulação apresentada em: RESPOSTA: “D”.
A) Há políticas que a reconhecem.
B) Há políticas que reconhecem-a.
C) Há políticas que reconhecem-na.
D) Há políticas que reconhecem ela.
E) Há políticas que lhe reconhecem.

75
LÍNGUA PORTUGUESA

c) Homógrafas e homófonas simultaneamente (ou


SIGNIFICADO DAS PALAVRAS perfeitas): São palavras iguais na escrita e na pronúncia:
caminho (subst.) e caminho (verbo);
cedo (verbo) e cedo (adv.);
livre (adj.) e livre (verbo).
Semântica é o estudo da significação das palavras e
das suas mudanças de significação através do tempo ou - Parônimos = palavras com sentidos diferentes, po-
em determinada época. A maior importância está em dis- rém de formas relativamente próximas. São palavras pa-
tinguir sinônimos e antônimos (sinonímia / antonímia) e recidas na escrita e na pronúncia: cesta (receptáculo de
homônimos e parônimos (homonímia / paronímia). vime; cesta de basquete/esporte) e sesta (descanso após o
almoço), eminente (ilustre) e iminente (que está para ocor-
Sinônimos rer), osso (substantivo) e ouço (verbo), sede (substantivo e/
ou verbo “ser” no imperativo) e cede (verbo), comprimento
São palavras de sentido igual ou aproximado: alfabeto (medida) e cumprimento (saudação), autuar (processar) e
- abecedário; brado, grito - clamor; extinguir, apagar - abolir. atuar (agir), infligir (aplicar pena) e infringir (violar), deferir
Duas palavras são totalmente sinônimas quando são (atender a) e diferir (divergir), suar (transpirar) e soar (emi-
substituíveis, uma pela outra, em qualquer contexto (cara tir som), aprender (conhecer) e apreender (assimilar; apro-
e rosto, por exemplo); são parcialmente sinônimas quando, priar-se de), tráfico (comércio ilegal) e tráfego (relativo a
ocasionalmente, podem ser substituídas, uma pela outra, movimento, trânsito), mandato (procuração) e mandado
em determinado enunciado (aguardar e esperar). (ordem), emergir (subir à superfície) e imergir (mergulhar,
afundar).
Observação: A contribuição greco-latina é responsá-
vel pela existência de numerosos pares de sinônimos: ad- Hiperonímia e Hiponímia
versário e antagonista; translúcido e diáfano; semicírculo e
Hipônimos e hiperônimos são palavras que pertencem
hemiciclo; contraveneno e antídoto; moral e ética; colóquio e
a um mesmo campo semântico (de sentido), sendo o hipô-
diálogo; transformação e metamorfose; oposição e antítese.
nimo uma palavra de sentido mais específico; o hiperôni-
mo, mais abrangente.
Antônimos
O hiperônimo impõe as suas propriedades ao hipôni-
mo, criando, assim, uma relação de dependência semânti-
São palavras que se opõem através de seu significado:
ca. Por exemplo: Veículos está numa relação de hiperoní-
ordem - anarquia; soberba - humildade; louvar - censurar; mia com carros, já que veículos é uma palavra de significa-
mal - bem. do genérico, incluindo motos, ônibus, caminhões. Veículos é
um hiperônimo de carros.
Observação: A antonímia pode se originar de um pre- Um hiperônimo pode substituir seus hipônimos em
fixo de sentido oposto ou negativo: bendizer e maldizer; quaisquer contextos, mas o oposto não é possível. A utili-
simpático e antipático; progredir e regredir; concórdia e dis- zação correta dos hiperônimos, ao redigir um texto, evita a
córdia; ativo e inativo; esperar e desesperar; comunista e an- repetição desnecessária de termos.
ticomunista; simétrico e assimétrico.
Fontes de pesquisa:
Homônimos e Parônimos http://www.coladaweb.com/portugues/sinonimos,-an-
tonimos,-homonimos-e-paronimos
- Homônimos = palavras que possuem a mesma grafia SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
ou a mesma pronúncia, mas significados diferentes. Podem coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
ser Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Cere-
ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
a) Homógrafas: são palavras iguais na escrita e dife- Saraiva, 2010.
rentes na pronúncia: Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
rego (subst.) e rego (verbo); ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
colher (verbo) e colher (subst.); XIMENES, Sérgio. Minidicionário Ediouro da Lìngua Por-
jogo (subst.) e jogo (verbo); tuguesa – 2ªed. reform. – São Paulo: Ediouro, 2000.
denúncia (subst.) e denuncia (verbo);
providência (subst.) e providencia (verbo). Denotação e Conotação

b) Homófonas: são palavras iguais na pronúncia e di- Exemplos de variação no significado das palavras:
ferentes na escrita:
acender (atear) e ascender (subir); Os domadores conseguiram enjaular a fera. (sentido li-
concertar (harmonizar) e consertar (reparar); teral)
cela (compartimento) e sela (arreio); Ele ficou uma fera quando soube da notícia. (sentido
censo (recenseamento) e senso ( juízo); figurado)
paço (palácio) e passo (andar). Aquela aluna é fera na matemática. (sentido figurado)

76
LÍNGUA PORTUGUESA

As variações nos significados das palavras ocasionam Polissemia


o sentido denotativo (denotação) e o sentido conotativo
(conotação) das palavras. Polissemia é a propriedade de uma palavra adquirir
multiplicidade de sentidos, que só se explicam dentro de
Denotação um contexto. Trata-se, realmente, de uma única palavra,
mas que abarca um grande número de significados dentro
Uma palavra é usada no sentido denotativo quando de seu próprio campo semântico.
apresenta seu significado original, independentemente Reportando-nos ao conceito de Polissemia, logo per-
do contexto em que aparece. Refere-se ao seu significado cebemos que o prefixo “poli” significa multiplicidade de
mais objetivo e comum, aquele imediatamente reconheci- algo. Possibilidades de várias interpretações levando-se em
do e muitas vezes associado ao primeiro significado que consideração as situações de aplicabilidade. Há uma infini-
aparece nos dicionários, sendo o significado mais literal da dade de exemplos em que podemos verificar a ocorrência
palavra. da polissemia:
A denotação tem como finalidade informar o receptor O rapaz é um tremendo gato.
da mensagem de forma clara e objetiva, assumindo um ca- O gato do vizinho é peralta.
ráter prático. É utilizada em textos informativos, como jor- Precisei fazer um gato para que a energia voltasse.
nais, regulamentos, manuais de instrução, bulas de medi- Pedro costuma fazer alguns “bicos” para garantir sua
camentos, textos científicos, entre outros. A palavra “pau”, sobrevivência
por exemplo, em seu sentido denotativo é apenas um pe- O passarinho foi atingido no bico.
daço de madeira. Outros exemplos:
O elefante é um mamífero. Nas expressões polissêmicas rede de deitar, rede de
As estrelas deixam o céu mais bonito! computadores e rede elétrica, por exemplo, temos em
comum a palavra “rede”, que dá às expressões o sentido
Conotação de “entrelaçamento”. Outro exemplo é a palavra “xadrez”,
que pode ser utilizada representando “tecido”, “prisão” ou
Uma palavra é usada no sentido conotativo quando “jogo” – o sentido comum entre todas as expressões é o
apresenta diferentes significados, sujeitos a diferentes in- formato quadriculado que têm.
terpretações, dependendo do contexto em que esteja inse-
rida, referindo-se a sentidos, associações e ideias que vão Polissemia e homonímia
além do sentido original da palavra, ampliando sua signifi-
cação mediante a circunstância em que a mesma é utiliza- A confusão entre polissemia e homonímia é bastante
da, assumindo um sentido figurado e simbólico. Como no comum. Quando a mesma palavra apresenta vários signifi-
exemplo da palavra “pau”: em seu sentido conotativo ela cados, estamos na presença da polissemia. Por outro lado,
pode significar castigo (dar-lhe um pau), reprovação (tomei quando duas ou mais palavras com origens e significados
pau no concurso). distintos têm a mesma grafia e fonologia, temos uma ho-
A conotação tem como finalidade provocar sentimen- monímia.
tos no receptor da mensagem, através da expressividade e A palavra “manga” é um caso de homonímia. Ela pode
afetividade que transmite. É utilizada principalmente numa significar uma fruta ou uma parte de uma camisa. Não é
linguagem poética e na literatura, mas também ocorre em polissemia porque os diferentes significados para a pala-
conversas cotidianas, em letras de música, em anúncios pu- vra “manga” têm origens diferentes. “Letra” é uma palavra
blicitários, entre outros. Exemplos: polissêmica: pode significar o elemento básico do alfabeto,
Você é o meu sol! o texto de uma canção ou a caligrafia de um determinado
Minha vida é um mar de tristezas. indivíduo. Neste caso, os diferentes significados estão in-
Você tem um coração de pedra! terligados porque remetem para o mesmo conceito, o da
escrita.
* Dica: Procure associar Denotação com Dicionário:
trata-se de definição literal, quando o termo é utilizado Polissemia e ambiguidade
com o sentido que consta no dicionário.
Polissemia e ambiguidade têm um grande impacto na
Fontes de pesquisa: interpretação. Na língua portuguesa, um enunciado pode
http://www.normaculta.com.br/conotacao-e-denota- ser ambíguo, ou seja, apresentar mais de uma interpreta-
cao/ ção. Esta ambiguidade pode ocorrer devido à colocação
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac- específica de uma palavra (por exemplo, um advérbio) em
coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. uma frase. Vejamos a seguinte frase:
Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Cere- Pessoas que têm uma alimentação equilibrada frequen-
ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo: temente são felizes.
Saraiva, 2010. Neste caso podem existir duas interpretações diferen-
tes:

77
LÍNGUA PORTUGUESA

As pessoas têm alimentação equilibrada porque são feli- Observação: toda metáfora é uma espécie de compa-
zes ou são felizes porque têm uma alimentação equilibrada. ração implícita, em que o elemento comparativo não apa-
rece.
De igual forma, quando uma palavra é polissêmica, ela Seus olhos são como luzes brilhantes.
pode induzir uma pessoa a fazer mais do que uma interpre- O exemplo acima mostra uma comparação evidente,
tação. Para fazer a interpretação correta é muito importan- através do emprego da palavra como.
te saber qual o contexto em que a frase é proferida. Observe agora: Seus olhos são luzes brilhantes.
Muitas vezes, a disposição das palavras na construção Neste exemplo não há mais uma comparação (note a
do enunciado pode gerar ambiguidade ou, até mesmo, co- ausência da partícula comparativa), e sim símile, ou seja,
micidade. Repare na figura abaixo: qualidade do que é semelhante.
Por fim, no exemplo: As luzes brilhantes olhavam-me.
Há substituição da palavra olhos por luzes brilhantes. Esta
é a verdadeira metáfora.

Observe outros exemplos:


1) “Meu pensamento é um rio subterrâneo.” (Fernando
Pessoa)
Neste caso, a metáfora é possível na medida em que
o poeta estabelece relações de semelhança entre um rio
subterrâneo e seu pensamento (pode estar relacionando a
fluidez, a profundidade, a inatingibilidade, etc.).

2) Minha alma é uma estrada de terra que leva a lugar


(http://www.humorbabaca.com/fotos/diversas/corto- algum.
cabelo-e-pinto. Acesso em 15/9/2014). Uma estrada de terra que leva a lugar algum é, na frase
Poderíamos corrigir o cartaz de inúmeras maneiras, acima, uma metáfora. Por trás do uso dessa expressão que
indica uma alma rústica e abandonada (e angustiadamente
mas duas seriam:
inútil), há uma comparação subentendida: Minha alma é
Corte e coloração capilar
tão rústica, abandonada (e inútil) quanto uma estrada de
ou
terra que leva a lugar algum.
Faço corte e pintura capilar
A Amazônia é o pulmão do mundo.
Fontes de pesquisa:
Em sua mente povoa só inveja.
http://www.brasilescola.com/gramatica/polissemia.
htm Metonímia
Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Cere-
ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo: É a substituição de um nome por outro, em virtude de
Saraiva, 2010. existir entre eles algum relacionamento. Tal substituição
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac- pode acontecer dos seguintes modos:
coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
1 - Autor pela obra: Gosto de ler Machado de Assis. (=
Figura de Linguagem, Pensamento e Construção Gosto de ler a obra literária de Machado de Assis).
2 - Inventor pelo invento: Édson ilumina o mundo. (=
Figura de Palavra As lâmpadas iluminam o mundo).
3 - Símbolo pelo objeto simbolizado: Não te afastes
A figura de palavra consiste na substituição de uma da cruz. (= Não te afastes da religião).
palavra por outra, isto é, no emprego figurado, simbólico, 4 - Lugar pelo produto do lugar: Fumei um saboroso
seja por uma relação muito próxima (contiguidade), seja Havana. (= Fumei um saboroso charuto).
por uma associação, uma comparação, uma similaridade. 5 - Efeito pela causa: Sócrates bebeu a morte. (= Só-
Estes dois conceitos básicos - contiguidade e similaridade - crates tomou veneno).
permitem-nos reconhecer dois tipos de figuras de palavras: 6 - Causa pelo efeito: Moro no campo e como do meu
a metáfora e a metonímia. trabalho. (= Moro no campo e como o alimento que pro-
duzo).
Metáfora 7 - Continente pelo conteúdo: Bebeu o cálice todo. (=
Bebeu todo o líquido que estava no cálice).
Consiste em utilizar uma palavra ou uma expressão em 8 - Instrumento pela pessoa que utiliza: Os microfo-
lugar de outra, sem que haja uma relação real, mas em vir- nes foram atrás dos jogadores. (= Os repórteres foram atrás
tude da circunstância de que o nosso espírito as associa dos jogadores).
e percebe entre elas certas semelhanças. É o emprego da 9 - Parte pelo todo: Várias pernas passavam apres-
palavra fora de seu sentido normal. sadamente. (= Várias pessoas passavam apressadamente).

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LÍNGUA PORTUGUESA

10 - Gênero pela espécie: Os mortais pensam e so- Fontes de pesquisa:


frem nesse mundo. (= Os homens pensam e sofrem nesse http://www.soportugues.com.br/secoes/estil/estil2.
mundo). php
11 - Singular pelo plural: A mulher foi chamada para SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
ir às ruas na luta por seus direitos. (= As mulheres foram coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
chamadas, não apenas uma mulher). Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Cere-
12 - Marca pelo produto: Minha filha adora danone. ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
(= Minha filha adora o iogurte que é da marca Danone). Saraiva, 2010.
13 - Espécie pelo indivíduo: O homem foi à Lua. (=
Alguns astronautas foram à Lua). Antítese
14 - Símbolo pela coisa simbolizada: A balança pen-
derá para teu lado. (= A justiça ficará do teu lado). Consiste no emprego de palavras que se opõem quan-
to ao sentido. O contraste que se estabelece serve, essen-
Saiba que: Sinédoque se relaciona com o conceito de cialmente, para dar uma ênfase aos conceitos envolvidos
extensão (como nos exemplos 9, 10 e 11, acima), enquanto que não se conseguiria com a exposição isolada dos mes-
que a metonímia abrange apenas os casos de analogia ou mos. Observe os exemplos:
de relação. Não há necessidade, atualmente, de se fazer “O mito é o nada que é tudo.” (Fernando Pessoa)
distinção entre ambas as figuras. O corpo é grande e a alma é pequena.
“Quando um muro separa, uma ponte une.”
Catacrese Não há gosto sem desgosto.

Trata-se de uma metáfora que, dado seu uso contínuo, Paradoxo ou oximoro
cristalizou-se. A catacrese costuma ocorrer quando, por
falta de um termo específico para designar um conceito, É a associação de ideias, além de contrastantes, contra-
toma-se outro “emprestado”. Assim, passamos a empregar ditórias. Seria a antítese ao extremo.
algumas palavras fora de seu sentido original. Exemplos: Era dor, sim, mas uma dor deliciosa.
“asa da xícara”, “batata da perna”, “maçã do rosto”, “pé da Ouvimos as vozes do silêncio.
mesa”, “braço da cadeira”, “coroa do abacaxi”.
Eufemismo
Perífrase ou Antonomásia
É o emprego de uma expressão mais suave, mais nobre
ou menos agressiva, para comunicar alguma coisa áspera,
Trata-se de uma expressão que designa um ser através
desagradável ou chocante.
de alguma de suas características ou atributos, ou de um
Depois de muito sofrimento, entregou a alma ao Senhor.
fato que o celebrizou. É a substituição de um nome por
(= morreu)
outro ou por uma expressão que facilmente o identifique: O prefeito ficou rico por meios ilícitos. (= roubou)
A Cidade Maravilhosa (= Rio de Janeiro) continua Fernando faltou com a verdade. (= mentiu)
atraindo visitantes do mundo todo. Faltar à verdade. (= mentir)
A Cidade-Luz (=Paris)
O rei das selvas (=o leão) Ironia
Observação: quando a perífrase indica uma pessoa, É sugerir, pela entoação e contexto, o contrário do que
recebe o nome de antonomásia. Exemplos: as palavras ou frases expressam, geralmente apresentando
O Divino Mestre (= Jesus Cristo) passou a vida pratican- intenção sarcástica. A ironia deve ser muito bem construí-
do o bem. da para que cumpra a sua finalidade; mal construída, pode
O Poeta dos Escravos (= Castro Alves) morreu muito jo- passar uma ideia exatamente oposta à desejada pelo emis-
vem. sor.
O Poeta da Vila (= Noel Rosa) compôs lindas canções. Como você foi bem na prova! Não tirou nem a nota mí-
nima.
Sinestesia Parece um anjinho aquele menino, briga com todos que
estão por perto.
Consiste em mesclar, numa mesma expressão, as sen- O governador foi sutil como um elefante.
sações percebidas por diferentes órgãos do sentido. É o
cruzamento de sensações distintas. Hipérbole
Um grito áspero revelava tudo o que sentia. (grito = au-
ditivo; áspero = tátil) É a expressão intencionalmente exagerada com o intui-
No silêncio escuro do seu quarto, aguardava os aconte- to de realçar uma ideia.
cimentos. (silêncio = auditivo; escuro = visual) Faria isso milhões de vezes se fosse preciso.
Tosse gorda. (sensação auditiva X sensação tátil) “Rios te correrão dos olhos, se chorares.” (Olavo Bilac)
O concurseiro quase morre de tanto estudar!

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LÍNGUA PORTUGUESA

Prosopopeia ou Personificação Elipse

É a atribuição de ações ou qualidades de seres anima- Consiste na omissão de um ou mais termos numa ora-
dos a seres inanimados, ou características humanas a seres ção e que podem ser facilmente identificados, tanto por
não humanos. Observe os exemplos: elementos gramaticais presentes na própria oração, quanto
As pedras andam vagarosamente. pelo contexto.
O livro é um mudo que fala, um surdo que ouve, um A catedral da Sé. (a igreja catedral)
cego que guia. Domingo irei ao estádio. (no domingo eu irei ao está-
A floresta gesticulava nervosamente diante da serra. dio)
Chora, violão.
Zeugma
Apóstrofe
Zeugma é uma forma de elipse. Ocorre quando é feita
Consiste na “invocação” de alguém ou de alguma coisa a omissão de um termo já mencionado anteriormente.
personificada, de acordo com o objetivo do discurso, que Ele gosta de geografia; eu, de português. (eu gosto de
pode ser poético, sagrado ou profano. Caracteriza-se pelo português)
chamamento do receptor da mensagem, seja ele imaginá- Na casa dela só havia móveis antigos; na minha, só mo-
rio ou não. A introdução da apóstrofe interrompe a linha de dernos. (só havia móveis)
pensamento do discurso, destacando-se assim a entidade Ela gosta de natação; eu, de vôlei. (gosto de)
a que se dirige e a ideia que se pretende pôr em evidên-
cia com tal invocação. Realiza-se por meio do vocativo. Silepse
Exemplos:
Moça, que fazes aí parada? A silepse é a concordância que se faz com o termo que
“Pai Nosso, que estais no céu” não está expresso no texto, mas, sim, subentendido. É uma
Deus, ó Deus! Onde estás? concordância anormal, psicológica, porque se faz com um
termo oculto, facilmente identificado. Há três tipos de si-
Gradação lepse: de gênero, número e pessoa.

Silepse de Gênero - Os gêneros são masculino e femi-


Apresentação de ideias por meio de palavras, sinôni-
nino. Ocorre a silepse de gênero quando a concordância se
mas ou não, em ordem ascendente (clímax) ou descenden-
faz com a ideia que o termo comporta. Exemplos:
te (anticlímax). Observe este exemplo:
Havia o céu, havia a terra, muita gente e mais Joana
1) A bonita Porto Velho sofreu mais uma vez com o calor
com seus olhos claros e brincalhões...
intenso.
Neste caso, o adjetivo bonita não está concordando
O objetivo do narrador é mostrar a expressividade dos
com o termo Porto Velho, que gramaticalmente pertence
olhos de Joana. Para chegar a este detalhe, ele se refere ao
ao gênero masculino, mas com a ideia contida no termo (a
céu, à terra, às pessoas e, finalmente, a Joana e seus olhos. cidade de Porto Velho).
Nota-se que o pensamento foi expresso em ordem decres-
cente de intensidade. Outros exemplos: 2) Vossa Excelência está preocupado.
“Vive só para mim, só para a minha vida, só para meu O adjetivo preocupado concorda com o sexo da pes-
amor”. (Olavo Bilac) soa, que nesse caso é masculino, e não com o termo Vossa
“O trigo... nasceu, cresceu, espigou, amadureceu, colheu- Excelência.
se.” (Padre Antônio Vieira)
Silepse de Número - Os números são singular e plural.
Fontes de pesquisa: A silepse de número ocorre quando o verbo da oração não
http://www.soportugues.com.br/secoes/estil/estil5. concorda gramaticalmente com o sujeito da oração, mas
php com a ideia que nele está contida. Exemplos:
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac- A procissão saiu. Andaram por todas as ruas da cidade
coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. de Salvador.
Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Cere- O povo corria por todos os lados e gritavam muito alto.
ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
Saraiva, 2010. Note que nos exemplos acima, os verbos andaram e
gritavam não concordam gramaticalmente com os sujei-
As figuras de construção (ou sintática, de sintaxe) tos das orações (que se encontram no singular, procissão
ocorrem quando desejamos atribuir maior expressividade e povo, respectivamente), mas com a ideia que neles está
ao significado. Assim, a lógica da frase é substituída pela contida. Procissão e povo dão a ideia de muita gente, por
maior expressividade que se dá ao sentido. isso que os verbos estão no plural.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Silepse de Pessoa - Três são as pessoas gramaticais: Observação: o pleonasmo só tem razão de ser quan-
eu, tu e ele (as três pessoas do singular); nós, vós, eles (as do confere mais vigor à frase; caso contrário, torna-se um
três do plural). A silepse de pessoa ocorre quando há um pleonasmo vicioso:
desvio de concordância. O verbo, mais uma vez, não con- Vi aquela cena com meus próprios olhos.
corda com o sujeito da oração, mas sim com a pessoa que Vamos subir para cima.
está inscrita no sujeito. Exemplos: Ele desceu pra baixo.
O que não compreendo é como os brasileiros persista-
mos em aceitar essa situação. Anáfora
Os agricultores temos orgulho de nosso trabalho.
“Dizem que os cariocas somos poucos dados aos jardins É a repetição de uma ou mais palavras no início de vá-
públicos.” (Machado de Assis) rias frases, criando, assim, um efeito de reforço e de coe-
rência. Pela repetição, a palavra ou expressão em causa é
Observe que os verbos persistamos, temos e somos não posta em destaque, permitindo ao escritor valorizar de-
concordam gramaticalmente com os seus sujeitos (brasilei- terminado elemento textual. Os termos anafóricos podem
ros, agricultores e cariocas, que estão na terceira pessoa), muitas vezes ser substituídos por pronomes.
mas com a ideia que neles está contida (nós, os brasileiros, Encontrei um amigo ontem. Ele me disse que te conhe-
os agricultores e os cariocas). cia.
“Tudo cura o tempo, tudo gasta, tudo digere, tudo aca-
Polissíndeto / Assíndeto ba.” (Padre Vieira)
Para estudarmos as duas figuras de construção é ne- Anacoluto
cessário recordar um conceito estudado em sintaxe sobre
período composto. No período composto por coordena- Consiste na mudança da construção sintática no meio
ção, podemos ter orações sindéticas ou assindéticas. A da frase, ficando alguns termos desligados do resto do pe-
oração coordenada ligada por uma conjunção (conectivo)
ríodo. É a quebra da estrutura normal da frase para a intro-
é sindética; a oração que não apresenta conectivo é assin-
dução de uma palavra ou expressão sem nenhuma ligação
dética. Recordado esse conceito, podemos definir as duas
sintática com as demais.
figuras de construção:
Esses alunos da escola, não se pode duvidar deles.
Morrer, todo haveremos de morrer.
1) Polissíndeto - É uma figura caracterizada pela repe-
Aquele garoto, você não disse que ele chegaria logo?
tição enfática dos conectivos. Observe o exemplo: O meni-
no resmunga, e chora, e grita, e ninguém faz nada.
A expressão “esses alunos da escola”, por exemplo,
2) Assíndeto - É uma figura caracterizada pela ausên- deveria exercer a função de sujeito. No entanto, há uma
cia, pela omissão das conjunções coordenativas, resultando interrupção da frase e esta expressão fica à parte, não exer-
no uso de orações coordenadas assindéticas. Exemplos: cendo nenhuma função sintática. O anacoluto também é
Tens casa, tens roupa, tens amor, tens família. chamado de “frase quebrada”, pois corresponde a uma in-
“Vim, vi, venci.” (Júlio César) terrupção na sequência lógica do pensamento.

Pleonasmo Observação: o anacoluto deve ser usado com finalida-


de expressiva em casos muito especiais. Em geral, evite-o.
Consiste na repetição de um termo ou ideia, com as
mesmas palavras ou não. A finalidade do pleonasmo é real- Hipérbato / Inversão
çar a ideia, torná-la mais expressiva.
O problema da violência, é necessário resolvê-lo logo. É a inversão da estrutura frásica, isto é, a inversão da
ordem direta dos termos da oração, fazendo com que o
Nesta oração, os termos “o problema da violência” e sujeito venha depois do predicado:
“lo” exercem a mesma função sintática: objeto direto. As- Ao ódio venceu o amor. (Na ordem direta seria: O amor
sim, temos um pleonasmo do objeto direto, sendo o pro- venceu ao ódio)
nome “lo” classificado como objeto direto pleonástico. Ou- Dos meus problemas cuido eu! (Na ordem direta seria:
tro exemplo: Eu cuido dos meus problemas)
Aos funcionários, não lhes interessam tais medidas.
Aos funcionários, lhes = Objeto Indireto * Observação da Zê!
O nosso Hino Nacional é um exemplo de hipérbato, já
que, na ordem direta, teríamos:
Neste caso, há um pleonasmo do objeto indireto, e o “As margens plácidas do Ipiranga ouviram o brado re-
pronome “lhes” exerce a função de objeto indireto pleo- tumbante de um povo heroico”.
nástico.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Figuras de Som

Aliteração - Consiste na repetição de consoantes como recurso para intensificação do ritmo ou como efeito sonoro
significativo.
Três pratos de trigo para três tigres tristes.
Vozes veladas, veludosas vozes... (Cruz e Sousa)
Quem com ferro fere com ferro será ferido.

Assonância - Consiste na repetição ordenada de sons vocálicos idênticos:


“Sou um mulato nato no sentido lato mulato democrático do litoral.”

Onomatopéia - Ocorre quando se tentam reproduzir na forma de palavras os sons da realidade:


Os sinos faziam blem, blem, blem, blem.

Fontes de pesquisa:
http://www.soportugues.com.br/secoes/estil/estil8.php
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sacconi. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
Saraiva, 2010.

Questões
1-) (DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – TÉCNICO SUPERIOR ESPECIALIZADO EM BIBLIOTECO-
NOMIA – FGV/2014 - adaptada) Ao dizer que os shoppings são “cidades”, o autor do texto faz uso de um tipo de linguagem
figurada denominada
(A) metonímia.
(B) eufemismo.
(C) hipérbole.
(D) metáfora.
(E) catacrese.

1-) A metáfora consiste em retirar uma palavra de seu contexto convencional (denotativo) e transportá-la para um novo
campo de significação (conotativa), por meio de uma comparação implícita, de uma similaridade existente entre as duas.
(Fonte:http://educacao.uol.com.br/disciplinas/portugues/metafora-figura-de-palavra-variacoes-e-exemplos.htm)
RESPOSTA: “D”.

2-) (PREFEITURA DE ARCOVERDE/PE - ADMINISTRADOR DE RECURSOS HUMANOS – CONPASS/2014) Identifique a


figura de linguagem presente na tira seguinte:

A) metonímia
B) prosopopeia
C) hipérbole
D) eufemismo
E) onomatopeia

82
LÍNGUA PORTUGUESA

2-) “Eufemismo = é o emprego de uma expressão mais Normalmente, numa prova, o candidato deve:
suave, mais nobre ou menos agressiva, para comunicar al-
guma coisa áspera, desagradável ou chocante”. No caso da 1- Identificar os elementos fundamentais de uma ar-
tirinha, é utilizada a expressão “deram suas vidas por nós” gumentação, de um processo, de uma época (neste caso,
no lugar de “que morreram por nós”. procuram-se os verbos e os advérbios, os quais definem o
RESPOSTA: “D”. tempo).
2- Comparar as relações de semelhança ou de diferen-
3-) (CASAL/AL - ADMINISTRADOR DE REDE - COPEVE/ ças entre as situações do texto.
UFAL/2014) 3- Comentar/relacionar o conteúdo apresentado com
Está tão quente que dá para fritar um ovo no asfalto. uma realidade.
O dito popular é, na maioria das vezes, uma figura de 4- Resumir as ideias centrais e/ou secundárias.
linguagem. Entre as 14h30min e às 15h desta terça-feira, 5- Parafrasear = reescrever o texto com outras pala-
horário do dia em que o calor é mais intenso, a tempera- vras.
tura do asfalto, medida com um termômetro de contato,
chegou a 65ºC. Para fritar um ovo, seria preciso que o local Condições básicas para interpretar
alcançasse aproximadamente 90ºC.
Disponível em: http://zerohora.clicrbs.com.br. Acesso Fazem-se necessários:
em: 22 jan. 2014. - Conhecimento histórico-literário (escolas e gêneros
literários, estrutura do texto), leitura e prática;
O texto cita que o dito popular “está tão quente que - Conhecimento gramatical, estilístico (qualidades do
dá para fritar um ovo no asfalto” expressa uma figura de texto) e semântico;
linguagem. O autor do texto refere-se a qual figura de lin-
guagem? Observação – na semântica (significado das palavras)
A) Eufemismo. incluem-se: homônimos e parônimos, denotação e conota-
B) Hipérbole. ção, sinonímia e antonímia, polissemia, figuras de lingua-
C) Paradoxo. gem, entre outros.
D) Metonímia.
E) Hipérbato. - Capacidade de observação e de síntese;
- Capacidade de raciocínio.
3-) A expressão é um exagero! Ela serve apenas para
representar o calor excessivo que está fazendo. A figura
Interpretar / Compreender
que é utilizada “mil vezes” (!) para atingir tal objetivo é a
hipérbole.
Interpretar significa:
RESPOSTA: “B”.
- Explicar, comentar, julgar, tirar conclusões, deduzir.
- Através do texto, infere-se que...
- É possível deduzir que...
- O autor permite concluir que...
INTERPRETAÇÃO TEXTUAL - Qual é a intenção do autor ao afirmar que...

Compreender significa
Texto – é um conjunto de ideias organizadas e relacio- - entendimento, atenção ao que realmente está escrito.
nadas entre si, formando um todo significativo capaz de - o texto diz que...
produzir interação comunicativa (capacidade de codificar - é sugerido pelo autor que...
e decodificar). - de acordo com o texto, é correta ou errada a afirma-
Contexto – um texto é constituído por diversas frases. ção...
Em cada uma delas, há uma informação que se liga com - o narrador afirma...
a anterior e/ou com a posterior, criando condições para a
estruturação do conteúdo a ser transmitido. A essa interli- Erros de interpretação
gação dá-se o nome de contexto. O relacionamento entre
as frases é tão grande que, se uma frase for retirada de seu - Extrapolação (“viagem”) = ocorre quando se sai do
contexto original e analisada separadamente, poderá ter contexto, acrescentando ideias que não estão no texto,
um significado diferente daquele inicial. quer por conhecimento prévio do tema quer pela imagi-
Intertexto - comumente, os textos apresentam refe- nação.
rências diretas ou indiretas a outros autores através de cita- - Redução = é o oposto da extrapolação. Dá-se aten-
ções. Esse tipo de recurso denomina-se intertexto. ção apenas a um aspecto (esquecendo que um texto é um
Interpretação de texto - o objetivo da interpretação conjunto de ideias), o que pode ser insuficiente para o en-
de um texto é a identificação de sua ideia principal. A partir tendimento do tema desenvolvido.
daí, localizam-se as ideias secundárias - ou fundamenta- - Contradição = às vezes o texto apresenta ideias con-
ções -, as argumentações - ou explicações -, que levam ao trárias às do candidato, fazendo-o tirar conclusões equivo-
esclarecimento das questões apresentadas na prova. cadas e, consequentemente, errar a questão.

83
LÍNGUA PORTUGUESA

Observação - Muitos pensam que existem a ótica do - Observe as relações interparágrafos. Um parágrafo
escritor e a ótica do leitor. Pode ser que existam, mas numa geralmente mantém com outro uma relação de continua-
prova de concurso, o que deve ser levado em consideração ção, conclusão ou falsa oposição. Identifique muito bem
é o que o autor diz e nada mais. essas relações.
- Sublinhe, em cada parágrafo, o tópico frasal, ou seja,
Coesão - é o emprego de mecanismo de sintaxe que a ideia mais importante.
relaciona palavras, orações, frases e/ou parágrafos entre si. - Nos enunciados, grife palavras como “correto” ou
Em outras palavras, a coesão dá-se quando, através de um “incorreto”, evitando, assim, uma confusão na hora da
pronome relativo, uma conjunção (NEXOS), ou um prono- resposta – o que vale não somente para Interpretação de
me oblíquo átono, há uma relação correta entre o que se Texto, mas para todas as demais questões!
vai dizer e o que já foi dito. - Se o foco do enunciado for o tema ou a ideia princi-
pal, leia com atenção a introdução e/ou a conclusão.
Observação – São muitos os erros de coesão no dia - Olhe com especial atenção os pronomes relativos,
a dia e, entre eles, está o mau uso do pronome relativo e pronomes pessoais, pronomes demonstrativos, etc., cha-
do pronome oblíquo átono. Este depende da regência do mados vocábulos relatores, porque remetem a outros vo-
verbo; aquele, do seu antecedente. Não se pode esquecer cábulos do texto.
também de que os pronomes relativos têm, cada um, valor
semântico, por isso a necessidade de adequação ao ante- Fontes de pesquisa:
cedente. http://www.tudosobreconcursos.com/materiais/portu-
Os pronomes relativos são muito importantes na in- gues/como-interpretar-textos
terpretação de texto, pois seu uso incorreto traz erros de http://portuguesemfoco.com/pf/09-dicas-para-me-
coesão. Assim sendo, deve-se levar em consideração que lhorar-a-interpretacao-de-textos-em-provas
existe um pronome relativo adequado a cada circunstância, http://www.portuguesnarede.com/2014/03/dicas-pa-
a saber: ra-voce-interpretar-melhor-um.html
- que (neutro) - relaciona-se com qualquer anteceden- http://vestibular.uol.com.br/cursinho/questoes/ques-
te, mas depende das condições da frase. tao-117-portugues.htm
- qual (neutro) idem ao anterior.
- quem (pessoa) Questões
- cujo (posse) - antes dele aparece o possuidor e depois
o objeto possuído. 1-) (SECRETARIA DE ESTADO DA ADMINISTRAÇÃO PÚ-
- como (modo) BLICA DO DISTRITO FEDERAL/DF – TÉCNICO EM ELETRÔ-
- onde (lugar) NICA – IADES/2014)
- quando (tempo)
- quanto (montante) Gratuidades
Exemplo: Crianças com até cinco anos de idade e adultos com
Falou tudo QUANTO queria (correto) mais de 65 anos de idade têm acesso livre ao Metrô-DF.
Falou tudo QUE queria (errado - antes do QUE, deveria Para os menores, é exigida a certidão de nascimento e, para
aparecer o demonstrativo O). os idosos, a carteira de identidade. Basta apresentar um
documento de identificação aos funcionários posicionados
Dicas para melhorar a interpretação de textos no bloqueio de acesso.
Disponível em: <http://www.metro.df.gov.br/estacoes/
- Leia todo o texto, procurando ter uma visão geral do gratuidades.html> Acesso em: 3/3/2014, com adaptações.
assunto. Se ele for longo, não desista! Há muitos candidatos
na disputa, portanto, quanto mais informação você absorver Conforme a mensagem do primeiro período do texto,
com a leitura, mais chances terá de resolver as questões. assinale a alternativa correta.
- Se encontrar palavras desconhecidas, não interrompa (A) Apenas as crianças com até cinco anos de idade
a leitura. e os adultos com 65 anos em diante têm acesso livre ao
- Leia, leia bem, leia profundamente, ou seja, leia o tex- Metrô-DF.
to, pelo menos, duas vezes – ou quantas forem necessárias. (B) Apenas as crianças de cinco anos de idade e os
- Procure fazer inferências, deduções (chegar a uma adultos com mais de 65 anos têm acesso livre ao Metrô-DF.
conclusão). (C) Somente crianças com, no máximo, cinco anos de
- Volte ao texto quantas vezes precisar. idade e adultos com, no mínimo, 66 anos têm acesso livre
- Não permita que prevaleçam suas ideias sobre as ao Metrô-DF.
do autor. (D) Somente crianças e adultos, respectivamente, com
- Fragmente o texto (parágrafos, partes) para melhor cinco anos de idade e com 66 anos em diante, têm acesso
compreensão. livre ao Metrô-DF.
- Verifique, com atenção e cuidado, o enunciado de (E) Apenas crianças e adultos, respectivamente, com
cada questão. até cinco anos de idade e com 65 anos em diante, têm
- O autor defende ideias e você deve percebê-las. acesso livre ao Metrô-DF.

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LÍNGUA PORTUGUESA

1-) Dentre as alternativas apresentadas, a única que 3-) Recorramos ao texto: “Localizada às margens do
condiz com as informações expostas no texto é “Somente Lago Paranoá, no Setor de Clubes Esportivos Norte (ao
crianças com, no máximo, cinco anos de idade e adultos lado do Museu de Arte de Brasília – MAB), está a Concha
com, no mínimo, 66 anos têm acesso livre ao Metrô-DF”. Acústica do DF. Projetada por Oscar Niemeyer”. As infor-
RESPOSTA: “C”. mações contidas nas demais alternativas são incoerentes
com o texto.
2-) (SUSAM/AM – TÉCNICO (DIREITO) – FGV/2014 - RESPOSTA: “A”.
adaptada) “Se alguém que é gay procura Deus e tem boa
vontade, quem sou eu para julgá‐lo?” a declaração do
Papa Francisco, pronunciada durante uma entrevista à im-
prensa no final de sua visita ao Brasil, ecoou como um TIPOLOGIA TEXTUAL
trovão mundo afora. Nela existe mais forma que substância
– mas a forma conta”. (...)
(Axé Silva, O Mundo, setembro 2013)
A todo o momento nos deparamos com vários textos,
O texto nos diz que a declaração do Papa ecoou como sejam eles verbais ou não verbais. Em todos há a presença
um trovão mundo afora. Essa comparação traz em si mes- do discurso, isto é, a ideia intrínseca, a essência daquilo
ma dois sentidos, que são que está sendo transmitido entre os interlocutores. Estes
(A) o barulho e a propagação. interlocutores são as peças principais em um diálogo ou
(B) a propagação e o perigo. em um texto escrito.
(C) o perigo e o poder. É de fundamental importância sabermos classificar os
(D) o poder e a energia. textos com os quais travamos convivência no nosso dia a
(E) a energia e o barulho.   dia. Para isso, precisamos saber que existem tipos textuais
e gêneros textuais.
Comumente relatamos sobre um acontecimento, um
2-) Ao comparar a declaração do Papa Francisco a um
fato presenciado ou ocorrido conosco, expomos nossa opi-
trovão, provavelmente a intenção do autor foi a de mostrar
nião sobre determinado assunto, descrevemos algum lugar
o “barulho” que ela causou e sua propagação mundo afora.
que visitamos, fazemos um retrato verbal sobre alguém
Você pode responder à questão por eliminação: a segun-
que acabamos de conhecer ou ver. É exatamente nessas
da opção das alternativas relaciona-se a “mundo afora”, ou
situações corriqueiras que classificamos os nossos textos
seja, que se propaga, espalha. Assim, sobraria apenas a al- naquela tradicional tipologia: Narração, Descrição e Dis-
ternativa A! sertação.
RESPOSTA: “A”.
As tipologias textuais caracterizam-se pelos aspec-
3-) (SECRETARIA DE ESTADO DE ADMINISTRAÇÃO PÚ- tos de ordem linguística
BLICA DO DISTRITO FEDERAL/DF – TÉCNICO EM CONTABI-
LIDADE – IADES/2014 - adaptada) Os tipos textuais designam uma sequência definida
Concha Acústica pela natureza linguística de sua composição. São observa-
Localizada às margens do Lago Paranoá, no Setor de dos aspectos lexicais, sintáticos, tempos verbais, relações
Clubes Esportivos Norte (ao lado do Museu de Arte de lógicas. Os tipos textuais são o narrativo, descritivo, argu-
Brasília – MAB), está a Concha Acústica do DF. Projetada mentativo/dissertativo, injuntivo e expositivo.
por Oscar Niemeyer, foi inaugurada oficialmente em 1969
e doada pela Terracap à Fundação Cultural de Brasília (hoje - Textos narrativos – constituem-se de verbos de ação
Secretaria de Cultura), destinada a espetáculos ao ar livre. demarcados no tempo do universo narrado, como também
Foi o primeiro grande palco da cidade. de advérbios, como é o caso de antes, agora, depois, entre
Disponível em: <http://www.cultura.df.gov.br/nossa- outros: Ela entrava em seu carro quando ele apareceu. De-
cultura/concha- acustica.html>. Acesso em: 21/3/2014, pois de muita conversa, resolveram...
com adaptações.
- Textos descritivos – como o próprio nome indica,
Assinale a alternativa que apresenta uma mensagem descrevem características tanto físicas quanto psicológicas
compatível com o texto. acerca de um determinado indivíduo ou objeto. Os tempos
(A) A Concha Acústica do DF, que foi projetada por Os- verbais aparecem demarcados no presente ou no pretérito
car Niemeyer, está localizada às margens do Lago Paranoá, imperfeito: “Tinha os cabelos mais negros como a asa da
no Setor de Clubes Esportivos Norte. graúna...”
(B) Oscar Niemeyer projetou a Concha Acústica do DF
em 1969. - Textos expositivos – Têm por finalidade explicar um
(C) Oscar Niemeyer doou a Concha Acústica ao que assunto ou uma determinada situação que se almeje de-
hoje é a Secretaria de Cultura do DF. senvolvê-la, enfatizando acerca das razões de ela aconte-
(D) A Terracap transformou-se na Secretaria de Cultura cer, como em: O cadastramento irá se prorrogar até o dia 02
do DF. de dezembro, portanto, não se esqueça de fazê-lo, sob pena
(E) A Concha Acústica foi o primeiro palco de Brasília. de perder o benefício.

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LÍNGUA PORTUGUESA

- Textos injuntivos (instrucional) – Trata-se de uma


modalidade na qual as ações são prescritas de forma se- COESÃO E COERÊNCIA
quencial, utilizando-se de verbos expressos no imperativo,
infinitivo ou futuro do presente: Misture todos os ingredien-
te e bata no liquidificador até criar uma massa homogênea.
Na construção de um texto, assim como na fala, usamos
- Textos argumentativos (dissertativo) – Demarcam- mecanismos para garantir ao interlocutor a compreensão
se pelo predomínio de operadores argumentativos, revela- do que é dito, ou lido. Estes mecanismos linguísticos que
dos por uma carga ideológica constituída de argumentos estabelecem a coesão e retomada do que foi escrito - ou
e contra-argumentos que justificam a posição assumida falado - são os referentes textuais, que buscam garantir
acerca de um determinado assunto: A mulher do mundo a coesão textual para que haja coerência, não só entre os
contemporâneo luta cada vez mais para conquistar seu es- elementos que compõem a oração, como também entre a
paço no mercado de trabalho, o que significa que os gêneros sequência de orações dentro do texto. Essa coesão tam-
estão em complementação, não em disputa. bém pode muitas vezes se dar de modo implícito, baseado
em conhecimentos anteriores que os participantes do pro-
cesso têm com o tema.
Numa linguagem figurada, a coesão é uma linha ima-
ginária - composta de termos e expressões - que une os
diversos elementos do texto e busca estabelecer relações
GÊNEROS TEXTUAIS de sentido entre eles. Dessa forma, com o emprego de di-
ferentes procedimentos, sejam lexicais (repetição, substi-
tuição, associação), sejam gramaticais (emprego de prono-
mes, conjunções, numerais, elipses), constroem-se frases,
São os textos materializados que encontramos em orações, períodos, que irão apresentar o contexto – decor-
nosso cotidiano; tais textos apresentam características só- re daí a coerência textual.
cio-comunicativas definidas por seu estilo, função, com- Um texto incoerente é o que carece de sentido ou o
posição, conteúdo e canal. Como exemplos, temos: receita apresenta de forma contraditória. Muitas vezes essa incoe-
culinária, e-mail, reportagem, monografia, poema, editorial, rência é resultado do mau uso dos elementos de coesão
piada, debate, agenda, inquérito policial, fórum, blog, etc. textual. Na organização de períodos e de parágrafos, um
erro no emprego dos mecanismos gramaticais e lexicais
A escolha de um determinado gênero discursivo de- prejudica o entendimento do texto. Construído com os ele-
pende, em grande parte, da situação de produção, ou seja, mentos corretos, confere-se a ele uma unidade formal.
a finalidade do texto a ser produzido, quem são os locu- Nas palavras do mestre Evanildo Bechara, “o enunciado
tores e os interlocutores, o meio disponível para veicular o não se constrói com um amontoado de palavras e orações.
texto, etc. Elas se organizam segundo princípios gerais de dependência
e independência sintática e semântica, recobertos por unida-
Os gêneros discursivos geralmente estão ligados a es- des melódicas e rítmicas que sedimentam estes princípios”.
feras de circulação. Assim, na esfera jornalística, por exem- Não se deve escrever frases ou textos desconexos – é
plo, são comuns gêneros como notícias, reportagens, edito- imprescindível que haja uma unidade, ou seja, que as frases
riais, entrevistas e outros; na esfera de divulgação científica estejam coesas e coerentes formando o texto. Relembre-se
são comuns gêneros como verbete de dicionário ou de enci- de que, por coesão, entende-se ligação, relação, nexo entre
clopédia, artigo ou ensaio científico, seminário, conferência. os elementos que compõem a estrutura textual.

Fontes de pesquisa: Formas de se garantir a coesão entre os elementos


de uma frase ou de um texto:
http://www.brasilescola.com/redacao/tipologia-tex-
tual.htm
1. Substituição de palavras com o emprego de sinôni-
Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Cere-
mos - palavras ou expressões do mesmo campo associa-
ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo: tivo.
Saraiva, 2010. 2. Nominalização – emprego alternativo entre um ver-
Português – Literatura, Produção de Textos & Gramática bo, o substantivo ou o adjetivo correspondente (desgastar
– volume único / Samira Yousseff Campedelli, Jésus Barbosa / desgaste / desgastante).
Souza. – 3. Ed. – São Paulo: Saraiva, 2002. 3. Emprego adequado de tempos e modos verbais:
Embora não gostassem de estudar, participaram da aula.
4. Emprego adequado de pronomes, conjunções, pre-
posições, artigos:
O papa Francisco visitou o Brasil. Na capital brasileira,
Sua Santidade participou de uma reunião com a Presiden-
te Dilma. Ao passar pelas ruas, o papa cumprimentava as
pessoas. Estas tiveram a certeza de que ele guarda respeito
por elas.

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LÍNGUA PORTUGUESA

5. Uso de hipônimos – relação que se estabelece com Questões


base na maior especificidade do significado de um deles.
Por exemplo, mesa (mais específico) e móvel (mais gené- * As questões abaixo também envolvem o conteúdo
rico). “Conjunção”. Eu as coloquei neste tópico porque abordam
6. Emprego de hiperônimos - relações de um termo de - inclusive - coesão e coerência.
sentido mais amplo com outros de sentido mais específico.
Por exemplo, felino está numa relação de hiperonímia com 1-) (SEDUC/AM – ASSISTENTE SOCIAL – FGV/2014) As-
gato. sinale a opção que indica o segmento em que a conjunção
7. Substitutos universais, como os verbos vicários.
e tem valor adversativo e não aditivo.
* Ajuda da Zê: verbo vicário é aquele que substitui (A) “Em termos de escala, assiduidade e participação
outro já utilizado no período, evitando repetições. Geral- da população na escolha dos governantes,...”.
mente é o verbo fazer e ser. Exemplo: Não gosto de estudar. (B) “... o Brasil de 1985 a 2014 parece outro país, mo-
Faço porque preciso. O “faço” foi empregado no lugar de derno e dinâmico, no cotejo com a restrita experiência elei-
“estudo”, evitando repetição desnecessária. toral anterior”.
(C) “A hipótese de ruptura com o passado se fortalece
A coesão apoiada na gramática se dá no uso de conec- quando avaliamos a extensão dos mecanismos de distri-
tivos, como pronomes, advérbios e expressões adverbiais, buição de oportunidades e de mitigação de desigualdades
conjunções, elipses, entre outros. A elipse justifica-se quan- de hoje”.
do, ao remeter a um enunciado anterior, a palavra elidida (D) “A democracia brasileira contemporânea, e apenas
é facilmente identificável (Exemplo.: O jovem recolheu-se ela na história nacional, inventou o que mais perto se pode
cedo. Sabia que ia necessitar de todas as suas forças. O ter- chegar de um Estado de Bem-Estar num país de renda mé-
mo o jovem deixa de ser repetido e, assim, estabelece a
dia”.
relação entre as duas orações).
(E) “A baixa qualidade dos serviços governamentais
Dêiticos são elementos linguísticos que têm a pro- está ligada sobretudo à limitação do PIB, e não à falta de
priedade de fazer referência ao contexto situacional ou ao políticas públicas social-democratas”.
próprio discurso. Exercem, por excelência, essa função de
progressão textual, dada sua característica: são elementos 1-)
que não significam, apenas indicam, remetem aos compo- (A) “Em termos de escala, assiduidade e participação
nentes da situação comunicativa. = adição
Já os componentes concentram em si a significação. (B) “... o Brasil de 1985 a 2014 parece outro país, mo-
Elisa Guimarães ensina-nos a esse respeito: derno e dinâmico”. = adição
“Os pronomes pessoais e as desinências verbais indi- (C) “A hipótese de ruptura com o passado se fortalece
cam os participantes do ato do discurso. Os pronomes de- quando avaliamos a extensão dos mecanismos de distri-
monstrativos, certas locuções prepositivas e adverbiais, bem buição de oportunidades e de mitigação de desigualdades
como os advérbios de tempo, referenciam o momento da de hoje”. = adição
enunciação, podendo indicar simultaneidade, anterioridade
(D) “A democracia brasileira contemporânea, e apenas
ou posterioridade. Assim: este, agora, hoje, neste momento
(presente); ultimamente, recentemente, ontem, há alguns ela na história nacional”. = adição
dias, antes de (pretérito); de agora em diante, no próximo (E) “A baixa qualidade dos serviços governamentais
ano, depois de (futuro).” está ligada sobretudo à limitação do PIB, e não à falta =
adversativa (dá para substituirmos por “mas”)
A coerência de um texto está ligada: RESPOSTA: “E”.
- à sua organização como um todo, em que devem es-
tar assegurados o início, o meio e o fim;
- à adequação da linguagem ao tipo de texto. Um texto 2-) (DEFENSORIA PÚBLICA DO DISTRITO FEDERAL/
técnico, por exemplo, tem a sua coerência fundamentada DF – ANALISTA DE APOIO À ASSISTÊNCIA JURÍDICA –
em comprovações, apresentação de estatísticas, relato de FGV/2014) A alternativa em que os elementos unidos pela
experiências; um texto informativo apresenta coerência se conjunção E não estão em adição, mas sim em oposição, é:
trabalhar com linguagem objetiva, denotativa; textos poé- (A) “...a disposição do povo de agir por conta própria e
ticos, por outro lado, trabalham com a linguagem figurada,
fazer justiça com as próprias mãos...”
livre associação de ideias, palavras conotativas.
(B) “...como sintoma de descrença nos políticos e nas
Fontes de pesquisa: instituições:...”
http://www.mundovestibular.com.br/articles/2586/1/ (C) “...os nossos mascarados se inspiram menos nos
COESAO-E-COERENCIA-TEXTUAL/Paacutegina1.html anarquistas e mais nos fascistas italianos...”
Português – Literatura, Produção de Textos & Gramática (D) “...desprezando o passado e a tradição...”
– volume único / Samira Yousseff Campedelli, Jésus Barbosa (E) “...capaz de exprimir a experiência da violência, da
Souza. – 3. Ed. – São Paulo: Saraiva, 2002. velocidade e do progresso...”

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LÍNGUA PORTUGUESA

2-) A Ordem dos Termos na Frase


(A) “...a disposição do povo de agir por conta própria e
fazer justiça com as próprias mãos”. = adição Leia novamente a frase contida no item 2. Note que
(B) “...como sintoma de descrença nos políticos e nas ela é organizada de maneira clara para produzir sentido.
instituições”. = adição Todavia, há diferentes maneiras de se organizar gramatical-
(C) “...os nossos mascarados se inspiram menos nos mente tal frase, tudo depende da necessidade ou da von-
anarquistas e mais nos fascistas italianos”. = ideia de opo- tade do redator em manter o sentido, ou mantê-lo, porém,
sição acrescentado ênfase a algum dos seus termos. Significa di-
(D) “...desprezando o passado e a tradição”. = adição zer que, ao escrever, podemos fazer uma série de inversões
(E) “...capaz de exprimir a experiência da violência, da e intercalações em nossas frases, conforme a nossa von-
velocidade e do progresso”. = adição tade e estilo. Tudo depende da maneira como queremos
RESPOSTA: “C”. transmitir uma ideia, do nosso estilo. Por exemplo, pode-
mos expressar a mensagem da frase 2 da seguinte maneira:

No Brasil e na América Latina, a globalização está cau-


sando desemprego.
REESCRITA DE TEXTOS/EQUIVALÊNCIA DE
ESTRUTURAS Neste caso, a mensagem é praticamente a mesma,
apenas mudamos a ordem das palavras para dar ênfase a
alguns termos (neste caso: No Brasil e na A. L.). Repare que,
para obter a clareza tivemos que fazer o uso de vírgulas.
“Ideias confusas geram redações confusas”. Esta frase Entre os sinais de pontuação, a vírgula é o mais usado e
leva-nos a refletir sobre a organização das ideias em um o que mais nos auxilia na organização de um período, pois
texto. Significa dizer que, antes da redação, naturalmen- facilita as boas “sintaxes”, boas misturas, ou seja, a vírgula
te devemos dominar o assunto sobre o qual iremos tratar ajuda-nos a não “embolar” o sentido quando produzimos
e, posteriormente, planejar o modo como iremos expô-lo, frases complexas. Com isto, “entregamos” frases bem orga-
do contrário haverá dificuldade em transmitir ideias bem nizadas aos nossos leitores.
acabadas. Portanto, a leitura, a interpretação de textos e a
experiência de vida antecedem o ato de escrever. O básico para a organização sintática das frases é a or-
Obtido um razoável conhecimento sobre o que iremos dem direta dos termos da oração. Os gramáticos estrutu-
escrever, feito o esquema de exposição da matéria, é ne- ram tal ordem da seguinte maneira:
cessário saber ordenar as ideias em frases bem estrutura-
das. Logo, não basta conhecer bem um determinado as- SUJEITO + VERBO + COMPLEMENTO VERBAL + CIR-
sunto, temos que o transmitir de maneira clara aos leitores. CUNSTÂNCIAS
O estudo da pontuação pode se tornar um valioso alia- A globalização + está causando + desemprego + no
do para organizarmos as ideias de maneira clara em frases. Brasil nos dias de hoje.
Para tanto, é necessário ter alguma noção de sintaxe. “Sin-
taxe”, conforme o dicionário Aurélio, é a “parte da gramá- Nem todas as orações mantêm esta ordem e nem to-
tica que estuda a disposição das palavras na frase e a das das contêm todos estes elementos, portanto cabem algu-
frases no discurso, bem como a relação lógica das frases mas observações:
entre si”; ou em outras palavras, sintaxe quer dizer “mistu-
ra”, isto é, saber misturar as palavras de maneira a produ- 1) As circunstâncias (de tempo, espaço, modo, etc.)
zirem um sentido evidente para os receptores das nossas normalmente são representadas por adjuntos adverbiais
mensagens. Observe: de tempo, lugar, etc. Note que, no mais das vezes, quan-
do queremos recordar algo ou narrar uma história, existe
1)A desemprego globalização no Brasil e no na está La- a tendência a colocar os adjuntos nos começos das frases:
tina América causando.
2) A globalização está causando desemprego no Brasil e “No Brasil e na América…” “Nos dias de hoje…” “Nas mi-
na América Latina. nhas férias…”, “No Brasil…”. e logo depois os verbos e ou-
tros elementos: “Nas minhas férias fui…”; “No Brasil existe…”
Ora, no item 1 não temos uma ideia, pois não há uma
frase, as palavras estão amontoadas sem a realização de Observações:
“uma sintaxe”, não há um contexto linguístico nem relação a) tais construções não estão erradas, mas rompem
inteligível com a realidade; no caso 2, a sintaxe ocorreu de com a ordem direta;
maneira perfeita e o sentido está claro para receptores de b) é preciso notar que em Língua Portuguesa, há mui-
língua portuguesa inteirados da situação econômica e cul- tas frases que não têm sujeito, somente predicado. Por
tural do mundo atual. exemplo: Está chovendo em Porto Alegre. Faz frio em Fri-
burgo. São quatro horas agora;

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LÍNGUA PORTUGUESA

c) Outras frases são construídas com verbos intransiti- Neste caso, há uma oração adjetiva intercalada.
vos, que não têm complemento: As orações adjetivas explicativas desempenham fre-
O menino morreu na Alemanha. (sujeito + verbo + ad- quentemente um papel semelhante ao do aposto explicati-
junto adverbial) vo, por isto são também isoladas por vírgula.
A globalização nasceu no século XX. (idem)
d) Há ainda frases nominais que não possuem verbos: A globalização causa, caro leitor, desemprego no Brasil…
cada macaco no seu galho. Nestes tipos de frase, a ordem Neste outro caso, há um vocativo entre o verbo e o seu
direta faz-se naturalmente. Usam-se apenas os termos complemento.
existentes nelas.
A globalização causa desemprego, e isto é lamentável,
Levando em consideração a ordem direta, podemos no Brasil…
estabelecer três regras básicas para o uso da vírgula: Aqui, há uma oração intercalada (note que ela não per-
1)Se os termos estão colocados na ordem direta não tence ao assunto: globalização, da frase principal, tal ora-
haverá a necessidade de vírgulas. A frase (2) é um exemplo ção é apenas um comentário à parte entre o complemento
disto: verbal e os adjuntos).
A globalização está causando desemprego no Brasil e na
América Latina. Observação: a simples negação em uma frase não exi-
ge vírgula: A globalização não causou desemprego no Brasil
Todavia, ao repetir qualquer um dos termos da oração e na América Latina.
por três vezes ou mais, então é necessário usar a vírgula,
mesmo que estejamos usando a ordem direta. Esta é a re- 3)Quando “quebramos” a ordem direta, invertendo-a,
gra básica nº1 para a colocação da vírgula. Veja: tal quebra torna a vírgula necessária. Esta é a regra nº3 da
A globalização, a tecnologia e a “ciranda financeira” colocação da vírgula.
causam desemprego…
(três núcleos do sujeito) No Brasil e na América Latina, a globalização está cau-
sando desemprego…
A globalização causa desemprego no Brasil, na América No fim do século XX, a globalização causou desemprego
Latina e na África. no Brasil…
(três adjuntos adverbiais)
Nota-se que a quebra da ordem direta frequentemente
A globalização está causando desemprego, insatisfação se dá com a colocação das circunstâncias antes do sujeito.
e sucateamento industrial no Brasil e na América Latina. Trata-se da ordem inversa. Estas circunstâncias, em gramá-
(três complementos verbais) tica, são representadas pelos adjuntos adverbiais. Muitas
vezes, elas são colocadas em orações chamadas adverbiais
2)Em princípio, não devemos, na ordem direta, sepa- que têm uma função semelhante a dos adjuntos adverbiais,
rar com vírgula o sujeito e o verbo, nem o verbo e o seu isto é, denotam tempo, lugar, etc. Exemplos:
complemento, nem o complemento e as circunstâncias, ou
seja, não devemos separar com vírgula os termos da ora- Quando o século XX estava terminando, a globalização
ção. Veja exemplos de tal incorreção: começou a causar desemprego.
Enquanto os países portadores de alta tecnologia de-
O Brasil, será feliz. A globalização causa, o desemprego. senvolvem-se, a globalização causa desemprego nos países
pobres.
Ao intercalarmos alguma palavra ou expressão entre Durante o século XX, a Globalização causou desempre-
os termos da oração, cabe isolar tal termo entre vírgulas, go no Brasil.
assim o sentido da ideia principal não se perderá. Esta é
a regra básica nº 2 para a colocação da vírgula. Dito em Observação: quanto à equivalência e transformação de
outras palavras: quando intercalamos expressões e frases estruturas, um exemplo muito comum cobrado em provas
entre os termos da oração, devemos isolar os mesmos com é o enunciado trazer uma frase no singular e pedir a passa-
vírgulas. Vejamos: gem para o plural, mantendo o sentido. Outro exemplo é a
A globalização, fenômeno econômico deste fim de sécu- mudança de tempos verbais.
lo XX, causa desemprego no Brasil.
Fonte de pesquisa:
Aqui um aposto à globalização foi intercalado entre o http://ricardovigna.wordpress.com/2009/02/02/estu-
sujeito e o verbo. dos-de-linguagem-1-estrutura-frasal-e-pontuacao/

Outros exemplos:
A globalização, que é um fenômeno econômico e cultu-
ral, está causando desemprego no Brasil e na América Lati-
na.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Questões
ESTRUTURA TEXTUAL
1-) (TRF/3ª REGIÃO - ANALISTA JUDICIÁRIO - FCC/2014
- adaptada)
Reunir-se para ouvir alguém ler tornou-se uma prática
necessária e comum no mundo laico da Idade Média. Até Primeiramente, o que nos faz produzir um texto é a ca-
a invenção da imprensa, a alfabetização era rara e os livros, pacidade que temos de pensar. Por meio do pensamento,
propriedade dos ricos, privilégio de um pequeno punhado elaboramos todas as informações que recebemos e orien-
de leitores. tamos as ações que interferem na realidade e organização
Embora alguns desses senhores afortunados ocasional- de nossos escritos. O que lemos é produto de um pensa-
mente emprestassem seus livros, eles o faziam para um nú- mento transformado em texto.
mero limitado de pessoas da própria classe ou família. Logo, como cada um de nós tem seu modo de pen-
(Adaptado de: MANGUEL, Alberto, op.cit.) sar, quando escrevemos sempre procuramos uma maneira
organizada do leitor compreender as nossas ideias. A fina-
Mantêm-se a correção e as relações de sentido estabe- lidade da escrita é direcionar totalmente o que você quer
lecidas no texto, substituindo-se Embora (2.º parágrafo) por dizer, por meio da comunicação.
(A) Contudo. Para isso, os elementos que compõem o texto se sub-
(B) Desde que. dividem em: introdução, desenvolvimento e conclusão. To-
(C) Porquanto. dos eles devem ser organizados de maneira equilibrada.
(D) Uma vez que.
(E) Conquanto. Introdução

1-) “Embora” é uma conjunção concessiva (apresenta Caracterizada pela entrada no assunto e a argumenta-
uma exceção à regra). A outra conjunção concessiva é “con- ção inicial. A ideia central do texto é apresentada nessa eta-
quanto”. pa. Essa apresentação deve ser direta, sem rodeios. O seu
RESPOSTA: “E”. tamanho raramente excede a 1/5 de todo o texto. Porém,
em textos mais curtos, essa proporção não é equivalente.
2-) (PRODEST/ES – ASSISTENTE ORGANIZACIONAL – Neles, a introdução pode ser o próprio título. Já nos textos
VUNESP/2014 - adaptada) Considere o trecho: “Se o senhor mais longos, em que o assunto é exposto em várias pági-
não se importa, vou levar minha sobrinha ao dentista, mas nas, ela pode ter o tamanho de um capítulo ou de uma par-
posso quebrar o galho e fazer sua corrida”. Esse trecho está te precedida por subtítulo. Nessa situação, pode ter vários
corretamente reescrito e mantém o sentido em: parágrafos. Em redações mais comuns, que em média têm
(A) Uma vez que o senhor não se importe, vou levar mi- de 25 a 80 linhas, a introdução será o primeiro parágrafo.
nha sobrinha ao dentista, assim que possa quebrar o galho
e fazer sua corrida. Desenvolvimento
(B) Já que o senhor não se importa, vou levar minha so-
brinha ao dentista, porque posso quebrar o galho e fazer A maior parte do texto está inserida no desenvol-
sua corrida. vimento, que é responsável por estabelecer uma ligação
(C) À medida que o senhor não se importe, vou levar entre a introdução e a conclusão. É nessa etapa que são
minha sobrinha ao dentista, logo que possa quebrar o galho elaboradas as ideias, os dados e os argumentos que sus-
e fazer sua corrida. tentam e dão base às explicações e posições do autor. É ca-
(D) Caso o senhor não se importe, vou levar minha so- racterizado por uma “ponte” formada pela organização das
brinha ao dentista, no entanto posso quebrar o galho e fazer ideias em uma sequência que permite formar uma relação
sua corrida. equilibrada entre os dois lados.
(E) Para que o senhor não se importe, vou levar minha O autor do texto revela sua capacidade de discutir um
sobrinha ao dentista, todavia posso quebrar o galho e fazer determinado tema no desenvolvimento, e é através desse
sua corrida. que o autor mostra sua capacidade de defender seus pon-
tos de vista, além de dirigir a atenção do leitor para a con-
2-) “Se o senhor não se importa, vou levar minha so- clusão. As conclusões são fundamentadas a partir daqui.
brinha ao dentista, mas posso quebrar o galho e fazer sua Para que o desenvolvimento cumpra seu objetivo, o es-
corrida” critor já deve ter uma ideia clara de como será a conclusão.
O primeiro período é introduzido por uma conjunção Daí a importância em planejar o texto.
condicional (“se”); o segundo, conjunção adversativa. As Em média, o desenvolvimento ocupa 3/5 do texto, no
conjunções apresentadas que têm a mesma classificação, mínimo. Já nos textos mais longos, pode estar inserido em
respectivamente, e que, por isso, poderiam substituir ade- capítulos ou trechos destacados por subtítulos. Apresentar-
quadamente as destacadas no enunciado são “caso” e “no se-á no formato de parágrafos medianos e curtos.
entanto”. Acredito que, mesmo que você não saiba a clas- Os principais erros cometidos no desenvolvimento são
sificação das conjunções, conseguiria responder à questão o desvio e a desconexão da argumentação. O primeiro está
apenas utilizando a coerência: as demais alternativas não relacionado ao autor tomar um argumento secundário que
a têm. se distancia da discussão inicial, ou quando se concentra
RESPOSTA: “D”. em apenas um aspecto do tema e esquece o seu todo. O

90
LÍNGUA PORTUGUESA

segundo caso acontece quando quem redige tem muitas


ideias ou informações sobre o que está sendo discutido, REDAÇÃO OFICIAL
não conseguindo estruturá-las. Surge também a dificul-
dade de organizar seus pensamentos e definir uma linha
lógica de raciocínio.
Pronomes de tratamento na redação oficial
Conclusão
A redação oficial é a maneira utilizada pelo poder públi-
Considerada como a parte mais importante do texto, co para redigir atos normativos. Para redigi-los, muitas regras
é o ponto de chegada de todas as argumentações elabo- fazem-se necessárias. Entre elas, escrever de forma clara, con-
radas. As ideias e os dados utilizados convergem para essa cisa, sem muito comprometimento, bem como um uso ade-
parte, em que a exposição ou discussão se fecha. quado das formas de tratamento. Tais regras, acompanhadas
Em uma estrutura normal, ela não deve deixar uma de uma boa redação, com um bom uso da linguagem, asse-
brecha para uma possível continuidade do assunto; ou seja, guram que os atos normativos sejam bem executados.
possui atributos de síntese. A discussão não deve ser en- No Poder Público, nós nos deparamos com situações em
cerrada com argumentos repetitivos, como por exemplo: que precisamos escrever – ou falar – com pessoas com as
“Portanto, como já dissemos antes...”, “Concluindo...”, “Em quais não temos familiaridade. Nestes casos, os pronomes de
conclusão...”. tratamento assumem uma condição e precisam estar adequa-
Sua proporção em relação à totalidade do texto deve dos à categoria hierárquica da pessoa a quem nos dirigimos.
ser equivalente ao da introdução: de 1/5. Essa é uma das E mais, exige-se, em discurso falado ou escrito, uma homoge-
características de textos bem redigidos. neidade na forma de tratamento, não só nos pronomes como
Os seguintes erros aparecem quando as conclusões fi- também nos verbos. No entanto, as formas de tratamento
cam muito longas: não são do conhecimento de todos.
Abaixo, seguem as discriminações de usos dos pronomes
- O problema aparece quando não ocorre uma explo- de tratamento, com base no Manual da Presidência da Repú-
ração devida do desenvolvimento, o que gera uma invasão blica.
das ideias de desenvolvimento na conclusão.
- Outro fator consequente da insuficiência de funda- São de uso consagrado:
mentação do desenvolvimento está na conclusão precisar
de maiores explicações, ficando bastante vazia. Vossa Excelência, para as seguintes autoridades:
- Enrolar e “encher linguiça” são muito comuns no tex- a) do Poder Executivo
to em que o autor fica girando em torno de ideias redun- Presidente da República, Vice-Presidente da República, Mi-
dantes ou paralelas. nistro de Estado, Secretário-Geral da Presidência da República,
- Uso de frases vazias que, por vezes, são perfeitamen- Consultor-Geral da República, Chefe do Estado-Maior das For-
te dispensáveis. ças Armadas, Chefe do Gabinete Militar da Presidência da Re-
- Quando não tem clareza de qual é a melhor conclu- pública, Chefe do Gabinete Pessoal do Presidente da República,
são, o autor acaba se perdendo na argumentação final. Secretários da Presidência da República, Procurador – Geral da
República, Governadores e Vice-Governadores de Estado e do
Em relação à abertura para novas discussões, a con- Distrito Federal, Chefes de Estado – Maior das Três Armas, Ofi-
clusão não pode ter esse formato, exceto pelos seguintes ciais Generais das Forças Armadas, Embaixadores, Secretário
fatores: Executivo e Secretário Nacional de Ministérios, Secretários de
- Para não influenciar a conclusão do leitor sobre temas Estado dos Governos Estaduais, Prefeitos Municipais.
polêmicos, o autor deixa a conclusão em aberto.
- Para estimular o leitor a ler uma possível continuidade b) do Poder Legislativo:
do texto, o autor não fecha a discussão de propósito. Presidente, Vice–Presidente e Membros da Câmara dos
- Por apenas apresentar dados e informações sobre o Deputados e do Senado Federal, Presidente e Membros do Tri-
tema a ser desenvolvido, o autor não deseja concluir o as- bunal de Contas da União, Presidente e Membros dos Tribunais
sunto. de Contas Estaduais, Presidente e Membros das Assembleias
- Para que o leitor tire suas próprias conclusões, o autor Legislativas Estaduais, Presidente das Câmaras Municipais.
enumera algumas perguntas no final do texto.
c) do Poder Judiciário:
A maioria dessas falhas pode ser evitada se antes o au- Presidente e Membros do Supremo Tribunal Federal, Presi-
tor fizer um esboço de todas as suas ideias. Essa técnica dente e Membros do Superior Tribunal de Justiça, Presidente e
é um roteiro, em que estão presentes os planejamentos. Membros do Superior Tribunal Militar, Presidente e Membros do
Naquele devem estar indicadas as melhores sequências a Tribunal Superior Eleitoral, Presidente e Membros do Tribunal
serem utilizadas na redação; ele deve ser o mais enxuto Superior do Trabalho, Presidente e Membros dos Tribunais de
possível. Justiça, Presidente e Membros dos Tribunais Regionais Fede-
rais, Presidente e Membros dos Tribunais Regionais Eleitorais,
Fonte de pesquisa: Presidente e Membros dos Tribunais Regionais do Trabalho,
http://producao-de-textos.info/mos/view/Caracter%- Juízes e Desembargadores, Auditores da Justiça Militar.
C3%ADsticas_e_Estruturas_do_Texto/

91
LÍNGUA PORTUGUESA

O vocativo a ser empregado em comunicações dirigidas A Impessoalidade


aos Chefes do Poder é Excelentíssimo Senhor, seguido do car- A finalidade da língua é comunicar, quer pela fala, quer
go respectivo: Excelentíssimo Senhor Presidente da República; pela escrita. Para que haja comunicação, são necessários: a)
Excelentíssimo Senhor Presidente do Congresso Nacional; Ex- alguém que comunique; b) algo a ser comunicado; c) alguém
celentíssimo Senhor Presidente do Supremo Tribunal Federal. que receba essa comunicação. No caso da redação oficial,
E mais: As demais autoridades serão tratadas com o vo- quem comunica é sempre o Serviço Público (este ou aquele
cativo Senhor, seguido do cargo respectivo: Senhor Senador, Ministério, Secretaria, Departamento, Divisão, Serviço, Seção);
Senhor Juiz, Senhor Ministro, Senhor Governador. o que se comunica é sempre algum assunto relativo às atri-
O Manual ainda preceitua que a forma de tratamento buições do órgão que comunica; o destinatário dessa comu-
“Digníssimo” fica abolida para as autoridades descritas acima, nicação ou é o público, o conjunto dos cidadãos, ou outro
afinal, a dignidade é condição primordial para que tais cargos órgão público, do Executivo ou dos outros Poderes da União.
públicos sejam ocupados. Percebe-se, assim, que o tratamento impessoal que deve
Fica ainda dito que doutor não é forma de tratamento, ser dado aos assuntos que constam das comunicações oficiais
mas titulação acadêmica de quem defende tese de douto- decorre:
rado. Portanto, é aconselhável que não se use discriminada- a) da ausência de impressões individuais de quem comu-
mente tal termo. nica: embora se trate, por exemplo, de um expediente assina-
do por Chefe de determinada Seção, é sempre em nome do
As Comunicações Oficiais Serviço Público que é feita a comunicação. Obtém-se, assim,
uma desejável padronização, que permite que comunicações
1. Aspectos Gerais da Redação Oficial elaboradas em diferentes setores da Administração guardem
entre si certa uniformidade;
O que é Redação Oficial b) da impessoalidade de quem recebe a comunicação,
com duas possibilidades: ela pode ser dirigida a um cidadão,
Em uma frase, pode-se dizer que redação oficial é a ma- sempre concebido como público, ou a outro órgão público.
neira pela qual o Poder Público redige atos normativos Nos dois casos, temos um destinatário concebido de forma
e comunicações. Interessa-nos tratá-la do ponto de vista do homogênea e impessoal;
Poder Executivo. c) do caráter impessoal do próprio assunto tratado: se o
A redação oficial deve caracterizar-se pela impessoalida- universo temático das comunicações oficiais restringe-se a
de, uso do padrão culto de linguagem, clareza, concisão, for- questões que dizem respeito ao interesse público, é natural
malidade e uniformidade. Fundamentalmente esses atributos que não caiba qualquer tom particular ou pessoal.
decorrem da Constituição, que dispõe, no artigo 37: “A admi- Desta forma, não há lugar na redação oficial para impres-
nistração pública direta, indireta ou fundacional, de qualquer sões pessoais, como as que, por exemplo, constam de uma
dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos carta a um amigo, ou de um artigo assinado de jornal, ou
Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoali- mesmo de um texto literário. A redação oficial deve ser isenta
dade, moralidade, publicidade e eficiência (...)”. Sendo a publi- da interferência da individualidade que a elabora.
cidade e a impessoalidade princípios fundamentais de toda A concisão, a clareza, a objetividade e a formalidade de
administração pública, claro que devem igualmente nortear a que nos valemos para elaborar os expedientes oficiais con-
elaboração dos atos e comunicações oficiais. tribuem, ainda, para que seja alcançada a necessária impes-
Não se concebe que um ato normativo de qualquer na- soalidade.
tureza seja redigido de forma obscura, que dificulte ou im-
possibilite sua compreensão. A transparência do sentido dos A Linguagem dos Atos e Comunicações Oficiais
atos normativos, bem como sua inteligibilidade, são requisitos A necessidade de empregar determinado nível de lingua-
do próprio Estado de Direito: é inaceitável que um texto le- gem nos atos e expedientes oficiais decorre, de um lado, do
gal não seja entendido pelos cidadãos. A publicidade implica, próprio caráter público desses atos e comunicações; de outro,
pois, necessariamente, clareza e concisão. de sua finalidade. Os atos oficiais, aqui entendidos como atos
Fica claro também que as comunicações oficiais são ne- de caráter normativo, ou estabelecem regras para a conduta
cessariamente uniformes, pois há sempre um único comuni- dos cidadãos, ou regulam o funcionamento dos órgãos públi-
cador (o Serviço Público) e o receptor dessas comunicações cos, o que só é alcançado se em sua elaboração for empre-
ou é o próprio Serviço Público (no caso de expedientes dirigi- gada a linguagem adequada. O mesmo se dá com os expe-
dos por um órgão a outro) – ou o conjunto dos cidadãos ou dientes oficiais, cuja finalidade precípua é a de informar com
instituições tratados de forma homogênea (o público). clareza e objetividade.
A redação oficial não é necessariamente árida e infensa à As comunicações que partem dos órgãos públicos fede-
evolução da língua. É que sua finalidade básica – comunicar rais devem ser compreendidas por todo e qualquer cidadão
com impessoalidade e máxima clareza – impõe certos parâ- brasileiro. Para atingir esse objetivo, há que evitar o uso de
metros ao uso que se faz da língua, de maneira diversa da- uma linguagem restrita a determinados grupos. Não há dú-
quele da literatura, do texto jornalístico, da correspondência vida de que um texto marcado por expressões de circulação
particular, etc. restrita, como a gíria, os regionalismos vocabulares ou o jar-
Apresentadas essas características fundamentais da re- gão técnico, tem sua compreensão dificultada.
dação oficial, passemos à análise pormenorizada de cada Ressalte-se que há necessariamente uma distância en-
uma delas. tre a língua falada e a escrita. Aquela é extremamente dinâ-
mica, reflete de forma imediata qualquer alteração de cos-

92
LÍNGUA PORTUGUESA

tumes, e pode eventualmente contar com outros elementos Concisão e Clareza


que auxiliem a sua compreensão, como os gestos, a entoação, A concisão é antes uma qualidade do que uma caracte-
etc., para mencionar apenas alguns dos fatores responsáveis rística do texto oficial. Conciso é o texto que consegue trans-
por essa distância. Já a língua escrita incorpora mais lenta- mitir o máximo de informações com um mínimo de palavras.
mente as transformações, tem maior vocação para a perma- Para que se redija com essa qualidade, é fundamental que se
nência e vale-se apenas de si mesma para comunicar. tenha, além de conhecimento do assunto sobre o qual se es-
Os textos oficiais, devido ao seu caráter impessoal e sua creve, o necessário tempo para revisar o texto depois de pron-
finalidade de informar com o máximo de clareza e concisão, to. É nessa releitura que muitas vezes se percebem eventuais
requerem o uso do padrão culto da língua. Há consenso de redundâncias ou repetições desnecessárias de ideias.
que o padrão culto é aquele em que se observam as regras O esforço de sermos concisos atende, basicamente, ao
da gramática formal e se emprega um vocabulário comum princípio de economia linguística, à mencionada fórmula de
ao conjunto dos usuários do idioma. É importante ressaltar empregar o mínimo de palavras para informar o máximo. Não
que a obrigatoriedade do uso do padrão culto na redação se deve, de forma alguma, entendê-la como economia de
oficial decorre do fato de que ele está acima das diferenças pensamento, isto é, não se devem eliminar passagens subs-
lexicais, morfológicas ou sintáticas regionais, dos modismos tanciais do texto no afã de reduzi-lo em tamanho. Trata-se
vocabulares, das idiossincrasias linguísticas, permitindo, por exclusivamente de cortar palavras inúteis, redundâncias, pas-
essa razão, que se atinja a pretendida compreensão por todos sagens que nada acrescentem ao que já foi dito.
os cidadãos. A clareza deve ser a qualidade básica de todo texto ofi-
Lembre-se de que o padrão culto nada tem contra a sim- cial. Pode-se definir como claro aquele texto que possibilita
plicidade de expressão, desde que não seja confundida com imediata compreensão pelo leitor. No entanto, a clareza não
pobreza de expressão. De nenhuma forma o uso do padrão é algo que se atinja por si só: ela depende estritamente das
culto implica emprego de linguagem rebuscada, nem dos demais características da redação oficial. Para ela concorrem:
contorcionismos sintáticos e figuras de linguagem próprios - a impessoalidade, que evita a duplicidade de interpre-
da língua literária. tações que poderia decorrer de um tratamento personalista
Pode-se concluir, então, que não existe propriamente um dado ao texto;
“padrão oficial de linguagem”; o que há é o uso do padrão - o uso do padrão culto de linguagem, em princípio, de
culto nos atos e comunicações oficiais. É claro que haverá pre- entendimento geral e por definição avesso a vocábulos de
ferência pelo uso de determinadas expressões, ou será obe- circulação restrita, como a gíria e o jargão;
decida certa tradição no emprego das formas sintáticas, mas - a formalidade e a padronização, que possibilitam a im-
isso não implica, necessariamente, que se consagre a utiliza- prescindível uniformidade dos textos;
ção de uma forma de linguagem burocrática. O jargão buro- - a concisão, que faz desaparecer do texto os excessos
crático, como todo jargão, deve ser evitado, pois terá sempre linguísticos que nada lhe acrescentam.
sua compreensão limitada. É pela correta observação dessas características que se
A linguagem técnica deve ser empregada apenas em redige com clareza. Contribuirá, ainda, a indispensável relei-
situações que a exijam, evitando o seu uso indiscriminado. tura de todo texto redigido. A ocorrência, em textos oficiais,
Certos rebuscamentos acadêmicos, e mesmo o vocabulário de trechos obscuros e de erros gramaticais provém, principal-
próprio à determinada área, são de difícil entendimento por mente, da falta da releitura que torna possível sua correção.
quem não esteja com eles familiarizado. Deve-se ter o cui- A revisão atenta exige, necessariamente, tempo. A pressa
dado, portanto, de explicitá-los em comunicações encami- com que são elaboradas certas comunicações quase sempre
nhadas a outros órgãos da administração e em expedientes compromete sua clareza. Não se deve proceder à redação de
dirigidos aos cidadãos. um texto que não seja seguida por sua revisão. “Não há as-
suntos urgentes, há assuntos atrasados”, diz a máxima. Evite-se,
Formalidade e Padronização pois, o atraso, com sua indesejável repercussão no redigir.
As comunicações oficiais devem ser sempre formais, isto
é, obedecem a certas regras de forma: além das já mencio- Pronomes de Tratamento
nadas exigências de impessoalidade e uso do padrão culto Concordância com os Pronomes de Tratamento
de linguagem, é imperativo, ainda, certa formalidade de tra- Os pronomes de tratamento (ou de segunda pessoa indi-
tamento. Não se trata somente da eterna dúvida quanto ao reta) apresentam certas peculiaridades quanto à concordân-
correto emprego deste ou daquele pronome de tratamento cia verbal, nominal e pronominal. Embora se refiram à segun-
para uma autoridade de certo nível; mais do que isso, a for- da pessoa gramatical (à pessoa com quem se fala, ou a quem
malidade diz respeito à polidez, à civilidade no próprio enfo- se dirige a comunicação), levam a concordância para a terceira
que dado ao assunto do qual cuida a comunicação. pessoa. É que o verbo concorda com o substantivo que in-
A formalidade de tratamento vincula-se, também, à ne- tegra a locução como seu núcleo sintático: “Vossa Senhoria
cessária uniformidade das comunicações. Ora, se a administra- nomeará o substituto”; “Vossa Excelência conhece o assunto”.
ção federal é una, é natural que as comunicações que expede Da mesma forma, os pronomes possessivos referidos a
sigam um mesmo padrão. O estabelecimento desse padrão pronomes de tratamento são sempre os da terceira pessoa:
exige que se atente para todas as características da redação “Vossa Senhoria nomeará seu substituto” (e não “Vossa... vos-
oficial e que se cuide, ainda, da apresentação dos textos. so...”).
A clareza datilográfica, o uso de papéis uniformes para Já quanto aos adjetivos referidos a esses pronomes, o
o texto definitivo e a correta diagramação do texto são in- gênero gramatical deve coincidir com o sexo da pessoa a que
dispensáveis para a padronização. se refere, e não com o substantivo que compõe a locução.

93
LÍNGUA PORTUGUESA

Assim, se nosso interlocutor for homem, o correto é “Vossa - deve ser utilizada fonte do tipo Times New Roman de
Excelência está atarefado”, “Vossa Senhoria deve estar satis- corpo 12 no texto em geral, 11 nas citações, e 10 nas notas
feito”; se for mulher, “Vossa Excelência está atarefada”, “Vossa de rodapé;
Senhoria deve estar satisfeita”. - para símbolos não existentes na fonte Times New Ro-
No envelope, o endereçamento das comunicações diri- man poder-se-á utilizar as fontes Symbol e Wingdings;
gidas às autoridades tratadas por Vossa Excelência, terá a se- - é obrigatório constar a partir da segunda página o
guinte forma: número da página;
- os ofícios, memorandos e anexos destes poderão ser
A Sua Excelência o Senhor impressos em ambas as faces do papel. Neste caso, as mar-
Fulano de Tal gens esquerda e direita terão as distâncias invertidas nas
Ministro de Estado da Justiça páginas pares (“margem espelho”);
70.064-900 – Brasília. DF - o campo destinado à margem lateral esquerda terá,
no mínimo, 3,0 cm de largura;
A Sua Excelência o Senhor
- o início de cada parágrafo do texto deve ter 2,5 cm de
Senador Fulano de Tal
distância da margem esquerda;
Senado Federal
70.165-900 – Brasília. DF - o campo destinado à margem lateral direita terá 1,5
cm;
Senhor Ministro, - deve ser utilizado espaçamento simples entre as li-
Submeto a Vossa Excelência projeto (...) nhas e de 6 pontos após cada parágrafo, ou, se o editor
de texto utilizado não comportar tal recurso, de uma linha
Fechos para Comunicações em branco;
O fecho das comunicações oficiais possui, além da fina- - não deve haver abuso no uso de negrito, itálico, sub-
lidade de arrematar o texto, a de saudar o destinatário. Os linhado, letras maiúsculas, sombreado, sombra, relevo, bor-
modelos para fecho que vinham sendo utilizados foram re- das ou qualquer outra forma de formatação que afete a
gulados pela Portaria nº1 do Ministério da Justiça, de 1937, elegância e a sobriedade do documento;
que estabelecia quinze padrões. Com o fito de simplificá-los - a impressão dos textos deve ser feita na cor preta em
e uniformiza-los, este Manual estabelece o emprego de so- papel branco. A impressão colorida deve ser usada apenas
mente dois fechos diferentes para todas as modalidades de para gráficos e ilustrações;
comunicação oficial: - todos os tipos de documentos do Padrão Ofício de-
a) para autoridades superiores, inclusive o Presidente vem ser impressos em papel de tamanho A-4, ou seja, 29,7
da República: Respeitosamente, x 21,0 cm;
b) para autoridades de mesma hierarquia ou de hie- - deve ser utilizado, preferencialmente, o formato de
rarquia inferior: Atenciosamente, arquivo Rich Text nos documentos de texto;
- dentro do possível, todos os documentos elabora-
Ficam excluídas dessa fórmula as comunicações dirigidas dos devem ter o arquivo de texto preservado para consulta
a autoridades estrangeiras, que atendem a rito e tradição pró- posterior ou aproveitamento de trechos para casos análo-
prios, devidamente disciplinados no Manual de Redação do gos;
Ministério das Relações Exteriores. - para facilitar a localização, os nomes dos arquivos de-
vem ser formados da seguinte maneira:
Identificação do Signatário
tipo do documento + número do documento + pala-
Excluídas as comunicações assinadas pelo Presidente da
vras-chaves do conteúdo
República, todas as demais comunicações oficiais devem trazer
Ex.: “Of. 123 - relatório produtividade ano 2002”
o nome e o cargo da autoridade que as expede, abaixo do local
de sua assinatura. A forma da identificação deve ser a seguinte:
Aviso e Ofício
(espaço para assinatura)
Nome Definição e Finalidade
Chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República Aviso e ofício são modalidades de comunicação oficial
praticamente idênticas. A única diferença entre eles é que
(espaço para assinatura) o aviso é expedido exclusivamente por Ministros de Estado,
Nome para autoridades de mesma hierarquia, ao passo que o ofí-
Ministro de Estado da Justiça cio é expedido para e pelas demais autoridades. Ambos têm
como finalidade o tratamento de assuntos oficiais pelos ór-
Para evitar equívocos, recomenda-se não deixar a assi- gãos da Administração Pública entre si e, no caso do ofício,
natura em página isolada do expediente. Transfira para essa também com particulares.
página ao menos a última frase anterior ao fecho.
Forma e Estrutura
Forma de diagramação Quanto a sua forma, aviso e ofício seguem o modelo
Os documentos do Padrão Ofício devem obedecer à do padrão ofício, com acréscimo do vocativo, que invoca o
seguinte forma de apresentação: destinatário, seguido de vírgula.

94
LÍNGUA PORTUGUESA

Exemplos: Em regra, a exposição de motivos é dirigida ao Presidente


Excelentíssimo Senhor Presidente da República da República por um Ministro de Estado.
Senhora Ministra Nos casos em que o assunto tratado envolva mais de um
Senhor Chefe de Gabinete Ministério, a exposição de motivos deverá ser assinada por to-
dos os Ministros envolvidos, sendo, por essa razão, chamada
Devem constar do cabeçalho ou do rodapé do ofício as de interministerial.
seguintes informações do remetente:
– nome do órgão ou setor; Forma e Estrutura - Formalmente, a exposição de mo-
– endereço postal; tivos tem a apresentação do padrão ofício. A exposição de
– telefone e e-mail. motivos, de acordo com sua finalidade, apresenta duas for-
mas básicas de estrutura: uma para aquela que tenha caráter
Observação: Estas informações estão ausentes no exclusivamente informativo e outra para a que proponha al-
guma medida ou submeta projeto de ato normativo.
memorando, pois se trata de comunicação interna - des-
No primeiro caso, o da exposição de motivos que sim-
tinatário e remetente possuem o mesmo endereço. Se o
plesmente leva algum assunto ao conhecimento do Presiden-
Aviso é de um Ministério para outro Ministério, também
te da República, sua estrutura segue o modelo antes referido
não precisa especificar o endereço. O Ofício é enviado para para o padrão ofício.
outras instituições, logo, são necessárias as informações do
remetente e o endereço do destinatário para que o ofício Mensagem
possa ser entregue e o remetente possa receber resposta.
Definição e Finalidade - É o instrumento de comunica-
Memorando ção oficial entre os Chefes dos Poderes Públicos, notadamente
as mensagens enviadas pelo Chefe do Poder Executivo ao Poder
Definição e Finalidade Legislativo para informar sobre fato da Administração Pública,
O memorando é a modalidade de comunicação entre expor o plano de governo por ocasião da abertura de sessão
unidades administrativas de um mesmo órgão, que podem legislativa, submeter ao Congresso Nacional matérias que de-
estar hierarquicamente em mesmo nível ou em nível dife- pendem de deliberação de suas Casas, apresentar veto, enfim,
rente. Trata-se, portanto, de uma forma de comunicação fazer e agradecer comunicações de tudo quanto seja de inte-
eminentemente interna. resse dos poderes públicos e da Nação.
Pode ter caráter meramente administrativo, ou ser em- Minuta de mensagem pode ser encaminhada pelos Mi-
pregado para a exposição de projetos, ideias, diretrizes, nistérios à Presidência da República, a cujas assessorias caberá
etc. a serem adotados por determinado setor do serviço a redação final.
público. As mensagens mais usuais do Poder Executivo ao Con-
Sua característica principal é a agilidade. A tramitação gresso Nacional têm as seguintes finalidades:
do memorando em qualquer órgão deve pautar-se pela ra- - encaminhamento de projeto de lei ordinária, comple-
pidez e pela simplicidade de procedimentos burocráticos. mentar ou financeira;
Para evitar desnecessário aumento do número de comu- - encaminhamento de medida provisória;
nicações, os despachos ao memorando devem ser dados - indicação de autoridades;
no próprio documento e, no caso de falta de espaço, em - pedido de autorização para o Presidente ou o Vice-Pre-
folha de continuação. Este procedimento permite formar sidente da República ausentarem-se do País por mais de 15
dias;
uma espécie de processo simplificado, assegurando maior
- encaminhamento de atos de concessão e renovação de
transparência à tomada de decisões e permitindo que se
concessão de emissoras de rádio e TV;
historie o andamento da matéria tratada no memorando.
- encaminhamento das contas referentes ao exercício an-
terior;
Forma e Estrutura - mensagem de abertura da sessão legislativa;
Quanto a sua forma, o memorando segue o modelo do - comunicação de sanção (com restituição de autógrafos);
padrão ofício, com a diferença de que o seu destinatário - comunicação de veto;
deve ser mencionado pelo cargo que ocupa. Ex: - outras mensagens.

Ao Sr. Chefe do Departamento de Administração Forma e Estrutura - As mensagens contêm:


Ao Sr. Subchefe para Assuntos Jurídicos a) a indicação do tipo de expediente e de seu número,
horizontalmente, no início da margem esquerda;
Exposição de Motivos b) vocativo, de acordo com o pronome de tratamento e o
cargo do destinatário, horizontalmente, no início da margem
Definição e Finalidade - Exposição de motivos é o ex- esquerda (Excelentíssimo Senhor Presidente do Senado Fede-
pediente dirigido ao Presidente da República ou ao Vice-Pre- ral);
sidente para: c) o texto, iniciando a 2,0 cm do vocativo;
a) informá-lo de determinado assunto; b) propor algu- d) o local e a data, verticalmente a 2,0 cm do final do
ma medida; ou c) submeter a sua consideração projeto de texto, e horizontalmente fazendo coincidir seu final com a
ato normativo. margem direita.

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LÍNGUA PORTUGUESA

A mensagem, como os demais atos assinados pelo Pre- Forma e Estrutura - Um dos atrativos de comunica-
sidente da República, não traz identificação de seu signa- ção por correio eletrônico é sua flexibilidade. Assim, não
tário. interessa definir forma rígida para sua estrutura. Entretanto,
deve-se evitar o uso de linguagem incompatível com uma
Telegrama comunicação oficial.
O campo “assunto” do formulário de correio eletrôni-
Definição e Finalidade - Com o fito de uniformizar a co mensagem deve ser preenchido de modo a facilitar a
terminologia e simplificar os procedimentos burocráticos, organização documental tanto do destinatário quanto do
passa a receber o título de telegrama toda comunicação remetente.
oficial expedida por meio de telegrafia, telex, etc. Para os arquivos anexados à mensagem, deve ser utili-
Por tratar-se de forma de comunicação dispendiosa aos zado, preferencialmente, o formato Rich Text. A mensagem
cofres públicos e tecnologicamente superada, deve restringir- que encaminha algum arquivo deve trazer informações mí-
se o uso do telegrama apenas àquelas situações que não seja nimas sobre seu conteúdo.
possível o uso de correio eletrônico ou fax e que a urgência Sempre que disponível, deve-se utilizar recurso de con-
justifique sua utilização. Em razão de seu custo elevado, esta firmação de leitura. Caso não seja disponível, deve constar
forma de comunicação deve pautar-se pela concisão. na mensagem o pedido de confirmação de recebimento.
Forma e Estrutura - Não há padrão rígido, devendo- Valor documental - Nos termos da legislação em vi-
se seguir a forma e a estrutura dos formulários disponíveis gor, para que a mensagem de correio eletrônico tenha valor
nas agências dos Correios e em seu sítio na Internet. documental, e para que possa ser aceito como documento
original, é necessário existir certificação digital que ateste
Fax a identidade do remetente, na forma estabelecida em lei.

Definição e Finalidade - O fax (forma abreviada já Elementos de Ortografia e Gramática


consagrada de fac-símile) é uma forma de comunicação
que está sendo menos usada devido ao desenvolvimento Problemas de Construção de Frases
da Internet. É utilizado para a transmissão de mensagens
urgentes e para o envio antecipado de documentos, de A clareza e a concisão na forma escrita são alcançadas,
cujo conhecimento há premência, quando não há condi- principalmente, pela construção adequada da frase, “a me-
ções de envio do documento por meio eletrônico. Quando nor unidade autônoma da comunicação”, na definição de
necessário o original, ele segue posteriormente pela via e Celso Pedro Luft.
na forma de praxe. A função essencial da frase é desempenhada pelo pre-
Se necessário o arquivamento, deve-se fazê-lo com có-
dicado, que, para Adriano da Gama Kury, pode ser entendi-
pia do fax e não com o próprio fax, cujo papel, em certos
do como “a enunciação pura de um fato qualquer”. Sempre
modelos, deteriora-se rapidamente.
que a frase possuir pelo menos um verbo, recebe o nome
de período, que terá tantas orações quantos forem os ver-
Forma e Estrutura - Os documentos enviados por fax
bos não auxiliares que o constituem.
mantêm a forma e a estrutura que lhes são inerentes.
Outra função relevante é a do sujeito – mas não indis-
É conveniente o envio, juntamente com o documento
pensável, pois há orações sem sujeito, ditas impessoais –,
principal, de folha de rosto e de pequeno formulário com
os dados de identificação da mensagem a ser enviada, con- de quem se diz algo, cujo núcleo é sempre um substantivo.
forme exemplo a seguir: Sempre que o verbo o exigir, teremos nas orações substan-
tivos (nomes ou pronomes) que desempenham a função
[Órgão Expedidor] de complementos (objetos direto e indireto, predicativo e
[setor do órgão expedidor] complemento adverbial). Função acessória desempenham
[endereço do órgão expedidor] os adjuntos adverbiais, que vêm geralmente ao final da
Destinatário:____________________________________ oração, mas que podem ser ou intercalados aos elementos
No do fax de destino:_______________ Data:___/___/___ que desempenham as outras funções, ou deslocados para
Remetente: ____________________________________ o início da oração.
Tel. p/ contato:____________ Fax/correio eletrônico:____ Temos, assim, a seguinte ordem de colocação dos ele-
No de páginas: ________ No do documento:____________ mentos que compõem uma oração (Observação: os parên-
teses indicam os elementos que podem não ocorrer):
Observações:___________________________________
(sujeito) - verbo - (complementos) - (adjunto adverbial).
Correio Eletrônico
Podem ser identificados seis padrões básicos para as
Definição e finalidade - O correio eletrônico (“e-mail”), orações pessoais (isto é, com sujeito) na língua portuguesa
por seu baixo custo e celeridade, transformou-se na princi- (a função que vem entre parênteses é facultativa e pode
pal forma de comunicação para transmissão de documen- ocorrer em ordem diversa):
tos.
1. Sujeito - verbo intransitivo - (Adjunto Adverbial)

96
LÍNGUA PORTUGUESA

O Presidente - regressou - (ontem). Certo: Não vejo mal em o Governo proceder assim.

2. Sujeito - verbo transitivo direto - objeto direto - (ad- Errado: Antes destes requisitos serem cumpridos, (...).
junto adverbial) Certo: Antes de estes requisitos serem cumpridos, (...).
O Chefe da Divisão - assinou - o termo de posse - (na
manhã de terça-feira). Errado: Apesar da Assessoria ter informado em tempo, (...).
Certo: Apesar de a Assessoria ter informado em tempo, (...).
3. Sujeito - verbo transitivo indireto - objeto indireto -
(adjunto adverbial). Frases Fragmentadas
O Brasil - precisa - de gente honesta - (em todos os se- A fragmentação de frases “consiste em pontuar uma
tores). oração subordinada ou uma simples locução como se fosse
uma frase completa”. Decorre da pontuação errada de uma
frase simples. Embora seja usada como recurso estilístico na
4. Sujeito - verbo transitivo direto e indireto - obj. dire-
literatura, a fragmentação de frases deve ser evitada nos
to - obj. indireto - (adj. Adv.)
textos oficiais, pois muitas vezes dificulta a compreensão.
Os desempregados - entregaram - suas reivindicações -
Exemplo:
ao Deputado - (no Congresso). Errado: O programa recebeu a aprovação do Congresso
5. Sujeito - verbo transitivo indireto - complemento ad- Nacional. Depois de ser longamente debatido.
verbial - (adjunto adverbial) Certo: O programa recebeu a aprovação do Congresso
A reunião do Grupo de Trabalho - ocorrerá - em Buenos Nacional, depois de ser longamente debatido.
Aires - (na próxima semana). Certo: Depois de ser longamente debatido, o programa re-
O Presidente - voltou - da Europa - (na sexta-feira) cebeu a aprovação do Congresso Nacional.

6. Sujeito - verbo de ligação - predicativo - (adjunto ad- Errado: O projeto de Convenção foi oportunamente sub-
verbial) metido ao Presidente da República, que o aprovou. Consultadas
O problema - será - resolvido - prontamente. as áreas envolvidas na elaboração do texto legal.
Certo: O projeto de Convenção foi oportunamente subme-
Estes seriam os padrões básicos para as orações, ou seja, tido ao Presidente da República, que o aprovou, consultadas as
as frases que possuem apenas um verbo conjugado. Na cons- áreas envolvidas na elaboração do texto legal.
trução de períodos, as várias funções podem ocorrer em or-
dem inversa à mencionada, misturando-se e confundindo-se. Erros de Paralelismo
Não interessa aqui análise exaustiva de todos os padrões exis- Uma das convenções estabelecidas na linguagem escrita
tentes na língua portuguesa. O que importa é fixar a ordem “consiste em apresentar ideias similares numa forma gramati-
normal dos elementos nesses seis padrões básicos. Acrescen- cal idêntica”, o que se chama de paralelismo. Assim, incorre-se
te-se que períodos mais complexos, compostos por duas ou em erro ao conferir forma não paralela a elementos paralelos.
mais orações, em geral podem ser reduzidos aos padrões bá- Vejamos alguns exemplos:
sicos (de que derivam).
Os problemas mais frequentemente encontrados na Errado: Pelo aviso circular recomendou-se aos Ministérios eco-
construção de frases dizem respeito à má pontuação, à am- nomizar energia e que elaborassem planos de redução de despesas.
biguidade da ideia expressa, à elaboração de falsos paralelis-
Na frase temos, nas duas orações subordinadas que com-
mos, erros de comparação, etc. Decorrem, em geral, do des-
pletam o sentido da principal, duas estruturas diferentes para
conhecimento da ordem das palavras na frase. Indicam-se, a
ideias equivalentes: a primeira oração (economizar energia) é
seguir, alguns desses defeitos mais comuns e recorrentes na
reduzida de infinitivo, enquanto a segunda (que elaborassem
construção de frases, registrados em documentos oficiais. planos de redução de despesas) é uma oração desenvolvida
introduzida pela conjunção integrante que. Há mais de uma
Sujeito possibilidade de escrevê-la com clareza e correção; uma seria
Como dito, o sujeito é o ser de quem se fala ou que exe- a de apresentar as duas orações subordinadas como desen-
cuta a ação enunciada na oração. Ele pode ter complemen- volvidas, introduzidas pela conjunção integrante que:
to, mas não ser complemento. Devem ser evitadas, portanto,
construções como: Certo: Pelo aviso circular, recomendou-se aos Ministérios
que economizassem energia e (que) elaborassem planos para
Errado: É tempo do Congresso votar a emenda. redução de despesas.
Certo: É tempo de o Congresso votar a emenda.
Outra possibilidade: as duas orações são apresentadas
Errado: Apesar das relações entre os países estarem cor- como reduzidas de infinitivo:
tadas, (...). Certo: Pelo aviso circular, recomendou-se aos Ministérios
Certo: Apesar de as relações entre os países estarem cor- economizar energia e elaborar planos para redução de despesas.
tadas, (...).
Nas duas correções respeita-se a estrutura paralela na
Errado: Não vejo mal no Governo proceder assim. coordenação de orações subordinadas.

97
LÍNGUA PORTUGUESA

Mais um exemplo de frase inaceitável na língua escrita culta: Certo: O salário de um professor é mais baixo do que o de
Errado: No discurso de posse, mostrou determinação, não um médico.
ser inseguro, inteligência e ter ambição.
Errado: O alcance do Decreto é diferente da Portaria.
O problema aqui decorre de coordenar palavras (subs- Novamente, a não repetição dos termos comparados
tantivos) com orações (reduzidas de infinitivo). confunde. Alternativas para correção:
Para tornar a frase clara e correta, pode-se optar ou por Certo: O alcance do Decreto é diferente do alcance da Por-
transformá-la em frase simples, substituindo as orações redu- taria.
zidas por substantivos: Certo: O alcance do Decreto é diferente do da Portaria.
Certo: No discurso de posse, mostrou determinação, segu- Errado: O Ministério da Educação dispõe de mais verbas
rança, inteligência e ambição. do que os Ministérios do Governo.
No exemplo acima, a omissão da palavra “outros” (ou
Atentemos, ainda, para o problema inverso, o falso pa- “demais”) acarretou imprecisão:
ralelismo, que ocorre ao se dar forma paralela (equivalente) Certo: O Ministério da Educação dispõe de mais verbas do
a ideias de hierarquia diferente ou, ainda, ao se apresentar, que os outros Ministérios do Governo.
de forma paralela, estruturas sintáticas distintas: Certo: O Ministério da Educação dispõe de mais verbas do
Errado: O Presidente visitou Paris, Bonn, Roma e o Papa. que os demais Ministérios do Governo.
Ambiguidade
Nesta frase, colocou-se em um mesmo nível cidades (Pa-
ris, Bonn, Roma) e uma pessoa (o Papa). Uma possibilidade Ambígua é a frase ou oração que pode ser tomada em
de correção é transformá-la em duas frases simples, com o mais de um sentido. Como a clareza é requisito básico de
cuidado de não repetir o verbo da primeira (visitar): todo texto oficial, deve-se atentar para as construções que
Certo: O Presidente visitou Paris, Bonn e Roma. Nesta últi- possam gerar equívocos de compreensão.
ma capital, encontrou-se com o Papa. A ambiguidade decorre, em geral, da dificuldade de
identificar a qual palavra se refere um pronome que possui
Mencionemos, por fim, o falso paralelismo provocado mais de um antecedente na terceira pessoa. Pode ocorrer
pelo uso inadequado da expressão “e que” num período que com:
não contém nenhum “que” anterior.
Errado: O novo procurador é jurista renomado, e que tem - pronomes pessoais:
sólida formação acadêmica. Ambíguo: O Ministro comunicou a seu secretariado que
ele seria exonerado.
Para corrigir a frase, suprimimos o pronome relativo: Claro: O Ministro comunicou exoneração dele a seu se-
Certo: O novo procurador é jurista renomado e tem sólida cretariado.
formação acadêmica. Ou então, caso o entendimento seja outro:
Claro: O Ministro comunicou a seu secretariado a exo-
Outro exemplo de falso paralelismo com “e que”: neração deste.
Errado: Neste momento, não se devem adotar medidas
precipitadas, e que comprometam o andamento de todo o pro- - pronomes possessivos e pronomes oblíquos:
grama. Ambíguo: O Deputado saudou o Presidente da Repúbli-
Da mesma forma com que corrigimos o exemplo anterior, ca, em seu discurso, e solicitou sua intervenção no seu Esta-
aqui podemos suprimir a conjunção: do, mas isso não o surpreendeu.
Certo: Neste momento, não se devem adotar medidas pre- Observe a multiplicidade de ambiguidade no exemplo
cipitadas, que comprometam o andamento de todo o progra- acima, a qual torna incompreensível o sentido da frase.
ma. Claro: Em seu discurso o Deputado saudou o Presidente
da República. No pronunciamento, solicitou a intervenção
Erros de Comparação
federal em seu Estado, o que não surpreendeu o Presidente
da República.
A omissão de certos termos ao fazermos uma compara-
ção, omissão própria da língua falada, deve ser evitada na lín-
- pronome relativo:
gua escrita, pois compromete a clareza do texto: nem sempre
Ambíguo: Roubaram a mesa do gabinete em que eu
é possível identificar, pelo contexto, qual o termo omitido. A
costumava trabalhar.
ausência indevida de um termo pode impossibilitar o enten-
dimento do sentido que se quer dar a uma frase: Não fica claro se o pronome relativo da segunda ora-
ção faz referência “à mesa” ou “a gabinete”. Esta ambigui-
Errado: O salário de um professor é mais baixo do que um dade se deve ao pronome relativo “que”, sem marca de gê-
médico. nero. A solução é recorrer às formas o qual, a qual, os quais,
A omissão de termos provocou uma comparação indevi- as quais, que marcam gênero e número.
da: “o salário de um professor” com “um médico”. Claro: Roubaram a mesa do gabinete no qual eu costu-
Certo: O salário de um professor é mais baixo do que o mava trabalhar.
salário de um médico. Se o entendimento é outro, então:

98
LÍNGUA PORTUGUESA

Claro: Roubaram a mesa do gabinete na qual eu costu- dos pronomes de tratamento apresentados nas alternati-
mava trabalhar. vas, o pronome demonstrativo será “sua”. Descartamos, en-
tão, os itens A, C e E. Agora recorramos ao pronome ade-
Há, ainda, outro tipo de ambiguidade, que decorre da quado a ser utilizado para deputados. Segundo o Manual
dúvida sobre a que se refere a oração reduzida: de Redação Oficial, temos:
Ambíguo: Sendo indisciplinado, o Chefe admoestou o Vossa Excelência, para as seguintes autoridades:
funcionário. b) do Poder Legislativo: Presidente, Vice–Presidente e
Para evitar o tipo de ambiguidade do exemplo acima, Membros da Câmara dos Deputados e do Senado Federal
deve-se deixar claro qual o sujeito da oração reduzida. (...).
Claro: O Chefe admoestou o funcionário por ser este RESPOSTA: “D”.
indisciplinado.
2-) (ANTAQ – ESPECIALISTA EM REGULAÇÃO DE SER-
Ambíguo: Depois de examinar o paciente, uma senhora VIÇOS DE TRANSPORTES AQUAVIÁRIOS – CESPE/2014)
chamou o médico. Considerando aspectos estruturais e linguísticos das cor-
Claro: Depois que o médico examinou o paciente, foi respondências oficiais, julgue os itens que se seguem, de
chamado por uma senhora. acordo com o Manual de Redação da Presidência da Re-
pública.
O tratamento Digníssimo deve ser empregado para to-
Fontes de pesquisa:
das as autoridades do poder público, uma vez que a dig-
http://www.redacaooficial.com.br/redacao_oficial_pu-
nidade é tida como qualidade inerente aos ocupantes de
blicacoes_ver.php?id=2
cargos públicos.
http://portuguesxconcursos.blogspot.com.br/p/reda-
( ) CERTO ( ) ERRADO
cao-oficial-para-concursos.html
2-) Vamos ao Manual: O Manual ainda preceitua que a
Questões forma de tratamento “Digníssimo” fica abolida (...) afinal, a
dignidade é condição primordial para que tais cargos públi-
1-) (TJ-PA - MÉDICO PSIQUIATRA - VUNESP - 2014) cos sejam ocupados.
Leia o seguinte fragmento de um ofício, citado do Manual Fonte: http://www.redacaooficial.com.br/redacao_ofi-
de Redação da Presidência da República, no qual expres- cial_publicacoes_ver.php?id=2
sões foram substituídas por lacunas. RESPOSTA: “ERRADO”.

Senhor Deputado 3-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA/SE – TÉCNICO JUDICIÁRIO


Em complemento às informações transmitidas pelo te- – CESPE/2014) Em toda comunicação oficial, exceto nas di-
legrama n.º 154, de 24 de abril último, informo _____ de que recionadas a autoridades estrangeiras, deve-se fazer uso
as medidas mencionadas em ______ carta n.º 6708, dirigida dos fechos Respeitosamente ou Atenciosamente, de acor-
ao Senhor Presidente da República, estão amparadas pelo do com as hierarquias do destinatário e do remetente.
procedimento administrativo de demarcação de terras in- ( ) CERTO (
dígenas instituído pelo Decreto n.º 22, de 4 de fevereiro de ) ERRADO
1991 (cópia anexa).
(http://www.planalto.gov.br. Adaptado) 3-) Segundo o Manual de Redação Oficial: (...) Manual
estabelece o emprego de somente dois fechos diferentes
A alternativa que completa, correta e respectivamen- para todas as modalidades de comunicação oficial:
te, as lacunas do texto, de acordo com a norma-padrão a) para autoridades superiores, inclusive o Presidente
da língua portuguesa e atendendo às orientações oficiais da República: Respeitosamente,
a respeito do uso de formas de tratamento em correspon- b) para autoridades de mesma hierarquia ou de hierar-
quia inferior: Atenciosamente,
dências públicas, é:
Ficam excluídas dessa fórmula as comunicações dirigi-
A) Vossa Senhoria … tua.
das a autoridades estrangeiras, que atendem a rito e tra-
B) Vossa Magnificência … sua.
dição próprios, devidamente disciplinados no Manual de
C) Vossa Eminência … vossa.
Redação do Ministério das Relações Exteriores.
D) Vossa Excelência … sua. RESPOSTA: “CERTO”.
E) Sua Senhoria … vossa.

1-) Podemos começar pelo pronome demonstrativo.


Mesmo utilizando pronomes de tratamento “Vossa” (mui-
tas vezes confundido com “vós” e seu respectivo “vosso”),
os pronomes que os acompanham deverão ficar sempre na
terceira pessoa (do plural ou do singular, de acordo com o
número do pronome de tratamento). Então, em quaisquer

99
LÍNGUA PORTUGUESA

Não encontramos as pessoas que saíram.


FUNÇÕES DO “QUE” E DO “SE” • pronome indefinido: nesse caso, pode funcionar
como pronome substantivo ou pronome adjetivo.
• pronome substantivo: equivale a que coisa. Quando
for pronome substantivo, a palavra que exercerá as fun-
A palavra que em português pode ser: ções próprias do substantivo (sujeito, objeto direto, objeto
Interjeição: exprime espanto, admiração, surpresa. indireto, etc.)
Nesse caso, será acentuada e seguida de ponto de Que aconteceu com você?
exclamação. Usa-se também a variação o quê! A pala-
vra que não exerce função sintática quando funciona como • pronome adjetivo: determina um substantivo. Nesse
interjeição. caso, exerce a função sintática de adjunto adnominal.

Quê! Você ainda não está pronto? Que vida é essa?


O quê! Quem sumiu?
Conjunção: relaciona entre si duas orações. Nesse
Substantivo: equivale a alguma coisa. caso, não exerce função sintática. Como conjunção, a pala-
Nesse caso, virá sempre antecedida de artigo ou outro vra que pode relacionar tanto orações coordenadas quan-
determinante, e receberá acento por ser monossílabo tô- to subordinadas, daí classificar-se como conjunção coorde-
nativa ou conjunção subordinativa. Quando funciona como
nico terminado em e. Como substantivo, designa também
conjunção coordenativa ou subordinativa, a palavra que
a 16ª letra de nosso alfabeto. Quando a palavra que for
recebe o nome da oração que introduz. Por exemplo:
substantivo, exercerá as funções sintáticas próprias dessa
Venha logo, que é tarde. (conjunção coordenativa ex-
classe de palavra (sujeito, objeto direto, objeto indireto,
plicativa)
predicativo, etc.) Falou tanto que ficou rouco. (conjunção subordinativa
consecutiva)
Ele tem certo quê misterioso. (substantivo na função
de núcleo do objeto direto) Quando inicia uma oração subordinada substantiva, a
palavra que recebe o nome de conjunção subordinativa
Preposição: liga dois verbos de uma locução verbal integrante.
em que o auxiliar é o verboter.
Equivale a de. Quando é preposição, a palavra que não Desejo que você venha logo.
exerce função sintática.

Tenho que sair agora. A palavra se


Ele tem que dar o dinheiro hoje.
A palavra se, em português, pode ser:
Partícula expletiva ou de realce: pode ser retirada da
frase, sem prejuízo algum para o sentido. Conjunção: relaciona entre si duas orações. Nesse
Nesse caso, a palavra que não exerce função sintáti- caso, não exerce função sintática. Como conjunção, a pala-
ca; como o próprio nome indica, é usada apenas para dar vra se pode ser:
realce. Como partícula expletiva, aparece também na ex- * conjunção subordinativa integrante: inicia uma ora-
pressão é que. ção subordinada substantiva.
Perguntei se ele estava feliz.
Quase que não consigo chegar a tempo. * conjunção subordinativa condicional: inicia uma ora-
Elas é que conseguiram chegar. ção adverbial condicional (equivale a caso).
Advérbio: modifica um adjetivo ou um advérbio. Se todos tivessem estudado, as notas seriam boas.
Equivale a quão. Quando funciona como advérbio, a pala-
Partícula expletiva ou de realce: pode ser retirada da
vra que exerce a função sintática de adjunto adverbial; no
frase sem prejuízo algum para o sentido. Nesse caso, a pa-
caso, de intensidade.
lavra se não exerce função sintática. Como o próprio nome
indica, é usada apenas para dar realce.
Que lindas flores!
Passavam-se os dias e nada acontecia.
Que barato!
Parte integrante do verbo: faz parte integrante dos
Pronome: como pronome, a palavra que pode ser: verbos pronominais. Nesse caso, o se não exerce função
• pronome relativo: retoma um termo da oração an- sintática.
tecedente, projetando-o na oração consequente. Equivale Ele arrependeu-se do que fez.
a o qual e flexões.

100
LÍNGUA PORTUGUESA

Partícula apassivadora: ligada a verbo que pede ob- Quanto ao nível informal, por sua vez, representa o es-
jeto direto, caracteriza as orações que estão na voz passi- tilo considerado “de menor prestígio”, e isto tem gerado
va sintética. É também chamada de pronome apassivador. controvérsias entre os estudos da língua, uma vez que, para
Nesse caso, não exerce função sintática, seu papel é apenas a sociedade, aquela pessoa que fala ou escreve de maneira
apassivar o verbo. errônea é considerada “inculta”, tornando-se desta forma
um estigma.
Vendem-se casas. Compondo o quadro do padrão informal da lingua-
Aluga-se carro. gem, estão as chamadas variedades linguísticas, as quais
Compram-se joias. representam as variações de acordo com as condições so-
Índice de indeterminação do sujeito: vem ligando a ciais, culturais, regionais e históricas em que é utilizada.
um verbo que não é transitivo direto, tornando o sujeito Dentre elas destacam-se:
indeterminado. Não exerce propriamente uma função sin-
tática, seu papel é o de indeterminar o sujeito. Lembre-se Variações históricas: Dado o dinamismo que a lín-
de que, nesse caso, o verbo deverá estar na terceira pessoa gua apresenta, a mesma sofre transformações ao longo do
do singular. tempo. Um exemplo bastante representativo é a questão
da ortografia, se levarmos em consideração a palavra far-
Trabalha-se de dia. mácia, uma vez que a mesma era grafada com “ph”, con-
Precisa-se de vendedores. trapondo-se à linguagem dos internautas, a qual se fun-
damenta pela supressão do vocábulos. Analisemos, pois, o
Pronome reflexivo: quando a palavra se é pronome fragmento exposto:
pessoal, ela deverá estar sempre na mesma pessoa do su-
jeito da oração de que faz parte. Por isso o pronome oblí-
quo se sempre será reflexivo (equivalendo a a si mesmo), Antigamente
podendo assumir as seguintes funções sintáticas:
“Antigamente, as moças chamavam-se mademoiselles e
eram todas mimosas e muito prendadas. Não faziam anos:
* objeto direto
completavam primaveras, em geral dezoito. Os janotas,
Ele cortou-se com o facão.
mesmo sendo rapagões, faziam-lhes pé-de-alferes, arras-
* objeto indireto
tando a asa, mas ficavam longos meses debaixo do balaio.”
Ele se atribui muito valor.
Carlos Drummond de Andrade
* sujeito de um infinitivo
Comparando-o à modernidade, percebemos um voca-
“Sofia deixou-se estar à janela.”
bulário antiquado.
* Texto adaptado por Por Marina Cabral Variações regionais: São os chamados dialetos, que
são as marcas determinantes referentes a diferentes re-
Fonte: http://brasilescola.uol.com.br/gramatica/classi- giões. Como exemplo, citamos a palavra mandioca que,
ficacao-das-palavras-que-e-se.htm em certos lugares, recebe outras nomenclaturas, tais como:
macaxeira e aipim. Figurando também esta modalidade es-
tão os sotaques, ligados às características orais da lingua-
gem.

VARIAÇÃO LINGUÍSTICA. Variações sociais ou culturais: Estão diretamente li-


gadas aos grupos sociais de uma maneira geral e também
ao grau de instrução de uma determinada pessoa. Como
exemplo, citamos as gírias, os jargões e o linguajar caipira.
A linguagem é a característica que nos difere dos de- As gírias pertencem ao vocabulário específico de cer-
mais seres, permitindo-nos a oportunidade de expressar tos grupos, como os surfistas, cantores de rap, tatuadores,
sentimentos, revelar conhecimentos, expor nossa opinião entre outros. Os jargões estão relacionados ao profissiona-
frente aos assuntos relacionados ao nosso cotidiano e, so- lismo, caracterizando um linguajar técnico. Representando
bretudo, promovendo nossa inserção ao convívio social. a classe, podemos citar os médicos, advogados, profissio-
Dentre os fatores que a ela se relacionam destacam-se os nais da área de informática, dentre outros.
níveis da fala, que são basicamente dois: o nível de formali-
dade e o de informalidade. Vejamos um poema sobre o assunto:
O padrão formal está diretamente ligado à linguagem
escrita, restringindo-se às normas gramaticais de um modo Vício na fala
geral. Razão pela qual nunca escrevemos da mesma ma- Para dizerem milho dizem mio
neira que falamos. Este fator foi determinante para a que Para melhor dizem mió
a mesma pudesse exercer total soberania sobre as demais. Para pior pió

101
LÍNGUA PORTUGUESA

Para telha dizem teia Releva considerar, assim, o momento do discurso, que
Para telhado dizem teiado pode ser íntimo, neutro ou solene. O momento íntimo é o
E vão fazendo telhados. das liberdades da fala. No recesso do lar, na fala entre ami-
Oswald de Andrade gos, parentes, namorados, etc., portanto, são consideradas
perfeitamente normais construções do tipo:
Fonte: http://www.brasilescola.com/gramatica/varia- Eu não vi ela hoje.
coes-linguisticas.htm Ninguém deixou ele falar.
Deixe eu ver isso!
Eu te amo, sim, mas não abuse!
Níveis de linguagem Não assisti o filme nem vou assisti-lo.
Sou teu pai, por isso vou perdoá-lo.
A língua é um código de que se serve o homem para
elaborar mensagens, para se comunicar. Existem basica- Nesse momento, a informalidade prevalece sobre a
mente duas modalidades de língua, ou seja, duas línguas norma culta, deixando mais livres os interlocutores.
funcionais: O momento neutro é o do uso da língua-padrão, que
1) a língua funcional de modalidade culta, língua culta é a língua da Nação. Como forma de respeito, tomam-se
ou língua-padrão, que compreende a língua literária, tem por base aqui as normas estabelecidas na gramática, ou
por base a norma culta, forma linguística utilizada pelo seja, a norma culta. Assim, aquelas mesmas construções se
segmento mais culto e influente de uma sociedade. Cons- alteram:
titui, em suma, a língua utilizada pelos veículos de comu- Eu não a vi hoje.
nicação de massa (emissoras de rádio e televisão, jornais, Ninguém o deixou falar.
revistas, painéis, anúncios, etc.), cuja função é a de serem Deixe-me ver isso!
aliados da escola, prestando serviço à sociedade, colabo- Eu te amo, sim, mas não abuses!
rando na educação; Não assisti ao filme nem vou assistir a ele.
2) a língua funcional de modalidade popular; língua po-
Sou seu pai, por isso vou perdoar-lhe.
pular ou língua cotidiana, que apresenta gradações as mais
diversas, tem o seu limite na gíria e no calão.
Considera-se momento neutro o utilizado nos veículos
Norma culta:
de comunicação de massa (rádio, televisão, jornal, revista,
etc.). Daí o fato de não se admitirem deslizes ou transgres-
A norma culta, forma linguística que todo povo civiliza-
sões da norma culta na pena ou na boca de jornalistas,
do possui, é a que assegura a unidade da língua nacional.
quando no exercício do trabalho, que deve refletir serviço
E justamente em nome dessa unidade, tão importante do
à causa do ensino.
ponto de vista político--cultural, que é ensinada nas esco-
las e difundida nas gramáticas. Sendo mais espontânea e O momento solene, acessível a poucos, é o da arte
criativa, a língua popular afigura-se mais expressiva e dinâ- poética, caracterizado por construções de rara beleza.
mica. Temos, assim, à guisa de exemplificação: Vale lembrar, finalmente, que a língua é um costume.
Estou preocupado. (norma culta) Como tal, qualquer transgressão, ou chamado erro, deixa
Tô preocupado. (língua popular) de sê-lo no exato instante em que a maioria absoluta o co-
Tô grilado. (gíria, limite da língua popular) mete, passando, assim, a constituir fato linguístico registro
de linguagem definitivamente consagrado pelo uso, ainda
Não basta conhecer apenas uma modalidade de lín- que não tenha amparo gramatical. Exemplos:
gua; urge conhecer a língua popular, captando-lhe a es- Olha eu aqui! (Substituiu: Olha-me aqui!)
pontaneidade, expressividade e enorme criatividade, para Vamos nos reunir. (Substituiu: Vamo-nos reunir.)
viver; urge conhecer a língua culta para conviver. Não vamos nos dispersar. (Substituiu: Não nos vamos
Podemos, agora, definir gramática: é o estudo das nor- dispersar e Não vamos dispersar-nos.)
mas da língua culta. Tenho que sair daqui depressinha. (Substituiu: Tenho de
sair daqui bem depressa.)
O conceito de erro em língua: O soldado está a postos. (Substituiu: O soldado está no
seu posto.)
Em rigor, ninguém comete erro em língua, exceto nos
casos de ortografia. O que normalmente se comete são As formas impeço, despeço e desimpeço, dos verbos im-
transgressões da norma culta. De fato, aquele que, num pedir, despedir e desimpedir, respectivamente, são exemplos
momento íntimo do discurso, diz: “Ninguém deixou ele fa- também de transgressões ou “erros” que se tornaram fatos
lar”, não comete propriamente erro; na verdade, transgride linguísticos, já que só correm hoje porque a maioria viu
a norma culta. tais verbos como derivados de pedir, que tem início, na sua
Um repórter, ao cometer uma transgressão em sua fala, conjugação, com peço. Tanto bastou para se arcaizarem as
transgride tanto quanto um indivíduo que comparece a um formas então legítimas impido, despido e desimpido, que
banquete trajando xortes ou quanto um banhista, numa hoje nenhuma pessoa bem-escolarizada tem coragem de
praia, vestido de fraque e cartola. usar.

102
LÍNGUA PORTUGUESA

Em vista do exposto, será útil eliminar do vocabulário


escolar palavras como corrigir e correto, quando nos refe- O PROCESSO DE COMUNICAÇÃO E AS
rimos a frases. “Corrija estas frases” é uma expressão que FUNÇÕES DA LINGUAGEM.
deve dar lugar a esta, por exemplo: “Converta estas frases
da língua popular para a língua culta”.
Uma frase correta não é aquela que se contrapõe a
uma frase “errada”; é, na verdade, uma frase elaborada con- Comunicação
forme as normas gramaticais; em suma, conforme a norma
culta. A comunicação constitui uma das ferramentas mais im-
portantes que os líderes têm à sua disposição para desem-
Língua escrita e língua falada. Nível de linguagem: penhar as suas funções de influência. A sua importância é
tal que alguns autores a consideram mesmo como o “san-
A língua escrita, estática, mais elaborada e menos eco- gue” que dá vida à organização. Esta importância deve-se
nômica, não dispõe dos recursos próprios da língua falada. essencialmente ao fato de apenas através de uma comuni-
A acentuação (relevo de sílaba ou sílabas), a entoação cação efetiva ser possível:
(melodia da frase), as pausas (intervalos significativos no
decorrer do discurso), além da possibilidade de gestos, - Estabelecer e dar a conhecer, com a participação de
olhares, piscadas, etc., fazem da língua falada a modalidade membros de todos os níveis hierárquicos da organização,
mais expressiva, mais criativa, mais espontânea e natural, os objetivos organizacionais por forma a que contemplem,
estando, por isso mesmo, mais sujeita a transformações e não apenas os interesses da organização, mas também os
a evoluções. interesses de todos os seus membros.
Nenhuma, porém, sobrepõe-se a outra em importân-
cia. Nas escolas, principalmente, costuma se ensinar a lín- - Definir e dar a conhecer, com a participação de mem-
gua falada com base na língua escrita, considerada supe- bros de todos os níveis hierárquicos da organização, a es-
rior. Decorrem daí as correções, as retificações, as emendas, trutura organizacional, quer ao nível do desenho organiza-
a que os professores sempre estão atentos. cional, quer ao nível da distribuição de autoridade, respon-
Ao professor cabe ensinar as duas modalidades, mos- sabilidade e tarefas.
trando as características e as vantagens de uma e outra,
sem deixar transparecer nenhum caráter de superioridade - Definir e dar a conhecer, com a participação de mem-
ou inferioridade, que em verdade inexiste. bros de todos os níveis hierárquicos da organização, de-
Isso não implica dizer que se deve admitir tudo na lín- cisões, planos, políticas, procedimentos e regras aceites e
gua falada. A nenhum povo interessa a multiplicação de respeitadas por todos os membros da organização.
línguas. A nenhuma nação convém o surgimento de diale-
tos, consequência natural do enorme distanciamento entre - Coordenar, dar apoio e controlar as atividades de to-
uma modalidade e outra. dos os membros da organização.
A língua escrita é, foi e sempre será mais bem-ela-
borada que a língua falada, porque é a modalidade que - Efetuar a integração dos diferentes departamentos e
mantém a unidade linguística de um povo, além de ser a permitir a ajuda e cooperação interdepartamental.
que faz o pensamento atravessar o espaço e o tempo. Ne-
nhuma reflexão, nenhuma análise mais detida será possível - Desempenhar eficazmente o papel de influência atra-
sem a língua escrita, cujas transformações, por isso mesmo, vés da compreensão e atuação em conformidade satisfa-
processam-se lentamente e em número consideravelmente ção das necessidades e sentimentos das pessoas por forma
menor, quando cotejada com a modalidade falada. a aumentar a sua motivação.
Importante é fazer o educando perceber que o nível da
linguagem, a norma linguística, deve variar de acordo com Elementos do Processo de Comunicação
a situação em que se desenvolve o discurso.
O ambiente sociocultural determina o nível da lingua- Para perceber desenvolver políticas de comunicação
gem a ser empregado. O vocabulário, a sintaxe, a pronúncia eficazes é necessário analisar antes cada um dos elemen-
e até a entoação variam segundo esse nível. Um padre não tos que fazem parte do processo de comunicação. Assim,
fala com uma criança como se estivesse em uma missa, as- fazem parte do processo de comunicação o emissor, um
sim como uma criança não fala como um adulto. Um enge- canal de transmissão, geralmente influenciado por ruídos,
nheiro não usará um mesmo discurso, ou um mesmo nível um receptor e ainda o feedback do receptor.
de fala, para colegas e para pedreiros, assim como nenhum
professor utiliza o mesmo nível de fala no recesso do lar e - Emissor (ou fonte da mensagem da comunicação):
na sala de aula. representa quem pensa, codifica e envia a mensagem, ou
Existem, portanto, vários níveis de linguagem e, entre seja, quem inicia o processo de comunicação. A codificação
esses níveis, destacam-se em importância o culto e o coti- da mensagem pode ser feita transformando o pensamento
diano, a que já fizemos referência. que se pretende transmitir em palavras, gestos ou símbolos
que sejam compreensíveis por quem recebe a mensagem.

103
LÍNGUA PORTUGUESA

- Canal de transmissão da mensagem: faz a ligação parte do emissor, nomeadamente com o fato de se tor-
entre o emissor e o receptor e representa o meio através narem impossíveis ou pelo menos difíceis as retificações e
do qual é transmitida a mensagem. Existe uma grande as novas explicações para melhor compreensão após a sua
variedade de canais de transmissão, cada um deles com transmissão. Assim, os principais cuidados a ter para que
vantagens e inconvenientes: destacam-se o ar (no caso do a mensagem seja perfeitamente recebida e compreendida
emissor e receptor estarem frente a frente), o telefone, os pelo(s) receptor(es) são o uso de caligrafia legível e unifor-
meios eletrônicos e informáticos, os memorandos, a rádio, me (se manuscrita), a apresentação cuidada, a pontuação
a televisão, entre outros. e ortografia corretas, a organização lógica das ideias, a ri-
queza vocabular e a correção frásica. O emissor deve ainda
- Receptor da mensagem: representa quem recebe e possuir um perfeito conhecimento dos temas e deve tentar
descodifica a mensagem. Aqui é necessário ter em atenção prever as reações/feedback à sua mensagem.
que a descodificação da mensagem resulta naquilo que Como principais vantagens da comunicação escrita,
efetivamente o emissor pretendia enviar (por exemplo, em podemos destacar o fato de ser duradoura e permitir um
diferentes culturas, um mesmo gesto pode ter significados registro e de permitir uma maior atenção à organização
diferentes). Podem existir apenas um ou numerosos recep- da mensagem sendo, por isso, adequada para a transmitir
tores para a mesma mensagem. políticas, procedimentos, normas e regras. Adequa-se tam-
bém a mensagens longas e que requeiram uma maior aten-
- Ruídos: representam obstruções mais ou menos in- ção e tempo por parte do receptor tais como relatórios e
tensas ao processo de comunicação e podem ocorrer em análises diversas. Como principais desvantagens destacam-
qualquer uma das suas fases. Denominam-se ruídos inter- se a já referida ausência do receptor o que impossibilita o
nos se ocorrem durante as fases de codificação ou desco- feedback imediato, não permite correções ou explicações
dificação e externos se ocorrerem no canal de transmissão. adicionais e obriga ao uso exclusivo da linguagem verbal.
Obviamente estes ruídos variam consoante o tipo de canal
de transmissão utilizado e consoante as características do Comunicação Oral
emissor e do(s) receptor(es), sendo, por isso, um dos crité-
rios utilizados na escolha do canal de transmissão quer do No caso da comunicação oral, a sua principal caracte-
tipo de codificação. rística é a presença do receptor (exclui-se, obviamente, a
comunicação oral que utilize a televisão, a rádio, ou as gra-
- Retro-informação (feedback): representa a resposta vações). Esta característica explica diversas das suas prin-
do(s) receptor(es) ao emissor da mensagem e pode ser cipais vantagens, nomeadamente o fato de permitir o fee-
utilizada como uma medida do resultado da comunicação. dback imediato, permitir a passagem imediata do receptor
Pode ou não ser transmitida pelo mesmo canal de trans- a emissor e vice-versa, permitir a utilização de comunica-
missão. ção não verbal como os gestos a mímica e a entoação, por
exemplo, facilitar as retificações e explicações adicionais,
Embora os tipos de comunicação sejam inúmeros, po- permitir observar as reações do receptor, e ainda a grande
dem ser agrupados em comunicação verbal e comunica- rapidez de transmissão. Contudo, e para que estas vanta-
ção não verbal. Como comunicação não verbal podemos gens sejam aproveitadas é necessário o conhecimento dos
considerar os gestos, os sons, a mímica, a expressão facial, temas, a clareza, a presença e naturalidade, a voz agradável
as imagens, entre outros. É frequentemente utilizada em e a boa dicção, a linguagem adaptada, a segurança e auto-
locais onde o ruído ou a situação impede a comunicação domínio, e ainda a disponibilidade para ouvir.
oral ou escrita como por exemplo as comunicações entre Como principais desvantagens da comunicação oral
“dealers” nas bolsas de valores. É também muito utilizada destacam-se o fato de ser efêmera, não permitindo qual-
como suporte e apoio à comunicação oral. quer registro e, consequentemente, não se adequando a
Quanto à comunicação verbal, que inclui a comunica- mensagens longas e que exijam análise cuidada por parte
ção escrita e a comunicação oral, por ser a mais utilizada na do receptor.
sociedade em geral e nas organizações em particular, por
ser a única que permite a transmissão de ideias complexas Gêneros Escritos e Orais
e por ser um exclusivo da espécie humana, é aquela que
mais atenção tem merecido dos investigadores, caracteri- Gêneros textuais são tipos específicos de textos de
zando-a e estudando quando e como deve ser utilizada. qualquer natureza, literários ou não. Modalidades discur-
sivas constituem as estruturas e as funções sociais (narra-
Comunicação Escrita tivas, discursivas, argumentativas) utilizadas como formas
de organizar a linguagem. Dessa forma, podem ser consi-
A comunicação escrita teve o seu auge, e ainda hoje derados exemplos de gêneros textuais: anúncios, convites,
predomina, nas organizações burocráticas que seguem atas, avisos, programas de auditórios, bulas, cartas, comé-
os princípios da Teoria da Burocracia enunciados por Max dias, contos de fadas, crônicas, editoriais, ensaios, entrevis-
Weber. A principal característica é o fato do receptor estar tas, contratos, decretos, discursos políticos, histórias, ins-
ausente tornando-a, por isso, num monólogo permanente truções de uso, letras de música, leis, mensagens, notícias.
do emissor. Esta característica obriga a alguns cuidados por São textos que circulam no mundo, que têm uma função

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LÍNGUA PORTUGUESA

específica, para um público específico e com características Exemplo de gêneros orais e escritos: Texto expositivo,
próprias. Aliás, essas características peculiares de um gêne- exposição oral, seminário, conferência, comunicação oral,
ro discursivo nos permitem abordar aspectos da textualida- palestra, entrevista de especialista, verbete, artigo enciclo-
de, tais como coerência e coesão textuais, impessoalidade, pédico, texto explicativo, tomada de notas, resumo de tex-
técnicas de argumentação e outros aspectos pertinentes tos expositivos e explicativos, resenha, relatório científico,
ao gênero em questão. relatório oral de experiência.
Gênero de texto então, refere-se às diferentes formas
de expressão textual. Nos estudos da Literatura, temos, por Domínios sociais de comunicação: Instruções e prescri-
exemplo, poesia, crônicas, contos, prosa, etc. ções.
Para a linguística, os gêneros textuais englobam estes Aspectos tipológicos: Descrever ações.
e todos os textos produzidos por usuários de uma língua. Capacidade de linguagem dominante: Regulação mú-
Assim, ao lado da crônica, do conto, vamos também iden- tua de comportamentos.
tificar a carta pessoal, a conversa telefônica, o email, e tan- Exemplo de gêneros orais e escritos: Instruções de mon-
tos outros exemplares de gêneros que circulam em nossa tagem, receita, regulamento, regras de jogo, instruções de
sociedade. uso, comandos diversos, textos prescritivos.
Quanto à forma ou estrutura das sequências linguís-
ticas encontradas em cada texto, podemos classificá-los
dentro dos tipos textuais a partir de suas estruturas e esti-
los composicionais. Funções da Linguagem
Domínios sociais de comunicação: Cultura Literária Fic-
cional. Quando se pergunta a alguém para que serve a lingua-
Aspectos tipológicos: Narrar. gem, a resposta mais comum é que ela serve para comuni-
Capacidade de linguagem dominante: Mimeses de ação car. Isso está correto. No entanto, comunicar não é apenas
através da criação da intriga no domínio do verossímil. transmitir informações. É também exprimir emoções, dar
Exemplo de gêneros orais e escritos: Conto de Fadas, fá- ordens, falar apenas para não haver silêncio. Para que serve
bula, lenda,narrativa de aventura, narrativa de ficção cien- a linguagem?
tífica, narrativa de enigma, narrativa mítica, sketch ou his- - A linguagem serve para informar: Função Referencial.
tória engraçada, biografia romanceada, romance, romance
histórico, novela fantástica, conto, crônica literária, adivi- “Estados Unidos invadem o Iraque”
nha, piada.
Domínios sociais de comunicação: Documentação e Essa frase, numa manchete de jornal, informa-nos so-
memorização das ações humana. bre um acontecimento do mundo.
Aspectos tipológicos: Relatar. Com a linguagem, armazenamos conhecimentos na
Capacidade de linguagem dominante: Representação memória, transmitimos esses conhecimentos a outras pes-
pelo discurso de experiências vividas, situadas no tempo. soas, ficamos sabendo de experiências bem-sucedidas, so-
Exemplo de gêneros orais e escritos: Relato de expe- mos prevenidos contra as tentativas mal sucedidas de fazer
riência vivida, relato de viagem, diário íntimo, testemunho, alguma coisa. Graças à linguagem, um ser humano recebe
anedota ou caso, autobiografia, curriculum vitae, notícia, de outro conhecimentos, aperfeiçoa-os e transmite-os.
reportagem, crônica social, crônica esportiva, histórico, re- Condillac, um pensador francês, diz: “Quereis aprender
lato histórico, ensaio ou perfil biográfico, biografia. ciências com facilidade? Começai a aprender vossa própria
língua!” Com efeito, a linguagem é a maneira como apren-
Domínios sociais de comunicação: Discussão de proble- demos desde as mais banais informações do dia a dia até
mas sociais controversos. as teorias científicas, as expressões artísticas e os sistemas
Aspectos tipológicos: Argumentar. filosóficos mais avançados.
Capacidade de linguagem dominante: Sustentação, re- A função informativa da linguagem tem importância
futação e negociação de tomadas de posição. central na vida das pessoas, consideradas individualmente
Exemplo de gêneros orais e escritos: Textos de opinião, ou como grupo social. Para cada indivíduo, ela permite co-
diálogo argumentativo, carta de leitor, carta de solicitação, nhecer o mundo; para o grupo social, possibilita o acúmulo
deliberação informal, debate regrado, assembleia, discurso de conhecimentos e a transferência de experiências. Por
de defesa (advocacia), discurso de acusação (advocacia), meio dessa função, a linguagem modela o intelecto.
resenha crítica, artigos de opinião ou assinados, editorial, É a função informativa que permite a realização do
ensaio. trabalho coletivo. Operar bem essa função da linguagem
possibilita que cada indivíduo continue sempre a aprender.
Domínios sociais de comunicação: Transmissão e cons- A função informativa costuma ser chamada também de
trução de saberes. função referencial, pois seu principal propósito é fazer com
Aspectos tipológicos: Expor. que as palavras revelem da maneira mais clara possível as
Capacidade de linguagem dominante: Apresentação coisas ou os eventos a que fazem referência.
textual de diferentes formas dos saberes.

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LÍNGUA PORTUGUESA

- A linguagem serve para influenciar e ser influenciado: insinuarem intimidade com ele e, portanto, de exprimirem
Função Conativa. a importância que lhes seria atribuída pela proximidade
com o poder. Inúmeras vezes, contamos coisas que fizemos
“Vem pra Caixa você também.” para afirmarmo-nos perante o grupo, para mostrar nossa
valentia ou nossa erudição, nossa capacidade intelectual ou
Essa frase fazia parte de uma campanha destinada a nossa competência na conquista amorosa.
aumentar o número de correntistas da Caixa Econômica Por meio do tipo de linguagem que usamos, do tom
Federal. Para persuadir o público alvo da propaganda a de voz que empregamos, etc., transmitimos uma imagem
adotar esse comportamento, formulou-se um convite com nossa, não raro inconscientemente.
uma linguagem bastante coloquial, usando, por exemplo, a Emprega-se a expressão função emotiva para designar
forma vem, de segunda pessoa do imperativo, em lugar de a utilização da linguagem para a manifestação do enuncia-
venha, forma de terceira pessoa prescrita pela norma culta dor, isto é, daquele que fala.
quando se usa você.
Pela linguagem, as pessoas são induzidas a fazer de- - A linguagem serve para criar e manter laços sociais:
terminadas coisas, a crer em determinadas ideias, a sen- Função Fática.
tir determinadas emoções, a ter determinados estados de
alma (amor, desprezo, desdém, raiva, etc.). Por isso, pode- __Que calorão, hein?
se dizer que ela modela atitudes, convicções, sentimentos, __Também, tem chovido tão pouco.
emoções, paixões. Quem ouve desavisada e reiteradamente __Acho que este ano tem feito mais calor do que nos
a palavra negro pronunciada em tom desdenhoso aprende outros.
a ter sentimentos racistas; se a todo momento nos dizem, __Eu não me lembro de já ter sentido tanto calor.
num tom pejorativo, “Isso é coisa de mulher”, aprendemos
os preconceitos contra a mulher. Esse é um típico diálogo de pessoas que se encontram
Não se interfere no comportamento das pessoas ape- num elevador e devem manter uma conversa nos poucos
nas com a ordem, o pedido, a súplica. Há textos que nos instantes em que estão juntas. Falam para nada dizer, ape-
influenciam de maneira bastante sutil, com tentações e nas porque o silêncio poderia ser constrangedor ou pare-
seduções, como os anúncios publicitários que nos dizem cer hostil.
como seremos bem sucedidos, atraentes e charmosos se Quando estamos num grupo, numa festa, não pode-
usarmos determinadas marcas, se consumirmos certos mos manter-nos em silêncio, olhando uns para os outros.
produtos. Por outro lado, a provocação e a ameaça expres- Nessas ocasiões, a conversação é obrigatória. Por isso,
sas pela linguagem também servem para fazer fazer. quando não se tem assunto, fala-se do tempo, repetem-se
Com essa função, a linguagem modela tanto bons ci- histórias que todos conhecem, contam-se anedotas velhas.
dadãos, que colocam o respeito ao outro acima de tudo, A linguagem, nesse caso, não tem nenhuma função que
quanto espertalhões, que só pensam em levar vantagem, não seja manter os laços sociais. Quando encontramos al-
e indivíduos atemorizados, que se deixam conduzir sem guém e lhe perguntamos “Tudo bem?”, em geral não que-
questionar. remos, de fato, saber se nosso interlocutor está bem, se
Emprega-se a expressão função conativa da linguagem está doente, se está com problemas.
quando esta é usada para interferir no comportamento A fórmula é uma maneira de estabelecer um vínculo
das pessoas por meio de uma ordem, um pedido ou uma social.
sugestão. A palavra conativo é proveniente de um verbo Também os hinos têm a função de criar vínculos, seja
latino (conari) que significa “esforçar-se” (para obter algo). entre alunos de uma escola, entre torcedores de um time
de futebol ou entre os habitantes de um país. Não importa
- A linguagem serve para expressar a subjetividade: que as pessoas não entendam bem o significado da letra
Função Emotiva. do Hino Nacional, pois ele não tem função informativa: o
importante é que, ao cantá-lo, sentimo-nos participantes
“Eu fico possesso com isso!” da comunidade de brasileiros.
Na nomenclatura da linguística, usa-se a expressão
Nessa frase, quem fala está exprimindo sua indignação função fática para indicar a utilização da linguagem para
com alguma coisa que aconteceu. Com palavras, objetiva- estabelecer ou manter aberta a comunicação entre um fa-
mos e expressamos nossos sentimentos e nossas emoções. lante e seu interlocutor.
Exprimimos a revolta e a alegria, sussurramos palavras de
amor e explodimos de raiva, manifestamos desespero, - A linguagem serve para falar sobre a própria lingua-
desdém, desprezo, admiração, dor, tristeza. Muitas ve- gem: Função Metalinguística.
zes, falamos para exprimir poder ou para afirmarmo-nos
socialmente. Durante o governo do presidente Fernando Quando dizemos frases como “A palavra ‘cão’ é um
Henrique Cardoso, ouvíamos certos políticos dizerem “A substantivo”; “É errado dizer ‘a gente viemos’”; “Estou usan-
intenção do Fernando é levar o país à prosperidade” ou “O do o termo ‘direção’ em dois sentidos”; “Não é muito elegan-
Fernando tem mudado o país”. Essa maneira informal de se te usar palavrões”, não estamos falando de acontecimen-
referirem ao presidente era, na verdade, uma maneira de tos do mundo, mas estamos tecendo comentários sobre a

106
LÍNGUA PORTUGUESA

própria linguagem. É o que chama função metalinguística. Verifica-se que a linguagem pode ser usada utilitaria-
A atividade metalinguística é inseparável da fala. Falamos mente ou esteticamente. No primeiro caso, ela é utilizada
sobre o mundo exterior e o mundo interior e ao mesmo para informar, para influenciar, para manter os laços sociais,
tempo, fazemos comentários sobre a nossa fala e a dos etc. No segundo, para produzir um efeito prazeroso de des-
outros. Quando afirmamos como diz o outro, estamos co- coberta de sentidos. Em função estética, o mais importante
mentando o que declaramos: é um modo de esclarecer que é como se diz, pois o sentido também é criado pelo ritmo,
não temos o hábito de dizer uma coisa tão trivial como a pelo arranjo dos sons, pela disposição das palavras, etc.
que estamos enunciando; inversamente, podemos usar a Na estrofe abaixo, retirada do poema “A Cavalgada”, de
metalinguagem como recurso para valorizar nosso modo Raimundo Correia, a sucessão dos sons oclusivos /p/, /t/,
de dizer. É o que se dá quando dizemos, por exemplo, Paro-
/k/, /b/, /d/, /g/ sugere o patear dos cavalos:
diando o padre Vieira ou Para usar uma expressão clássica,
vou dizer que “peixes se pescam, homens é que se não
E o bosque estala, move-se, estremece...
podem pescar”.
Da cavalgada o estrépito que aumenta
- A linguagem serve para criar outros universos. Perde-se após no centro da montanha...

A linguagem não fala apenas daquilo que existe, fala Apud: Lêdo Ivo. Raimundo Correia: Poesia. 4ª ed.
também do que nunca existiu. Com ela, imaginamos novos Rio de Janeiro, Agir, p. 29. Coleção Nossos Clássi-
mundos, outras realidades. Essa é a grande função da arte: cos.
mostrar que outros modos de ser são possíveis, que outros
universos podem existir. O filme de Woody Allen “A rosa Observe-se que a maior concentração de sons oclu-
púrpura do Cairo” (1985) mostra isso de maneira bem ex- sivos ocorre no segundo verso, quando se afirma que o
pressiva. Nele, conta-se a história de uma mulher que, para barulho dos cavalos aumenta.
consolar-se do cotidiano sofrido e dos maus-tratos infligi- Quando se usam recursos da própria língua para acres-
dos pelo marido, refugia-se no cinema, assistindo inúmeras centar sentidos ao conteúdo transmitido por ela, diz-se
vezes a um filme de amor em que a vida é glamorosa, e o que estamos usando a linguagem em sua função poética.
galã é carinhoso e romântico. Um dia, ele sai da tela e am-
bos vão viver juntos uma série de aventuras. Nessa outra Para melhor compreensão das funções de linguagem,
realidade, os homens são gentis, a vida não é monótona, o torna-se necessário o estudo dos elementos da comuni-
amor nunca diminui e assim por diante.
cação.
Antigamente, tinha-se a ideia que o diálogo era de-
- A linguagem serve como fonte de prazer: Função
Poética. senvolvido de maneira “sistematizada” (alguém pergunta
- alguém espera ouvir a pergunta, daí responde, enquanto
Brincamos com as palavras. Os jogos com o sentido outro escuta em silêncio, etc).
e os sons são formas de tornar a linguagem um lugar de Exemplo:
prazer. Divertimo-nos com eles. Manipulamos as palavras
para delas extrairmos satisfação. Elementos da comunicação
Oswald de Andrade, em seu “Manifesto antropófago”,
diz “Tupi or not tupi”; trata-se de um jogo com a frase sha- - Emissor - emite, codifica a mensagem;
kespeariana “To be or not to be”. Conta-se que o poeta Emí- - Receptor - recebe, decodifica a mensagem;
lio de Menezes, quando soube que uma mulher muito gor- - Mensagem - conteúdo transmitido pelo emissor;
da se sentara no banco de um ônibus e este quebrara, fez - Código - conjunto de signos usado na transmissão e
o seguinte trocadilho: “É a primeira vez que vejo um banco recepção da mensagem;
quebrar por excesso de fundos”. - Referente - contexto relacionado a emissor e recep-
A palavra banco está usada em dois sentidos: “móvel tor;
comprido para sentar-se” e “casa bancária”. Também está - Canal - meio pelo qual circula a mensagem.
empregado em dois sentidos o termo fundos: “nádegas” e Porém, com os estudos recentes dos linguistas, essa
“capital”, “dinheiro”.
teoria sofreu uma modificação, pois, chegou-se a conclu-
são que quando se trata da parole, entende-se que é um
Observe-se o uso do verbo bater, em expressões diver-
veículo democrático (observe a função fática), assim, admi-
sas, com significados diferentes, nesta frase do deputado
Virgílio Guimarães: te-se um novo formato de locução, ou, interlocução (diá-
logo interativo):
“ACM bate boca porque está acostumado a bater: bateu
continência para os militares, bateu palmas para o Collor e - locutor - quem fala (e responde);
quer bater chapa em 2002. Mas o que falta é que lhe bata - locutário - quem ouve e responde;
uma dor de consciência e bata em retirada.” - interlocução - diálogo
(Folha de S. Paulo)

107
LÍNGUA PORTUGUESA

As respostas, dos “interlocutores” podem ser gestuais, EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES


faciais etc. por isso a mudança (aprimoração) na teoria. SOBRE: LÍNGUA PORTUGUESA
As atitudes e reações dos comunicantes são também
referentes e exercem influência sobre a comunicação 1-) (FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO ABC/
SP – ADMINISTRADOR - VUNESP/2013) Assinale a al-
Lembramo-nos: ternativa correta quanto à concordância, de acordo
com a norma-padrão da língua portuguesa.
- Emotiva (ou expressiva): a mensagem centra-se no (A) A má distribuição de riquezas e a desigualdade
“eu” do emissor, é carregada de subjetividade. Ligada a esta social está no centro dos debates atuais.
função está, por norma, a poesia lírica. (B) Políticos, economistas e teóricos diverge em re-
- Função apelativa (imperativa): com este tipo de men- lação aos efeitos da desigualdade social.
sagem, o emissor atua sobre o receptor, afim de que este (C) A diferença entre a renda dos mais ricos e a dos
assuma determinado comportamento; há frequente uso mais pobres é um fenômeno crescente.
do vocativo e do imperativo. Esta função da linguagem é (D) A má distribuição de riquezas tem sido muito
frequentemente usada por oradores e agentes de publici- criticado por alguns teóricos.
dade. (E) Os debates relacionado à distribuição de rique-
- Função metalinguística: função usada quando a lín- zas não são de exclusividade dos economistas.
gua explica a própria linguagem (exemplo: quando, na aná-
Realizei a correção nos itens:
lise de um texto, investigamos os seus aspectos morfossin-
(A) A má distribuição de riquezas e a desigualdade so-
táticos e/ou semânticos).
cial está = estão
- Função informativa (ou referencial): função usada
(B) Políticos, economistas e teóricos diverge = diver-
quando o emissor informa objetivamente o receptor de
gem
uma realidade, ou acontecimento.
(C) A diferença entre a renda dos mais ricos e a dos
- Função fática: pretende conseguir e manter a atenção
mais pobres é um fenômeno crescente.
dos interlocutores, muito usada em discursos políticos e
(D) A má distribuição de riquezas tem sido muito criti-
textos publicitários (centra-se no canal de comunicação). cado = criticada
- Função poética: embeleza, enriquecendo a mensa- (E) Os debates relacionado = relacionados
gem com figuras de estilo, palavras belas, expressivas, rit-
mos agradáveis, etc. RESPOSTA: “C”.
Também podemos pensar que as primeiras falas cons- 2-) (COREN/SP – ADVOGADO – VUNESP/2013) Se-
cientes da raça humana ocorreu quando os sons emitidos guindo a norma-padrão da língua portuguesa, a frase
evoluíram para o que podemos reconhecer como “interjei- – Um levantamento mostrou que os adolescentes ame-
ções”. As primeiras ferramentas da fala humana. ricanos consomem em média 357 calorias diárias dessa
fonte. – recebe o acréscimo correto das vírgulas em:
A função biológica e cerebral da linguagem é aquilo (A) Um levantamento mostrou, que os adolescentes
que mais profundamente distingue o homem dos outros americanos consomem em média 357 calorias, diárias
animais. dessa fonte.
(B) Um levantamento mostrou que, os adolescentes
Podemos considerar que o desenvolvimento desta fun- americanos consomem, em média 357 calorias diárias
ção cerebral ocorre em estreita ligação com a bipedia e a dessa fonte.
libertação da mão, que permitiram o aumento do volume (C) Um levantamento mostrou que os adolescentes
do cérebro, a par do desenvolvimento de órgãos fonadores americanos consomem, em média, 357 calorias diárias
e da mímica facial dessa fonte.
(D) Um levantamento, mostrou que os adolescentes
Devido a estas capacidades, para além da linguagem americanos, consomem em média 357 calorias diárias
falada e escrita, o homem, aprendendo pela observação de dessa fonte.
animais, desenvolveu a língua de sinais adaptada pelos sur- (E) Um levantamento mostrou que os adolescentes
dos em diferentes países, não só para melhorar a comuni- americanos, consomem em média 357 calorias diárias,
cação entre surdos, mas também para utilizar em situações dessa fonte.
especiais, como no teatro e entre navios ou pessoas e não
animais que se encontram fora do alcance do ouvido, mas Assinalei com um “X” onde há pontuação inadequada
que se podem observar entre si. ou faltante:
(A) Um levantamento mostrou, (X) que os adolescentes
americanos consomem (X) em média (X) 357 calorias, (X)
diárias dessa fonte.
(B) Um levantamento mostrou que, (X) os adolescentes
americanos consomem, em média (X) 357 calorias diárias
dessa fonte.

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LÍNGUA PORTUGUESA

(C) Um levantamento mostrou que os adolescentes Distribuímos = regra do hiato


americanos consomem, em média, 357 calorias diárias des- (A) sócio = paroxítona terminada em ditongo
sa fonte. (B) sofrê-lo = oxítona (não se considera o pronome
(D) Um levantamento, (X) mostrou que os adolescentes oblíquo. Nunca!)
americanos, (X) consomem (X) em média (X) 357 calorias (C) lúcidos = proparoxítona
diárias dessa fonte. (D) constituí = regra do hiato (diferente de “constitui”
(E) Um levantamento mostrou que os adolescentes – oxítona: cons-ti-tui)
americanos, (X) consomem (X) em média (X) 357 calorias (E) órfãos = paroxítona terminada em “ão”
diárias, (X) dessa fonte.
RESPOSTA: “D”.
RESPOSTA: “C”.
5-) (TRT/PE – ANALISTA JUDICIÁRIO – FCC/2012)
3-) (TRT/RO E AC – ANALISTA JUDICIÁRIO – A concordância verbal está plenamente observada na
FCC/2011) Estão plenamente observadas as normas de frase:
concordância verbal na frase: (A) Provocam muitas polêmicas, entre crentes e
a) Destinam-se aos homens-placa um lugar visível materialistas, o posicionamento de alguns religiosos e
nas ruas e nas praças, ao passo que lhes é suprimida a parlamentares acerca da educação religiosa nas escolas
visibilidade social. públicas.
b) As duas tábuas em que se comprimem o famige- (B) Sempre deverão haver bons motivos, junto
rado homem-placa carregam ditos que soam irônicos, àqueles que são contra a obrigatoriedade do ensino
como “compro ouro”. religioso, para se reservar essa prática a setores da ini-
c) Não se compara aos vexames dos homens-placa ciativa privada.
a exposição pública a que se submetem os guardadores (C) Um dos argumentos trazidos pelo autor do tex-
de carros. to, contra os que votam a favor do ensino religioso na
d) Ao se revogarem o emprego de carros-placa na escola pública, consistem nos altos custos econômicos
propaganda imobiliária, poupou-se a todos uma de- que acarretarão tal medida.
monstração de mau gosto. (D) O número de templos em atividade na cidade
e) Não sensibilizavam aos possíveis interessados de São Paulo vêm gradativamente aumentando, em
em apartamentos de luxo a visão grotesca daqueles ve- proporção maior do que ocorrem com o número de es-
lhos carros-placa. colas públicas.
(E) Tanto a Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Fiz as correções entre parênteses: como a regulação natural do mercado sinalizam para
a) Destinam-se (destina-se) aos homens-placa um lu- as inconveniências que adviriam da adoção do ensino
gar visível nas ruas e nas praças, ao passo que lhes é supri- religioso nas escolas públicas.
mida a visibilidade social.
b) As duas tábuas em que se comprimem (comprime) (A) Provocam = provoca (o posicionamento)
o famigerado homem-placa carregam ditos que soam irô- (B) Sempre deverão haver bons motivos = deverá haver
nicos, como “compro ouro”. (C) Um dos argumentos trazidos pelo autor do texto,
c) Não se compara aos vexames dos homens-placa a contra os que votam a favor do ensino religioso na escola
exposição pública a que se submetem os guardadores de pública, consistem = consiste.
carros. (D) O número de templos em atividade na cidade de
d) Ao se revogarem (revogar) o emprego de carros- São Paulo vêm gradativamente aumentando, em propor-
-placa na propaganda imobiliária, poupou-se a todos uma ção maior do que ocorrem = ocorre
demonstração de mau gosto. (E) Tanto a Lei de Diretrizes e Bases da Educação como
e) Não sensibilizavam (sensibilizava) aos possíveis in- a regulação natural do mercado sinalizam para as inconve-
teressados em apartamentos de luxo a visão grotesca da- niências que adviriam da adoção do ensino religioso nas
queles velhos carros-placa. escolas públicas.

RESPOSTA: “C”. RESPOSTA: “E”.

4-) (TRE/PA- ANALISTA JUDICIÁRIO – FGV/2011) 6-) (TRE/PA- ANALISTA JUDICIÁRIO – FGV/2011)
Assinale a palavra que tenha sido acentuada seguindo a Segundo o Manual de Redação da Presidência da Repú-
mesma regra que distribuídos. blica, NÃO se deve usar Vossa Excelência para
(A) sócio (A) embaixadores.
(B) sofrê-lo (B) conselheiros dos Tribunais de Contas estaduais.
(C) lúcidos (C) prefeitos municipais.
(D) constituí (D) presidentes das Câmaras de Vereadores.
(E) órfãos (E) vereadores.

109
LÍNGUA PORTUGUESA

(...) O uso do pronome de tratamento Vossa Senhoria (D) As instituições fundamentais de um regime demo-
(abreviado V. Sa.) para vereadores está correto, sim. Numa crático não pode (podem) estar subordinado (subordina-
Câmara de Vereadores só se usa Vossa Excelência para o seu das) às ordens indiscriminadas de um único poder central.
presidente, de acordo com o Manual de Redação da Presi- (E) O interesse de todos os cidadãos estão (está) vol-
dência da República (1991). tados (voltado) para o momento eleitoral, que expõem (ex-
(Fonte: http://www.linguabrasil.com.br/nao-tropece- põe) as diferentes opiniões existentes na sociedade.
-detail.php?id=393)
RESPOSTA: “A”.
RESPOSTA: “E”.
9-) (TRE/AL – ANALISTA JUDICIÁRIO – FCC/2010)
A frase que admite transposição para a voz passiva é:
7-) (TRE/AL – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC/2010)
(A) O cúmulo da ilusão é também o cúmulo do sa-
... valores e princípios que sejam percebidos pela so-
grado.
ciedade como tais. (B) O conceito de espetáculo unifica e explica uma
Transpondo para a voz ativa a frase acima, o verbo grande diversidade de fenômenos.
passará a ser, corretamente, (C) O espetáculo é ao mesmo tempo parte da so-
(A) perceba. ciedade, a própria sociedade e seu instrumento de uni-
(B) foi percebido. ficação.
(C) tenham percebido. (D) As imagens fluem desligadas de cada aspecto
(D) devam perceber. da vida (...).
(E) estava percebendo. (E) Por ser algo separado, ele é o foco do olhar ilu-
dido e da falsa consciência.
... valores e princípios que sejam percebidos pela so-
ciedade como tais = dois verbos na voz passiva, então te- (A) O cúmulo da ilusão é também o cúmulo do sagra-
remos um na ativa: que a sociedade perceba os valores e do.
princípios... (B) O conceito de espetáculo unifica e explica uma
grande diversidade de fenômenos.
RESPOSTA: “A” - Uma grande diversidade de fenômenos é unificada e
explicada pelo conceito...
(C) O espetáculo é ao mesmo tempo parte da socieda-
8-) (TRE/AL – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC/2010) A
de, a própria sociedade e seu instrumento de unificação.
concordância verbal e nominal está inteiramente corre-
(D) As imagens fluem desligadas de cada aspecto da
ta na frase: vida (...).
(A) A sociedade deve reconhecer os princípios e (E) Por ser algo separado, ele é o foco do olhar iludido
valores que determinam as escolhas dos governantes, e da falsa consciência.
para conferir legitimidade a suas decisões.
(B) A confiança dos cidadãos em seus dirigentes RESPOSTA: “B”.
devem ser embasados na percepção dos valores e prin-
cípios que regem a prática política. 10-) (MPE/AM - AGENTE DE APOIO ADMINISTRA-
(C) Eleições livres e diretas é garantia de um verda- TIVO - FCC/2013) “Quando a gente entra nas serrarias,
deiro regime democrático, em que se respeita tanto as vê dezenas de caminhões parados”, revelou o analista
liberdades individuais quanto as coletivas. ambiental Geraldo Motta.
(D) As instituições fundamentais de um regime de- Substituindo-se Quando por Se, os verbos subli-
mocrático não pode estar subordinado às ordens indis- nhados devem sofrer as seguintes alterações:
criminadas de um único poder central. (A) entrar − vira
(E) O interesse de todos os cidadãos estão voltados (B) entrava − tinha visto
para o momento eleitoral, que expõem as diferentes (C) entrasse − veria
opiniões existentes na sociedade. (D) entraria − veria
(E) entrava − teria visto
Fiz os acertos entre parênteses:
(A) A sociedade deve reconhecer os princípios e valores
Se a gente entrasse (verbo no singular) na serraria, ve-
que determinam as escolhas dos governantes, para confe-
ria = entrasse / veria.
rir legitimidade a suas decisões.
(B) A confiança dos cidadãos em seus dirigentes de- RESPOSTA: “C”.
vem (deve) ser embasados (embasada) na percepção dos
valores e princípios que regem a prática política.
(C) Eleições livres e diretas é (são) garantia de um ver-
dadeiro regime democrático, em que se respeita (respei-
tam) tanto as liberdades individuais quanto as coletivas.

110
LÍNGUA PORTUGUESA

Por exemplo, um raciocínio lógico é o seguinte enca-


ARGUMENTAÇÃO. deamento:

A é igual a B.
A é igual a C.
Argumentação Então: C é igual a A.

O ato de comunicação não visa apenas transmitir uma Admitidos os dois postulados, a conclusão é, obrigato-
informação a alguém. Quem comunica pretende criar uma riamente, que C é igual a A.
imagem positiva de si mesmo (por exemplo, a de um sujeito Outro exemplo:
educado, ou inteligente, ou culto), quer ser aceito, deseja
que o que diz seja admitido como verdadeiro. Em síntese, Todo ruminante é um mamífero.
tem a intenção de convencer, ou seja, tem o desejo de que A vaca é um ruminante.
o ouvinte creia no que o texto diz e faça o que ele propõe. Logo, a vaca é um mamífero.
Se essa é a finalidade última de todo ato de comunica-
ção, todo texto contém um componente argumentativo. A Admitidas como verdadeiras as duas premissas, a con-
argumentação é o conjunto de recursos de natureza linguís- clusão também será verdadeira.
tica destinados a persuadir a pessoa a quem a comunica- No domínio da argumentação, as coisas são diferen-
ção se destina. Está presente em todo tipo de texto e visa a tes. Nele, a conclusão não é necessária, não é obrigatória.
promover adesão às teses e aos pontos de vista defendidos. Por isso, deve-se mostrar que ela é a mais desejável, a
As pessoas costumam pensar que o argumento seja mais provável, a mais plausível. Se o Banco do Brasil fi-
apenas uma prova de verdade ou uma razão indiscutível zer uma propaganda dizendo-se mais confiável do que
para comprovar a veracidade de um fato. O argumento é os concorrentes porque existe desde a chegada da família
mais que isso: como se disse acima, é um recurso de lin- real portuguesa ao Brasil, ele estará dizendo-nos que um
guagem utilizado para levar o interlocutor a crer naquilo banco com quase dois séculos de existência é sólido e, por
que está sendo dito, a aceitar como verdadeiro o que está isso, confiável. Embora não haja relação necessária entre
sendo transmitido. A argumentação pertence ao domínio a solidez de uma instituição bancária e sua antiguidade,
da retórica, arte de persuadir as pessoas mediante o uso de esta tem peso argumentativo na afirmação da confiabili-
recursos de linguagem. dade de um banco. Portanto é provável que se creia que
Para compreender claramente o que é um argumento, um banco mais antigo seja mais confiável do que outro
é bom voltar ao que diz Aristóteles, filósofo grego do sécu- fundado há dois ou três anos. Enumerar todos os tipos de
lo IV a.C., numa obra intitulada “Tópicos: os argumentos são argumentos é uma tarefa quase impossível, tantas são as
úteis quando se tem de escolher entre duas ou mais coisas”. formas de que nos valemos para fazer as pessoas prefe-
Se tivermos de escolher entre uma coisa vantajosa e rirem uma coisa a outra. Por isso, é importante entender
uma desvantajosa, como a saúde e a doença, não precisa- bem como eles funcionam.
mos argumentar. Suponhamos, no entanto, que tenhamos Já vimos diversas características dos argumentos. É
de escolher entre duas coisas igualmente vantajosas, a ri- preciso acrescentar mais uma: o convencimento do inter-
queza e a saúde. Nesse caso, precisamos argumentar sobre locutor, o auditório, que pode ser individual ou coletivo,
qual das duas é mais desejável. O argumento pode então será tanto mais fácil quanto mais os argumentos estive-
ser definido como qualquer recurso que torna uma coisa rem de acordo com suas crenças, suas expectativas, seus
mais desejável que outra. Isso significa que ele atua no do- valores. Não se pode convencer um auditório pertencente
mínio do preferível. Ele é utilizado para fazer o interlocutor a uma dada cultura enfatizando coisas que ele abomina.
crer que, entre duas teses, uma é mais provável que a ou- Será mais fácil convencê-lo valorizando coisas que ele
tra, mais possível que a outra, mais desejável que a outra, considera positivas. No Brasil, a publicidade da cerveja
é preferível à outra. vem com frequência associada ao futebol, ao gol, à paixão
O objetivo da argumentação não é demonstrar a ver- nacional. Nos Estados Unidos, essa associação certamente
dade de um fato, mas levar o ouvinte a admitir como ver- não surtiria efeito, porque lá o futebol não é valorizado
dadeiro o que o enunciador está propondo. da mesma forma que no Brasil. O poder persuasivo de um
Há uma diferença entre o raciocínio lógico e a argu- argumento está vinculado ao que é valorizado ou desvalo-
mentação. O primeiro opera no domínio do necessário, rizado numa dada cultura.
ou seja, pretende demonstrar que uma conclusão deriva
necessariamente das premissas propostas, que se deduz Tipos de Argumento
obrigatoriamente dos postulados admitidos. No raciocínio
lógico, as conclusões não dependem de crenças, de uma Já verificamos que qualquer recurso linguístico desti-
maneira de ver o mundo, mas apenas do encadeamento de nado a fazer o interlocutor dar preferência à tese do enun-
premissas e conclusões. ciador é um argumento. Exemplo:

111
LÍNGUA PORTUGUESA

Argumento de Autoridade Nesse tipo de argumento, incluem-se as provas documen-


tais (fotos, estatísticas, depoimentos, gravações, etc.) ou provas
É a citação, no texto, de afirmações de pessoas reco- concretas, que tornam mais aceitável uma afirmação genérica.
nhecidas pelo auditório como autoridades em certo domí- Durante a invasão do Iraque, por exemplo, os jornais diziam que
nio do saber, para servir de apoio àquilo que o enunciador o exército americano era muito mais poderoso do que o iraquia-
está propondo. Esse recurso produz dois efeitos distintos: no. Essa afirmação, sem ser acompanhada de provas concretas,
revela o conhecimento do produtor do texto a respeito do poderia ser vista como propagandística. No entanto, quando do-
assunto de que está tratando; dá ao texto a garantia do cumentada pela comparação do número de canhões, de carros
autor citado. É preciso, no entanto, não fazer do texto um de combate, de navios, etc., ganhava credibilidade.
amontoado de citações. A citação precisa ser pertinente e
verdadeira. Exemplo: Argumento quase lógico

“A imaginação é mais importante do que o conheci- É aquele que opera com base nas relações lógicas, como
mento.” causa e efeito, analogia, implicação, identidade, etc. Esses racio-
cínios são chamados quase lógicos porque, diversamente dos
Quem disse a frase aí de cima não fui eu... Foi Einstein. raciocínios lógicos, eles não pretendem estabelecer relações ne-
Para ele, uma coisa vem antes da outra: sem imaginação, cessárias entre os elementos, mas sim instituir relações prováveis,
não há conhecimento. Nunca o inverso. possíveis, plausíveis. Por exemplo, quando se diz “A é igual a B”,
“B é igual a C”, “então A é igual a C”, estabelece-se uma relação
Alex José Periscinoto. de identidade lógica. Entretanto, quando se afirma “Amigo de
In: Folha de S. Paulo, 30/8/1993, p. 5-2 amigo meu é meu amigo” não se institui uma identidade lógica,
mas uma identidade provável.
A tese defendida nesse texto é que a imaginação é Um texto coerente do ponto de vista lógico é mais facilmen-
mais importante do que o conhecimento. Para levar o te aceito do que um texto incoerente. Vários são os defeitos que
auditório a aderir a ela, o enunciador cita um dos mais concorrem para desqualificar o texto do ponto de vista lógico:
célebres cientistas do mundo. Se um físico de renome fugir do tema proposto, cair em contradição, tirar conclusões
mundial disse isso, então as pessoas devem acreditar que não se fundamentam nos dados apresentados, ilustrar afir-
que é verdade. mações gerais com fatos inadequados, narrar um fato e dele ex-
Argumento de Quantidade trair generalizações indevidas.

É aquele que valoriza mais o que é apreciado pelo maior Argumento do Atributo
número de pessoas, o que existe em maior número, o que tem
É aquele que considera melhor o que tem proprieda-
maior duração, o que tem maior número de adeptos, etc. O fun-
des típicas daquilo que é mais valorizado socialmente, por
damento desse tipo de argumento é que mais = melhor. A pu-
exemplo, o mais raro é melhor que o comum, o que é mais
blicidade faz largo uso do argumento de quantidade.
refinado é melhor que o que é mais grosseiro, etc.
Por esse motivo, a publicidade usa, com muita frequên-
Argumento do Consenso
cia, celebridades recomendando prédios residenciais, pro-
dutos de beleza, alimentos estéticos, etc., com base no fato
É uma variante do argumento de quantidade. Fundamen-
de que o consumidor tende a associar o produto anunciado
ta-se em afirmações que, numa determinada época, são aceitas
com atributos da celebridade.
como verdadeiras e, portanto, dispensam comprovações, a me- Uma variante do argumento de atributo é o argumento
nos que o objetivo do texto seja comprovar alguma delas. Parte da competência linguística. A utilização da variante culta e
da ideia de que o consenso, mesmo que equivocado, correspon- formal da língua que o produtor do texto conhece a norma
de ao indiscutível, ao verdadeiro e, portanto, é melhor do que linguística socialmente mais valorizada e, por conseguinte,
aquilo que não desfruta dele. Em nossa época, são consensuais, deve produzir um texto em que se pode confiar. Nesse sen-
por exemplo, as afirmações de que o meio ambiente precisa ser tido é que se diz que o modo de dizer dá confiabilidade ao
protegido e de que as condições de vida são piores nos países que se diz.
subdesenvolvidos. Ao confiar no consenso, porém, corre-se o Imagine-se que um médico deva falar sobre o estado de
risco de passar dos argumentos válidos para os lugares comuns, saúde de uma personalidade pública. Ele poderia fazê-lo das
os preconceitos e as frases carentes de qualquer base científica. duas maneiras indicadas abaixo, mas a primeira seria infini-
tamente mais adequada para a persuasão do que a segunda,
Argumento de Existência pois esta produziria certa estranheza e não criaria uma ima-
gem de competência do médico:
É aquele que se fundamenta no fato de que é mais fácil - Para aumentar a confiabilidade do diagnóstico e levan-
aceitar aquilo que comprovadamente existe do que aquilo que do em conta o caráter invasivo de alguns exames, a equipe
é apenas provável, que é apenas possível. A sabedoria popular médica houve por bem determinar o internamento do gover-
enuncia o argumento de existência no provérbio “Mais vale um nador pelo período de três dias, a partir de hoje, 4 de fevereiro
pássaro na mão do que dois voando”. de 2001.

112
LÍNGUA PORTUGUESA

- Para conseguir fazer exames com mais cuidado e por- de e certeza, autenticidade e verdade, o enunciador deve
que alguns deles são barrapesada, a gente botou o governa- construir um texto que revele isso. Em outros termos, essas
dor no hospital por três dias. qualidades não se prometem, manifestam-se na ação.
Como dissemos antes, todo texto tem uma função argu- A argumentação é a exploração de recursos para fazer
mentativa, porque ninguém fala para não ser levado a sério, parecer verdadeiro aquilo que se diz num texto e, com isso,
para ser ridicularizado, para ser desmentido: em todo ato de levar a pessoa a que texto é endereçado a crer naquilo que
comunicação deseja-se influenciar alguém. Por mais neutro ele diz.
que pretenda ser, um texto tem sempre uma orientação ar- Um texto dissertativo tem um assunto ou tema e ex-
gumentativa. pressa um ponto de vista, acompanhado de certa funda-
A orientação argumentativa é uma certa direção que o mentação, que inclui a argumentação, questionamento,
falante traça para seu texto. Por exemplo, um jornalista, ao com o objetivo de persuadir. Argumentar é o processo pelo
falar de um homem público, pode ter a intenção de criticá-lo, qual se estabelecem relações para chegar à conclusão, com
de ridicularizá-lo ou, ao contrário, de mostrar sua grandeza. base em premissas. Persuadir é um processo de conven-
O enunciador cria a orientação argumentativa de seu cimento, por meio da argumentação, no qual procura-se
texto dando destaque a uns fatos e não a outros, omitindo convencer os outros, de modo a influenciar seu pensamen-
to e seu comportamento.
certos episódios e revelando outros, escolhendo determina-
A persuasão pode ser válida e não válida. Na persua-
das palavras e não outras, etc. Veja:
são válida, expõem-se com clareza os fundamentos de
“O clima da festa era tão pacífico que até sogras e noras
uma ideia ou proposição, e o interlocutor pode questionar
trocavam abraços afetuosos.” cada passo do raciocínio empregado na argumentação. A
O enunciador aí pretende ressaltar a ideia geral de que persuasão não válida apoia-se em argumentos subjetivos,
noras e sogras não se toleram. Não fosse assim, não teria apelos subliminares, chantagens sentimentais, com o em-
escolhido esse fato para ilustrar o clima da festa nem teria prego de “apelações”, como a inflexão de voz, a mímica e
utilizado o termo até, que serve para incluir no argumento até o choro.
alguma coisa inesperada. Alguns autores classificam a dissertação em duas mo-
Além dos defeitos de argumentação mencionados dalidades, expositiva e argumentativa. Esta, exige argu-
quando tratamos de alguns tipos de argumentação, vamos mentação, razões a favor e contra uma ideia, ao passo que
citar outros: a outra é informativa, apresenta dados sem a intenção de
- Uso sem delimitação adequada de palavra de sentido convencer. Na verdade, a escolha dos dados levantados,
tão amplo, que serve de argumento para um ponto de vista a maneira de expô-los no texto já revelam uma “tomada
e seu contrário. São noções confusas, como paz, que, para- de posição”, a adoção de um ponto de vista na disserta-
doxalmente, pode ser usada pelo agressor e pelo agredido. ção, ainda que sem a apresentação explícita de argumen-
Essas palavras podem ter valor positivo (paz, justiça, ho- tos. Desse ponto de vista, a dissertação pode ser definida
nestidade, democracia) ou vir carregadas de valor negativo como discussão, debate, questionamento, o que implica a
(autoritarismo, degradação do meio ambiente, injustiça, liberdade de pensamento, a possibilidade de discordar ou
corrupção). concordar parcialmente. A liberdade de questionar é fun-
- Uso de afirmações tão amplas, que podem ser derru- damental, mas não é suficiente para organizar um texto
badas por um único contra exemplo. Quando se diz “Todos dissertativo. É necessária também a exposição dos funda-
os políticos são ladrões”, basta um único exemplo de políti- mentos, os motivos, os porquês da defesa de um ponto de
co honesto para destruir o argumento. vista.
- Emprego de noções científicas sem nenhum rigor, Pode-se dizer que o homem vive em permanente atitu-
fora do contexto adequado, sem o significado apropriado, de argumentativa. A argumentação está presente em qual-
vulgarizando-as e atribuindo-lhes uma significação subje- quer tipo de discurso, porém, é no texto dissertativo que
ela melhor se evidencia.
tiva e grosseira. É o caso, por exemplo, da frase “O imperia-
Para discutir um tema, para confrontar argumentos
lismo de certas indústrias não permite que outras crescam”,
e posições, é necessária a capacidade de conhecer ou-
em que o termo imperialismo é descabido, uma vez que, a
tros pontos de vista e seus respectivos argumentos. Uma
rigor, significa “ação de um Estado visando a reduzir outros discussão impõe, muitas vezes, a análise de argumentos
à sua dependência política e econômica”. opostos, antagônicos. Como sempre, essa capacidade
aprende-se com a prática. Um bom exercício para aprender
A boa argumentação é aquela que está de acordo com a argumentar e contra-argumentar consiste em desenvol-
a situação concreta do texto, que leva em conta os compo- ver as seguintes habilidades:
nentes envolvidos na discussão (o tipo de pessoa a quem - argumentação: anotar todos os argumentos a favor
se dirige a comunicação, o assunto, etc). de uma ideia ou fato; imaginar um interlocutor que adote a
Convém ainda alertar que não se convence ninguém posição totalmente contrária;
com manifestações de sinceridade do autor (como eu, - contra-argumentação: imaginar um diálogo-debate
que não costumo mentir...) ou com declarações de certeza e quais os argumentos que essa pessoa imaginária pos-
expressas em fórmulas feitas (como estou certo, creio fir- sivelmente apresentaria contra a argumentação proposta;
memente, é claro, é óbvio, é evidente, afirmo com toda a - refutação: argumentos e razões contra a argumen-
certeza, etc). Em vez de prometer, em seu texto, sincerida- tação oposta.

113
LÍNGUA PORTUGUESA

A argumentação tem a finalidade de persuadir, portan- A indução percorre o caminho inverso ao da dedução,
to, argumentar consiste em estabelecer relações para tirar baseiase em uma conexão ascendente, do particular para
conclusões válidas, como se procede no método dialético. o geral. Nesse caso, as constatações particulares levam às
O método dialético não envolve apenas questões ideoló- leis gerais, ou seja, parte de fatos particulares conhecidos
gicas, geradoras de polêmicas. Trata-se de um método de para os fatos gerais, desconhecidos. O percurso do racio-
investigação da realidade pelo estudo de sua ação recípro- cínio se faz do efeito para a causa. Exemplo:
ca, da contradição inerente ao fenômeno em questão e da
mudança dialética que ocorre na natureza e na sociedade. O calor dilata o ferro (particular)
Descartes (1596-1650), filósofo e pensador francês, O calor dilata o bronze (particular)
criou o método de raciocínio silogístico, baseado na dedu- O calor dilata o cobre (particular)
ção, que parte do simples para o complexo. Para ele, ver- O ferro, o bronze, o cobre são metais
dade e evidência são a mesma coisa, e pelo raciocínio tor- Logo, o calor dilata metais (geral, universal)
na-se possível chegar a conclusões verdadeiras, desde que
o assunto seja pesquisado em partes, começando-se pelas Quanto a seus aspectos formais, o silogismo pode
proposições mais simples até alcançar, por meio de dedu- ser válido e verdadeiro; a conclusão será verdadeira se as
ções, a conclusão final. Para a linha de raciocínio cartesiana, duas premissas também o forem. Se há erro ou equívo-
é fundamental determinar o problema, dividi-lo em partes,
co na apreciação dos fatos, pode-se partir de premissas
ordenar os conceitos, simplificando-os, enumerar todos os
verdadeiras para chegar a uma conclusão falsa. Tem-se,
seus elementos e determinar o lugar de cada um no con-
desse modo, o sofisma. Uma definição inexata, uma divi-
junto da dedução.
são incompleta, a ignorância da causa, a falsa analogia são
A lógica cartesiana, até os nossos dias, é fundamental
algumas causas do sofisma. O sofisma pressupõe má fé,
para a argumentação dos trabalhos acadêmicos. Descartes
intenção deliberada de enganar ou levar ao erro; quando o
propôs quatro regras básicas que constituem um conjunto
sofisma não tem essas intenções propositais, costuma-se
de reflexos vitais, uma série de movimentos sucessivos e
chamar esse processo de argumentação de paralogismo.
contínuos do espírito em busca da verdade:
Encontra-se um exemplo simples de sofisma no seguinte
- evidência;
- divisão ou análise; diálogo:
- ordem ou dedução;
- enumeração. - Você concorda que possui uma coisa que não per-
deu?
A enumeração pode apresentar dois tipos de falhas: a - Lógico, concordo.
omissão e a incompreensão. Qualquer erro na enumeração - Você perdeu um brilhante de 40 quilates?
pode quebrar o encadeamento das ideias, indispensável - Claro que não!
para o processo dedutivo. - Então você possui um brilhante de 40 quilates...
A forma de argumentação mais empregada na reda- Exemplos de sofismas:
ção acadêmica é o silogismo, raciocínio baseado nas regras
cartesianas, que contém três proposições: duas premissas, Dedução
maior e menor, e a conclusão. As três proposições são enca- Todo professor tem um diploma (geral, universal)
deadas de tal forma, que a conclusão é deduzida da maior Fulano tem um diploma (particular)
por intermédio da menor. A premissa maior deve ser uni- Logo, fulano é professor (geral – conclusão falsa)
versal, emprega todo, nenhum, pois alguns não caracteriza
a universalidade. Indução
Há dois métodos fundamentais de raciocínio: a dedução O Rio de Janeiro tem uma estátua do Cristo Reden-
(silogística), que parte do geral para o particular, e a indu- tor. (particular)
ção, que vai do particular para o geral. A expressão formal Taubaté (SP) tem uma estátua do Cristo Redentor.
do método dedutivo é o silogismo. A dedução é o caminho (particular)
das consequências, baseia-se em uma conexão descenden- Rio de Janeiro e Taubaté são cidades.
te (do geral para o particular) que leva à conclusão. Segun- Logo, toda cidade tem uma estátua do Cristo Reden-
do esse método, partindo-se de teorias gerais, de verdades tor. (geral – conclusão falsa)
universais, pode-se chegar à previsão ou determinação de
fenômenos particulares. O percurso do raciocínio vai da Nota-se que as premissas são verdadeiras, mas a con-
causa para o efeito. Exemplo: clusão pode ser falsa. Nem todas as pessoas que têm di-
ploma são professores; nem todas as cidades têm uma
Todo homem é mortal (premissa maior = geral, univer- estátua do Cristo Redentor. Comete-se erro quando se faz
sal) generalizações apressadas ou infundadas. A “simples ins-
Fulano é homem (premissa menor = particular) peção” é a ausência de análise ou análise superficial dos
Logo, Fulano é mortal (conclusão) fatos, que leva a pronunciamentos subjetivos, baseados
nos sentimentos não ditados pela razão.

114
LÍNGUA PORTUGUESA

Tem-se, ainda, outros métodos, subsidiários ou não meio de um processo mais ou menos arbitrário, em que
fundamentais, que contribuem para a descoberta ou com- os caracteres comuns e diferenciadores são empregados
provação da verdade: análise, síntese, classificação e defi- de modo mais ou menos convencional. A classificação, no
nição. Além desses, existem outros métodos particulares reino animal, em ramos, classes, ordens, subordens, gêne-
de algumas ciências, que adaptam os processos de de- ros e espécies, é um exemplo de classificação natural, pelas
dução e indução à natureza de uma realidade particular. características comuns e diferenciadoras. A classificação
Pode-se afirmar que cada ciência tem seu método pró- dos variados itens integrantes de uma lista mais ou menos
prio demonstrativo, comparativo, histórico etc. A análise, a caótica é artificial.
síntese, a classificação a definição são chamadas métodos Exemplo: aquecedor, automóvel, barbeador, batata,
sistemáticos, porque pela organização e ordenação das caminhão, canário, jipe, leite, ônibus, pão, pardal, pintassil-
ideias visam sistematizar a pesquisa. go, queijo, relógio, sabiá, torradeira.

Análise e síntese são dois processos opostos, mas Aves: Canário, Pardal, Pintassilgo, Sabiá.
interligados; a análise parte do todo para as partes, a sín- Alimentos: Batata, Leite, Pão, Queijo.
tese, das partes para o todo. A análise precede a síntese, Mecanismos: Aquecedor, Barbeador, Relógio, Torra-
deira.
porém, de certo modo, uma depende da outra. A análise
Veículos: Automóvel, Caminhão, Jipe, Ônibus.
decompõe o todo em partes, enquanto a síntese recom-
põe o todo pela reunião das partes. Sabe-se, porém, que
Os elementos desta lista foram classificados por ordem
o todo não é uma simples justaposição das partes. Se al-
alfabética e pelas afinidades comuns entre eles. Estabele-
guém reunisse todas as peças de um relógio, não significa
cer critérios de classificação das ideias e argumentos, pela
que reconstruiu o relógio, pois fez apenas um amontoado
ordem de importância, é uma habilidade indispensável
de partes. Só reconstruiria todo se as partes estivessem or-
para elaborar o desenvolvimento de uma redação. Tanto
ganizadas, devidamente combinadas, seguida uma ordem
faz que a ordem seja crescente, do fato mais importante
de relações necessárias, funcionais, então, o relógio estaria
para o menos importante, ou decrescente, primeiro o me-
reconstruído. nos importante e, no final, o impacto do mais importante;
Síntese, portanto, é o processo de reconstrução do é indispensável que haja uma lógica na classificação. A ela-
todo por meio da integração das partes, reunidas e re- boração do plano compreende a classificação das partes e
lacionadas num conjunto. Toda síntese, por ser uma re- subdivisões, ou seja, os elementos do plano devem obede-
construção, pressupõe a análise, que é a decomposição. A cer a uma hierarquização. (Garcia, 1973, p. 302304.)
análise, no entanto, exige uma decomposição organizada, Para a clareza da dissertação, é indispensável que, logo
é preciso saber como dividir o todo em partes. As opera- na introdução, os termos e conceitos sejam definidos, pois,
ções que se realizam na análise e na síntese podem ser para expressar um questionamento, deve-se, de antemão,
assim relacionadas: expor clara e racionalmente as posições assumidas e os
argumentos que as justificam. É muito importante deixar
Análise: penetrar, decompor, separar, dividir. claro o campo da discussão e a posição adotada, isto é,
Síntese: integrar, recompor, juntar, reunir. esclarecer não só o assunto, mas também os pontos de
A análise tem importância vital no processo de cole- vista sobre ele.
ta de ideias a respeito do tema proposto, de seu desdo- A definição tem por objetivo a exatidão no emprego da
bramento e da criação de abordagens possíveis. A síntese linguagem e consiste na enumeração das qualidades pró-
também é importante na escolha dos elementos que farão prias de uma ideia, palavra ou objeto. Definir é classificar o
parte do texto. elemento conforme a espécie a que pertence, demonstra: a
Segundo Garcia (1973, p.300), a análise pode ser for- característica que o diferencia dos outros elementos dessa
mal ou informal. A análise formal pode ser científica ou mesma espécie.
experimental; é característica das ciências matemáticas, fí- Entre os vários processos de exposição de ideias, a de-
sico-naturais e experimentais. A análise informal é racional finição é um dos mais importantes, sobretudo no âmbito
ou total, consiste em “discernir” por vários atos distintos das ciências. A definição científica ou didática é denotativa,
da atenção os elementos constitutivos de um todo, os di- ou seja, atribui às palavras seu sentido usual ou consensual,
ferentes caracteres de um objeto ou fenômeno. enquanto a conotativa ou metafórica emprega palavras de
A análise decompõe o todo em partes, a classifica- sentido figurado. Segundo a lógica tradicional aristotélica,
ção estabelece as necessárias relações de dependência e a definição consta de três elementos:
hierarquia entre as partes. Análise e classificação ligam-se - o termo a ser definido;
intimamente, a ponto de se confundir uma com a outra, - o gênero ou espécie;
contudo são procedimentos diversos: análise é decompo- - a diferença específica.
sição e classificação é hierarquisação.
Nas ciências naturais, classificam-se os seres, fatos O que distingue o termo definido de outros elementos
e fenômenos por suas diferenças e semelhanças; fora da mesma espécie. Exemplo:
das ciências naturais, a classificação pode-se efetuar por

115
LÍNGUA PORTUGUESA

Na frase: O homem é um animal racional classifica-se: se tais elementos são verdadeiros ou falsos; em seguida,
avaliar se o argumento está expresso corretamente; se há
coerência e adequação entre seus elementos, ou se há
contradição. Para isso é que se aprende os processos de
Elemento especie diferença raciocínio por dedução e por indução. Admitindo-se que
a ser definido específica raciocinar é relacionar, conclui-se que o argumento é um
tipo específico de relação entre as premissas e a conclusão.
É muito comum formular definições de maneira defei-
tuosa, por exemplo: Análise é quando a gente decompõe o Procedimentos Argumentativos: Constituem os pro-
todo em partes. Esse tipo de definição é gramaticalmente cedimentos argumentativos mais empregados para com-
incorreto; quando é advérbio de tempo, não representa o provar uma afirmação: exemplificação, explicitação, enu-
gênero, a espécie, a gente é forma coloquial não adequa- meração, comparação.
da à redação acadêmica. Tão importante é saber formular
uma definição, que se recorre a Garcia (1973, p.306), para Exemplificação: Procura justificar os pontos de vista
determinar os “requisitos da definição denotativa”. Para ser por meio de exemplos, hierarquizar afirmações. São expres-
exata, a definição deve apresentar os seguintes requisitos: sões comuns nesse tipo de procedimento: mais importan-
- o termo deve realmente pertencer ao gênero ou classe te que, superior a, de maior relevância que. Empregam-se
em que está incluído: “mesa é um móvel” (classe em que também dados estatísticos, acompanhados de expressões:
‘mesa’ está realmente incluída) e não “mesa é um instru- considerando os dados; conforme os dados apresentados. Fa-
mento ou ferramenta ou instalação”; z-se a exemplificação, ainda, pela apresentação de causas e
- o gênero deve ser suficientemente amplo para incluir consequências, usando-se comumente as expressões: por-
todos os exemplos específicos da coisa definida, e suficiente- que, porquanto, pois que, uma vez que, visto que, por causa
mente restrito para que a diferença possa ser percebida sem de, em virtude de, em vista de, por motivo de.
dificuldade;
- deve ser obrigatoriamente afirmativa: não há, em ver- Explicitação: O objetivo desse recurso argumentativo
dade, definição, quando se diz que o “triângulo não é um é explicar ou esclarecer os pontos de vista apresentados.
prisma”; Pode-se alcançar esse objetivo pela definição, pelo teste-
- deve ser recíproca: “O homem é um ser vivo” não cons- munho e pela interpretação. Na explicitação por definição,
titui definição exata, porque a recíproca, “Todo ser vivo é um empregamse expressões como: quer dizer, denomina-se,
homem” não é verdadeira (o gato é ser vivo e não é homem); chama-se, na verdade, isto é, haja vista, ou melhor; nos tes-
- deve ser breve (contida num só período). Quando a temunhos são comuns as expressões: conforme, segundo,
definição, ou o que se pretenda como tal, é muito longa (sé- na opinião de, no parecer de, consoante as ideias de, no en-
ries de períodos ou de parágrafos), chama-se explicação, e tender de, no pensamento de. A explicitação se faz também
também definição expandida;d pela interpretação, em que são comuns as seguintes ex-
- deve ter uma estrutura gramatical rígida: sujeito (o ter- pressões: parece, assim, desse ponto de vista.
mo) + cópula (verbo de ligação ser) + predicativo (o gênero)
+ adjuntos (as diferenças). Enumeração: Faz-se pela apresentação de uma se-
quência de elementos que comprovam uma opinião, tais
como a enumeração de pormenores, de fatos, em uma se-
As definições dos dicionários de língua são feitas por quência de tempo, em que são frequentes as expressões:
meio de paráfrases definitórias, ou seja, uma operação me- primeiro, segundo, por último, antes, depois, ainda, em se-
talinguística que consiste em estabelecer uma relação de guida, então, presentemente, antigamente, depois de, antes
equivalência entre a palavra e seus significados. de, atualmente, hoje, no passado, sucessivamente, respecti-
A força do texto dissertativo está em sua fundamen- vamente. Na enumeração de fatos em uma sequência de
tação. Sempre é fundamental procurar um porquê, uma espaço, empregam-se as seguintes expressões: cá, lá, acolá,
razão verdadeira e necessária. A verdade de um ponto de ali, aí, além, adiante, perto de, ao redor de, no Estado tal, na
vista deve ser demonstrada com argumentos válidos. O capital, no interior, nas grandes cidades, no sul, no leste...
ponto de vista mais lógico e racional do mundo não tem
valor, se não estiver acompanhado de uma fundamentação Comparação: Analogia e contraste são as duas ma-
coerente e adequada. neiras de se estabelecer a comparação, com a finalidade
Os métodos fundamentais de raciocínio segundo a de comprovar uma ideia ou opinião. Na analogia, são
lógica clássica, que foram abordados anteriormente, auxi- comuns as expressões: da mesma forma, tal como, tanto
liam o julgamento da validade dos fatos. Às vezes, a ar- quanto, assim como, igualmente. Para estabelecer contras-
gumentação é clara e pode reconhecer-se facilmente seus te, empregam-se as expressões: mais que, menos que, me-
elementos e suas relações; outras vezes, as premissas e as lhor que, pior que.
conclusões organizam-se de modo livre, misturando-se
na estrutura do argumento. Por isso, é preciso aprender Entre outros tipos de argumentos empregados para
a reconhecer os elementos que constituem um argumen- aumentar o poder de persuasão de um texto dissertativo
to: premissas/conclusões. Depois de reconhecer, verificar encontram-se:

116
LÍNGUA PORTUGUESA

Argumento de autoridade: O saber notório de uma Ataque ao argumento pelo testemunho de autori-
autoridade reconhecida em certa área do conhecimento dá dade: consiste em refutar um argumento empregando os
apoio a uma afirmação. Dessa maneira, procura-se trazer testemunhos de autoridade que contrariam a afirmação
para o enunciado a credibilidade da autoridade citada. Lem- apresentada;
bre-se que as citações literais no corpo de um texto cons-
tituem argumentos de autoridade. Ao fazer uma citação, o Desqualificar dados concretos apresentados: con-
enunciador situa os enunciados nela contidos na linha de siste em desautorizar dados reais, demonstrando que
raciocínio que ele considera mais adequada para explicar o enunciador baseou-se em dados corretos, mas tirou
ou justificar um fato ou fenômeno. Esse tipo de argumento conclusões falsas ou inconsequentes. Por exemplo, se
tem mais caráter confirmatório que comprobatório. na argumentação afirmou-se, por meio de dados esta-
tísticos, que “o controle demográfico produz o desenvol-
Apoio na consensualidade: Certas afirmações dispen- vimento”, afirma-se que a conclusão é inconsequente,
sam explicação ou comprovação, pois seu conteúdo é acei- pois baseia-se em uma relação de causa-feito difícil de
to como válido por consenso, pelo menos em determinado ser comprovada. Para contraargumentar, propõese uma
espaço sociocultural. Nesse caso, incluem-se relação inversa: “o desenvolvimento é que gera o controle
- A declaração que expressa uma verdade universal (o demográfico”.
homem, mortal, aspira à imortalidade);
- A declaração que é evidente por si mesma (caso dos Apresentam-se aqui sugestões, um dos roteiros pos-
postulados e axiomas); síveis para desenvolver um tema, que podem ser anali-
- Quando escapam ao domínio intelectual, ou seja, é de sadas e adaptadas ao desenvolvimento de outros temas.
natureza subjetiva ou sentimental (o amor tem razões que Elege-se um tema, e, em seguida, sugerem-se os proce-
a própria razão desconhece); implica apreciação de ordem dimentos que devem ser adotados para a elaboração de
estética (gosto não se discute); diz respeito a fé religiosa, um Plano de Redação.
aos dogmas (creio, ainda que parece absurdo).
Tema: O homem e a máquina: necessidade e riscos
Comprovação pela experiência ou observação: A ver- da evolução tecnológica
dade de um fato ou afirmação pode ser comprovada por
meio de dados concretos, estatísticos ou documentais. - Questionar o tema, transformá-lo em interroga-
ção, responder a interrogação (assumir um ponto de
Comprovação pela fundamentação lógica: A com- vista); dar o porquê da resposta, justificar, criando um
provação se realiza por meio de argumentos racionais, ba- argumento básico;
seados na lógica: causa/efeito; consequência/causa; condi- - Imaginar um ponto de vista oposto ao argumento
ção/ocorrência. básico e construir uma contra-argumentação; pensar a
forma de refutação que poderia ser feita ao argumento
Fatos não se discutem; discutem-se opiniões. As decla- básico e tentar desqualificá-la (rever tipos de argumen-
rações, julgamento, pronunciamentos, apreciações que ex- tação);
pressam opiniões pessoais (não subjetivas) devem ter sua - Refletir sobre o contexto, ou seja, fazer uma coleta
validade comprovada, e só os fatos provam. Em resumo de ideias que estejam direta ou indiretamente ligadas ao
toda afirmação ou juízo que expresse uma opinião pessoal tema (as ideias podem ser listadas livremente ou organi-
só terá validade se fundamentada na evidência dos fatos, zadas como causa e consequência);
ou seja, se acompanhada de provas, validade dos argu- - Analisar as ideias anotadas, sua relação com o tema
mentos, porém, pode ser contestada por meio da contra- e com o argumento básico;
-argumentação ou refutação. São vários os processos de - Fazer uma seleção das ideias pertinentes, escolhen-
contra-argumentação: do as que poderão ser aproveitadas no texto; essas ideias
transformam-se em argumentos auxiliares, que explicam
Refutação pelo absurdo: refuta-se uma afirmação de- e corroboram a ideia do argumento básico;
monstrando o absurdo da consequência. Exemplo clássico - Fazer um esboço do Plano de Redação, organizando
é a contraargumentação do cordeiro, na conhecida fábula uma sequência na apresentação das ideias selecionadas,
“O lobo e o cordeiro”; obedecendo às partes principais da estrutura do texto,
que poderia ser mais ou menos a seguinte:
Refutação por exclusão: consiste em propor várias hi-
póteses para eliminá-las, apresentando-se, então, aquela Introdução
que se julga verdadeira;
- função social da ciência e da tecnologia;
Desqualificação do argumento: atribui-se o argu- - definições de ciência e tecnologia;
mento à opinião pessoal subjetiva do enunciador, restrin- - indivíduo e sociedade perante o avanço tecnoló-
gindo-se a universalidade da afirmação; gico.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Desenvolvimento também com explicitude que há oposição entre Neto e


os outros jogadores, sob o ponto de vista de contar com
- apresentação de aspectos positivos e negativos do tempo para evoluir. A escolha do conector “mas” entre
desenvolvimento tecnológico; a segunda e a primeira oração só é possível levando em
- como o desenvolvimento científico-tecnológico mo- conta esse dado implícito. Como se vê, há mais significa-
dificou as condições de vida no mundo atual; dos num texto do que aqueles que aparecem explícitos na
- a tecnocracia: oposição entre uma sociedade tecno- sua superfície. Leitura proficiente é aquela capaz de de-
logicamente desenvolvida e a dependência tecnológica preender tanto um tipo de significado quanto o outro, o
dos países subdesenvolvidos; que, em outras palavras, significa ler nas entrelinhas. Sem
- enumerar e discutir os fatores de desenvolvimento essa habilidade, o leitor passará por cima de significados
social; importantes ou, o que é bem pior, concordará com ideias
- comparar a vida de hoje com os diversos tipos de e pontos de vista que rejeitaria se os percebesse.
vida do passado; apontar semelhanças e diferenças; Os significados implícitos costumam ser classificados
- analisar as condições atuais de vida nos grandes cen- em duas categorias: os pressupostos e os subentendidos.
tros urbanos;
- como se poderia usar a ciência e a tecnologia para Pressupostos: são ideias implícitas que estão implica-
humanizar mais a sociedade. das logicamente no sentido de certas palavras ou expres-
sões explicitadas na superfície da frase. Exemplo:
Conclusão
- a tecnologia pode libertar ou escravizar: benefícios/ “André tornouse um antitabagista convicto.”
consequências maléficas;
- síntese interpretativa dos argumentos e contra-argu- A informação explícita é que hoje André é um anti-
mentos apresentados. tabagista convicto. Do sentido do verbo tornarse, que
significa “vir a ser”, decorre logicamente que antes André
Naturalmente esse não é o único, nem o melhor plano não era antitabagista convicto. Essa informação está pres-
de redação: é um dos possíveis. suposta. Ninguém se torna algo que já era antes. Seria
muito estranho dizer que a palmeira tornouse um vegetal.

“Eu ainda não conheço a Europa.”


PRESSUPOSTOS E SUBENTENDIDOS.
A informação explícita é que o enunciador não tem
conhecimento do continente europeu. O advérbio ain-
da deixa pressuposta a possibilidade de ele um dia co-
INFORMAÇÕES EXPLÍCITAS E IMPLÍCITAS nhecêla.
As informações explícitas podem ser questionadas
Texto: pelo receptor, que pode ou não concordar com elas. Os
pressupostos, porém, devem ser verdadeiros ou, pelo me-
“Neto ainda está longe de se igualar a qualquer um des- nos, admitidos como tais, porque esta é uma condição
ses craques (Rivelino, Ademir da Guia, Pedro Rocha e Pelé), para garantir a continuidade do diálogo e também para
mas ainda tem um longo caminho a trilhar (...).” fornecer fundamento às afirmações explícitas. Isso signi-
Veja São Paulo, 26/12/1990, p. 15. fica que, se o pressuposto é falso, a informação explícita
não tem cabimento. Assim, por exemplo, se Maria não fal-
Esse texto diz explicitamente que: ta nunca a aula nenhuma, não tem o menor sentido dizer
- Rivelino, Ademir da Guia, Pedro Rocha e Pelé são craques; “Até Maria compareceu à aula de hoje”. Até estabelece o
- Neto não tem o mesmo nível desses craques; pressuposto da inclusão de um elemento inesperado.
- Neto tem muito tempo de carreira pela frente. Na leitura, é muito importante detectar os pressupos-
O texto deixa implícito que: tos, pois eles são um recurso argumentativo que visa a
- Existe a possibilidade de Neto um dia aproximar-se levar o receptor a aceitar a orientação argumentativa do
dos craques citados; emissor. Ao introduzir uma ideia sob a forma de pressu-
- Esses craques são referência de alto nível em sua posto, o enunciador pretende transformar seu interlocutor
especialidade esportiva; em cúmplice, pois a ideia implícita não é posta em discus-
- Há uma oposição entre Neto e esses craques no que são, e todos os argumentos explícitos só contribuem para
diz respeito ao tempo disponível para evoluir. confirmála. O pressusposto aprisiona o receptor no sistema
de pensamento montado pelo enunciador.
Todos os textos transmitem explicitamente certas in- A demonstração disso pode ser feita com as “verdades
formações, enquanto deixam outras implícitas. Por exem- incontestáveis” que estão na base de muitos discursos po-
plo, o texto acima não explicita que existe a possibilidade líticos, como o que segue:
de Neto se equiparar aos quatro futebolistas, mas a inclu-
são do advérbio ainda estabelece esse implícito. Não diz

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LÍNGUA PORTUGUESA

“Quando o curso do rio São Francisco for mudado, será - Certos advérbios
resolvido o problema da seca no Nordeste.”
A produção automobilística brasileira está totalmente
O enunciador estabelece o pressuposto de que é certa nas mãos das multinacionais.
a mudança do curso do São Francisco e, por consequência, O advérbio totalmente pressupõe que não há no Brasil
a solução do problema da seca no Nordeste. O diálogo indústria automobilística nacional.
não teria continuidade se um interlocutor não admitisse Você conferiu o resultado da loteria?
ou colocasse sob suspeita essa certeza. Em outros termos, Hoje não.
haveria quebra da continuidade do diálogo se alguém in-
terviesse com uma pergunta deste tipo: A negação precedida de um advérbio de tempo de
âmbito limitado estabelece o pressuposto de que apenas
nesse intervalo (hoje) é que o interrogado não praticou o
“Mas quem disse que é certa a mudança do curso do
ato de conferir o resultado da loteria.
rio?”
- Orações adjetivas
A aceitação do pressuposto estabelecido pelo emissor
permite levar adiante o debate; sua negação comprome- Os brasileiros, que não se importam com a coletividade,
te o diálogo, uma vez que destrói a base sobre a qual se só se preocupam com seu bemestar e, por isso, jogam lixo na
constrói a argumentação, e daí nenhum argumento tem rua, fecham os cruzamentos, etc.
mais importância ou razão de ser. Com pressupostos dis- O pressuposto é que “todos” os brasileiros não se im-
tintos, o diálogo não é possível ou não tem sentido. portam com a coletividade.
A mesma pergunta, feita para pessoas diferentes,
pode ser embaraçosa ou não, dependendo do que está Os brasileiros que não se importam com a coletividade
pressuposto em cada situação. Para alguém que não faz só se preocupam com seu bemestar e, por isso, jogam lixo na
segredo sobre a mudança de emprego, não causa o menor rua, fecham os cruzamentos, etc.
embaraço uma pergunta como esta: Nesse caso, o pressuposto é outro: “alguns” brasileiros
não se importam com a coletividade.
“Como vai você no seu novo emprego?”
No primeiro caso, a oração é explicativa; no segundo,
é restritiva. As explicativas pressupõem que o que elas ex-
O efeito da mesma pergunta seria catastrófico se ela
pressam se refere à totalidade dos elementos de um con-
se dirigisse a uma pessoa que conseguiu um segundo em-
junto; as restritivas, que o que elas dizem concerne apenas
prego e quer manter sigilo até decidir se abandona o an- a parte dos elementos de um conjunto. O produtor do tex-
terior. O adjetivo novo estabelece o pressuposto de que o to escreverá uma restritiva ou uma explicativa segundo o
interrogado tem um emprego diferente do anterior. pressuposto que quiser comunicar.

Marcadores de Pressupostos Subentendidos: são insinuações contidas em uma fra-


se ou um grupo de frases. Suponhamos que uma pessoa
- Adjetivos ou palavras similares modificadoras do estivesse em visita à casa de outra num dia de frio glacial
substantivo e que uma janela, por onde entravam rajadas de vento,
estivesse aberta. Se o visitante dissesse “Que frio terrível”,
Julinha foi minha primeira filha. poderia estar insinuando que a janela deveria ser fechada.
“Primeira” pressupõe que tenho outras filhas e que as Há uma diferença capital entre o pressuposto e o su-
outras nasceram depois de Julinha. bentendido. O primeiro é uma informação estabelecida
como indiscutível tanto para o emissor quanto para o re-
Destruíram a outra igreja do povoado. ceptor, uma vez que decorre necessariamente do sentido
“Outra” pressupõe a existência de pelo menos uma de algum elemento linguístico colocado na frase. Ele pode
igreja além da usada como referência. ser negado, mas o emissor colocao implicitamente para
que não o seja. Já o subentendido é de responsabilidade
- Certos verbos
do receptor. O emissor pode esconder-se atrás do sentido
literal das palavras e negar que tenha dito o que o receptor
Renato continua doente. depreendeu de suas palavras. Assim, no exemplo dado aci-
O verbo “continua” indica que Renato já estava doente ma, se o dono da casa disser que é muito pouco higiênico
no momento anterior ao presente. fechar todas as janelas, o visitante pode dizer que também
acha e que apenas constatou a intensidade do frio.
Nossos dicionários já aportuguesaram a palavrea co- O subentendido serve, muitas vezes, para o emissor pro-
pydesk. tegerse, para transmitir a informação que deseja dar a conhe-
O verbo “aportuguesar” estabelece o pressuposto de cer sem se comprometer. Imaginemos, por exemplo, que um
que copidesque não existia em português. funcionário recémpromovido numa empresa ouvisse de um
colega o seguinte:

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LÍNGUA PORTUGUESA

“Competência e mérito continuam não valendo nada Um repórter, ao cometer uma transgressão em sua
como critério de promoção nesta empresa...” fala, transgride tanto quanto um indivíduo que compare-
Esse comentário talvez suscitasse esta suspeita: ce a um banquete trajando xortes ou quanto um banhista,
“Você está querendo dizer que eu não merecia a promoção?” numa praia, vestido de fraque e cartola.
Releva considerar, assim, o momento do discurso, que
Ora, o funcionário preterido, tendo recorrido a um su- pode ser íntimo, neutro ou solene. O momento íntimo é o
bentendido, poderia responder: das liberdades da fala. No recesso do lar, na fala entre ami-
gos, parentes, namorados, etc., portanto, são consideradas
“Absolutamente! Estou falando em termos gerais.” perfeitamente normais construções do tipo:
Eu não vi ela hoje.
Ninguém deixou ele falar.
NÍVEIS DE LINGUAGEM. Deixe eu ver isso!
Eu te amo, sim, mas não abuse!
Não assisti o filme nem vou assisti-lo.
Sou teu pai, por isso vou perdoá-lo.
Níveis de linguagem
Nesse momento, a informalidade prevalece sobre a nor-
A língua é um código de que se serve o homem para ela- ma culta, deixando mais livres os interlocutores.
borar mensagens, para se comunicar. Existem basicamente O momento neutro é o do uso da língua-padrão, que é
duas modalidades de língua, ou seja, duas línguas funcionais: a língua da Nação. Como forma de respeito, tomam-se por
1) a língua funcional de modalidade culta, língua culta base aqui as normas estabelecidas na gramática, ou seja, a
ou língua-padrão, que compreende a língua literária, tem por norma culta. Assim, aquelas mesmas construções se alteram:
base a norma culta, forma linguística utilizada pelo segmento Eu não a vi hoje.
mais culto e influente de uma sociedade. Constitui, em suma, Ninguém o deixou falar.
a língua utilizada pelos veículos de comunicação de mas- Deixe-me ver isso!
sa (emissoras de rádio e televisão, jornais, revistas, painéis, Eu te amo, sim, mas não abuses!
Não assisti ao filme nem vou assistir a ele.
anúncios, etc.), cuja função é a de serem aliados da escola,
Sou seu pai, por isso vou perdoar-lhe.
prestando serviço à sociedade, colaborando na educação;
2) a língua funcional de modalidade popular; língua po-
Considera-se momento neutro o utilizado nos veículos
pular ou língua cotidiana, que apresenta gradações as mais
de comunicação de massa (rádio, televisão, jornal, revista,
diversas, tem o seu limite na gíria e no calão.
etc.). Daí o fato de não se admitirem deslizes ou transgres-
sões da norma culta na pena ou na boca de jornalistas, quan-
Norma culta:
do no exercício do trabalho, que deve refletir serviço à causa
do ensino.
A norma culta, forma linguística que todo povo civilizado O momento solene, acessível a poucos, é o da arte poé-
possui, é a que assegura a unidade da língua nacional. E jus- tica, caracterizado por construções de rara beleza.
tamente em nome dessa unidade, tão importante do ponto Vale lembrar, finalmente, que a língua é um costume.
de vista político--cultural, que é ensinada nas escolas e di- Como tal, qualquer transgressão, ou chamado erro, deixa de
fundida nas gramáticas. Sendo mais espontânea e criativa, a sê-lo no exato instante em que a maioria absoluta o come-
língua popular afigura-se mais expressiva e dinâmica. Temos, te, passando, assim, a constituir fato linguístico registro de
assim, à guisa de exemplificação: linguagem definitivamente consagrado pelo uso, ainda que
Estou preocupado. (norma culta) não tenha amparo gramatical. Exemplos:
Tô preocupado. (língua popular) Olha eu aqui! (Substituiu: Olha-me aqui!)
Tô grilado. (gíria, limite da língua popular) Vamos nos reunir. (Substituiu: Vamo-nos reunir.)
Não basta conhecer apenas uma modalidade de lín- Não vamos nos dispersar. (Substituiu: Não nos vamos dis-
gua; urge conhecer a língua popular, captando-lhe a es- persar e Não vamos dispersar-nos.)
pontaneidade, expressividade e enorme criatividade, para Tenho que sair daqui depressinha. (Substituiu: Tenho de
viver; urge conhecer a língua culta para conviver. sair daqui bem depressa.)
Podemos, agora, definir gramática: é o estudo das nor- O soldado está a postos. (Substituiu: O soldado está no
mas da língua culta. seu posto.)

O conceito de erro em língua: As formas impeço, despeço e desimpeço, dos verbos im-
pedir, despedir e desimpedir, respectivamente, são exemplos
Em rigor, ninguém comete erro em língua, exceto nos também de transgressões ou “erros” que se tornaram fatos
casos de ortografia. O que normalmente se comete são linguísticos, já que só correm hoje porque a maioria viu tais
transgressões da norma culta. De fato, aquele que, num verbos como derivados de pedir, que tem início, na sua conju-
momento íntimo do discurso, diz: “Ninguém deixou ele fa- gação, com peço. Tanto bastou para se arcaizarem as formas
lar”, não comete propriamente erro; na verdade, transgride então legítimas impido, despido e desimpido, que hoje ne-
a norma culta. nhuma pessoa bem-escolarizada tem coragem de usar.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Em vista do exposto, será útil eliminar do vocabulário Variedades Linguísticas


escolar palavras como corrigir e correto, quando nos refe-
rimos a frases. “Corrija estas frases” é uma expressão que A linguagem é a característica que nos difere dos demais
deve dar lugar a esta, por exemplo: “Converta estas frases seres, permitindo-nos a oportunidade de expressar senti-
da língua popular para a língua culta”. mentos, revelar conhecimentos, expor nossa opinião frente
Uma frase correta não é aquela que se contrapõe a aos assuntos relacionados ao nosso cotidiano e, sobretudo,
uma frase “errada”; é, na verdade, uma frase elaborada promovendo nossa inserção ao convívio social. Dentre os fa-
conforme as normas gramaticais; em suma, conforme a tores que a ela se relacionam destacam-se os níveis da fala,
norma culta. que são basicamente dois: o nível de formalidade e o de in-
formalidade.
Língua escrita e língua falada. Nível de linguagem: O padrão formal está diretamente ligado à linguagem
escrita, restringindo-se às normas gramaticais de um modo
A língua escrita, estática, mais elaborada e menos eco- geral. Razão pela qual nunca escrevemos da mesma maneira
nômica, não dispõe dos recursos próprios da língua falada. que falamos. Este fator foi determinante para a que a mesma
A acentuação (relevo de sílaba ou sílabas), a entoação pudesse exercer total soberania sobre as demais.
(melodia da frase), as pausas (intervalos significativos no Quanto ao nível informal, por sua vez, representa o estilo
decorrer do discurso), além da possibilidade de gestos, considerado “de menor prestígio”, e isto tem gerado con-
olhares, piscadas, etc., fazem da língua falada a modalidade trovérsias entre os estudos da língua, uma vez que, para a
mais expressiva, mais criativa, mais espontânea e natural, sociedade, aquela pessoa que fala ou escreve de maneira er-
estando, por isso mesmo, mais sujeita a transformações e rônea é considerada “inculta”, tornando-se desta forma um
a evoluções. estigma.
Nenhuma, porém, sobrepõe-se a outra em impor- Compondo o quadro do padrão informal da linguagem,
tância. Nas escolas, principalmente, costuma se ensinar a estão as chamadas variedades linguísticas, as quais repre-
língua falada com base na língua escrita, considerada su- sentam as variações de acordo com as condições sociais, cul-
perior. Decorrem daí as correções, as retificações, as emen- turais, regionais e históricas em que é utilizada. Dentre elas
das, a que os professores sempre estão atentos. destacam-se:
Ao professor cabe ensinar as duas modalidades, mos-
trando as características e as vantagens de uma e outra, Variações históricas: Dado o dinamismo que a língua
sem deixar transparecer nenhum caráter de superioridade apresenta, a mesma sofre transformações ao longo do tem-
ou inferioridade, que em verdade inexiste. po. Um exemplo bastante representativo é a questão da or-
Isso não implica dizer que se deve admitir tudo na lín- tografia, se levarmos em consideração a palavra farmácia,
gua falada. A nenhum povo interessa a multiplicação de uma vez que a mesma era grafada com “ph”, contrapondo-
línguas. A nenhuma nação convém o surgimento de diale- -se à linguagem dos internautas, a qual se fundamenta pela
tos, consequência natural do enorme distanciamento entre supressão do vocábulos. Analisemos, pois, o fragmento ex-
uma modalidade e outra. posto:
A língua escrita é, foi e sempre será mais bem-ela-
borada que a língua falada, porque é a modalidade que Antigamente
mantém a unidade linguística de um povo, além de ser a
que faz o pensamento atravessar o espaço e o tempo. Ne- “Antigamente, as moças chamavam-se mademoiselles e
nhuma reflexão, nenhuma análise mais detida será possível eram todas mimosas e muito prendadas. Não faziam anos:
sem a língua escrita, cujas transformações, por isso mesmo, completavam primaveras, em geral dezoito. Os janotas, mes-
processam-se lentamente e em número consideravelmen- mo sendo rapagões, faziam-lhes pé-de-alferes, arrastando a
te menor, quando cotejada com a modalidade falada. asa, mas ficavam longos meses debaixo do balaio.”
Importante é fazer o educando perceber que o nível da Carlos Drummond de Andrade
linguagem, a norma linguística, deve variar de acordo com a Comparando-o à modernidade, percebemos um voca-
situação em que se desenvolve o discurso. bulário antiquado.
O ambiente sociocultural determina o nível da linguagem Variações regionais: São os chamados dialetos,
a ser empregado. O vocabulário, a sintaxe, a pronúncia e até a que são as marcas determinantes referentes a diferen-
entoação variam segundo esse nível. Um padre não fala com tes regiões. Como exemplo, citamos a palavra mandioca
uma criança como se estivesse em uma missa, assim como que, em certos lugares, recebe outras nomenclaturas,
uma criança não fala como um adulto. Um engenheiro não tais como: macaxeira e aipim. Figurando também esta
usará um mesmo discurso, ou um mesmo nível de fala, para modalidade estão os sotaques, ligados às características
colegas e para pedreiros, assim como nenhum professor uti- orais da linguagem.
liza o mesmo nível de fala no recesso do lar e na sala de aula.
Existem, portanto, vários níveis de linguagem e, entre es- Variações sociais ou culturais: Estão diretamente li-
ses níveis, destacam-se em importância o culto e o cotidiano, gadas aos grupos sociais de uma maneira geral e também
a que já fizemos referência. ao grau de instrução de uma determinada pessoa. Como
exemplo, citamos as gírias, os jargões e o linguajar caipira.

121
LÍNGUA PORTUGUESA

As gírias pertencem ao vocabulário específico de cer- Há diversas formas de se garantir a coesão entre os
tos grupos, como os surfistas, cantores de rap, tatuadores, elementos de uma frase ou de um texto:
entre outros. Os jargões estão relacionados ao profissiona- - Substituição de palavras com o emprego de sinôni-
lismo, caracterizando um linguajar técnico. Representando mos, ou de palavras ou expressões do mesmo campo as-
a classe, podemos citar os médicos, advogados, profissio- sociativo.
nais da área de informática, dentre outros. - Nominalização – emprego alternativo entre um ver-
Vejamos um poema sobre o assunto: bo, o substantivo ou o adjetivo correspondente (desgastar /
desgaste / desgastante).
Vício na fala - Repetição na ligação semântica dos termos, empre-
Para dizerem milho dizem mio gada como recurso estilístico de intenção articulatória, e
Para melhor dizem mió não uma redundância - resultado da pobreza de vocabulá-
Para pior pió rio. Por exemplo, “Grande no pensamento, grande na ação,
Para telha dizem teia grande na glória, grande no infortúnio, ele morreu desconhe-
Para telhado dizem teiado cido e só.” (Rocha Lima)
E vão fazendo telhados. - Uso de hipônimos – relação que se estabelece com
Oswald de Andrade base na maior especificidade do significado de um deles.
Por exemplo, mesa (mais específico) e móvel (mais gené-
Na construção de um texto, assim como na fala, usamos rico).
mecanismos para garantir ao interlocutor a compreensão - Emprego de hiperônimos - relações de um termo de
do que é dito, ou lido. Esses mecanismos linguísticos que sentido mais amplo com outros de sentido mais específico.
estabelecem a conectividade e retomada do que foi escrito Por exemplo, felino está numa relação de hiperonímia com
ou dito, são os referentes textuais, que buscam garantir gato.
a coesão textual para que haja coerência, não só entre os - Substitutos universais, como os verbos vicários (ver-
elementos que compõem a oração, como também entre a bos que substituem um outro empregado anteriormente).
sequência de orações dentro do texto. Ex.: Necessito viajar, porém só o farei no ano vindouro.
Essa coesão também pode muitas vezes se dar de
modo implícito, baseado em conhecimentos anteriores A coesão apoiada na gramática dá-se no uso de co-
que os participantes do processo têm com o tema. Por nectivos, como certos pronomes, certos advérbios e expres-
exemplo, o uso de uma determinada sigla, que para o pú- sões adverbiais, conjunções, elipses, entre outros. A elipse
blico a quem se dirige deveria ser de conhecimento geral, justifica-se quando, ao remeter a um enunciado anterior, a
evita que se lance mão de repetições inúteis. palavra elidida é facilmente identificável (Ex.: O jovem reco-
Numa linguagem figurada, a coesão é uma linha ima- lheu-se cedo. Sabia que ia necessitar de todas as suas forças.
ginária - composta de termos e expressões - que une os O termo o jovem deixa de ser repetido e, assim, estabelece
diversos elementos do texto e busca estabelecer relações a relação entre as duas orações.).
de sentido entre eles. Dessa forma, com o emprego de di-
ferentes procedimentos, sejam lexicais (repetição, substi- Dêiticos são elementos linguísticos que têm a proprie-
tuição, associação), sejam gramaticais (emprego de prono- dade de fazer referência ao contexto situacional ou ao pró-
mes, conjunções, numerais, elipses), constroem-se frases, prio discurso. Exercem, por excelência, essa função de pro-
orações, períodos, que irão apresentar o contexto – decor- gressão textual, dada sua característica: são elementos que
re daí a coerência textual. não significam, apenas indicam, remetem aos componentes
Um texto incoerente é o que carece de sentido ou o da situação comunicativa.
apresenta de forma contraditória. Muitas vezes essa incoe- Já os componentes concentram em si a significação. Eli-
rência é resultado do mau uso daqueles elementos de coe- sa Guimarães ensina-nos a esse respeito:
são textual. Na organização de períodos e de parágrafos, “Os pronomes pessoais e as desinências verbais indicam os
um erro no emprego dos mecanismos gramaticais e lexi- participantes do ato do discurso. Os pronomes demonstrativos,
cais prejudica o entendimento do texto. Construído com os certas locuções prepositivas e adverbiais, bem como os advér-
elementos corretos, confere-se a ele uma unidade formal. bios de tempo, referenciam o momento da enunciação, poden-
Nas palavras do mestre Evanildo Bechara, “o enunciado do indicar simultaneidade, anterioridade ou posterioridade. As-
não se constrói com um amontoado de palavras e orações. sim: este, agora, hoje, neste momento (presente); ultimamente,
Elas se organizam segundo princípios gerais de dependência recentemente, ontem, há alguns dias, antes de (pretérito); de
e independência sintática e semântica, recobertos por unida- agora em diante, no próximo ano, depois de (futuro).”
des melódicas e rítmicas que sedimentam estes princípios”.
Desta lição, extrai-se que não se deve escrever frases Somente a coesão, contudo, não é suficiente para que
ou textos desconexos – é imprescindível que haja uma uni- haja sentido no texto, esse é o papel da coerência, e coe-
dade, ou seja, que essas frases estejam coesas e coerentes rência relaciona--se intimamente a contexto.
formando o texto.
Além disso, relembre-se de que, por coesão, entende-
-se ligação, relação, nexo entre os elementos que compõem
a estrutura textual.

122
LÍNGUA PORTUGUESA

A seleção vocabular A coesão decorre das relações de sentido que se ope-


ram entre os elementos de um texto. Também resulta da
Na produção de texto, a seleção vocabular também perfeita relação de sentido que tem de haver entre as partes
é importante elemento de coesão, já que, muitas vezes, de um texto. Assim, o uso de conectivos é de grande impor-
substituímos uma palavra que já empregamos por outra tância para que possa haver coesão textual.
que lhe retoma o sentido. Observe:
Os advogados do réu apresentaram um pedido ao juiz, Leia o texto que se segue:
no entanto o magistrado não acatou a solicitação dos patro-
nos do acusado. “Além de ter liberdade para receber e transmitir infor-
mações é preciso que todos sejam livres para manifestar opi-
Nessa frase, as palavras magistrado, solicitação, patro- niões e críticas sobre o comportamento do governo. Não bas-
ta, porém, dizer na Constituição que essas liberdades existem.
nos e acusado funcionam como elementos de coesão, pois
É preciso que existam meios concretos ao alcance de todo
retomam, respectivamente, os termos juiz, pedido, advoga-
o povo para a obtenção e divulgação de informações, e por
dos e réu. Veja que a seleção vocabular utilizada na frase
esses meios o povo participe constantemente do governo, que
acima, além de dar coesão ao texto, tem função estilística, existe para realizar sua vontade, satisfazer suas necessidades
pois permite que não se repitam as mesmas palavras. e promover a melhoria de suas condições de vida”.
DALLARI, Dalmo de Abreu. In: Viver em sociedade. São
Os mecanismos de combinação e seleção – a coe- Paulo: Editora Moderna, 1985. p. 41.
rência e articulação de sentidos
Atente para o fato de que as orações que formam esse
Como você já deve ter percebido, escrever não é só trecho apresentam uma perfeita relação de sentido criada
colocar as ideias no papel. Até porque essas ideias não sur- com a ajuda dos conectivos. Vamos analisar um a um os pe-
gem do nada. Elas fazem parte do processo de comunica- ríodos encontrados no texto transcrito acima para entender
ção de que participamos e de todas as informações que esses mecanismos relacionais que os conectivos nos dão.
nos chegam, através de trocas de experiências com seus “Além de ter liberdade para receber e transmitir infor-
interlocutores e muita, muita leitura. mações é preciso que todos sejam livres para manifestar opi-
Veja a manchete de um jornal de grande circulação na- niões e críticas sobre o comportamento do governo.”
cional que publicou o seguinte: No 1º segmento, encontramos a locução conjuntiva
Professoras mandam carta a deputados protestando “além de” que introduz as orações seguintes, ambas subor-
dinadas adverbiais finais ‘para receber e (para) transmitir’,
contra o aumento de seus salários.
que por sua vez são coordenadas aditivas entre si, ou seja,
têm a mesma função.
Repare que, da forma como a manchete foi redigida, o
Na 2ª oração “Não basta, porém, dizer na Constituição
leitor poderia entendê-la de dois modos diversos: as pro- que essas liberdades existem”, a conjunção destacada indica
fessoras, chateadas com o aumento insignificante de seus contradição, oposição ou restrição ao que foi dito na oração
salários, reclamam, protestando, através de uma carta, aos anterior.
senhores deputados; ou as professoras questionam o au- Já no último segmento do texto encontramos o pro-
mento de salário que os deputados tiveram, comparando nome relativo “que” retomando o substantivo “governo”
com o salário delas e escrevem-nos protestando. da oração anterior e que aparece como oração principal
Por que essa dupla interpretação aconteceu e acontece de três outras orações subordinadas a ela, também com o
quando menos esperamos? sentido de finalidade – para realizar sua vontade; (para) sa-
Nesse caso, é o emprego do pronome “seus” o causa- tisfazer suas necessidades e (para) promover a melhoria de
dor desse duplo sentido. Podemos dizer que o pronome suas condições de vida.
possessivo destacado tanto pode se referir aos salários das
professoras como dos deputados. ‘É preciso que existam meios concretos ao alcance de todo
Sendo o texto uma ‘unidade de sentido’, os elementos o povo para a obtenção e divulgação de informações, e por
que o compõem (palavras, orações, períodos) precisam se esses meios o povo participe constantemente do governo, que
relacionar harmonicamente. existe para realizar sua vontade, satisfazer suas necessidades e
promover a melhoria de suas condições de vida”.
A estruturação de uma simples frase pode ser compa-
Repare que trabalhamos com os conectores (outro nome
rada com a articulação de um esqueleto com seus ossos.
para os conectivos), visando à perfeita relação de sentido que
Do mesmo jeito que uma articulação entre dois ou mais
deve haver entre as partes que compõem um texto.
ossos acontece, resultando num movimento, as palavras Sendo os conectivos elementos que relacionam partes
devem combinar umas com as outras numa articulação de de um discurso, estabelecendo relações de significado entre
pensamentos, tornando o texto coeso, com nexo. Não se essas partes, possuem valores próprios, uns exprimindo fina-
esqueça de que nexo significa “ligação, vínculo”. lidade, outros, oposição; outros, escolha e assim por diante.
Esse modo de estruturar o texto, a combinação e sele- A seleção vocabular é também um importante meca-
ção das palavras para evitar a falta de nexo, recebe o nome nismo coesivo e a estamos empregando quando substituí-
de mecanismos de coesão. mos uma palavra que já foi usada por outra que lhe retoma

123
LÍNGUA PORTUGUESA

o sentido. Podemos usar sinônimos, pronomes (retos ou - Palavras terminadas em EL:


oblíquos), pronomes relativos, etc. Esse mecanismo seleti- átono: plural em EIS: nível – níveis.
vo, além de dar coesão ao texto, tem função estilística, pois tônico: plural em ÉIS: carretel – carretéis.
permite que as palavras não sejam repetidas.
De maneira geral, podemos dizer que temos um texto - Palavras terminadas em X são invariáveis: o clímax
coerente e coeso quando este não contém contradições, o − os clímax.
vocabulário utilizado está adequado, as afirmações são re-
levantes para o desenvolvimento do tema, os fatos estão - Há palavras cuja sílaba tônica avança: júnior − juniores;
corretamente sequenciados, ou seja, o texto deverá estar caráter – caracteres. A palavra
constituído de relações de sentido entre os vocábulos, ex- Caracteres é plural tanto de caractere quanto de caráter.
pressões e frases e do encadeamento linear das unidades
linguísticas no texto. - Palavras terminadas em ão fazem o plural em ãos,
O inverso é verdadeiro e podemos dizer que não haverá ães e ões.
coesão quando, por exemplo, empregarmos conjunções e Em ões: balões, corações, grilhões, melões, gaviões.
pronomes de modo inadequado, deixarmos palavras ou até Em ãos: pagãos, cristãos, cidadãos, bênçãos, órgãos. Os
frases inteiras desconectadas e quando a escolha vocabular paroxítonos, como os dois últimos, sempre fazem o plural
for inadequada, levando à ambiguidade, entre outros pro- em ãos.
blemas. Em ães: escrivães, tabeliães, capelães, capitães, alemães.
Aconselhamos que, para se perceber a falta de coesão Em ões ou ãos: corrimões/corrimãos, verões/verãos,
no texto produzido por você, o melhor que se tem a fazer anões/anãos.
é lê-lo atentamente, estabelecer as relações entre as pala- Em ões ou ães: charlatões/charlatães, guardiões/guar-
vras que o compõem, as orações que formam os períodos e, diães, cirugiões/cirurgiães.
por fim, os períodos que formam o texto. Em ões, ãos ou ães: anciões/anciãos/anciães, ermitões/
Como você pôde notar, a coesão e a coerência textuais ermitãos/ermitães
são elementos facilitadores para a compreensão perfeita
de um texto.
- Plural dos diminutivos com a letra z. Coloca-se a
Coerência diz respeito a tudo que se harmoniza entre
palavra no plural, corta-se o s e acrescenta-se zinhos (ou zi-
si, que tem ligação. O conceito da palavra relaciona-se à
nhas): coraçãozinho – corações – coraçõe – coraçõezinhos.
presença de conexão, de nexo entre as ideias. Isso porque
buscamos sempre a existência de sentido, quer seja ao refle-
- Plural com metafonia (ô - ó). Algumas palavras, quan-
tirmos sobre algo, quer seja interpretando o que nos rodeia,
do vão ao plural, abrem o timbre da vogal “o”, outras não.
quer seja ao tentarmos compreender o conteúdo daquilo
Com metafonia singular (ô) plural (ó): coro-coros; corvo-cor-
que nos é apresentado em forma de texto escrito. Assim,
podemos inferir que o uso de algumas expressões pode vos; destroço-destroços. Sem metafonia singular (ô) plural
comprometer o entendimento de um texto. (ô): adorno-adornos; bolso-bolsos; transtorno-transtornos.
Fonte: http://www.brasilescola.com/gramatica/varia-
coes-linguisticas.htm - Casos especiais: aval, avales e avaiscal − cales e cais-
cós − coses e cós – fel, feles e féis – mal e males – cônsul e
cônsules.
FLEXÃO NOMINAL E VERBAL.
- Os dois elementos variam. Quando os compostos
são formados por substantivo mais palavra variável (adjeti-
vo, substantivo, numeral, pronome): amor-perfeito − amo-
FLEXÃO NOMINAL res-perfeitos; couve-flor − couves-flores; segunda-feira −
segundas-feiras.
Flexão de número: Os nomes (substantivo, adjetivo
etc.), de modo geral, admitem a flexão de número: singular - Só o primeiro elemento varia. Quando há preposição
e plural: animal – animais. no composto, mesmo que oculta: pé-de-moleque − pés-
- Na maioria das vezes, acrescenta-se S: ponte – -de-moleque; cavalo-vapor − cavalos-vapor (de ou a vapor).
pontes; bonito – bonitos. Quando o segundo substantivo determina o primeiro (fim
- Palavras terminadas em R ou Z: acrescenta-se ES: ou semelhança): banana-maçã − bananas-maçã (semelhan-
éter – éteres; avestruz – avestruzes. O pronome qualquer te a maçã); navio-escola − navios-escola (a finalidade é a
faz o plural no meio: quaisquer escola).
- Palavras oxítonas terminadas em S: acrescenta-se Alguns autores admitem a flexão dos dois elementos.
ES: ananás – ananases. As paroxítonas e as proparoxítonas É uma situação polêmica: mangas-espada (preferível) ou
são invariáveis: o pires − os pires, o ônibus − os ônibus mangas-espadas. Quando dizemos (e isso vai ocorrer outras
vezes) que é uma situação polêmica, discutível, convém ter
- Palavras terminadas em IL: em mente que a questão do concurso deve ser resolvida
átono: trocam IL por EIS: fóssil – fósseis. por eliminação, ou seja, analisando bem as outras opções.
tônico: trocam L por S: funil – funis.

124
LÍNGUA PORTUGUESA

- Apenas o último elemento varia. Quando os ele- O feminino de elefante é elefanta , e não elefoa. Aliá é
mentos são adjetivos: hispano-americano − hispano-ame- correto, mas designa apenas uma espécie de elefanta. Ma-
ricanos. A exceção é surdo-mudo, em que os dois adjeti- mão, para alguns gramáticos, deve ser considerado epice-
vos se flexionam: surdos-mudos. Nos compostos em que no. É algo discutível.
aparecem os adjetivos grão, grã e bel: grão-duque − grão- Há substantivos de gênero duvidoso, que as pessoas
-duques; grã-cruz − grã-cruzes; bel-prazer − bel-prazeres. costumam trocar: champanha aguardente, dó, alface, eclip-
Quando o composto é formado por verbo ou qualquer se, calformicida, cataplasma, grama (peso), grafite, milhar
elemento invariável (advérbio, interjeição, prefixo etc.) mais libido, plasma, soprano, musse, suéter, preá, telefonema.
substantivo ou adjetivo: arranha-céu − arranha-céus; sem- Existem substantivos que admitem os dois gêneros:
pre-viva − sempre-vivas; super-homem − super-homens. diabetes (ou diabete), laringe, usucapião etc.
Quando os elementos são repetidos ou onomatopaicos (re-
presentam sons): reco-reco − reco-recos; pingue-pongue − Flexão de Grau:
pingue-pongues; bem-te-vi − bem-te-vis.
Como se vê pelo segundo exemplo, pode haver algu-
Grau do substantivo
ma alteração nos elementos, ou seja, não serem iguais. Se
- Normal ou Positivo: sem nenhuma alteração.
forem verbos repetidos, admite-se também pôr os dois no
- Aumentativo: Sintético: chapelão. Analítico: chapéu
plural: pisca-pisca − pisca-piscas ou piscas-piscas
grande, chapéu enorme etc.
- Nenhum elemento varia. Quando há verbo mais - Diminutivo: Sintético: chapeuzinho. Analítico: cha-
palavra invariável: O cola-tudo – os cola-tudo. Quando há péu pequeno, chapéu reduzido etc. Um grau é sintético
dois verbos de sentido oposto: o perde-ganha – os perde- quando formado por sufixo; analítico, por meio de outras
-ganha. Nas frases substantivas (frases que se transformam palavras.
em substantivos): O maria-vai-com-as-outras − os maria-
-vai-com-as-outras. Grau do adjetivo
- Normal ou Positivo: João é forte.
- São invariáveis arco-íris, louva-a-deus, sem-vergonha, - Comparativo: de superioridade: João é mais forte
sem-teto e sem-terra: Os sem-terra apreciavam os arco-íris. que André. (ou do que); de inferioridade: João é menos
Admitem mais de um plural: pai-nosso − pais-nossos ou pai- forte que André. (ou do que); de igualdade: João é tão for-
-nossos; padre-nosso − padres-nossos ou padre-nossos; ter- te quanto André. (ou como)
ra-nova − terras-novas ou terra-novas; salvo-conduto − sal- - Superlativo: Absoluto: sintético: João é fortíssimo;
vos-condutos ou salvo-condutos; xeque-mate − xeques-ma- analítico: João é muito forte (bastante forte, forte demais
tes ou xeques-mate; fruta-pão − frutas-pães ou frutas-pão; etc.); Relativo: de superioridade: João é o mais forte da tur-
guarda-marinha − guardas-marinhas ou guardas-marinha. ma; de inferioridade: João é o menos forte da turma.
Casos especiais: palavras que não se encaixam nas regras: o O grau superlativo absoluto corresponde a um aumento
bem-me-quer − os bem-me-queres; o joão-ninguém − os do adjetivo. Pode ser expresso por um sufixo (íssimo, érrimo
joões-ninguém; o lugar-tenente − os lugar-tenentes; o ma- ou imo) ou uma palavra de apoio, como muito, bastante,
pa-múndi − os mapas-múndi. demasiadamente, enorme etc. As palavras maior, menor,
melhor, e pior constituem sempre graus de superioridade:
Flexão de Gênero: Os substantivos e as palavras que O carro é menor que o ônibus; menor (mais pequeno): com-
o acompanham na frase admitem a flexão de gênero: mas- parativo de superioridade. Ele é o pior do grupo; pior (mais
culino e feminino: Meu amigo diretor recebeu o primeiro mau): superlativo relativo de superioridade.
salário. Minha amiga diretora recebeu a primeira prestação.
Alguns superlativos absolutos sintéticos que podem apre-
A flexão de feminino pode ocorrer de duas maneiras.
sentar dúvidas. acre – acérrimo, amargo – amaríssimo; amigo –
- Com a troca de o ou e por a: lobo – loba; mestre – mestra.
amicíssimo; antigo – antiqüíssimo; cruel – crudelíssimo; doce –
- Por meio de diferentes sufixos nominais de gênero,
dulcíssimo; fácil – facílimo; feroz – ferocíssimo; fiel – fidelíssimo;
muitas vezes com alterações do radical: ateu – atéia; bispo – epis-
copisa; conde – condessa; duque – duquesa; frade – freira; ilhéu geral – generalíssimo; humilde – humílimo; magro – macérrimo;
– ilhoa; judeu – judia; marajá – marani; monje – monja; pigmeu – negro – nigérrimo; pobre – paupérrimo; sagrado – sacratíssimo;
pigmeia; píton – pitonisa; sandeu – sandia; sultão – sultana. sério – seriíssimo; soberbo – superbíssimo.

Alguns substantivos são uniformes quanto ao gênero, FLEXÃO VERBAL


ou seja, possuem uma única forma para masculino e femi-
nino. Podem ser: As flexões verbais são expressas por meio dos tempos,
Sobrecomuns: admitem apenas um artigo, podendo modo e pessoa da seguinte forma: O tempo indica o mo-
designar os dois sexos: a pessoa, o cônjuge, a testemunha. mento em que ocorre o processo verbal; O modo indica a
Comuns de dois gêneros: admitem os dois artigos, po- atitude do falante (dúvida, certeza, impossibilidade, pedido,
dendo então ser masculinos ou femininos: o estudante − a imposição, etc.); A pessoa marca na forma do verbo a pes-
estudante, o cientista − a cientista, o patriota − a patriota. soa gramatical do sujeito.
Epicenos: admitem apenas um artigo, designando os Tempos: Há tempos do presente, do passado (pretéri-
animais: O jacaré, a cobra, o polvo to) e do futuro.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Modo a) saia amarelo-ouro


b) papel amarelo-ouro
Modo Indicativo: Indica uma certeza relativa do falante c) caixa vermelho-sangue
com referência ao que o verbo exprime; pode ocorrer no d) caixa vermelha-sangue
tempo presente, passado ou futuro: e) caixas vermelho-sangue
Presente: Processo simultâneo ao ato da fala, fato cor-
riqueiro, habitual: Compro livros nesta livraria. Usa-se tam- 03. Indique a frase correta:
bém o presente com o valor de passado, passado histórico a) Mariazinha e Rita são duas leva-e-trazes.
(nos contos, narrativas) b) Os filhos de Clotilde são dois espalhas-brasas.
Tempos do Pretérito (passado): Exprimem processos c) O ladrão forçou a porta com dois pés-de-cabra.
anteriores ao ato da fala. São eles: d) Godofredo almoçou duas couves-flor.
- Pretérito Imperfeito: Exprime um processo habitual, e) Alfredo e Radagásio são dois gentilhomens.
ou com duração no tempo: Naquela época eu cantava
como um pássaro. 04. Flexão incorreta:
- Pretérito Perfeito: Exprime uma ação acabada: Paulo a) os cidadãos
quebrou meu violão de estimação. b) os açúcares
- Pretérito Mais-que-Perfeito: Exprime um processo c) os cônsules
anterior a um processo acabado: Embora tivera deixado a d) os tóraxes
escola, ele nunca deixou de estudar. e) os fósseis

Tempos do Futuro: Indicam processos que irão acon- 05. Mesma pronúncia de “bolos”:
tecer: a) tijolos
- Futuro do Presente: Exprime um processo que ainda b) caroços
não aconteceu: Farei essa viagem no fim do ano. c) olhos
- Futuro do Pretérito: Exprime um processo posterior d) fornos
e) rostos
a um processo que já passou: Eu faria essa viagem se não
tivesse comprado o carro.
06. Não varia no plural:
Modo Subjuntivo: Expressa incerteza, possibilidade ou
a) tique-taque
dúvida em relação ao processo verbal e não está ligado
b) guarda-comida
com a noção de tempo. Há três tempos: presente, imperfei- c) beija-flor
to e futuro. Quero que voltes para mim; Não pise na gra- d) para-lama
ma; É possível que ele seja honesto; Espero que ele fique e) cola-tudo
contente; Duvido que ele seja o culpado; Procuro alguém
que seja meu companheiro para sempre; Ainda que ele 07. Está mal flexionado o adjetivo na alternativa:
queira, não lhe será concedida a vaga; Se eu fosse bailari- a) Tecidos verde-olivas
na, estaria na Rússia; Quando eu tiver dinheiro, irei para as b) Festas cívico-religiosas
praias do nordeste. c) Guardas noturnos luso-brasileiros
Modo Imperativo: Exprime atitude de ordem, pedido d) Ternos azul-marinho
ou solicitação: Vai e não voltes mais. e) Vários porta-estandartes
Pessoa: A norma da língua portuguesa estabelece três
pessoas: Singular: eu , tu , ele, ela. Plural: nós, vós, eles, elas. 08. Na sentença “Há frases que contêm mais beleza do
No português brasileiro é comum o uso do pronome de que verdade”, temos grau:
tratamento você (s) em lugar do tu e vós. a) comparativo de superioridade
b) superlativo absoluto sintético
Exercícios c) comparativo de igualdade
d) superlativo relativo
01. Assinale o par de vocábulos que formam o plural e) superlativo por meio de acréscimo de sufixo
como órfão e mata-burro, respectivamente:
a) cristão / guarda-roupa 09. Assinale a alternativa em que a flexão do substanti-
b) questão / abaixo-assinado vo composto está errada:
c) alemão / beija-flor a) os pés-de-chumbo
d) tabelião / sexta-feira b) os corre-corre
e) cidadão / salário-família c) as públicas-formas
d) os cavalos-vapor
e) os vaivéns
02. Relativamente à concordância dos adjetivos com-
postos indicativos de cor, uma, dentre as seguintes, está
Respostas: 1-A / 2-D / 3-C / 4-D / 5-E / 6-E / 7-A / 8-A
errada. Qual?
/ 9-B /

126
MATEMÁTICA

Números inteiros e racionais: operações (adição, subtração, multiplicação, divisão, potenciação); expressões numéricas;
Frações e operações com frações..................................................................................................................................................................... .01
Múltiplos e divisores, Máximo divisor comum e Mínimo divisor comum ........................................................................................ 07
Números e grandezas proprocionais: Razões e proporções; Divisão em partes proporcionais............................................... 11
Regra de três.............................................................................................................................................................................................................. 15
Sistema métrico decimal........................................................................................................................................................................................ 19
Equações e inequações.......................................................................................................................................................................................... 23
Funções ....................................................................................................................................................................................................................... 29
Gráficos e tabelas..................................................................................................................................................................................................... 37
Estatística Descritiva, Amostragem, Teste de Hipóteses e Análise de Regressão ........................................................................... 43
Geometria.................................................................................................................................................................................................................... 48
Matriz, determinantes e sistemas lineares...................................................................................................................................................... 62
Sequências, progressão aritmética e geométrica........................................................................................................................................ 70
Porcentagem.............................................................................................................................................................................................................. 74
Juros simples e compostos................................................................................................................................................................................... 77
Taxas de Juros, Desconto, Equivalência de Capitais, Anuidades e Sistemas de Amortização.................................................... 80
Lógica: proposições, valor-verdade negação, conjunção, disjunção, implicação, equivalência, proposições
compostas..........................................................................................................................................................................................................95
Equivalências lógicas. ........................................................................................................................................................................................95
Problemas de raciocínio: deduzir informações de relações arbitrárias entre objetos, lugares, pessoas e/ou eventos
fictícios dados. ......................................................................................................................................................................................................95
Diagramas lógicos, tabelas e gráficos....................................................................................................................................................... 112
Princípios de contagem e noção de probabilidade.............................................................................................................................. 117
MATEMÁTICA

Exemplo 2
NÚMEROS INTEIROS E RACIONAIS:
OPERAÇÕES (ADIÇÃO, SUBTRAÇÃO, 40 – 9 x 4 + 23
MULTIPLICAÇÃO, DIVISÃO, 40 – 36 + 23
4 + 23
POTENCIAÇÃO); EXPRESSÕES
27
NUMÉRICAS; FRAÇÕES E OPERAÇÕES COM
FRAÇÕES. Exemplo 3
25-(50-30)+4x5
25-20+20=25

Números Naturais Números Inteiros


Os números naturais são o modelo mate- Podemos dizer que este conjunto é composto pelos
mático necessário para efetuar uma contagem. números naturais, o conjunto dos opostos dos números
Começando por zero e acrescentando sempre uma unida- naturais e o zero. Este conjunto pode ser representado por:
de, obtemos o conjunto infinito dos números naturais Z={...-3, -2, -1, 0, 1, 2,...}
Subconjuntos do conjunto :
1)Conjunto dos números inteiros excluindo o zero
Z*={...-2, -1, 1, 2, ...}
- Todo número natural dado tem um sucessor
a) O sucessor de 0 é 1. 2) Conjuntos dos números inteiros não negativos
b) O sucessor de 1000 é 1001. Z+={0, 1, 2, ...}
c) O sucessor de 19 é 20.
3) Conjunto dos números inteiros não positivos
Usamos o * para indicar o conjunto sem o zero. Z-={...-3, -2, -1}

Números Racionais
Chama-se de número racional a todo número que
- Todo número natural dado N, exceto o zero, tem um pode ser expresso na forma , onde a e b são inteiros
antecessor (número que vem antes do número dado). quaisquer, com b≠0
Exemplos: Se m é um número natural finito diferente São exemplos de números racionais:
de zero. -12/51
a) O antecessor do número m é m-1. -3
b) O antecessor de 2 é 1. -(-3)
c) O antecessor de 56 é 55. -2,333...
d) O antecessor de 10 é 9.
As dízimas periódicas podem ser representadas por
Expressões Numéricas fração, portanto são consideradas números racionais.
Como representar esses números?
Nas expressões numéricas aparecem adições, subtra- Representação Decimal das Frações
ções, multiplicações e divisões. Todas as operações podem
acontecer em uma única expressão. Para resolver as ex- Temos 2 possíveis casos para transformar frações em
pressões numéricas utilizamos alguns procedimentos: decimais

Se em uma expressão numérica aparecer as quatro 1º) Decimais exatos: quando dividirmos a fração, o nú-
operações, devemos resolver a multiplicação ou a divisão mero decimal terá um número finito de algarismos após a
primeiramente, na ordem em que elas aparecerem e so- vírgula.
mente depois a adição e a subtração, também na ordem
em que aparecerem e os parênteses são resolvidos primei-
ro.

Exemplo 1

10 + 12 – 6 + 7
22 – 6 + 7
16 + 7
23

1
MATEMÁTICA

2º) Terá um número infinito de algarismos após a vír- Exemplo 2


gula, mas lembrando que a dízima deve ser periódica para
ser número racional Seja a dízima 1,1212...
OBS: período da dízima são os números que se repe-
tem, se não repetir não é dízima periódica e assim números Façamos x = 1,1212...
irracionais, que trataremos mais a frente. 100x = 112,1212... .
Subtraindo:
100x-x=112,1212...-1,1212...
99x=111
X=111/99

Números Irracionais
Identificação de números irracionais

- Todas as dízimas periódicas são números racionais.


- Todos os números inteiros são racionais.
Representação Fracionária dos Números Decimais - Todas as frações ordinárias são números racionais.
- Todas as dízimas não periódicas são números irra-
1ºcaso) Se for exato, conseguimos sempre transformar cionais.
com o denominador seguido de zeros. - Todas as raízes inexatas são números irracionais.
O número de zeros depende da casa decimal. Para uma - A soma de um número racional com um número irra-
casa, um zero (10) para duas casas, dois zeros(100) e assim cional é sempre um número irracional.
por diante. - A diferença de dois números irracionais, pode ser um
número racional.
-Os números irracionais não podem ser expressos na
forma , com a e b inteiros e b≠0.

Exemplo: - = 0 e 0 é um número racional.

- O quociente de dois números irracionais, pode ser


um número racional.

Exemplo: : = = 2 e 2 é um número racional.

- O produto de dois números irracionais, pode ser um


número racional.
2ºcaso) Se dízima periódica é um número racional, en- Exemplo: . = = 7 é um número racional.
tão como podemos transformar em fração?
Exemplo:radicais( a raiz quadrada de um nú-
Exemplo 1 mero natural, se não inteira, é irracional.

Transforme a dízima 0, 333... .em fração Números Reais


Sempre que precisar transformar, vamos chamar a dízi-
ma dada de x, ou seja
X=0,333...
Se o período da dízima é de um algarismo, multiplica-
mos por 10.

10x=3,333...

E então subtraímos:

10x-x=3,333...-0,333...
9x=3
X=3/9
X=1/3

Agora, vamos fazer um exemplo com 2 algarismos de


período. Fonte: www.estudokids.com.br

2
MATEMÁTICA

Representação na reta Semirreta direita, fechada de origem a – números reais


maiores ou iguais a a.

Intervalo:[a,+ ∞[
Conjunto:{x∈R|x≥a}

Semirreta direita, aberta, de origem a – números reais


INTERVALOS LIMITADOS maiores que a.
Intervalo fechado – Números reais maiores do que a ou
iguais a e menores do que b ou iguais a b.
Intervalo:]a,+ ∞[
Conjunto:{x∈R|x>a}
Intervalo:[a,b]
Conjunto: {x∈R|a≤x≤b}
Potenciação
Multiplicação de fatores iguais
Intervalo aberto – números reais maiores que a e me-
nores que b. 2³=2.2.2=8

Casos
Intervalo:]a,b[ 1) Todo número elevado ao expoente 0 resulta em 1.
Conjunto:{x∈R|a<x<b}

Intervalo fechado à esquerda – números reais maiores


que a ou iguais a a e menores do que b.

2) Todo número elevado ao expoente 1 é o próprio


Intervalo:{a,b[ número.
Conjunto {x∈R|a≤x<b}
Intervalo fechado à direita – números reais maiores que
a e menores ou iguais a b.

3) Todo número negativo, elevado ao expoente par,


Intervalo:]a,b] resulta em um número positivo.
Conjunto:{x∈R|a<x≤b}

INTERVALOS IIMITADOS
4) Todo número negativo, elevado ao expoente ím-
Semirreta esquerda, fechada de origem b- números
par, resulta em um número negativo.
reais menores ou iguais a b.

Intervalo:]-∞,b]
Conjunto:{x∈R|x≤b} 5) Se o sinal do expoente for negativo, devemos pas-
sar o sinal para positivo e inverter o número que está na
Semirreta esquerda, aberta de origem b – números base.
reais menores que b.

Intervalo:]-∞,b[
Conjunto:{x∈R|x<b}

3
MATEMÁTICA

6) Toda vez que a base for igual a zero, não importa o Técnica de Cálculo
valor do expoente, o resultado será igual a zero. A determinação da raiz quadrada de um número tor-
na-se mais fácil quando o algarismo se encontra fatorado
em números primos. Veja:

Propriedades

1) (am . an = am+n) Em uma multiplicação de potências de


mesma base, repete-se a base e soma os expoentes.

Exemplos:
24 . 23 = 24+3= 27
(2.2.2.2) .( 2.2.2)= 2.2.2. 2.2.2.2= 27

2) (am: an = am-n). Em uma divisão de potência de mes- 64=2.2.2.2.2.2=26


ma base. Conserva-se a base e subtraem os expoentes.
Como é raiz quadrada a cada dois números iguais “ti-
Exemplos: ra-se” um e multiplica.
96 : 92 = 96-2 = 94

Observe: 1 1
1

3) (am)n Potência de potência. Repete-se a base e mul-


3.5 = (3.5) 2 = 3 2 .5 2 = 3. 5
tiplica-se os expoentes.
Exemplos: De modo geral, se
(52)3 = 52.3 = 56
a ∈ R+ , b ∈ R+ , n ∈ N * ,
então:

n
a.b = n a .n b
4) E uma multiplicação de dois ou mais fatores eleva-
dos a um expoente, podemos elevar cada um a esse mes- O radical de índice inteiro e positivo de um produto
mo expoente. indicado é igual ao produto dos radicais de mesmo índice
(4.3)²=4².3² dos fatores do radicando.

5) Na divisão de dois fatores elevados a um expoente, Raiz quadrada de frações ordinárias


podemos elevar separados. 1 1
2 2 2 2 2
2
=  = 1 =
3 3 3
Observe: 32
Radiciação
Radiciação é a operação inversa a potenciação De modo geral,

a ∈ R+ , b ∈ R *+ , n ∈ N * ,
se

então:

a na
n =
b nb

4
MATEMÁTICA

O radical de índice inteiro e positivo de um quociente 1º Caso:Denominador composto por uma só parcela
indicado é igual ao quociente dos radicais de mesmo índi-
ce dos termos do radicando.

Raiz quadrada números decimais

Operações
2º Caso: Denominador composto por duas parcelas.

Operações
Devemos multiplicar de forma que obtenha uma dife-
Multiplicação rença de quadrados no denominador:

Exemplo

QUESTÕES

Divisão 01. (Prefeitura de Salvador /BA - Técnico de Nível


Superior II - Direito – FGV/2017) Em um concurso, há
150 candidatos em apenas duas categorias: nível superior
e nível médio.
Sabe-se que:
Exemplo
• dentre os candidatos, 82 são homens;
• o número de candidatos homens de nível superior é
igual ao de mulheres de nível médio;
• dentre os candidatos de nível superior, 31 são mu-
Adição e subtração lheres.

O número de candidatos homens de nível médio é

Para fazer esse cálculo, devemos fatorar o 8 e o 20. (A) 42.


(B) 45.
(C) 48.
(D) 50.
(E) 52.

02. (SAP/SP - Agente de Segurança Penitenciária


- MSCONCURSOS/2017) Raoni, Ingrid, Maria Eduarda,
Isabella e José foram a uma prova de hipismo, na qual ga-
nharia o competidor que obtivesse o menor tempo final.
A cada 1 falta seriam incrementados 6 segundos em seu
Caso tenha: tempo final. Ingrid fez 1’10” com 1 falta, Maria Eduarda fez
1’12” sem faltas, Isabella fez 1’07” com 2 faltas, Raoni fez
1’10” sem faltas e José fez 1’05” com 1 falta. Verificando a
colocação, é correto afirmar que o vencedor foi:
Não dá para somar, as raízes devem ficar desse modo. (A) José
(B) Isabella
Racionalização de Denominadores (C) Maria Eduarda
(D) Raoni
Normalmente não se apresentam números irracionais
com radicais no denominador. Ao processo que leva à eli-
minação dos radicais do denominador chama-se racionali-
zação do denominador.

5
MATEMÁTICA

03. (SAP/SP - Agente de Segurança Penitenciária - De acordo com esses dados, ao longo da existência
MSCONCURSOS/2017) O valor de √0,444... é: desse prédio comercial, a fração do total de situações de
(A) 0,2222... risco de incêndio geradas por descuidos ao cozinhar cor-
(B) 0,6666... responde à
(C) 0,1616... (A) 3/20.
(D) 0,8888... (B) 1/4.
(C) 13/60.
04. (CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário - VU- (D) 1/5.
NESP/2017) Se, numa divisão, o divisor e o quociente são (E) 1/60.
iguais, e o resto é 10, sendo esse resto o maior possível,
então o dividendo é 07. (ITAIPU BINACIONAL - Profissional Nível Técni-
(A) 131. co I - Técnico em Eletrônica – NCUFPR/2017) Assinale a
(B) 121. alternativa que apresenta o valor da expressão
(C) 120.
(D) 110.
(E) 101.

05. (TST – Técnico Judiciário – FCC/2017) As expres- (A) 1.


sões numéricas abaixo apresentam resultados que seguem (B) 2.
um padrão específico: (C) 4.
(D) 8.
1ª expressão: 1 x 9 + 2 (E) 16.

2ª expressão: 12 x 9 + 3 08. (UNIRV/GO – Auxiliar de Laboratório – UNIRV-


GO/2017)
3ª expressão: 123 x 9 + 4
Qual o resultado de ?
...
(A) 3
7ª expressão: █ x 9 + ▲ (B) 3/2
(C) 5
Seguindo esse padrão e colocando os números ade- (D) 5/2
quados no lugar dos símbolos █ e ▲, o resultado da 7ª
expressão será 09. (IBGE – Agente Censitário Municipal e Supervi-
sor – FGV/2017) Suponha que a # b signifique a - 2b .
(A) 1 111 111.
(B) 11 111. Se 2#(1#N)=12 , então N é igual a:
(C) 1 111. (A) 1;
(D) 111 111. (B) 2;
(E) 11 111 111. (C) 3;
(D) 4;
06. (TST – Técnico Judiciário – FCC/2017) Durante um (E) 6.
treinamento, o chefe da brigada de incêndio de um prédio
comercial informou que, nos cinquenta anos de existência 10. (IBGE – Agente Censitário Municipal e Supervi-
do prédio, nunca houve um incêndio, mas existiram muitas sor – FGV/2017) Uma equipe de trabalhadores de deter-
situações de risco, felizmente controladas a tempo. Segun- minada empresa tem o mesmo número de mulheres e de
do ele, 1/13 dessas situações deveu-se a ações criminosas, homens. Certa manhã, 3/4 das mulheres e 2/3 dos homens
enquanto as demais situações haviam sido geradas por di- dessa equipe saíram para um atendimento externo.
ferentes tipos de displicência. Dentre as situações de risco
geradas por displicência, Desses que foram para o atendimento externo, a fra-
ção de mulheres é
− 1/5 deveu-se a pontas de cigarro descartadas inade- (A) 3/4;
quadamente; (B) 8/9;
− 1/4 deveu-se a instalações elétricas inadequadas; (C) 5/7;
− 1/3 deveu-se a vazamentos de gás e (D) 8/13;
− as demais foram geradas por descuidos ao cozinhar. (E) 9/17.

6
MATEMÁTICA

RESPOSTAS

01.Resposta: B. 08. Resposta: D.


150-82=68 mulheres
Como 31 mulheres são candidatas de nível superior, 37
são de nível médio. 09. Resposta: C.
Portanto, há 37 homens de nível superior. 2-2(1-2N)=12
82-37=45 homens de nível médio. 2-2+4N=12
4N=12
02. Resposta: D. N=3
Como o tempo de Raoni foi 1´10” sem faltas, ele foi o
vencedor. 10. Resposta: E.
Como tem o mesmo número de homens e mulheres:
03. Resposta: B.
Primeiramente, vamos transformar a dízima em fração

X=0,4444....
10x=4,444... Dos homens que saíram:
9x=4

Saíram no total

04. Resposta: A.
Como o maior resto possível é 10, o divisor é o número
11 que é igua o quociente.
11x11=121+10=131

05. Resposta: E.
A 7ª expressão será: 1234567x9+8=11111111

06. Resposta: D.
MÚLTIPLOS E DIVISORES, MÁXIMO
DIVISOR COMUM E MÍNIMO MÚLTIPLO
COMUM.
Gerado por descuidos ao cozinhar:

Múltiplos

Mas, que foram gerados por displicência é 12/13(1- Um número é múltiplo de outro quando ao dividirmos
1/13) o primeiro pelo segundo, o resto é zero.
Exemplo

07.Resposta: C.
O conjunto de múltiplos de um número natural não-
-nulo é infinito e podemos consegui-lo multiplicando-se o
número dado por todos os números naturais.
M(3)={0,3,6,9,12,...}

Divisores

Os números 12 e 15 são múltiplos de 3, portanto 3 é


divisor de 12 e 15.

7
MATEMÁTICA

D(12)={1,2,3,4,6,12}
D(15)={1,3,5,15} Assim, o mmc
Observações:
Exemplo
- Todo número natural é múltiplo de si mesmo.
- Todo número natural é múltiplo de 1. O piso de uma sala retangular, medindo 3,52 m × 4,16
- Todo número natural, diferente de zero, tem infinitos m, será revestido com ladrilhos quadrados, de mesma di-
múltiplos. mensão, inteiros, de forma que não fique espaço vazio
- O zero é múltiplo de qualquer número natural. entre ladrilhos vizinhos. Os ladrilhos serão escolhidos de
modo que tenham a maior dimensão possível.
Máximo Divisor Comum Na situação apresentada, o lado do ladrilho deverá
O máximo divisor comum de dois ou mais números medir
naturais não-nulos é o maior dos divisores comuns desses (A) mais de 30 cm.
números. (B) menos de 15 cm.
Para calcular o m.d.c de dois ou mais números, deve- (C) mais de 15 cm e menos de 20 cm.
mos seguir as etapas: (D) mais de 20 cm e menos de 25 cm.
• Decompor o número em fatores primos (E) mais de 25 cm e menos de 30 cm.
• Tomar o fatores comuns com o menor expoente
• Multiplicar os fatores entre si. Resposta: A.

Exemplo:

Devemos achar o mdc para achar a maior medida pos-


sível
E são os fatores que temos iguais:25=32
O fator comum é o 3 e o 1 é o menor expoente.
m.d.c Exemplo2
(MPE/SP – Oficial de Promotora I – VUNESP/2016)
No aeroporto de uma pequena cidade chegam aviões de
três companhias aéreas. Os aviões da companhia A che-
Mínimo Múltiplo Comum gam a cada 20 minutos, da companhia B a cada 30 minutos
O mínimo múltiplo comum (m.m.c) de dois ou mais nú- e da companhia C a cada 44 minutos. Em um domingo, às
meros é o menor número, diferente de zero. 7 horas, chegaram aviões das três companhias ao mesmo
Para calcular devemos seguir as etapas: tempo, situação que voltará a se repetir, nesse mesmo dia,
• Decompor os números em fatores primos às
• Multiplicar os fatores entre si (A) 16h 30min.
(B) 17h 30min.
Exemplo: (C) 18h 30min.
(D) 17 horas.
(E) 18 horas.

Resposta: E.

Mmc(20,30,44)=2².3.5.11=660

1h---60minutos
Para o mmc, fica mais fácil decompor os dois juntos. x-----660
Basta começar sempre pelo menor primo e verificar a x=660/60=11
divisão com algum dos números, não é necessário que os
dois sejam divisíveis ao mesmo tempo. Então será depois de 11horas que se encontrarão
Observe que enquanto o 15 não pode ser dividido, 7+11=18h
continua aparecendo.

8
MATEMÁTICA

QUESTÕES 05. (TJM/SP - Escrevente Técnico Judiciário – VU-


NESP/2017) Em um pequeno mercado, o dono resolveu
01. (CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário - VU- fazer uma promoção. Para tanto, cada uma das 3 caixas re-
NESP/2017) No depósito de uma loja de doces, há gistradoras foi programada para acender uma luz, em inter-
uma caixa contendo n bombons. Para serem vendidos, valos de tempo regulares: na caixa 1, a luz acendia a cada
devem ser repartidos em pacotes iguais, todos com 15 minutos; na caixa 2, a cada 30 minutos; e na caixa 3, a
a mesma quantidade de bombons. Com os bombons luz acendia a cada 45 minutos. Toda vez que a luz de uma
dessa caixa, podem ser feitos pacotes com 5, ou com 6, caixa acendia, o cliente que estava nela era premiado com
ou com 7 unidades cada um, e, nesses casos, não falta- um desconto de 3% sobre o valor da compra e, quando as 3
rá nem sobrará nenhum bombom. Nessas condições, o luzes acendiam, ao mesmo tempo, esse desconto era de 5%.
menor valor que pode ser atribuído a n é Se, exatamente às 9 horas de um determinado dia, as luzes
(A) 280. das 3 caixas acenderam ao mesmo tempo, então é verdade
(B) 265. que o número máximo de premiações de 5% de desconto
(C) 245. que esse mercado poderia ter dado aos seus clientes, das
(D) 230. 9 horas às 21 horas e 30 minutos daquele dia, seria igual a
(E) 210. (A) 8.
(B) 10.
02. (EMBASA – Agente Administrativo – (C) 21.
IBFC/2017) Considerando A o MDC (maior divisor co- (D) 27.
mum) entre os números 24 e 60 e B o MMC (menor (E) 33.
múltiplo comum) entre os números 12 e 20, então o
valor de 2A + 3B é igual a: 06. (PREF. DE PIRAÚBA/MG – Agente Administrativo
(A) 72 – MSCONCURSOS/2017) Sabendo que a sigla M.M.C. na
(B) 156 matemática significa Mínimo Múltiplo Comum e que M.D.C.
significa Máximo Divisor Comum, pergunta-se: qual o valor
(C) 144
do M.M.C. de 6 e 8 dividido pelo M.D.C. de 30, 36 e 72?
(D) 204
(A) 8
(B) 6
03. (MPE/GO – Oficial de Promotoria – MPEGO
(C) 4
/2017) Em um determinado zoológico, a girafa deve
(D) 2
comer a cada 4 horas, o leão a cada 5 horas e o maca-
co a cada 3 horas. Considerando que todos foram ali-
07. (CELESC – Assistente Administrativo – FEPE-
mentados às 8 horas da manhã de domingo, é correto
SE/2016) Em uma excursão participam 120 homens e 160
afirmar que o funcionário encarregado deverá servir a mulheres. Em determinado momento é preciso dividir os
alimentação a todos concomitantemente às: participantes em grupos formados somente por homens
(A) 8 horas de segunda-feira. ou somente por mulheres, de maneira que os grupos te-
(B) 14 horas de segunda-feira. nham o mesmo número de integrantes.
(C) 10 horas de terça-feira. Neste caso, o número máximo de integrantes em um
(D) 20 horas de terça-feira. grupo é:
(E) 9 horas de quarta-feira. (A) 10.
(B) 15.
04. (EMBASA – Assistente de Laboratório – (C) 20.
IBFC/2017) Um marceneiro possui duas barras de fer- (D) 30.
ro, uma com 1,40 metros de comprimento e outra com (E) 40.
2,45 metros de comprimento. Ele pretende cortá-las em
barras de tamanhos iguais, de modo que cada pedaço 08. (PREF. DE GUARULHOS/SP – Assistente de Ges-
tenha a maior medida possível. Nessas circunstâncias, o tão Escolar – VUNESP/2016) Para iniciar uma visita moni-
total de pedaços que o marceneiro irá cortar, utilizando torada a um museu, 96 alunos do 8º ano e 84 alunos do 9º
as duas de ferro, é: ano de certa escola foram divididos em grupos, todos com
(A) 9 o mesmo número de alunos, sendo esse número o maior
(B) 11 possível, de modo que cada grupo tivesse somente alunos
(C) 12 de um único ano e que não restasse nenhum aluno fora
(D) 13 de um grupo. Nessas condições, é correto afirmar que o
número total de grupos formados foi
(A) 8.
(B) 12.
(C) 13.
(D) 15.
(E) 18.

9
MATEMÁTICA

09. (PREF. DE JAMBEIRO – Agente Administrativo –


JOTA CONSULTORIA/2016) O MMC(120, 125, 130) é:
(A) 39000
(B) 38000
(C) 37000
(D) 36000
(E) 35000

10. (MPE/SP – Analista Técnico Científico – VU- Mmc(12,20)=2²⋅3⋅5=60


NESP/2016) Pretende-se dividir um grupo de 216 pessoas, 2A+3B=24+180=204
sendo 126 com formação na área de exatas e 90 com for-
mação na área de humanas, em grupos menores contendo, 03. Resposta: D.
obrigatoriamente, elementos de cada uma dessas áreas, de Mmc(3, 4, 5)=60
modo que: (1) o número de grupos seja o maior possível; 60/24=2 dias e 12horas
(2) cada grupo tenha o mesmo número x de pessoas com Como foi no domingo às 8h d amanhã, a próxima ali-
formação na área de exatas e o mesmo número y de pes- mentação será na terça às 20h.
soas com formação na área de humanas; e (3) cada uma
das 216 pessoas participe de um único grupo. Nessas con-
dições, e sabendo-se que no grupo não há pessoa com
ambas as formações, é correto afirmar que, em cada novo
grupo, a diferença entre os números de pessoas com for-
mação em exatas e em humanas, nessa ordem, será igual a 04. Resposta: B.
(A) 1
(B) 2 Mdc=5⋅7=35
(C) 3 140/35=4
(D) 4 245/35=7
(E) 5 Portanto, serão 11 pedaços.

05. Resposta: D.
RESPOSTAS

01. Resposta: E.

Mmc(15, 30, 45)=90 minutos


Ou seja, a cada 1h30 minutos tem premiações.
Das 9 ate as 21h30min=12h30 minutos

Mmc(5,6,7)=2⋅3⋅5⋅7=210

02. Resposta: E. 9 vezes no total, pois as 9 horas acendeu.


Como são 3 premiações: 9x3=27

06. Resposta: C.

Para o cálculo do mdc, devemos multiplicar os comuns:


MDC(24,60)=2²⋅3=12

10
MATEMÁTICA

Mdc(90, 125)=2.3²=18

Então teremos
126/18 = 7 grupos de exatas
90/18 = 5 grupos de humanas
A diferença é de 7-5=2
Mmc(6,8)=24
- eles são múltiplos de 2, pois terminam com números
Mdc(30, 36, 72) =2x3=6 pares.
Portanto: 24/6=4 E são múltiplos de 3, lembrando que para ser múltiplo
de 3, basta somar os números e ser múltiplo de 3.
36=3+6=9
90=9+0=9
162=1+6+2=9

NÚMEROS E GRANDEZAS
PROPORCIONAIS: RAZÕES E
07. Resposta: E.
PROPORÇÕES; DIVISÃO EM PARTES
MDC(120,160)=8x5=40 PROPORCIONAIS

08. Resposta:B.

Razão

Chama-se de razão entre dois números racionais a e


b, com b 0, ao quociente entre eles. Indica-se a razão de a
para b por a/b ou a : b.
Exemplo:
Na sala do 1º ano de um colégio há 20 rapazes e 25
moças. Encontre a razão entre o número de rapazes e o
número de moças. (lembrando que razão é divisão)
MDC(84,96)=2²x3=12

09. Resposta: A.

Proporção

Proporção é a igualdade entre duas razões. A propor-


ção entre A/B e C/D é a igualdade:

Propriedade fundamental das proporções


Numa proporção:
Mmc(120, 125, 130)=2³.3.5³.13=39000

10. Resposta: B.
O cálculo utilizado aqui será o MDC (Máximo Divisor
Comum) Os números A e D são denominados extremos enquan-
to os números B e C são os meios e vale a propriedade: o
produto dos meios é igual ao produto dos extremos, isto é:
AxD=BxC

Exemplo: A fração 3/4 está em proporção com 6/8,


pois:

11
MATEMÁTICA

ou  

   
Exercício: Determinar o valor de X para que a razão X/3
esteja em proporção com 4/6.
Grandezas Diretamente Proporcionais
Solução: Deve-se montar a proporção da seguinte for-
Duas grandezas variáveis dependentes são diretamen-
ma:
te proporcionais quando a razão entre os valores da 1ª
grandeza é igual a razão entre os valores correspondentes
da 2ª, ou de uma maneira mais informal, se eu pergunto:
Quanto mais.....mais....
.
Exemplo
Distância percorrida e combustível gasto
Segunda propriedade das proporções
Qualquer que seja a proporção, a soma ou a diferença
dos dois primeiros termos está para o primeiro, ou para Distância(km) Combustível(litros)
o segundo termo, assim como a soma ou a diferença dos 13 1
dois últimos termos está para o terceiro, ou para o quarto
termo. Então temos: 26 2
39 3
52 4
   

  ou      Quanto MAIS eu ando, MAIS combustível?


Diretamente proporcionais
Se eu dobro a distância, dobra o combustível

Grandezas Inversamente Proporcionais


Ou
Duas grandezas variáveis dependentes são inversa-
mente proporcionais quando a razão entre os valores da
1ª grandeza é igual ao inverso da razão entre os valores
correspondentes da 2ª.
     ou    Quanto mais....menos...

Exemplo
   velocidadextempo a tabela abaixo:

Terceira propriedade das proporções Velocidade (m/s) Tempo (s)


Qualquer que seja a proporção, a soma ou a diferença 5 200
dos antecedentes está para a soma ou a diferença dos con-
sequentes, assim como cada antecedente está para o seu 8 125
respectivo consequente. Temos então: 10 100
16 62,5
     20 50

ou     Quanto MAIOR a velocidade MENOS tempo??


Inversamente proporcional
Se eu dobro a velocidade, eu faço o tempo pela me-
tade.

Ou Diretamente Proporcionais
Para decompor um número M em partes X1, X2, ..., Xn di-
retamente proporcionais a p1, p2, ..., pn, deve-se montar um
     sistema com n equações e n incógnitas, sendo as somas
X1+X2+...+Xn=M e p1+p2+...+pn=P.

12
MATEMÁTICA

QUESTÕES

01. (DESENBAHIA – Técnico Escriturário - INSTITU-


TO AOCP/2017) João e Marcos resolveram iniciar uma so-
A solução segue das propriedades das proporções: ciedade para fabricação e venda de cachorro quente. João
iniciou com um capital de R$ 30,00 e Marcos colaborou
com R$ 70,00. No primeiro final de semana de trabalho, a
arrecadação foi de R$ 240,00 bruto e ambos reinvestiram
R$ 100,00 do bruto na sociedade, restando a eles R$ 140,00
Exemplo de lucro. De acordo com o que cada um investiu inicial-
Carlos e João resolveram realizar um bolão da loteria. mente, qual é o valor que João e Marcos devem receber
Carlos entrou com R$ 10,00 e João com R$ 15,00. Caso ga- desse lucro, respectivamente?
nhem o prêmio de R$ 525.000,00, qual será a parte de cada (A) 30 e 110 reais.
um, se o combinado entre os dois foi de dividirem o prê- (B) 40 e 100 reais.
mio de forma diretamente proporcional? (C) 42 e 98 reais.
(D) 50 e 90 reais.
(E) 70 e 70 reais.

02. (TST – Técnico Judiciário – FCC/2017) Em uma


empresa, trabalham oito funcionários, na mesma função,
mas com cargas horárias diferentes: um deles trabalha 32
horas semanais, um trabalha 24 horas semanais, um tra-
balha 20 horas semanais, três trabalham 16 horas sema-
nais e, por fim, dois deles trabalham 12 horas semanais.
Carlos ganhará R$210000,00 e Carlos R$315000,00. No final do ano, a empresa distribuirá um bônus total de
R$ 74.000,00 entre esses oito funcionários, de forma que
Inversamente Proporcionais a parte de cada um seja diretamente proporcional à sua
Para decompor um número M em n partes X1, X2, ..., carga horária semanal.
Xn inversamente proporcionais a p1, p2, ..., pn, basta decom- Dessa forma, nessa equipe de funcionários, a diferença
por este número M em n partes X1, X2, ..., Xn diretamente entre o maior e o menor bônus individual será, em R$, de
proporcionais a 1/p1, 1/p2, ..., 1/pn. (A) 10.000,00.
A montagem do sistema com n equações e n incógni- (B) 8.000,00.
tas, assume que X1+X2+...+ Xn=M e além disso (C) 20.000,00.
(D) 12.000,00.
(E) 6.000,00.

03. (CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário – VU-


NESP/2017) Para uma pesquisa, foram realizadas entrevis-
cuja solução segue das propriedades das proporções: tas nos estados da Região Sudeste do Brasil. A amostra foi
composta da seguinte maneira:

– 2500 entrevistas realizadas no estado de São Paulo;

– 1500 entrevistas realizadas nos outros três estados


da Região Sudeste.

Desse modo, é correto afirmar que a razão entre o nú-


mero de entrevistas realizadas em São Paulo e o número
total de entrevistas realizadas nos quatro estados é de
(A) 8 para 5.
(B) 5 para 8.
(C) 5 para 7.
(D) 3 para 5.
(E) 3 para 8.

13
MATEMÁTICA

04. (UNIRV/60 – Auxiliar de Laboratório – UNIRV- 09. (CRBIO – Auxiliar Administrativo – VU-
GO/2017) Em relação à prova de matemática de um con- NESP/2017) O transporte de 1980 caixas iguais foi total-
curso, Paula acertou 32 das 48 questões da prova. A razão mente repartido entre dois veículos, A e B, na razão direta
entre o número de questões que ela errou para o total de das suas respectivas capacidades de carga, em toneladas.
questões da prova é de Sabe-se que A tem capacidade para transportar 2,2 t, en-
(A) 2/3 quanto B tem capacidade para transportar somente 1,8 t.
(B) 1/2 Nessas condições, é correto afirmar que a diferença
(C) 1/3 entre o número de caixas carregadas em A e o número de
(D) 3/2 caixas carregadas em B foi igual a
(A) 304.
05. (MPE/GO – Oficial de Promotoria – MPE- (B) 286.
GO/2017) José, pai de Alfredo, Bernardo e Caetano, de 2, 5 (C) 224.
e 8 anos, respectivamente, pretende dividir entre os filhos a (D) 216.
quantia de R$ 240,00, em partes diretamente proporcionais (E) 198.
às suas idades. Considerando o intento do genitor, é possí-
vel afirmar que cada filho vai receber, em ordem crescente 10. (EMDEC – Assistente Administrativo – IBFC/2016)
de idades, os seguintes valores: Paulo vai dividir R$ 4.500,00 em partes diretamente pro-
(A) R$ 30,00, R$ 60,00 e R$150,00. porcionais às idades de seus três filhos com idades de 4, 6
(B) R$ 42,00, R$ 58,00 e R$ 140,00. e 8 anos respectivamente. Desse modo, o total distribuído
(C) R$ 27,00, R$ 31,00 e R$ 190,00. aos dois filhos com maior idade é igual a:
(D) R$ 28,00, R$ 84,00 e R$ 128,00. (A) R$2.500,00
(E) R$ 32,00, R$ 80,00 e R$ 128,00. (B) R$3.500,00
(C) R$ 1.000,00
06. (TJ/SP – Escrevente Técnico Judiciário – VU- (D) R$3.200,00
NESP/2017) Sabe-se que 16 caixas K, todas iguais, ou 40
caixas Q, todas também iguais, preenchem totalmente cer-
to compartimento, inicialmente vazio. Também é possível RESPOSTAS
preencher totalmente esse mesmo compartimento com-
pletamente vazio utilizando 4 caixas K mais certa quantida- 01. Resposta: C.
de de caixas Q. Nessas condições, é correto afirmar que o 30k+70k=140
número de caixas Q utilizadas será igual a 100k=140
(A) 10. K=1,4
(B) 28. 30⋅1,4=42
(C) 18. 70⋅1,4=98
(D) 22.
(E) 30. 02. Resposta: A.
Vamos dividir o prêmio pelas horas somadas
07. (IPRESB/SP – Agente Previdenciário – VU- 32+24+20+3⋅16+2⋅12=148
NESP/2017) A tabela, onde alguns valores estão substituí- 74000/148=500
dos por letras, mostra os valores, em milhares de reais, que O maior prêmio foi para quem fez 32 horas semanais
eram devidos por uma empresa a cada um dos três forne- 32⋅500=16000
cedores relacionados, e os respectivos valores que foram 12⋅500=6000
pagos a cada um deles. A diferença é: 16000-6000=10000

Fornecedor A B C 03. Resposta:B.


2500+1500=4000 entrevistas
Valor pago 22,5 X 37,5
Valor devido Y 40 z

Sabe-se que os valores pagos foram diretamente propor-


cionais a cada valor devido, na razão de 3 para 4. Nessas con- 04. Resposta: C.
dições, é correto afirmar que o valor total devido a esses três Se Paula acertou 32, errou 16.
fornecedores era, antes dos pagamentos efetuados, igual a
(A) R$ 90.000,00.
(B) R$ 96.500,00.
(C) R$ 108.000,00.
(D) R$ 112.500,00.
(E) R$ 120.000,00.

14
MATEMÁTICA

05. Resposta: E. 10. Resposta: B.


2k+5k+8k=240
15k=240
K=16
Alfredo: 2⋅16=32
Bernardo: 5⋅16=80 A+B+C=4500
Caetano: 8⋅16=128 4p+6p+8p=4500
18p=4500
06. Resposta: E. P=250
Se, com 16 caixas K, fica cheio e já foram colocadas 4 B=6p=6x250=1500
caixa, faltam 12 caixas K, mas queremos colocar as caixas Q, C=8p=8x250=2000
então vamos ver o equivalente de 12 caixas K 1500+2000=3500

REGRA DE TRÊS
Q=30 caixas

07. Resposta: E.
Regra de três simples

Regra de três simples é um processo prático para re-


solver problemas que envolvam quatro valores dos quais
Y=90/3=30 conhecemos três deles. Devemos, portanto, determinar um
valor a partir dos três já conhecidos.

Passos utilizados numa regra de três simples:


X=120/4=30
1º) Construir uma tabela, agrupando as grandezas da
mesma espécie em colunas e mantendo na mesma linha
as grandezas de espécies diferentes em correspondência.

Z=150/3=50 2º) Identificar se as grandezas são diretamente ou in-


versamente proporcionais.
Portanto o total devido é de: 30+40+50=120000
3º) Montar a proporção e resolver a equação.
08. Resposta: E. Um trem, deslocando-se a uma velocidade média de
400Km/h, faz um determinado percurso em 3 horas. Em
quanto tempo faria esse mesmo percurso, se a velocidade
utilizada fosse de 480km/h?

X=1,05 Solução: montando a tabela:


Se o irmão mais alto cresceu 10cm, está com 1,50
1) Velocidade (Km/h) Tempo (h)
400-----------------3
480---------------- x
X=1,20
2) Identificação do tipo de relação:
Ele cresceu: 1,20-1,05=0,15m=15cm
Velocidade----------tempo
09. Resposta: E. 400↓-----------------3↑
2,2k+1,8k=1980 480↓---------------- x↑
4k=1980
K=495 Obs.: como as setas estão invertidas temos que inver-
2,2x495=1089 ter os números mantendo a primeira coluna e invertendo a
1980-1089=891 segunda coluna ou seja o que está em cima vai para baixo
1089-891=198 e o que está em baixo na segunda coluna vai para cima

15
MATEMÁTICA

Velocidade----------tempo QUESTÕES
400↓-----------------X↓
480↓---------------- 3↓ 01. (IPRESB/SP - Analista de Processos Previdenciá-
rios- VUNESP/2017) Para imprimir 300 apostilas destina-
480x=1200 das a um curso, uma máquina de fotocópias precisa traba-
X=25 lhar 5 horas por dia durante 4 dias. Por motivos administra-
tivos, será necessário imprimir 360 apostilas em apenas 3
Regra de três composta dias. O número de horas diárias que essa máquina terá que
Regra de três composta é utilizada em problemas com trabalhar para realizar a tarefa é
mais de duas grandezas, direta ou inversamente propor- (A) 6.
cionais. (B) 7.
(C) 8.
Exemplos: (D) 9.
(E) 10.
1) Em 8 horas, 20 caminhões descarregam 160m³ de
areia. Em 5 horas, quantos caminhões serão necessários 02. (SEPOG – Analista em Tecnologia da Informação
para descarregar 125m³? e Comunicação – FGV/2017) Uma máquina copiadora A
faz 20% mais cópias do que uma outra máquina B, no mes-
Solução: montando a tabela, colocando em cada co- mo tempo.
luna as grandezas de mesma espécie e, em cada linha, as A máquina B faz 100 cópias em uma hora.
grandezas de espécies diferentes que se correspondem: A máquina A faz 100 cópias em
(A) 44 minutos.
Horas --------caminhões-----------volume (B) 46 minutos.
8↑----------------20↓----------------------160↑ (C) 48 minutos.
5↑------------------x↓----------------------125↑ (D) 50 minutos.
(E) 52 minutos.
A seguir, devemos comparar cada grandeza com aque-
la onde está o x. 03. (SAP/SP - Agente de Segurança Penitenciária
Observe que: - MSCONCURSOS/2017) Para a construção de uma ro-
Aumentando o número de horas de trabalho, pode- dovia, 12 operários trabalham 8 horas por dia durante 14
mos diminuir o número de caminhões. Portanto a relação dias e completam exatamente a metade da obra. Porém, a
é inversamente proporcional (seta para cima na 1ª coluna). rodovia precisa ser terminada daqui a exatamente 8 dias,
Aumentando o volume de areia, devemos aumentar o e então a empresa contrata mais 6 operários de mesma
número de caminhões. Portanto a relação é diretamente capacidade dos primeiros. Juntos, eles deverão trabalhar
proporcional (seta para baixo na 3ª coluna). Devemos igua- quantas horas por dia para terminar o trabalho no tempo
lar a razão que contém o termo x com o produto das outras correto?
razões de acordo com o sentido das setas. (A) 6h 8 min
Montando a proporção e resolvendo a equação temos: (B) 6h 50min
(C) 9h 20 min
Horas --------caminhões-----------volume (D) 9h 33min
8↑----------------20↓----------------------160↓
5↑------------------x↓----------------------125↓ 04. (CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário – VU-
NESP/2017 ) Um restaurante “por quilo” apresenta seus
Obs.: Assim devemos inverter a primeira coluna fican- preços de acordo com a tabela:
do:

Horas --------caminhões-----------volume
5----------------20----------------------160
8------------------x----------------------125 Rodolfo almoçou nesse restaurante na última sexta-fei-
ra. Se a quantidade de alimentos que consumiu nesse al-
moço custou R$ 21,00, então está correto afirmar que essa
quantidade é, em gramas, igual a

(A) 375.
Logo, serão necessários 25 caminhões (B) 380.
(C) 420.
(D) 425.
(E) 450.

16
MATEMÁTICA

05. . (CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário – VU- 10. (MPE/SP – Oficial de Promotoria I – VU-
NESP/2017 ) Um carregamento de areia foi total- NESP/2016) Para organizar as cadeiras em um auditório, 6
mente embalado em 240 sacos, com 40 kg em cada funcionários, todos com a mesma capacidade de produção,
saco. Se fossem colocados apenas 30 kg em cada trabalharam por 3 horas. Para fazer o mesmo trabalho, 20
saco, o número de sacos necessários para embalar funcionários, todos com o mesmo rendimento dos iniciais,
todo o carregamento seria igual a deveriam trabalhar um total de tempo, em minutos, igual a
(A) 420. (A) 48.
(B) 375. (B) 50.
(C) 370. (C) 46.
(D) 345. (D) 54.
(E) 320. (E) 52.

06. (UNIRV/GO – Auxiliar de Laboratório –


UNIRVGO/2017) Quarenta e oito funcionários de RESPOSTAS
uma certa empresa, trabalhando 12 horas por dia,
produzem 480 bolsas por semana. Quantos funcio- 01. Resposta: C.
nários a mais, trabalhando 15 horas por dia, podem ↑Apostilas ↑ horas dias↓
assegurar uma produção de 1200 bolsas por semana? 300------------------5--------------4
(A) 48 360-----------------x----------------3
(B) 96
(C) 102 ↑Apostilas ↑ horas dias↑
(D) 144 300------------------5--------------3
360-----------------x----------------4
07. (MPE/GO – Oficial de Promotoria – MPE-
GO/2017) Durante 90 dias, 12 operários constroem
uma loja. Qual o número mínimo de operários neces-
sários para fazer outra loja igual em 60 dias?
900x=7200
(A) 8 operários.
X=8
(B) 18 operários.
(C) 14 operários.
02. Resposta: D.
(D) 22 operários.
Como a máquina A faz 20% a mais:
(E) 25 operários
Em 1 hora a máquina A faz 120 cópias.
120------60 minutos
08. (FCEP – Técnico Artístico – AMAUC/2017) 10-------x
A vazão de uma torneira é de 50 litros a cada 3 mi- X=50 minutos
nutos. O tempo necessário para essa torneira encher
completamente um reservatório retangular, cujas 03. Resposta: C.
medidas internas são 1,5 metros de comprimento, 1,2 ↑Operário ↓horas dias↑
metros de largura e 70 centímetros de profundidade 12--------------8------------14
é de: 18----------------x------------8
(A) 1h 16min 00s Quanto mais horas, menos operários
(B) 1h 15min 36s Quanto mais horas, menos dias
(C) 1h 45min 16s
(D) 1h 50min 05s
(E) 1h55min 42s

09. (CRMV/SC – Assistente Administrativo – IE- 8⋅18x=14⋅12⋅8


SES/2017) Trabalhando durante 6 dias, 5 operários X=9,33h
produzem 600 peças. Determine quantas peças serão 9 horas e 1/3 da hora
produzidas por sete operários trabalhando por 8 dias: 1/3 de hora é equivalente a 20 minutos
(A) 1120 peças 9horas e 20 minutos
(B) 952 peças
(C) 875 peças 04. Resposta:C.
(D) 1250 peças 12,50------250
21----------x
X=5250/12,5=420 gramas

17
MATEMÁTICA

05. Resposta: E.
Sacos kg
240----40
x----30

Quanto mais sacos, menos areia foi colocada(inversamente)

30x=9600
X=320

06. Resposta: A.
↓Funcionários ↑ horas bolsas↓
48------------------------12-----------480
x-----------------------------15----------1200
Quanto mais funcionários, menos horas precisam
Quanto mais funcionários, mais bolsas feitas

X=96 funcionários
Precisam de mais 48 funcionários

07. Resposta: B.
Operários dias
12-----------90
x--------------60
Quanto mais operários, menos dias (inversamente proporcional)

60x=1080
X=18

08. Resposta: B.
V=1,5⋅1,2⋅0,7=1,26m³=1260litros
50litros-----3 min
1260--------x
X=3780/50=75,6min
0,6min=36s
75min=60+15=1h15min

09. Resposta: A.
↑Dias ↑ operários peças↑
6-------------5---------------600
8--------------7---------------x

30x=33600
X=1120

18
MATEMÁTICA

10. Resposta: D.

Como o exercício pede em minutos, vamos transformar 3 horas em minutos

3x60=180 minutos
↑Funcionários minutos↓
6------------180
20-------------x
As Grandezas são inversamente proporcionais, pois quanto mais funcionários, menos tempo será gasto.
Vamos inverter os minutos
↑Funcionários minutos↑
6------------x
20-------------180
20x=6.180
20x=1040
X=54 minutos

SISTEMA MÉTRICO DECIMAL

Unidades de Comprimento
km hm dam m dm cm mm
Quilômetro Hectômetro Decâmetro Metro Decímetro Centímetro Milímetro
1000m 100m 10m 1m 0,1m 0,01m 0,001m

Os múltiplos do metro são utilizados para medir grandes distâncias, enquanto os submúltiplos, para pequenas distân-
cias. Para medidas milimétricas, em que se exige precisão, utilizamos:

mícron (µ) = 10-6 m angströn (Å) = 10-10 m

    Para distâncias astronômicas utilizamos o Ano-luz (distância percorrida pela luz em um ano):
Ano-luz = 9,5 · 1012 km

Exemplos de Transformação

1m=10dm=100cm=1000mm=0,1dam=0,01hm=0,001km
1km=10hm=100dam=1000m

Ou seja, para trasnformar as unidades, quando “ andamos” para direita multiplica por 10 e para a esquerda divide por
10.

Superfície
A medida de superfície é sua área e a unidade fundamental é o metro quadrado(m²).

Para transformar de uma unidade para outra inferior, devemos observar que cada unidade é cem vezes maior que a
unidade imediatamente inferior. Assim, multiplicamos por cem para cada deslocamento de uma unidade até a desejada.

Unidades de Área
km 2
hm 2
dam 2
m2 dm2 cm2 mm2
Quilômetro Hectômetro Decâmetro Metro Decímetro Centímetro Milímetro
Quadrado Quadrado Quadrado Quadrado Quadrado Quadrado Quadrado
1000000m2 10000m2 100m2 1m2 0,01m2 0,0001m2 0,000001m2

19
MATEMÁTICA

Exemplos de Transformação

1m²=100dm²=10000cm²=1000000mm²
1km²=100hm²=10000dam²=1000000m²

Ou seja, para trasnformar as unidades, quando “ andamos” para direita multiplica por 100 e para a esquerda divide por
100.

Volume

Os sólidos geométricos são objetos tridimensionais que ocupam lugar no espaço. Por isso, eles possuem volume. Po-
demos encontrar sólidos de inúmeras formas, retangulares, circulares, quadrangulares, entre outras, mas todos irão possuir
volume e capacidade.

Unidades de Volume
km 3
hm 3
dam 3
m3 dm3 cm3 mm3
Quilômetro Hectômetro Decâmetro Metro Decímetro Centímetro Milímetro
Cúbico Cúbico Cúbico Cúbico Cúbico Cúbico Cúbico
1000000000m3 1000000m3 1000m3 1m3 0,001m3 0,000001m3 0,000000001m3

Capacidade
Para medirmos a quantidade de leite, sucos, água, óleo, gasolina, álcool entre outros utilizamos o litro e seus múltiplos
e submúltiplos, unidade de medidas de produtos líquidos.
Se um recipiente tem 1L de capacidade, então seu volume interno é de 1dm³

1L=1dm³

Unidades de Capacidade
kl hl dal l dl cl ml
Quilolitro Hectolitro Decalitro Litro Decilitro Centilitro Mililitro
1000l 100l 10l 1l 0,1l 0,01l 0,001l

Massa

Toda vez que andar 1 casa para direita, multiplica por 10 e quando anda para esquerda divide por 10.
E uma outra unidade de massa muito importante é a tonelada
1 tonelada=1000kg

Tempo

A unidade fundamental do tempo é o segundo(s).


É usual a medição do tempo em várias unidades, por exemplo: dias, horas, minutos

20
MATEMÁTICA

Transformação de unidades Divisão

Deve-se saber:
1 dia=24horas
1hora=60minutos 5h 20 minutos :2
1 minuto=60segundos
1hora=3600s 1h 20 minutos, transformamos para minutos
:60+20=80minutos
Adição de tempo

Exemplo: Estela chegou ao 15h 35minutos. Lá, bateu QUESTÕES


seu recorde de nado livre e fez 1 minuto e 25 segundos.
Demorou 30 minutos para chegar em casa. Que horas ela 01. (IPRESB/SP - Analista de Processos Previdenciá-
chegou? rios- VUNESP/2017) Uma gráfica precisa imprimir um lote
de 100000 folhetos e, para isso, utiliza a máquina A, que
imprime 5000 folhetos em 40 minutos. Após 3 horas e 20
minutos de funcionamento, a máquina A quebra e o servi-
ço restante passa a ser feito pela máquina B, que imprime
4500 folhetos em 48 minutos. O tempo que a máquina B
levará para imprimir o restante do lote de folhetos é
Não podemos ter 66 minutos, então temos que trans- (A) 14 horas e 10 minutos.
ferir para as horas, sempre que passamos de um para o (B) 14 horas e 05 minutos.
outro tem que ser na mesma unidade, temos que passar 1 (C) 13 horas e 45 minutos.
hora=60 minutos (D) 13 horas e 30 minutos.
(E) 13 horas e 20 minutos.
Então fica: 16h 6 minutos 25segundos
02. (CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário – VU-
Vamos utilizar o mesmo exemplo para fazer a operação
NESP/2017) Renata foi realizar exames médicos em uma
inversa.
clínica. Ela saiu de sua casa às 14h 45 min e voltou às 17h 15
min. Se ela ficou durante uma hora e meia na clínica, então o
Subtração
tempo gasto no trânsito, no trajeto de ida e volta, foi igual a
Vamos dizer que sabemos que ela chegou em casa as
(A) 1/2h.
16h 6 minutos 25 segundos e saiu de casa às 15h 35 minu- (B) 3/4h.
tos. Quanto tempo ficou fora? (C) 1h.
(D) 1h 15min.
(E) 1 1/2h.

03. (CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário – VU-


NESP/2017) Uma indústria produz regularmente 4500 li-
Não podemos tirar 6 de 35, então emprestamos, da tros de suco por dia. Sabe-se que a terça parte da produ-
mesma forma que conta de subtração. ção diária é distribuída em caixinhas P, que recebem 300
1hora=60 minutos mililitros de suco cada uma. Nessas condições, é correto
afirmar que a cada cinco dias a indústria utiliza uma quan-
tidade de caixinhas P igual a
(A) 25000.
(B) 24500.
(C) 23000.
(D) 22000.
Multiplicação (E) 20500.

Pedro pensou em estudar durante 2h 40 minutos, mas 04. (UNIRV/GO – Auxiliar de Laboratório – UNIR-
demorou o dobro disso. Quanto tempo durou o estudo? VGO/2017) Uma empresa farmacêutica distribuiu 14400
litros de uma substância líquida em recipientes de 72 cm3
cada um. Sabe-se que cada recipiente, depois de cheio,
tem 80 gramas. A quantidade de toneladas que representa
todos os recipientes cheios com essa substância é de
(A) 16
(B) 160
(C) 1600
(D) 16000

21
MATEMÁTICA

05. (MPE/GO – Oficial de Promotoria – MPE- 09. (ANP – Técnico Administrativo – CESGRAN-
GO/2017) João estuda à noite e sua aula começa às RIO/2016) Um caminhão-tanque chega a um posto de abas-
18h40min. Cada aula tem duração de 45 minutos, e o tecimento com 36.000 litros de gasolina em seu reservatório.
intervalo dura 15 minutos. Sabendo-se que nessa escola Parte dessa gasolina é transferida para dois tanques de arma-
há 5 aulas e 1 intervalo diariamente, pode-se afirmar que zenamento, enchendo-os completamente. Um desses tanques
o término das aulas de João se dá às: tem 12,5 m3, e o outro, 15,3 m3, e estavam, inicialmente, vazios.
(A) 22h30min Após a transferência, quantos litros de gasolina resta-
(B) 22h40min ram no caminhão-tanque?
(C) 22h50min (A) 35.722,00
(D) 23h (B) 8.200,00
(E) Nenhuma das anteriores (C) 3.577,20
(D) 357,72
06. (IBGE – Agente Censitário Administrativo- (E) 332,20
FGV/2017) Quando era jovem, Arquimedes corria 15km
10. (DPE/RR – Auxiliar Administrativo – FCC/2015)
em 1h45min. Agora que é idoso, ele caminha 8km em
Raimundo tinha duas cordas, uma de 1,7 m e outra de 1,45
1h20min.
m. Ele precisava de pedaços, dessas cordas, que medissem
40 cm de comprimento cada um. Ele cortou as duas cordas
Para percorrer 1km agora que é idoso, comparado em pedaços de 40 cm de comprimento e assim conseguiu
com a época em que era jovem, Arquimedes precisa de obter
mais: (A) 6 pedaços.
(A) 10 minutos; (B) 8 pedaços.
(B) 7 minutos; (C) 9 pedaços.
(C) 5 minutos; (D) 5 pedaços.
(D) 3 minutos; (E) 7 pedaços.
(E) 2 minutos.

07. (IBGE – Agente Censitário Administrativo- RESPOSTAS


FGV/2017) Lucas foi de carro para o trabalho em um ho-
rário de trânsito intenso e gastou 1h20min. Em um dia 01. Resposta: E.
sem trânsito intenso, Lucas foi de carro para o trabalho 3h 20 minutos-200 minutos
a uma velocidade média 20km/h maior do que no dia de
trânsito intenso e gastou 48min. 5000-----40
x----------200
A distância, em km, da casa de Lucas até o trabalho é: x=1000000/40=25000
(A) 36;
(B) 40; Já foram impressos 25000, portanto faltam ainda 75000
(C) 48; 4500-------48
(D) 50; 75000------x
(E) 60. X=3600000/4500=800 minutos
800/60=13,33h
13 horas e 1/3 hora
08. (EMDEC - Assistente Administrativo Jr –
13h e 20 minutos
IBFC/2016) Carlos almoçou em certo dia no horário das
12:45 às 13:12. O total de segundos que representa o
tempo que Carlos almoçou nesse dia é:
(A) 1840
(B) 1620
(C) 1780
(D) 2120
02. Resposta: C.
Como ela ficou 1hora e meia na clínica o trajeto de ida
e volta demorou 1 hora.

03. Resposta:A.
4500/3=1500 litros para as caixinhas
1500litros=1500000ml
1500000/300=5000 caixinhas por dia
5000.5=25000 caixinhas em 5 dias

22
MATEMÁTICA

04. Resposta:A. 10.Resposta: E.


14400litros=14400000 ml 1,7m=170cm
1,45m=145 cm
170/40=4 resta 10
145/40=3 resta 25
4+3=7
200000⋅80=16000000 gramas=16 toneladas

05. Resposta: B.
5⋅45=225 minutos de aula EQUAÇÕES E INEQUAÇÕES
225/60=3 horas 45 minutos nas aulas mais 15 minutos
de intervalo=4horas
18:40+4h=22h:40
Equação 1º grau
06. Resposta: D. Equação é toda sentença matemática aberta represen-
1h45min=60+45=105 minutos tada por uma igualdade, em que exista uma ou mais letras
que representam números desconhecidos.
15km-------105 Equação do 1º grau, na incógnita x, é toda equação
1--------------x redutível à forma ax+b=0, em que a e b são números reais,
X=7 minutos chamados coeficientes, com a≠0.
Uma raiz da equação ax+b =0(a≠0) é um valor numé-
1h20min=60+20=80min rico de x que, substituindo no 1º membro da equação, tor-
na-se igual ao 2º membro.
8km----80
1-------x Nada mais é que pensarmos em uma balança.
X=10minutos

A diferença é de 3 minutos

07. Resposta: B.
V------80min
V+20----48
Quanto maior a velocidade, menor o tempo(inversa-
mente)

A balança deixa os dois lados iguais para equilibrar, a


equação também.
80v=48V+960
No exemplo temos:
32V=960
3x+300
V=30km/h
Outro lado: x+1000+500
E o equilíbrio?
30km----60 min
3x+300=x+1500
x-----------80
Quando passamos de um lado para o outro invertemos
o sinal
3x-x=1500-300
2x=1200
60x=2400
X=600
X=40km
Exemplo
08 Resposta: B.
(PREF. DE NITERÓI/RJ – Fiscal de Posturas –
12:45 até 13:12 são 27 minutos
FGV/2015) A idade de Pedro hoje, em anos, é igual ao do-
27x60=1620 segundos
bro da soma das idades de seus dois filhos, Paulo e Pierre.
Pierre é três anos mais velho do que Paulo. Daqui a dez
09. Resposta: B.
anos, a idade de Pierre será a metade da idade que Pedro
1m³=1000litros
tem hoje.
36000/1000=36 m³
36-12,5-15,3=8,2 m³x1000=8200 litros

23
MATEMÁTICA

A soma das idades que Pedro, Paulo e Pierre têm hoje


é: Se for negativo, não há solução no conjunto dos
(A) 72; números reais.
(B) 69;
(C) 66; Se for positivo, a equação tem duas soluções:
(D) 63;
(E) 60.
Resolução
A ideia de resolver as equações é literalmente colocar
na linguagem matemática o que está no texto. Exemplo
“Pierre é três anos mais velho do que Paulo”
Pi=Pa+3
“Daqui a dez anos, a idade de Pierre será a metade da
idade que Pedro tem hoje.”
, portanto não há solução real.

A idade de Pedro hoje, em anos, é igual ao dobro da


soma das idades de seus dois filhos,
Pe=2(Pi+Pa)
Pe=2Pi+2Pa

Lembrando que:
Pi=Pa+3

Substituindo em Pe
Pe=2(Pa+3)+2Pa
Pe=2Pa+6+2Pa
Pe=4Pa+6

Se não há solução, pois não existe raiz quadrada


real de um número negativo.
Pa+3+10=2Pa+3
Pa=10 Se , há duas soluções iguais:
Pi=Pa+3
Pi=10+3=13
Pe=40+6=46
Soma das idades: 10+13+46=69
Se , há soluções reais diferentes:
Resposta: B.

Equação 2º grau

A equação do segundo grau é representada pela fór- Relações entre Coeficientes e Raízes
mula geral:
Dada as duas raízes:

Onde a, b e c são números reais,

Discussão das Raízes


Soma das Raízes
1.
1.

24
MATEMÁTICA

Produto das Raízes Inequação


Uma inequação é uma sentença matemática expressa
por uma ou mais incógnitas, que ao contrário da equação
que utiliza um sinal de igualdade, apresenta sinais de desi-
gualdade. Veja os sinais de desigualdade:
Composição de uma equação do 2ºgrau, conheci-
das as raízes >: maior
<: menor
Podemos escrever a equação da seguinte maneira: ≥: maior ou igual
≤: menor ou igual
x²-Sx+P=0
O princípio resolutivo de uma inequação é o mesmo da
Exemplo equação, onde temos que organizar os termos semelhan-
tes em cada membro, realizando as operações indicadas.
Dada as raízes -2 e 7. Componha a equação do 2º grau. No caso das inequações, ao realizarmos uma multiplicação
de seus elementos por –1 com o intuito de deixar a parte
Solução da incógnita positiva, invertemos o sinal representativo da
S=x1+x2=-2+7=5 desigualdade.
P=x1.x2=-2.7=-14
Então a equação é: x²-5x-14=0 Exemplo 1
4x + 12 > 2x – 2
Exemplo 4x – 2x > – 2 – 12
(IMA – Analista Administrativo Jr – SHDIAS/2015) A 2x > – 14
soma das idades de Ana e Júlia é igual a 44 anos, e, quando x > –14/2
somamos os quadrados dessas idades, obtemos 1000. A x>–7
mais velha das duas tem:
(A) 24 anos Inequação-Produto
(B) 26 anos
(C) 31 anos Quando se trata de inequações-produto, teremos uma
(D) 33 anos desigualdade que envolve o produto de duas ou mais fun-
ções. Portanto, surge a necessidade de realizar o estudo
Resolução da desigualdade em cada função e obter a resposta final
A+J=44 realizando a intersecção do conjunto resposta das funções.
A²+J²=1000 Exemplo
A=44-J
(44-J)²+J²=1000
1936-88J+J²+J²=1000
2J²-88J+936=0
Dividindo por2:
J²-44J+468=0
∆=(-44)²-4.1.468
∆=1936-1872=64 a)(-x+2)(2x-3)<0

Inequação-Quociente
Na inequação-quociente, tem-se uma desigualdade
de funções fracionárias, ou ainda, de duas funções na qual
uma está dividindo a outra. Diante disso, deveremos nos
atentar ao domínio da função que se encontra no denomi-
nador, pois não existe divisão por zero. Com isso, a função
que estiver no denominador da inequação deverá ser dife-
Substituindo em A rente de zero.
A=44-26=18 O método de resolução se assemelha muito à resolu-
Ou A=44-18=26 ção de uma inequação-produto, de modo que devemos
analisar o sinal das funções e realizar a intersecção do sinal
Resposta: B. dessas funções.

25
MATEMÁTICA

Exemplo
Resolva a inequação a seguir:

x-2≠0

Portanto:
S = { x R | x ≤ - 1} ou S = ] - ∞ ; -1]

Inequação 2º grau
Chama-se inequação do 2º grau, toda inequação que
x≠2 pode ser escrita numa das seguintes formas:
ax²+bx+c>0
ax²+bx+c≥0
ax²+bx+c<0
Sistema de Inequação do 1º Grau ax²+bx+c<0
Um sistema de inequação do 1º grau é formado por ax²+bx+c≤0
duas ou mais inequações, cada uma delas tem apenas uma ax²+bx+c≠0
variável sendo que essa deve ser a mesma em todas as
outras inequações envolvidas. Exemplo
Veja alguns exemplos de sistema de inequação do 1º Vamos resolver a inequação 3x² + 10x + 7 < 0.
grau:
Resolvendo Inequações
Resolver uma inequação significa determinar os valo-
res reais de x que satisfazem a inequação dada.
Assim, no exemplo, devemos obter os valores reais de
x que tornem a expressão 3x² + 10x +7 negativa.

Vamos achar a solução de cada inequação.

4x + 4 ≤ 0
4x ≤ - 4
x≤-4:4

x≤-1

S1 = {x R | x ≤ - 1}

Fazendo o cálculo da segunda inequação temos:


x+1≤0
x≤-1

A “bolinha” é fechada, pois o sinal da inequação é igual.

S2 = { x R | x ≤ - 1}
Calculando agora o CONJUTO SOLUÇÃO da inequação S = {x ∈ R / –7/3 < x < –1}

temos:
S = S1 ∩ S2

26
MATEMÁTICA

QUESTÕES 06. (UNIRV/GO – Auxiliar de Laboratório – UNIRV-


GO/2017) O valor de m para que a equação (2m -1) x² - 6x
01. (SAP/SP - Agente de Segurança Penitenciária - + 3 = 0 tenha duas raízes reais iguais é
MSCONCURSOS/2017) O dobro do quadrado de um nú- (A) 3
mero natural aumentado de 3 unidades é igual a sete vezes (B) 2
esse número. Qual é esse número? (C) −1
(A) 2 (D) −6
(B) 3
(C) 4 07. (IPRESB - Agente Previdenciário – VUNESP/2017)
(D) 5 Em setembro, o salário líquido de Juliano correspondeu a
4/5 do seu salário bruto. Sabe-se que ele destinou 2/5 do
02. (CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário - VU- salário líquido recebido nesse mês para pagamento do alu-
NESP/2017) Um carro parte da cidade A em direção à guel, e que poupou 2/5 do que restou. Se Juliano ficou, ain-
cidade B pela rodovia que liga as duas cidades, percorre da, com R$ 1.620,00 para outros gastos, então o seu salário
1/3 do percurso total e para no ponto P. Outro carro parte bruto do mês de setembro foi igual a
da cidade B em direção à cidade A pela mesma rodovia, (A) R$ 6.330,00.
percorre 1/4 do percurso total e para no ponto Q. Se a (B) R$ 5.625,00.
soma das distâncias percorridas por ambos os carros até os (C) R$ 5.550,00.
pontos em que pararam é igual a 28 km, então a distância (D) R$ 5.125,00.
entre os pontos P e Q, por essa rodovia, é, em quilômetros, (E) R$ 4.500,00.
igual a
(A) 26. 8. (SESAU/RO – Técnico em Informática – FUN-
(B) 24. RIO/2017) Daqui a 24 anos, Jovelino terá o triplo de sua
(C) 20. idade atual. Daqui a cinco anos, Jovelino terá a seguinte
(D) 18. idade:
(E) 16. (A) 12.
(B) 14.
03. (CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário - VU- (C) 16.
NESP/2017) Nelson e Oto foram juntos a uma loja de ma- (D) 17.
teriais para construção. Nelson comprou somente 10 uni- (E) 18.
dades iguais do produto P, todas de mesmo preço. Já Oto
comprou 7 unidades iguais do mesmo produto P, e gastou 09. (PREF. DE FAZENDA RIO GRANDE/PR – Profes-
mais R$ 600,00 na compra de outros materiais. Se os valo- sor – PUC/2017) A equação 8x² – 28x + 12 = 0 possui raí-
res totais das compras de ambos foram exatamente iguais, zes iguais a x1 e x2. Qual o valor do produto x1 . x2?
então o preço unitário do produto P foi igual a (A) 1/2 .
(A) R$ 225,00. (B) 3.
(B) R$ 200,00. (C) 3/2 .
(C) R$ 175,00. (D) 12.
(D) R$ 150,00. (E) 28.
(E) R$ 125,00.
10 (PREF.DO RIO DE JANEIRO – Agente de Adminis-
04. (ITAIPU BINACIONAL - Profissional Nível Técni- tração – PREF. DO RIO DE JANEIRO/2016) Ao perguntar
co I - Técnico em Eletrônica – NCUFPR/2017) Considere para João qual era a sua idade atual, recebi a seguinte res-
a equação dada por 2x² + 12x + 3 = -7. Assinale a alternati- posta:
va que apresenta a soma das duas soluções dessa equação. - O quíntuplo da minha idade daqui a oito anos, di-
(A) 0. minuída do quíntuplo da minha idade há três anos atrás
(B) 1. representa a minha idade atual.
(C) -1. A soma dos algarismos do número que representa, em
(D) 6. anos, a idade atual de João, corresponde a:
(E) -6. (A) 6
(B) 7
05. (UNIRV/GO – Auxiliar de Laboratório – UNIRV- (C) 10
GO/2017) Num estacionamento encontram-se 18 motos, (D) 14
15 triciclos e alguns carros. Se Pedrinho contou um total de
269 rodas, quantos carros tem no estacionamento?
(A) 45
(B) 47
(C) 50
(D) 52

27
MATEMÁTICA

RESPOSTAS 07. Resposta: B.


Salário liquido: x
01. Resposta: B.
2x²+3=7x
2x²-7x+3=0
∆=49-24=25

10x+6x+40500=25x
9x=40500
X=4500
Como tem que ser natural, apenas o número 3 convém.
Salario fração
02. Resposta: C. y---------------1
4500---------4/5
Mmc(3,4)=12

4x+3x=336
7x=336
X=48
A distância entre A e B é 48km 08. Resposta: D.
Como já percorreu 28km
48-28=20 km entre P e Q. Idade atual: x
X+24=3x
03. Resposta:B. 2x=24
Sendo x o valor do material P X=12
10x=7x+600 Ele tem agora 12 anos, daqui a 5 anos: 17.
3x=600
X=200 09. Resposta: C.
∆=(-28)²-4.8.12
04. Resposta: E. ∆=784-384
2x²+12x+10=0 ∆=400
∆=12²-4⋅2⋅10
∆=144-80=64

A soma das duas é -1-5=-6 10. Resposta: C.


Atual:x
05. Resposta:B. 5(x+8)-5(x-3)=x
Vamos fazer a conta de rodas: 5x+40-5x+15=x
Motos tem 2 rodas, triciclos 3 e carros 4 X=55
18⋅2+15⋅3+x⋅4=269 Soma: 5+5=10
4x=269-36-45
4x=188
X=47

06. Resposta: B
∆=-(-6)²-4⋅(2m-1) ⋅3=0
36-24m+12=0
-24m=-48
M=2

28
MATEMÁTICA

O conjunto A é denominado domínio da função, indi-


FUNÇÕES cada por D. O domínio serve para definir em que conjun-
to estamos trabalhando, isto é, os valores possíveis para a
variável x.
O conjunto B é denominado contradomínio, CD.
Cada elemento x do domínio tem um correspondente
Diagrama de Flechas y no contradomínio. A esse valor de y damos o nome de
imagem de x pela função f. O conjunto de todos os valores
de y que são imagens de valores de x forma o conjunto
imagem da função, que indicaremos por Im.

Exemplo
Com os conjuntos A={1, 4, 7} e B={1, 4, 6, 7, 8, 9, 12}
criamos a função f: A→B.definida por f(x) = x + 5 que tam-
bém pode ser representada por y = x + 5. A representação,
utilizando conjuntos, desta função, é:

Gráfico Cartesiano

No nosso exemplo, o domínio é D = {1, 4, 7}, o contra-


domínio é = {1, 4, 6, 7, 8, 9, 12} e o conjunto imagem é Im
= {6, 9, 12}

Classificação das funções

Injetora: Quando para ela elementos distintos do do-


mínio apresentam imagens também distintas no contrado-
Muitas vezes nos deparamos com situações que en-
mínio.
volvem uma relação entre grandezas. Assim, o valor a ser
pago na conta de luz depende do consumo medido no
período; o tempo de uma viagem de automóvel depende
da velocidade no trajeto.
Como, em geral, trabalhamos com funções numéricas,
o domínio e a imagem são conjuntos numéricos, e pode-
mos definir com mais rigor o que é uma função matemáti-
ca utilizando a linguagem da teoria dos conjuntos.

Definição: Sejam A e B dois conjuntos não vazios e f


Sobrejetora: Quando todos os elementos do contra-
uma relação de A em B.
domínio forem imagens de pelo menos um elemento do
Essa relação f é uma função de A em B quando a cada
domínio.
elemento x do conjunto A está associado um e apenas um
elemento y do conjunto B.

Notação: f:A→B (lê-se função f de A em B)

Domínio, contradomínio, imagem


O domínio é constituído por todos os valores que po-
dem ser atribuídos à variável independente. Já a imagem
da função é formada por todos os valores corresponden-
tes da variável dependente.

29
MATEMÁTICA

Bijetora: Quando apresentar as características de fun-


ção injetora e ao mesmo tempo, de sobrejetora, ou seja,
elementos distintos têm sempre imagens distintas e todos
os elementos do contradomínio são imagens de pelo me-
nos um elemento do domínio.

Raiz da função
Função 1 grau Calcular o valor da raiz da função é determinar o valor
A função do 1° grau relacionará os valores numéricos em que a reta cruza o eixo x, para isso consideremos o
obtidos de expressões algébricas do tipo (ax + b), consti- valor de y igual a zero, pois no momento em que a reta
tuindo, assim, a função f(x) = ax + b. intersecta o eixo x, y = 0. Observe a representação gráfica
a seguir:
Estudo dos Sinais
Definimos função como relação entre duas grandezas
representadas por x e y. No caso de uma função do 1º grau,
sua lei de formação possui a seguinte característica: y = ax
+ b ou f(x) = ax + b, onde os coeficientes a e b pertencem
aos reais e diferem de zero. Esse modelo de função possui
como representação gráfica a figura de uma reta, portanto,
as relações entre os valores do domínio e da imagem cres-
cem ou decrescem de acordo com o valor do coeficiente a.
Se o coeficiente possui sinal positivo, a função é crescente, Podemos estabelecer uma formação geral para o cál-
e caso ele tenha sinal negativo, a função é decrescente. culo da raiz de uma função do 1º grau, basta criar uma ge-
neralização com base na própria lei de formação da função,
Função Crescente: a > 0 considerando y = 0 e isolando o valor de x (raiz da função).
De uma maneira bem simples, podemos olhar no grá- X=-b/a
fico que os valores de y vão crescendo.
Dependendo do caso, teremos que fazer um sistema
com duas equações para acharmos o valor de a e b.

Exemplo:
Dado que f(x)=ax+b e f(1)=3 e f(3)=5, ache a função.

F(1)=1a+b
3=a+b

F(3)=3a+b
5=3a+b

Isolando a em I
a=3-b
Função Decrescente: a < 0 Substituindo em II
Nesse caso, os valores de y, caem.
3(3-b)+b=5
9-3b+b=5
-2b=-4
b=2

30
MATEMÁTICA

Portanto, Raízes
a=3-b
a=3-2=1

Assim, f(x)=x+2

Função Quadrática ou Função do 2º grau


Em geral, uma função quadrática ou polinomial do se-
gundo grau tem a seguinte forma: Vértices e Estudo do Sinal
f(x)=ax²+bx+c, onde a≠0 Quando a > 0, a parábola tem concavidade voltada para
f(x)=a(x-x1)(x-x2) cima e um ponto de mínimo V; quando a < 0, a parábola tem
É essencial que apareça ax² para ser uma função qua- concavidade voltada para baixo e um ponto de máximo V.
drática e deve ser o maior termo.
Em qualquer caso, as coordenadas de V são
Considerações

Concavidade
A concavidade da parábola é para cima se a>0 e para .
baixo se a<0
Veja os gráficos:

Discriminante(∆)

∆=b²-4ac

∆>0
A parábola y=ax²+bx+c intercepta o eixo x em dois
pontos distintos, (x1,0) e (x2,0), onde x1 e x2 são raízes da
equação ax²+bx+c=0

∆=0
Quando , a parábola y=ax²+bx+c é tangente ao

eixo x, no ponto

Repare que, quando tivermos o discriminante , as


duas raízes da equação ax²+bx+c=0 são iguais

∆<0

A função não tem raízes reais

31
MATEMÁTICA

Equação Exponencial
É toda equação cuja incógnita se apresenta no expoente de uma ou mais potências de bases positivas e diferentes de 1.

Exemplo
Resolva a equação no universo dos números reais.

Solução

Função exponencial

A expressão matemática que define a função exponencial é uma potência. Nesta potência, a base é um número real
positivo e diferente de 1 e o expoente é uma variável.

Função crescente
Se temos uma função exponencial crescente, qualquer que seja o valor real de x.
No gráfico da função ao lado podemos observar que à medida que x aumenta, também aumenta f(x) ou y. Graficamen-
te vemos que a curva da função é crescente.

Função decrescente
Se temos uma função exponencial decrescente em todo o domínio da função.
Neste outro gráfico podemos observar que à medida que x aumenta, y diminui. Graficamente observamos que a cur-
va da função é decrescente.

32
MATEMÁTICA

A Constante de Euler
É definida por :
e = exp(1)
O número e é um número irracional e positivo e em função da definição da função exponencial, temos que:
Ln(e) = 1
Este número é denotado por e em homenagem ao matemático suíço Leonhard Euler (1707-1783), um dos primeiros a
estudar as propriedades desse número.
O valor deste número expresso com 10 dígitos decimais, é:
e = 2,7182818284
Se x é um número real, a função exponencial exp(.) pode ser escrita como a potência de base e com expoente x, isto é:
ex = exp(x)

Propriedades dos expoentes


Se a, x e y são dois números reais quaisquer e k é um número racional, então:
- ax ay= ax + y
- ax / ay= ax - y
- (ax) y= ax.y
- (a b)x = ax bx
- (a / b)x = ax / bx
- a-x = 1 / ax  

Logaritmo
Considerando-se dois números N e a reais e positivos, com a ≠1, existe um número c tal que:

A esse expoente c damos o nome de logaritmo de N na base a

Ainda com base na definição podemos estabelecer condições de existência:

Exemplo

Consequências da Definição

33
MATEMÁTICA

Propriedades 02. (TJ/RS - Técnico Judiciário – FAURGS/2017) Um


vendedor recebe um salário mensal composto de um valor
fixo de R$ 1.300,00 e de uma parte variável. A parte variá-
vel corresponde a uma comissão de 6% do valor total de
vendas que ele fez durante o mês. O salário mensal desse
vendedor pode ser descrito por uma expressão algébrica
f(x), em função do valor total de vendas mensal, represen-
Mudança de Base tado por x.
A expressão algébrica f(x) que pode representar o salá-
rio mensal desse vendedor é
Exemplo (A) f(x) = 0,06x + 1.300.
Dados log 2=0,3010 e log 3=0,4771, calcule: (B) f(x) = 0,6x + 1.300.
a)log 6 (C) f(x) = 0,78x + 1.300.
b) log1,5 (D) f(x) = 6x + 1.300.
c) log 16 (E) f(x) = 7,8x + 1.300.
Solução
a) Log 6=log 2⋅3=log2+log3=0,3010+0,4771=0,7781 03. (CONSANPA – Técnico Industrial – FADESP/2017)
Um reservatório em formato de cilindro é abastecido por
uma fonte a vazão constante e tem a altura de sua coluna
d’água (em metros), em função do tempo (em dias), descri-
ta pelo seguinte gráfico:
Função Logarítmica
Uma função dada por , em que
a constante a é positiva e diferente de 1, denomina-se fun-
ção logarítmica.

Sabendo que a altura do reservatório mede 12 metros,


o número de dias necessários para que a fonte encha o
reservatório inicialmente vazio é
(A) 18
(B) 12
(C) 8
(D) 6

04. (TRT – 14ªREGIÃO -Técnico Judiciário –


QUESTÕES FCC/2016) Carlos presta serviço de assistência técnica de
computadores em empresas. Ele cobra R$ 12,00 para ir até
01. (TJ/RS - Técnico Judiciário – FAURGS/2017) Uma o local, mais R$ 25,00 por hora de trabalho até resolver o
locadora de automóveis oferece dois planos de aluguel de problema (também são cobradas as frações de horas traba-
carros a seus clientes: lhadas). Em um desses serviços, Carlos resolveu o problema
e cobrou do cliente R$ 168,25, o que permite concluir que
Plano A: diária a R$ 120,00, com quilometragem ele trabalhou nesse serviço
livre. (A) 5 horas e 45 minutos.
Plano B: diária a R$ 90,00, mais R$ 0,40 por quilô- (B) 6 horas e 15 minutos.
metro rodado. (C) 6 horas e 25 minutos.
(D) 5 horas e 25 minutos.
Alugando um automóvel, nesta locadora, quantos qui- (E) 5 horas e 15 minutos.
lômetros precisam ser rodados para que o valor do aluguel
pelo Plano A seja igual ao valor do aluguel pelo Plano B?
(A) 30.
(B) 36.
(C) 48.
(D) 75.
(E) 84.

34
MATEMÁTICA

05. (TJ/RS - Técnico Judiciário – FAURGS/2017) No 09. (IF/ES – Administrador – IFES/2017) O gráfico
sistema de coordenadas cartesianas da figura abaixo, en- que melhor representa a função y = 2x , para o domínio
contram-se representados o gráfico da função de segundo em R+ é:
grau f, definida por f(x), e o gráfico da função de primeiro
grau g, definida por g(x). (A)

(B)

(C)

Os valores de x, soluções da equação f(x)=g(x), são


(A) -0,5 e 2,5.
(B) -0,5 e 3.
(C) -1 e 2.
(D) -1 e 2,5. (D)
(E) -1 e 3.

06. (EMBASA – Agente Administrativo – IBFC/2017)


A soma das coordenadas do vértice da parábola da função
f(x) = – x² + 8x – 12 é igual a:
(A) 4
(B) 6
(C) 8 (E)
(D) 10

07. (EMBASA – Assistente de Laboratório –

IBFC/2017) Substituindo o valor da raiz da função


, na função g(x) = x2 - 4x + 5, encontra-
mos como resultado:
(A) 12
(B) 15
(C) 16
(D) 17 10. (PETROBRAS - Técnico de Enfermagem do Tra-
balho Júnior -CESGRANRIO/2017) Qual o maior valor de
08. (PETROBRAS - Técnico de Enfermagem do Tra- k na equação log(kx) = 2log(x+3) para que ela tenha exa-
balho Júnior -CESGRANRIO/2017) Quantos valores reais tamente uma raiz?
de x fazem com que a expressão as- (A) 0
suma valor numérico igual a 1? (B) 3
(A) 2 (C) 6
(B) 3 (D) 9
(C) 4 (E) 12
(D) 5
(E) 6

35
MATEMÁTICA

11. (ITAIPU BINACIONAL - Profissional Nível Técni- X²-2x-3=0


co I - Técnico em Eletrônica – NCUFPR/2017) Conside- ∆=4+12=16
rando que log105 = 0,7, assinale a alternativa que apresenta
o valor de log5100.
(A) 0,35.
(B) 0,50.
(C) 2,85.
(D) 7,00. 06. Resposta:C.
(E) 70,00.

RESPOSTAS A soma das coordenadas é igual a 8

01. Resposta: D. 07. Resposta: D.

90+0,4x=120
0,4x=30
X=75km
-2x=-12
02. Resposta: A. X=6

6%=0,06 Substituindo em g(x)


Como valor total é x, então 0,06x G(6)=6²-4(6)+5=36-24+5=17
E mais a parte fixa de 1300
0,06x+1300 08. Resposta: D.
Para assumir valor 1, o expoente deve ser igual a zero.
03. Resposta: A. X²+4x-60=0
∆=4²-4.1.(-60)
2x=36 ∆=16+240
X=18 ∆=256

04.Resposta: B.
F(x)=12+25x
X=hora de trabalho

168,25=12+25x
25x=156,25
X=6,25 horas
1hora---60 minutos A base pode ser igual a 1:
0,25-----x X²-5x+5=1
X=15 minutos X²-5x+4=0
∆=25-16=9
Então ele trabalhou 6 horas e 15 minutos

05. Resposta: E.
Como a função do segundo grau, tem raízes -2 e 2:
(x-2)(x+2)=x²-4 A base for -1 desde que o expoente seja par:
X²-5x+5=-1
A função do primeiro grau, tem o ponto (0, -1) e (2,3) X²-5x+6=0
Y=ax+b
-1=b ∆=25-24=1
3=2a-1
2a=4
A=2
Y=2x-1

Igualando a função do primeiro grau e a função do se-


gundo grau:
X²-4=2x-1

36
MATEMÁTICA

Vamos substituir esses dois valores no expoente Tipos de gráficos


X=2:
X²+4x-60
2²+8-60==48
X=3
3²+12-60=-39

Portanto, serão 5 valores.

09. Resposta: A.
Um gráfico de função exponencial não começa do
zero, é é uma curva.
Barras- utilizam retângulos para mostrar a quantidade.
10. Resposta: E.
Kx=(x+3)² Barra vertical
Kx=x²+6x+9
X²+(6-k)x+9=0
Para ter uma raiz, ∆=0 Fonte: tecnologia.umcomo.com.br
∆=b²-4ac
, ∆=(6-k)²-36=0 Barra horizontal
36-12k+k²-36=0
k²-12k=0
k=0 ou k=12

11. Resposta:C.

GRÁFICOS E TABELAS

Os gráficos e tabelas apresentam o cruzamento en- Fonte: mundoeducacao.bol.uol.com.br


tre dois dados relacionados entre si.
A escolha do tipo e a forma de apresentação sempre Histogramas
vão depender do contexto, mas de uma maneira geral
um bom gráfico deve: São gráfico de barra que mostram a frequência de uma
variável específica e um detalhe importante que são faixas
-Mostrar a informação de modo tão acurado quanto de valores em x.
possível.
-Utilizar títulos, rótulos, legendas, etc. para tornar
claro o contexto, o conteúdo e a mensagem.
-Complementar ou melhorar a visualização sobre as-
pectos descritos ou mostrados numericamente através
de tabelas.
-Utilizar escalas adequadas.
-Mostrar claramente as tendências existentes nos
dados.

37
MATEMÁTICA

Pictogramas – são imagens ilustrativas para tornar mais


fácil a compreensão de todos sobre um tema.

Setor ou pizza- Muito útil quando temos um total e


queremos demonstrar cada parte, separando cada pedaço
como numa pizza.

Da mesma forma, as tabelas ajudam na melhor visua-


lização de dados e muitas vezes é através dela que vamos
fazer os tipos de gráficos vistos anteriormente.

Podem ser tabelas simples:

Quantos aparelhos tecnológicos você tem na sua casa?

aparelho quantidade
televisão 3
celular 4
Geladeira 1
Fonte: educador.brasilescola.uol.com.br
Até as tabelas que vimos nos exercícios de raciocínio
Linhas- É um gráfico de grande utilidade e muito co- lógico
mum na representação de tendências e relacionamentos
de variáveis

38
MATEMÁTICA

QUESTÕES 03. (CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário - VU-


NESP/2017) O gráfico mostra o número de carros vendi-
01. (TJ/RS - Técnico Judiciário – FAURGS/2017) Na Pes- dos por uma concessionária nos cinco dias subsequentes à
quisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, rea- veiculação de um anúncio promocional.
lizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE), foram obtidos os dados da taxa de desocupação da
população em idade para trabalhar. Esses dados, em por-
centagem, encontram-se indicados na apresentação gráfi-
ca abaixo, ao longo de trimestres de 2014 a 2017.

O número médio de carros vendidos por dia nesse pe-


ríodo foi igual a
(A) 10.
Dentre as alternativas abaixo, assinale a que apresenta (B) 9.
a melhor aproximação para o aumento percentual da taxa (C) 8.
de desocupação do primeiro trimestre de 2017 em relação (D) 7.
à taxa de desocupação do primeiro trimestre de 2014. (E) 6.

(A) 15%. 04. (CRBIO – Auxiliar Administrativo – VU-


(B) 25%. NESP/2017) Uma professora elaborou um gráfico de se-
(C) 50%. tores para representar a distribuição, em porcentagem, dos
(D) 75%. cinco conceitos nos quais foram agrupadas as notas obti-
(E) 90%. das pelos alunos de uma determinada classe em uma prova
de matemática. Observe que, nesse gráfico, as porcenta-
02. (CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário - VU- gens referentes a cada conceito foram substituídas por x
NESP/2017) A tabela seguinte, incompleta, mostra a distri- ou por múltiplos e submúltiplos de x.
buição, percentual e quantitativa, da frota de uma empresa
de ônibus urbanos, de acordo com o tempo de uso destes.

O número total de ônibus dessa empresa é

(A) 270. Analisando o gráfico, é correto afirmar que a medida


(B) 250. do ângulo interno correspondente ao setor circular que re-
(C) 220 presenta o conceito BOM é igual a
(D) 180. (A) 144º.
(E) 120. (B) 135º.
(C) 126º
(D) 117º
(E) 108º.

39
MATEMÁTICA

05. (TCE/PR – Conhecimentos Básicos – CESPE/2016) 06. (BRDE – Assistente Administrativo – FUNDA-
TEC/2015) Assinale a alternativa que representa a no-
menclatura dos três gráficos abaixo, respectivamente.

Tendo como referência o gráfico precedente, que mos-


tra os valores, em bilhões de reais, relativos à arrecadação
de receitas e aos gastos com despesas do estado do Paraná
nos doze meses do ano de 2015, assinale a opção correta.
(A) No ano considerado, o segundo trimestre caracte-
rizou-se por uma queda contínua na arrecadação de recei-
tas, situação que se repetiu no trimestre seguinte.
(B) No primeiro quadrimestre de 2015, houve um pe-
ríodo de queda simultânea dos gastos com despesas e da
arrecadação de receitas e dois períodos de aumento simul-
tâneo de gastos e de arrecadação.
(C) No último bimestre do ano de 2015, foram regis-
trados tanto o maior gasto com despesas quanto a maior
arrecadação de receitas.
(D) No ano em questão, janeiro e dezembro foram os
únicos meses em que a arrecadação de receitas foi ultra-
passada por gastos com despesas.
(E) A menor arrecadação mensal de receitas e o menor
gasto mensal com despesas foram verificados, respecti-
vamente, no primeiro e no segundo semestre do ano de
2015.

(A) Gráfico de Setores – Gráfico de Barras – Gráfico de


Linha.
(B) Gráfico de Pareto – Gráfico de Pizza – Gráfico de
Tendência.
(C) Gráfico de Barras – Gráfico de Setores – Gráfico de
Linha.
(D) Gráfico de Linhas – Gráfico de Pizza – Gráfico de
Barras.
(E) Gráfico de Tendência – Gráfico de Setores – Gráfico
de Linha.

40
MATEMÁTICA

07. (TJ/SP – Estatístico Judiciário – VUNESP/2015) A


distribuição de salários de uma empresa com 30 funcioná-
rios é dada na tabela seguinte.

Salário (em salários mínimos) Funcionários


(D)
1,8 10
2,5 8
3,0 5
5,0 4
8,0 2
15,0 1 (E)

Pode-se concluir que 09. (DEPEN – Agente Penitenciário Federal – CES-


(A) o total da folha de pagamentos é de 35,3 salários. PE/2015)
(B) 60% dos trabalhadores ganham mais ou igual a 3
salários.
(C) 10% dos trabalhadores ganham mais de 10 salários.
(D) 20% dos trabalhadores detêm mais de 40% da ren-
da total.
(E) 60% dos trabalhadores detêm menos de 30% da
renda total.

08. (TJ/SP – Estatístico Judiciário – VUNESP/2015)


Considere a tabela de distribuição de frequência seguinte,
em que xi é a variável estudada e fi é a frequência absoluta
dos dados.

xi fi
30-35 4
35-40 12
40-45 10
45-50 8
50-55 6 Ministério da Justiça — Departamento Penitenciário
TOTAL 40 Nacional
Assinale a alternativa em que o histograma é o que — Sistema Integrado de Informações Penitenciárias –
melhor representa a distribuição de frequência da tabela. InfoPen,
Relatório Estatístico Sintético do Sistema Prisional Bra-
sileiro,
dez./2013 Internet:<www.justica.gov.br> (com adap-
tações)

(A) A tabela mostrada apresenta a quantidade de deten-


tos no sistema penitenciário brasileiro por região em 2013.
Nesse ano, o déficit relativo de vagas — que se define pela
razão entre o déficit de vagas no sistema penitenciário e
a quantidade de detentos no sistema penitenciário — re-
(B) gistrado em todo o Brasil foi superior a 38,7%, e, na média
nacional, havia 277,5 detentos por 100 mil habitantes.
Com base nessas informações e na tabela apresentada,
julgue o item a seguir.
Em 2013, mais de 55% da população carcerária no Bra-
sil se encontrava na região Sudeste.

(C) ( )certo ( ) errado

41
MATEMÁTICA

10. (DEPEN – Agente Penitenciário Federal – CES- 04. Resposta: A.


PE/2015)
X+0,5x+4x+3x+1,5x=360
10x=360
X=36
Como o conceito bom corresponde a 4x: 4x36=144°

05. Resposta: B.
Analisando o primeiro quadrimestre, observamos que os
dois primeiros meses de receita diminuem e os dois meses
seguintes aumentam, o mesmo acontece com a despesa.

A partir das informações e do gráfico apresentados,


julgue o item que se segue.
Se os percentuais forem representados por barras ver-
ticais, conforme o gráfico a seguir, então o resultado será
denominado histograma.

06. Resposta: C.
Como foi visto na teoria, gráfico de barras, de setores
ou pizza e de linha

07. Resposta: D.
(A) 1,8x10+2,5x8+3,0x5+5,0x4+8,0x2+15,0x1=104 sa-
lários
(B) 60% de 30=18 funcionários e se juntarmos quem
ganha mais de 3 salários (5+4+2+1=12)
(C)10% de 30=0,1x30=3 funcionários
E apenas 1 pessoa ganha
(D) 40% de 104=0,4x104= 41,6
20% de 30=0,2x30=6
5x3+8x2+15x1=46, que já é maior.
(E) 60% de 30=0,6x30=18
( ) Certo ( ) Errado 30% de 104=0,3x104=31,20da renda: 31,20

RESPOSTAS 08. Resposta: A.


Colocando em ordem crescente: 30-35, 50-55, 45-50,
01. Resposta: E. 40-45, 35-40,
13,7/7,2=1,90
Houve um aumento de 90%. 09. Resposta: CERTA.
555----100%
02. Resposta:D x----55%
81+27=108 x=305,25
108 ônibus somam 60%(100-35-5) Está correta, pois a região sudeste tem 306 pessoas.
108-----60
x--------100 10. Resposta: ERRADO.
x=10800/60=180 Como foi visto na teoria, há uma faixa de valores no
eixo x e não simplesmente um dado.
03. Resposta: C.

Referências
http://www.galileu.esalq.usp.br

42
MATEMÁTICA

Exemplo: Um fabricante de torneiras anuncia que o


ESTATÍSTICA DESCRITIVA, AMOSTRAGEM, índice médio de fluxo de água de certo tipo de torneira é
TESTE DE HIPÓTESES E ANÁLISE DE menor que 2,5 galões por minuto.
REGRESSÃO

Referências
Teste de Hipóteses Larson, Ron. Estatística Aplicada. 4ed – São Paulo: Pear-
Definição: Processo que usa estatísticas amostrais para son Prentice Hall, 2010.
testar a afirmação sobre o valor de um parâmetro popula-
cional. Frequências
A primeira fase de um estudo estatístico consiste em
Para testar um parâmetro populacional, você deve afir- recolher, contar e classificar os dados pesquisados sobre
mar cuidadosamente um par de hipóteses – uma que re- uma população estatística ou sobre uma amostra dessa
presente a afirmação e outra, seu complemento. Quando população.
uma é falsa, a outra é verdadeira.
Uma hipótese nula H0 é uma hipótese estatística que Frequência Absoluta
contém uma afirmação de igualdade, tal como ≤, =, ≥ É o número de vezes que a variável estatística assume
A hipótese alternativa Ha é o complemento da hipó- um valor.
tese nula. Se H0 for falsa, Ha deve ser verdadeira, e contém
afirmação de desigualdade, como <, ≠, >. Frequência Relativa
É o quociente entre a frequência absoluta e o número
Vamos ver como montar essas hipóteses de elementos da amostra.
Um caso bem simples. Na tabela a seguir, temos exemplo dos dois tipos:

Assim, fica fácil, se H0 for falsa, Ha é verdadeira


Há uma regrinha para formular essas hipóteses

Formulação verbal Formulação Formulação


H0 Matemática verbal Ha

A média é A média é Distribuição de frequência sem intervalos de classe:


...maior ou igual ...menor que k É a simples condensação dos dados conforme as repeti-
a k. ções de seu valores. Para um ROL de tamanho razoável
... abaixo de k esta distribuição de frequência é inconveniente, já que exi-
....pelo menos k. ge muito espaço. Veja exemplo abaixo:
...menos que k.
...não menos que k. Dados Frequência
...menor ou igual ..maior que k 41 3
a k. 42 2
... acima de k
....no máximo k. 43 1
...mais do que 44 1
...não mais que k. k. 45 1
... igual a k. ... não igual 46 2
a k.
.... k. 50 2
.... diferente 51 1
...exatamente k. de k. 52 1
...não k. 54 1
57 1

43
MATEMÁTICA

58 2 1. Sendo n ímpar, chama-se mediana o termo tal


que o número de termos da sequência que precedem
60 2 é igual ao número de termos que o sucedem, isto é, é
Total 20 termo médio da sequência ( ) em rol.
2. Sendo n par, chama-se mediana o valor obtido
Distribuição de frequência com intervalos de classe: pela média aritmética entre os termos e , tais que o
Quando o tamanho da amostra é elevado é mais racional número de termos que precedem é igual ao número de
efetuar o agrupamento dos valores em vários intervalos de termos que sucedem , isto é, a mediana é a média arit-
classe. mética entre os termos centrais da sequência ( ) em rol.

Exemplo 1:
Classes Frequências Determinar a mediana do conjunto de dados:
41 |------- 45 7 {12, 3, 7, 10, 21, 18, 23}
45 |------- 49 3
Solução:
49 |------- 53 4 Escrevendo os elementos do conjunto em rol, tem-se:
53 |------- 57 1 (3, 7, 10, 12, 18, 21, 23). A mediana é o termo médio desse
rol. Logo: Md=12
57 |------- 61 5
Total 20 Resposta: Md=12.

Média aritmética Exemplo 2:


Média aritmética de um conjunto de números é o valor Determinar a mediana do conjunto de dados:
que se obtém dividindo a soma dos elementos pelo núme- {10, 12, 3, 7, 18, 23, 21, 25}.
ro de elementos do conjunto.
Representemos a média aritmética por . Solução:
A média pode ser calculada apenas se a variável envol- Escrevendo-se os elementos do conjunto em rol, tem-
vida na pesquisa for quantitativa. Não faz sentido calcular a -se:
média aritmética para variáveis quantitativas. (3, 7, 10, 12, 18, 21, 23, 25). A mediana é a média arit-
Na realização de uma mesma pesquisa estatística entre mética entre os dois termos centrais do rol.
diferentes grupos, se for possível calcular a média, ficará
mais fácil estabelecer uma comparação entre esses grupos Logo:
e perceber tendências.
Considerando uma equipe de basquete, a soma das al- Resposta: Md=15
turas dos jogadores é:
Moda (Mo)

Num conjunto de números: , chama-se


Se dividirmos esse valor pelo número total de jogado- moda aquele valor que ocorre com maior frequência.
res, obteremos a média aritmética das alturas:
Observação:
A moda pode não existir e, se existir, pode não ser úni-
ca.

A média aritmética das alturas dos jogadores é 2,02m. Exemplo 1:


O conjunto de dados 3, 3, 8, 8, 8, 6, 9, 31 tem moda
Média Ponderada igual a 8, isto é, Mo=8.
A média dos elementos do conjunto numérico A relati-
va à adição e na qual cada elemento tem um “determinado Exemplo 2:
peso” é chamada média aritmética ponderada. O conjunto de dados 1, 2, 9, 6, 3, 5 não tem moda.

Medidas de dispersão
Duas distribuições de frequência com medidas de ten-
dência central semelhantes podem apresentar característi-
Mediana (Md) cas diversas. Necessita-se de outros índices numéricas que
Sejam os valores escritos em rol: informem sobre o grau de dispersão ou variação dos dados
em torno da média ou de qualquer outro valor de concen-
tração. Esses índices são chamados medidas de dispersão.

44
MATEMÁTICA

Variância Desvio padrão

Há um índice que mede a “dispersão” dos elementos Definição


de um conjunto de números em relação à sua média arit- Seja o conjunto de números , tal que é
mética, e que é chamado de variância. Esse índice é assim sua média aritmética. Chama-se desvio padrão desse con-
definido: junto, e indica-se por , o número:

Seja o conjunto de números , tal que é


sua média aritmética. Chama-se variância desse conjunto,
e indica-se por , o número:
Isto é:

Isto é:
Exemplo:
As estaturas dos jogadores de uma equipe de basque-
E para amostra tebol são: 2,00 m; 1,95 m; 2,10 m; 1,90 m e 2,05 m. Calcular:
a) A estatura média desses jogadores.
b) O desvio padrão desse conjunto de estaturas.
Solução:
Exemplo 1:
Em oito jogos, o jogador A, de bola ao cesto, apresen- Sendo a estatura média, temos:
tou o seguinte desempenho, descrito na tabela abaixo:

Jogo Número de pontos


Sendo o desvio padrão, tem-se:
1 22
2 18
3 13
4 24
5 26
QUESTÕES
6 20
7 19 01. (CRBIO – Auxiliar Administrativo – VU-
NESP/2017) Uma empresa tem 120 funcionários no total:
8 18 70 possuem curso superior e 50 não possuem curso supe-
rior. Sabe-se que a média salarial de toda a empresa é de
a) Qual a média de pontos por jogo? R$ 5.000,00, e que a média salarial somente dos funcioná-
b) Qual a variância do conjunto de pontos? rios que possuem curso superior é de R$ 6.000,00. Desse
modo, é correto afirmar que a média salarial dos funcioná-
Solução: rios dessa empresa que não possuem curso superior é de
(A) R$ 4.000,00.
a) A média de pontos por jogo é: (B) R$ 3.900,00.
(C) R$ 3.800,00.
(D) R$ 3.700,00.
b) A variância é: (E) R$ 3.600,00.

02. (TJM/SP – Escrevente Técnico Judiciário – VU-


NESP/2017) Leia o enunciado a seguir para responder a
Desvio médio questão.
Definição A tabela apresenta o número de acertos dos 600 candi-
Medida da dispersão dos dados em relação à média de datos que realizaram a prova da segunda fase de um con-
uma sequência. Esta medida representa a média das dis- curso, que continha 5 questões de múltipla escolha
tâncias entre cada elemento da amostra e seu valor médio.

45
MATEMÁTICA

Número de Número de candidatos 05. (UFES – Assistente em Administração –


acertos UFES/2017) Considere n números x1, x2, … , xn, em que x1 ≤
x2 ≤ ⋯ ≤ xn . A mediana desses números é igual a x(n + 1)/2,
5 204 se n for ímpar, e é igual à média aritmética de xn ⁄ 2 e x(n +
4 132 2)/2, se n for par. Uma prova composta por 5 questões foi
aplicada a uma turma de 24 alunos. A tabela seguinte rela-
3 96 ciona o número de acertos obtidos na prova com o número
2 78 de alunos que obtiveram esse número de acertos.
1 66
0 24 Número de acertos Número de
alunos
A média de acertos por prova foi de 0 4
(A) 3,57. 1 5
(B) 3,43
(C) 3,32. 2 4
(D) 3,25. 3 3
(E) 3,19.
4 5
03. (PREF. GUARULHOS/SP – Assistente de Gestão 5 3
Escolar – VUNESP/2016) Certa escola tem 15 classes no
período matutino e 10 classes no período vespertino. O A penúltima linha da tabela acima, por exemplo, indica
número médio de alunos por classe no período matutino que 5 alunos tiveram, cada um, um total de 4 acertos na
é 20, e, no período vespertino, é 25. Considerando os dois prova. A mediana dos números de acertos é igual a
períodos citados, a média aritmética do número de alunos
por classe é (A) 1,5
(A) 24,5. (B) 2
(B) 23. (C) 2,5
(C) 22,5. (D) 3
(D) 22. (E) 3,5
(E) 21.
06. (UFAL – Auxiliar de Biblioteca – COPEVE/2016)
04. (SEGEP/MA – Técnico da Receita Estadual – A tabela apresenta o número de empréstimos de livros de
FCC/2016) Para responder à questão, considere as infor- uma biblioteca setorial de um Instituto Federal, no primeiro
mações abaixo. semestre de 2016.
Três funcionários do Serviço de Atendimento ao Clien-
te de uma loja foram avaliados pelos clientes que atribuí- Mës Empréstimos
ram uma nota (1; 2; 3; 4; 5) para o atendimento recebido. A
tabela mostra as notas recebidas por esses funcionários em Janeiro 15
um determinado dia. Fevereiro 25
Março 22
Abril 30
Maio 28
Junho 15

Considerando a avaliação média individual de cada Dadas as afirmativas,


funcionário nesse dia, a diferença entre as médias mais I. A biblioteca emprestou, em média, 22,5 livros por
próximas é igual a mês.
(A) 0,32. II. A mediana da série de valores é igual a 26.
(B) 0,21. III. A moda da série de valores é igual a 15.
(C) 0,35.
(D) 0,18. Verifica-se que está(ão) correta(s)
(E) 0,24. (A) II, apenas.
(B) III, apenas.
(C) I e II, apenas.
(D) I e III, apenas.
(E) I, II e III.

46
MATEMÁTICA

07. (COSANPA - Químico – FADESP/2017) Algumas O número de funcionários com pontuação acima da
Determinações do teor de sódio em água (em mg L-1) fo- média é:
ram executadas (em triplicata) paralelamente por quatro (A) 3;
laboratórios e os resultados são mostrados na tabela abai- (B) 4;
xo. (C) 5;
(D) 6;
Replicatas Laboratório (E) 7.

1 2 3 4
1 30,3 30,9 30,3 30,5 RESPOSTAS
2 30,4 30,8 30,7 30,4 01. Resposta: E.
3 30,0 30,6 30,4 30,7 S=cursam superior
Média 30,20 30,77 30,47 30,53 M=não tem curso superior

Desvio 0,20 0,15 0,21 0,15


Padrão
S+M=600000
Utilize essa tabela para responder à questão.
O laboratório que apresenta o maior erro padrão é o
de número
(A) 1. S=420000
(B) 2. M=600000-420000=180000
(C) 3.
(D) 4.

08. (ANAC – Analista Administrativo- ESAF/2016)


Os valores a seguir representam uma amostra 02. Resposta:B.

331546248

Então, a variância dessa amostra é igual a


(A) 4,0 03. Resposta: D.
(B) 2,5.
(C) 4,5.
(D) 5,5
(E) 3,0 M=300

09. (MPE/SP – Oficial de Promotoria I – VU-


NESP/2016) A média de salários dos 13 funcionários de
uma empresa é de R$ 1.998,00. Dois novos funcionários V=250
foram contratados, um com o salário 10% maior que o do
outro, e a média salarial dos 15 funcionários passou a ser
R$ 2.013,00. O menor salário, dentre esses dois novos fun-
cionários, é igual a
(A)) R$ 2.002,00. 04. Resposta: B.
(B) R$ 2.006,00.
(C) R$ 2.010,00.
(D) R$ 2.004,00.
(E) R$ 2.008,00.

10. (PREF. DE NITERÓI – Agente Fazendário –


FGV/2015) Os 12 funcionários de uma repartição da pre-
feitura foram submetidos a um teste de avaliação de co-
nhecimentos de computação e a pontuação deles, em uma
escala de 0 a 100, está no quadro abaixo.
3,36-3,15=0,21
50 55 55 55 55 60
62 63 65 90 90 100

47
MATEMÁTICA

05.Resposta: B.
Como 24 é um número par, devemos fazer a segunda GEOMETRIA
regra:

Ângulos

Denominamos ângulo a região do plano limitada por


06. Resposta: D.
duas semirretas de mesma origem. As semirretas recebem
o nome de lados do ângulo e a origem delas, de vértice do
ângulo.
Mediana
Vamos colocar os números em ordem crescente

15,15,22,25,28,30

Moda é o número que mais aparece, no caso o 15.

07. Resposta: C.
Como o desvio padrão é maior no 3, o erro padrão é
proporcional, portanto também é maior em 3.
Ângulo Agudo: É o ângulo, cuja medida é menor do
que 90º.
08. Resposta: C.

09. Resposta: C.
Vamos chamar de x a soma dos salários dos 13 funcio-
nários
x/13=1998
Ângulo Obtuso: É o ângulo cuja medida é maior do
X=13.1998
que 90º.
X=25974
Vamos chamar de y o funcionário contratado com me-
nor valor e, portanto, 1,1y o com 10% de salário maior, pois
ele ganha y+10% de y
Y+0,1y=1,1y
(x+y+1,1y)/15=2013
25974+2,1y=15∙2013
2,1y=30195-25974
2,1y=4221
Y=2010
Ângulo Raso:
10. Resposta: A.
- É o ângulo cuja medida é 180º;
- É aquele, cujos lados são semi-retas opostas.

M=66,67
Apenas 3 funcionários estão acima da média.

48
MATEMÁTICA

Ângulo Reto:

- É o ângulo cuja medida é 90º;


- É aquele cujos lados se apoiam em retas perpendi-
culares.

Mediatriz de um segmento de reta é a reta perpen-


dicular a esse segmento pelo seu ponto médio.

Na figura, a reta m é a mediatriz de .

Triângulo

Elementos

Mediana
Mediana de um triângulo é um segmento de reta que
liga um vértice ao ponto médio do lado oposto.
Na figura, é uma mediana do ABC.
Um triângulo tem três medianas.

Mediatriz de um triângulo é uma reta do plano do


triângulo que é mediatriz de um dos lados desse triângulo.
Na figura, a reta m é a mediatriz do lado do .
Um triângulo tem três mediatrizes.

A bissetriz de um ângulo interno de um triângulo in-


tercepta o lado oposto

Bissetriz interna de um triângulo é o segmento da


bissetriz de um ângulo do triângulo que liga um vértice a
um ponto do lado oposto.
Na figura, é uma bissetriz interna do .
Um triângulo tem três bissetrizes internas.

Classificação

Quanto aos lados

Triângulo escaleno:três lados desiguais.

Altura de um triângulo é o segmento que liga um vér-


tice a um ponto da reta suporte do lado oposto e é perpen-
dicular a esse lado.

Na figura, é uma altura do .

Um triângulo tem três alturas.

49
MATEMÁTICA

Triângulo isósceles: Pelo menos dois lados iguais.

Desigualdade entre Lados e ângulos dos triângulos


Num triângulo o comprimento de qualquer lado é me-
nor que a soma dos outros dois. Em qualquer triângulo, ao
Triângulo equilátero: três lados iguais. maior ângulo opõe-se o maior lado, e vice-versa.

QUADRILÁTEROS

Quadrilátero é todo polígono com as seguintes pro-


priedades:

- Tem 4 lados.
- Tem 2 diagonais.
Quanto aos ângulos - A soma dos ângulos internos Si = 360º
- A soma dos ângulos externos Se = 360º
Triângulo acutângulo:tem os três ângulos agudos
Trapézio: É todo quadrilátero tem dois paralelos.

- é paralelo a
Triângulo retângulo:tem um ângulo reto - Losango: 4 lados congruentes
- Retângulo: 4 ângulos retos (90 graus)
- Quadrado: 4 lados congruentes e 4 ângulos retos.

Triângulo obtusângulo: tem um ângulo obtuso - Observações:

- No retângulo e no quadrado as diagonais são


congruentes (iguais)
- No losango e no quadrado as diagonais são per-
pendiculares entre si (formam ângulo de 90°) e são bisse-
trizes dos ângulos internos (dividem os ângulos ao meio).

50
MATEMÁTICA

Áreas Ângulos Internos


A soma das medidas dos ângulos internos de um polí-
1- Trapézio: , onde B é a medida da base gono convexo de n lados é (n-2).180
maior, b é a medida da base menor e h é medida da altura. Unindo um dos vértices aos outros n-3, conveniente-
2- Paralelogramo: A = b.h, onde b é a medida da mente escolhidos, obteremos n-2 triângulos. A soma das
base e h é a medida da altura. medidas dos ângulos internos do polígono é igual à soma
3- Retângulo: A = b.h das medidas dos ângulos internos dos n-2 triângulos.

4- Losango: , onde D é a medida da diagonal


maior e d é a medida da diagonal menor.
5- Quadrado: A = l2, onde l é a medida do lado.

Polígono
Chama-se polígono a união de segmentos que são
chamados lados do polígono, enquanto os pontos são cha-
mados vértices do polígono.

Ângulos Externos

Diagonal de um polígono é um segmento cujas extre-


midades são vértices não-consecutivos desse polígono.
A soma dos ângulos externos=360°

Teorema de Tales
Se um feixe de retas paralelas tem duas transversais, en-
tão a razão de dois segmentos quaisquer de uma transversal
é igual à razão dos segmentos correspondentes da outra.
Dada a figura anterior, O Teorema de Tales afirma que
são válidas as seguintes proporções:

Número de Diagonais

Exemplo

51
MATEMÁTICA

Semelhança de Triângulos Razões Trigonométricas no Triângulo Retângulo


Dois triângulos são semelhantes se, e somente se, os
seus ângulos internos tiverem, respectivamente, as mesmas Considerando o triângulo retângulo ABC.
medidas, e os lados correspondentes forem proporcionais.

Casos de Semelhança
1º Caso:AA(ângulo-ângulo)
Se dois triângulos têm dois ângulos congruentes de
vértices correspondentes, então esses triângulos são con-
gruentes.

Temos:

2º Caso: LAL(lado-ângulo-lado)
Se dois triângulos têm dois lados correspondentes
proporcionais e os ângulos compreendidos entre eles con-
gruentes, então esses dois triângulos são semelhantes.

Fórmulas Trigonométricas

3º Caso: LLL(lado-lado-lado) Relação Fundamental


Se dois triângulos têm os três lado correspondentes Existe uma outra importante relação entre seno e cos-
proporcionais, então esses dois triângulos são semelhan- seno de um ângulo. Considere o triângulo retângulo ABC.
tes.

Neste triângulo, temos que: c²=a²+b²


Dividindo os membros por c²

52
MATEMÁTICA

Como

Todo triângulo que tem um ângulo reto é denominado -Duas retas concorrentes podem ser:
triangulo retângulo.
O triângulo ABC é retângulo em A e seus elementos 1. Perpendiculares: r e s formam ângulo reto.
são:

2. Oblíquas:r e s não são perpendiculares.


a: hipotenusa
b e c: catetos
h:altura relativa à hipotenusa
m e n: projeções ortogonais dos catetos sobre a hipo-
tenusa

Relações Métricas no Triângulo Retângulo


Chamamos relações métricas as relações existentes en-
tre os diversos segmentos desse triângulo. Assim: b) Paralelas: r e s não têm ponto comum ou r e s são
coincidentes.
1. O quadrado de um cateto é igual ao produto da
hipotenusa pela projeção desse cateto sobre a hipotenusa.

2. O produto dos catetos é igual ao produto da hipo-


tenusa pela altura relativa à hipotenusa.

3. O quadrado da altura é igual ao produto das pro-


jeções dos catetos sobre a hipotenusa.

4. O quadrado da hipotenusa é igual à soma dos


quadrados dos catetos (Teorema de Pitágoras).

Posições Relativas de Duas Retas


Duas retas no espaço podem pertencer a um mesmo
plano. Nesse caso são chamadas retas coplanares. Podem
também não estar no mesmo plano. Nesse caso, são deno-
minadas retas reversas.

Retas Coplanares
a) Concorrentes: r e s têm um único ponto comum

53
MATEMÁTICA

QUESTÕES Considerando que o diâmetro de cada disco é 8, o


comprimento da cinta acima representada é
01. (IPRESB/SP - Analista de Processos Previden- (A) 8/3 π + 8 .
ciários- VUNESP/2017) Um terreno retangular ABCD, (B) 8/3 π + 24.
com 40 m de largura por 60 m de comprimento, foi dividi- (C) 8π + 8 .
do em três lotes, conforme mostra a figura. (D) 8π + 24.
(E) 16π + 24.

04. (TJ/RS - Técnico Judiciário – FAURGS/2017) Na


figura abaixo, ABCD é um quadrado de lado 10; E, F, G e H
são pontos médios dos lados do quadrado ABCD e são os
centros de quatro círculos tangentes entre si.

Sabendo-se que EF = 36 m e que a área do lote 1 é


864 m², o perímetro do lote 2 é

(A) 100 m.
(B) 108 m.
(C) 112 m.
(D) 116 m. A área da região sombreada, da figura acima apresen-
(E) 120 m. tada, é
(A) 100 - 5π .
02. (TJ/RS - Técnico Judiciário – FAURGS/2017) (B) 100 - 10π .
Considere um triângulo retângulo de catetos medindo (C) 100 - 15π .
3m e 5m. Um segundo triângulo retângulo, semelhante (D) 100 - 20π .
ao primeiro, cuja área é o dobro da área do primeiro, terá (E) 100 - 25π .
como medidas dos catetos, em metros:
(A) 3 e 10. 05. (TJ/RS - Técnico Judiciário – FAURGS/2017) No
(B) 3√2 e 5√2 . cubo de aresta 10, da figura abaixo, encontra-se represen-
(C) 3√2 e 10√2 . tado um plano passando pelos vértices B e C e pelos pon-
(D) 5 e 6. tos P e Q, pontos médios, respectivamente, das arestas EF
(E) 6 e 10. e HG, gerando o quadrilátero BCQP.

03. (TJ/RS - Técnico Judiciário – FAURGS/2017) Na


figura abaixo, encontra-se representada uma cinta esticada
passando em torno de três discos de mesmo diâmetro e
tangentes entre si.

A área do quadrilátero BCQP, da figura acima, é

(A) 25√5.
(B) 50√2.
(C) 50√5.
(D) 100√2 .
(E) 100√5.

54
MATEMÁTICA

06. (SAP/SP - Agente de Segurança Penitenciária 09. (IBGE – Agente Censitário Municipal e Supervi-
- MSCONCURSOS/2017) O triângulo retângulo em B, a sor – FGV/2017) O proprietário de um terreno retangular
seguir, de vértices A, B e C, representa uma praça de uma resolveu cercá-lo e, para isso, comprou 26 estacas de ma-
cidade. Qual é a área dessa praça? deira. Colocou uma estaca em cada um dos quatro cantos
do terreno e as demais igualmente espaçadas, de 3 em 3
metros, ao longo dos quatro lados do terreno.
O número de estacas em cada um dos lados maiores
do terreno, incluindo os dois dos cantos, é o dobro do nú-
mero de estacas em cada um dos lados menores, também
incluindo os dois dos cantos.
A área do terreno em metros quadrados é:
(A) 240;
(A) 120 m² (B) 256;
(B) 90 m² (C) 324;
(C) 60 m² (D) 330;
(D) 30 m² (E) 372.

07. (CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário – VU- 10. (TJ/SP – Escrevente Técnico Judiciário- VU-
NESP/2017) A figura, com dimensões indicadas em centíme- NESP/2017) A figura seguinte, cujas dimensões estão in-
tros, mostra um painel informativo ABCD, de formato retan- dicadas em metros, mostra as regiões R1 e R2 , ambas com
gular, no qual se destaca a região retangular R, onde x > y. formato de triângulos retângulos, situadas em uma praça
e destinadas a atividades de recreação infantil para faixas
etárias distintas.

Sabendo-se que a razão entre as medidas dos lados Se a área de R1 é 54 m², então o perímetro de R2 é, em
correspondentes do retângulo ABCD e da região R é igual metros, igual a
a 5/2 , é correto afirmar que as medidas, em centímetros,
dos lados da região R, indicadas por x e y na figura, são, (A) 54.
respectivamente, (B) 48.
(C) 36.
(A) 80 e 64. (D) 40.
(B) 80 e 62. (E) 42.
(C) 62 e 80.
(D) 60 e 80. 11. (SAP/SP - Agente de Segurança Penitenciária –
(E) 60 e 78. MSCONCURSOS/2017)

08. (CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário – VU-


NESP/2017) O piso de um salão retangular, de 6 m de Seja a expressão definida em
comprimento, foi totalmente coberto por 108 placas qua- 0< x < π/2 . Ao simplificá-la, obteremos:
dradas de porcelanato, todas inteiras. Sabe-se que quatro
placas desse porcelanato cobrem exatamente 1 m2 de (A) 1
piso. Nessas condições, é correto afirmar que o perímetro (B) sen²x
desse piso é, em metros, igual a (C) cos²x
(A) 20. (D) 0
(B) 21.
(C) 24.
(D) 27.
(E) 30.

55
MATEMÁTICA

12. (SAP/SP - Agente de Segurança Penitenciária – Como I é um triângulo:


MSCONCURSOS/2017) Fábio precisa comprar arame para 60-36=24
cercar um terreno no formato a seguir, retângulo em B e C. X²=24²+18²
Considerando que ele dará duas voltas com o arame no ter- X²=576+324
reno e que não terá perdas, quantos metros ele irá gastar? X²=900
(considere √3 =1,7; sen30º=0,5; cos30º=0,85; tg30º=0,57). X=30
Como h=18 e AD é 40, EG=22

Perímetro lote 2: 40+22+24+30=116

02. Resposta: B.

(A) 64,2 m
(B) 46,2 m
(C) 92,4 m
(D) 128,4 m

Lado=3√2
Outro lado =5√2

03. Resposta: D.

Respostas Observe o triângulo do meio, cada lado é exatamente


a mesma medida da parte reta da cinta.
Que é igual a 2 raios, ou um diâmetro, portanto o lado
01. Resposta: D. esticado tem 8x3=24 m
A parte do círculo é igual a 120°, pois é 1/3 do círculo,
como são três partes, é a mesma medida de um círculo.
O comprimento do círculo é dado por: 2πr=8π
Portanto, a cinta tem 8π+24

04. Resposta: E.

Como o quadrado tem lado 10,a área é 100.

96h=1728
H=18 O ladao AF e AE medem 5, cada um, pois F e E é o
ponto Médio

56
MATEMÁTICA

X²=5²+5² 09. Resposta: C.


X²=25+25 Número de estacas: x
X²=50 X+x+2x+2x-4=26 obs: -4 é porque estamos contan-
X=5√2 do duas vezes o canto
X é o diâmetro do círculo, como temos 4 semi círculos, 6x=30
temos 2 círculos inteiros. X=5
Temos 5 estacas no lado menor, como são espaçadas
A área de um círculo é a cada 3m
4 espaços de 3m=12m
Lado maior 10 estacas
9 espaços de 3 metros=27m
A=12⋅27=324 m²

10. Resposta: B.
A sombreada=100-25π

05. Resposta: C.
CQ é hipotenusa do triângulo GQC.
01. CQ²=10²+5²
CQ²=100+25
CQ²=125
CQ=5√5 9x=108
A área do quadrilátero seria CQ⋅BC X=12
A=5√5⋅10=50√5
Para encontrar o perímetro do triângulo R2:
06. Resposta: C
Para saber a área, primeiro precisamos descobrir o x.

17²=x²+8²
289=x²+64
X²=225
X=15

07. Resposta: A.

5y=320 Y²=16²+12²
Y²=256+144=400
Y=64 Y=20

Perímetro: 16+12+20=48

5x=400 11. Resposta: C.


X=80

1-cos²x=sen²x

08. Resposta: B.
108/4=27m²
6x=27
X=27/6
12. Resposta: D.
O perímetro seria

57
MATEMÁTICA

Volume

X=6

Cones
Na figura, temos um plano α, um círculo contido em α,
um ponto V que não pertence ao plano.
A figura geométrica formada pela reunião de todos os
segmentos de reta que tem uma extremidade no ponto V
Y=10,2 e a outra num ponto do círculo denomina-se cone circular.
2 voltas=2(12+18+10,2+6+18)=128,4m

Cilindros
Considere dois planos, α e β, paralelos, um círculo de
centro O contido num deles, e uma reta s concorrente com
os dois.
Chamamos cilindro o sólido determinado pela reunião
de todos os segmentos paralelos a s, com extremidades no
círculo e no outro plano.
Classificação

-Reto:eixo VO perpendicular à base;


Pode ser obtido pela rotação de um triângulo retângu-
lo em torno de um de seus catetos. Por isso o cone reto é
também chamado de cone de revolução.
Quando a geratriz de um cone reto é 2R, esse cone é
denominado cone equilátero.

Classificação
Reto: Um cilindro se diz reto ou de revolução quando
as geratrizes são perpendiculares às bases.
Quando a altura é igual a 2R(raio da base) o cilindro é
equilátero.
Oblíquo: faces laterais oblíquas ao plano da base.

-Oblíquo: eixo não é perpendicular

Área Área
Área da base: Sb=πr² Área lateral:
Área da base:
Área total:

Volume

58
MATEMÁTICA

Pirâmides Assim, um prisma é um poliedro com duas faces con-


As pirâmides são também classificadas quanto ao nú- gruentes e paralelas cujas outras faces são paralelogramos
mero de lados da base. obtidos ligando-se os vértices correspondentes das duas
faces paralelas.

Classificação

Reto: Quando as arestas laterais são perpendiculares


às bases
Oblíquo: quando as faces laterais são oblíquas à base.

Área e Volume
Área lateral:
Onde n= quantidade de lados

Prismas
Considere dois planos α e β paralelos, um polígono R
contido em α e uma reta r concorrente aos dois.

Classificação pelo polígono da base

-Triangular

-Quadrangular

Chamamos prisma o sólido determinado pela reunião


de todos os segmentos paralelos a r, com extremidades no
polígono R e no plano β.

E assim por diante...

Paralelepípedos
Os prismas cujas bases são paralelogramos denomi-
nam-se paralelepípedos.

59
MATEMÁTICA

02. (SAP/SP - Agente de Segurança Penitenciária –


MSCONCURSOS/2017) Qual é o volume de uma lata de
óleo perfeitamente cilíndrica, cujo diâmetro é 8 cm e a al-
tura é 20 cm? (use π=3)
(A) 3,84 l
(B) 96 ml
(C) 384 ml
(D) 960 ml

03. (CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário - VU-


NESP/2017) Inicialmente, um reservatório com formato
Cubo é todo paralelepípedo retângulo com seis faces de paralelepípedo reto retângulo deveria ter as medidas
quadradas. indicadas na figura.

Prisma Regular
Se o prisma for reto e as bases forem polígonos regu-
lares, o prisma é dito regular. Em uma revisão do projeto, foi necessário aumentar
As faces laterais são retângulos congruentes e as bases em 1 m a medida da largura, indicada por x na figura, man-
são congruentes (triângulo equilátero, hexágono regular,...) tendo-se inalteradas as demais medidas. Desse modo, o
volume inicialmente previsto para esse reservatório foi au-
Área mentado em
Área cubo: (A) 1 m³ .
Área paralelepípedo: (B) 3 m³ .
A área de um prisma: (C) 4 m³ .
Onde: St=área total (D) 5 m³ .
Sb=área da base (E) 6 m³ .
Sl=área lateral, soma-se todas as áreas das faces late-
rais. 04. (CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário - VU-
NESP/2017) A figura mostra cubinhos de madeira, todos
Volume de mesmo volume, posicionados em uma caixa com a for-
Paralelepípedo:V=a.b.c ma de paralelepípedo reto retângulo.
Cubo:V=a³
Demais:

QUESTÕES

01. (TJ/RS - Técnico Judiciário – FAURGS/2017) Um


cilindro reto de altura h tem volume V. Para que um cone
reto com base igual a desse cilindro tenha volume V, sua
altura deve ser igual a
(A) 1/3h.
(B) 1/2h. Se cada cubinho tem aresta igual a 5 cm, então o volu-
(C) 2/3h. me interno dessa caixa é, em cm³ , igual a
(D) 2h. (A) 3000.
(E) 3h. (B) 4500.
(C) 6000.
(D) 7500.
(E) 9000.

60
MATEMÁTICA

05. (MPE/GO – Oficial de Promotoria – MPE- Para completar o volume total desse recipiente, serão
GO/2017) Frederico comprou um aquário em formato de despejados dentro dele vários copos de água, com 200 mL
paralelepípedo, contendo as seguintes dimensões: cada um. O número de copos totalmente cheios necessá-
rios para completar o volume total do prisma será:
(A) 8 copos
(B) 9 copos
(C) 10 copos
(D) 12 copos
(E) 15 copos

08. (CELG/GT/GO – Analista de Gestão – CSU-


FG/2017) figura a seguir representa um cubo de aresta a.
Estando o referido aquário completamente cheio, a sua
capacidade em litros é de:
(A) 0,06 litros.
(B) 0,6 litros.
(C) 6 litros.
(D) 0,08 litros.
(E) 0,8 litros.

06. (TJ/SP – Escrevente Técnico Judiciário – VU-


NESP/2017) As figuras seguintes mostram os blocos de Considerando a pirâmide de base triangular cujos vér-
madeira A, B e C, sendo A e B de formato cúbico e C com tices são os pontos B, C, D e G do cubo, o seu volume é
formato de paralelepípedo reto retângulo, cujos respecti- dado por
vos volumes, em cm³, são representados por VA, VB e VC. (A) a³/6
(B) a³/3
(C) a³/3√3
(D) a³/6√6

09. (CRBIO – Auxiliar Administrativo – VU-


NESP/2017) De um reservatório com formato de parale-
lepípedo reto retângulo, totalmente cheio, foram retirados
3 m³ de água. Após a retirada, o nível da água restante no
reservatório ficou com altura igual a 1 m, conforme mostra
a figura.

Se VA + VB = 1/2 VC , então a medida da altura do


bloco C, indicada por h na figura, é, em centímetros, igual a
(A) 15,5.
(B) 11.
(C) 12,5.
(D) 14.
(E) 16

07. (MPE/GO – Secretário Auxiliar – MPEGO/2017)


Um recipiente na forma de um prisma reto de base quadra-
da, com dimensões internas de 10 cm de aresta da base e Desse modo, é correto afirmar que a medida da altura
25 cm de altura, está com 20% de seu volume total preen- total do reservatório, indicada por h na figura, é, em me-
chido com água, conforme mostra a figura. (Figura fora de tros, igual a
escala) (A) 1,8.
(B) 1,75.
(C) 1,7.
(D) 1,65.
(E) 1,6.

61
MATEMÁTICA

10. (PREF. DE ITAPEMA/SC – Técnico Contábil – MS- 07. Resposta: C.


CONCURSOS/2016) O volume de um cone circular reto, V=10⋅10⋅25=2500 cm³
cuja altura é 39 cm, é 30% maior do que o volume de um 2500⋅0,2=500cm³ preenchidos.
cilindro circular reto. Sabendo que o raio da base do cone Para terminar de completar o volume:
é o triplo do raio da base do cilindro, a altura do cilindro é: 2500-500=2000 cm³
(A) 9 cm 2000/200=10 copos
(B) 30 cm
(C) 60 cm 08. Resposta: A.
(D) 90 cm A base é um triângulo de base a e altura a

Respostas

01. Resposta:

Volume cilindro=πr²h

Para que seja igual a V, a altura tem que ser igual a 3h

09. Resposta: E.
V=2,5⋅2⋅1=5m³
Como foi retirado 3m³
02. Resposta: D 5+3=2,5⋅2⋅h
V= πr²h 8=5h
V=3⋅4²⋅20=960 cm³=960 ml H=1,6m

03. Resposta:E. 10. Resposta: D.


V=2⋅3⋅x=6x Cone
Aumentando 1 na largura
V=2⋅3⋅(x+1)=6x+6
Portanto, o volume aumentou em 6.

04. Resposta:E.
São 6 cubos no comprimento: 6⋅5=30 Cilindro
São 4 cubos na largura: 4⋅5=20 V=Ab⋅h
3 cubos na altura: 3⋅5=15 V=πr²h
V=30⋅20⋅15=9000 Como o volume do cone é 30% maior:
117πr²=1,3 πr²h
05. Resposta: C. H=117/1,3=90
V=20⋅15⋅20=6000cm³=6000ml==6 litros

06. Resposta:C.
VA=125cm³ MATRIZ, DETERMINANTES E SISTEMAS
LINEARES
VB=1000cm³

Matriz
Chama-se matriz do tipo m x n, m ∈N* e n∈N*, a toda
tabela de m.n elementos dispostos em m linhas e n colunas.
Indica-se a matriz por uma letra maiúscula e colocar seus
elementos entre parênteses ou entre colchetes como, por
180h=2250 exemplo, a matriz A de ordem 2x3.
H=12,5

62
MATEMÁTICA

Representação da matriz
Forma explicita (ou forma de tabela)
A matriz A é representada indicando-se cada um de seus
elementos por uma letra minúscula acompanhada de dois
índices: o primeiro indica a linha a que pertence o elemen-
to: o segundo indica a coluna a que pertence o elemento,
isto é, o elemento da linha i e da coluna j é indicado por ij.
Assim, a matriz A2 x 3 é representada por:

Matriz diagonal

Forma abreviada Uma matriz quadrada de ordem n(n>1) é chamada de


A matriz A é dada por (aij)m x n e por uma lei que fornece matriz diagonal se, e somente se, todos os elementos que
aij em função de i e j. não pertencem à diagonal principal são iguais a zero.
A=(aij)2 x 2, onde aij=2i+j

Matriz identidade

Uma matriz quadrada de ordem n(n>1) é chamada de


matriz identidade se, e somente se, os elementos da diago-
nal principal são iguais a um e os demais são iguais a zero.

Portanto,

Tipos de Matriz

Matriz linha Matriz nula

Chama-se matriz linha a toda matriz que possui uma É chamada matriz nula se, e somente se, todos os ele-
única linha. mentos são iguais a zero.
Assim, [2 3 7] é uma matriz do tipo 1 x 3.

Matriz coluna

Chama-se matriz coluna a toda matriz que possui uma Matriz Transposta
única coluna.
Dada a matriz A=(aij) do tipo m x n, chama-se matriz
Assim, é uma matriz coluna do tipo 2 x 1. transposta de A a matriz do tipo n x m.

Matriz quadrada

Chama-se matriz quadrada a toda matriz que possui


número de linhas igual ao número de colunas. Uma matriz
quadrada A do tipo n x n é dita matriz quadrada de ordem
n e indica-se por An. Exemplo:
Adição de Matrizes

Sejam A= (aij), B=(bij) e C=(cij) matrizes do mesmo tipo


m x n. Diz-se que C é a soma de A com B, e indica-se por
A+B.
Diagonais
Diagonal principal é a sequência tais que i=j, ou seja,
(a11, a22, a33,..) Dada as matrizes:
Diagonal secundária é a sequência dos elementos tais
que i+j=n+1, ou seja, (a1n, a2 n-1,...)

63
MATEMÁTICA

Exemplo:
Determine a matriz inversa de A.

portanto
Solução
Propriedades da adição
Comutativa: A + B = B + A Seja
Associativa: (A + B) + C = A + (B + C)
Elemento neutro: A + O = O + A = A
Elemento Oposto: A + (-A) = (-A) + A = O
Transposta da soma: (A + B)t = At + Bt

Subtração de matrizes

Sejam A=(aij), B=(bij) e C=(cij), matrizes do mesmo tipo


m x n. Diz-se que C é a diferença A-B, se, e somente se,
C=A+(-B). Temos que x=3; y=2; z=1; t=1

Logo,

Determinante
Dada uma matriz quadrada, chama-se determinante o
Multiplicação de um número por uma matriz número real a ela associado.

Considere: Cálculo do determinante


Determinante de ordem 1

Multiplicação de matrizes

O produto (linha por coluna) de uma matriz A = (aij) Determinante de ordem 2


mxp
por uma matriz B = (bij)p x n é uma matriz C = (cij)m x n, Dada a matriz
de modo que cada elemento cij é obtido multiplicando-se O determinante é dado por:
ordenadamente os elementos da linha i de A pelos ele-
mentos da coluna j de B, e somando-se os produtos assim Determinante de ordem 3
obtidos. Regra 1:
Dada as matrizes:

Repete a primeira e a segunda coluna

Matriz Inversa

Seja A uma matriz quadrada de ordem n. Uma matriz B


é chamada inversa de A se, e somente se,

64
MATEMÁTICA

Regra 2 Denominamos solução do sistema linear toda sequên-


cia ordenada de números reais que verifica, simultanea-
mente, todas as equações do sistema.
Dessa forma, resolver um sistema significa encontrar
todas as sequências ordenadas de números reais que satis-
façam as equações do sistema.

Matriz Associada a um Sistema Linear

Dado o seguinte sistema:

detA= a11 a22 a33 + a12 a23 a31 + a32 a21 a13 - a31 a22 a13 -a12
a21 a33 - a32 a23 a11

Sistema de equações lineares Matriz incompleta


Um sistema de equações lineares mxn é um conjunto
de m equações lineares, cada uma delas com n incógnitas.

Classificação

1. Sistema Possível e Determinado

Em que:
O par ordenado (2, 1) é solução da equação, pois

Sistema Linear 2 x 2 Como não existe outro par que satisfaça simultanea-
mente as duas equações, dizemos que esse sistema é SP-
Chamamos de sistema linear 2 x 2 o conjunto de equa- D(Sistema Possível e Determinado), pois possui uma única
ções lineares a duas incógnitas, consideradas simultanea- solução.
mente. 2. Sistema Possível e Indeterminado
Todo sistema linear 2 x 2 admite a forma geral abaixo:

a1 x + b1 y = c1

a2 + b2 y = c2 esse tipo de sistema possui infinitas soluções, os valo-
res de x e y assumem inúmeros valores. Observe o sistema
a seguir, x e y podem assumir mais de um valor, (0,4), (1,3),
Sistema Linear 3x3 (2,2), (3,1) e etc.

3. Sistema Impossível
Sistemas Lineares equivalentes

Dois sistemas lineares que admitem o mesmo conjunto


solução são ditos equivalentes. Por exemplo:
Não existe um par real que satisfaça simultaneamente
as duas equações. Logo o sistema não tem solução, por-
tanto é impossível.

São equivalentes, pois ambos têm o mesmo conjunto


solução S={(1,2)}

65
MATEMÁTICA

Sistema Escalonado Sistemas com Número de Equações Igual ao Núme-


Sistema Linear Escalonado é todo sistema no qual as ro de Incógnitas
incógnitas das equações lineares estão escritas em uma
mesma ordem e o 1º coeficiente não-nulo de cada equa- Quando o sistema linear apresenta nº de equações
ção está à direita do 1º coeficiente não-nulo da equação igual ao nº de incógnitas, para discutirmos o sistema, ini-
anterior. cialmente calculamos o determinante D da matriz dos coe-
ficientes (incompleta), e:
Exemplo - Se D ≠ 0, o sistema é possível e determinado.
Sistema 2x2 escalonado. - Se D = 0, o sistema é possível e indeterminado ou
impossível.

Para identificarmos se o sistema é possível, indetermi-


nado ou impossível, devemos conseguir um sistema esca-
Sistema 3x3 lonado equivalente pelo método de eliminação de Gauss.
A primeira equação tem três coeficientes não-nulos, a
segunda tem dois e a terceira, apenas um. Exemplos

- Discutir, em função de a, o sistema:

x + 3 y = 5

Sistema 2x3 2 x + ay = 1

Resolução
Resolução de um Sistema Linear por Escalonamento
1 3
Podemos transformar qualquer sistema linear em um
outro equivalente pelas seguintes transformações elemen- D= = a−6
tares, realizadas com suas equações: 2 a
-trocas as posições de duas equações
-Multiplicar uma das equações por um número real di- D = 0⇒ a−6 = 0⇒ a = 6
ferente de 0.
-Multiplicar uma equação por um número real e adi- Assim, para a ≠ 6, o sistema é possível e determinado.
cionar o resultado a outra equação. Para a ≠ 6, temos:
Exemplo
x + 3 y = 5
 x + 3 y = 5
2 x + 6 y = 1 ~
 ← −2 0 x + 0 y = −9

Inicialmente, trocamos a posição das equações, pois é
conveniente ter o coeficiente igual a 1 na primeira equação. Que é um sistema impossível.
Assim, temos:
a ≠ 6 → SPD (Sistema possível e determinado)
a = 6 → SI (Sistema impossível)

Depois eliminamos a incógnita x da segunda equação Regra de Cramer


Multiplicando a equação por -2:
Consideramos os sistema .

Suponhamos que a ≠ 0. Observamos que a matriz in

Somando as duas equações: completa desse sistema é , cujo determi-


nante é indicado por D = ad – bc.

Se substituirmos em M a 2ª coluna (dos coeficientes de


y) pela coluna dos coeficientes independentes,

obteremos ,cujo determinante é indicado por


Dy = af – ce.

66
MATEMÁTICA

Assim, .

Substituindo esse valor de y na 1ª equação de (*) e

considerando a matriz , cujo determinante é

indicado por Dx = ed – bf, obtemos , D ≠ 0. 04. (PREF. DE PIRAÚBA/MG – Agente Fiscal de Pos-
turas – MSCONCURSOS/2017)
Sejam as matrizes
QUESTÕES

01. (POLICIA CIENTÍFICA – Perito Criminal – .


IBFC/2017)
Dadas a matriz e a A matriz A-B é igual a

matriz , assinale a alternativa que apre-


senta a matriz C que representa a soma da matriz A e B, ou
seja, C = A + B:

05. (UNITINS – Assistente Administrativo – UNI-


TINS/2016)
Sejam os determinantes das matrizes

02. (POLICIA CIENTÍFICA – Perito Criminal –


IBFC/2017)

Dadas a matriz e a matriz , O valor de x²-2xy+y² é igual a


assinale a alternativa que apresenta a matriz C que repre- (A) 8
senta a subtração da matriz A e B, ou seja, C = A - B. (B) 6
(C) 4
(D) 2
(E) 0

06. (PREF. DE ITAPEMA/SC – Técnico Contábil – MS-


CONCURSOS/2016) Sabendo que o determinante da

matriz é 10, então o determinante


da

03. (POLICIA CIENTÍFICA – Perito Criminal – matriz é:


IBFC/2017)

Dada a matriz e a matriz , assi- (A) -20


nale a alternativa que apresenta a matriz C que representa (B) -10
o produto da matriz A e B, ou seja, C=A*B. (C) 3
(D) 20

67
MATEMÁTICA

07. (PREF. DE BIGUAÇU/SC – Professor – UNI- 11. (BRDE – Analista de Sistemas – FUNDATE/2015)
SUL/2016) A solução do seguinte sistema linear
Considere

é:

(A) S={(0,2,-5)}
(B) S={(1,4,1)}
Assinale a alternativa CORRETA: (C) S={(4,0,6)}
(D) S={(3/2 ,6, -7/2)}
(A) A + B = 20 (E) Sistema sem solução.
(B) A - 3B2 = -51
(C) √2A + 1- 5 = -2 12. (BRDE – Assistente Administrativo – FUNDA-
(D) A/B +1 =23 TEC/2015) A solução do sistema linear
(E) 3A -2B + 9 = 25

08. (PREF. DE TAQUARITUBA/SP – Professor – INS- é:


TITUTO EXCELÊNCIA/2016)
(A) S={(4, ¼)}
Dada a matriz (B) S={(3, 3/2 )}
(C) S={(3/2 ,3 )}
(D) S={(3,− 3/2 )}
, assinale a alternativa que te- (E) S={(1,3/2 )}
nha respectivamente os números dos elementos a12, a23,
a33 e a35. 13. (SEDUC/PI – Professor – Matemática – NUCE-
(A) 0, 0, 7, 5. PE/2015) O sistema linear
(B) 0, 7, 7, 5.
(C) 6, 7, 0, 0.
(D) Nenhuma das alternativas.
é possível e indeterminado se:
09. (MGS – Serviços Técnicos Contábeis – IBFC/2015)
Sejam as matrizes quadradas de e então o valor ordem (A) m ≠ 2 e n = 2 .
e , então o valor do (B) m ≠ 1/2 e n = 2 .
(C) m = 2 e n = 2 .
determinante da matriz C = A + B é igual a: (D) m = 1/2 e n = 2 .
(A) -2 (E) m = 1/2 e n ≠ 2 .
(B) 2
(C) 6
(D) -6 RESPOSTAS

10. (PREF. DE SANTO ANDRÉ – Assistente Econômi- 01. Resposta: E.


co Financeiro – IBAM/2015) Considere as seguintes ma-
trizes:

02. Resposta: E.

Sendo “a” um número real, para que tenhamos A . B =


C, o valor da variável “a” deverá ser: 03. Resposta: E.
(A) um número inteiro, ímpar e primo.
(B) um número inteiro, par, maior que 1 e menor que 5
(C) um número racional, par, maior que 5 e menor que
10. 04. Resposta: A.
(D) um número natural, impar, maior que 1 e menor
que 5.

68
MATEMÁTICA

05. Resposta:C.
detA=15+10+4x+6+2x-50=-19
6x=0
X=0
a+2=9
detB=0+40-y-0-12y+6=72 a=7
-13y=26
Y=-2 11. Resposta: D.
Da II equação tiramos:
X²-2xy+y²=0²-0+4=4 X=5+z

06. Resposta: A. Da III equação:


Observe a primeira coluna: foi multiplicado por 2. Y=13+2z
Observe a segunda coluna: foi multiplicada por -1
Portanto, fazemos as mesmas operações com o deter- Substituindo na I
minante: 10.2.-1=-20 5+z+2(13+2z)+z=10
5+z+26+4z+z=10
07. Resposta: B. 6z=10-31
Da primeira matriz, para fazer o determinante, basta 6z=-21
multiplicar os números da diagonal principal: Z=-21/6
detA=-1⋅3⋅2⋅-4=24 Z=-7/2

A matriz B, devemos multiplicar os números da dia- X=5+z


gonal secundária e multiplicar ainda por -1(pois, quando
fazemos determinante, sempre colocamos o menos antes
de fazer a diagonal secundária)
detB=-(-1/2⋅1⋅10⋅-1)=-5
Fazendo por alternativa:
A-A+B=20 12. Resposta: A.
24-5=20
19=20(F)

(B) A-3B²=-51
24-3⋅(-5)²=-51
24-75=-51
-51=-51(V)

08. Resposta: A.
A12=0
A23=0 Somando as duas equações:
A33=7
A35=5 144y=36

09. Resposta: D.
-x+28y=3
-x+7=3
-x=3-7
X=4

13. Resposta: D.
Para ser possível e indeterminado, D=Dx=Dy=Dz=0
10. Resposta: A.

D=(3m+4m+3)-(3m+6m+2)=0
7m+3-9m-2=0
-2m=-1

69
MATEMÁTICA

m=1/2 -A soma de dois termos equidistantes dos extremos é


igual à soma dos extremos.

Termo Geral da PA
(n-4+9)-(-3+6+2n)=0 Podemos escrever os elementos da PA(a1, a2, a3, ..., an,...)
n+5-2n-3=0 da seguinte forma:
-n=-2
n=2

Observe que cada termo é obtido adicionando-se ao


SEQUÊNCIAS, PROGRESSÃO primeiro número de razões r igual à posição do termo me-
ARITMÉTICA E GEOMÉTRICA nos uma unidade.

Sequências Soma dos Termos de uma Progressão Aritmética


Sempre que estabelecemos uma ordem para os ele- Considerando a PA finita (6,10, 14, 18, 22, 26, 30, 34).
mentos de um conjunto, de tal forma que cada elemento
seja associado a uma posição, temos uma sequência. 6 e 34 são extremos, cuja soma é 40
O primeiro termo da sequência é indicado por a1,o se-
gundo por a2, e o n-ésimo por an.
Numa PA finita, a soma de dois termos equidistantes
Termo Geral de uma Sequência dos extremos é igual à soma dos extremos.
Algumas sequências podem ser expressas mediante
uma lei de formação. Isso significa que podemos obter um Soma dos Termos
termo qualquer da sequência a partir de uma expressão, Usando essa propriedade, obtemos a fórmula que per-
que relaciona o valor do termo com sua posição. mite calcular a soma dos n primeiros termos de uma pro-
Para a posição n(n∈N*), podemos escrever an=f(n) gressão aritmética.

Progressão Aritmética
Denomina-se progressão aritmética(PA) a sequência
em que cada termo, a partir do segundo, é obtido adicio-
nando-se uma constante r ao termo anterior. Essa constan-
te r chama-se razão da PA.

Exemplo Exemplo
A sequência (2,7,12) é uma PA finita de razão 5: Uma progressão aritmética finita possui 39 termos. O
último é igual a 176 e o central e igual a 81. Qual é o pri-
meiro termo?
Solução
Como esta sucessão possui 39 termos, sabemos que o
termo central é o a20, que possui 19 termos à sua esquerda
Classificação e mais 19 à sua direita. Então temos os seguintes dados
As progressões aritméticas podem ser classificadas de para solucionar a questão:
acordo com o valor da razão r.
r<0, PA decrescente
r>0, PA crescente
r=0 PA constante

Propriedades das Progressões Aritméticas Sabemos também que a soma de dois termos equidis-
-Qualquer termo de uma PA, a partir do segundo, é a tantes dos extremos de uma P.A. finita é igual à soma dos
média aritmética entre o anterior e o posterior. seus extremos. Como esta P.A. tem um número ímpar de
termos, então o termo central tem exatamente o valor de
metade da soma dos extremos.

70
MATEMÁTICA

Em notação matemática temos: Soma dos Termos de uma Progressão Geométrica


Finita
Seja a PG finita de razão q e de soma
dos termos Sn:
1º Caso: q=1

2º Caso: q≠1

Assim sendo: Exemplo


O primeiro termo desta sucessão é igual a -14. Dada a progressão geométrica (1, 3, 9, 27,..) calcular:
a) A soma dos 6 primeiros termos
Progressão Geométrica b) O valor de n para que a soma dos n primeiros ter-
Denomina-se progressão geométrica(PG) a sequência mos seja 29524
em que se obtém cada termo, a partir do segundo, multi-
plicando o anterior por uma constante q, chamada razão Solução
da PG.
Exemplo
Dada a sequência: (4, 8, 16)

q=2

Classificação
As classificações geométricas são classificadas assim:

- Crescente: Quando cada termo é maior que o ante-


rior. Isto ocorre quando a1 > 0 e q > 1 ou quando a1 < 0 e
0 < q < 1.
- Decrescente: Quando cada termo é menor que o an-
terior. Isto ocorre quando a1 > 0 e 0 < q < 1 ou quando a1 Soma dos Termos de uma Progressão Geométrica
< 0 e q > 1. Infinita
- Alternante: Quando cada termo apresenta sinal con- 1º Caso:-1<q<1
trário ao do anterior. Isto ocorre quando q < 0.
- Constante: Quando todos os termos são iguais. Isto Quando a PG infinita possui soma finita, dizemos que a
ocorre quando q = 1. Uma PG constante é também uma PA série é convergente.
de razão r = 0. A PG constante é também chamada de PG
estacionaria. 2º Caso:
- Singular: Quando zero é um dos seus termos. Isto A PG infinita não possui soma finita, dizemos que a sé-
ocorre quando a1 = 0 ou q = 0. rie é divergente

Termo Geral da PG 3º Caso:


Pelo exemplo anterior, podemos perceber que cada Também não possui soma finita, portanto divergente
termo é obtido multiplicando-se o primeiro por uma po-
tência cuja base é a razão. Note que o expoente da razão é Produto dos termos de uma PG finita
igual à posição do termo menos uma unidade.

Portanto, o termo geral é:

71
MATEMÁTICA

QUESTÕES 06. (ARTESP – Agente de Fiscalização à Regulação


de Transporte – FCC/2017) Mantido o mesmo padrão na
01. (PETROBRAS - Técnico de Enfermagem do Tra- sequência infinita 5, 6, 7, 8, 9, 7, 8, 9, 10, 11, 9, 10, 11, 12,
balho Júnior -CESGRANRIO/2017) A soma dos n primei- 13, 11, 12, 13, 14, 15, . . . , a soma do 19° e do 31° termos
ros termos de uma progressão geométrica é dada por é igual a
(A) 42.
(B) 31.
(C) 33.
Quanto vale o quarto termo dessa progressão geomé- (D) 39.
trica? (E) 36.

(A) 1 07. (POLICIA CIENTIFICA/PR – Auxiliar de Necropsia


(B) 3 – IBFC/2017) Considere a seguinte progressão aritmética:
(C) 27 (23, 29, 35, 41, 47, 53, ...)
(D) 39 Desse modo, o 83.º termo dessa sequência é:
(E) 40 (A) 137
(B) 455
02. (TJ/RS - Técnico Judiciário – FAURGS/2017) Para (C) 500
que a sequência (4x-1 , x² -1, x - 4) forme uma progressão (D) 515
aritmética, x pode assumir, dentre as possibilidades abaixo, (E) 680
o valor de
(A) -0,5. 08. (CEGAS – Assistente Técnico – IES/2017) Deter-
(B) 1,5. mine o valor do nono termo da seguinte progressão geo-
(C) 2. métrica (1, 2, 4, 8, ...):
(D) 4. (A) 438
(E) 6. (B) 512
(C) 256
03. (IBGE – Agente Censitário Municipal e Supervi- (D) 128
sor – FGV/2017) O valor da expressão
09. (CRF/MT – Agente Administrativo – QUA-
2(1 - 2 + 3 - 4 + 5 - 6 + 7- ... + 2015 - 2016 + 2017) é: DRIX/2017) Maria criou uma conta no Instagram. No
mesmo dia, quatro pessoas começaram a segui-la. Após
(A)2014; 1 dia, ela já tinha 21 seguidores e após 2 dias, já eram 38
(B) 2016; seguidores. Maria percebeu que, a cada dia, ela ganhava 17
(C) 2018; seguidores. Mantendo-se essa tendência, ela ultrapassará a
(D) 2020; barreira de 1.000 seguidores após:
(E) 2022. (A) 57 dias.
(B) 58 dias.
04. (FCEP – Técnico Artístico – AMAUC/2017) Consi- (C) 59 dias.
dere a equação do 1º grau: 2(x - 2) = 3(x/3 + 4) . A raiz da (D) 60 dias.
equação é o segundo termo de uma Progressão Aritmética (E) 61 dias.
(P.A.). O primeiro termo da P.A. corresponde aos 3/4 da raiz
da equação. O valor do décimo termo da P.A. é: 10.. (PREF. DE CHOPINZINHO – Procurador Munici-
(A) 48 pal – FAU/2016) Com base na sequência numérica a seguir
(B) 36 determine o sexto termo da sequência:
(C) 32 196 ;169 ;144 ;121 ; ...
(D) 28 (A) 115.
(E) 24 (B) 100.
(C) 81.
05. (ARTESP – Agente de Fiscalização à Regulação (D) 69.
de Transporte – FCC/2017) Em um experimento, uma (E) 49.
planta recebe a cada dia 5 gotas a mais de água do que
havia recebido no dia anterior. Se no 65° dia ela recebeu
374 gotas de água, no 1° dia do experimento ela recebeu
(A) 64 gotas.
(B) 49 gotas.
(C) 59 gotas.
(D) 44 gotas.
(E) 54 gotas.

72
MATEMÁTICA

RESPOSTAS PA
(12,16,...)
01.Resposta: A. R=16-12=4

=48

05. Resposta: E.

Como S3 é a soma dos 3 primeiros e S4 é a soma dos 4


primeiros termos, se subtrairmos um do outro, obteremos
o 4º termo. A1=374-320
A1=54
02. Resposta: B.
Para ser uma PA: 06. Resposta: B.
X²-1-(4x-1)=x-4-(x²-1) Observe os números em negrito:
X²-1-4x+1=x-4-x²+1 9, 11, 13, 15,...
X²+x²-4x-x-3=0 São os números ímpares, a partir do 9 e a cada 5 nú-
2x²-5x-3=0 meros.
∆=25-24=1 Ou seja, o 9 está na posição 5
O 11 está na posição 10 e assim por diante.
O 19º termo, já temos na sequência que é o 14
Seguindo os termos:
25º termo é o 17
30º termo é 19
03. Resposta: C. Como o número seguinte a esses, abaixa duas unida-
Os termos ímpares formam uma PA de razão 2 e são os des
números ímpares. O 31º termo é o 17.
Os termos pares formam uma PA de razão -2 14+17=31
Vamos descobrir quantos termos há:
07. Resposta: D.
2017=1+(n-1)⋅2 Observe a razão: 29-23=6
2017=1+2n-2 A83=a1+82r
2017=-1+2n A83=23+82⋅6
2n=2018 A83=23+492
n=1009 A83=515

08. Resposta: C.
Q=2

Para a sequência par:


-2016=-2+(n-1)⋅(-2)
-2016=-2-2n+2
2n=2016 09. Resposta: C.
N=1008 1000=21+17(n-1)
1000=21+17n-17
1004=17n
N=59

1018081-1017072=1009 10. Resposta: C.


2⋅1009=2018 A sequência tem como base os quadrados perfeitos
14, 13, 12, 11, 10, 9
04. Resposta: A. Portanto o 6º termo é o 9²=81
Raiz da equação:
2x-4=x+12
X=16 é 0 segundo termo da PA
Primeiro termo:

73
MATEMÁTICA

Chamamos de lucro em uma transação comercial de


PORCENTAGEM compra e venda a diferença entre o preço de venda e o
preço de custo.
Lucro=preço de venda -preço de custo

Podemos expressar o lucro na forma de porcentagem


Porcentagem é uma fração cujo denominador é 100,
de duas formas:
seu símbolo é (%). Sua utilização está tão disseminada que
a encontramos nos meios de comunicação, nas estatísticas,
em máquinas de calcular, etc.

Os acréscimos e os descontos é importante saber por-


que ajuda muito na resolução do exercício.

Acréscimo
(DPE/RR – Analista de Sistemas – FCC/2015) Em sala
Se, por exemplo, há um acréscimo de 10% a um deter-
de aula com 25 alunos e 20 alunas, 60% desse total está
minado valor, podemos calcular o novo valor apenas multi-
com gripe. Se x% das meninas dessa sala estão com gripe,
plicando esse valor por 1,10, que é o fator de multiplicação.
o menor valor possível para x é igual a
Se o acréscimo for de 20%, multiplicamos por 1,20, e assim
(A) 8.
por diante. Veja a tabela abaixo:
(B) 15.
(C) 10.
Acréscimo ou Lucro Fator de (D) 6.
Multiplicação (E) 12.
10% 1,10
Resolução
15% 1,15 45------100%
20% 1,20 X-------60%
X=27
47% 1,47
O menor número de meninas possíveis para ter gripe
67% 1,67 é se todos os meninos estiverem gripados, assim apenas 2
meninas estão.
    Exemplo: Aumentando 10% no valor de R$10,00 te-
mos:

Resposta: C.

Desconto
No caso de haver um decréscimo, o fator de multipli- QUESTÕES
cação será:
    Fator de Multiplicação =  1 - taxa de desconto (na 01. (SAP/SP - Agente de Segurança Penitenciária
forma decimal) - MSCONCURSOS/2017) Um aparelho de televisão que
    Veja a tabela abaixo: custa R$1600,00 estava sendo vendido, numa liquidação,
com um desconto de 40%. Marta queria comprar essa te-
Desconto Fator de levisão, porém não tinha condições de pagar à vista, e o
Multiplicação vendedor propôs que ela desse um cheque para 15 dias,
pagando 10% de juros sobre o valor da venda na liquida-
10% 0,90 ção. Ela aceitou e pagou pela televisão o valor de:
25% 0,75 (A) R$1120,00
(B) R$1056,00
34% 0,66 (C) R$960,00
60% 0,40 (D) R$864,00
90% 0,10

    Exemplo: Descontando 10% no valor de R$10,00 te-


mos:

74
MATEMÁTICA

02. (TST – Técnico Judiciário – FCC/2017) A equipe de 04. (UTFPR – Técnico de Tecnologia da Informação
segurança de um Tribunal conseguia resolver mensalmen- – UTFPR/2017) Um retângulo de medidas desconhecidas
te cerca de 35% das ocorrências de dano ao patrimônio foi alterado. Seu comprimento foi reduzido e passou a ser
nas cercanias desse prédio, identificando os criminosos e 2/ 3 do comprimento original e sua largura foi reduzida e
os encaminhando às autoridades competentes. Após uma passou a ser 3/ 4 da largura original.
reestruturação dos procedimentos de segurança, a mes- Pode-se afirmar que, em relação à área do retângulo
ma equipe conseguiu aumentar o percentual de resolução original, a área do novo retângulo:
mensal de ocorrências desse tipo de crime para cerca de (A) foi aumentada em 50%.
63%. De acordo com esses dados, com tal reestruturação, (B) foi reduzida em 50%.
a equipe de segurança aumentou sua eficácia no combate (C) aumentou em 25%.
ao dano ao patrimônio em (D) diminuiu 25%.
(A) 35%. (E) foi reduzida a 15%.
(B) 28%.
(C) 63%. 05. (MPE/GO – Oficial de Promotoria – MPE-
(D) 41%. GO/2017) Paulo, dono de uma livraria, adquiriu em uma
(E) 80%. editora um lote de apostilas para concursos, cujo valor uni-
tário original é de R$ 60,00. Por ter cadastro no referido
03. (TST – Técnico Judiciário – FCC/2017) Três ir- estabelecimento, ele recebeu 30% de desconto na compra.
mãos, André, Beatriz e Clarice, receberam de uma tia he- Para revender os materiais, Paulo decidiu acrescentar 30%
rança constituída pelas seguintes joias: um bracelete de sobre o valor que pagou por cada apostila. Nestas condi-
ouro, um colar de pérolas e um par de brincos de diamante. ções, qual será o lucro obtido por unidade?
A tia especificou em testamento que as joias não deveriam (A) R$ 4,20.
ser vendidas antes da partilha e que cada um deveria ficar (B) R$ 5,46.
com uma delas, mas não especificou qual deveria ser dada (C) R$ 10,70.
a quem. O justo, pensaram os irmãos, seria que cada um (D) R$ 12,60.
recebesse cerca de 33,3% da herança, mas eles achavam (E) R$ 18,00.
que as joias tinham valores diferentes entre si e, além disso,
tinham diferentes opiniões sobre seus valores. Então, deci- 06. (MPE/GO – Oficial de Promotoria – MPE-
diram fazer a partilha do seguinte modo: GO/2017) Joana foi fazer compras. Encontrou um vestido
− Inicialmente, sem que os demais vissem, cada um de R$ 150,00 reais. Descobriu que se pagasse à vista teria
deveria escrever em um papel três porcentagens, indican- um desconto de 35%. Depois de muito pensar, Joana pa-
do sua avaliação sobre o valor de cada joia com relação ao gou à vista o tal vestido. Quanto ela pagou?
valor total da herança. (A) R$ 120,00 reais
− A seguir, todos deveriam mostrar aos demais suas (B) R$ 112,50 reais
avaliações. (C) R$ 127,50 reais
− Uma partilha seria considerada boa se cada um deles (D) R$ 97,50 reais
recebesse uma joia que avaliou como valendo 33,3% da (E) R$ 90 reais
herança toda ou mais.
As avaliações de cada um dos irmãos a respeito das 07. (TJ/SP – Escrevente Técnico Judiciário – VU-
joias foi a seguinte: NESP/2017) A empresa Alfa Sigma elaborou uma previsão
de receitas trimestrais para 2018. A receita prevista para o
primeiro trimestre é de 180 milhões de reais, valor que é
10% inferior ao da receita prevista para o trimestre seguin-
te. A receita prevista para o primeiro semestre é 5% inferior
à prevista para o segundo semestre. Nessas condições, é
correto afirmar que a receita média trimestral prevista para
Assim, uma partilha boa seria se André, Beatriz e Clari- 2018 é, em milhões de reais, igual a
ce recebessem, respectivamente, (A) 200.
(A) o bracelete, os brincos e o colar. (B) 203.
(B) os brincos, o colar e o bracelete. (C) 195.
(C) o colar, o bracelete e os brincos. (D) 190.
(D) o bracelete, o colar e os brincos. (E) 198.
(E) o colar, os brincos e o bracelete.

75
MATEMÁTICA

08. (CRM/MG – Técnico em Informática- FUN- 04. Resposta: B.


DEP/2017) Veja, a seguir, a oferta da loja Magazine Bom A=b⋅h
Preço:

Aproveite a Promoção! Portanto foi reduzida em 50%


Forno Micro-ondas
De R$ 720,00 05. Resposta: D.
Por apenas R$ 504,00 Como ele obteve um desconto de 30%, pagou 70% do
valor:
Nessa oferta, o desconto é de: 60⋅0,7=42
(A) 70%. Ele revendeu por:
(B) 50%. 42⋅1,3=54,60
(C) 30%. Teve um lucro de: 54,60-42=12,60
(D) 10%.
06. Resposta: D.
09 (CODAR – Recepcionista – EXATUS/2016) Consi- Como teve um desconto de 35%. Pagou 65%do vestido
dere que uma caixa de bombom custava, em novembro, R$ 150⋅0,65=97,50
8,60 e passou a custar, em dezembro, R$ 10,75. O aumento
no preço dessa caixa de bombom foi de: 07. Resposta: C.
(A) 30%. Como a previsão para o primeiro trimestre é de 180
(B) 25%. milhões e é 10% inferior, no segundo trimestre temos uma
(C) 20%. previsão de
(D) 15% 180-----90%
x---------100
10. (ANP – Técnico em Regulação de Petróleo e De- x=200
rivados – CESGRANRIO/2016) Um grande tanque estava
vazio e foi cheio de óleo após receber todo o conteúdo de 200+180=380 milhões para o primeiro semestre
12 tanques menores, idênticos e cheios. 380----95
Se a capacidade de cada tanque menor fosse 50% maior x----100
do que a sua capacidade original, o grande tanque seria x=400 milhões
cheio, sem excessos, após receber todo o conteúdo de
(A) 4 tanques menores Somando os dois semestres: 380+400=780 milhões
(B) 6 tanques menores 780/4trimestres=195 milhões
(C) 7 tanques menores
(D) 8 tanques menores 08. Resposta: C.
(E) 10 tanques menores

RESPOSTAS
Ou seja, ele pagou 70% do produto, o desconto foi de
01. Resposta:B. 30%.
Como teve um desconto de 40%, pagou 60% do pro-
duto. OBS: muito cuidado nesse tipo de questão, para não
errar conforme a pergunta feita.
1600⋅0,6=960
Como vai pagar 10% a mais: 09. Resposta: B.
960⋅1,1=1056 8,6(1+x)=10,75
8,6+8,6x=10,75
02. Resposta: E. 8,6x=10,75-8,6
63/35=1,80 8,6x=2,15
Portanto teve um aumento de 80%. X=0,25=25%

03. Resposta: D. 10. Resposta: D.


Clarice obviamente recebeu o brinco. 50% maior quer dizer que ficou 1,5
Beatriz recebeu o colar porque foi o único que ficou Quantidade de tanque: x
acima de 30% e André recebeu o bracelete. A quantidade que aumentaria deve ficar igual a 12 tan-
ques
1,5x=12
X=8

76
MATEMÁTICA

Em Juros Simples a remuneração pelo capital inicial


JUROS SIMPLES E COMPOSTOS aplicado é diretamente proporcional ao seu valor e ao tem-
po de aplicação.
A expressão matemática utilizada para o cálculo das
situações envolvendo juros simples é a seguinte:
J = C i n, onde:
Matemática Financeira
J = juros
A Matemática Financeira possui diversas aplicações
C = capital inicial
no atual sistema econômico. Algumas situações estão pre-
i = taxa de juros
sentes no cotidiano das pessoas, como financiamentos
n = tempo de aplicação (mês, bimestre, trimestre, se-
de casa e carros, realizações de empréstimos, compras a
mestre, ano...)
crediário ou com cartão de crédito, aplicações financeiras,
Observação importante: a taxa de juros e o tempo de
investimentos em bolsas de valores, entre outras situações.
aplicação devem ser referentes a um mesmo período. Ou
Todas as movimentações financeiras são baseadas na esti-
seja, os dois devem estar em meses, bimestres, trimestres,
pulação prévia de taxas de juros. Ao realizarmos um em-
semestres, anos... O que não pode ocorrer é um estar em
préstimo a forma de pagamento é feita através de presta-
meses e outro em anos, ou qualquer outra combinação de
ções mensais acrescidas de juros, isto é, o valor de quitação
períodos.
do empréstimo é superior ao valor inicial do empréstimo. A
Dica: Essa fórmula J = C i n, lembra as letras das pala-
essa diferença damos o nome de juros.
vras “JUROS SIMPLES” e facilita a sua memorização.
Outro ponto importante é saber que essa fórmula
Capital
pode ser trabalhada de várias maneiras para se obter cada
O Capital é o valor aplicado através de alguma opera-
um de seus valores, ou seja, se você souber três valores,
ção financeira. Também conhecido como: Principal, Valor
poderá conseguir o quarto, ou seja, como exemplo se você
Atual, Valor Presente ou Valor Aplicado. Em inglês usa-se
souber o Juros (J), o Capital Inicial (C) e a Taxa (i), poderá
Present Value (indicado pela tecla PV nas calculadoras fi-
obter o Tempo de aplicação (n). E isso vale para qualquer
nanceiras).
combinação.
Taxa de juros e Tempo
Exemplo
    A taxa de juros indica qual remuneração será paga
Maria quer comprar uma bolsa que custa R$ 85,00 à
ao dinheiro emprestado, para um determinado período.
vista. Como não tinha essa quantia no momento e não
Ela vem normalmente expressa da forma percentual, em
queria perder a oportunidade, aceitou a oferta da loja de
seguida da especificação do período de tempo a que se
pagar duas prestações de R$ 45,00, uma no ato da compra
refere:
e outra um mês depois. A taxa de juros mensal que a loja
8 % a.a. - (a.a. significa ao ano).
estava cobrando nessa operação era de:
10 % a.t. - (a.t. significa ao trimestre).
(A) 5,0%
    Outra forma de apresentação da taxa de juros é a
(B) 5,9%
unitária, que é igual a taxa percentual dividida por 100, sem
(C) 7,5%
o símbolo %:
(D) 10,0%
0,15 a.m. - (a.m. significa ao mês).
(E) 12,5%
0,10 a.q. - (a.q. significa ao quadrimestre)
Resposta Letra “e”.
Montante
O juros incidiu somente sobre a segunda parcela, pois
Também conhecido como valor acumulado é a soma
a primeira foi à vista. Sendo assim, o valor devido seria
do Capital Inicial com o juro produzido em determina-
R$40 (85-45) e a parcela a ser paga de R$45.
do tempo.
Aplicando a fórmula M = C + J:
Essa fórmula também será amplamente utilizada para
45 = 40 + J
resolver questões.
J=5
M=C+J
Aplicando a outra fórmula J = C i n:
M = montante
5 = 40 X i X 1
C = capital inicial
i = 0,125 = 12,5%
J = juros
M=C+C.i.n
Juros Compostos
M=C(1+i.n)
o juro de cada intervalo de tempo é calculado a partir
do saldo no início de correspondente intervalo. Ou seja: o
Juros Simples
juro de cada intervalo de tempo é incorporado ao capital
Chama-se juros simples a compensação em dinheiro
inicial e passa a render juros também.
pelo empréstimo de um capital financeiro, a uma taxa com-
binada, por um prazo determinado, produzida exclusiva-
Quando usamos juros simples e juros compostos?
mente pelo capital inicial.

77
MATEMÁTICA

A maioria das operações envolvendo dinheiro uti- 03. (IFBAIANO – Técnico em Contabilidade –
liza juros compostos. Estão incluídas: compras a médio e FCM/2017) O montante acumulado ao final de 6 meses
longo prazo, compras com cartão de crédito, empréstimos e os juros recebidos a partir de um capital de 10 mil reais,
bancários, as aplicações financeiras usuais como Caderneta com uma taxa de juros de 1% ao mês, pelo regime de capi-
de Poupança e aplicações em fundos de renda fixa, etc. Ra- talização simples, é de
ramente encontramos uso para o regime de juros simples: (A) R$ 9.400,00 e R$ 600,00.
é o caso das operações de curtíssimo prazo, e do processo (B) R$ 9.420,00 e R$ 615,20.
de desconto simples de duplicatas. (C) R$ 10.000,00 e R$ 600,00.
O cálculo do montante é dado por: (D) R$ 10.600,00 e R$ 600,00.
(E) R$ 10.615,20 e R$ 615,20.

Exemplo 04. (CEGAS – Assistente Técnico – IESES/2017) O


Calcule o juro composto que será obtido na aplicação valor dos juros simples em uma aplicação financeira de $
de R$25000,00 a 25% ao ano, durante 72 meses 3.000,00 feita por dois trimestres a taxa de 2% ao mês é
C=25000 igual a:
i=25%aa=0,25 (A) $ 360,00
i=72 meses=6 anos (B) $ 240,00
(C) $ 120,00
(D) $ 480,00

05. (IPRESB/SP - Analista de Processos Previdenciá-


rios- VUNESP/2017) Um capital foi aplicado a juros sim-
M=C+J ples, com taxa de 9% ao ano, durante 4 meses. Após esse
J=95367,50-25000=70367,50 período, o montante (capital + juros) resgatado foi de R$
2.018,80. O capital aplicado era de
(A) R$ 2.010,20.
QUESTÕES (B) R$ 2.000,00.
(C) R$ 1.980,00.
01. (TRE/PR – Analista Judiciário – FCC/2017) Uma (D) R$ 1.970,40.
geladeira está sendo vendida nas seguintes condições: (E) R$ 1.960,00.
− Preço à vista = R$ 1.900,00;
− Condições a prazo = entrada de R$ 500,00 e paga- 06. (MPE/GO – Oficial de Promotoria – MPE-
mento de uma parcela de R$ 1.484,00 após 60 dias da data GO/2017) Em um investimento no qual foi aplicado o va-
da compra. lor de R$ 5.000,00, em um ano foi resgatado o valor total
A taxa de juros simples mensal cobrada na venda a de R$ 9.200,00. Considerando estes apontamentos e que
prazo é de o rendimento se deu a juros simples, é verdadeiro afirmar
(A) 1,06% a.m. que a taxa mensal foi de:
(B) 2,96% a.m. (A) 1,5%
(C) 0,53% a.m. (B) 2 %
(D) 3,00% a.m. (C) 5,5%
(E) 6,00% a.m. (D) 6%
(E) 7%
02. (FUNAPEP - Analista em Gestão Previdenciária-
-FCC/2017) João emprestou a quantia de R$ 23.500,00 a 07. (UFES – Assistente em Administração –
seu filho Roberto. Trataram que Roberto pagaria juros sim- UFES/2017) No regime de juros simples, os juros em cada
ples de 4% ao ano. Roberto pagou esse empréstimo para período de tempo são calculados sobre o capital inicial. Um
seu pai após 3 anos. O valor total dos juros pagos por Ro- capital inicial C0 foi aplicado a juros simples de 3% ao mês.
berto foi Se Cn é o montante quando decorridos n meses, o menor
(A) 3.410,00. valor inteiro para n, tal que Cn seja maior que o dobro de
(B) R$ 2.820,00. C0, é
(C) R$ 2.640,00. (A) 30
(D) R$ 3.120,00. (B) 32
(E) R$ 1.880,00. (C) 34
(D) 36
(E) 38

78
MATEMÁTICA

08. (PREF. DE NITERÓI/RJ – Agente Fazendário – 13. (FUNAPE – Analista em Gestão Previdenciária –
FGV/2016) Para pagamento de boleto com atraso em pe- FCC/2017) O montante de um empréstimo de 4 anos da
ríodo inferior a um mês, certa instituição financeira cobra, quantia de R$ 20.000,00, do qual se cobram juros compos-
sobre o valor do boleto, multa de 2% mais 0,4% de juros de tos de 10% ao ano, será igual a
mora por dia de atraso no regime de juros simples. Um bo- (A) R$ 26.000,00.
leto com valor de R$ 500,00 foi pago com 18 dias de atraso. (B) R$ 28.645,00.
O valor total do pagamento foi: (C) R$ 29.282,00.
(A) R$ 542,00; (D) R$ 30.168,00.
(B) R$ 546,00; (E) R$ 28.086,00.
(C) R$ 548,00;
(D) R$ 552,00; 14. (IFBAIANO - Técnico em Contabilidade-
(E) R$ 554,00. FCM/2017) A empresa Good Finance aplicou em uma
renda fixa um capital de 100 mil reais, com taxa de juros
09. (CASAN – Assistente Administrativo – INSTITUTO compostos de 1,5% ao mês, para resgate em 12 meses. O
AOCP/2016) Para pagamento um mês após a data da com- valor recebido de juros ao final do período foi de
pra, certa loja cobrava juros de 25%. Se certa mercadoria tem (A) R$ 10.016,00.
preço a prazo igual a R$ 1500,00, o preço à vista era igual a (B) R$ 15.254,24.
(A) R$ 1200,00. (C) R$ 16.361,26.
(B) R$ 1750,00. (D) R$ 18.000,00.
(C) R$ 1000,00. (E) R$ 19.561,82.
(D) R$ 1600,00.
(E) R$ 1250,00. 15. (POLICIA CIENTIFICA – Perito Criminal –
IBFC/2017) Assinale a alternativa correta. Uma empresa
10. (CASAN – Técnico de Laboratório – INSTITUTO recebeu um empréstimo bancário de R$ 120.000,00 por 1
AOCP/2016) A fatura de um certo cartão de crédito cobra ano, pagando o montante de R$ 180.000,00. A taxa anual
juros de 12% ao mês por atraso no pagamento. Se uma de juros desse empréstimo foi de:
fatura de R$750,00 foi paga com um mês de atraso, o valor (A) 0,5% ao ano
pago foi de (B) 5 % ao ano
(A) R$ 970,00. (C) 5,55 % ao ano
(B) R$ 777,00. (D) 150% ao ano
(C) R$ 762,00. (E) 50% ao ano
(D) R$ 800,00.
(E) R$ 840,00.
RESPOSTAS
11. (DPE/PR – Contador – INAZ DO PARÁ/2017) Em
15 de junho de 20xx, Severino restituiu R$ 2.500,00 do seu 01. Resposta: D.
imposto de renda. Como estava tranquilo financeiramente, J=500+1484-1900=84
resolveu realizar uma aplicação financeira para retirada em C=1900-500=1400
15/12/20xx, período que vai realizar as compras de natal. A J=Cin
uma taxa de juros de 3% a.m., qual é o montante do capital, 84=1400.i.2
sabendo-se que a capitalização é mensal: I=0,03=3%
(A) R$ 2.985,13
(B) R$ 2.898,19 02. Resposta: B.
(C) R$ 3.074,68 J=Cin
(D) R$ 2.537,36 J=23500⋅0,04⋅3
(E) R$ 2.575,00 J= 2820

12. (TRE/PR – Analista Judiciário- FCC/2017) A Cia. 03. Resposta: D.


Escocesa, não tendo recursos para pagar um empréstimo J=Cin
de R$ 150.000,00 na data do vencimento, fez um acordo J=10000⋅0,01⋅6=600
com a instituição financeira credora para pagá-la 90 dias M=C+J
após a data do vencimento. Sabendo que a taxa de juros M=10000+600=10600
compostos cobrada pela instituição financeira foi 3% ao
mês, o valor pago pela empresa, desprezando-se os centa- 04. Resposta: A.
vos, foi, em reais, 2 trimestres=6meses
(A) 163.909,00. J=Cin
(B) 163.500,00. J=3000⋅0,02⋅6
(C) 154.500,00. J=360
(D) 159.135,00.

79
MATEMÁTICA

05. Resposta: E. 14. Resposta: E.


4meses=1/3ano J=Cin
M=C(1+in) J=10000⋅0,015⋅12=18000
2018,80=C(1+0,09⋅1/3)
2018,80=C+0,03C Não, ninguém viu errado.
1,03C=2018,80 Como ficaria muito difícil de fazer sem calculadora, a
C=1960 tática é fazer o juro simples, e como sabemos que o com-
posto vai dar maior que esse valor, só nos resta a alterna-
06. Resposta: E. tiva E. Você pode se perguntar, e se houver duas alternati-
M=C(1+in) vas com números maiores? Olha pessoal, não creio que a
9200=5000(1+12i) banca fará isso, e sim que eles fizeram mais para usar isso
9200=5000+60000i mesmo.
4200=60000i
I=0,07=7% 15. Resposta: E.
M=C(1+i)t
07. Resposta: C. 180000=120000(1+i)
M=C(1+in) 180000=120000+120000i
Cn=Co(1+0,03n) 60000=120000i
2Co=Co(1+0,03n) i=0,5=50%
2=1+0,03n
1=0,03n
N=33,33
TAXAS DE JUROS, DESCONTO,
Ou seja, maior que 34
EQUIVALÊNCIA DE CAPITAIS, ANUIDADES E
08. Resposta: C. SISTEMAS DE AMORTIZAÇÃO
M=C(1+in)
C=500+500x0,02=500+10=510
M=510(1+0,004x18)
M=510(1+0,072)=546,72 Podemos definir a taxa nominal como aquela em que
a unidade de referência do seu tempo não coincide com a
09. Resposta: A. unidade de tempo dos períodos de capitalização. É usada
M=C(1+in) no mercado financeiro, mas para cálculo deve-se encontrar
1500=C(1+0,25x1) a taxa efetiva. Por exemplo, a taxa nominal de 12% ao ano,
1500=C(1,25) capitalizada mensalmente, resultará em uma taxa mensal
C=1500/1,25 de 1% ao mês. Entretanto, quando esta taxa é capitalizada
C=1200 pelo regime de juros compostos, teremos uma taxa efetiva
de 12,68% ao ano.
10. Resposta: E.
M=C(1+in) Taxa Nominal
M=750(1+0,12) A taxa nominal de juros relativa a uma operação finan-
M=750x1,12=840 ceira pode ser calculada pela expressão:
Taxa nominal = Juros pagos / Valor nominal do emprés-
11. Resposta: A. timo
D junho a dezembro: 6 meses
M=C(1+i)t Assim, por exemplo, se um empréstimo de $100.000,00,
M=2500(1+0,03)6 deve ser quitado ao final de um ano, pelo valor monetário
M=2500⋅1,194=2985 de $150.000,00, a taxa de juros nominal será dada por:
Juros pagos = Jp = $150.000 – $100.000 = $50.000,00
12. Resposta: A. Taxa nominal = in = $50.000 / $100.000 = 0,50 = 50%
90 dias=3 meses
M=C(1+i)t Sem dúvida, se tem um assunto que gera muita con-
M=150000(1+0,03)3 fusão na Matemática Financeira são os conceitos de taxa
M=150000⋅1,092727=163909,05 nominal, taxa efetiva e taxa equivalente. Até na esfera judi-
Desprezando os centavos: 163909 cial esses assuntos geram muitas dúvidas nos cálculos de
empréstimos, financiamentos, consórcios e etc.
13. Resposta: C. Vamos tentar esclarecer esses conceitos, que na maio-
M=C(1+i)t ria das vezes nos livros e apostilas disponíveis no mercado,
M=20000(1+0,1)4 não são apresentados de uma maneira clara.
M=20000⋅1,4641=29282

80
MATEMÁTICA

Temos a chamada taxa de juros nominal, quando esta M = c (1 + i)n


não é realmente a taxa utilizada para o cálculo dos juros M = 1000 (1 + 0,12) 1,5 = 1.000 x 1,185297
(é uma taxa “sem efeito”). A capitalização (o prazo de for- M = 1.185,29
mação e incorporação de juros ao capital inicial) será dada
através de outra taxa, numa unidade de tempo diferente, Conclusões:
taxa efetiva. - A taxa nominal é 12% a.a, pois não foi aplicada no
Como calcular a taxa que realmente vai ser utilizada; cálculo do montante. Normalmente a taxa nominal vem
isto é, a taxa efetiva? sempre ao ano!
Vamos acompanhar através do exemplo - A taxa efetiva mensal, como o próprio nome diz, é
aquela que foi utilizado para cálculo do montante. Pode
Taxa Efetiva ser uma taxa proporcional mensal (1 % a.m.) ou uma taxa
Calcular o montante de um capital de R$ 1.000,00 (mil equivalente mensal (0,949 % a.m.).
reais), aplicados durante 18 (dezoito) meses, capitalizados - Qual a taxa efetiva mensal que devemos utilizar? Em
mensalmente, a uma taxa de 12% a.a. Explicando o que é se tratando de concursos públicos, a grande maioria das
taxa Nominal, efetiva mensal e equivalente mensal: bancas examinadoras utilizam a convenção da taxa propor-
Respostas e soluções: cional. Em se tratando do mercado financeiro, utiliza-se a
1) A taxa Nominal é 12% a.a; pois o capital não vai ser convenção de taxa equivalente.
capitalizado com a taxa anual.
2) A taxa efetiva mensal a ser utilizada depende de Taxa Equivalente
duas convenções: taxa proporcional mensal ou taxa equi- Taxas Equivalentes são taxas que quando aplicadas ao
valente mensal. mesmo capital, num mesmo intervalo de tempo, produzem
a) Taxa proporcional mensal (divide-se a taxa anual por montantes iguais. Essas taxas devem ser observadas com
12): 12%/12 = 1% a.m. muita atenção, em alguns financiamentos de longo prazo,
b) Taxa equivalente mensal (é aquela que aplicado aos somos apenas informados da taxa mensal de juros e não
R$ 1.000,00, rende os mesmos juros que a taxa anual apli- tomamos conhecimento da taxa anual ou dentro do pe-
cada nesse mesmo capital). ríodo estabelecido, trimestre, semestre entre outros. Uma
expressão matemática básica e de fácil manuseio que nos
Cálculo da taxa equivalente mensal: fornece a equivalência de duas taxas é:
1 + ia = (1 + ip)n, onde:
ia = taxa anual
ip = taxa período
n: número de períodos
onde:
iq : taxa equivalente para o prazo que eu quero Observe alguns cálculos:
it : taxa para o prazo que eu tenho
q : prazo que eu quero Exemplo 1
t : prazo que eu tenho Qual a taxa anual de juros equivalente a 2% ao mês?
Temos que: 2% = 2/100 = 0,02
1 + ia = (1 + 0,02)12
1 + ia = 1,0212
iq = 0,009489 a.m ou iq = 0,949 % a.m. 1 + ia = 1,2682
3) Cálculo do montante pedido, utilizando a taxa efe- ia = 1,2682 – 1
tiva mensal ia = 0,2682
ia = 26,82%
a) pela convenção da taxa proporcional: A taxa anual de juros equivalente a 2% ao mês é de
M = c (1 + i)n 26,82%.
M = 1000 (1 + 0,01) 18 = 1.000 x 1,196147
M = 1.196,15 As pessoas desatentas poderiam pensar que a taxa
anual nesse caso seria calculada da seguinte forma: 2% x
b) pela convenção da taxa equivalente: 12 = 24% ao ano. Como vimos, esse tipo de cálculo não
M = c (1 + i)n procede, pois a taxa anual foi calculada de forma correta e
M = 1000 (1 + 0,009489) 18 = 1.000 x 1,185296 corresponde a 26,82% ao ano, essa variação ocorre porque
M = 1.185,29 temos que levar em conta o andamento dos juros compos-
tos ( juros sobre juros).
NOTA: Para comprovar que a taxa de 0,948% a.m é
equivalente a taxa de 12% a.a, basta calcular o montante Taxa Real
utilizando a taxa anual, neste caso teremos que transfor- A taxa real expurga o efeito da inflação. Um aspecto
mar 18 (dezoito) meses em anos para fazer o cálculo, ou interessante sobre as taxas reais de juros, é que elas podem
seja : 18: 12 = 1,5 ano. Assim: ser inclusive, negativas.

81
MATEMÁTICA

Vamos encontrar uma relação entre as taxas de juros - o prazo a que se refere à taxa de juros; e
nominal e real. Para isto, vamos supor que um determinado - o prazo de capitalização (ocorrência) dos juros. (AS-
capital P é aplicado por um período de tempo unitário, a SAF NETO, 2001).
certa taxa nominal in
O montante S1 ao final do período será dado por S1 = Taxas Proporcionais: duas (ou mais) taxas de juro sim-
P(1 + in). ples são ditas proporcionais quando seus valores e seus
Consideremos agora que durante o mesmo período, a respectivos períodos de tempo, reduzidos a uma mesma
taxa de inflação (desvalorização da moeda) foi igual a j. O unidade, forem uma proporção. (PARENTE, 1996). Exem-
capital corrigido por esta taxa acarretaria um montante S2 plos
= P (1 + j).
A taxa real de juros, indicada por r, será aquela aplicada Prestação = amortização + juros
ao montante S2, produzirá o montante S1. Poderemos en-
tão escrever: S1 = S2 (1 + r) Há diferentes formas de amortização, conforme des-
Substituindo S1 e S2 , vem: critas a seguir.
P(1 + in) = (1+r). P (1 + j)
Daí então, vem que: Para os exemplos numéricos descritos nas tabelas, em
(1 + in) = (1+r). (1 + j), onde: todas as diferentes formas de amortização, utilizaremos o
in = taxa de juros nominal mesmo exercício: uma dívida de valor inicial de R$ 100 mil,
j = taxa de inflação no período prazo de três meses e juros de 3% ao mês.
r = taxa real de juros
Observe que se a taxa de inflação for nula no período, Pagamento único
isto é, j = 0, teremos que as taxas nominal e real são coin- É a quitação de toda a dívida (amortização + juros) em
cidentes. um único pagamento, ao final do período. Utilizamos a
Exemplo mesma fórmula do montante:
Numa operação financeira com taxas pré-fixadas, um
banco empresta $120.000,00 para ser pago em um ano Nos juros simples:
com $150.000,00. Sendo a inflação durante o período do M = C (1 + i×n)
empréstimo igual a 10%, pede-se calcular as taxas nominal M = montante
e real deste empréstimo. C = capital inicial
Teremos que a taxa nominal será igual a: i = taxa de juros
in = (150.000 – 120.000)/120.000 = 30.000/120.000 = n = período
0,25 = 25%
Portanto in = 25% Nos juros compostos:
Como a taxa de inflação no período é igual a j = 10% = M = C (1+i)n
0,10, substituindo na fórmula anterior, vem: M = montante
(1 + in) = (1+r). (1 + j) C = capital inicial
(1 + 0,25) = (1 + r).(1 + 0,10) i = taxa de juros
1,25 = (1 + r).1,10 n = período
1 + r = 1,25/1,10 = 1,1364
Portanto, r = 1,1364 – 1 = 0,1364 = 13,64% Nos juros simples:

Se a taxa de inflação no período fosse igual a 30%, te- Amortiza- Saldo de-
ríamos para a taxa real de juros: n Juros Prestação
ção vedor
(1 + 0,25) = (1 + r).(1 + 0,30)
1,25 = (1 + r).1,30 0 - - -
1 + r = 1,25/1,30 = 0,9615 100.000,00
Portanto, r = 0,9615 – 1 = -,0385 = -3,85% e, portanto
teríamos uma taxa real de juros negativa. 1 - -
3.000,00 103.000,00

Exemplo 2 - -
$100.000,00 foi emprestado para ser quitado por 3.000,00 106.000,00
$150.000,00 ao final de um ano. Se a inflação no período
3 -
foi de 20%, qual a taxa real do empréstimo? 3.000,00 100.000,00 109.000,00
Resposta: 25%

Taxas Proporcionais
Para se compreender mais claramente o significado
destas taxas deve-se reconhecer que toda operação envol-
ve dois prazos:

82
MATEMÁTICA

Nos juros compostos: Amortiza- Saldo deve-


n Juros Prestação
ção dor
Amortiza- Saldo deve- 0 - - - 100.000,00
n Juros Prestação
ção dor
0 - - - 100.000,00 1 67.156,81
3.000,00 32.843,19 35.843,19
1 - - 103.000,00 2 33.828,32
3.000,00 2.014,70 33.328,49 35.343,19
2 - - 106.090,00 3 -
3.090,00 1.014,87 33.828,32 34.843,19
3 -
3.182,70 100.000,00 109.272,70 Sistema de Amortização Crescente (SACRE)
Este sistema, criado pela Caixa Econômica Federal (CEF),
Sistema Price (Sistema Francês) é uma das formas utilizadas para o cálculo das prestações
dos financiamentos imobiliários. Usa-se, para o cálculo do
Foi elaborado para apresentar pagamentos iguais ao valor das prestações, a metodologia do sistema de amor-
longo do período do desembolso das prestações. A fórmu- tização constante (SAC) anual, desconsiderando-se o valor
la para encontrarmos a prestação é dada a seguir: da Taxa Referencial de Juros (TR). Esta é incluída posterior-
mente, resultando em uma amortização variável. Chamar
PMT = VP . _i.(1+i)n_ de “amortização crescente” parece-nos inadequado, pois
(1+i)n -1 pode resultar em amortizações decrescentes, dependendo
da ocorrência de TR com valor muito baixo.
PMT = valor da prestação
VP = valor inicial do empréstimo Sistema Alemão
i = taxa de juros Neste caso, a dívida é liquidada também em presta-
n = período ções iguais, exceto a primeira, onde no ato do emprésti-
mo (momento “zero”) já é feita uma cobrança dos juros
A fórmula foi desenvolvida, considerando-se apenas a da operação. As prestações, a primeira amortização e as
capitalização por juros compostos. O resultado é listado a seguintes são definidas pelas três seguintes fórmulas:
seguir:
PMT = _ Vp.i _
Amortiza- Saldo 1- (1+i)n
n Juros Prestação PMT = valor da prestação
ção devedor
VP = valor inicial do empréstimo
0 - - - i = taxa de juros
100.000,00 n = período
1 A1 = PMT . (1- i)n-1
3.000,00 32.353,04 35.353,04 67.646,96
A1 = primeira amortização
2 PMT = valor da prestação
2.029,41 33.323,63 35.353,04 34.323,33 i = taxa de juros
n = período
3 -
1.029,71 34.323,33 35.353,04
An = An-1 _
(1- i)
Sistema de Amortização Misto (SAM) An = amortizações posteriores (2º, 3º, 4º, ...)
An-1 = amortização anterior
É a média aritmética das prestações calculadas nas i = taxa de juros
duas formas anteriores (SAC e Price). É encontrado pela n = período
fórmula:

PMTSAM = (PTMSAC + PMTPRICE) / 2

83
MATEMÁTICA

n Juros Amor- Pres- Saldo


tização tação devedor
0 -
3.000,00 3.000,00 100.000,00
1
2.030,30 32.323,34 34.353,64 67.676,66
2
1.030,61 33.323,03 34.353,64 34.353,63
3 -
34.353,64 34.353,64 (0,01)

OBS: os resíduos em centavos, como saldo devedor final na tabela anterior, são resultados de arredondamento do
cálculo e serão desconsiderados.

Sistema de Amortização Constante – SAC


Consiste em um sistema de amortização de uma dívida em prestações periódicas, sucessivas e decrescentes em pro-
gressão aritmética, em que o valor da prestação é composto por uma parcela de juros uniformemente decrescente e outra
de amortização que permanece constante.
Sistema de Amortização Constante (SAC) é uma forma de amortização de um empréstimo por prestações que incluem
os juros, amortizando assim partes iguais do valor total do empréstimo.
Neste sistema o saldo devedor é reembolsado em valores de amortização iguais. Desta forma, no sistema SAC o valor
das prestações é decrescente, já que os juros diminuem a cada prestação. O valor da amortização é calculado dividindo-se
o valor do principal pelo número de períodos de pagamento, ou seja, de parcelas.
O SAC é um dos tipos de sistema de amortização utilizados em financiamentos imobiliários. A principal característica
do SAC é que ele amortiza um percentual fixo do saldo devedor desde o início do financiamento. Esse percentual de amor-
tização é sempre o mesmo, o que faz com que a parcela de amortização da dívida seja maior no início do financiamento,
fazendo com que o saldo devedor caia mais rapidamente do que em outros mecanismos de amortização.

Exemplo:
Um empréstimo de R$ 120.000,00 (cento e vinte mil reais) a ser pago em 12 meses, a uma taxa de juros de 1% ao mês
(em juros simples). Aplicando a fórmula para obtenção do valor da amortização, iremos obter um valor igual a R$ 10.000,00
(dez mil reais). Essa fórmula é o valor do empréstimo solicitado divido pelo período, sendo nesse caso: R$ 120.000,00 / 12
meses = R$ 10.000,00. Logo, a tabela SAC fica:

Saldo
Nº Pres- Presta- Amortiza-
Juros Deve-
tação ção ção
dor
0 120000
1 11200 1200 10000 110000
2 11100 1100 10000 100000
3 11000 1000 10000 90000
4 10900 900 10000 80000
5 10800 800 10000 70000
6 10700 700 10000 60000
7 10600 600 10000 50000
8 10500 500 10000 40000
9 10400 400 10000 30000
10 10300 300 10000 20000
11 10200 200 10000 10000
12 10100 100 10000 0

84
MATEMÁTICA

Note que o juro é sempre 10% do saldo devedor do mês anterior, já a prestação é a soma da amortização e o juro.
Sendo assim, o juro é decrescente e diminui sempre na mesma quantidade, R$ 100,00. O mesmo comportamento tem as
prestações. A soma das prestações é de R$ 127.800,00, gerando juros de R$ 7.800,00.
Outra coisa a se observar é que as parcelas e juros diminuem em progressão aritmética (PA) de r=100.

Sistema Americano
O tomador do empréstimo paga os juros mensalmente e o principal, em um único pagamento final.

Considera-se apenas o regime de juros compostos:

n Juros Amortização Prestação Saldo devedor


0 - - - 100.000,00
1 3.000,00 - 3.000,00 100.000,00
2 3.000,00 - 3.000,00 100.000,00
3 3.000,00 100.000,00 103.000,00 -

Sistema de Amortização Constante (SAC) ou Sistema Hamburguês


O tomador do empréstimo amortiza o saldo devedor em valores iguais e constantes ao longo do período.

Considera-se apenas o regime de juros compostos:

n Juros Amortização Prestação Saldo devedor


0 - - - 100.000,00
1 3.000,00 33.333,33 36.333,33 66.666,67
2 2.000,00 33.333,33 35.333,33 33.333,34
3 1.000,00 33.333,34 34.333,34 -

Qual a melhor forma de amortização?


A tabela abaixo lista o fluxo de caixa nos diversos sistemas de amortização discutidos nos itens anteriores.

Pgto único (jrs Sistema Ameri-


N SAC PRICE SAM Alemão
comp.) cano
0 100.000,00 100.000,00 100.000,00 100.000,00 100.000,00 97.000,00
1 - (3.000,00) (36.333,33) (35.353,04) (35.843,19) (34.353,64)
2 - (3.000,00) (35.333,33) (35.353,04) (35.343,19) (34.353,64)
3 (109.272,70) (103.000,00) (34.333,34) (35.353,04) (34.843,19) (34.353,64)

As várias formas de amortização utilizadas pelo mercado brasileiro, em sua maioria, consideram o regime de capitali-
zação por juros compostos. A comparação entre estas, por meio do VPL (vide item 6.2), demonstra que o custo entre elas
se equivale. Vejam: no nosso exemplo, todos, exceto no sistema alemão, os juros efetivos cobrados foram de 3% ao mês
(regime de juros compostos) ou 9,27% no acumulado dos três meses.

85
MATEMÁTICA

Pgto único (jrs Sistema Ameri-


n SAC PRICE SAM Alemão
comp.) cano

0 100.000,00 100.000,00 100.000,00 100.000,00 97.000,00


100.000,00

1 - (2.912,62) (34.323,34) (34.799,21) (33.353,04)


(35.275,08)

2 - (2.827,79) (33.323,63) (33.314,35) (32.381,60)


(33.305,05)

3 (100.000,00) (94.259,59) (32.353,04) (31.886,45) (31.438,44)


(31.419,87)
VPL - - - - - (173,09)

OBS: tabela com as prestações dos sistemas anteriores, descontada da taxa ( juros compostos) de 3% ao mês.
Considerando o custo de oportunidade de 2% ao mês, isto é, abaixo do valor do empréstimo, teríamos a tabela abaixo.
Isso seria uma situação mais comum: juros do empréstimo mais caro que uma aplicação no mercado. Neste caso, quanto
menor (em módulo) o VPL, melhor para o tomador do empréstimo, ou seja, o sistema SAC seria o melhor sob o ponto de
vista financeiro.

Pgto único (jrs Sistema Ameri-


n SAC PRICE SAM Alemão
comp.) cano
0 100.000,00 100.000,00 100.000,00 100.000,00 100.000,00 97.000,00
1 - (2.941,18) (35.620,91) (34.659,84) (35.140,38) (33.680,04)
2 - (2.883,51) (33.961,29) (33.980,24) (33.970,77) (33.019,64)
3 (102.970,11) (97.059,20) (32.353,07) (33.313,96) (32.833,52) (32.372,20)
VPL (2.970,11) (2.883,88) (1.935,28) (1.954,04) (1.944,67) (2.071,88)

OBS: tabela com as prestações dos sistemas anteriores, descontada da taxa ( juros compostos) de 2% ao mês.
Outra situação seria considerarmos um empréstimo com taxa de juros abaixo do mercado. Neste exemplo a seguir,
teremos como custo de oportunidade a taxa de 4% ao mês. Isso, na vida real, não será comum: juros do empréstimo mais
barato do que uma aplicação no mercado. Assim, como no exemplo anterior, quanto maior o VPL, melhor para o tomador
do empréstimo, ou seja, o sistema de pagamento único, sob o ponto de vista financeiro, é o melhor, como no caso abaixo.

Pgto único (jrs Sistema Ameri-


n SAC PRICE SAM Alemão
comp.) cano
0 100.000,00 100.000,00 100.000,00 100.000,00 100.000,00 97.000,00
1 - (2.884,62) (34.935,89) (33.993,31) (34.464,61) (33.032,34)
2 - (2.773,67) (32.667,65) (32.685,87) (32.676,77) (31.761,87)
3 (97.143,03) (91.566,62) (30.522,21) (31.428,72) (30.975,47) (30.540,26)
VPL 2.856,97 2.775,09 1.874,24 1.892,10 1.883,16 1.665,53

OBS: tabela com as prestações dos sistemas anteriores, descontada da taxa ( juros compostos) de 4% ao mês.

Referências
Passei Direto. Disponível em: https://www.passeidireto.com/arquivo/1599335/exercicios_matematica_finaceiraexercicios_
matematica_finaceiraNos juros compostos:

M = C (1+i)n
M = montante
C = capital inicial
i = taxa de juros
n = período

86
MATEMÁTICA

Nos juros simples:

Saldo deve-
n Juros Amortização Prestação
dor
0 - - - 100.000,00
1 3.000,00 - - 103.000,00
2 3.000,00 - - 106.000,00
3 3.000,00 100.000,00 109.000,00 -

Nos juros compostos:

n Juros Amortização Prestação Saldo devedor


0 - - - 100.000,00
1 3.000,00 - - 103.000,00
2 3.090,00 - - 106.090,00
3 3.182,70 100.000,00 109.272,70 -

Sistema Price (Sistema Francês)

Foi elaborado para apresentar pagamentos iguais ao longo do período do desembolso das prestações. A fórmula para
encontrarmos a prestação é dada a seguir:

PMT = VP . _i.(1+i)n_
(1+i)n -1

PMT = valor da prestação


VP = valor inicial do empréstimo
i = taxa de juros
n = período

A fórmula foi desenvolvida, considerando-se apenas a capitalização por juros compostos. O resultado é listado a seguir:

n Juros Amortização Prestação Saldo devedor


0 - - - 100.000,00
1 3.000,00 32.353,04 35.353,04 67.646,96
2 2.029,41 33.323,63 35.353,04 34.323,33
3 1.029,71 34.323,33 35.353,04 -

Sistema de Amortização Misto (SAM)

É a média aritmética das prestações calculadas nas duas formas anteriores (SAC e Price). É encontrado pela fórmula:

PMTSAM = (PTMSAC + PMTPRICE) / 2

n Juros Amortização Prestação Saldo devedor


0 - - - 100.000,00
1 3.000,00 32.843,19 35.843,19 67.156,81
2 2.014,70 33.328,49 35.343,19 33.828,32
3 1.014,87 33.828,32 34.843,19 -

87
MATEMÁTICA

Sistema de Amortização Crescente (SACRE)


Este sistema, criado pela Caixa Econômica Federal (CEF), é uma das formas utilizadas para o cálculo das prestações
dos financiamentos imobiliários. Usa-se, para o cálculo do valor das prestações, a metodologia do sistema de amortização
constante (SAC) anual, desconsiderando-se o valor da Taxa Referencial de Juros (TR). Esta é incluída posteriormente, resul-
tando em uma amortização variável. Chamar de “amortização crescente” parece-nos inadequado, pois pode resultar em
amortizações decrescentes, dependendo da ocorrência de TR com valor muito baixo.

Sistema Alemão
Neste caso, a dívida é liquidada também em prestações iguais, exceto a primeira, onde no ato do empréstimo (momen-
to “zero”) já é feita uma cobrança dos juros da operação. As prestações, a primeira amortização e as seguintes são definidas
pelas três seguintes fórmulas:

PMT = _ Vp.i _
1- (1+i)n
PMT = valor da prestação
VP = valor inicial do empréstimo
i = taxa de juros
n = período

A1 = PMT . (1- i)n-1


A1 = primeira amortização
PMT = valor da prestação
i = taxa de juros
n = período

An = An-1 _
(1- i)
An = amortizações posteriores (2º, 3º, 4º, ...)
An-1 = amortização anterior
i = taxa de juros
n = período

n Juros Amortiza- Prestação Saldo devedor


ção
0 3.000,00 - 3.000,00 100.000,00
1 2.030,30 32.323,34 34.353,64 67.676,66
2 1.030,61 33.323,03 34.353,64 34.353,63
3 - 34.353,64 34.353,64 (0,01)

OBS: os resíduos em centavos, como saldo devedor final na tabela anterior, são resultados de arredondamento do
cálculo e serão desconsiderados.

Sistema de Amortização Constante – SAC


Consiste em um sistema de amortização de uma dívida em prestações periódicas, sucessivas e decrescentes em pro-
gressão aritmética, em que o valor da prestação é composto por uma parcela de juros uniformemente decrescente e outra
de amortização que permanece constante.
Sistema de Amortização Constante (SAC) é uma forma de amortização de um empréstimo por prestações que incluem
os juros, amortizando assim partes iguais do valor total do empréstimo.
Neste sistema o saldo devedor é reembolsado em valores de amortização iguais. Desta forma, no sistema SAC o valor
das prestações é decrescente, já que os juros diminuem a cada prestação. O valor da amortização é calculado dividindo-se
o valor do principal pelo número de períodos de pagamento, ou seja, de parcelas.
O SAC é um dos tipos de sistema de amortização utilizados em financiamentos imobiliários. A principal característica
do SAC é que ele amortiza um percentual fixo do saldo devedor desde o início do financiamento. Esse percentual de amor-
tização é sempre o mesmo, o que faz com que a parcela de amortização da dívida seja maior no início do financiamento,
fazendo com que o saldo devedor caia mais rapidamente do que em outros mecanismos de amortização.

88
MATEMÁTICA

Exemplo:
Um empréstimo de R$ 120.000,00 (cento e vinte mil reais) a ser pago em 12 meses, a uma taxa de juros de 1% ao mês
(em juros simples). Aplicando a fórmula para obtenção do valor da amortização, iremos obter um valor igual a R$ 10.000,00
(dez mil reais). Essa fórmula é o valor do empréstimo solicitado divido pelo período, sendo nesse caso: R$ 120.000,00 / 12
meses = R$ 10.000,00. Logo, a tabela SAC fica:

Saldo
Nº Prestação Prestação Juros Amortização
Devedor
0 120000
1 11200 1200 10000 110000
2 11100 1100 10000 100000
3 11000 1000 10000 90000
4 10900 900 10000 80000
5 10800 800 10000 70000
6 10700 700 10000 60000
7 10600 600 10000 50000
8 10500 500 10000 40000
9 10400 400 10000 30000
10 10300 300 10000 20000
11 10200 200 10000 10000
12 10100 100 10000 0

Note que o juro é sempre 10% do saldo devedor do mês anterior, já a prestação é a soma da amortização e o juro.
Sendo assim, o juro é decrescente e diminui sempre na mesma quantidade, R$ 100,00. O mesmo comportamento tem as
prestações. A soma das prestações é de R$ 127.800,00, gerando juros de R$ 7.800,00.
Outra coisa a se observar é que as parcelas e juros diminuem em progressão aritmética (PA) de r=100.

Sistema Americano
O tomador do empréstimo paga os juros mensalmente e o principal, em um único pagamento final.

Considera-se apenas o regime de juros compostos:

n Juros Amortização Prestação Saldo devedor


0 - - - 100.000,00
1 3.000,00 - 3.000,00 100.000,00
2 3.000,00 - 3.000,00 100.000,00
3 3.000,00 100.000,00 103.000,00 -

Sistema de Amortização Constante (SAC) ou Sistema Hamburguês


O tomador do empréstimo amortiza o saldo devedor em valores iguais e constantes ao longo do período.

89
MATEMÁTICA

QUESTÕES 04. (TST – Analista Judiciário – FCC/2017) Um in-


vestidor aplicou R$ 10.000,00 em títulos que remuneram à
01. (TRE/PR – Analista Judiciário – FCC/2017) Para taxa de juros compostos de 10% ao ano e o prazo para res-
comprar um automóvel, Pedro realizou uma pesquisa em gate da aplicação foi de 2 anos. Sabendo-se que a inflação
3 concessionárias e obteve as seguintes propostas de fi- no prazo total da aplicação foi 15%, a taxa real de remune-
nanciamento: ração obtida pelo investidor no prazo total da aplicação foi
(A) 5,00%.
Concessionária 1: Entrada de R$ 12.000,00 + 1 presta- (B) 6,00%.
ção de R$ 29.120,00 para 30 dias após a entrada. (C) 5,22%.
Concessionária 2: Entrada de R$ 13.000,00 + 1 presta- (D) 5,00% (negativo).
ção de R$ 29.120,00 para 60 dias após a entrada. (E) 4,55%.
Concessionária 3: Entrada de R$ 13.000,00 + 2 presta-
ções R$ 14.560,00 para 30 e 60 dias após a entrada, respec- 05. (TST - Analista Judiciário - FCC/2017) Uma em-
tivamente. presa obteve um empréstimo no valor de R$ 100.000,00
para ser liquidado em uma única parcela no final do prazo
Sabendo que a taxa de juros compostos era 4% ao de 2 meses. A taxa de juros compostos negociada foi 3% ao
mês, para a aquisição do automóvel mês e a empresa deve pagar, adicionalmente, na data da
(A) a melhor proposta é a 1, apenas. obtenção do empréstimo, uma taxa de cadastro no valor
(B) a melhor proposta é a 2, apenas. de R$ 1.000,00. Na data do vencimento do empréstimo a
(C) a melhor proposta é a 3, apenas. empresa deve pagar, junto com o valor que pagará à ins-
(D) as melhores propostas são 2 e 3, por serem equi- tituição financeira, um imposto no valor de R$ 530,00. O
valentes. custo efetivo total para a empresa no prazo do emprésti-
(E) as melhores propostas são 1 e 2, por serem equi- mo, foi
valentes. (A) 7,70%.
(B) 6,09%.
02. (TST – Analista Judiciário – FCC/2017) Um emprés- (C) 7,62%.
timo foi obtido para ser liquidado em 10 parcelas mensais de (D) 6,00%.
R$ 2.000,00, vencendo-se a primeira parcela um mês após (E) 7,16%.
a data da obtenção. A taxa de juros negociada com a insti-
tuição financeira foi 2% ao mês no regime de capitalização 06. (TRE/PR - Analista Judiciário - FCC/2017) A Cia.
composta. Se, após o pagamento da oitava parcela, o deve- Ted está avaliando a alternativa de compra de um novo
dor decidir liquidar o saldo devedor do empréstimo nesta equipamento por R$ 480.000,00 à vista. Estima-se que a
mesma data, o valor que deverá ser pago, desprezando-se vida útil do equipamento seja de 3 anos, que o valor residual
os centavos, é, em reais, de revenda no final do terceiro ano seja R$ 70.000,00 e que
(A) 3.846,00. os fluxos líquidos de caixa gerados por este equipamento
(B) 3.883,00. ao final de cada ano sejam R$ 120.000,00, R$180.000,00 e
(C) 3.840,00. R$ 200.000,00, respectivamente. Sabendo que a taxa míni-
(D) 3.880,00. ma de atratividade é de 10% a.a., a alternativa
(E) 3.845,00. (A) apresenta valor presente líquido positivo.
(B) apresenta valor presente líquido negativo.
03. (POLICIA CIENTIFICA/PR – Perito Criminal – (C) apresenta taxa interna de retorno maior que 10%
IBFC/2017) Assinale a alternativa correta. Uma pessoa a.a.
comprou um vídeo game de última geração em uma loja, (D) é economicamente viável à taxa mínima de atrati-
parcelando em 12 prestações mensais de 140,00 cada uma, vidade de 10% a.a..
sem entrada. Sabendo-se que a taxa de juros compostos (E) é economicamente viável à taxa mínima de atrativi-
cobrada pela loja foi de 3% ao mês, sendo que os valores dade de 12% a.a..
estão arredondados e que: (1,03)12 = 1,4258
(1,03)12 x 0,03 = 0,0428 07. (FUNAPE – Analista em Gestão Previdenciária –
0,4258/0,0428 = 9,95 FCC/2017) Um empréstimo foi contratado com uma taxa
O valor do vídeo game era de: nominal de juros de 6% ao trimestre e com capitalização
(A) R$ 1.393 mensal. A taxa efetiva desse empréstimo é igual a
(B) R$ 1.820 (A) 6,2302%.
(C) R$ 1.680 (B) 6,3014%.
(D) R$ 1.178 (C) 6,1385%.
(E) R$ 1.423 (D) 6,2463%.
(E) 6,1208%.

90
MATEMÁTICA

08. (TRE/BA – Técnico Judiciário – CESPE/2017) Um Concessionária 3


banco emprestou a uma empresa R$ 100.000, entregues no
ato, sem prazo de carência, para serem pagos em quatro
prestações anuais consecutivas pelo sistema de amortiza-
ção constante (SAC). A taxa de juros compostos contratada 02. Resposta: B.
para o empréstimo foi de 10% ao ano, e a primeira presta-
ção será paga um ano após a tomada do empréstimo.
Nessa situação, o valor da segunda prestação a ser
paga pela empresa será
(A) superior a R$ 33.000.
(B) inferior a R$ 30.000. 03. Resposta: A.
(C) superior a R$ 30.000 e inferior a R$ 31.000. Sendo PMT o valor da parcela e PV o valor presente,
(D) superior a R$ 31.000 e inferior a R$ 32.000. usaremos o sistema de amortização PRICE, por ser parcelas
(E) superior a R$ 32.000 e inferior a R$ 33.000. fixas:

09. (EMBASA – Contador – IBFC/2017) Um clien-


te fez um empréstimo no valor de R$ 2.000,00 no Banco
ABC em 31/12/2013 para reaplicar em um investimento
em sua empresa. A taxa de juros cobrada pelo Banco era
de 10% ao ano. Após um ano, em 31/12/2014, o fluxo de
caixa da empresa foi de R$ 1.100,00. Após dois anos, em
31/12/2015, o fluxo de caixa da empresa foi de R$ 1.210,00
e em 31/12/2016, após três anos, o fluxo de caixa da em- 04. Resposta: C.
presa foi de R$ 1.331,00. Sendo i a taxa de juros nominal
O valor presente líquido dos valores do fluxo de caixa, R a taxa de juros real
trazidos a valor presente em 31/12/2013, era de: J a taxa de juros de inflação
(A) R$ 1.100,00 1+i=(1+r)(1+j)
(B) R$ 1.000,00 (1+0,1)²=(1+r)⋅(1+0,15)
(C) R$ 2.210,00 1,1²=(1+r) ⋅1,15
(D) R$ 2.331,00 1,21=1,15+1,15r
0,06=1,15r
10.(DPE/PR – Contador – INAZ DO PARÁ/2017) Um R=0,05217≅0,0522=5,22%
comerciante recebeu, no meio do mês, uma excelente ofer-
ta de compra de material para sua empresa no valor de 05. Resposta: A.
R$8.000,00. No entanto, por estar desprovido de recursos, M=C(1+i)t
precisou tomar um empréstimo junto ao seu banco, em M=100000(1+0,03)²=106090
parcelas de 15 vezes a uma taxa de juros 2,5% a.m. Deter- Como teve uma taxa de 1000, a empresa recebeu en-
mine o valor da última prestação do empréstimo, lembran- tão 99000
do que o Sistema de financiamento usado é o SAC. A empresa teve eu pagar 106090+530=106620
(A) R$ 533,33 106620=99000(1+i)
(B) R$ 733,33 106620=99000+99000i
(C) R$ 653,33 7620=99000i
(D) R$ 560,00 I=0,0769=7,69%
(E) R$ 546,67
06. Resposta: B.
Respostas VPL = valor presente das entradas – valor presente das
saídas
01. Resposta: B.

Concessionária 1

07. Resposta: E.
Temos que transformar os 6% ao trimestre em capita-
lização mensal
Concessionária 2 6/3=2%a.m
1,02³=1,061208=6,1208%

91
MATEMÁTICA

08. Resposta: E. EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES


SD=100000
A=100000/4=25000 1. (SAP/SP - AGENTE DE SEGURANÇA PENITENCIÁ-
J=(100000-25000)⋅0,1 RIA DE CLASSE I – VUNESP/2013) Em uma seção de uma
J=7500 empresa com 20 funcionários, a distribuição dos salários
P=A+J mensais, segundo os cargos que ocupam, é a seguinte:
P=25000+7500=32500

09. Resposta: B.

10. Resposta: E.
8000/15 = 533,33
Portanto, a última parcela será de 533,33⋅1,025=546,66 Sabendo-se que o salário médio desses funcionários é
de R$ 1.490,00, pode-se concluir que o salário de cada um
dos dois gerentes é de
A) R$ 2.900,00.
B) R$ 4.200,00.
C) R$ 2.100,00.
D) R$ 1.900,00.
E) R$ 3.400,00.

2! + 8 ∙ 1700 + 10 ∙ 1200
!é!"# =
20
2! + 8 ∙ 1700 + 10 ∙ 1200
1490 =
20

2! + 13600 + 12000 = 29800


2! = 4200
! = 2100
!
Cada um dos gerentes recebem R$ 2100,00

RESPOSTA: “C”.

2. (CREFITO/SP – ALMOXARIFE – VUNESP/2012) Em


época de Natal, uma pesquisadora colheu dados de opi-
nião dos clientes sobre shopping centers, seguindo os cri-
térios da tabela seguinte:

92
MATEMÁTICA

Um shopping recebeu nota 8 para “estacionamento” e 4. (ASSEMBLEIA LEGISLATIVA/PB – ASSESSOR TÉCNI-


“preços” e nota 7 para os demais critérios. Logo, a média CO LEGISLATIVO – FCC/2013) A média aritmética simples
final atingida por esse shopping foi entre dois números é igual à metade da soma desses nú-
A) 7,5. meros. Utilizando essa definição, a média aritmética sim-
B) 7,6. ples entre é igual a
C) 7,7. A) ½
D) 7,8. B) 2/9
E) 7,9. C) 8/9 !
D) ! !
!
8∙3+8∙2+7∙3+7∙2 E) !
= 7,5 ( )²!
!
10
!
RESPOSTA: “A”. Pela definição:

3. (SEED/SP – ANALISTA ADMINISTRATIVO – VU-


1 5 3+5 8
+9 8 4 2
NESP/2013) Em certo departamento, trabalham homens e 3 = 9 =9= = = ( )²
mulheres, sendo que nesse grupo há 10 homens a mais 2 2 2 18 9 3
que o número de mulheres. A média salarial desse depar- !
tamento é de R$ 3.800,00. Entretanto, calculando separa-
damente, verifica-se que a média salarial dos homens é de RESPOSTA: “D”.
R$ 4.000,00, enquanto a média salarial das mulheres é de
R$ 3.500,00. O número de homens que trabalham nesse 5. (PC/SP – OFICIAL ADMINISTRATIVO – VU-
departamento é igual a NESP/2014) Em uma empresa com 5 funcionários, a soma
A) 20. dos dois menores salários é R$4.000,00, e a soma dos três
B) 40. maiores salários é R$12.000,00. Excluindo-se o menor e
C) 30. o maior desses cinco salários, a média dos 3 restantes é
D) 25. R$3.000,00, podendo-se concluir que a média aritmética
E) 15. entre o menor e o maior desses salários é igual a
A) R$3.500,00.
Salário homens: SH B) R$3.400,00.
Salário mulher:SM C) R$3.050,00.
Homens: x+10 D) R$2.800,00.
Mulheres: x E) R$2.500,00.

!" X1+x2+x3+x4+x5
= 4000!!!!" = 4000! + 40000 X1+x2=4000
!!!"
X3+x4+x5=12000
!"
! ! = 3500!!!!!" = 3500! x2+x3+x4=9000

!!!!!! + !! + !! + !! + !! = 4000 + 12000 = 16000!


!"!!"
= 3800 Sendo x1 e x5 o menor e o maior salário respectiva-
!!!!!"
mente:
!"!!" !! + 9000 + !! = 16000
= 3800
!!!!" !!! + !! = 16000 − 9000 = 7000
!
7600! + 38000 = !" + !" Então, a média aritmética:
!
! ! !! ! !"""
Substituindo SH e SM: = = 3500
! !
7600x+38000=4000x+40000+3500x !
100x=2000
X=20 RESPOSTA: “A”.
Homens:x+10=20+10=30

RESPOSTA: “C”.

93
MATEMÁTICA

6. (PM/SP – SARGENTO CFS – CETRO/2012) Em um 8. (PREF. PAULISTANA/PI – PROFESSOR DE MATEMÁ-


grupo de pessoas, há 5 pessoas com 1,80m de altura, 6 TICA – IMA/2014) Considere o conjunto de dados abaixo,
com 1,70m e 4 com 1,90m. Logo, é correto afirmar que referente ao salário médio dos funcionários de uma em-
a média aritmética das alturas desse grupo é, aproxima- presa.
damente, de
A) Z1,82m.
B) 1,73m.
C) 1,87m.
D) 1,79m.

5 ∙ 1,80 + 6 ∙ 1,70 + 4 ∙ 1,90


≈ 1,79
15
!
RESPOSTA: “D”.

7. (SEAP – AGENTE DE ESCOLTA E VIGILÂNCIA PE-


NITENCIÁRIA – VUNESP/2013) Uma pessoa comprou O valor da Mediana é:
quatro cadeiras iguais para sua cozinha, pagando R$ A) 1240
120,00 por cada uma delas, três cadeiras de praia por R$ B) 1500
90,00 cada uma delas e dois banquinhos iguais, de ma- C) 1360
deira. Considerando-se o total de peças compradas, na D) 1600
média, o preço de uma peça saiu por R$ 94,00. O preço E) 1420
de cada banquinho era de
Colocando na ordem crescente:
A) R$ 44,00.
1100;1200;1210;1250;1300;1420;1450;1500;1600;1980
B) R$ 56,00.
A mediana é o número que se encontra no meio. Nesse
C) R$ 52,00.
caso que tem 10 números(par) é a média do 5º e 6º nú-
D) R$ 48,00.
meros:
E) R$ 40,00.
1300 + 1420 2720
Total de objetos: 4+3+2=9 = = 1360
Cadeiras de cozinha: 120 ⋅ 4=480 2 2
Cadeiras de praia: 90 ⋅ 3=270 !
Banquinhos : 2x RESPOSTA: “C”.
480 + 270 + 2! 9. (BNDES – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – CESGRAN-
= 94
9 RIO/2013) Considere o seguinte conjunto:
! {15; 17; 21; 25; 25; 29; 33; 35}
2x+750=846 A média, a mediana e a moda desse conjunto de dados
2x=96 são, respectivamente,
x=48 A) 1, 2 e 3
Cada banquinhos custa R$48,00. B) 5, 7 e 9
C) 7, 9 e 5
RESPOSTA: “D”. D) 25, 25 e 25
E) 25, 27 e 29

!"!!"!!"!!"!!"!!"!!!!!"
!é!"# = = 25
!
!
A mediana é a média entre o 4º e 5º termo:
25 + 25
!!!!!"#$%&% = = 25
2
!
Moda é o número que mais aparece: 25

RESPOSTA: “D”.

94
MATEMÁTICA

I. Princípio da não Contradição: uma proposição não


1. LÓGICA: PROPOSIÇÕES, VALOR-VERDADE pode ser verdadeira “e” falsa ao mesmo tempo.
NEGAÇÃO, CONJUNÇÃO, DISJUNÇÃO, II. Princípio do Terceiro Excluído: toda proposição
IMPLICAÇÃO, EQUIVALÊNCIA, PROPOSIÇÕES “ou” é verdadeira “ou” é falsa, isto é, verifica-se
COMPOSTAS. sempre um desses casos e nunca um terceiro caso.
2. EQUIVALÊNCIAS LÓGICAS.
3. PROBLEMAS DE RACIOCÍNIO: DEDUZIR Valor Lógico das Proposições
INFORMAÇÕES DE RELAÇÕES ARBITRÁRIAS Definição: Chama-se valor lógico de uma proposição a
ENTRE OBJETOS, LUGARES, PESSOAS E/OU verdade, se a proposição é verdadeira (V), e a falsidade, se
EVENTOS FICTÍCIOS DADOS. a proposição é falsa (F).

Exemplo
p: Thiago é nutricionista.
V(p)= V essa é a simbologia para indicar que o valor
Proposição lógico de p é verdadeira, ou
Definição: Todo o conjunto de palavras ou símbolos V(p)= F
que exprimem um pensamento de sentido completo.
Basicamente, ao invés de falarmos, é verdadeiro ou fal-
Nossa professora, bela definição! so, devemos falar tem o valor lógico verdadeiro, tem valor
Não entendi nada! lógico falso.

Vamos pensar que para ser proposição a frase tem que Classificação
fazer sentido, mas não só sentido no nosso dia a dia, mas
também no sentido lógico. Proposição simples: não contém nenhuma outra pro-
Para uma melhor definição dentro da lógica, para ser posição como parte integrante de si mesma. São geral-
proposição, temos que conseguir julgar se a frase é verda- mente designadas pelas letras latinas minúsculas p,q,r,s...
deira ou falsa. E depois da letra colocamos “:”
Exemplos:
Exemplo:
(A) A Terra é azul.
p: Marcelo é engenheiro
Conseguimos falar se é verdadeiro ou falso? Então é
q: Ricardo é estudante
uma proposição.
(B) >2
Proposição composta: combinação de duas ou mais
Como ≈1,41, então a proposição tem valor lógico proposições. Geralmente designadas pelas letras maiúscu-
falso. las P, Q, R, S,...

Todas elas exprimem um fato. Exemplo:


P: Marcelo é engenheiro e Ricardo é estudante.
Agora, vamos pensar em uma outra frase: Q: Marcelo é engenheiro ou Ricardo é estudante.
O dobro de 1 é 2?
Sim, correto? Se quisermos indicar quais proposições simples fazem
Correto. Mas é uma proposição? parte da proposição composta:
Não! Porque sentenças interrogativas, não podemos
declarar se é falso ou verdadeiro. P(p,q)

Bruno, vá estudar. Se pensarmos em gramática, teremos uma proposição


É uma declaração imperativa, e da mesma forma, não composta quando tiver mais de um verbo e proposição
conseguimos definir se é verdadeiro ou falso, portanto, não simples, quando tiver apenas 1. Mas, lembrando que para
é proposição. ser proposição, temos que conseguir definir o valor lógico.

Passei! Conectivos
Ahh isso é muito bom, mas infelizmente, não podemos Agora vamos entrar no assunto mais interessante: o
de qualquer forma definir se é verdadeiro ou falso, porque que liga as proposições.
é uma sentença exclamativa. Antes, estávamos vendo mais a teoria, a partir dos co-
Vamos ver alguns princípios da lógica: nectivos vem a parte prática.

95
MATEMÁTICA

Definição - Disjunção Exclusiva


Palavras que se usam para formar novas proposições,
a partir de outras. Extensa: Ou...ou...
Símbolo: ∨
Vamos pensar assim: conectivos? Conectam alguma
coisa? p: Vitor gosta de estudar.
Sim, vão conectar as proposições, mas cada conetivo q: Vitor gosta de trabalhar
terá um nome, vamos ver?
p∨q Ou Vitor gosta de estudar ou Vitor gosta de tra-
-Negação
balhar.

-Condicional
Extenso: Se...,então..., É necessário que, Condição ne-
Exemplo cessária
p: Lívia é estudante. Símbolo: →
~p: Lívia não é estudante.
Exemplos
q: Pedro é loiro. p→q: Se chove, então faz frio.
¬q: É falso que Pedro é loiro. p→q: É suficiente que chova para que faça frio.
p→q: Chover é condição suficiente para fazer frio.
r: Érica lê muitos livros. p→q: É necessário que faça frio para que chova.
~r: Não é verdade que Érica lê muitos livros. p→q: Fazer frio é condição necessária para chover.

s: Cecilia é dentista. -Bicondicional


¬s: É mentira que Cecilia é dentista. Extenso: se, e somente se, ...
Símbolo:↔
-Conjunção
p: Lucas vai ao cinema
q: Danilo vai ao cinema.

p↔q: Lucas vai ao cinema se, e somente se, Danilo vai


ao cinema.
Nossa, são muitas formas de se escrever com a con-
junção. Referências
Não precisa decorar todos, alguns são mais usuais: “e”, ALENCAR FILHO, Edgar de – Iniciação a lógica matemá-
“mas”, “porém” tica – São Paulo: Nobel – 2002.

Exemplos
p: Vinícius é professor.
q: Camila é médica. Questões
p∧q: Vinícius é professor e Camila é médica.
p∧q: Vinícius é professor, mas Camila é médica. 01. (IFBAIANO – Assistente em Administração –
p∧q: Vinícius é professor, porém Camila é médica. FCM/2017) Considere que os valores lógicos de p e q são
V e F, respectivamente, e avalie as proposições abaixo.
- Disjunção I- p → ~(p ∨ ~q) é verdadeiro
II- ~p → ~p ∧ q é verdadeiro
III- p → q é falso
IV- ~(~p ∨ q) → p ∧ ~q é falso
p: Vitor gosta de estudar.
q: Vitor gosta de trabalhar Está correto apenas o que se afirma em:

p∨q: Vitor gosta de estudar ou Vitor gosta de traba- (A) I e III.


lhar. (B) I, II e III.
(C) I e IV.
(D) II e III.
(E) III e IV.

96
MATEMÁTICA

02. (TERRACAP – Técnico Administrativo – QUA- 05. (EBSERH – Médico – IBFC/2017) Sabe-se que p,
DRIX/2017) Sabendo-se que uma proposição da forma q e r são proposições compostas e o valor lógico das pro-
“P→Q” — que se lê “Se P, então Q”, em que P e Q são pro- posições p e q são falsos. Nessas condições, o valor lógico
posições lógicas — é Falsa quando P é Verdadeira e Q é Fal- da proposição r na proposição composta {[q v (q ^ ~p)] v r}
sa, e é Verdadeira nos demais casos, assinale a alternativa cujo valor lógico é verdade, é:
que apresenta a única proposição Falsa.
(A) falso
(A) Se 4 é um número par, então 42 + 1 é um número (B) inconclusivo
primo. (C) verdade e falso
(B) Se 2 é ímpar, então 22 é par. (D) depende do valor lógico de p
(C) Se 7 × 7 é primo, então 7 é primo. (E) verdade
(D) Se 3 é um divisor de 8, então 8 é um divisor de 15.
(E) Se 25 é um quadrado perfeito, então 5 > 7. 06. (PREF. DE TANGUÁ/RJ – Fiscal de Tributos – MS-
CONCURSOS/2017) Qual das seguintes sentenças é clas-
03. (IFBAIANO – Assistente Social – FCM/2017) sificada como uma proposição simples?
Segundo reportagem divulgada pela Globo, no dia
17/05/2017, menos de 40% dos brasileiros dizem praticar (A) Será que vou ser aprovado no concurso?
esporte ou atividade física, segundo dados da Pesquisa Na- (B) Ele é goleiro do Bangu.
cional por Amostra de Domicílios (Pnad)/2015. Além disso, (C) João fez 18 anos e não tirou carta de motorista.
concluiu-se que o número de praticantes de esporte ou de (D) Bashar al-Assad é presidente dos Estados Unidos.
atividade física cresce quanto maior é a escolaridade.
(Fonte: http://g1.globo.com/bemestar/noticia/me-
07.(EBSERH – Assistente Administrativo –
nos-de-40-dos-brasileiros-dizem-praticar-esporte-ou-ati-
IBFC/2017) Assinale a alternativa incorreta com relação
vidade-fisica-futebol-e-caminhada-lideram-praticas.ghtml.
aos conectivos lógicos:
Acesso em: 23 abr. 2017).
Com base nessa informação, considere as proposições
p e q abaixo: (A) Se os valores lógicos de duas proposições forem
falsos, então a conjunção entre elas têm valor lógico falso.
p: Menos de 40% dos brasileiros dizem praticar esporte (B) Se os valores lógicos de duas proposições forem
ou atividade física falsos, então a disjunção entre elas têm valor lógico falso.
q: O número de praticantes de esporte ou de atividade (C) Se os valores lógicos de duas proposições forem
física cresce quanto maior é a escolaridade falsos, então o condicional entre elas têm valor lógico ver-
dadeiro.
Considerando as proposições p e q como verdadeiras, (D) Se os valores lógicos de duas proposições forem
avalie as afirmações feitas a partir delas. falsos, então o bicondicional entre elas têm valor lógico
falso.
I- p ∧ q é verdadeiro (E) Se os valores lógicos de duas proposições forem
II- ~p ∨ ~q é falso falsos, então o bicondicional entre elas têm valor lógico
III- p ∨ q é falso verdadeiro.
IV- ~p ∧ q é verdadeiro
08. (DPU – Analista – CESPE/2016) Um estudante de
Está correto apenas o que se afirma em: direito, com o objetivo de sistematizar o seu estudo, criou
sua própria legenda, na qual identificava, por letras, algu-
(A) I e II. mas afirmações relevantes quanto à disciplina estudada e
(B) II e III. as vinculava por meio de sentenças (proposições). No seu
(C) III e IV. vocabulário particular constava, por exemplo:
(D) I, II e III.
(E) II, III e IV. P: Cometeu o crime A.
Q: Cometeu o crime B.
04. (UFSBA - Administrador – UFMT /2017) Assinale R: Será punido, obrigatoriamente, com a pena de reclu-
a alternativa que NÃO apresenta uma proposição.
são no regime fechado.
S: Poderá optar pelo pagamento de fiança.
(A) Jorge Amado nasceu em Itabuna-BA.
(B) Antônio é produtor de cacau.
Ao revisar seus escritos, o estudante, apesar de não re-
(C) Jorge Amado não foi um grande escritor baiano.
(D) Queimem os seus livros. cordar qual era o crime B, lembrou que ele era inafiançável.
Tendo como referência essa situação hipotética, julgue
o item que se segue.

97
MATEMÁTICA

A proposição “Caso tenha cometido os crimes A e B, 02. Resposta:.E.


não será necessariamente encarcerado nem poderá pagar Vamos fazer por alternativa:
fiança” pode ser corretamente simbolizada na forma (P∧- (A) V→V
Q)→((~R)∨(~S)). V
( )Certo ( )Errado
(B) F→V
09. (PREF. DE RIO DE JANEIRO/RJ – Administrador - V
PREF. DE RIO DE JANEIRO/2016) Considere-se a seguinte
proposição: “Se chove, então Mariana não vai ao deserto”. (C)V→V
Com base nela é logicamente correto afirmar que: V
(A) Chover é condição necessária e suficiente para Ma-
riana ir ao deserto. (D) F→F
V
(B) Mariana não ir ao deserto é condição suficiente
para chover.
(E) V→F
(C) Mariana ir ao deserto é condição suficiente para
F
chover.
(D) Não chover é condição necessária para Mariana ir
03. Resposta: A.
ao deserto.
p∧q é verdadeiro
~p∨~q
10. (PREF. DO RIO DE JANEIRO – Agente de Admi-
nistração – PREF. DE RIO DE JANEIRO/2016) Considere- F∨F
-se a seguinte proposição: F
p∨q
P: João é alto ou José está doente. V∨V
V
O conectivo utilizado na proposição composta P cha-
ma-se: ~p∧q
(A) disjunção F∧V
(B) conjunção F
(C) condicional
(D) bicondicional 04. Resposta: D.
As frases que você não consegue colocar valor lógico
(V ou F) não são proposições.
RESPOSTAS Sentenças abertas, frases interrogativas, exclamativas,
imperativas
01. Resposta: D.
I- p → ~(p ∨ ~q) 05. Resposta: E.
(V) →~(V∨V) Sabemos que p e q são falsas.
V→F q∧~p =F
F q∨( q∧~p)
F∨F
II- ~p → ~p ∧ q F
F→F∧V Como a proposição é verdadeira, R deve ser verdadeira
F→F para a disjunção ser verdadeira.
V
06. Resposta: D.
III- p → q A única que conseguimos colocar um valor lógico.
V→F A C é uma proposição composta.
F
07. Resposta: D.
IV- ~(~p ∨ q) → p ∧ ~q Observe que as alternativas D e E são contraditórias,
~(F∨F) →V∧V portanto uma delas é falsa.
V→V Se as duas proposições têm o mesmo valor lógico, a
→V bicondicional é verdadeira.

98
MATEMÁTICA

08. Resposta: Errado. -Negação


“...encarcerado nem poderá pagar fiança”. p ~p
“Nem” é uma conjunção(∧) V F
F V
09. Resposta: D.
Não pode chover para Mariana ir ao deserto. Se estamos negando uma coisa, ela terá valor lógico
oposto, faz sentido, não?
10. Resposta: A. - Conjunção
O conectivo ou chama-se disjunção e também é repre-
sentado simbolicamente por ∨ Eu comprei bala e chocolate, só vou me contentar se eu
tiver as duas coisas, certo?
Se eu tiver só bala não ficarei feliz, e nem se tiver só
Tabela-verdade
chocolate.
Com a tabela-verdade, conseguimos definir o valor
E muito menos se eu não tiver nenhum dos dois.
lógico de proposições compostas facilmente, analisando
cada coluna.
p q p ∧q
Se tivermos uma proposição p, ela pode ter V(p)=V ou V V V
V(p)=F V F F
F V F
p F F F
V
F -Disjunção

Quando temos duas proposições, não basta colocar só Vamos pensar na mesma frase anterior, mas com o co-
nectivo “ou”.
VF, será mais que duas linhas.
Eu comprei bala ou chocolate.
p q Eu comprei bala e também comprei o chocolate, está
V V certo pois poderia ser um dos dois ou os dois.
V F Se eu comprei só bala, ainda estou certa, da mesma
F V forma se eu comprei apenas chocolate.
F F Agora se eu não comprar nenhum dos dois, não dará
certo.
Observe, a primeira proposição ficou VVFF
E a segunda intercalou VFVF.
Vamos raciocinar, com uma proposição temos 2 possi- p q p ∨q
bilidades, com 2 proposições temos 4, tem que haver um V V V
padrão para se tornar mais fácil! V F V
As possibilidades serão 2n,
F V V
Onde:
n=número de proposições F F F
p q r -Disjunção Exclusiva
V V V
V F V Na disjunção exclusiva é diferente, pois OU comprei
chocolate OU comprei bala.
V V F
Ou seja, um ou outro, não posso ter os dois ao mesmo
V F F tempo.
F V V
F F V p q p∨q
V V F
F V F
V F V
F F F F V V
F F F
A primeira proposição, será metade verdadeira e me-
tade falsa.
A segunda, vamos sempre intercalar VFVFVF.
E a terceira VVFFVVFF.
Agora, vamos ver a tabela verdade de cada um dos
operadores lógicos?

99
MATEMÁTICA

-Condicional A proposição ~(p∧p) é tautologia, pelo Princípio da


não contradição. Está lembrado?
Se chove, então faz frio.
Princípio da não Contradição: uma proposição não
Se choveu, e fez frio pode ser verdadeira “e” falsa ao mesmo tempo.
Estamos dentro da possibilidade.(V)
P ~p p∧~p ~(p∧p)
Choveu e não fez frio V F F V
Não está dentro do que disse. (F) F V F V
Não choveu e fez frio.. A proposição p∨ ~p é tautológica, pelo princípio do
Ahh tudo bem, porque pode fazer frio se não chover, Terceiro excluído.
certo?(V)
Princípio do Terceiro Excluído: toda proposição “ou” é
Não choveu, e não fez frio verdadeira “ou” é falsa, isto é, verifica-se sempre um desses
Ora, se não choveu, não precisa fazer frio. (V) casos e nunca um terceiro caso.
p q p →q
V V V P ~p p∨~p
V F F V F V
F V V F V V
F F V
Esses são os exemplos mais simples, mas normalmente
-Bicondicional conseguiremos resolver as questões com base na tabela
verdade, por isso insisto que a tabela verdade dos opera-
Ficarei em casa, se e somente se, chover. dores, têm que estar na “ponta da língua”, quase como a
tabuada da matemática.
Estou em casa e está chovendo.
A ideia era exatamente essa. (V) Veremos outros exemplos

Estou em casa, mas não está chovendo. Exemplo 1


Você não fez certo, era só pra ficar em casa se choves- Vamos pensar nas proposições
se. (F) P: João é estudante
Q: Mateus é professor
Eu sai e está chovendo. Se João é estudante, então João é estudante ou Mateus
Aiaiai não era pra sair se está chovendo. (F) é professor.
Não estou em casa e não está chovendo. Em simbologia: p→p∨q
Sem chuva, você pode sair, ta? (V)
P Q pVq p→p∨q
p q p ↔q V V V V
V V V V F V V
V F F F V V V
F V F F F F V
F F V
A coluna inteira da proposição composta deu verda-
Tentei deixar de uma forma mais simples, para enten- deiro, então é uma tautologia.
der a tabela verdade de cada conectivo, pois sei que será
difícil para decorar, mas se você lembrar das frases, talvez Exemplo 2
fique mais fácil. Bons estudos! Vamos às questões!
Com as mesmas proposições anteriores:
Tautologia João é estudante ou não é verdade que João é estu-
dante e Mateus é professor.
Definição: Chama-se tautologia, toda proposição com- p∨~(p∧q)
posta que terá a coluna inteira de valor lógico V.
Podemos ter proposições SIMPLES que são falsas e se P Q p∧q ~(p∧q) p∨~(p∧q)
a coluna da proposição composta for verdadeira é tauto- V V V F V
logia. V F F V V
Vamos ver alguns exemplos. F V F V V
F F F V V

100
MATEMÁTICA

Novamente, coluna deu inteira com valor lógico verda-


deiro, é tautologia.

Exemplo 3
Se João é estudante ou não é estudante, então Mateus
é professor.

P Q ~p p∨~p p∨~p→q
V V F V V
V F F V F
F V V V V
F F V V V

Deu uma falsa e agora?


Não é tautologia.
Completando a tabela, se necessário, assinale a opção
que mostra, na ordem em que aparecem, os valores lógi-
cos na coluna correspondente à proposição S, de cima para
Referências baixo.
ALENCAR FILHO, Edgar de – Iniciação a lógica matemá- (A) V / V / F / F / F / F / F / F
tica – São Paulo: Nobel – 2002. (B) V / V / F / V / V / F / F / V
(C) V / V / F / V / F / F / F / V
(D) V / V / V / V / V / V / V / V
Questões (E) V / V / V / F / V / V / V / F

01. (TRT 7ªREGIÃO – Conhecimentos Básicos – CES- 03. (UTFPR – pedagogo – UTFPR/2017) A operação
PE/2017) Texto CB1A5AAA – Proposição P lógica descrita pela tabela verdade da função Z, cujos ope-
A empresa alegou ter pago suas obrigações previden- randos são p e q, é:
ciárias, mas não apresentou os comprovantes de paga-
mento; o juiz julgou, pois, procedente a ação movida pelo
ex-empregado.
A quantidade mínima de linhas necessárias na tabela-
-verdade para representar todas as combinações possíveis
para os valores lógicos das proposições simples que com-
põem a proposição P do texto CB1A5AAA é igual a:

(A) 32.
(A) Conjunção.
(B) 4.
(B) Disjunção.
(C) 8.
(C) Disjunção exclusiva.
(D) 16. (D) Implicação.
(E) Bicondicional.
02. (SERES/PE – Agente de Segurança Penitenciária 04. (POLITEC/MT – Papiloscopista – UFMT/2017)
– CESPE/2017) A partir das proposições simples P: “Sandra Considere a tabela-verdade abaixo, em que nas duas pri-
foi passear no centro comercial Bom Preço”, Q: “As lojas meiras colunas encontram-se os valores-verdade de duas
do centro comercial Bom Preço estavam realizando liquida- proposições A e B. Considere que V é usado para proposi-
ção” e R: “Sandra comprou roupas nas lojas do Bom Preço” ção verdadeira e F para proposição falsa.
é possível formar a proposição composta S: “Se Sandra foi
passear no centro comercial Bom Preço e se as lojas desse
centro estavam realizando liquidação, então Sandra com-
prou roupas nas lojas do Bom Preço ou Sandra foi passear
no centro comercial Bom Preço”. Considerando todas as
possibilidades de as proposições P, Q e R serem verdadei-
ras (V) ou falsas (F), é possível construir a tabela-verdade da
proposição S, que está iniciada na tabela mostrada a seguir.

101
MATEMÁTICA

Assinale a sequência que completa correta e respecti- 08. A sentença (P→Q)↔((~Q)→(~P)) será sempre ver-
vamente a tabela com os valores-verdade de x, y, z, t. dadeira, independentemente das valorações de P e Q como
verdadeiras ou falsas.
(A) V, F, V, V ( )certo ( )errado
(B) V, F, F, F
(C) F, V, V, F
(D) F, V, F, V 09. Tendo como referência essa situação hipotética,
julgue o item que se segue.
05. (AGREBRA – Técnico em Regulação – IBFC/2017)
A sentença P→S é verdadeira.
Assinale a alternativa correta. O valor lógico do bicondicio-
nal entre duas proposições é falso se:
( )certo ( )errado
(A) os valores lógicos das duas proposições forem fal-
sos .
(B) o valor lógico de cada uma das proposições for ver- 10. Tendo como referência essa situação hipotética,
dade. julgue o item que se segue.
(C) o valor lógico da primeira proposição for falso.
(D) o valor lógico da segunda proposição for falso. A sentença Q→R é falsa.
(E) somente uma das proposições tiver valor lógico fal- ( )certo ( )errado
so.

06. (PREF. DE SÃO JOSÉ DO CERRITO/SC – Assitente 11. (UTFPR – Pedagogo – UTFPR/2017) Considere as
Social – IESES/2017) Assinale a alternativa INCORRETA so- seguintes proposições:
bre lógica proposicional:
I) p ∧ ~p
(A) A disjunção inclusiva é falsa apenas quando ambas II) p → ~p
as proposições são falsas. III) p ∨ ~p
(B) A negação de uma proposição é falsa se ela for ver-
IV) p →~q
dadeira, e vice-versa.
(C) A conjunção é verdadeira apenas quando ambas as
proposições são verdadeiras. Assinale a alternativa correta.
(D) A implicação ou condicional é falsa quando ambas
as proposições são falsas. (A) Somente I e II são tautologias.
(B) Somente II é tautologia.
07. (PREF. DE TANGUÁ/RJ – Fiscal de Tributos – MS- (C) Somente III é tautologia.
CONCURSOS/2017) A tabela-verdade da proposição (p (D) Somente III e a IV são tautologias.
->q) ^r <->(p^~r) possui: (E) Somente a IV é tautologia.

(A) 4 linhas
(B) 8 linhas 12 (FUNDAÇÃO HEMOCENTRO DE BRASILIA/DF – Ad-
(C) 16 linhas ministração – IADES/2017) Assinale a alternativa que apre-
(D) 32 linhas senta uma tautologia.

(DPU – Analista – CESPE/2016) Um estudante de di- (A) p∨(q∨~p)


reito, com o objetivo de sistematizar o seu estudo, criou (B) (q→p) →(p→q)
sua própria legenda, na qual identificava, por letras, algu- (C) p→(p→q∧~q)
mas afirmações relevantes quanto à disciplina estudada e (D) p∨~q→(p→~q)
as vinculava por meio de sentenças (proposições). No seu (E) p∨q→p∧q
vocabulário particular constava, por exemplo:

P: Cometeu o crime A.
Respostas
Q: Cometeu o crime B.
R: Será punido, obrigatoriamente, com a pena de reclu-
são no regime fechado. 01. Resposta: C.
S: Poderá optar pelo pagamento de fiança. P: A empresa alegou ter pago suas obrigações previ-
Ao revisar seus escritos, o estudante, apesar de não denciárias.
recordar qual era o crime B, lembrou que ele era inafian- Q: apresentou os comprovantes de pagamento.
çável. R: o juiz julgou, pois, procedente a ação movida pelo
ex-empregado.
Tendo como referência essa situação hipotética, julgue Número de linhas: 2³=8.
os itens que se seguem.

102
MATEMÁTICA

02. Resposta: D. -Bicondicional


A proposição S é composta por: (p∧q)→(r∨p) p q p ↔q
V V V
P Q R p∧q r∨p S(p∧q)→(r∨p) V F F
V V V V V V F V F
F F V
V V F V V V
V F V F V V 09. Resposta: Errado
Apesar da tendência de falar que é verdadeira, pois fala
V F F F V V que o crime B é inafiançável, logo A é pode optar por pagar
F V V F V V a fiança, não é correto, pois não sabemos sobre o crime A,
F V F F F V se ele é inafiançável ou não.
F F V F V V
10. Resposta: Errado.
F F F F F V Se temos V(Q)=V
Para a proposição Q→R ser falsa, R deve ser falso.
03. Resposta: A. Mas, se o crime B é inafiançável, então R é verdadeiro,
É uma conjunção, pois só é verdadeira quando as duas tornando Q→R verdadeira, por isso está errado.
proposições são verdadeiras.
11. Resposta: C.
04. Resposta:A. P ou a própria negação é tautologia.
A B ¬A ¬A ou B
V V F V 12. Resposta: A.
V F F F Antes de entrar em desespero que tenha que fazer to-
F V V V das as tabela verdade, vamos analisar:
F F V V Provavelmente terá uma alternativa que tenha uma
proposição com conectivo de disjunção e a negação:
05. Resposta: E. p∨~p
p q p ↔q Logo na alternativa A, percebemos que temos algo pa-
V V V recido.
V F F Para confirmar, podemos fazer a tabela verdade:
F V F P Q ~p q∨~p p∨(q∨~p)
F F V V V F V V
V F F F V
06. Resposta: D. F V V V V
A condicional é falsa, apenas quando a primeira for F F V V V
verdadeira e a segunda falsa.

07. Resposta: B. EQUIVALÊNCIAS LÓGICAS


São três proposições: 2³=8
Diz-se que uma proposição P(p,q,r..) é logicamente
08. Resposta: Certo. equivalente ou equivalente a uma proposição Q(p,r,s..) se as
Analisando as duas tabelas, qualquer valor lógico que tabelas-verdade dessas duas proposições são IDÊNTICAS.
colocarmos dará verdadeiro. Para indicar que são equivalentes, usaremos a seguinte
Exemplo: notação:
V(P)=V P(p,q,r..) ⇔ Q(p,r,s..)
V(Q)=V
V(~P)=F Essa parte de equivalência é um pouco mais chatinha,
V(~Q)=F mas conforme estudamos, vou falando algumas dicas.
V(P→Q)=V
V(~Q→~P)=V Regra da Dupla negação
V((P→Q)↔((~Q→(~P))==V ~~p⇔p

-Condicional
p ~p ~~p
p q p →q V F V
V V V F V F
V F F
F V V São iguais, então ~~p⇔p
F F V

103
MATEMÁTICA

Regra de Clavius b) p ∨ q ⇔ q ∨ p
~p→p⇔p p q p∨q q∨ p
V V V V
p ~p ~p→p V F V V
V F V F V V V
F V F F F F F
Regra de Absorção c) p ∨ q ⇔ q p
p→p∧q⇔p→q p q p∨q q∨p
V V F F
p q p∧q p→p∧q p→q V F V V
V V V V V F V V V
V F F F F F F F F
F V F V V
F F F V V d) p ↔ q ⇔ q ↔ p
p q p↔q q↔p
Condicional V V V V
V F F F
Gostaria da sua atenção aqui, pois as condicionais são F V F F
as mais pedidas nos concursos F F V V
A condicional p→q e a disjunção ~p∨q, têm tabelas-
-verdades idênticas Equivalências notáveis:

p ~p q p∧q p→q ~p∨q 1 - Distribuição (equivalência pela distributiva)


V F V V V V a) p ∧ (q ∨ r) ⇔ (p ∧ q) ∨ (p ∧ r)
V F F F F F
F V V F V V q p ∧ (q p∧ p (p ∧ q) ∨ (p
F V F F V V p q r
∨r ∨ r) q ∧r ∧ r)

Exemplo V V V V V V V V
p: Coelho gosta de cenoura V V F V V V F V
q: Coelho é herbívoro. V F V V V F V V
V F F F F F F F
p→q: Se coelho gosta de cenoura, então coelho é her- F V V V F F F F
bívoro. F V F V F F F F
~p∨q: Coelha não gosta de cenoura ou coelho é her- F F V V F F F F
bívoro F F F F F F F F

A condicional ~p→~q é equivalente a disjunção p∨~q b) p ∨ (q ∧ r) ⇔ (p ∨ q) ∧ (p ∨ r)

p q ~p ~q ~p→~q p∨~q q p ∨ (q p∨ p (p ∨ q) ∧ (p
p q r
V V F F V V ∧r ∧ r) q ∨r ∨ r)
V V V V V V V V
V F F V V V
V V F F V V V V
F V V F F F
V F V F V V V V
F F V V V V
V F F F V V V V
Equivalência fundamentais (Propriedades Funda- F V V V V V V V
mentais): a equivalência lógica entre as proposições goza F V F F F V F F
das propriedades simétrica, reflexiva e transitiva. F F V F F F V F
F F F F F F F F
1 – Simetria (equivalência por simetria)
a) p ∧ q ⇔ q ∧ p 2 - Associação (equivalência pela associativa)
p q p∧q q∧p a) p ∧ (q ∧ r) ⇔ (p ∧ q) ∧ (p ∧ r)

V V V V q p ∧ (q p (p ∧ q) ∧ (p
V F F F p q r p∧q
∧r ∧ r) ∧r ∧ r)
F V F F V V V V V V V V
F F F F V V F F F V F F
V F V F F F V F

104
MATEMÁTICA

V F F F F F F F 3º caso: (p → ~q) ⇔ (q → ~p)


F V V V F F F F p q ~q p → ~q ~p q → ~p
F V F F F F F F V V F F F F
F F V F F F F F V F V V F V
F F F F F F F F F V F V V V
F F V V V V
b) p ∨ (q ∨ r) ⇔ (p ∨ q) ∨ (p ∨ r)
5 - Pela bicondicional
q p ∨ (q p∨ p (p ∨ q) ∨ (p a) (p ↔ q) ⇔ (p → q) ∧ (q → p), por definição
p q r
∨r ∨ r) q ∨r ∨ r) p q p ↔ q p → q q → p (p → q) ∧ (q → p)
V V V V V V V V V V V V V V
V V F V V V V V V F F F V F
V F V V V V V V F V F V F F
V F F F V V V V F F V V V V
F V V V V V V V
F V F V V V F V b) (p ↔ q) ⇔ (~q → ~p) ∧ (~p → ~q)
F F V V V F V V p
~q → ~p → (~q → ~p) ∧
F F F F F F F F p q ↔ ~q ~p
~p ~q (~p → ~q)
q
3 – Idempotência V V V F F V V V
a) p ⇔ (p ∧ p) V F F V F F V F
Para ficar mais fácil o entendimento, vamos fazer duas F V F F V V F F
colunas com p: F F V V V V V V

p p p∧p c) (p ↔ q) ⇔ (p ∧ q) ∨ (~p ∧ ~q)


V V V p p
~p ∧ (p ∧ q) ∨ (~p
F F F p q ↔ ∧ ~p ~q
~q ∧ ~q)
q q
b) p ⇔ (p ∨ p) V V V V F F F V
V F F F F V F F
p p p ∨p F V F F V F F F
V V V F F V F V V V V
F F F
6 - Pela exportação-importação
4 - Pela contraposição: de uma condicional gera-se [(p ∧ q) → r] ⇔ [p → (q → r)]
outra condicional equivalente à primeira, apenas inverten- p q r p ∧ q (p ∧ q) → r q → r p → (q → r)
do-se e negando-se as proposições simples que as com- V V V V V V V
põem. V V F V F F F
V F V F V V V
Da mesma forma que vimos na condicional mais acima, V F F F V V V
temos outros modos de definir a equivalência da condicio- F V V F V V V
nal que são de igual importância F V F F V F V
F F V F V V V
1º caso – (p → q) ⇔ (~q → ~p) F F F F V V V
p q ~p ~q p → q ~q → ~p
V V F F V V Proposições Associadas a uma Condicional (se, então)
V F F V F F
F V V F V V Chama-se proposições associadas a p → q as três pro-
F F V V V V posições condicionadas que contêm p e q:
– Proposições recíprocas: p → q: q → p
2º caso: (~p → q) ⇔ (~q → p) – Proposição contrária: p → q: ~p → ~q
– Proposição contrapositiva: p → q: ~q → ~p
p q ~p ~p → q ~q ~q → p
V V F V F V
V F F V V V
F V V V F V
F F V F V F

105
MATEMÁTICA

Observe a tabela verdade dessas quatro proposições: 05. (IBGE – Analista Censitário – FGV/2017) Considere
como verdadeira a seguinte sentença: “Se todas as flores são
q vermelhas, então o jardim é bonito”.
p→ ~p → ~q → É correto concluir que:
p q ~p ~q →
q ~q ~p
p
V V F F V V V V (A) se todas as flores não são vermelhas, então o jardim
V F F V F V V F não é bonito;
F V V F V F F V (B) se uma flor é amarela, então o jardim não é bonito;
F F V V V V V V (C) se o jardim é bonito, então todas as flores são ver-
melhas;
Observamos ainda que a condicional p → q e a sua (D) se o jardim não é bonito, então todas as flores não
recíproca q → p ou a sua contrária ~p → ~q NÃO SÃO são vermelhas;
EQUIVALENTES. (E) se o jardim não é bonito, então pelo menos uma flor
não é vermelha.
Questões
06. (POLITEC/MT – Papiloscopista – UFMT/2017)
01. (TJ/SP - Escrevente Técnico Judiciário - VU- Uma proposição equivalente a Se há fumaça, há fogo, é:
NESP/2017) Uma afirmação equivalente para “Se estou fe-
liz, então passei no concurso” é: (A) Se não há fumaça, não há fogo.
(A) Se passei no concurso, então estou feliz. (B) Se há fumaça, não há fogo.
(B) Se não passei no concurso, então não estou feliz.
(C) Se não há fogo, não há fumaça.
(C) Não passei no concurso e não estou feliz.
(D) Estou feliz e passei no concurso. (D) Se há fogo, há fumaça.
(E) Passei no concurso e não estou feliz.
07. (DPE/RR – Técnico em Informática – INAZ DO
02. (UTFPR – Pedagogo – UTFPR/2017) Considere a PARÁ/2017) Diz-se que duas preposições são equivalen-
frase: tes entre si quando elas possuem o mesmo valor lógico. A
Se Marco treina, então ele vence a competição. sentença logicamente equivalente a: “ Se Maria é médica,
A frase equivalente a ela é: então Victor é professor” é:
(A) Se Marco não treina, então vence a competição.
(B) Se Marco não treina, então não vence a competição. (A) Se Victor não é professor então Maria não é médica
(C) Marco treina ou não vence a competição.
(B) Se Maria não é médica então Victor não é professor
(D) Marco treina se e somente se vence a competição.
(E) Marco não treina ou vence a competição. (C) Se Victor é professor, Maria é médica
(D) Se Maria é médica ou Victor é professor
03. (TRF 1ª REGIÃO – Cargos de nível médio – CES- (E) Se Maria é médica ou Victor não é professor
PE/2017) A partir da proposição P: “Quem pode mais, cho-
ra menos.”, que corresponde a um ditado popular, julgue o 08. (PREF. DE RIO DE JANEIRO – Administrador –
próximo item. PREF. DO RIO DE JANEIRO/2016) Uma proposição lo-
Do ponto de vista da lógica sentencial, a proposição P é gicamente equivalente a “se eu não posso pagar um táxi,
equivalente a “Se pode mais, o indivíduo chora menos”. então vou de ônibus” é a seguinte:
( ) Certo
( ) Errado
(A) se eu não vou de ônibus, então posso pagar um táxi
04. (TRT 12ª REGIÃO – Analista Judiciário – FGV/2017) (B) se eu posso pagar um táxi, então não vou de ônibus
Considere a sentença: “Se Pedro é torcedor do Avaí e Marce- (C) se eu vou de ônibus, então não posso pagar um táxi
la não é torcedora do Figueirense, então Joana é torcedora (D) se eu não vou de ônibus, então não posso pagar
da Chapecoense”. um táxi
Uma sentença logicamente equivalente à sentença dada é:
(A) Se Pedro não é torcedor do Avaí ou Marcela é torce- 09. (PREF. DO RIO DE JANEIRO – Agente de Admi-
dora do Figueirense, então Joana não é torcedora da Cha- nistração – PREF. DO RIO DE JANEIRO/2016) Uma pro-
pecoense. posição logicamente equivalente a “todo ato desonesto é
(B) Se Pedro não é torcedor do Avaí e Marcela é torce- passível de punição” é a seguinte:
dora do Figueirense, então Joana não é torcedora da Cha-
pecoense.
(C) Pedro não é torcedor do Avaí ou Marcela é torcedora (A) todo ato passível de punição é desonesto.
do Figueirense ou Joana é torcedora da Chapecoense. (B) todo ato não passível de punição é desonesto.
(D) Se Joana não é torcedora da Chapecoense, então (C) se um ato não é passível de punição, então não é
Pedro não é torcedor do Avaí e Marcela é torcedora do Fi- desonesto.
gueirense. (D) se um ato não é desonesto, então não é passível
(E) Pedro não é torcedor do Avaí ou Marcela é torcedora de punição.
do Figueirense e Joana é torcedora da Chapecoense.

106
MATEMÁTICA

10. (TJ/PI – Analista Judiciário – FGV/2015) Conside- 08. Resposta: A.


re a sentença: “Se gosto de capivara, então gosto de javali”. Temos p→q e a equivalência pode ser ~q→~p
~p∨q
Uma sentença logicamente equivalente à sentença Nesse caso, como temos apenas condicional nas alter-
dada é: nativas.
Nega as duas e troca
(A) Se não gosto de capivara, então não gosto de javali. p: não posso pagar um táxi
(B) Gosto de capivara e gosto de javali. q: vou de ônibus
(C) Não gosto de capivara ou gosto de javali. ~p: Posso pagar um táxi
(D) Gosto de capivara ou não gosto de javali. ~q: Não vou de ônibus
(E) Gosto de capivara e não gosto de javali. Se não vou de ônibus, então posso pagar um táxi
Respostas 09. Resposta: C.
Vamos pensar da seguinte maneira:
01. Resposta: B. Se todo ato é desonesto, então é passível de punição
p→q⇔~q→~p Temos p→q e a equivalência pode ser: “~q→~p” ou
p: Estou feliz “~p∨q”
q: passei no concurso Nesse caso, as alternativas nos mostram condicional.
A equivalência ficaria: Se um ato não é passível de punição, então não é de-
Se não passei no concurso, então não estou feliz. sonesto.

02. Resposta: E. 10. Resposta: C.


Temos p→q e a equivalência pode ser: “~q→~p” ou Lembra da tabela da teoria??
“~p∨q” p q p→q ~p ~p∨q
P: Marcos treina V V V F V
Q: ele vence a competição V F F F F
Marcos não treina ou ele vence a competição F V V V V
F F V V V
03. Resposta: Certo.
Uma dica é que normalmente quando tem vírgula é Então
condicional, não é regra, mas acontece quando você não p: Gosto de capivara
acha o conectivo. q: Gosto de javali
04. Resposta: C. Temos p→q e a equivalência pode ser ~q→~p, mas não
Temos p→q e a equivalência pode ser: “~q→~p” ou temos essa opção.
“~p∨q” Portanto, deve ser ~p∨q
~p: Pedro não é torcedor do Avaí ou Marcela é torce-
Não gosto de capivara ou gosto de javali.
dora do Figueirense
~q→~p: Se Joana não é torcedora da Chapecoense,
Referências
então Pedro não é torcedor do Avaí ou Marcela é torcedora
ALENCAR FILHO, Edgar de – Iniciação a lógica matemá-
do Figueirense
tica – São Paulo: Nobel – 2002.
~p∨q: Pedro não é torcedor do Avaí ou Marcela é torce-
CABRAL, Luiz Cláudio Durão; NUNES, Mauro César de
dora do Figueirense ou Joana é torcedora da Chapecoense.
Abreu - Raciocínio lógico passo a passo – Rio de Janeiro:
05. Resposta: E. Elsevier, 2013.
Equivalência: p→q⇔~q→~p
Para negar Todos:
Pelo menos faz o contrário, ou seja, no nosso caso,
pelo menos uma flor não é vermelha
~p: Pelo menos uma flor não é vermelha SEQUËNCIA LÓGICA
Se o jardim não é bonito, então pelo menos uma flor
não é vermelha. As sequências lógicas aparecem com frequências nas
provas de concurso. São vários tipos: números, letras, figu-
06. Resposta: C. ras, baralhos, dominós e como é um assunto muito abran-
Nega as duas e troca de lado. gente, e pode ser pedido de qualquer forma, o que ajudará
Se não há fogo, então não há fumaça. nos estudos serão as práticas de exercícios e algumas dicas
que darei. Em cada exemplo, darei algumas dicas para toda
07. Resposta: A. vez que você visualizar esse tipo de questão já ajude a ana-
Nega as duas e troca de lado. lisar que tipo será. Vamos lá?
Se Victor não é professor, então Maria não é medica.

107
MATEMÁTICA

Sequência de Números (A) 9.


Pode ser feita por soma, subtração, divisão, multipli- (B) 11.
cação. (C) 26.
Mas lembre-se, se estamos falando de SEQUÊNCIA, ela (D) 27.
vai seguir um padrão, basta você achar esse padrão, alguns
serão mais difíceis, outro beeem fácil e não se assuste se Resolução
achar rápido, não terá uma “PEGADINHA”, será isso e pon- Quando há uma sequência que não parece progressão
to. aritmética ou geométrica, devemos “apelar” para soma os
Vamos ver alguns tipos de sequências: dois anteriores, soma 1, e assim por diante.
No caso se somarmos os dois primeiros para dar o ter-
-Progressão Aritmética ceiro: 3+6=9
2 5 8 11 Para dar 3, devemos dividir por 3: 9/3=3
Vamos ver se ficará certo com o restante
Progressão aritmética sempre terá a mesma razão. 6+3=9
No nosso exemplo, a razão é 3, pois para cada número 9/3=3
seguinte, temos que somar 3. 3+2=5
5/3
-Progressão Geométrica Opa...parece que deu certo
9 18 36 72 Então:

E agora para essa nova sequência?


Se somarmos 9, não teremos uma sequência, então
não é soma.
O próximo que tentamos é a multiplicação,9x2=18
18x2=36
36x2=72
Opa, deu certo? Resposta: D.
Progressão geométrica de razão 2.
Sequência de Letras
Sobre a sequência de Letras, fica um pouco mais difícil
-Incremento em Progressão
de falar, pois podem ser de vários tipos.
1 2 4 7
Às vezes temos que substituir por números, outras ana-
lisar o padrão de como aparecem. Vamos ver uns exemplos?
Observe que estamos somando 1 a mais para cada nú-
mero.
Exemplo 1
1=1=2
(AGERIO – Analista de Desenvolvimento – FDC/2015)
2+2=4
Considerando a sequência de vocábulos:
4+3=7 galo - pato - carneiro - X - cobra – jacaré
-Série de Fibonacci A alternativa lógica que substitui X é:
1 1 2 3 5 8 13
Cada termo é igual à soma dos dois anteriores. (A) boi
(B) siri
-Números Primos (C) sapo
2 3 5 7 11 13 17 (D) besouro
Naturais que possuem apenas dois divisores naturais. (E) gaivota
-Quadrados Perfeitos Resolução
1 4 9 16 25 36 49 Primeiro tentamos número de sílabas ou letras.
Números naturais cujas raízes são naturais. Letras já não deu certo.

Exemplo 1 Galo=4
Pato=4
(UFPB – Administrador – IDECAN/2016) Considere a Carneiro=8
sequência numérica a seguir: Cobra=4
3, 6, 3, 3, 2, 5/3, 11/9. . . Jacaré=6
Não tem um padrão
Sabendo-se que essa sequência obedece uma regra de
formação a partir do terceiro termo, então o denominador Número de sílabas
do próximo termo da sequência é: Está dividido em 2 e 3 e sem padrões

108
MATEMÁTICA

Começadas com as letras dos meses?não... (A)


Difícil...
São animais, então:

Galo e pato são aves (B)


Cobra e jacaré são répteis
O carneiro é mamífero, se estão aos pares, devemos
procurar outro mamífero que no caso é o boi
Resposta: A.
(C)
Exemplo 2
(IBGE - Técnico em Informações Geográficas e Esta-
tísticas – FGV/2016) Considere a sequência infinita
(D)
IBGEGBIBGEGBIBGEG...

A 2016ª e a 2017ª letras dessa sequência são, respec-


tivamente:
(A) BG; (E)
(B) GE;
(C) EG;
(D) GB;
(E) BI.
Resposta: B.
Resposta: E.
Primeiro risco vai na parte de baixo, depois do lado
É uma sequência com 6 E depois 2 riscos e assim por diante.
Cada letra equivale a sequência Então nossa figura terá que ter 3 riscos, mas a B ou D?
I=1 É a B, pois o risco de cima, tem que ser o maior de
B=2 todos.
G=3
E=4 Questões
G=5
B=0 01. ( TRE/RJ - Técnico Judiciário - Operação de
Computadores – CONSULPLAN/2017) Os termos de uma
2016/6=336 resta 0 determinada sequência foram sucessivamente obtidos se-
2017/6=336 resta 1 guindo um determinado padrão:

Portanto, 2016 será a letra B, pois resta 0, será equiva- (5, 9, 17, 33, 65, 129...)
lente a última letra
O décimo segundo termo da sequência anterior é um
E 2017 será a letra I, pois resta 1 e é igual a primeira
número
letra.
(A) menor que 8.000.
Sequência de Figuras (B) maior que 10.000.
(C) compreendido entre 8.100 e 9.000.
Do mesmo modo que a sequência de letras, é um tema (D) compreendido entre 9.000 e 10.000.
abrangente, pois a banca pode pedir a figura que convém.
02. (DESENBAHIA – Técnico Escriturário - INSTITU-
(FACEPE – Assistente em Gestão de Ciência e Tecno- TO AOCP/2017) Uma máquina foi programada para dis-
logia – UPENET/2015) Assinale a alternativa que contém a tribuir senhas para atendimento em uma agência bancária
próxima figura da sequência. alternando algarismos e letras do alfabeto latino, no qual
estão inclusas as letras K, W e Y, sendo a primeira senha
o número 2, a segunda a letra A, e sucessivamente na se-
guinte forma: (2; A; 5; B; 8; C; ...). Com base nas informações
mencionadas, é correto afirmar que a 51ª e a 52ª senhas,
respectivamente, são:

109
MATEMÁTICA

(A) 69 e Z. 06. (EBSERH – Assistente Administrativo –


(B) 90 e Y. IBFC/2017) Considerando a sequência de figuras @, % , &,
(C) T e 88. # , @, %, &, #,..., podemos dizer que a figura que estará na
(D) 77 e Z. 117ª posição será:
(E) Y e 100. (A) @
(B) %
03. (TJ/RS - Técnico Judiciário – FAURGS/2017) Na (C) &
figura abaixo, encontram-se representadas três etapas da (D) #
construção de uma sequência elaborada a partir de um (E) $
triângulo equilátero.
07. (IF/PE – Técnico em Eletrotécnica – IFPE/0217)
Considere a seguinte sequência de figuras formadas por
círculos:

Continuando a sequência de maneira a manter o mes-


Na etapa 1, marcam-se os pontos médios dos lados mo padrão geométrico, o número de círculos da Figura 18 é:
do triângulo equilátero e retira-se o triângulo com vértices (A) 334.
nesses pontos médios, obtendo-se os triângulos pretos. Na (B) 314.
etapa 2, marcam-se os pontos médios dos lados dos triân- (C) 342.
gulos pretos obtidos na etapa 1 e retiram-se os triângulos (D) 324.
com vértices nesses pontos médios, obtendo-se um novo (E) 316.
conjunto de triângulos pretos. A etapa 3 e as seguintes
mantêm esse padrão de construção. 08. (CODEBA – Guarda Portuário – FGV/2016) Para
passar o tempo, um candidato do concurso escreveu a sigla
Mantido o padrão de construção acima descrito, o nú- CODEBA por sucessivas vezes, uma após a outra, formando
mero de triângulos pretos existentes na etapa 7 é a sequência:
C O D E B A C O D E B A C O D E B A C O D ...
(A) 729.
(B) 1.024. A 500ª letra que esse candidato escreveu foi:
(C) 2.187.
(D) 4.096. (A) O
(E) 6.561. (B) D
(C) E
04. (SESAU/RO – Enfermeiro – FUNRIO/2017) Ob- (D) B
serve a sequência: 43, 46, 50, 55, 61, ... (E) A

O próximo termo é o: 09. (MPE/SP – Oficial de Promotoria I – VU-


(A) 65. NESP/2016) A sequência ((3, 5); (3, 3, 3); (5; 5); (3, 3, 5);
...) tem como termos sequências contendo apenas os nú-
(B) 66.
meros 3 ou 5. Dentro da lógica de formação da sequência,
(C) 67.
cada termo, que também é uma sequência, deve ter o me-
(D) 68.
nor número de elementos possível. Dessa forma, o número
(E) 69.
de elementos contidos no décimo oitavo termo é igual a:
(A) 5.
05. (TRT 24ª REGIÃO – Analista Judiciário – (B) 4.
FCC/2017) Na sequência 1A3E; 5I7O; 9U11A; 13E15I; (C) 6.
17O19U; 21A23E; . . ., o 12° termo é formado por algaris- (D) 7.
mos e pelas letras (E) 8.
(A) EI.
(B) UA. 10. (CODAR – Recepcionista – EXATUS/2016) A se-
(C) OA. quência numérica (99; 103; 96; 100; 93; 97; ...) possui deter-
(D) IO. minada lógica em sua formação. O número corresponden-
(E) AE. te ao décimo elemento dessa sequência é:

110
MATEMÁTICA

(A) 91 08. Resposta: A.


(B) 88. É uma sequência com 6 letras:
(C) 87 500/6=83 e resta 2
(D) 84 C=1
O=2
D=3
Respostas E=4
B=5
01. Resposta: C. A=0
Os termos tem uma sequência começando por 2²+1
Como restaram 2, então será igual a O.
Portanto, para sabermos o 12º termo, fazemos
213+1=8193
09. Resposta: A.
Vamos somar os números:
02. Resposta: D. 3+5=8
A 51ª senha segue a sequência ímpar que são: (2, 5, 3+3+3=9
8,...) 5+5=10
51/2=25 e somamos 1, para saber qual posição ocupa- 3+3+5=11
rá na sequência. Portanto será a 26 Observe que
A26=a1+25r os termos formam uma PA de razão 1.
A26=2+25⋅3 a18=?
A26=2+75=77 a18=a1+17r
a18=8+17
A 52ª senha ocupará a posição 26 também, mas na se- a18=25
quência par, ou seja, a 26ª letra do alfabeto que é a letra Z.
Para dar 25, com o menor número de elementos possí-
03 Resposta:C veis, devemos ter (5,5,5,5,5)
É uma PG de razão 3 e o a1 também é 3.
10. Resposta: A.
A princípio, queremos ver a sequência com os termos
seguidos mesmo, o que seria:
99+4=103
103-7=96
04. Resposta: D. 96+4=100
Observe que de 43 para 46 são 3 100-7=93
50-46=4 Alternando essa sequência, mas se conseguirmos vi-
55-50=5 sualizar uma outra maneira, ficará mais fácil.
61-55=6
Portanto, o próximo será somando 7 Observe que os termos ímpares (a1,a3,a5...)formam
61+7=68 uma PA de razão r=-3
Os termos pares (a2,a4,a6..) formam uma PA de razão
05. Resposta: D. também r=-3
A partir do 5º termo começa a repetir as letras, por-
tanto: Como a10 é par, devemos tomar como base a sequên-
12/5=2 e resta 2 cia par, mas para isso, vamos lembrar que se estamos tra-
Assim, será igual ao segundo termo, IO. tando apenas dela, a10=a5
Pois, devemos transformar o a2 em a1 e assim por
06. Resposta: A. diante.
117/4=29 e resta 1 A5=a1+4r
A5=103-12
Portanto, é igual a figura 1 @
A5=31
07. Resposta: D.
Figura 1:1
Figura 2:4
Figura 3:9
Figura 4:16
O número de círculos é o quadrado da posição
Figura 18: 18²=324

111
MATEMÁTICA

Quando “nenhum A é B” é verdadeira, vamos ver como


ficam os valores lógicos das outras?
4. DIAGRAMAS LÓGICOS, TABELAS E
GRÁFICOS Frase: Nenhum cachorro é gato. (sim, eu sei. Frase ex-
trema, mas assim é bom para entendermos..hehe)

Todo A é B é necessariamente falsa.


As questões de Diagramas lógicos envolvem as pro- Todo cachorro é gato, faz sentido? Nenhum, não é?
posições categóricas (todo, algum, nenhum), cuja solução
requer que desenhemos figuras, os chamados diagramas. Algum A é B é necessariamente falsa.
Algum cachorro é gato, ainda não faz sentido.
Definição das proposições
Algum A não é B necessariamente verdadeira.
Todo A é B.
Algum cachorro não é gato, ah sim espero que todos
O conjunto A está contido no conjunto B, assim todo
não sejam mas, se já está dizendo algum vou concordar.
elemento de A também é elemento de B.
Algum A é B.
Podemos representar de duas maneiras:
Quer dizer que há pelo menos 1 elemento de A em
comum com o conjunto B.

Temos 4 representações possíveis:

a) os dois conjuntos possuem uma parte dos elemen-


tos em comum.

Quando “todo A é B” é verdadeira, vamos ver como


ficam os valores lógicos das outras?
Pensemos nessa frase: Toda criança é linda.

Nenhum A é B é necessariamente falsa.


Nenhuma criança é linda, mas eu não acabei de falar
que TODA criança é linda? Por isso é falsa.

Algum A é B é necessariamente verdadeira


Alguma Criança é linda, sim, se todas são 1, 2, 3...são
lindas. b) Todos os elementos de A estão em B.

Algum A não é B necessariamente falsa, pois A está


contido em B.
Alguma criança não é linda, bem como já vimos impos-
sível, pois todas são.

Nenhum A é B.
A e B não terão elementos em comum.

112
MATEMÁTICA

c) Todos os elementos de B estão em A. a) Os dois conjuntos possuem uma parte dos elemen-
tos em comum

d) O conjunto A é igual ao conjunto B.


b) Todos os elementos de B estão em A.

Quando “algum A é B” é verdadeira, vamos ver como


ficam os valores lógicos das outras? c) Não há elementos em comum entre os dois conjun-
Frase: Algum copo é de vidro. tos

Nenhum A é B é necessariamente falsa


Nenhum copo é de vidro, com frase fica mais fácil né?
Porque assim, conseguimos ver que é falsa, pois acabei de
falar que algum copo é de vidro, ou seja, tenho pelo menos
1 copo de vidro.

Todo A é B , não conseguimos determinar, podendo ser


verdadeira ou falsa (podemos analisar também os diagra-
mas mostrados nas figuras a e c)
Todo copo é de vidro.
Pode ser que sim, ou não.

Algum A não é B não conseguimos determinar, poden- Quando “algum A não é B” é verdadeira, vamos ver
do ser verdadeira ou falsa(contradiz com as figuras b e d) como ficam os valores lógicos das outras?
Algum copo não é de vidro, como não sabemos se to- Vamos fazer a frase contrária do exemplo anterior
dos os copos são de vidros, pode ser verdadeira. Frase: Algum copo não é de vidro.

Algum A não é B. Nenhum A é B é indeterminada (contradição com as


O conjunto A tem pelo menos um elemento que não figuras a e b)
pertence ao conjunto B. Nenhum copo é de vidro, algum não é, mas não sei se
todos não são de vidro.
Aqui teremos 3 modos de representar:
Todo A é B , é necessariamente falsa
Todo copo é de vidro, mas eu disse que algum copo
não era.

113
MATEMÁTICA

Algum A é B é indeterminada Seja uma sentença (∃x)(Q(x)).


Algum copo é de vidro, não consigo determinar se tem Negação: (∀x)(~Q(x)).
algum de vidro ou não. (∃x)(2x-1=3)
Negação: (∀x)(2x-1≠3)
Quantificadores são elementos que, quando associa-
dos às sentenças abertas, permitem que as mesmas sejam Questões
avaliadas como verdadeiras ou falsas, ou seja, passam a ser
qualificadas como sentenças fechadas. 01. (UFES - Assistente em Administração –
UFES/2017) Em um determinado grupo de pessoas:
O quantificador universal
• todas as pessoas que praticam futebol também pra-
O quantificador universal, usado para transformar sen- ticam natação,
tenças (proposições) abertas em proposições fechadas, é • algumas pessoas que praticam tênis também prati-
indicado pelo símbolo “∀”, que se lê: “qualquer que seja”, cam futebol,
“para todo”, “para cada”. • algumas pessoas que praticam tênis não praticam
natação.
Exemplo:
(∀x)(x + 2 = 6) É CORRETO afirmar que no grupo
Lê-se: “Qualquer que seja x, temos que x + 2 = 6” (fal-
sa). (A) todas as pessoas que praticam natação também
É falso, pois não podemos colocar qualquer x para a praticam tênis.
afirmação ser verdadeira. (B) todas as pessoas que praticam futebol também pra-
ticam tênis.
O quantificador existencial (C) algumas pessoas que praticam natação não prati-
cam futebol.
O quantificador existencial é indicado pelo símbolo (D) algumas pessoas que praticam natação não prati-
“∃” que se lê: “existe”, “existe pelo menos um” e “existe cam tênis.
um”. (E) algumas pessoas que praticam tênis não praticam
futebol.
Exemplos: 02. (TRT - 20ª REGIÃO /SE - Técnico Judiciário –
(∃x)(x + 5 = 9) FCC/2016) que todo técnico sabe digitar. Alguns desses
Lê-se: “Existe um número x, tal que x + 5 = 9” (verda- técnicos sabem atender ao público externo e outros desses
deira). técnicos não sabem atender ao público externo. A partir
Nesse caso, existe um número, ahh tudo bem...claro dessas afirmações é correto concluir que:
que existe algum número que essa afirmação será verda-
(A) os técnicos que sabem atender ao público externo
deira.
não sabem digitar.
(B) os técnicos que não sabem atender ao público ex-
Ok?? Sem maiores problemas, certo? terno não sabem digitar.
(C) qualquer pessoa que sabe digitar também sabe
Representação de uma proposição quantificada atender ao público externo.
(D) os técnicos que não sabem atender ao público ex-
(∀x)(x ∈ N)(x + 3 > 15) terno sabem digitar.
Quantificador: ∀ (E) os técnicos que sabem digitar não atendem ao pú-
Condição de existência da variável: x ∈ N . blico externo.
Predicado: x + 3 > 15.
03. (COPERGAS – Auxiliar Administrativo –
(∃x)[(x + 1 = 4) ∧ (7 + x = 10)] FCC/2016) É verdade que existem programadores que não
Quantificador: ∃ gostam de computadores. A partir dessa afirmação é cor-
Condição de existência da variável: não há. reto concluir que:
Predicado: “(x + 1 = 4) ∧ (7 + x = 10)”.
(A) qualquer pessoa que não gosta de computadores é
Negações de proposições quantificadas ou funcionais um programador.
Seja uma sentença (∀x)(A(x)). (B) todas as pessoas que gostam de computadores não
Negação: (∃x)(~A(x)) são programadores.
(C) dentre aqueles que não gostam de computadores,
Exemplo alguns são programadores.
(∀x)(2x-1=3) (D) para ser programador é necessário gostar de com-
Negação: (∃x)(2x-1≠3) putador.
(E) qualquer pessoa que gosta de computador será um
bom programador.

114
MATEMÁTICA

04. (COPERGAS/PE - Analista Tecnologia da Infor- (C) alguma pessoa que gosta de empadão de camarão
mação gosta de matemática.
- FCC/2016) É verdade que todo engenheiro sabe ma- (D) alguma pessoa que gosta de empadão de camarão
temática. É verdade que há pessoas que sabem matemática não é professor de matemática.
e não são engenheiros. É verdade que existem administra-
dores que sabem matemática. A partir dessas afirmações é
possível concluir corretamente que: 08. (TJ/SP – Escrevente Técnico Judiciário – VU-
NESP/2015) Se todo estudante de uma disciplina A é tam-
(A) qualquer engenheiro é administrador. bém estudante de uma disciplina B e todo estudante de
(B) todos os administradores sabem matemática. uma disciplina C não é estudante da disciplina B, e ntão é
(C) alguns engenheiros não sabem matemática. verdade que:
(D) o administrador que sabe matemática é engenhei-
(A) algum estudante da disciplina A é estudante da dis-
ro. ciplina C.
(E) o administrador que é engenheiro sabe matemática. (B) algum estudante da disciplina B é estudante da dis-
ciplina C.
05. (CRECI 1ª REGIÃO/RJ – Advogado – MSCON- (C) nenhum estudante da disciplina A é estudante da
CURSOS/2016) Considere como verdadeiras as duas pre- disciplina C.
missas seguintes: (D) nenhum estudante da disciplina B é estudante da
disciplina A.
I – Nenhum professor é veterinário; (E) nenhum estudante da disciplina A é estudante da
II – Alguns agrônomos são veterinários. disciplina B.

A partir dessas premissas, é correto afirmar que, neces-


sariamente: 09. (TJ/SP – Escrevente Técnico Judiciário – VU-
(A) Nenhum professor é agrônomo. NESP/2015) Considere verdadeira a seguinte afirmação:
(B) Alguns agrônomos não são professores. “Todos os primos de Mirian são escreventes”.
(C) Alguns professores são agrônomos.
Dessa afirmação, conclui­se corretamente que
(D) Alguns agrônomos são professores.
(A) se Pâmela não é escrevente, então Pâmela não é
06. (EMSERH - Auxiliar Administrativo – FUN- prima de Mirian.
CAB/2016) Considere que as seguintes afirmações são (B) se Jair é primo de Mirian, então Jair não é escre-
verdadeiras: vente.
(C) Mirian é escrevente
“Algum maranhense é pescador.” (D) Mirian não é escrevente.
“Todo maranhense é trabalhador.” (E) se Arnaldo é escrevente, então Arnaldo é primo de
Mirian
Assim pode-se afirmar, do ponto de vista lógico, que:

(A) Algum maranhense pescador não é trabalhador 10. (DPE/MT – Assistente Administrativo –
(B) Algum maranhense não pescar não é trabalhador FGV/2015) Considere verdadeiras as afirmações a seguir.
(C) Todo maranhense trabalhadoré pescador
(D) Algum maranhense trabalhador é pescador • Existem advogados que são poetas.
(E) Todo maranhense pescador não é trabalhador. • Todos os poetas escrevem bem.
07. (PREF. DE RIO DE JANEIRO/RJ – Assistente Ad- Com base nas afirmações, é correto concluir que
ministrativo – PREF. DO RIO DE JANEIRO/2015) Em certa
(A) se um advogado não escreve bem então não é poe-
comunidade, é verdade que:
ta.
(B) todos os advogados escrevem bem.
- todo professor de matemática possui grau de mestre;
(C) quem não é advogado não é poeta.
- algumas pessoas que possuem grau de mestre gos-
(D) quem escreve bem é poeta.
tam de empadão de camarão;
(E) quem não é poeta não escreve bem.
- algumas pessoas que gostam de empadão de cama-
rão não possuem grau de mestre.

Uma conclusão necessariamente verdadeira é:

(A) algum professor de matemática gosta de empadão


de camarão.
(B) nenhum professor de matemática gosta de empa-
dão de camarão.

115
MATEMÁTICA

Respostas 04. Resposta: E.

01. Resposta: E.

02. Resposta: D. 05. Resposta: B.


Podemos excluir as alternativas que falam que não sa- Alguns agrônomos são veterinários e podem ser só
bem digitar, pois todos os técnicos sabem digitar. agrônomos.

06. Resposta: D.

03. Resposta: C.

07. Resposta: D.

116
MATEMÁTICA

Podemos ter esses dois modelos de diagramas: 10. Resposta: A.


(A) não está claro se os mestres que gostam de empa- Se o advogado não escreve bem, ele faz parte da área
dão são professores ou não. hachurada, portanto ele não é poeta.
(B) podemos ter o primeiro diagrama
(C) pode ser o segundo diagrama.

08. Resposta: C.
O diagrama C deve ficar para fora, pois todo estudante
de C não é da disciplina B, ou seja, não tem ligação nenhuma.

Referências
Carvalho, S. Raciocínio Lógico Simplificado. Série Pro-
vas e Concursos, 2010.

Assim, os estudantes da disciplina A, também não fa-


zem disciplina C e vice-versa. 16. PRINCÍPIOS DE CONTAGEM E NOÇÃO DE
PROBABILIDADE.
09. Resposta: A.

Análise Combinatória
A Análise Combinatória é a área da Matemática que
trata dos problemas de contagem.

Princípio Fundamental da Contagem


Estabelece o número de maneiras distintas de ocorrên-
cia de um evento composto de duas ou mais etapas.
Se uma decisão E1 pode ser tomada de n1 modos e, a
decisão E2 pode ser tomada de n2 modos, então o número
de maneiras de se tomarem as decisões E1 e E2 é n1.n2.

Como Pâmela não é escrevente, ela está em um diagra- Exemplo


ma a parte, então não é prima de Mirian.
Analisando as alternativas erradas:

(B) Todos os primos de primo são escrevente.


(C) e (D) Não sabemos se Mirian é escrevente ou não.
(E) Não necessariamente, pois há pessoas que são es-
creventes, mas não primos de Mirian.

O número de maneiras diferentes de se vestir é:2(cal-


ças). 3(blusas)=6 maneiras

Fatorial
É comum nos problemas de contagem, calcularmos o
produto de uma multiplicação cujos fatores são números
naturais consecutivos. Para facilitar adotamos o fatorial.

117
MATEMÁTICA

Arranjo Simples Exemplo


Denomina-se arranjo simples dos n elementos de E, p a Quantos anagramas tem a palavra PARALELEPÍPEDO?
p, toda sequência de p elementos distintos de E. Solução
Se todos as letras fossem distintas, teríamos 14! Per-
Exemplo mutações. Como temos uma letra repetida, esse número
Usando somente algarismos 5, 6 e 7. Quantos números será menor.
de 2 algarismos distintos podemos formar? Temos 3P, 2A, 2L e 3 E

Combinação Simples
Dado o conjunto {a1, a2, ..., an} com n objetos distintos,
podemos formar subconjuntos com p elementos. Cada sub-
conjunto com i elementos é chamado combinação simples.

Exemplo
Calcule o número de comissões compostas de 3 alunos
que podemos formar a partir de um grupo de 5 alunos.
Solução

Observe que os números obtidos diferem entre si: Números Binomiais


Pela ordem dos elementos: 56 e 65 O número de combinações de n elementos, tomados
Pelos elementos componentes: 56 e 67 p a p, também é representado pelo número binomial .
Cada número assim obtido é denominado arranjo sim-
ples dos 3 elementos tomados 2 a 2.
Indica-se

Binomiais Complementares
Dois binomiais de mesmo numerador em que a soma
dos denominadores é igual ao numerador são iguais:
Permutação Simples
Chama-se permutação simples dos n elementos, qual-
quer agrupamento(sequência) de n elementos distintos de E.
O número de permutações simples de n elementos é
indicado por Pn. Relação de Stifel

Exemplo
Quantos anagramas tem a palavra CHUVEIRO? Triângulo de Pascal
Solução
A palavra tem 8 letras, portanto:

Permutação com elementos repetidos


De modo geral, o número de permutações de n ob-
jetos, dos quais n1 são iguais a A, n2 são iguais a B, n3 são
iguais a C etc.

118
MATEMÁTICA

Considerando-se essa mesma forma de distribuição,


de quantas maneiras distintas esses livros podem ser orga-
Binômio de Newton nizados na estante?
Denomina-se binômio de Newton todo binômio da for- (A) 30 maneiras
ma , com n∈N. Vamos desenvolver alguns binômios: (B) 60 maneiras
(C) 120 maneiras
(D) 360 maneiras
(E) 720 maneiras

04. (UTFPR - Técnico de Tecnologia da Informação


– UTFPR/2017) Em um carro que possui 5 assentos, irão
viajar 4 passageiros e 1 motorista. Assinale a alternativa
que indica de quantas maneiras distintas os 4 passageiros
Observe que os coeficientes dos termos formam o podem ocupar os assentos do carro.
triângulo de Pascal. (A) 13.
(B) 26.
(C) 17.
(D) 20.
(E) 24.

05. (UTFPR - Técnico de Tecnologia da Informação –


UTFPR/2017) A senha criada para acessar um site da inter-
Questões net é formada por 5 dígitos. Trata-se de uma senha alfanu-
01. (UFES - Assistente em Administração – mérica. André tem algumas informações sobre os números
UFES/2017) Uma determinada família é composta por e letras que a compõem conforme a figura.
pai, por mãe e por seis filhos. Eles possuem um automó-
vel de oito lugares, sendo que dois lugares estão em dois
bancos dianteiros, um do motorista e o outro do carona, e
os demais lugares em dois bancos traseiros. Eles viajarão
no automóvel, e o pai e a mãe necessariamente ocuparão
um dos dois bancos dianteiros. O número de maneiras de
dispor os membros da família nos lugares do automóvel é Sabendo que nesta senha as vogais não se repetem e
igual a: também não se repetem os números ímpares, assinale a
(A) 1440 alternativa que indica o número máximo de possibilidades
(B) 1480 que existem para a composição da senha.
(C) 1520 (A) 3125.
(D) 1560 (B) 1200.
(E) 1600 (C) 1600.
(D) 1500.
02. (TJ/RS - Técnico Judiciário – FAURGS/2017) To- (E) 625.
mando os algarismos 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7, quantos números
pares de 4 algarismos distintos podem ser formados? 06. (CELG/GT/GO – Analista de Gestão – CSUF-
(A) 120. GO/2017) Uma empresa de limpeza conta com dez faxi-
(B) 210. neiras em seu quadro. Para atender três eventos em dias
(C) 360. diferentes, a empresa deve formar três equipes distintas,
(D) 630. com seis faxineiras em cada uma delas. De quantas manei-
(E) 840. ras a empresa pode montar essas equipes?
(A) 210
03. (IF/ES – Administrador – IFES/2017) Seis livros (B) 630
diferentes estão distribuídos em uma estante de vidro, con- (C) 15.120
forme a figura abaixo: (D) 9.129.120

119
MATEMÁTICA

07. (UPE – Técnico em Administração – UPENET/ Números ímpares: 1,3,5,7,9


IAUPE – 2017) No carro de João, tem vaga apenas para
3 dos seus 8 colegas. De quantas formas diferentes, João
pode escolher os colegas aos quais dá carona?
(A) 56
(B) 84
(C) 126 5⋅5⋅4⋅4⋅3=1200
(D) 210
(E) 120 06. Resposta: D.

08. (UPE – Técnico em Administração – UPENET/


IAUPE – 2017) Num grupo de 15 homens e 9 mulheres,
quantos são os modos diferentes de formar uma comissão Como para os três dias têm que ser diferentes:
composta por 2 homens e 3 mulheres? __ __ __
(A) 4725 210⋅209⋅208=9129120
(B) 12600
(C) 3780 07. Resposta: A.
(D) 13600
(E) 8820

09. (SESAU/RO – Enfermeiro – FUNRIO/2017) Um


torneio de futebol de várzea reunirá 50 equipes e cada
equipe jogará apenas uma vez com cada uma das outras. 08. Resposta: E.
Esse torneio terá a seguinte quantidade de jogos:
(A) 320.
(B) 460.
(C) 620.
(D) 1.225.
(E) 2.450.

10. (IFAP – Engenheiro de Segurança do Trabalho 09. Resposta: D.


– FUNIVERSA/2016) Considerando-se que uma sala de
aula tenha trinta alunos, incluindo Roberto e Tatiana, e que
a comissão para organizar a festa de formatura deva ser
composta por cinco desses alunos, incluindo Roberto e Ta-
tiana, a quantidade de maneiras distintas de se formar essa 10. Resposta: D.
comissão será igual a:
(A) 3.272. Roberto Tatiana __ ___ ___
(B) 3.274.
(C) 3.276. São 30 alunos, mas vamos tirar Roberto e Tatiana que
(D) 3.278. terão que fazer parte da comissão.
(E) 3.280. 30-2=28

Respostas

01. Resposta: A.
P2⋅P6=2!⋅6!=2⋅720=1440
Experimento Aleatório
02. Resposta: C.
__ ___ __ __ Qualquer experiência ou ensaio cujo resultado é im-
6⋅ 5⋅ 4⋅ 3=360 previsível, por depender exclusivamente do acaso, por
exemplo, o lançamento de um dado.
03. Resposta: E.
P6=6!=6⋅5⋅4⋅3⋅2⋅1=720
04. Resposta: E.
P4=4!= 4⋅3⋅2⋅1=24

05. Resposta: B.
Vogais: a, e, i, o, u

120
MATEMÁTICA

Espaço Amostral Note que


Num experimento aleatório, o conjunto de todos os
resultados possíveis é chamado espaço amostral, que se
indica por E.
No lançamento de um dado, observando a face volta- Exemplo
da para cima, tem-se: Uma bola é retirada de uma urna que contém bolas
E={1,2,3,4,5,6} coloridas. Sabe-se que a probabilidade de ter sido retira-
No lançamento de uma moeda, observando a face vol- da uma bola vermelha é Calcular a probabilidade de ter
tada para cima: sido retirada uma bola que não seja vermelha.
E={Ca,Co}
Solução
Evento
É qualquer subconjunto de um espaço amostral.
No lançamento de um dado, vimos que são complementares.
E={1,2,3,4,5,6}
Esperando ocorrer o número 5, tem-se o evento {5}:
Ocorrer um número par, tem-se {2,4,6}.

Exemplo Adição de probabilidades


Considere o seguinte experimento: registrar as faces Sejam A e B dois eventos de um espaço amostral E,
voltadas para cima em três lançamentos de uma moeda. finito e não vazio. Tem-se:

a) Quantos elementos tem o espaço amostral?


b) Descreva o espaço amostral. Exemplo
No lançamento de um dado, qual é a probabilidade de
Solução se obter um número par ou menor que 5, na face superior?
a) O espaço amostral tem 8 elementos, pois cada lan-
çamento, há duas possibilidades. Solução
E={1,2,3,4,5,6} n(E)=6
2x2x2=8 Sejam os eventos
b) E={(C,C,C), (C,C,R),(C,R,C),(R,C,C),(R,R,C),(R,C,R),(- A={2,4,6} n(A)=3
C,R,R),(R,R,R)} B={1,2,3,4} n(B)=4

Probabilidade
Considere um experimento aleatório de espaço amos-
tral E com n(E) amostras equiprováveis. Seja A um evento
com n(A) amostras.

Probabilidade Condicional
Eventos complementares É a probabilidade de ocorrer o evento A dado que
Seja E um espaço amostral finito e não vazio, e seja A ocorreu o evento B, definido por:
um evento de E. Chama-se complementar de A, e indica-se
por , o evento formado por todos os elementos de E que
não pertencem a A.
E={1,2,3,4,5,6}, n(E)=6
B={2,4,6} n(B)=3
A={2}

121
MATEMÁTICA

Eventos Simultâneos 06. (PREF. DE PIRAUBA/MG – Assistente Social –


Considerando dois eventos, A e B, de um mesmo espa- MSCONCURSOS/2017) A probabilidade de qualquer uma
ço amostral, a probabilidade de ocorrer A e B é dada por: das 3 crianças de um grupo soletrar, individualmente, a pa-
lavra PIRAÚBA de forma correta é 70%. Qual a probabili-
dade das três crianças soletrarem essa palavra de maneira
errada?
Questões (A) 2,7%
(B) 9%
01. (TJ/RS - Técnico Judiciário – FAURGS/2017) Em (C) 30%
cada um de dois dados cúbicos idênticos, as faces são nu- (D) 35,7%
meradas de 1 a 6. Lançando os dois dados simultaneamen-
te, cuja ocorrência de cada face é igualmente provável, a 07. (UFTM – Tecnólogo – UFTM/2016) Lançam-se si-
probabilidade de que o produto dos números obtidos seja multaneamente dois dados não viciados, a probabilidade
um número ímpar é de:
de que a soma dos resultados obtidos seja nove é:
(A) 1/4.
(A) 1/36
(B) 1/3.
(B) 2/36
(C) 1/2.
(D) 2/3. (C) 3/36
(E) 3/4. (D) 4/36

02. (SAP/SP - Agente de Segurança Penitenciária 08. (CASAN – Técnico de Laboratório – INSTITUTO
- MSCONCURSOS/2017) A uma excursão, foram 48 pes- AOCP/2016) Um empresário, para evitar ser roubado, es-
soas, entre homens e mulheres. Numa escolha ao acaso, a condia seu dinheiro no interior de um dos 4 pneus de um
probabilidade de se sortear um homem é de 5/12 . Quan- carro velho fora de uso, que mantinha no fundo de sua
tas mulheres foram à excursão? casa. Certo dia, o empresário se gabava de sua inteligência
(A) 20 ao contar o fato para um de seus amigos, enquanto um
(B) 24 ladrão que passava pelo local ouvia tudo. O ladrão tinha
(C) 28 tempo suficiente para escolher aleatoriamente apenas um
(D) 32 dos pneus, retirar do veículo e levar consigo. Qual é a pro-
babilidade de ele ter roubado o pneu certo?
03. (UPE – Técnico em Administração – UPE- (A) 0,20.
NET/2017) Qual a probabilidade de, lançados simulta- (B) 0,23.
neamente dois dados honestos, a soma dos resultados ser (C) 0,25.
igual ou maior que 10? (D) 0,27.
(A) 1/18 (E) 0,30.
(B) 1/36
(C) 1/6 09. (MRE – Oficial de Chancelaria – FGV/2016) Em
(D) 1/12 uma urna há quinze bolas iguais numeradas de 1 a 15. Re-
(E) ¼ tiram-se aleatoriamente, em sequência e sem reposição,
duas bolas da urna.
04. (UPE – Técnico em Administração – UPE-
NET/2017) Uma pesquisa feita com 200 frequentadores
A probabilidade de que o número da segunda bola re-
de um parque, em que 50 não praticavam corrida nem ca-
tirada da urna seja par é:
minhada, 30 faziam caminhada e corrida, e 80 exercitavam
corrida, qual a probabilidade de encontrar no parque um (A) 1/2;
entrevistado que pratique apenas caminhada? (B) 3/7;
(A) 7/20 (C) 4/7;
(B) 1/2 (D) 7/15;
(C)1/4 (E) 8/15.
(D) 3/20
(E) 1/5 10. (CASAN – Advogado – INSTITUTO AOCP/2016)
Lançando uma moeda não viciada por três vezes consecu-
05. (POLÍCIA CIENTÍFICA/PR – Perito Criminal – tivas e anotando seus resultados, a probabilidade de que a
IBFC/2017) A probabilidade de se sortear um número face voltada para cima tenha apresentado ao menos uma
múltiplo de 5 de uma urna que contém 40 bolas numera- cara e ao menos uma coroa é:
das de 1 a 40, é: (A) 0,66.
(A) 0,2 (B) 0,75.
(B) 0,4 (C) 0,80.
(C) 0,6 (D) 0,98.
(D) 0,7 (E) 0,50.
(E) 0,8

122
MATEMÁTICA

Respostas 09. Resposta: D.


Temos duas possibilidades
01. Resposta: A. As bolas serem par/par ou ímpar/par
Para o produto ser ímpar, a única possibilidade, é que Ser par/par:
os dois dados tenham ímpar:
Os números pares são: 2, 4, 6, 8, 10, 12, 14

02. Resposta: C.
Como para homens é de 5/12, a probabilidade de es- Ímpar/par:
colher uma mulher é de 7/12
Os números ímpares são: 1, 3, 5, 7, 9, 11 ,13, 15

12x=336
X=28
A probabilida de é par/par OU ímpar/par
03. Resposta: C.
P=6x6=36
Pra ser maior ou igual a 10:
4+6
5+5
5+6 10. Resposta: B.
6+4
São seis possibilidades:
6+5
Cara, coroa, cara
6+6

Cara, coroa, coroa


04. Resposta: A.
Praticam apenas corrida: 80-30=50
Apenas caminhada:x
X+50+30+50=200
70
P=70/200=7/20 Cara, cara, coroa

05. Resposta: A.
M5={5,10,15,20,25,30,35,40}
P=8/40=1/5=0.2
Coroa, cara, cara
06. Resposta:A.
A probabilidade de uma soletrar errado: 0,3
__ __ __
0,3⋅0,3⋅0,3=0,027=2,7%
Coroa, coroa, cara
07. Resposta: D. Coroa, cara, coroa
Para dar 9, temos 4 possibilidades
3+6
6+3
4+5
5+4

P=4/36

08. Resposta: C.
A probabilidade é de 1/4, pois o carro tem 4 pneus e o
dinheiro está em 1.
1/4=0,25

123
MATEMÁTICA

ANOTAÇÕES

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124
MATEMÁTICA

ANOTAÇÕES

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125
MATEMÁTICA

ANOTAÇÕES

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126
INFORMÁTICA BÁSICA

Conceitos, utilização e configuração de hardware e software em ambiente de microinformática. Sistema Operacional


Windows (XP/7/8). Conceitos, utilização e configuração de hardware e software em ambiente de microinformática. Uso
dos recursos, ambiente de trabalho, arquivo, pastas, manipulação de arquivos, formatação, localização de arquivos,
lixeira, área de transferência e backup. .......................................................................................................................................................... 01
Microsoft Office 2003/2007/2010 (Word, Excel e Power Point): Conceitos, organização, utilização, configuração e uso
dos recursos: gerenciamento de arquivos, pastas, diretórios, planilhas, tabelas, gráficos, fórmulas, funções, suplementos,
programas e impressão. ....................................................................................................................................................................................... 21
Protocolos, serviços, tecnologias, ferramentas e aplicativos associados à Internet e ao correio eletrônico. Conceitos dos
principais navegadores da Internet. ................................................................................................................................................................ 55
Conceito de software livre. .................................................................................................................................................................................. 60
Conceitos de segurança da informação aplicados a TIC.Cópia de segurança (backup): Conceitos. ..................................... 64
Conceitos de ambiente de Redes de Computadores................................................................................................................................. 70
INFORMÁTICA BÁSICA

Prof. Ovidio Lopes da Cruz Netto

- Doutor em Engenharia Biomédica pela Universidade Mogi das Cruzes – UMC.


- Mestre em Engenharia Biomédica pela Universidade Mogi das Cruzes – UMC.
- Pós Graduado em Engenharia de Software pela Universidade São Judas Tadeu.
- Pós Graduado em Formação de Docentes para o Ensino Superior pela Universidade Nove de Julho.
- Graduado em Engenharia da Computação pela Universidade Mogi das Cruzes – UMC

CONCEITOS, UTILIZAÇÃO E CONFIGURAÇÃO DE HARDWARE E SOFTWARE EM


AMBIENTE DE MICROINFORMÁTICA.
SISTEMA OPERACIONAL WINDOWS (XP/7/8).
CONCEITOS, UTILIZAÇÃO E CONFIGURAÇÃO DE HARDWARE E SOFTWARE EM
AMBIENTE DE MICROINFORMÁTICA.
USO DOS RECURSOS, AMBIENTE DE TRABALHO, ARQUIVO, PASTAS,
MANIPULAÇÃO DE ARQUIVOS, FORMATAÇÃO, LOCALIZAÇÃO DE ARQUIVOS,
LIXEIRA, ÁREA DE TRANSFERÊNCIA E BACKUP.

1. Conceitos e fundamentos básicos de informática

A Informática é um meio para diversos fins, com isso acaba atuando em todas as áreas do conhecimento. A sua utiliza-
ção passou a ser um diferencial para pessoas e empresas, visto que, o controle da informação passou a ser algo fundamen-
tal para se obter maior flexibilidade no mercado de trabalho. Logo, o profissional, que melhor integrar sua área de atuação
com a informática, atingirá, com mais rapidez, os seus objetivos e, consequentemente, o seu sucesso, por isso em quase
todos editais de concursos públicos temos Informática.
1.1. O que é informática?
Informática pode ser considerada como significando “informação automática”, ou seja, a utilização de métodos e téc-
nicas no tratamento automático da informação. Para tal, é preciso uma ferramenta adequada: O computador.
A palavra informática originou-se da junção de duas outras palavras: informação e automática. Esse princípio básico
descreve o propósito essencial da informática: trabalhar informações para atender as necessidades dos usuários de maneira
rápida e eficiente, ou seja, de forma automática e muitas vezes instantânea.
Nesse contexto, a tecnologia de hardwares e softwares é constantemente atualizada e renovada, dando origem a equi-
pamentos eletrônicos que atendem desde usuários domésticos até grandes centros de tecnologia.

1.2. O que é um computador?


O computador é uma máquina que processa dados, orientado por um conjunto de instruções e destinado a produzir
resultados completos, com um mínimo de intervenção humana. Entre vários benefícios, podemos citar:
: grande velocidade no processamento e disponibilização de informações;
: precisão no fornecimento das informações;
: propicia a redução de custos em várias atividades
: próprio para execução de tarefas repetitivas;
Como ele funciona?
Em informática, e mais especialmente em computadores, a organização básica de um sistema será na forma de:

Figura 1: Etapas de um processamento de dados.

1
INFORMÁTICA BÁSICA

Vamos observar agora, alguns pontos fundamentais com arquivos dos mais diferentes formatos de compressão,
para o entendimento de informática em concursos públi- tais como: ACE, ARJ, BZ2, CAB, GZ, ISO, JAR, LZH, RAR, TAR,
cos. UUEncode, ZIP, 7Z e Z. Também suporta arquivos de até
Hardware, são os componentes físicos do computador, 8.589 bilhões de Gigabytes!
ou seja, tudo que for tangível, ele é composto pelos peri- Chat é um termo da língua inglesa que se pode tra-
féricos, que podem ser de entrada, saída, entrada-saída ou duzir como “bate-papo” (conversa). Apesar de o conceito
apenas saída, além da CPU (Unidade Central de Processa- ser estrangeiro, é bastante utilizado no nosso idioma para
mento) fazer referência a uma ferramenta (ou fórum) que permite
Software, são os programas que permitem o funciona- comunicar (por escrito) em tempo real através da Internet.
mento e utilização da máquina (hardware), é a parte lógica Principais canais para chats são os portais, como Uol,
do computador, e pode ser dividido em Sistemas Operacio- Terra, G1, e até mesmo softwares de serviços mensageiros
nais, Aplicativos, Utilitários ou Linguagens de Programação. como o Skype, por exemplo.
O primeiro software necessário para o funcionamento Um e-mail hoje é um dos principais meios de comuni-
de um computador é o Sistema Operacional (Sistema Ope- cação, por exemplo:
racional). Os diferentes programas que você utiliza em um
computador (como o Word, Excel, PowerPoint etc) são os canaldoovidio@gmail.com
aplicativos. Já os utilitários são os programas que auxiliam
na manutenção do computador, o antivírus é o principal Onde, canaldoovidio é o usuário o arroba quer dizer
exemplo, e para finalizar temos as Linguagens de Progra- na, o gmail é o servidor e o .com é a tipagem.
mação que são programas que fazem outros programas, Para editarmos e lermos nossas mensagens eletrônicas
como o JAVA por exemplo. em um único computador, sem necessariamente estarmos
Importante mencionar que os softwares podem ser conectados à Internet no momento da criação ou leitura do
livres ou pagos, no caso do livre, ele possui as seguintes e-mail, podemos usar um programa de correio eletrônico.
características: Existem vários deles. Alguns gratuitos, como o Mozilla Thun-
• O usuário pode executar o software, para qualquer derbird, outros proprietários como o Outlook Express. Os dois
uso. programas, assim como vários outros que servem à mesma
• Existe a liberdade de estudar o funcionamento do finalidade, têm recursos similares. Apresentaremos os recur-
programa e de adaptá-lo às suas necessidades. sos dos programas de correio eletrônico através do Outlook
• É permitido redistribuir cópias. Express que também estão presentes no Mozilla Thunderbird.
• O usuário tem a liberdade de melhorar o progra- Um conhecimento básico que pode tornar o dia a dia
ma e de tornar as modificações públicas de modo que a com o Outlook muito mais simples é sobre os atalhos de
comunidade inteira beneficie da melhoria. teclado para a realização de diversas funções dentro do
Entre os principais sistemas operacionais pode-se des- Outlook. Para você começar os seus estudos, anote alguns
tacar o Windows (Microsoft), em suas diferentes versões, atalhos simples. Para criar um novo e-mail, basta apertar
o Macintosh (Apple) e o Linux (software livre criado pelo Ctrl + Shift + M e para excluir uma determinada mensagem
finlandês Linus Torvalds), que apresenta entre suas versões aposte no atalho Ctrl + D. Levando tudo isso em considera-
o Ubuntu, o Linux Educacional, entre outras. ção inclua os atalhos de teclado na sua rotina de estudos e
É o principal software do computador, pois possibilita vá preparado para o concurso com os principais na cabeça.
que todos os demais programas operem. Uma das funcionalidades mais úteis do Outlook para pro-
Android é um Sistema Operacional desenvolvido pelo fissionais que compartilham uma mesma área é o compartilha-
Google para funcionar em dispositivos móveis, como Smar- mento de calendário entre membros de uma mesma equipe.
tphones e Tablets. Sua distribuição é livre, e qualquer pessoa Por isso mesmo é importante que você tenha o conhe-
pode ter acesso ao seu código-fonte e desenvolver aplicati- cimento da técnica na hora de fazer uma prova de con-
vos (apps) para funcionar neste Sistema Operacional. curso que exige os conhecimentos básicos de informática,
iOS, é o sistema operacional utilizado pelos aparelhos pois por ser uma função bastante utilizada tem maiores
fabricados pela Apple, como o iPhone e o iPad. chances de aparecer em uma ou mais questões.
O calendário é uma ferramenta bastante interessante
2. Conhecimento e utilização dos principais softwares do Outlook que permite que o usuário organize de forma
utilitários (compactadores de arquivos, chat, clientes de completa a sua rotina, conseguindo encaixar tarefas, com-
e-mails, reprodutores de vídeo, visualizadores de imagem) promissos e reuniões de maneira organizada por dia, de
forma a ter um maior controle das atividades que devem
Os compactadores de arquivos servem para transfor- ser realizadas durante o seu dia a dia.
mar um grupo de arquivos em um único arquivo e ocu- Dessa forma, uma funcionalidade do Outlook permi-
pando menos memória, ficou muito famoso como o termo te que você compartilhe em detalhes o seu calendário ou
zipar um arquivo. parte dele com quem você desejar, de forma a permitir
Hoje o principal programa é o WINRAR para Windows, que outra pessoa também tenha acesso a sua rotina, o que
inclusive com suporte para outros formatos. Compacta em pode ser uma ótima pedida para profissionais dentro de
média de 8% a 15% a mais que o seu principal concorrente, uma mesma equipe, principalmente quando um determi-
o WinZIP. WinRAR é um dos únicos softwares que trabalha nado membro entra de férias.

2
INFORMÁTICA BÁSICA

Para conseguir utilizar essa função basta que você entre em Calendário na aba indicada como Página Inicial. Feito isso,
basta que você clique em Enviar Calendário por E-mail, que vai fazer com que uma janela seja aberta no seu Outlook.
Nessa janela é que você vai poder escolher todas as informações que vão ser compartilhadas com quem você deseja,
de forma que o Outlook vai formular um calendário de forma simples e detalhada de fácil visualização para quem você
deseja enviar uma mensagem.
Nos dias de hoje, praticamente todo mundo que trabalha dentro de uma empresa tem uma assinatura própria para
deixar os comunicados enviados por e-mail com uma aparência mais profissional.
Dessa forma, é considerado um conhecimento básico saber como criar assinaturas no Outlook, de forma que este con-
teúdo pode ser cobrado em alguma questão dentro de um concurso público.
Por isso mesmo vale a pena inserir o tema dentro de seus estudos do conteúdo básico de informática para a sua pre-
paração para concurso. Ao contrário do que muita gente pensa, a verdade é que todo o processo de criar uma assinatura é
bastante simples, de forma que perder pontos por conta dessa questão em específico é perder pontos à toa.
Para conseguir criar uma assinatura no Outlook basta que você entre no menu Arquivo e busque pelo botão de Opções.
Lá você vai encontrar o botão para E-mail e logo em seguida o botão de Assinaturas, que é onde você deve clicar. Feito isso,
você vai conseguir adicionar as suas assinaturas de maneira rápida e prática sem maiores problemas.
No Outlook Express podemos preparar uma mensagem através do ícone Criar e-mail, demonstrado na figura acima, ao
clicar nessa imagem aparecerá a tela a seguir:

Figura 2: Tela de Envio de E-mail

Para: deve ser digitado o endereço eletrônico ou o contato registrado no Outlook do destinatário da mensagem. Cam-
po obrigatório.
Cc: deve ser digitado o endereço eletrônico ou o contato registrado no Outlook do destinatário que servirá para ter
ciência desse e-mail.
Cco: Igual ao Cc, porém os destinatários ficam ocultos.

Assunto: campo onde será inserida uma breve descrição, podendo reservar-se a uma palavra ou uma frase sobre o
conteúdo da mensagem. É um campo opcional, mas aconselhável, visto que a falta de seu preenchimento pode levar o
destinatário a não dar a devida importância à mensagem ou até mesmo desconsiderá-la.
Corpo da mensagem: logo abaixo da linha assunto, é equivalente à folha onde será digitada a mensagem.
A mensagem, após digitada, pode passar pelas formatações existentes na barra de formatação do Outlook:
Mozilla Thunderbird é um cliente de email e notícias open-source e gratuito criado pela Mozilla Foundation (mesma
criadora do Mozilla Firefox).
Webmail é o nome dado a um cliente de e-mail que não necessita de instalação no computador do usuário, já que
funciona como uma página de internet, bastando o usuário acessar a página do seu provedor de e-mail com seu login e
senha. Desta forma, o usuário ganha mobilidade já que não necessita estar na máquina em que um cliente de e-mail está
instalado para acessar seu e-mail.

3
INFORMÁTICA BÁSICA

A popularização da banda larga e dos serviços de e-mail com grande capacidade de armazenamento está aumentan-
do a circulação de vídeos na Internet. O problema é que a profusão de formatos de arquivos pode tornar a experiência
decepcionante.
A maioria deles depende de um único programa para rodar. Por exemplo, se a extensão é MOV, você vai necessitar do
QuickTime, da Apple. Outros, além de um player de vídeo, necessitam do “codec” apropriado. Acrônimo de “COder/DECo-
der”, codec é uma espécie de complemento que descomprime - e comprime - o arquivo. É o caso do MPEG, que roda no
Windows Media Player, desde que o codec esteja atualizado - em geral, a instalação é automática.
Com os três players de multimídia mais populares - Windows Media Player, Real Player e Quicktime -, você dificilmente
encontrará problemas para rodar vídeos, tanto offline como por streaming (neste caso, o download e a exibição do vídeo
são simultâneos, como na TV Terra).
Atualmente, devido à evolução da internet com os mais variados tipos de páginas pessoais e redes sociais, há uma
grande demanda por programas para trabalhar com imagens. E, como sempre é esperado, em resposta a isso, também há
no mercado uma ampla gama de ferramentas existentes que fazem algum tipo de tratamento ou conversão de imagens.
Porém, muitos destes programas não são o que se pode chamar de simples e intuitivos, causando confusão em seu
uso ou na manipulação dos recursos existentes. Caso o que você precise seja apenas um programa para visualizar imagens
e aplicar tratamentos e efeitos simples ou montar apresentações de slides, é sempre bom dar uma conferida em alguns
aplicativos mais leves e com recursos mais enxutos como os visualizadores de imagens.
Abaixo, segue uma seleção de visualizadores, muitos deles trazendo os recursos mais simples, comuns e fáceis de se
utilizar dos editores, para você que não precisa de tantos recursos, mas ainda assim gosta de dar um tratamento especial
para as suas mais variadas imagens.
O Picasa está com uma versão cheia de inovações que faz dele um aplicativo completo para visualização de fotos e
imagens. Além disso, ele possui diversas ferramentas úteis para editar, organizar e gerenciar arquivos de imagem do com-
putador.
As ferramentas de edição possuem os métodos mais avançados para automatizar o processo de correção de imagens.
No caso de olhos vermelhos, por exemplo, o programa consegue identificar e corrigir todos os olhos vermelhos da foto
automaticamente sem precisar selecionar um por um. Além disso, é possível cortar, endireitar, adicionar textos, inserir efei-
tos, e muito mais.
Um dos grandes destaques do Picasa é sua poderosa biblioteca de imagens. Ele possui um sistema inteligente de ar-
mazenamento capaz de filtrar imagens que contenham apenas rostos. Assim você consegue visualizar apenas as fotos que
contém pessoas.
Depois de tudo organizado em seu computador, você pode escolher diversas opções para salvar e/ou compartilhar
suas fotos e imagens com amigos e parentes. Isso pode ser feito gravando um CD/DVD ou enviando via Web. O programa
possui integração com o PicasaWeb, o qual possibilita enviar um álbum inteiro pela internet em poucos segundos.
O IrfanView é um visualizador de imagem muito leve e com uma interface gráfica simples porém otimizada e fácil
de utilizar, mesmo para quem não tem familiaridade com este tipo de programa. Ele também dispõe de alguns recursos
simples de editor. Com ele é possível fazer operações como copiar e deletar imagens até o efeito de remoção de olhos ver-
melhos em fotos. O programa oferece alternativas para aplicar efeitos como texturas e alteração de cores em sua imagem
por meio de apenas um clique.
Além disso sempre é possível a visualização de imagens pelo próprio gerenciador do Windows.

3.Identificação e manipulação de arquivos

Pastas – são estruturas digitais criadas para organizar arquivos, ícones ou outras pastas.
Arquivos – são registros digitais criados e salvos através de programas aplicativos. Por exemplo, quando abrimos a
Microsoft Word, digitamos uma carta e a salvamos no computador, estamos criando um arquivo.
Ícones – são imagens representativas associadas a programas, arquivos, pastas ou atalhos. As duas figuras mostradas
nos itens anteriores são ícones. O primeiro representa uma pasta e o segundo, um arquivo criado no programa Excel.
Atalhos – são ícones que indicam um caminho mais curto para abrir um programa ou até mesmo um arquivo.
Clicando com o botão direito do mouse sobre um espaço vazio da área de trabalho, temos as seguintes opções, de
organização:

4
INFORMÁTICA BÁSICA

Figura 3: Organizar ícones

-Nome: Organiza os ícones por ordem alfabética de nomes, permanecendo inalterados os ícones padrão da área de
trabalho.
-Tamanho: Organiza os ícones pelo seu tamanho em bytes, permanecendo inalterados os ícones padrão da área de
trabalho.
-Tipo: Organiza os ícones em grupos de tipos, por exemplo, todas as pastas ficarão ordenadas em sequência, depois
todos os arquivos, e assim por diante, permanecendo inalterados os ícones padrão da área de trabalho.
-Modificado em: Organiza os ícones pela data da última alteração, permanecendo inalterados os ícones padrão da área
de trabalho.
-Organizar automaticamente: Não permite que os ícones sejam colocados em qualquer lugar na área de trabalho.
Quando arrastados pelo usuário, ao soltar o botão esquerdo, o ícone voltará ao seu lugar padrão.
-Alinhar à grade: estabelece uma grade invisível para alinhamento dos ícones.
-Mostrar ícones da área de trabalho: Oculta ou mostra os ícones colocados na área de trabalho, inclusive os ícones
padrão, como Lixeira, Meu Computador e Meus Documentos.
-Bloquear itens da Web na área de trabalho: Bloquea recursos da Internet ou baixados em temas da web e usados na
área de trabalho.
-Executar assistente para limpeza da área de trabalho:
Inicia um assistente para eliminar da área de trabalho ícones que não estão sendo utilizados.
Para acessar o Windows Explorer, basta clicar no botão Windows, Todos os Programas, Acessórios, Windows Explorer,
ou usar a tecla do Windows+E. O Windows Explorer é um ambiente do Windows onde podemos realizar o gerenciamento
de arquivos e pastas. Nele, temos duas divisões principais: o lado esquerdo, que exibe as pastas e diretórios em esquema
de hierarquia e o lado direito que exibe o conteúdo das pastas e diretórios selecionados do lado esquerdo.
Quando clicamos, por exemplo, sobre uma pasta com o botão direito do mouse, é exibido um menu suspenso com
diversas opções de ações que podem ser realizadas. Em ambos os lados (esquerdo e direito) esse procedimento ocorre,
mas do lado esquerdo, não é possível visualizar a opção “Criar atalho”, como é possível observar nas figuras a seguir:

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INFORMÁTICA BÁSICA

Figura 4: Windows Explorer – botão direito

A figura a cima mostra as opções exibidas no menu suspenso quando clicamos na pasta DOWNLOADS com o botão
direito do mouse, do lado esquerdo do Windows Explorer.
No Windows Explorer podemos realizar facilmente opções de gerenciamento como copiar, recortar, colar e mover,
pastas e arquivos.

-Copiar e Colar: consiste em criar uma cópia idêntica da pasta, arquivo ou atalho selecionado. Para essa tarefa, pode-
mos adotar os seguintes procedimentos:
1º) Selecione o item desejado;
2º) Clique com o botão direito do mouse e depois com o esquerdo em “copiar”. Se preferir, pode usar as teclas de
atalho CTRL+C. Esses passos criarão uma cópia do arquivo ou pasta na memória RAM do computador, mas a cópia ainda
não estará em nenhum lugar visível do sistema operacional.
3º) Clique com o botão direito do mouse no local onde deseja deixar a cópia e depois, com o esquerdo, clique em
“colar”. Também podem ser usadas as teclas CTRL + V, para efetivar o processo de colagem.
Dessa forma, teremos o mesmo arquivo ou pasta em mais de um lugar no computador.

-Recortar e Colar: Esse procedimento retira um arquivo ou pasta de um determinado lugar e o coloca em outro. É como
se recortássemos uma figura de uma revista e a colássemos em um caderno. O que recortarmos ficará apenas em um lugar
do computador.
Os passos necessários para recortar e colar, são:
1º) Selecione o item desejado;
2º) Clique com o botão direito do mouse e depois com o esquerdo em “recortar”. Se preferir, pode usar as teclas de
atalho CTRL+X. Esses passos criarão uma cópia do arquivo ou pasta na memória RAM do computador, mas a cópia ainda
não estará em nenhum lugar visível do sistema operacional.
3º) Clique com o botão direito do mouse no local onde deseja deixar a cópia e depois, com o esquerdo, clique em
“colar”. Também podem ser usadas as teclas CTRL + V, para efetivar o processo de colagem.

Lixeira: Contém os arquivos e pastas excluídos pelo usuário. Para excluirmos arquivos, atalhos e pastas, podemos clicar
com o botão direito do mouse sobre eles e depois usar a opção “Excluir”. Outra forma é clicar uma vez sobre o objeto
desejado e depois pressionar o botão delete, no teclado. Esses dois procedimentos enviarão para lixeira o que foi excluído,
sendo possível a restauração, caso haja necessidade. Para restaurar, por exemplo, um arquivo enviado para a lixeira, pode-
mos, após abri-la, restaurar o que desejarmos.

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INFORMÁTICA BÁSICA

Figura 5: Restauração de arquivos enviados para a lixeira

A restauração de objetos enviados para a lixeira pode ser feita com um clique com o botão direito do mouse sobre o item de-
sejado e depois, outro clique com o esquerdo em “Restaurar”. Isso devolverá, automaticamente o arquivo para seu local de origem.

Outra forma de restaurar é usar a opção “Restaurar este item”, após selecionar o objeto.

Alguns arquivos e pastas, por terem um tamanho muito grande, são excluídos sem irem antes para a Lixeira. Sempre
que algo for ser excluído, aparecerá uma mensagem, ou perguntando se realmente deseja enviar aquele item para a Lixeira,
ou avisando que o que foi selecionado será permanentemente excluído. Outra forma de excluir documentos ou pastas sem
que eles fiquem armazenados na Lixeira é usar as teclas de atalho Shift+Delete.
No Linux a forma mais tradicional para se manipular arquivos é com o comando chmod que altera as permissões de
arquivos ou diretórios. É um comando para manipulação de arquivos e diretórios que muda as permissões para acesso
àqueles, por exemplo, um diretório que poderia ser de escrita e leitura, pode passar a ser apenas leitura, impedindo que
seu conteúdo seja alterado.

4. Backup de arquivos

O Backup ajuda a proteger os dados de exclusão acidentais, ou até mesmo de falhas, por exemplo se os dados originais
do disco rígido forem apagados ou substituídos acidentalmente ou se ficarem inacessíveis devido a um defeito do disco
rígido, você poderá restaurar facilmente os dados usando a cópia arquivada.

4.1. Tipos de Backup


Fazer um backup é simples. Basta copiar os arquivos que você usa para outro lugar e pronto, está feito o backup. Mas e
se eu alterar um arquivo? E se eu excluir acidentalmente um arquivo? E se o arquivo atual corrompeu? Bem, é aí que a coisa
começa a ficar mais legal. É nessa hora que entram as estratégias de backup.
Se você perguntar a alguém que não é familiarizado com backups, a maioria pensará que um backup é somente uma
cópia idêntica de todos os dados do computador. Em outras palavras, se um backup foi criado na noite de terça-feira, e
nada mudou no computador durante o dia todo na quarta-feira, o backup criado na noite de quarta seria idêntico àquele
criado na terça. Apesar de ser possível configurar backups desta maneira, é mais provável que você não o faça. Para enten-
der mais sobre este assunto, devemos primeiro entender os tipos diferentes de backup que podem ser criados. Estes são:
• Backups completos;
• Backups incrementais;
• Backups diferenciais;
• Backups delta;
O backup completo é simplesmente fazer a cópia de todos os arquivos para o diretório de destino (ou para os dis-
positivos de backup correspondentes), independente de versões anteriores ou de alterações nos arquivos desde o último
backup. Este tipo de backup é o tradicional e a primeira ideia que vêm à mente das pessoas quando pensam em backup:
guardar TODAS as informações. Outra característica do backup completo é que ele é o ponto de início dos outros métodos
citados abaixo. Todos usam este backup para assinalar as alterações que deverão ser salvas em cada um dos métodos.
Este tipo consiste no backup de todos os arquivos para a mídia de backup. Conforme mencionado anteriormente, se os
dados sendo copiados nunca mudam, cada backup completo será igual aos outros. Esta similaridade ocorre devido ao fato
que um backup completo não verifica se o arquivo foi alterado desde o último backup; copia tudo indiscriminadamente

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INFORMÁTICA BÁSICA

para a mídia de backup, tendo modificações ou não. Esta O armazenamento deve ser sempre levado em con-
é a razão pela qual os backups completos não são feitos o sideração, onde o administrador desses backups deve
tempo todo Todos os arquivos seriam gravados na mídia se preocupar em encontrar um equilíbrio que atenda
de backup. Isto significa que uma grande parte da mídia adequadamente às necessidades de todos, e também
de backup é usada mesmo que nada tenha sido alterado. assegurar que os backups estejam disponíveis para a
Fazer backup de 100 gigabytes de dados todas as noites pior das situações.
quando talvez 10 gigabytes de dados foram alterados não Após todas as técnicas de backups estarem efetiva-
é uma boa prática; por este motivo os backups incremen- das deve-se garantir os testes para que com o passar
tais foram criados. do tempo não fiquem ilegíveis.
Já os backups incrementais primeiro verificam se o
horário de alteração de um arquivo é mais recente que o 4.3. Recomendações para proteger seus backups
horário de seu último backup, por exemplo, já atuei em
uma Instituição, onde todos os backups eram programa- Fazer backups é uma excelente prática de seguran-
dos para a quarta-feira. ça básica. Agora lhe damos conselhos simples para que
A vantagem principal em usar backups incrementais você esteja a salvo no dia em que precisar deles:
é que rodam mais rápido que os backups completos. A 1. Tenha seus backups fora do PC, em outro escri-
principal desvantagem dos backups incrementais é que tório, e, se for possível, em algum recipiente à prova
para restaurar um determinado arquivo, pode ser neces- de incêndios, como os cofres onde você guarda seus
sário procurar em um ou mais backups incrementais até documentos e valores importantes.
encontrar o arquivo. Para restaurar um sistema de arquivo 2. Faça mais de uma cópia da sua informação e as
completo, é necessário restaurar o último backup completo mantenha em lugares separados.
e todos os backups incrementais subsequentes. Numa ten- 3. Estabeleça uma idade máxima para seus backups,
tativa de diminuir a necessidade de procurar em todos os é melhor comprimir os arquivos que já sejam muito
backups incrementais, foi implementada uma tática ligeira- antigos (quase todos os programas de backup contam
mente diferente. Esta é conhecida como backup diferencial. com essa opção), assim você não desperdiça espaço
Os backups diferenciais, também só copia arquivos al- útil.
terados desde o último backup, mas existe uma diferen- 4. Proteja seus backups com uma senha, de manei-
ça, ele mapeia as alterações em relação ao último backup ra que sua informação fique criptografada o suficiente
completo, importante mencionar que essa técnica ocasio- para que ninguém mais possa acessá-la. Se sua infor-
na o aumento progressivo do tamanho do arquivo. mação é importante para seus entes queridos, imple-
Os backups delta sempre armazena a diferença entre mente alguma forma para que eles possam saber a se-
as versões correntes e anteriores dos arquivos, começan- nha se você não estiver presente.
do a partir de um backup completo e, a partir daí, a cada
novo backup são copiados somente os arquivos que foram 5. Conceitos básicos de Hardware (Placa mãe, me-
alterados enquanto são criados hardlinks para os arquivos mórias, processadores (CPU) e disco de armazenamen-
que não foram alterados desde o último backup. Esta é a to HDs, CDs e DVDs)
técnica utilizada pela Time Machine da Apple e por ferra- Os gabinetes são dotados de fontes de alimenta-
mentas como o rsync. ção de energia elétrica, botão de ligar e desligar, botão
de reset, baias para encaixe de drives de DVD, CD, HD,
4.2. Mídias saídas de ventilação e painel traseiro com recortes para
A fita foi o primeiro meio de armazenamento de dados encaixe de placas como placa mãe, placa de som, vídeo,
removível amplamente utilizado. Tem os benefícios de custo rede, cada vez mais com saídas USBs e outras.
baixo e uma capacidade razoavelmente boa de armazena- No fundo do gabinete existe uma placa de metal
mento. Entretanto, a fita tem algumas desvantagens. Ela está onde será fixada a placa mãe. Pelos furos nessa placa é
sujeita ao desgaste e o acesso aos dados na fita é sequen- possível verificar se será possível ou não fixar determi-
cial por natureza. Estes fatores significam que é necessário nada placa mãe em um gabinete, pois eles têm que ser
manter o registro do uso das fitas (aposentá-las ao atingirem proporcionais aos furos encontrados na placa mãe para
o fim de suas vidas úteis) e também que a procura por um parafusá-la ou encaixá-la no gabinete.
arquivo específico nas fitas pode ser uma tarefa longa. Placa-mãe, é a placa principal, formada por um con-
Ultimamente, os drives de disco nunca seriam usados junto de circuitos integrados (“chip set“) que reconhece
como um meio de backup. No entanto, os preços de ar- e gerencia o funcionamento dos demais componentes
mazenamento caíram a um ponto que, em alguns casos, do computador.
usar drives de disco para armazenamento de backup faz Se o processador pode ser considerado o “cérebro”
sentido. A razão principal para usar drives de disco como do computador, a placa-mãe (do inglês motherboard)
um meio de backup é a velocidade. Não há um meio de representa a espinha dorsal, interligando os demais pe-
armazenamento em massa mais rápido. A velocidade pode riféricos ao processador.
ser um fator crítico quando a janela de backup do seu cen- O disco rígido, do inglês hard disk, também conhe-
tro de dados é curta e a quantidade de dados a serem co- cido como HD, serve como unidade de armazenamento
piados é grande. permanente, guardando dados e programas.

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INFORMÁTICA BÁSICA

Ele armazena os dados em discos magnéticos que mantêm a gravação por vários anos, se necessário.
Esses discos giram a uma alta velocidade e tem seus dados gravados ou acessados por um braço móvel composto por
um conjunto de cabeças de leitura capazes de gravar ou acessar os dados em qualquer posição nos discos.
Dessa forma, os computadores digitais (que trabalham com valores discretos) são totalmente binários. Toda informação
introduzida em um computador é convertida para a forma binária, através do emprego de um código qualquer de arma-
zenamento, como veremos mais adiante.
A menor unidade de informação armazenável em um computador é o algarismo binário ou dígito binário, conhecido
como bit (contração das palavras inglesas binarydigit). O bit pode ter, então, somente dois valores: 0 e 1.
Evidentemente, com possibilidades tão limitadas, o bit pouco pode representar isoladamente; por essa razão, as infor-
mações manipuladas por um computador são codificadas em grupos ordena- dos de bits, de modo a terem um significado
útil.
O menor grupo ordenado de bits representando uma informação útil e inteligível para o ser humano é o byte (leia-se
“baite”).
Como os principais códigos de representação de caracteres utilizam grupos de oito bits por caracter, os conceitos de
byte e caracter tornam-se semelhantes e as palavras, quase sinônimas.
É costume, no mercado, construírem memórias cujo acesso, armazenamento e recuperação de informações são efetua-
dos byte a byte. Por essa razão, em anúncios de computadores, menciona-se que ele possui “512 mega bytes de memória”;
por exemplo, na realidade, em face desse costume, quase sempre o termo byte é omitido por já subentender esse valor.
Para entender melhor essas unidades de memórias, veja a imagem abaixo:

Figura 6: Unidade de medida de memórias

Em resumo, a cada degrau que você desce na Figura 3 é só você dividir por 1024 e a cada degrau que você sobe basta
multiplicar por 1024. Vejamos dois exemplos abaixo:

Transformar 4 gigabytes em kilobytes: Transformar 16422282522 kilobytes em terabytes:


4 * 1024 = 4096 megabytes 16422282522 / 1024 = 16037385,28 megabytes
4096 * 1024 = 4194304 kilobytes. 16037385,28 / 1024 = 15661,51 gigabytes
15661,51 / 1024 = 15,29 terabytes.

USB é abreviação de “Universal Serial Bus”. É a porta de entrada mais usada atualmente.
Além de ser usado para a conexão de todo o tipo de dispositivos, ele fornece uma pequena quantidade de energia. Por
isso permite que os conectores USB sejam usados por carregadores, luzes, ventiladores e outros equipamentos.

A fonte de energia do computador ou, em inglês é responsável por converter a voltagem da energia elétrica, que chega
pelas tomadas, em voltagens menores, capazes de ser suportadas pelos componentes do computador.

Monitor de vídeo
Normalmente um dispositivo que apresenta informações na tela de LCD, como um televisor atual.
Outros monitores são sensíveis ao toque (chamados de touchscreen), onde podemos escolher opções tocando em
botões virtuais, apresentados na tela.

Impressora
Muito popular e conhecida por produzir informações impressas em papel.
Atualmente existem equipamentos chamados impressoras multifuncionais, que comportam impressora, scanner e fo-
tocopiadoras num só equipamento.

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INFORMÁTICA BÁSICA

Pen drive é a mídia portátil mais utilizada pelos usuá- ... RISC são arquiteturas de carga-armazenamento, en-
rios de computadores atualmente. quanto que a maior parte das arquiteturas CISC permite
Ele não precisar recarregar energia para manter os da- que outras operações também façam referência à memória.
dos armazenados. Isso o torna seguro e estável, ao contrá- Possuem um clock interno de sincronização que define
rio dos antigos disquetes. É utilizado através de uma porta a velo- cidade com que o processamento ocorre. Essa velo-
USB (Universal Serial Bus). cidade é medida em Hertz. Segundo Amigo (2008):
Em um computador, a velocidade do clock se refere ao
Cartões de memória, são baseados na tecnologia flash, número de pulsos por segundo gerados por um oscilador
semelhante ao que ocorre com a memória RAM do com- (dispositivo eletrônico que gera sinais), que determina o
putador, existe uma grande variedade de formato desses tempo necessário para o processador executar uma instru-
cartões. ção. Assim para avaliar a performance de um processador,
São muito utilizados principalmente em câmeras foto- medimos a quantidade de pulsos gerados em 1 segundo e,
gráficas e telefones celulares. Podem ser utilizados também para tanto, utilizamos uma unidade de medida de frequên-
em microcomputadores. cia, o Hertz.

BIOS é o Basic Input/Output System, ou Sistema Básico


de Entrada e Saída, trata-se de um mecanismo responsável
por algumas atividades consideradas corriqueiras em um
computador, mas que são de suma importância para o cor-
reto funcionamento de uma máquina.
Se a BIOS para de funcionar, o PC também para! Ao
iniciar o PC, a BIOS faz uma varredura para detectar e iden-
tificar todos os componentes de hardware conectados à
máquina.
Só depois de todo esse processo de identificação é que
a BIOS passa o controle para o sistema operacional e o
boot acontece de verdade.

Diferentemente da memória RAM, as memórias ROM Figura 7: Esquema Processador


(Read Only Memory – Memória Somente de Leitura) não
são voláteis, mantendo os dados gravados após o desliga- Na placa mãe são conectados outros tipos de placas,
mento do computador. com seus circuitos que recebem e transmite dados para
As primeiras ROM não permitiam a regravação de seu desempenhar tarefas como emissão de áudio, conexão à
conteúdo. Atualmente, existem variações que possibilitam Internet e a outros computadores e, como não poderia fal-
a regravação dos dados por meio de equipamentos espe- tar, possibilitar a saída de imagens no monitor.
ciais. Essas memórias são utilizadas para o armazenamento Essas placas, muitas vezes, podem ter todo seu hard-
do BIOS. ware reduzido a chips, conectados diretamente na placa
mãe, utilizando todos os outros recursos necessários, que
O processador que é uma peça de computador que não estão implementa- dos nesses chips, da própria mo-
contém instruções para realizar tarefas lógicas e matemá- therboard. Geralmente esse fato implica na redução da ve-
ticas. O processador é encaixado na placa mãe através do locidade, mas hoje essa redução é pouco considerada, uma
socket, ele que processa todas as informações do compu- vez que é aceitável para a maioria dos usuários.
tador, sua velocidade é medida em Hertz e os fabricantes No entanto, quando se pretende ter maior potência de
mais famosos são Intel e AMD. som, melhor qualidade e até aceleração gráfica de imagens
O processador do computador (ou CPU – Unidade e uma rede mais veloz, a opção escolhida são as placas off
Central de Processamento) é uma das partes principais do board. Vamos conhecer mais sobre esse termo e sobre as
hardware do computador e é responsável pelos cálculos, placas de vídeo, som e rede:
execução de tarefas e processamento de dados. Placas de vídeo são hardwares específicos para traba-
Contém um conjunto de restritos de células de memó- lhar e projetar a imagem exibida no monitor. Essas placas
ria chamados registradores que podem ser lidos e escritos podem ser onboard, ou seja, com chipset embutido na
muito mais rapidamente que em outros dispositivos de placa mãe, ou off board, conectadas em slots presentes
memória. Os registra- dores são unidades de memória que na placa mãe. São considerados dispositivos de saída de
representam o meio mais caro e rápido de armazenamento dados, pois mostram ao usuário, na forma de imagens, o
de dados. Por isso são usados em pequenas quantidades resultado do processamento de vários outros dados.
nos processadores. Você já deve ter visto placas de vídeo com especifica-
Em relação a sua arquitetura, se destacam os modelos ções 1x, 2x, 8x e assim por diante. Quanto maior o número,
RISC (Reduced Instruction Set Computer) e CISC (Complex maior será a quantidade de dados que passarão por se-
Instruction Set Computer). Segundo Carter [s.d.]: gundo por essa placa, o que oferece imagens de vídeo, por
exemplo, com velocidade cada vez mais próxima da reali-

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INFORMÁTICA BÁSICA

dade. Além dessa velocidade, existem outros itens importantes de serem observados em uma placa de vídeo: aceleração
gráfica 3D, resolução, quantidade de cores e, como não poderíamos esquecer, qual o padrão de encaixe na placa mãe que
ela deverá usar (atualmente seguem opções de PCI ou AGP). Vamos ver esses itens um a um:
Placas de som são hardwares específicos para trabalhar e projetar a sons, seja em caixas de som, fones de ouvido ou
microfone. Essas placas podem ser onboard, ou seja, com chipset embutido na placa mãe, ou offboard, conectadas em slots
presentes na placa mãe. São dispositivos de entrada e saída de dados, pois tanto permitem a inclusão de dados (com a entrada
da voz pelo microfone, por exemplo) como a saída de som (através das caixas de som, por exemplo).
Placas de rede são hardwares específicos para integrar um computador a uma rede, de forma que ele possa enviar e
receber informações. Essas placas podem ser onboard, ou seja, com chipset embutido na placa mãe, ou offboard, conecta-
das em slots presentes na placa mãe.
Alguns dados importantes a serem observados em uma placa de rede são: a arquitetura de rede que atende os tipos
de cabos de rede suportados e a taxa de transmissão.

6. Periféricos de computadores

Para entender o suficiente sobre periféricos para concurso público é importante entender que os periféricos são os
componentes (hardwares) que estão sempre ligados ao centro dos computadores.
Os periféricos são classificados como:
Dispositivo de Entrada: É responsável em transmitir a informação ao computador. Exemplos: mouse, scanner, microfo-
ne, teclado, Web Cam, Trackball, Identificador Biométrico, Touchpad e outros.
Dispositivos de Saída: É responsável em receber a informação do computador. Exemplos: Monitor, Impressoras, Caixa
de Som, Ploter, Projector de Vídeo e outros.
Dispositivo de Entrada e Saída: É responsável em transmitir e receber informação ao computador. Exemplos: Drive de Dis-
quete, HD, CD-R/RW, DVD, Blu-ray, modem, Pen-Drive, Placa de Rede, Monitor Táctil, Dispositivo de Som e outros.

SISTEMA OPERACIONAL WINDOWS

Windows assim como tudo que envolve a informática passa por uma atualização constante, os concursos públicos em
seus editais acabam variando em suas versões, por isso vamos abordar de uma maneira geral tanto as versões do Windows
quanto do Linux.
O Windows é um Sistema Operacional, ou seja, é um software, um programa de computador desenvolvido por pro-
gramadores através de códigos de programação. Os Sistemas Operacionais, assim como os demais softwares, são consi-
derados como a parte lógica do computador, uma parte não palpável, desenvolvida para ser utilizada apenas quando o
computador está em funcionamento. O Sistema Operacional (SO) é um programa especial, pois é o primeiro a ser instalado
na máquina.
Quando montamos um computador e o ligamos pela primeira vez, em sua tela serão mostradas apenas algumas rotinas
presentes nos chipsets da máquina. Para utilizarmos todos os recursos do computador, com toda a qualidade das placas
de som, vídeo, rede, acessarmos a Internet e usufruirmos de toda a potencialidade do hardware, temos que instalar o SO.
Após sua instalação é possível configurar as placas para que alcancem seu melhor desempenho e instalar os demais
programas, como os softwares aplicativos e utilitários.
O SO gerencia o uso do hardware pelo software e gerencia os demais programas.
A diferença entre os Sistemas Operacionais de 32 bits e 64 bits está na forma em que o processador do computador
trabalha as informações. O Sistema Operacional de 32 bits tem que ser instalado em um computador que tenha o proces-
sador de 32 bits, assim como o de 64 bits tem que ser instalado em um computador de 64 bits.
Os Sistemas Operacionais de 64 bits do Windows, segundo o site oficial da Microsoft, podem utilizar mais memória que
as versões de 32 bits do Windows. “Isso ajuda a reduzir o tempo despendi- do na permuta de processos para dentro e para
fora da memória, pelo armazenamento de um número maior desses processos na memória de acesso aleatório (RAM) em
vez de fazê-lo no disco rígido. Por outro lado, isso pode aumentar o desempenho geral do programa”.

Windows XP

O Windows XP foi lançado em 2001 e ele era um sistema operacional bastante completo e confiável, por isso pode-se
dizer que ele foi uma versão muito bem sucedida, importante mencionar que o encerramento do seu suporte foi em abril
de 2014.

11
INFORMÁTICA BÁSICA

Figura 8: Tela de login do Windows XP

Figura 9: Desktop do Windows XP

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INFORMÁTICA BÁSICA

Ele foi sucessor de uma versão considerada fracassada Comparando o Windows XP com o Windows 7
que foi o Windows Me (Millennium Edition), lançado em
2000, e é considerado por muitos o principal responsável Estabilidade
em recuperar a confiança dos clientes Microsoft. Seu lança-
mento foi dia 25 de outubro de 2001 e chamou a atenção O Windows 7 é muito mais estável do que o Windo-
por trazer uma nova interface gráfica e eliminar os proble- ws XP, e isso acontece por diversos motivos. Inicialmente
mas de estabilidade encontrados no ME. ele foi desenvolvido para dar maior proteção à memória,
A interface gráfica do Windows XP ficou conhecida por isolando-a de problemas externos. Exemplo clássico: você
ser muito mais intuitiva e agradável, afinal as janelas cinzas, instala um novo driver de placa de vídeo, e ele trava pois
e barras quadradas foram substituídas por uma interface tem um bug. Enquanto o Windows XP trava por completo
colorida, com padrão azul, e botões mais arredondados e (ou o computador é reiniciado), o Windows 7 se recupera
visíveis. Outra grande novidade foi o botão iniciar, que fi- normalmente do travamento utilizando um driver padrão
cou maior, com mais atalhos e possibilidades de fixar pro- de vídeo, e isso não afeta os demais programas abertos.
gramas, mudança essa que permaneceu até o Windows 7. O Windows 7 vem com o Monitor de Confiabilidade.
Outros aspectos visuais trazidos pelo Windows XP, fo- Ele monitora constantemente o computador, salvando in-
ram as novas camadas e efeitos para o desktop, além de formações importantes quando há alguma falha de aplica-
apresentar um papel de parede padrão que viria a se tor- tivo ou do Windows, e com isso o usuário tem um pano-
nar icônico. Os usuários poderiam ainda travar a barra de rama geral que permite concluir que aplicativo ou driver
tarefas e evitar que houvesse mudanças das configurações está causando problemas. Isso é possível pois ele monitora
no espaço. a data de instalação de drivers e programas, execução de
O XP foi apresentado ainda em diferentes edições, aplicativos, updates do Windows, travamento de progra-
além de estar disponível em 32 e 64 bits. A versão Home mas, e tudo mais que possa afetar a estabilidade do sis-
Edition era voltada para o uso doméstico e trazia ferra- tema operacional - e com isso é fácil concluir quando um
mentas mais simples para o usuário comum. Já a edição novo programa ou driver está causando problemas no sis-
Professional tinha como público empresas e usuários com tema operacional. O Monitor de Confiabilidade também
conhecimentos avançados. Houve ainda uma versão Media tem a opção de verificar soluções para todos os problemas
Center Edition, mas esta nunca foi colocada à venda e era listados.
entregue somente sob encomenda. Além disso, o Windows 7 também vem com a opção
Em relação as funcionalidades, o grande destaque foi o de restauração de sistema e drivers, permitindo que você
suporte a dispositivos Plug and Play, famoso plugar e usar retorne a um status ou driver anterior ao atual caso este
que acabou com etapas burocráticas de instalação, não exi- apresente algum problema.
gindo que o computador fosse desligado ao remover um Por fim, o NTFS (tipo de partição) do Windows 7 é mais
dispositivo externo, como um pendrive. completo e avançado do que o do Windows XP, pois é o
Outra novidade na funcionalidade foi a tecnologia mesmo utilizado no Windows Server 2008. Quando ocorre
ClearType, que facilitava a visualização de textos em tela algum problema em disco ou na partição do Windows XP,
LCD, novidades na época. Além disso, ele melhorou o con- por exemplo, o sistema operacional tenta corrigi-lo (às ve-
sumo de energia para a utilização em dispositivos móveis zes durante horas) via chkdsk no próximo boot. O NTFS do
como notebook e tablets, e incluiu a possibilidade de ini- Windows 7, por outro lado, utiliza o self-healing (auto-cor-
cializar a máquina mais rapidamente e hibernar. reção) e o problema é reparado imediatamente sem que o
Além disso, passou a dar suporte às redes Wireless e usuário sequer saiba disso. Além disso, ele permite corrigir
DSL, melhorando a alternância entre contas de usuários, problemas em arquivos de sistema (como o Win32k.sys) -
permitindo que o indivíduo acesse outra conta sem fechar algo que o Windows XP não consegue. Neste item Windo-
seus programas abertos. Além disso, introduziu a funcio- ws 7 x Windows XP, o Windows 7 ganha.
nalidade de assistência remota, o que possibilitou que pes-
soas conectadas à Internet pudessem assumir o controle Usabilidade
da máquina para realizar suporte técnico ou auxiliar uma
tarefa. O Windows 7 facilita o dia-a-dia das pessoas com novi-
Quanto as atualizações e até mesmo o encerramen- dades que tornam as tarefas mais rápidas e eficientes. Entre
to do suporte, pode-se dizer que o XP teve três grandes elas estão:
atualizações, que ficaram conhecidas como Service Packs. - Central de Contas do Usuário (UAC) que protege o
O primeiro foi lançado no dia 9 de setembro de 2002, adi- usuário sem incomodá-lo
cionando o suporte ao formato USB 2.0 e a possibilidade - Pesquisa integrada ao sistema operacional
de definir padrões de programas. O SP2 chegou em 6 de - Bibliotecas, que organizam os arquivos e facilitam o
agosto de 2004 com foco na segurança do sistema. Já o seu uso em rede local
SP3 foi distribuído em 6 de maio de 2008 com correções de - Aero Snap, que ao arrastar uma janela para a lateral
segurança e melhoras no desempenho. da tela, esta é automaticamente expandida e ocupa meta-
No dia 8 de abril de 2014, a Microsoft encerrou o su- de da tela (ou tela cheia se for arrastada para cima)
porte ao Windows XP SP3, não oferecendo mais atualiza- - Aero Peek, que torna as janelas transparentes para
ções ou correções de segurança para o sistema. você visualizar ou acessar rapidamente o desktop

13
INFORMÁTICA BÁSICA

- Aero Shake, que ao chacoalhar uma janela faz com Custo Benefício
que todas as demais sejam automaticamente minimizadas
O Windows XP foi inaugurado em 2001, ou seja, para
Essas melhorias na usabilidade não devem ser descon- hardwares equivalentes da época, os requisitos mínimos
sideradas ou vistas como “frescura”, pois elas podem eco- do Windows XP são inferiores até mesmo aos smartpho-
nomizar dezenas de horas de trabalho por ano! Mais uma nes mais simples de hoje em dia: Pentium 233 MHz, 64MB
vantagem para o Windows 7 na comparação Windows 7 x RAM e 1,5GB de espaço em disco! É preciso dizer mais?
Windows XP. O Windows 7 funciona muito bem até mesmo em
hardware limitado, como netbooks com 1GB RAM e pro-
Segurança cessador de 1GHz, além de estar preparado para utilizar
todo potencial das tecnologias atuais: processadores
Há um mundo de diferença entra a segurança do multi-core, muita memória RAM, discos SSD, drive de
Windows XP e a do Windows 7. Embora algumas pessoas Blu-Ray, USB 3.0, placas de vídeo caseiras que processam
achem que basta instalar um navegador atual para se man- 3 trilhões de cálculos por segundo (quatro placas dessas
ter seguro na web, nada mais ilusório: estes mesmos nave- trabalhando juntas superam o total de cálculos por se-
gadores não conseguem proteger o usuário se eles estão gundo do supercomputador mais rápido do planeta de
sendo executados em um sistema operacional com capaci- 2001 - e ele tinha 8.192 processadores!), e tecnologias
dade de proteção limitada. O navegador não impede ata- que utilizamos atualmente e que seriam consideradas
ques remotos nem ataques que utilizam vulnerabilidades coisas de ficção científica quando o Windows XP foi cria-
existentes no sistema operacional. do.
Além disso, vulnerabilidades no Windows 7 são muito Na prática não existem motivos razoáveis para um
menos perigosas do que a mesma vulnerabilidade no Win- computador utilizar o Windows XP ao invés do Windows
dows XP, pois o Windows 7 tem diversas proteções adicio- 7.
nais que diminuem o poder de ação dos malwares. Entre
elas estão ASLR, PatchGuard, UAC, PMIE e outras tecnolo-
gias que bloqueiam e impedem ataques externos por vias Windows 7
desconhecidas. Além disso, o antivírus gratuito da Micro-
soft (MSE – Microsoft Security Essentials) pode ser utilizado
por qualquer pessoa que tenha Windows Original, prote- Para saber se o Windows é de 32 ou 64 bits, basta:
gendo-a contra malwares. 1. Clicar no botão Iniciar , clicar com o botão direito
em computador e clique em Propriedades.
Hardware e performance 2. Em sistema, é possível exibir o tipo de sistema.
“Para instalar uma versão de 64 bits do Windows 7,
Atualmente muitos computadores e notebooks vêm você precisará de um processador capaz de executar uma
com 4GB de memória RAM ou mais - e o Windows XP não versão de 64 bits do Windows. Os benefícios de um siste-
aproveita isso. ma operacional de 64 bits ficam mais claros quando você
Tanto o Windows XP quanto o Windows 7 “enxergam” tem uma grande quantidade de RAM (memória de acesso
até 4GB RAM nas suas versões 32-bits - mas ao contrário aleatório) no computador, normalmente 4 GB ou mais.
do XP, o Windows 7 tem versões 64-bits perfeitamente uti- Nesses casos, como um sistema operacional de 64 bits
lizáveis, isto é, o mercado lançou programas e periféricos pode processar grandes quantidades de memória com
que funcionam perfeitamente no Windows 7, mas não para mais eficácia do que um de 32 bits, o sistema de 64 bits
o Windows XP. poderá responder melhor ao executar vários programas
Embora exista uma versão 64-bits do Windows XP, pra- ao mesmo tempo e alternar entre eles com frequência”.
ticamente ninguém a usa pois não há drivers para periféri- Uma maneira prática de usar o Windows 7 (Win 7) é
cos nem programas que aproveitam o seu potencial. reinstalá-lo sobre um SO já utilizado na máquina. Nesse
E um detalhe que poucos sabem é que o limite de 4GB caso, é possível instalar:
de memória se aplica à soma da memória RAM + memória - Sobre o Windows XP;
da placa de vídeo + memória dos periféricos PCI + ACPI + - Uma versão Win 7 32 bits, sobre Windows Vista
tudo mais que esteja instalado no computador que utilize (Win Vista), também 32 bits;
memória (exceto pendrive, disco rígido e cartões de me- - Win 7 de 64 bits, sobre Win Vista, 32 bits;
mória, obviamente). - Win 7 de 32 bits, sobre Win Vista, 64 bits;
Isso significa que se você utiliza uma poderosa placa - Win 7 de 64 bits, sobre Win Vista, 64 bits;
de vídeo de 2GB de memória (algo relativamente comum) - Win 7 em um computador e formatar o HD durante
no Windows XP, este acessará menos de 2GB de memória a insta- lação;
RAM independentemente da quantidade de memória RAM - Win 7 em um computador sem SO;
instalada no computador. E quanto menos memória RAM, Antes de iniciar a instalação, devemos verificar qual
menos performance o computador terá. A solução é utili- tipo de instalação será feita, encontrar e ter em mãos a
zar um sistema operacional completo de 64-bits como o chave do produto, que é um código que será solicitado
Windows 7. durante a instalação.

14
INFORMÁTICA BÁSICA

Vamos adotar a opção de instalação com formatação Criação de pastas (diretórios)


de disco rígido, segundo o site oficial da Microsoft Corpo-
ration:
- Ligue o seu computador, de forma que o Windows
seja inicia- lizado normalmente, insira do disco de instala-
ção do Windows 7 ou a unidade flash USB e desligue o seu
computador.
- Reinicie o computador.
- Pressione qualquer tecla, quando solicitado a fazer
isso, e siga as instruções exibidas.
- Na página de Instalação Windows, insira seu idioma
ou outras preferências e clique em avançar.
- Se a página de Instalação Windows não aparecer e o
programa não solicitar que você pressione alguma tecla,
talvez seja necessário alterar algumas configurações do sis-
tema. Para obter mais informações sobre como fazer isso,
consulte Inicie o seu computador usando um disco de ins-
talação do Windows 7 ou um pen drive USB.
- Na página Leia os termos de licença, se você aceitar
os termos de licença, clique em aceito os termos de licença
e em avançar.
- Na página que tipo de instalação você deseja? clique Figura 8: Criação de pastas
em Personalizada.
- Na página onde deseja instalar Windows? clique em Clicando com o botão direito do mouse em um espaço
op- ções da unidade (avançada). vazio da área de trabalho ou outro apropriado, podemos
- Clique na partição que você quiser alterar, clique na encontrar a opção pasta.
opção de formatação desejada e siga as instruções. Clicando nesta opção com o botão esquerdo do mou-
- Quando a formatação terminar, clique em avançar. se, temos então uma forma prática de criar uma pasta.
- Siga as instruções para concluir a instalação do Win-
dows 7, inclusive a nomenclatura do computador e a confi-
guração de uma conta do usuário inicial.

Conceitos de pastas, arquivos e atalhos, manipula-


ção de arquivos e pastas, uso dos menus

Pastas – são estruturas digitais criadas para organizar Figura 9: Criamos aqui uma pasta chamada “Trabalho”.
arquivos, ícones ou outras pastas.
Arquivos– são registros digitais criados e salvos atra-
vés de programas aplicativos. Por exemplo, quando abri-
mos o Microsoft Word, digitamos uma carta e a salvamos
no computador, estamos criando um arquivo.
Ícones– são imagens representativas associadas a pro-
gramas, arquivos, pastas ou atalhos.
Atalhos–são ícones que indicam um caminho mais
curto para abrir um programa ou até mesmo um arquivo.

Figura 10: Tela da pasta criada

Clicamos duas vezes na pasta “Trabalho” para abrí-la e


agora criaremos mais duas pastas dentro dela:

Para criarmos as outras duas pastas, basta repetir o


procedimento botão direito, Novo, Pasta.

15
INFORMÁTICA BÁSICA

Área de trabalho:

Figura 11: Área de Trabalho

A figura acima mostra a primeira tela que vemos quando o Windows 7 é iniciado. A ela damos o nome de área de
trabalho, pois a ideia original é que ela sirva como uma prancheta, onde abriremos nossos livros e documentos para dar
início ou continuidade ao trabalho.
Em especial, na área de trabalho, encontramos a barra de tarefas, que traz uma série de particularidades, como:

Figura 12: Barra de tarefas

1) Botão Iniciar: é por ele que entramos em contato com todos os outros programas instalados, programas que fazem
parte do sistema operacional e ambientes de configuração e trabalho. Com um clique nesse botão, abrimos uma lista, cha-
mada Menu Iniciar, que contém opções que nos permitem ver os programas mais acessados, todos os outros programas
instalados e os recursos do próprio Windows. Ele funciona como uma via de acesso para todas as opções disponíveis no
computador.
Através do botão Iniciar, também podemos:
-desligar o computador, procedimento que encerra o Sistema Operacional corretamente, e desliga efetivamente a
máquina;
-colocar o computador em modo de espera, que reduz o consumo de energia enquanto a máquina estiver ociosa, ou
seja, sem uso. Muito usado nos casos em que vamos nos ausentar por um breve período de tempo da frente do compu-
tador;
-reiniciar o computador, que desliga e liga automaticamente o sistema. Usado após a instalação de alguns programas
que precisam da reinicialização do sistema para efetivarem sua insta- lação, durante congelamento de telas ou travamentos
da máquina.
-realizar o logoff, acessando o mesmo sistema com nome e senha de outro usuário, tendo assim um ambiente com
características diferentes para cada usuário do mesmo computador.

16
INFORMÁTICA BÁSICA

Figura 13: Menu Iniciar – Windows 7

Na figura a cima temos o menu Iniciar, acessado com um clique no botão Iniciar.
2) Ícones de inicialização rápida: São ícones colocados como atalhos na barra de tarefas para serem acessados com
facilidade.
3) Barra de idiomas: Mostra qual a configuração de idioma que está sendo usada pelo teclado.
4) Ícones de inicialização/execução: Esses ícones são configurados para entrar em ação quando o computador é
iniciado. Muitos deles ficam em execução o tempo todo no sistema, como é o caso de ícones de programas antivírus que
monitoram constante- mente o sistema para verificar se não há invasões ou vírus tentando ser executados.
5) Propriedades de data e hora: Além de mostra o relógio constantemente na sua tela, clicando duas vezes, com o
botão esquerdo do mouse nesse ícone, acessamos as Propriedades de data e hora.

17
INFORMÁTICA BÁSICA

Alguns arquivos e pastas, por terem um tamanho mui-


to grande, são excluídos sem irem antes para a Lixeira.
Sempre que algo for ser excluído, aparecerá uma mensa-
gem, ou perguntando se realmente deseja enviar aquele
item para a Lixeira, ou avisando que o que foi selecionado
será permanentemente excluído. Outra forma de excluir
documentos ou pastas sem que eles fiquem armazenados
na Lixeira é usar as teclas de atalho Shift+Delete.

A barra de tarefas pode ser posicionada nos quatro


cantos da tela para proporcionar melhor visualização de
outras janelas abertas. Para isso, basta pressionar o botão
esquerdo do mouse em um espaço vazio dessa barra e com
ele pressionado, arrastar a barra até o local desejado (canto
direito, superior, esquerdo ou inferior da tela).

Para alterar o local da Barra de Tarefas na tela, temos


Figura 14: Propriedades de data e hora que verificar se a opção “Bloquear a barra de tarefas” não
Nessa janela, é possível configurarmos a data e a hora, está marcada.
deter- minarmos qual é o fuso horário da nossa região e
especificar se o relógio do computador está sincronizado
automaticamente com um servidor de horário na Internet.
Este relógio é atualizado pela bateria da placa mãe, que vi-
mos na figura 26. Quando ele começa a mostrar um horário
diferente do que realmente deveria mostrar, na maioria das
vezes, indica que a bateria da placa mãe deve precisar ser
trocada. Esse horário também é sincronizado com o mes-
mo horário do SETUP.
Lixeira: Contém os arquivos e pastas excluídos pelo
usuário. Para excluirmos arquivos, atalhos e pastas, pode-
mos clicar com o botão direito do mouse sobre eles e de-
pois usar a opção “Excluir”. Outra forma é clicar uma vez
sobre o objeto desejado e depois pressionar o botão dele-
te, no teclado. Esses dois procedimentos enviarão para li-
xeira o que foi excluído, sendo possível a restauração, caso
haja necessidade. Para restaurar, por exemplo, um arquivo
enviado para a lixeira, podemos, após abri-la, restaurar o
que desejarmos.
Figura 16: Bloqueio da Barra de Tarefas

Propriedades da barra de tarefas e do menu iniciar:


Através do clique com o botão direito do mouse na bar-
ra de tarefas e do esquerdo em “Propriedades”, podemos
acessar a janela “Propriedades da barra de tarefas e do
menu iniciar”.

Figura 15: Restauração de arquivos enviados para a lixeira

A restauração de objetos enviados para a lixeira pode


ser feita com um clique com o botão direito do mouse so-
bre o item desejado e depois, outro clique com o esquerdo
em “Restaurar”. Isso devolverá, automaticamente o arquivo
para seu local de origem.

Outra forma de restaurar é usar a opção “Restaurar


este item”, após selecionar o objeto.

18
INFORMÁTICA BÁSICA

Figura 19: Barra de Ferramentas

Painel de controle

O Painel de Controle é o local onde podemos alte-


rar configurações do Windows, como aparência, idioma,
configurações de mouse e teclado, entre outras. Com ele
é possível personalizar o computador às necessidades do
usuário.
Para acessar o Painel de Controle, basta clicar no Botão
Figura 17: Propriedades da barra de tarefas e do menu Iniciar e depois em Painel de Controle. Nele encontramos
iniciar as seguintes opções:
- Sistema e Segurança: “Exibe e altera o status do sis-
Na guia “Barra de Tarefas”, temos, entre outros: tema e da segurança”, permite a realização de backups e
restauração das configurações do sistema e de arquivos.
-Bloquear a barra de tarefas – que impede que ela seja Possui ferramentas que permitem a atualização do Sistema
posicionada em outros cantos da tela que não seja o infe- Operacional, que exibem a quantidade de memória RAM
rior, ou seja, impede que seja arrastada com o botão es- instalada no computador e a velocidade do processador.
querdo do mouse pressionado. Oferece ainda, possibilidades de configuração de Firewall
-Ocultar automaticamente a barra de tarefas – oculta para tornar o computador mais protegido.
(esconde) a barra de tarefas para proporcionar maior apro- - Rede e Internet: mostra o status da rede e possibi-
veitamento da área da tela pelos programas abertos, e a lita configurações de rede e Internet. É possível também
exibe quando o mouse é posicionado no canto inferior do definir preferências para compartilhamento de arquivos e
monitor. computadores.
- Hardware e Sons: é possível adicionar ou remover har-
dwares como impressoras, por exemplo. Também permite
alterar sons do sistema, reproduzir CDs automaticamente,
configurar modo de economia de energia e atualizar drives
de dispositivos instalados.
- Programas: através desta opção, podemos realizar a
desinstalação de programas ou recursos do Windows.
- Contas de Usuários e Segurança Familiar: aqui alte-
ramos senhas, criamos contas de usuários, determinamos
configurações de acesso.
- Aparência: permite a configuração da aparência da
área de trabalho, plano de fundo, proteção de tela, menu
iniciar e barra de tarefas.
- Relógio, Idioma e Região: usamos esta opção para
Figura 18: Guia Menu Iniciar e Personalizar Menu Iniciar alterar data, hora, fuso horário, idioma, formatação de nú-
meros e moedas.
Pela figura acima podemos notar que é possível a apa- - Facilidade de Acesso: permite adaptarmos o compu-
rência e comportamento de links e menus do menu Iniciar. tador às necessidades visuais, auditivas e motoras do usuá-
rio.

Computador

Através do “Computador” podemos consultar e aces-


sar unidades de disco e outros dispositivos conectados ao
nosso computador.

19
INFORMÁTICA BÁSICA

Para acessá-lo, basta clicar no Botão Iniciar e em Com- Charms Bar


putador. A janela a seguir será aberta: O objetivo do Windows 8 é ter uma tela mais limpa e
esse recurso possibilita “esconder” algumas configurações
e aplicações. É uma barra localizada na lateral que pode ser
acessada colocando o mouse no canto direito e inferior da
tela ou clicando no atalho Tecla do Windows + C. Essa fun-
ção substitui a barra de ferramentas presente no sistema
e configurada de acordo com a página em que você está.
Com a Charm Bar ativada, digite Personalizar na bus-
ca em configurações. Depois escolha a opção tela inicial e
em seguida escolha a cor da tela. O usuário também pode
selecionar desenhos durante a personalização do papel de
parede.

Redimensionar as tiles
Na tela esses mosaicos ficam uns maiores que os ou-
tros, mas isso pode ser alterado clicando com o botão di-
reito na divisão entre eles e optando pela opção menor.
Você pode deixar maior os aplicativos que você quiser des-
Figura 20: Computador tacar no computador.

Observe que é possível visualizarmos as unidades de dis- Grupos de Aplicativos


co, sua capacidade de armazenamento livre e usada. Vemos Pode-se criar divisões e grupos para unir programas
também informações como o nome do computador, a quanti- parecidos. Isso pode ser feito várias vezes e os grupos po-
dade de memória e o processador instalado na máquina. dem ser renomeados.

Windows 8 Visualizar as pastas


A interface do programas no computador podem ser
É o sistema operacional da Microsoft que substituiu o vistos de maneira horizontal com painéis dispostos lado a
Windows 7 em tablets, computadores, notebooks, celula- lado. Para passar de um painel para outro é necessário usar
res, etc. Ele trouxe diversas mudanças, principalmente no a barra de rolagem que fica no rodapé.
layout, que acabou surpreendendo milhares de usuários
acostumados com o antigo visual desse sistema. Compartilhar e Receber
A tela inicial completamente alterada foi a mudança Comando utilizado para compartilhar conteúdo, enviar
que mais impactou os usuários. Nela encontra-se todas as uma foto, etc. Tecle Windows + C, clique na opção Com-
aplicações do computador que ficavam no Menu Iniciar e partilhar e depois escolha qual meio vai usar. Há também a
também é possível visualizar previsão do tempo, cotação opção Dispositivo que é usada para receber e enviar con-
da bolsa, etc. O usuário tem que organizar as pequenas teúdos de aparelhos conectados ao computador.
miniaturas que aparecem em sua tela inicial para ter acesso
aos programas que mais utiliza. Alternar Tarefas
Caso você fique perdido no novo sistema ou dentro de Com o atalho Alt + Tab, é possível mudar entre os pro-
uma pasta, clique com o botão direito e irá aparecer um gramas abertos no desktop e os aplicativos novos do SO.
painel no rodapé da tela. Caso você esteja utilizando uma Com o atalho Windows + Tab é possível abrir uma lista na
das pastas e não encontre algum comando, clique com o lateral esquerda que mostra os aplicativos modernos.
botão direito do mouse para que esse painel apareça.
A organização de tela do Windows 8 funciona como o Telas Lado a Lado
antigo Menu Iniciar e consiste em um mosaico com imagens Esse sistema operacional não trabalha com o concei-
animadas. Cada mosaico representa um aplicativo que está to de janelas, mas o usuário pode usar dois programas ao
instalado no computador. Os atalhos dessa área de traba- mesmo tempo. É indicado para quem precisa acompanhar
lho, que representam aplicativos de versões anteriores, ficam o Facebook e o Twitter, pois ocupa ¼ da tela do computa-
com o nome na parte de cima e um pequeno ícone na parte dor.
inferior. Novos mosaicos possuem tamanhos diferentes, co-
res diferentes e são atualizados automaticamente. Visualizar Imagens
A tela pode ser customizada conforme a conveniência do O sistema operacional agora faz com que cada vez que
usuário. Alguns utilitários não aparecem nessa tela, mas po- você clica em uma figura, um programa específico abre e
dem ser encontrados clicando com o botão direito do mouse isso pode deixar seu sistema lento. Para alterar isso é preci-
em um espaço vazio da tela. Se deseja que um desses apli- so ir em Programas – Programas Default – Selecionar Win-
cativos apareça na sua tela inicial, clique com o botão direito dows Photo Viewer e marcar a caixa Set this Program as
sobre o ícone e vá para a opção Fixar na Tela Inicial. Default.

20
INFORMÁTICA BÁSICA

Imagem e Senha Windows 10 Education – Baseada na versão Enterprise,


O usuário pode utilizar uma imagem como senha ao é destinada a atender as necessidades do meio educacional.
invés de escolher uma senha digitada. Para fazer isso, aces- Também tem seu método de distribuição baseado através da
se a Charm Bar, selecione a opção Settings e logo em se- versão acadêmica de licenciamento de volume.
guida clique em More PC settings. Acesse a opção Usuários Windows 10 Mobile – Embora o Windows 10 tente ven-
e depois clique na opção “Criar uma senha com imagem”. der seu nome fantasia como um sistema operacional único, os
Em seguida, o computador pedirá para você colocar sua smartphones com o Windows 10 possuem uma versão espe-
senha e redirecionará para uma tela com um pequeno tex- cífica do sistema operacional compatível com tais dispositivos.
to e dando a opção para escolher uma foto. Escolha uma Windows 10 Mobile Enterprise – Projetado para smart-
imagem no seu computador e verifique se a imagem está phones e tablets do setor corporativo. Também estará dis-
correta clicando em “Use this Picture”. Você terá que dese- ponível através do Licenciamento por Volume, oferecendo
nhar três formas em touch ou com o mouse: uma linha reta, as mesmas vantagens do Windows 10 Mobile com funcio-
um círculo e um ponto. Depois, finalize o processo e sua nalidades direcionadas para o mercado corporativo.
senha estará pronta. Na próxima vez, repita os movimentos Windows 10 IoT Core – IoT vem da expressão “Internet
para acessar seu computador. das Coisas” (Internet ofThings). A Microsoft anunciou que ha-
verá edições do Windows 10 baseadas no Enterprise e Mobile
Internet Explorer no Windows 8 Enterprise destinados a dispositivos como caixas eletrônicos,
Se você clicar no quadrinho Internet Explorer da página terminais de autoatendimento, máquinas de atendimento
inicial, você terá acesso ao software sem a barra de ferra- para o varejo e robôs industriais. Essa versão IoT Core será
mentas e menus. destinada para dispositivos pequenos e de baixo custo.
Para as versões mais populares (10 e 10 Pro), a Micro-
7.2. Windows 10 soft indica como requisitos básicos dos computadores:
• Processador de 1 Ghz ou superior;
O Windows 10 é uma atualização do Windows 8 que • 1 GB de RAM (para 32bits); 2GB de RAM (para 64bits);
• Até 20GB de espaço disponível em disco rígido;
veio para tentar manter o monopólio da Microsoft no mun-
• Placa de vídeo com resolução de tela de 800×600 ou maior.
do dos Sistemas Operacionais, uma das suas missões é fi-
car com um visual mais de smart e touch.
MICROSOFT OFFICE 2003/2007/2010
(WORD, EXCEL E POWER POINT):
CONCEITOS, ORGANIZAÇÃO, UTILIZAÇÃO,
CONFIGURAÇÃO E USO DOS RECURSOS:
GERENCIAMENTO DE ARQUIVOS, PASTAS,
DIRETÓRIOS, PLANILHAS, TABELAS,
GRÁFICOS, FÓRMULAS, FUNÇÕES,
SUPLEMENTOS, PROGRAMAS E IMPRESSÃO.

O Microsoft Word é um processador de texto que cria


textos de diversos tipos e estilos, como por exemplo, ofí-
Figura 21:Tela do Windows 10 cios, relatórios, cartas, enfim, todo conteúdo de texto que
atende às necessidades de um usuário doméstico ou de
O Windows 10 é disponibilizado nas seguintes versões uma empresa.
(com destaque para as duas primeiras): O Microsoft Word é o processador de texto integrante
Windows 10 – É a versão de “entrada” do Windows 10, dos programas Microsoft Office: um conjunto de softwares
que possui a maioria dos recursos do sistema. É voltada aplicativos destinados a uso de escritório e usuários do-
para Desktops e Laptops, incluindo o tablete Microsoft Sur- mésticos, desenvolvidos pela empresa Microsoft.
face 3. Os softwares da Microsoft Office são proprietários e
Windows 10 Pro – Além dos recursos da versão de en- compatíveis com o sistema operacional Windows.
trada, fornece proteção de dados avançada e criptografa-
da com o BitLocker, permite a hospedagem de uma Co- 10.1. Word 2003
nexão de Área de Trabalho Remota em um computador, As versões do Microsoft Word era quase sempre a
trabalhar com máquinas virtuais, e permite o ingresso em mesma, e todas elas oriundas do WordPad, a versão 2003
um domínio para realizar conexões a uma rede corporativa. foi a última versão a moda antiga, vamos dizer assim, ela
Windows 10 Enterprise – Baseada na versão 10 Pro, é era formada por menus e uma barra de ferramentas fixa
disponibilizada por meio do Licenciamento por Volume, mais voltada para a parte de formatação de texto, e as de-
voltado a empresas. mais funções ficavam dívidas em menus, conforme mostra
a figura 28.

21
INFORMÁTICA BÁSICA

Figura 28: Tela do Microsoft Word 2003

Também é possível personalizar a sua barra de ferramentas clicando com o botão direito e selecionando novos painéis,
que vão desde Contagem de Palavras e Desenho até Visual Basic e Formulários. O problema é que, conforme você adiciona
novas funções, a interface começa a ficar cada vez mais carregada e desorganizada.
Uma das características foi a mudança do logotipo do Office duas ferramentas que estrearam no Office 2003, foram: In-
foPath e o OneNote. O OneNote é uma caderneta eletrônica de anotações e organizador que toma notas como aplicação
do texto, notas manuscritas ou diagramas, gráficos e de áudio gravado, o Office 2003 foi a primeira versão a usar cores e
ícones do Windows XP.

10.2. Word 2007

O Word 2007 certamente é um marco nas atualizações, pois ele trouxe a grande novidade das abas, e consequente-
mente o fim dos menus, e ao clicar em cada aba, abre uma barra de ferramenta pertinente a aquela aba, a figura 29 mostra
a guia início e suas respectivas ferramentas, diferente de antes que tínhamos uma barra de ferramentas fixa. Devido ao cos-
tume das outras versões no início a versão 2007 foi muito criticada, outra mudança significativa foi a mudança da extensão
do arquivo que passou de DOC para DOCX.

Figura 29: Guia Início do Microsoft Word 2007

Na guia início é onde se encontra a maioria das funções da antiga interface do Microsoft Word. Ou seja, aqui você pode
mudar a fonte, o tamanho dela, modificar o texto selecionado (com negrito, itálico, sublinhado, riscado, sobreposto etc.),
deixar com outra cor, criar tópicos, alterar o espaçamento, mudar o alinhamento e dar estilo. Tudo isso agora é dividido
em grandes painéis.
Definitivamente, a versão do Microsoft Word 2007 trouxe muito mais organização e padrões em relação as ver-
sões anteriores. Todas as ficaram categorizadas e mais fáceis de encontrar, bastando se acostumar com a interface.
A melhor parte é que não fica tudo bagunçado, e que as ferramentas mudam conforme as escolhas das abas.

22
INFORMÁTICA BÁSICA

10.3. Word 2010, 2013 e detalhes gerais

Figura 30: Tela do Microsoft Word 2010

As guias foram criadas para serem orientadas por tarefas, já os grupos dentro de cada guia criam subtarefas para as
tarefas, e os botões de comando em cada grupo possui um comando.
As extensões são fundamentais, desde a versão 2007 passou a ser DOCX, mas vamos analisar outras extensões que
podem ser abordadas em questões de concursos na Figura 27.

Figura 31: Extensões de Arquivos ligados ao Word

As guias envolvem grupos e botões de comando, e são organizadas por tarefa. Os Grupos dentro de cada guia que-
bram uma tarefa em subtarefas. Os Botões de comando em cada grupo possuem um comando ou exibem um menu de
comandos.
Existem guias que vão aparecer apenas quando um determinado objeto aparecer para ser formatado. No exemplo da
imagem, foi selecionada uma figura que pode ser editada com as opções que estiverem nessa guia.

23
INFORMÁTICA BÁSICA

Figura 32: Indicadores de caixa de diálogo

Indicadores de caixa de diálogo – aparecem em alguns grupos para oferecer a abertura rápida da caixa de diálogo do
grupo, contendo mais opções de formatação.

As réguas orientam na criação de tabulações e no ajuste de parágrafos, por exemplo.


Determinam o recuo da primeira linha, o recuo de deslocamento, recuo à esquerda e permitem tabulações esquerda,
direita, centralizada, decimal e barra.
Para ajustar o recuo da primeira linha, após posicionar o cursor do mouse no parágrafo desejado, basta pressionar o
botão esquerdo do mouse sobre o “Recuo da primeira linha” e arrastá-lo pela régua .
Para ajustar o recuo à direita do documento, basta selecionar o parágrafo ou posicionar o cursor após a linha desejada,
pressionar o botão esquerdo do mouse no “Recuo à direita” e arrastá-lo na régua .
Para ajustar o recuo, deslocando o parágrafo da esquerda para a direita, basta selecioná-lo e mover, na régua, como
explicado anteriormente, o “Recuo deslocado” .
Podemos também usar o recurso “Recuo à esquerda”, que move para a esquerda, tanto a primeira linha quanto o res-
tante do parágrafo selecionado .
Com a régua, podemos criar tabulações, ou seja, determinar onde o cursor do mouse vai parar quando pressionarmos
a tecla Tab.

Figura 33: Réguas


Grupo edição:

Permite localizar palavras em um documento, substituir palavras localizadas por outras ou aplicar formatações e sele-
cionar textos e objetos no documento.
Para localizar uma palavra no texto, basta clicar no ícone Localizar , digitar a palavra na linha do localizar e clicar no
botão Localizar Próxima.
A cada clique será localizada a próxima palavra digitada no texto. Temos também como realçar a palavra que deseja-
mos localizar para facilitar a visualizar da palavra localizada.
Na janela também temos o botão “Mais”. Neste botão, temos, entre outras, as opções:
- Diferenciar maiúscula e minúscula: procura a palavra digitada na forma que foi digitada, ou seja, se foi digitada em
minúscula, será localizada apenas a palavra minúscula e, se foi digitada em maiúscula, será localizada apenas e palavra
maiúscula.

- Localizar palavras inteiras: localiza apenas a palavra exatamente como foi digitada. Por exemplo, se tentarmos localizar
a palavra casa e no texto tiver a palavra casaco, a parte “casa” da palavra casaco será localizada, se essa opção não estiver
marcada. Marcando essa opção, apenas a palavra casa, completa, será localizada.

- Usar caracteres curinga: com esta opção marcada, usamos caracteres especiais. Por exemplo, é possível usar o carac-
tere curinga asterisco (*) para procurar uma sequência de caracteres (por exemplo, “t*o” localiza “tristonho” e “término”).

Veja a lista de caracteres que são considerados curinga, retirada do site do Microsoft Office:

24
INFORMÁTICA BÁSICA

Para localizar digite exemplo

Qualquer caractere ? s?o localiza salvo e


único sonho.

Qualquer * t*o localiza tristonho e


sequência de término.
caracteres
<(org) localiza
organizar e
O início de uma palavra < organização,
mas não localiza
desorganizado.
(do)> localiza medo e
O final de uma palavra > cedo, mas não localiza
domínio.

Um dos caracteres [] v[ie]r localiza vir e ver


especificados
[r-t]ã localiza rã e sã.
Qualquer caractere [-] Os intervalos devem
único neste intervalo estar em ordem
crescente.
Qualquer caractere F[!a-m]rro localiza
único, exceto [!x-z] forro, mas não
os caracteres no localiza ferro.
intervalo entre
colchetes
Exatamente n ca{2}tinga localiza
ocorrências do {n} caatinga, mas não
caractere ou catinga.
expressão anterior
Pelo menos n
ocorrências do {n,} ca{1,}tinga localiza
caractere ou catinga e caatinga.
expressão anterior
De n a m ocorrências do 10{1,3} localiza 10,
caractere ou {n,m} 100 e 1000.
expressão anterior
Uma ou mais
ocorrências do @ ca@tinga localiza
caractere ou catinga e caatinga.
expressão anterior

O grupo tabela é muito utilizado em editores de texto, como por exemplo a definição de estilos da tabela.

Figura 34: Estilos de Tabela

25
INFORMÁTICA BÁSICA

Fornece estilos predefinidos de tabela, com formata- Grupo Ilustrações:


ções de cores de células, linhas, colunas, bordas, fontes e
demais itens presentes na mesma. Além de escolher um
estilo predefinido, podemos alterar a formatação do som-
breamento e das bordas da tabela.
Com essa opção, podemos alterar o estilo da borda, a sua
espessura, desenhar uma tabela ou apagar partes de uma ta-
bela criada e alterar a cor da caneta e ainda, clicando no “Esco-
lher entre várias opções de borda”, para exibir a seguinte tela:

Figura 36: Grupo Ilustrações

1 – Inserir imagem do arquivo: permite inserir no teto


uma imagem que esteja salva no computador ou em outra
mídia, como pendrive ou CD.
2 – Clip-art: insere no arquivo imagens e figuras
que se encontram na galeria de imagens do Word.
3 – Formas: insere formas básicas como setas, cubos,
elipses e outras.
4 – SmartArt: insere elementos gráficos para comu-
nicar informações visualmente.
5 – Gráfico: insere gráficos para ilustrar e comparar da-
dos.
Figura 35: Bordas e sombreamento
Grupo Links:
Na janela Bordas e sombreamento, no campo “Defini-
ção”, escolhemos como será a borda da nossa tabela: Inserir hyperlink: cria um link para uma página da Web,
- Nenhuma: retira a borda; uma imagem, um e – mail. Indicador: cria um indicador
- Caixa: contorna a tabela com uma borda tipo caixa; para atribuir um nome a um ponto do texto. Esse indicador
- Todas: aplica bordas externas e internas na tabela pode se tornar um link dentro do próprio documento.
iguais, conforme a seleção que fizermos nos demais cam- Referência cruzada: referência tabelas.
pos de opção;
- Grade: aplica a borda escolhida nas demais opções da Grupo cabeçalho e rodapé:
janela (como estilo, por exemplo) ao redor da tabela e as
bordas internas permanecem iguais. Insere cabeçalhos, rodapés e números de páginas.
- Estilo: permite escolher um estilo para as bordas
da tabela, uma cor e uma largura. Grupo texto:
- Visualização: através desse recurso, podemos definir
bordas diferentes para uma mesma tabela. Por exemplo, po-
demos escolher um estilo e, em visualização, clicar na borda
superior; escolher outro estilo e clicar na borda inferior; e as-
sim colocar em cada borda um tipo diferente de estilo, com
cores e espessuras diferentes, se assim desejarmos.
A guia “Borda da Página”, desta janela, nos traz recur-
sos semelhantes aos que vimos na Guia Bordas. A diferença
é que se trata de criar bordas na página de um documento
e não em uma tabela. Figura 37: Grupo Texto
Outra opção diferente nesta guia, é o item Arte. Com
ele, podemos decorar nossa página com uma borda que 1 – Caixa de texto: insere caixas de texto pré-formata-
envolve vários tipos de desenhos. das. As caixas de texto são espaços próprios para inserção
Alguns desses desenhos podem ser formatados de textos que podem ser direcionados exatamente onde
com cores de linhas diferentes, outros, porém não permi- precisamos. Por exemplo, na figura “Grupo Texto”, os nú-
tem outras formatações a não ser o ajuste da largura. meros ao redor da figura, do 1 até o 7, foram adicionados
Podemos aplicar as formatações de bordas da página através de caixas de texto.
no documento todo ou apenas nas sessões que desejar- 2 – Partes rápidas: insere trechos de conteúdos reu-
mos, tendo assim um mesmo documento com bordas em tilizáveis, incluindo campos, propriedades de documentos
uma página, sem bordas em outras ou até mesmo bordas como autor ou quaisquer fragmentos de texto pré-forma-
de página diferentes em um mesmo documento. do.

26
INFORMÁTICA BÁSICA

3 – Linha de assinatura: insere uma linha que serve


como base para a assinatura de um documento.
4 – Data e hora: insere a data e a hora atuais no docu-
mento.
5 – Insere objeto: insere um objeto incorporado.
6 – Capitular: insere uma letra maiúscula grande no iní-
cio de cada parágrafo. É uma opção de formatação decora-
tiva, muito usada principalmente, em livros e revistas. Para
inserir a letra capitular, basta clicar no parágrafo desejado e
depois na opção “Letra Capitular”. Veja o exemplo:

Neste parágrafo foi inserida a letra capitular

Guia revisão:
Grupo revisão de texto:
Figura 39: Verificar ortografia e gramática
Figura 38: Grupo revisão de texto
A verificação ortográfica e gramatical do Word, já bus-
1 – Pesquisar: abre o painel de tarefas viabilizando pes- ca trechos do texto ou palavras que não se enquadrem
quisas em materiais de referência como jornais, enciclopé- no perfil de seus dicionários ou regras gramaticais e or-
dias e serviços de tradução. tográficas. Na parte de cima da janela “Verificar ortografia
2 – Dica de tela de tradução: pausando o cursor sobre e gramática”, aparecerá o trecho do texto ou palavra con-
algumas palavras é possível realizar sua tradução para ou- siderada inadequada. Em baixo, aparecerão as sugestões.
tro idioma. Caso esteja correto e a sugestão do Word não se aplique,
3 – Definir idioma: define o idioma usado para realizar podemos clicar em “Ignorar uma vez”; caso a regra apre-
a correção de ortografia e gramática. sentada esteja incorreta ou não se aplique ao trecho do
4 – Contar palavras: possibilita contar as palavras, os texto selecionado, podemos clicar em “Ignorar regra”; caso
caracteres, parágrafos e linhas de um documento. a sugestão do Word seja adequada, clicamos em “Alterar” e
5 – Dicionário de sinônimos: oferece a opção de alte- podemos continuar a verificação de ortografia e gramática
rar a palavra selecionada por outra de significado igual ou clicando no botão “Próxima sentença”.
semelhante.
6 – Traduzir: faz a tradução do texto selecionado para Se tivermos uma palavra sublinhada em vermelho, indi-
outro idioma. cando que o Word a considera incorreta, podemos apenas
7 – Ortografia e gramática: faz a correção ortográfica clicar com o botão direito do mouse sobre ela e verificar se
e gramatical do documento. Assim que clicamos na opção uma das sugestões propostas se enquadra.
“Ortografia e gramática”, a seguinte tela será aberta: Por exemplo, a palavra informática. Se clicarmos com
o botão direito do mouse sobre ela, um menu suspenso
nos será mostrado, nos dando a opção de escolher a pala-
vra informática. Clicando sobre ela, a palavra do texto será
substituída e o texto ficará correto.

Grupo comentário:

Novo comentário: adiciona um pequeno texto que ser-


ve como comentário do texto selecionado, onde é possível
realizar exclusão e navegação entre os comentários.

27
INFORMÁTICA BÁSICA

Grupo controle:

Figura 40: Grupo controle

1 – Controlar alterações: controla todas as alterações feitas no


documento como formatações, inclusões, exclusões e alterações.
2 – Balões: permite escolher a forma de visualizar as
alterações feitas no documento com balões no próprio do-
cumento ou na margem.
3 – Exibir para revisão: permite escolher a forma de exi-
bir as alterações aplicadas no documento.
4 – Mostrar marcações: permite escolher o tipo de mar-
cação a ser exibido ou ocultado no documento.
5 – Painel de revisão: mostra as revisões em uma tela
separada.

Grupo alterações:

Figura 42: Imprimir

As opções que temos antes de imprimir um arquivo


estão exibidas na imagem acima. Podemos escolher a im-
pressora, caso haja mais de uma instalada no computa-
dor ou na rede, configurar as propriedades da impressora,
podendo estipular se a impressão será em alta qualidade,
Figura 41: Grupo alterações econômica, tom de cinza, preto e branca, entre outras op-
ções.
1 – Rejeitar: rejeita a alteração atual e passa para a pró-
xima alteração proposta. Escolhemos também o intervalo de páginas, ou seja,
2 – Anterior: navega até a revisão anterior para que seja se desejamos imprimir todo o documento, apenas a pá-
aceita ou rejeitada. gina atual (página em que está o ponto de inserção), ou
3 – Próximo: navega até a próxima revisão para que um intervalo de páginas. Podemos determinar o número
possa ser rejeitada ou aceita. de cópias e a forma como as páginas sairão na impressão.
4 – Aceitar: aceita a alteração atual e continua a nave- Por exemplo, se forem duas cópias, determinamos se sai-
gação para aceitação ou rejeição. rão primeiro todas as páginas de número 1, depois as de
número 2, assim por diante, ou se desejamos que a segun-
Para imprimir nosso documento, basta clicar no botão da cópia só saia depois que todas as páginas da primeira
do Office e posicionar o mouse sobre o ícone “Imprimir”. forem impressas.
Este procedimento nos dará as seguintes opções:
- Imprimir – onde podemos selecionar uma impresso- Word 2013
ra, o número de cópias e outras opções de configuração
antes de imprimir. Vejamos abaixo alguns novos itens implementados na
- Impressão Rápida – envia o documento diretamente plataforma Word 2013:
para a impressora configurada como padrão e não abre Modo de leitura: o usuário que utiliza o software para a
opções de configuração. leitura de documentos perceberá rapidamente a diferença,
- Visualização da Impressão – promove a exibição do pois seu novo Modo de Leitura conta com um método que
documento na forma como ficará impresso, para que pos- abre o arquivo automaticamente no formato de tela cheia,
samos realizar alterações, caso necessário. ocultando as barras de ferramentas, edição e formatação.

28
INFORMÁTICA BÁSICA

Além de utilizar a setas do teclado (ou o toque do dedo nas telas sensíveis ao toque) para a troca e rolagem da página
durante a leitura, basta o usuário dar um duplo clique sobre uma imagem, tabela ou gráfico e o mesmo será ampliado,
facilitando sua visualização. Como se não bastasse, clicando com o botão direito do mouse sobre uma palavra desco-
nhecida, é possível ver sua definição através do dicionário integrado do Word.
Documentos em PDF: agora é possível editar um documento PDF no Word, sem necessitar recorrer ao Adobe Acro-
bat. Em seu novo formato, o Word é capaz de converter o arquivo em uma extensão padrão e, depois de editado, sal-
vá-lo novamente no formato original. Esta façanha, contudo, passou a ser de extensa utilização, pois o uso de arquivos
PDF está sendo cada vez mais corriqueiro no ambiente virtual.
Interação de maneira simplificada: o Word trata normalmente a colaboração de outras pessoas na criação de um
documento, ou seja, os comentários realizados neste, como se cada um fosse um novo tópico. Com o Word 2013 é
possível responder diretamente o comentário de outra pessoa clicando no ícone de uma folha, presente no campo de
leitura do mesmo. Esta interação de usuários, realizada através dos comentários, aparece em forma de pequenos balões
à margem documento.
Compartilhamento Online: compartilhar seus documentos com diversos usuários e até mesmo enviá-lo por e-mail
tornou-se um grande diferencial da nova plataforma Office 2013. O responsável por esta apresentação online é o Office
Presentation Service, porém, para isso, você precisa estar logado em uma Conta Microsoft para acessá-lo. Ao terminar
o arquivo, basta clicar em Arquivo / Compartilhar / Apresentar Online / Apresentar Online e o mesmo será enviado para
a nuvem e, com isso, você irá receber um link onde poderá compartilhá-lo também por e-mail, permitindo aos demais
usuários baixá-lo em formato PDF.
Ocultar títulos em um documento: apontado como uma dificuldade por grande parte dos usuários, a rolagem e
edição de determinadas partes de um arquivo muito extenso, com vários títulos, acabou de se tornar uma tarefa mais
fácil e menos desconfortável. O Word 2013 permite ocultar as seções e/ou títulos do documento, bastando os mesmos
estarem formatados no estilo Títulos (pré-definidos pelo Office). Ao posicionar o mouse sobre o título, é exibida uma
espécie de triângulo a sua esquerda, onde, ao ser clicado, o conteúdo referente a ele será ocultado, bastando repetir a
ação para o mesmo reaparecer.
Enfim, além destas novidades apresentadas existem outras tantas, como um layout totalmente modificado, focado
para a utilização do software em tablets e aparelhos com telas sensíveis ao toque. Esta nova plataforma, também, abre
um amplo leque para a adição de vídeos online e imagens ao documento. Contudo, como forma de assegurar toda esta
relação online de compartilhamento e boas novidades, a Microsoft adotou novos mecanismos de segurança para seus
aplicativos, retornando mais tranquilidade para seus usuários.
O grande trunfo do Office 2013 é sua integração com a nuvem. Do armazenamento de arquivos a redes sociais, os
softwares dessa versão são todos conectados. O ponto de encontro deles é o SkyDrive, o HD na internet da Microsoft.
A tela de apresentação dos principais programas é ligada ao serviço, oferecendo opções de login, upload e download
de arquivos. Isso permite que um arquivo do Word, por exemplo, seja acessado em vários dispositivos com seu conteúdo
sincronizado. Até a página em que o documento foi fechado pode ser registrada.
Da mesma maneira, é possível realizar trabalhos em conjunto entre vários usuários. Quem não tem o Office instalado
pode fazer edições na versão online do sistema. Esses e outros contatos podem ser reunidos no Outlook.
As redes sociais também estão disponíveis nos outros programas. É possível fazer buscas de imagens no Bing ou baixar
fotografias do Flickr, por exemplo. Outro serviço de conectividade é o SharePoint, que indica arquivos a serem acessados e
contatos a seguir baseado na atividade do usuário no Office.
O Office 365 é um novo jeito de usar os tão conhecidos softwares do pacote Office da Microsoft. Em vez de comprar
programas como Word, Excel ou PowerPoint, você agora pode fazer uma assinatura e desfrutar desses aplicativos e de
muitos outros no seu computador ou smartphone.
A assinatura ainda traz diversas outras vantagens, como 1 TB de armazenamento na nuvem com o OneDrive, minutos
Skype para fazer ligações para telefones fixos e acesso ao suporte técnico especialista da Microsoft. Tudo isso pagando
uma taxa mensal, o que você já faz para serviços essenciais para o seu dia a dia, como Netflix e Spotify. Porém, aqui estamos
falando da suíte de escritório indispensável para qualquer computador.

Veja abaixo as versões do Office 365

Figura 43: Versões Office 365

29
INFORMÁTICA BÁSICA

10.4. LibreOffice Writer


O LibreOffice (que se chamava BrOffice) é um software livre e de código aberto que foi desenvolvido tendo como base
o OpenOffice. Pode ser instalado em vários sistemas operacionais (Windows, Linux, Solaris, Unix e Mac OS X), ou seja, é
multiplataforma. Os aplicativos dessa suíte são:
• Writer - editor de texto;
• Calc - planilha eletrônica;
• Impress - editor de apresentações;
• Draw - ferramenta de desenho vetorial;
• Base - gerenciador de banco de dados;
• Math - editor de equações matemáticas.

- O LibreOffice trabalha com um formato de padrão aberto chamado Open Document Format for Office Applications
(ODF), que é um formato de arquivo baseado na linguagem XML. Os formatos para Writer, Calc e Impress utilizam o mesmo
“prefixo”, que é “od” de “Open Document”. Dessa forma, o que os diferencia é a última letra. Writer → .odt (Open Docu-
ment Text); Calc → .ods (Open Document Spreadsheet); e Impress → .odp (Open Document Presentations).

Em relação a interface com o usuário, o LibreOffice utiliza o conceito de menus para agrupar as funcionalidades do
aplicativo. Além disso, todos os aplicativos utilizam uma interface semelhante. Veja no exemplo abaixo o aplicativo Writer.

Figura 44: Tela do Libreoffice Writer

O LibreOffice permite que o usuário crie tarefas automatizadas que são conhecidas como macros (utilizando a lingua-
gem LibreOffice Basic).

O Writer é o editor de texto do LibreOffice e o seu formato de arquivo padrão é o .odt (Open Document Text). As prin-
cipais teclas de atalho do Writer são:

30
INFORMÁTICA BÁSICA

Figura 45: Atalhos Word x Writer

11. Utilização dos editores de planilhas (Microsoft Excel e LibreOffice Calc)

O Excel é uma poderosa planilha eletrônica para gerir e avaliar dados, realizar cálculos simples ou complexos e rastrear
informações. Ao abri-lo, é possível escolher entre iniciar a partir de documento em branco ou permitir que um modelo faça
a maior parte do trabalho por você.
Na tela inicial do Excel, são listados os últimos documentos editados (à esquerda), opção para criar novo documento
em branco e ainda, são sugeridos modelos para criação de novos documentos (ao centro).
Ao selecionar a opção de Pasta de Trabalho em Branco você será direcionado para a tela principal, composta pelos
elementos básicos apontados na figura 106, e descritos nos tópicos a seguir.

11.1. Excel 2003

No começo da sua vida, o Excel tornou-se alvo de um processo judicial de marca registrada por outra empresa que já
vendia um pacote de software chamado “Excel” na indústria financeira. Como resultado da disputa, a Microsoft foi solicitada
a se referir ao programa como “Microsoft Excel” em todas as press releases formais e documentos legais. Contudo, com o
passar do tempo, essa prática foi sendo ignorada, e a Microsoft resolveu a questão quando ela comprou a marca registrada
reservada ao outro programa. Ela também encorajou o uso das letras XL como abreviação para o programa; apesar dessa
prática não ser mais comum, o ícone do programa no Windows ainda é formado por uma combinação estilizada das duas
letras, e a extensão de arquivo do formato padrão do Excel até a versão 11 (Excel 2003) é .xls, sendo .xlsx a partir da versão
12, acompanhando a mudança nos formatos de arquivo dos aplicativos do Microsoft Office.
Foi a última versão ao modo antigo com menus e uma caixa de ferramenta fixa como podemos ver na Figura 46

31
INFORMÁTICA BÁSICA

Figura 46: Tela Excel 2003

Uma inovação marcante do Excel 2003 são as células em forma de lista: com elas fica mais fácil analisar e gerenciar
dados relacionados, ordenando-os como preferir com um simples clique do mouse. Para transformar qualquer intervalo de
células em uma lista.

11.2. Excel 2007

Poder utilizar um formato XML padrão para o Office Excel 2007 foi uma das principais mudanças do Excel 2007, além
das mudanças visuais em relações as abas e os grupos de trabalho já citados na versão 2003 do Word
Esse novo formato é o novo formato de arquivo padrão do Office Excel 2007. O Office Excel 2007 usa as seguintes
extensões de nome de arquivo: *.xlsx, *.xlsm *.xlsb, *.xltx, *.xltm e *.xlam. A extensão de nome de arquivo padrão do Office
Excel 2007 é *.xlsx.
Essa alteração permite consideráveis melhoras em: interoperabilidade de dados, montagem de documentos, consulta
de documentos, acesso a dados em documentos, robustez, tamanho do arquivo, transparência e recursos de segurança.
O Excel 2007 permite que os usuários abram pastas de trabalho criadas em versões anteriores do Excel e trabalhem
com elas. Para converter essas pastas de trabalho para o novo formato XML, basta clicar no Botão do Microsoft Office e
clique em Converter Você pode também converter a pasta de trabalho clicando no Botão do Microsoft Office e em Salvar
Como – Pasta de Trabalho do Excel. Observe que o recurso Converter remove a versão anterior do arquivo, enquanto o
recurso Salvar Como deixa a versão anterior do arquivo e cria um arquivo separado para a nova versão.
As melhoras de interface que podem ser destacadas são:

• Economia de tempo, selecionando células, tabelas, gráficos e tabelas dinâmicas em galerias de estilos predefinidos.
• Visualização e alterações de formatação no documento antes de confirmar uma alteração ao usar as galerias de
formatação.
• Uso da formatação condicional para anotar visualmente os dados para fins analíticos e de apresentação.
• Alteração da aparência de tabelas e gráficos em toda a pasta de trabalho para coincidir com o esquema de estilo
ou a cor preferencial usando novos Estilos Rápidos e Temas de Documento.
• Criação de um tema próprio para aplicar de forma consistente as fontes e cores que refletem a marca da empresa
que atua.
• Novos recursos de gráfico que incluem formas tridimensionais, transparência, sombras projetadas e outros efeitos.

Em relação a usabilidade as fórmulas passaram a ser redimensionáveis, sendo possível escrever mais fórmulas com mais
níveis de aninhamento do que nas versões anteriores.

32
INFORMÁTICA BÁSICA

Passou a existir o preenchimento automático de fórmula, auxiliando muito com as sintaxes, as referências
estruturadas: além de referências de célula, como A1 e L1C1, o Office Excel 2007 fornece referências estrutu-
radas que fazem referência a intervalos nomeados e tabelas em uma fórmula.
Acesso fácil aos intervalos nomeados: usando o gerenciador de nomes do Office Excel 2007, podendo or-
ganizar, atualizar e gerenciar vários intervalos nomeados em um local central, as tabelas dinâmicas são muito
mais fáceis de usar do que nas versões anteriores.
Além do modo de exibição normal e do modo de visualização de quebra de página, o Office Excel 2007
oferece uma exibição de layout de página para uma melhor experiência de impressão.
A classificação e a filtragem aprimoradas que permitem filtrar dados por cores ou datas, exibir mais de 1.000
itens na lista suspensa Filtro Automático, selecionar vários itens a filtrar e filtrar dados em tabelas dinâmicas.
O Excel 2007 tem um tamanho maior que permite mais de 16.000 colunas e 1 milhão de linhas por planilha,
o número de referências de célula aumentou de 8.000 para o que a memória suportar, isso ocorre porque o
gerenciamento de memória foi aumentado de 1 GB de memória no Microsoft Excel 2003 para 2 GB no Excel
2007, permitindo cálculos em planilhas grandes e com muitas fórmulas, oferecendo inclusive o suporte a vá-
rios processadores e chipsets multithread.

1 1 . 3 . E xc e l 2 0 1 0 , 2 0 1 3 e d e t a l h e s g e r a i s

F i g u r a 4 7 : Te l a P r i n c i p a l d o E x c e l 2 0 1 3

Barra de Títulos:

A linha superior da tela é a barra de títulos, que mostra o nome da pasta de trabalho na janela. Ao iniciar
o programa aparece Pasta 1 porque você ainda não atribuiu um nome ao seu arquivo.

33
INFORMÁTICA BÁSICA

Faixa de Opções:

Desde a versão 2007 do Office, os menus e barras de ferramentas foram substituídos pela Faixa de Opções. Os coman-
dos são organizados em uma única caixa, reunidos em guias. Cada guia está relacionada a um tipo de atividade e, para
melhorar a organização, algumas são exibidas somente quando necessário.

Figura 48: Faixa de Opções

Barra de Ferramentas de Acesso Rápido:

A Barra de Ferramentas de Acesso Rápido fica posicionada no topo da tela e pode ser configurada com os botões de
sua preferência, tornando o trabalho mais ágil.

Figura 49: Barra de Ferramentas de Acesso Rápido

Adicionando e Removendo Componentes:

Para ocultar ou exibir um botão de comando na barra de ferramentas de acesso rápido podemos clicar com o botão
direito no componente que desejamos adicionar, em qualquer guia. Será exibida uma janela com a opção de Adicionar à
Barra de Ferramentas de Acesso Rápido.

Temos ainda outra opção de adicionar ou remover componentes nesta barra, clicando na seta lateral. Na janela apre-
sentada temos várias opções para personalizar a barra, além da opção Mais Comandos..., onde temos acesso a todos os
comandos do Excel.

Figura 50: Adicionando componentes à Barra de Ferramentas de Acesso Rápido

34
INFORMÁTICA BÁSICA

Para remoção do componente, selecione-o, clique com o botão direito do mouse e escolha Remover da Barra de Fer-
ramentas de Acesso Rápido.

Barra de Status:

Localizada na parte inferior da tela, a barra de status exibe mensagens, fornece estatísticas e o status de algumas teclas.
Nela encontramos o recurso de Zoom e os botões de “Modos de Exibição”.

Figura 51: Barra de Status

Clicando com o botão direito sobre a barra de status, será exibida a caixa Personalizar barra de status. Nela podemos
ativar ou desativar vários componentes de visualização.

Figura 52: Personalizar Barra de Status

Barras de Rolagem: Nos lados direito e inferior da região de texto estão as barras de rolagem. Clique nas setas para
cima ou para baixo para mover a tela verticalmente, ou para a direita e para a esquerda para mover a tela horizontalmente,
e assim poder visualizar toda a sua planilha.

Planilha de Cálculo: A área quadriculada representa uma planilha de cálculos, onde você fará a inserção de dados e
fórmulas para colher os resultados desejados.
Uma planilha é formada por linhas, colunas e células. As linhas são numeradas (1, 2, 3, etc.) e as colunas nomeadas com
letras (A, B, C, etc.).

35
INFORMÁTICA BÁSICA

Figura 53: Planilha de Cálculo

Cabeçalho de Coluna: Cada coluna tem um cabeçalho, que contém a letra que a identifica. Ao clicar na letra, toda a
coluna é selecionada.

Figura 54: Seleção de Coluna

Ao dar um clique com o botão direito do mouse sobre o cabeçalho de uma coluna, aparecerá o menu pop-up, onde as
opções deste menu são as seguintes:

-Formatação rápida: a caixa de formatação rápida permite escolher a formatação de fonte e formato de dados, bem
como mesclagem das células (será abordado mais detalhadamente adiante).
-Recortar: copia toda a coluna para a área de transferência, para que possa ser colada em outro local determinado e,
após colada, essa coluna é excluída do local de origem.
-Copiar: copia toda a coluna para a área de transferência, para que possa ser colada em outro local determinado.
-Opções de Colagem: mostra as diversas opções de itens que estão na área de transferência e que tenham sido recor-
tadas ou copiadas.
-Colar especial: permite definir formatos específicos na colagem de dados, sobretudo copiados de outros aplicativos.
-Inserir: insere uma coluna em branco, exatamente antes da coluna selecionada.
-Excluir: exclui toda a coluna selecionada, inclusive os dados nela contidos e sua formatação.
-Limpar conteúdo: apenas limpa os dados de toda a coluna, mantendo a formatação das células.
-Formatar células: permite escolher entre diversas opções para fazer a formatar as células (será visto detalhadamente
adiante).
-Largura da coluna: permite definir o tamanho da coluna selecionada.
-Ocultar: oculta a coluna selecionada. Muitas vezes uma coluna é utilizada para fazer determinados cálculos, necessá-
rios para a totalização geral, mas desnecessários na visualização. Neste caso, utiliza-se esse recurso.
-Re-exibir: reexibe colunas ocultas.

Cabeçalho de Linha: Cada linha tem também um cabeçalho, que contém o número que a identifica. Clicando no ca-
beçalho de uma linha, esta ficará selecionada.

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INFORMÁTICA BÁSICA

Figura 55: Cabeçalho de linha

Célula: As células, são as combinações entre linha e colunas. Por exemplo, na coluna A, linha 1, temos a célula A1. Na
Caixa de Nome, aparecerá a célula onde se encontra o cursor.

Sendo assim, as células são representadas como mostra a tabela:

Figura 56: Representação das Células

Caixa de Nome: Você pode visualizar a célula na qual o cursor está posicionado através da Caixa de Nome, ou, ao
contrário, pode clicar com o mouse nesta caixa e digitar o endereço da célula em que deseja posicionar o cursor. Após dar
um “Enter”, o cursor será automaticamente posicionado na célula desejada.

Guias de Planilhas: Em versões anteriores do Excel, ao abrir uma nova pasta de trabalho no Excel, três planilhas já
eram criadas: Plan1, Plan2 e Plan3. Nesta versão, somente uma planilha é criada, e você poderá criar outras, se necessitar.

Para criar nova planilha dentro da pasta de trabalho, clique no sinal + ( ). Para alternar entre as
planilhas, basta clicar sobre a guia, na planilha que deseja trabalhar.

Você verá, no decorrer desta lição, como podemos cruzar dados entre planilhas e até mesmo entre pastas de trabalho
diferentes, utilizando as guias de planilhas.

Ao posicionar o mouse sobre qualquer uma das planilhas existentes e clicar com o botão direito aparecerá um menu
pop up.

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INFORMÁTICA BÁSICA

Figura 57: Menu Planilhas

As funções deste menu são as seguintes:


-Inserir: insere uma nova planilha exatamente antes da planilha selecionada.
-Excluir: exclui a planilha selecionada e os dados que ela contém.
-Renomear: renomeia a planilha selecionada.
-Mover ou copiar: você pode mover a planilha para outra posição, ou mesmo criar uma cópia da planilha com todos
os dados nela contidos.
-Proteger Planilha: para impedir que, por acidente ou deliberadamente, um usuário altere, mova ou exclua dados im-
portantes de planilhas ou pastas de trabalho, você pode proteger determinados elementos da planilha (planilha: o principal
documento usado no Excel para armazenar e trabalhar com dados, também chamado planilha eletrônica. Uma planilha
consiste em células organizadas em colunas e linhas; ela é sempre armazenada em uma pasta de trabalho.)ou da pasta de
trabalho, com ou sem senha (senha: uma forma de restringir o acesso a uma pasta de trabalho, planilha ou parte de uma
planilha. As senhas do Excel podem ter até 255 letras, números, espaços e símbolos. É necessário digitar as letras maiúscu-
las e minúsculas corretamente ao definir e digitar senhas.). É possível remover a proteção da planilha, quando necessário.
-Exibir código: pode-se criar códigos de programação em VBA (Visual Basic for Aplications) e vincular às guias de pla-
nilhas (trata-se de tópico de programação avançada, que não é o objetivo desta lição, portanto, não será abordado).
-Cor da guia: muda a cor das guias de planilhas.
-Ocultar/Re-exibir: oculta/reexibe uma planilha.
-Selecionar todas as planilhas: cria uma seleção em todas as planilhas para que possam ser configuradas e impressas
juntamente.

Selecionar Tudo: Clicando-se na caixa Selecionar tudo, todas as células da planilha ativa serão selecionadas.

Figura 58: Caixa Selecionar Tudo

Barra de Fórmulas: Na barra de fórmulas são digitadas as fórmulas que efetuarão os cálculos.
A principal função do Excel é facilitar os cálculos com o uso de suas fórmulas. A partir de agora, estudaremos várias de
suas fórmulas. Para iniciar, vamos ter em mente que, para qualquer fórmula que será inserida em uma célula, temos que ter

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INFORMÁTICA BÁSICA

sinal de “=” no seu início. Esse sinal, oferece uma entrada Dividir: Para realizarmos a divisão, procedemos de for-
no Excel que o faz diferenciar textos ou números comuns ma semelhante à subtração e multiplicação. Clicamos no
de uma fórmula. primeiro número, digitamos o sinal de divisão que, para o
Excel é a “/” barra, e depois, clicamos no último valor. No
Somar: Se tivermos uma sequência de dados numé- próximo exemplo, usaremos a fórmula =B3/B2.
ricos e quisermos realizar a sua soma, temos as seguin-
tes formas de fazê-lo: Máximo: Mostra o maior valor em um intervalo de
células selecionadas. Na figura a seguir, iremos calcular a
maior idade digitada no intervalo de células de A2 até A5.
A função digitada será = máximo(A2:A5).
Onde: “= máximo” – é o início da função; (A2:A5) – re-
fere-se ao endereço dos valores onde você deseja ver qual
é o maior valor. No caso a resposta seria 10.

Figura 59: Soma simples Mínimo: Mostra o menor valor existente em um inter-
valo de células selecionadas.
Usamos, nesse exemplo, a fórmula =B2+B3+B4. Na figura a seguir, calcularemos o menor salário digi-
Após o sinal de “=” (igual), clicar em uma das células, tado no intervalo de A2 até A5. A função digitada será =
digitar o sinal de “+” (mais) e continuar essa sequência mínimo (A2:A5).
até o último valor. Onde: “= mínimo” – é o início da função; (A2:A5) – refe-
Após a sequência de células a serem somadas, clicar re-se ao endereço dos valores onde você deseja ver qual é
no ícone soma, ou usar as teclas de atalho Alt+=. o maior valor. No caso a resposta seria R$ 622,00.
A última forma que veremos é a função soma digi-
tada. Vale ressaltar que, para toda função, um início é Média: A função da média soma os valores de uma
fundamental: sequência selecionada e divide pela quantidade de valores
dessa sequência.
= nome da função ( Na figura a seguir, foi calculada a média das alturas de
quatro pessoas, usando a função = média (A2:A4)
Foi digitado “= média (”, depois, foram selecionados os
1 - Sinal de igual. valores das células de A2 até A5. Quando a tecla Enter for
2 – Nome da função. pressionada, o resultado será automaticamente colocado
3 – Abrir parênteses. na célula A6.
Todas as funções, quando um de seus itens for
Após essa sequência, o Excel mostrará um pequeno alterado, recalculam o valor final.
lembrete sobre a função que iremos usar, onde é possí-
vel clicar e obter ajuda, também. Usaremos, no exemplo Data: Esta fórmula insere a data automática em uma
a seguir, a função = soma(B2:B4). planilha.
Lembre-se, basta colocar o a célula que contém o
primeiro valor, em seguida o dois pontos (:) e por último
a célula que contém o último valor.

Subtrair: A subtração será feita sempre entre dois


valores, por isso não precisamos de uma função espe-
cífica.
Tendo dois valores em células diferentes, podemos Figura 60: Exemplo função hoje
apenas clicar na primeira, digitar o sinal de “-” (menos)
e depois clicar na segunda célula. Usamos na figura a Na célula C1 está sendo mostrado o resultado da fun-
seguir a fórmula = B2-B3. ção =hoje(), que aparece na barra de fórmulas.
Multiplicar: Para realizarmos a multiplicação, pro-
cedemos de forma semelhante à subtração. Clicamos Inteiro: Com essa função podemos obter o valor intei-
no primeiro número, digitamos o sinal de multiplicação ro de uma fração. A função a ser digitada é =int(A2). Lem-
que, para o Excel é o “*” asterisco, e depois, clicamos no bramos que A2 é a célula escolhida e varia de acordo com
último valor. No próximo exemplo, usaremos a fórmula a célula a ser selecionada na planilha trabalhada.
=B2*B3.
Outra forma de realizar a multiplicação é através da Arredondar para cima: Com essa função, é possível
seguinte função: arredondar um número com casas decimais para o número
=mult(B2;c2) multiplica o valor da célula B2 pelo mais distante de zero.
valor da célula C2. Sua sintaxe é: = ARREDONDAR.PARA.CIMA(núm;núm_
dígitos)

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INFORMÁTICA BÁSICA

Onde:
Núm: é qualquer número real que se deseja arredondar.
Núm_dígitos: é o número de dígitos para o qual se deseja arredondar núm.

Figura 61: Início da função arredondar para cima

Veja na figura, que quando digitamos a parte inicial da função, o Excel nos mostra que temos que selecionar o num,
ou seja, a célula que desejamos arredondar e, depois do “;” (ponto e vírgula), digitar a quantidade de dígitos para a qual
queremos arredondar.
Na próxima figura, para efeito de entendimento, deixaremos as funções aparentes, e os resultados dispostos na coluna
C:
A função Arredondar.para.Baixo segue exatamente o mesmo conceito.

Resto: Com essa função podemos obter o resto de uma divisão. Sua sintaxe é a seguinte:
= mod (núm;divisor)
Onde:
Núm: é o número para o qual desejamos encontrar o resto.
divisor: é o número pelo qual desejamos dividir o número.

Figura 62: Exemplo de digitação da função MOD

Os valores do exemplo a cima serão, respectivamente: 1,5 e 1.

Valor Absoluto: Com essa função podemos obter o valor absoluto de um número. O valor absoluto, é o número sem
o sinal. A sintaxe da função é a seguinte:
=abs(núm)
Onde: aBs(núm)
Núm: é o número real cujo valor absoluto você deseja obter.

Figura 63: Exemplo função abs

Dias 360: Retorna o número de dias entre duas datas com base em um ano de 360 dias (doze meses de 30 dias). Sua
sintaxe é:
= DIAS360(data_inicial;data_final)
Onde:
data_inicial = a data de início de contagem.
Data_final = a data a qual quer se chegar.
No exemplo a seguir, vamos ver quantos dias faltam para chegar até a data de 14/06/2018, tendo como data inicial o
dia 05/03/2018. A função utilizada será =dias360(A2;B2)

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INFORMÁTICA BÁSICA

Figura 64: Exemplo função dias360

Vamos usar a Figura abaixo para explicar as próximas funções (Se, SomaSe, Cont.Se)

Figura 65: Exemplo (Se, SomaSe, Cont.se)

Função SE: O SE é uma função condicional, ou seja, verifica SE uma condição é verdadeira ou falsa.

A sintaxe desra função é a seguinte:


=SE(teste_lógico;“valor_se_verdadeiro”;“valor_se_falso”)
=: Significa a chamada para uma fórmula/função
SE: função SE
teste_lógico: a pergunta a qual se deseja ter resposta
“valor_se_verdadeiro”: se a resposta da pergunta for verdadeira, define o resultado “valor_se_falso” se a resposta da
pergunta for falsa, define o resultado
Usando a planilha acima como exemplo, na coluna ‘E’ queremos colocar uma mensagem se o funcionário recebe um
salário igual ou acima do valor mínimo R$ 724,00 ou abaixo do valor mínimo determinado em R$724,00.

Assim, temos a condição:

SE VALOR DE C3 FOR MAIOR OU IGUAL a 724, então ESCREVA “ACIMA”, senão ESCREVA “ABAIXO” MOSTRA O RE-
SULTADO NA CÉLULA E3

Traduzindo a condição em variáveis teremos:

Resultado: será mostrado na célula C3, portanto é onde devemos digitar a fórmula
Teste lógico: C3>=724
Valor_se_verdadeiro: “Acima”

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INFORMÁTICA BÁSICA

Valor_se_falso: “Abaixo” Traduzindo a condição em variáveis teremos:

Assim, com o cursor na célula E3, digitamos: Resultado: será mostrado na célula D17, portanto é
=SE(C3>=724;”Acima”;”Abaixo”) onde devemos digitar a fórmula
Para cada uma das linhas, podemos copiar e colar as Intervalo para análise: C3:C10
fórmulas, e o Excel, inteligentemente, acertará as linhas e Critério: “FEMININO”
colunas nas células. Nossas fórmulas ficarão assim: Intervalo para soma: D3:D10
E4 =SE(C4>=724;”Acima”;”Abaixo”)
E5 =SE(C5>=724;”Acima”;”Abaixo”) Assim, com o cursor na célula D17, digitamos:
E6 =SE(C6>=724;”Acima”;”Abaixo”)
E7 =SE(C7>=724;”Acima”;”Abaixo”) =SomaSE(D3:D10;”feminino”;C3:C10)
E8 =SE(C8>=724;”Acima”;”Abaixo”)
E9 =SE(C9>=724;”Acima”;”Abaixo”) Função CONT.SE: O CONT.SE é uma função de con-
E10 =SE(C10>=724;”Acima”;”Abaixo”) tagem condicionada, ou seja, CONTA a quantidade de re-
gistros, SE determinada condição for verdadeira. A sintaxe
Função SomaSE: A SomaSE é uma função de soma desta função é a seguinte:
condicionada, ou seja, SOMA os valores, SE determinada
condição for verdadeira. A sintaxe desta função é a seguin- =CONT.SE(intervalo;“critérios”)
te:
= : significa a chamada para uma fórmula/função
=SomaSe(intervalo;“critérios”;intervalo_soma) CONT.SE: chamada para a função CONT.SE
intervalo: intervalo de células onde será feita a análise
=Significa a chamada para uma fórmula/função dos dados
SomaSe: função SOMASE “critérios”: critérios a serem avaliados nas células do
intervalo: Intervalo de células onde será feita a análise “intervalo”
dos dados
“critérios”: critérios (sempre entre aspas) a serem ava- Usando a planilha acima como exemplo, queremos
liados a fim de chegar à condição verdadeira saber quantas pessoas ganham R$ 1200,00 ou mais, e
intervalo_soma: Intervalo de células onde será verifi- mostrar o resultado na célula D14, e quantas ganham
cada a condição para soma dos valores abaixo de R$1.200,00 e mostrar o resultado na célula D15.
Para isso precisamos criar a seguinte condição:
Exemplo: usando a planilha acima, queremos somar
os salários de todos os funcionários HOMENS e mostrar R$ 1200,00 ou MAIS:
o resultado na célula D16. E também queremos somar os SE SALÁRIO NO INTERVALO C3 ATÉ C10 FOR MAIOR
salários das funcionárias mulheres e mostrar o resultado na OU IGUAL A 1200, ENTÃO
célula D17. Para isso precisamos criar a seguinte condição: CONTA REGISTROS NO INTERVALO C3 ATÉ C10
MOSTRA O RESULTADO NA CÉLULA D14
HOMENS:
SE SEXO NO INTERVALO C3 ATÉ C10 FOR MASCULI- Traduzindo a condição em variáveis teremos:
NO, ENTÃO
SOMA O VALOR DO SALÁRIO MOSTRADO NO Resultado: será mostrado na célula D14, portanto é
INTERVALO D3 ATÉ D10 onde devemos digitar a fórmula
MOSTRA O RESULTADO NA CÉLULA D16 Intervalo para análise: C3:C10
Critério: >=1200
Traduzindo a condição em variáveis teremos:
Assim, com o cursor na célula D14, digitamos:
Resultado: será mostrado na célula D16, portanto é
onde devemos digitar a fórmula =CONT.SE(C3:C10;”>=1200”)
Intervalo para análise: C3:C10
Critério: “MASCULINO” MENOS DE R$ 1200,00:
Intervalo para soma: D3:D10 SE SALÁRIO NO INTERVALO C3 ATÉ C10 FOR ME-
Assim, com o cursor na célula D16, digitamos: NOR QUE 1200, ENTÃO
=SOMASE(D3:D10;”masculino”;C3:C10) CONTA REGISTROS NO INTERVALO C3 ATÉ C10
MULHERES: MOSTRA O RESULTADO NA CÉLULA D15
SE SEXO NO INTERVALO C3 ATÉ C10 FOR FEMINI-
NO, ENTÃO Traduzindo a condição em variáveis teremos:
SOMA O VALOR DO SALÁRIO MOSTRADO NO IN-
TERVALO D3 ATÉ D10 Resultado: será mostrado na célula D15, portanto é
MOSTRA O RESULTADO NA CÉLULA D17 onde devemos digitar a fórmula

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INFORMÁTICA BÁSICA

Intervalo para análise: C3:C10


Critério: <1200

Assim, com o cursor na célula D15, digitamos:

=CONT.SE(C3:C10;”<1200”)

Observações: fique atento com o > (maior) e < (menor), >= (maior ou igual) e <=(menor ou igual). Se tivéssemos
determinado a contagem de valores >1200 (maior que 1200) e <1200 (menor que 1200), o valor =1200 (igual a 1200) não
entraria na contagem.

Formatação de Células: Ao observar a planilha abaixo, fica claro que não é uma planilha bem formatada, vamos
deixar ela de uma maneira mais agradável.

Figura 66: Planilha sem Formatação

Vamos utilizar os 3(três) passos apontados na Figura abaixo:

Figura 67: Formatando a planilha

O primeiro passo é mesclar e centralizar o título, para isso utilizamos o botão Mesclar e Centralizar , entre outras opções
de alinhamento, como centralizar, direção do texto, entre outras.

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INFORMÁTICA BÁSICA

Figura 68: Formatando a planilha (Passo 1)

Em seguida, vamos colocar uma borda no texto digitado, vamos escolher a opção “Todas as bordas”, podemos mudar
o título para negrito, mudar a cor do fundo e/ou de uma fonte, basta selecionar a(s) célula(s) e escolher as formatações.

Figura 69: Formatando a planilha (Passo 2)

Para finalizar essa etapa vamos formatar a coluna C para moeda, que é o caso desse exemplo, porém pode ser realizado
vários outros tipos de formatação, como, porcentagem, data, hora, científico, basta clicar no dropbox onde está escrito geral
e escolher.

Figura 70: Formatando a planilha (Passo 3)

O resultado final nos traz uma planilha muito mais agradável e de fácil entendimento:

Figura 71: Planilha Formatada

Ordenando os dados: Você pode digitar os dados em qualquer ordem, pois o Excel possui uma ferramenta muito
útil para ordenar os dados.
Ao clicar neste botão, você tem as opções para classificar de A a Z (ordem crescente), de Z a A (ordem decrescente) ou
classificação personalizada.
Para ordenar seus dados, basta clicar em uma célula da coluna que deseja ordenar, e selecionar a classificação crescente
ou decrescente. Mas cuidado! Se você selecionar uma coluna inteira, nas versões mais antigas do Excel, você irá classificar
os dados dessa coluna, mas vai manter os dados das outras colunas onde estão. Ou seja, seus dados ficarão alterados. Nas
versões mais novas, ele fará a pergunta, se deseja expandir a seleção e dessa forma, fazer a classificação dos dados junto
com a coluna de origem, ou se deseja manter a seleção e classificar somente a coluna selecionada.

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INFORMÁTICA BÁSICA

Filtrando os dados: Ainda no botão temos a opção FILTRO. Ao selecionar esse botão, cada uma das colunas da nos-
sa planilha irá abrir uma seta para fazer a seleção dos dados que desejamos visualizar. Assim, podemos filtrar e visualizar
somente os dados do mês de Janeiro ou então somente os gastos com contas de consumo, por exemplo.

Grupo ferramentas de dados:


- Texto para colunas: separa o conteúdo de uma célula do Excel em colunas separadas.
- Remover duplicatas: exclui linhas duplicadas de uma planilha - Validação de dados: permite especificar valores invá-
lidos para uma planilha. Por exemplo, podemos especificar que a planilha não aceitará receber valores menores que 10.
- Consolidar: combina valores de vários intervalos em um novo intervalo.
- Teste de hipóteses: testa diversos valores para a fórmula na planilha.

Gráficos: Outra forma interessante de analisar os dados é utilizando gráficos. O Excel monta os gráficos rapidamente
e é muito fácil. Na Guia Inserir da Faixa de Opções, temos diversas opções de gráficos que podem ser utilizados.

Figura 72: Gráficos

Utilizando a planilha da Concessionária Grupo Nova, teremos o seguinte gráfico escolhido:

Figura 73: Gráfico de Colunas – 3D

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INFORMÁTICA BÁSICA

Redimensione o gráfico clicando com o mouse nas bordas para aumentar de tamanho. Reposicione o gráfico na pá-
gina, clicando nas linhas e arrastando até o local desejado.
Importante mencionar que o conceito do Excel 365 é o mesmo apontado no Word, ou seja, fazem parte do Office
365, que podem ser comprados conforme figura 39.

11.4. LibreOffice Calc

O Calc é o software de planilha eletrônica do LibreOffice e o seu formato de arquivo padrão é o .ods (Open Docu-
ment Spreadsheet).
O Calc trabalha de modo semelhante ao Excel no que se refere ao uso de fórmulas. Ou seja, uma fórmula é iniciada
pelo sinal de igual (=) e seguido por uma sequência de valores, referências a células, operadores e funções.
Algumas diferenças entre o Calc e o Excel:
Para fazer referência a uma interseção no Calc, utiliza-se o sinal de exclamação (!). Por exemplo, “B2:C4!C3:C6” retor-
nará a C3 e C4 (interseção entre os dois intervalos). No Excel, isso é feito usando um espaço em branco (B2:C4 C3:C6).

Figura 74: Exemplo de Operação no Calc

Para fazer referência a uma célula que esteja em outra planilha, na mesma pasta de trabalho, digite “nome_da_plani-
lha + . + célula. Por exemplo, “Plan2.A1” faz referência a célula A1 da planilha chamada Plan2. No Excel, isso é feito usan-
do o sinal de exclamação ! (Plan2!A1).

Menus do Calc
Arquivo - contém comandos que se aplicam ao documento inteiro como Abrir, Salvar e Exportar como PDF.
Editar - contém comandos para editar o conteúdo documento como, por exemplo, Desfazer, Localizar e Substituir,
Cortar, Copiar e Colar.
Exibir - contém comandos para controlar a exibição de um documento tais como Zoom, Tela Inteira e Navegador.
Inserir - contém comandos para inserção de novos elementos no documento como células, linhas, colunas, planilhas,
gráficos.
Formatar - contém comandos para formatar células selecionadas, objetos e o conteúdo das células no documento.
Ferramentas - contém ferramentas como Ortografia, Atingir meta, Rastrear erro, etc.
Dados - contém comandos para editar os dados de uma planilha. É possível classificar, utilizar filtros, validar, etc.
Janela - contém comandos para manipular e exibir janelas no documento.
Ajuda - permite acessar o sistema de ajuda do LibreOffice.

12. Utilização do Microsoft PowerPoint.

12.1. PowerPoint 2003

Na tela do PowerPoint 2003 o usuário tem a sua disposição: - barra de título, barra de menu, barra de ferramenta, pai-
nel de anotações, painel do slide, barra de status, painel de estrutura de tópicos. Confira a tela do PowerPoint na figura 75:

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INFORMÁTICA BÁSICA

Figura 75: Tela do PowerPoint 2003

1- Aqui aparecerá o título do PowerPoint e o nome da apresentação que está sendo editada. Caso o arquivo não
tenha nome, aparecerá o nome e o número das apresentações, como no exemplo da figura acima apresentação 1.
2- Esta é a principal ferramenta do PowerPoint, nela você encontrará vários menus. Para acessá-los é só clicar sobre a
mesma, ou através do teclado pressionando a tecla ALT junto coma letra do nome do comando no referido menu. Exemplo:
para acessar o menu arquivo, pressione ALT e a letra A que se encontra sublinhada
3- A barra de ferramentas possui vários botões que servem para acelerar a execução de alguns recursos do Power-
Point
4- Este é o local de trabalho no qual o texto é digitado.
5- Este painel permite adicionar anotações ou informações e até mesmo, elementos gráficos que você deseja com-
partilhar com o público.
6- Com este painel você poderá organizar e desenvolver o conteúdo da apresentação, assim, inserir fotos, desenhos,
clip-arts e muito mais, para que sua apresentação seja mostrada da melhor maneira. Você só tem a ganhar com os recursos
que o PowerPoint dispõe, principalmente para apresentação de trabalhos escolares e trabalhos pessoais.
7- Esta fornece o número de slides, o tipo de visualização e o idioma.
Como existiu a mudança de formato, a versão 2003 foi a última a ser PPT, para poder abrir apresentações feitas na
versão 2007 ou superior, você pode baixar o pacote de compatibilidade do Microsoft gratuitos para Word, Excel e Power-
Point. Seus conversores ajudam que seja possível abrir, editar e salvar uma apresentação que você criou em versões mais
recentes do Office.
Depois que você instalar as atualizações e conversores, todas as apresentações de versões do PowerPoint mais recentes
que 2003 são convertidos automaticamente quando você abri-los, para que você possa editar e salvá-los.

12.2. PowerPoint 2007

A versão 2007 passa a ter o formato PPTX, diferente das anteriores que eram PPT, essa nova versão lida muito melhor
com vídeos e imagens. Um documento em branco do PowerPoint 2003 (formato PPT) apenas com uma imagem de 1 MB
chega a ocupar 5 MB, já no formato PPTX, este mesmo arquivo ocupa cerca de 1,1 MB.

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INFORMÁTICA BÁSICA

O PowerPoint 2007 trouxe uma importante opção que se encarrega de compactar imagens automaticamente a fim de
reduzir o tamanho total do documento. Para tal, abra a aba Formatar do programa e clique na opção Compactar Imagens.
Neste momento o usuário escolhe se deseja compactar uma única imagem da apresentação ou se pretende aplicar o
efeito a todas as figuras. Clique em Opções para acessar escolher o nível de qualidade e compactação das imagens de seu
arquivo, além disso foi possível começar a tratar imagens.
O PowerPoint 2007 passou a oferecer mais gráficos tridimensionais, permitindo apresentações com melhor visual, diferentemente do seu
antecessor 2003, PowerPoint 2007 utiliza o Microsoft Office Fluent interface de usuário (UI). Esta UI categoriza grupos e guias relacionados, tor-
nando mais fácil para os usuários a encontrar os comandos e recursos do PowerPoint . Além disso, a Fluent UI inclui uma função de visualização
ao vivo , para rever alterações de formatação antes de finalizá-los , bem como galerias de efeitos pré- definidos, layouts , temas e “Estilos Rápidos”.
Os temas do PowerPoint 2007 possuem características de “Estilos Rápidos”, estilos esses que não existem no Power-
Point 2003, com o PowerPoint 2003, a formatação de um documento exige a escolha de estilo e opções de cores para
gráficos, textos, fundos e até mesmo tabelas.
A versão 2007 do PowerPoint 2007 possuem opções de compartilhamentos mais flexíveis do que as de seu antecessor
de 2003. Um exemplo claro disso é que na versão 2007 os usuários podem acessar o Microsoft Office SharePoint Server
2007 para integrar as apresentações com o Outlook 2007, bem como o compartilhamento de apresentações utilizando o
que chamamos de “Bibliotecas de Slides”.
Em relação as tabelas e gráficos, ao contrário do PowerPoint 2003, a versão 2007 armazena as informações dos gráficos
no Excel 2007, ao invés de armazenar esses dados em folhas de dados do gráfico.

12.3. PowerPoint 2010, 2013 e detalhes gerais

Na tela inicial do PowerPoint, são listadas as últimas apresentações editadas (à esquerda), opção para criar nova apre-
sentação em branco e ainda, são sugeridos modelos para criação de novas apresentações (ao centro).
Ao selecionar a opção de Apresentação em Branco você será direcionado para a tela principal, composta pelos elemen-
tos básicos apontados na figura abaixo, e descritos nos tópicos a seguir.

Figura 76: Tela Principal do PowerPoint 2013

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INFORMÁTICA BÁSICA

Barra de Títulos: A linha superior da tela é a barra de títulos, que mostra o nome da apresentação na janela. Ao iniciar
o programa aparece Apresentação 1 porque você ainda não atribuiu um nome ao seu arquivo.

Faixa de Opções:Desde a versão 2007 do Office, os menus e barras de ferramentas foram substituídos pela Faixa de
Opções. Os comandos são organizados em uma única caixa, reunidos em guias. Cada guia está relacionada a um tipo de
atividade e, para melhorar a organização, algumas são exibidas somente quando necessário.

Figura 77: Faixa de Opções

Barra de Ferramentas de Acesso Rápido: A Barra de Ferramentas de Acesso Rápido fica posicionada no topo da tela
e pode ser configurada com os botões de sua preferência, tornando o trabalho mais ágil.

Adicionando e Removendo Componentes: Para ocultar ou exibir um botão de comando na barra de ferramentas de
acesso rápido podemos clicar com o botão direito no componente que desejamos adicionar, em qualquer guia. Será exibi-
da uma janela com a opção de Adicionar à Barra de Ferramentas de Acesso Rápido.

Figura 78: Adicionando itens à Barra de Ferramentas de Acesso Rápido

Temos ainda outra opção de adicionar ou remover componentes nesta barra, clicando na seta lateral. É aberto o menu
Personalizar Barra de Ferramentas de Acesso Rápido, que apresenta várias opções para personalizar a barra, além da opção
Mais Comandos..., onde temos acesso a todos os comandos do PowerPoint.
Para remoção do componente, no mesmo menu selecione-o. Se preferir, clique com o botão direito do mouse sobre o
ícone que deseja remover e escolha Remover da Barra de Ferramentas de Acesso Rápido.

Barra de Status: Localizada na parte inferior da tela, a barra de status permite incluir anotações e comentários na sua
apresentação, mensagens, fornece estatísticas e o status de algumas teclas. Nela encontramos o recurso de Zoom e os
botões de ‘Modos de Exibição’.

Figura 79: Barra de Status

Clicando com o botão direito sobre a barra de status, será exibida a caixa Personalizar barra de status. Nela podemos
ativar ou desativar vários componentes de visualização.
Durante uma apresentação, os slides do PowerPoint vão sendo projetados no monitor do computador, lembrando os
antigos slides fotográficos.
O apresentador pode inserir anotações, observações importantes, que deverão ser abordadas durante a apresentação.
Estas anotações serão visualizadas somente pelo apresentador quando, durante a apresentação, for selecionado o Modo
de Exibição do Apresentador (basta clicar com o botão direito do mouse e selecionar esta opção durante a apresentação).

49
INFORMÁTICA BÁSICA

Modelos e Temas Online: Algumas vezes parece impossível iniciar uma apresentação. Você nem mesmo sabe como
começar. Nestas situações pode-se usar os modelos prontos, que fornecem sugestões para que você possa iniciar a criação
de sua apresentação. A versão PowerPoint 2013 traz vários modelos disponíveis online divididos por temas (é necessário
estar conectado à internet).

Figura 80: Modelos e temas online

Para utilizar um modelo pronto, selecione um tema. Em nosso exemplo, vamos selecionar ‘Negócios’. Aparecerão vários
modelos prontos que podem ser utilizados para a criação de sua apresentação, conforme mostra a figura abaixo.

Figura 81: Apresentações Modelo ‘Negócios’

Procure conhecer os modelos, clicando sobre eles. Utilize as barras de rolagem para rolar a tela, visualizar as possi-
bilidades, e possivelmente escolher um modelo, dentre as inúmeras possibilidades fornecidas, para criar apresentações
profissionais com muita agilidade.
Ao escolher um modelo, clique no botão ‘Criar’ e aguarde o download do arquivo. Será criado um novo arquivo em
seu computador, que você poderá salvar onde quiser. A partir daí, basta customizar os dados e utilizá-lo como SUA APRE-
SENTAÇÃO.
Tanto o layout como o padrão de formatação de fontes, poderão ser alterados em qualquer momento, para atender
às suas necessidades.

Apresentação de Slides:

Antes de começarmos a trabalhar em um novo slide, ou nova apresentação, vamos entender um pouco melhor como
funciona uma apresentação. Escolha um modelo pronto qualquer, faça o download, e inicie a apresentação, assim:

50
INFORMÁTICA BÁSICA

Na barra ‘Modos de exibição de slides’, localizada na barra de status, clique no botão ‘Modo de Apresentação de Slides’.
Dê cliques com o mouse para seguir ao próximo slide. Ao clicar na apresentação, são exibidos botões de navegação,
que permitem que você siga para o próximo slide ou volte ao anterior, conforme mostrado abaixo. Além dos botões de
navegação você também conta com outras ferramentas durante sua apresentação.

Figura 82: Botões de Navegação e Outras Ferramentas

Exibição de Slides:Vamos agora começar a personalizar nossa apresentação, tendo como base o modelo criado. Se
ainda estiver com uma apresentação aberta, termine a apresentação, retornando à estrutura. Clique, na faixa de opções, no
menu ‘EXIBIÇÃO’.

Alternando entre os Modos de Exibição

Modo Normal: No modo de exibição ‘Normal’, você trabalha em um slide de cada vez e pode organizar a estrutura
de todos os slides da apresentação.

Figura 83: Modo de Exibição ‘Normal’.

Para mover de um slide para outro clique sobre o slide (do lado esquerdo) que deseja visualizar na tela, ou utilize as
teclas ‘PageUp’ e ‘PageDown’.

Modo de Exibição de Estrutura de Tópicos: Este modo de visualização é interessante principalmente durante a cons-
trução do texto da apresentação. Você pode ir digitando o texto do lado esquerdo e o PowerPoint monta os slides pra você.

Classificação de Slides: Este modo permite ver seus slides em miniatura, para auxiliar na organização e estruturação
de sua apresentação. No modo de classificação de slides, você pode reordenar slides, adicionar transições e efeitos de ani-
mação e definir intervalos de tempo para apresentações eletrônicas de slides.

51
INFORMÁTICA BÁSICA

Figura 84: Classificação de Slides

Para alterar a sequência de exibição de slides, clique no slide e arraste até a posição desejada. Você também pode ocul-
tar um slide dando um clique com o botão direito do mouse sobre ele e selecionando ‘Ocultar Slide’.

Alterando o Design:

O design de um slide é a apresentação visual do mesmo, ou seja, as cores nele utilizadas, tipos de fontes, etc. O Power-
Point disponibiliza vários temas prontos para aplicar ao design de sua apresentação.
Para inserir um Tema de design pronto nos slides acesse a guia ‘Design’ na Faixa de Opções. Clique na seta lateral para
visualizar todos os temas existentes.
Clique no tema desejado, para aplicar ao slide selecionado. O tema será aplicado em todos os slides.
Variantes->Cores e Variantes->Fontes: ainda na guia ‘Design’ podemos aplicar variações dos temas, alterando cores e
fontes, criando novos temas de cores. Clique na seta da caixa ‘Variantes’ para abrir as opções. Passe o mouse sobre cada
tema para visualizar o efeito na apresentação. Após encontrar a variação desejada, dê um clique com o mouse para aplicá-la
à apresentação.

Figura 85: Variantes de Temas de Design

Variantes->Efeitos: os efeitos de tema especificam como os efeitos são aplicados a gráficos SmartArt, formas e ima-
gens. Clique na seta do botão ‘Efeitos’ para acessar a galeria de Efeitos. Aplicando o efeito alteramos rapidamente a apa-
rência dos objetos.

Layout de Texto:

O primeiro slide criado em nossa apresentação é um ‘Slide de título’. Nele não deve ser inserido o conteúdo da palestra
ou reunião, mas apenas o título e um subtítulo pois trata-se do slide inicial.
Clique no quadro onde está indicado ‘Clique aqui para adicionar um título’, e escreva o título de sua apresentação. A
apresentação que criaremos será sobre ‘Grupo Nova”.
No quadro onde está indicado ‘Clique aqui para adicionar um subtítulo’ coloque seu nome ou o nome da empresa em
que trabalha, ou mesmo um subtítulo ligado ao tema da apresentação.
Formate o texto da forma como desejar, selecionando o tipo da fonte, tamanho, alinhamento, etc., clicando sobre a
‘Caixa de Texto’ para fazer as formatações.

52
INFORMÁTICA BÁSICA

Clique no botão novo slide da guia ‘PÁGINA INICIAL’. Será criado um novo slide com layout diferente do anterior. Isso
acontece porque o programa entende que o próximo slide não é mais de título, e sim de conteúdo, e assim sucessivamente
pra a criação da sua apresentação.

Layouts de Conteúdo:

Utilizando os layouts de conteúdo é possível inserir figura ou cliparts, tabelas, gráficos, diagramas ou clipe de mídia
(que podem ser animações, imagens, sons, etc.).
A utilização destes recursos é muito simples, bastando clicar, no próprio slide, sobre o recurso que deseja utilizar.
Salve a apresentação atual como ‘Ensino a Distância’ e, sem fechá-la, abra uma nova apresentação. Vamos ver a utili-
zação dos recursos de Conteúdo.
Na guia ‘Início’ da Faixa de Opções, clique na seta lateral da caixa Layout. Será exibida uma janela com várias opções.
Selecione o layout ‘Título e conteúdo’.
Aparecerá a caixa de conteúdo no slide como mostrado na figura a seguir. A caixa de conteúdos ao centro do slide
possui diversas opções de tipo de conteúdo que se pode utilizar.
As demais ferramentas da ‘Caixa de Conteúdo’ são:

• Escolher Elemento Gráfico SmartArt


• Inserir Imagem
• Inserir Imagens Online
• Inserir Vídeo

Explore as opções, utilize os recursos oferecidos para enriquecer seus conhecimentos e, em consequência, criar apre-
sentações muito mais interessantes. O funcionamento de cada item é semelhante aos já abordados.

Agora é com você!


Exercite: crie diversos slides de conteúdo, procurando utilizar todas as opções oferecidas para cada tipo de conteúdo.
Desta forma, você estará aprendendo ainda mais utilizar os recursos do PowerPoint e do Office.

Animação dos Slides: A animação dos slides é um dos últimos passos da criação de uma apresentação. Essa é uma
etapa importante, pois, apesar dos inúmeros recursos oferecidos pelo programa, não é aconselhável exagerar na utilização
dos mesmos, pois além de tornar a apresentação cansativa, tira a atenção das pessoas que estão assistindo, ao invés de dar
foco ao conteúdo da apresentação, passam a dar fico para as animações.

Transições: A transição dos slides nada mais é que a mudança entre um slide e outro. Você pode escolher entre diver-
sas transições prontas, através da faixa de opções ‘TRANSIÇÕES’. Selecione o primeiro slide da nossa apresentação e clique
nesta opção.

Escolha uma das transições prontas e veja o que acontece. Explore os diversos tipos de transições, apenas clicando
sobre elas e assistindo os efeitos que elas produzem. Isso pode ser bastante divertido, mas dependendo do intuito da
apresentação, o exagero pode tornar sua apresentação pouco profissional.

Ainda em ‘TRANSIÇÕES’ escolha como será feito o avanço do slide, se após um tempo pré-definido ou ‘Ao Clicar com
o Mouse’, dentro da faixa ‘INTERVALO’. Você também pode aplicar som durante a transição.

Animações: As animações podem ser definidas para cada caixa de texto dos slides. Ou seja, durante sua apresentação
você pode optar em ir abrindo o texto conforme trabalha os assuntos.

Neste exemplo, selecionaremos o Slide 3 de nossa apresentação para enriquecer as explicações. Clique um uma das
caixas de texto do slide, e na opção ‘ANIMAÇÕES’ abra o ‘PAINEL DE ANIMAÇÃO’.

Figura 86: Animações

Escolheremos a opção ‘Flutuar para Dentro’, mas você pode explorar as diversas opções e escolher a que mais te agra-
dar. Clique na opção escolhida. No Painel de Animação, abra todas as animações clicando na seta para baixo.

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INFORMÁTICA BÁSICA

Figura 87: Abrindo a lista do Painel de Animações

Cada parágrafo de texto pode ser configurado, bastando que você clique no parágrafo desejado e faça a opção de
animação desejada. O parágrafo pode aparecer somente quando você clicar com o mouse, ou juntamente com o anterior.
Pode mantê-lo aberto na tela enquanto outros estão fechados, etc.

Em nosso exemplo, vamos animar da seguinte forma: os textos da caixa de texto do lado esquerdo vão aparecer juntos
após clicar. Os textos da caixa do lado direito permanecem fechados. Ao clicar novamente, os dois parágrafos aparecerão
ao mesmo tempo na tela.

Passo a passo:
Com a caixa de texto do lado esquerdo selecionada, clique em ‘Iniciar ao clicar’ no 1º parágrafo, mostrado no Painel
de Animações;
selecione o 2º parágrafo e selecione ‘Iniciar com anterior’;
selecione a caixa de texto do lado direito e aplique uma animação;
no Painel de Animações clique em ‘Iniciar ao clicar’ no 1º parágrafo da caixa de texto
selecione o 2º parágrafo da caixa de texto e selecione ‘Iniciar com anterior’.

12.4. Impress
É o editor de apresentações do LibreOffice e o seu formato de arquivo padrão é o .odp (Open Document Presentations).

- O usuário pode iniciar uma apresentação no Impress de duas formas:


• do primeiro slide (F5) - Menu Apresentação de Slides -> Iniciar do primeiro slide
• do slide atual (Shift + F5) - Menu Apresentação de Slides -> Iniciar do slide atual.

- Menu do Impress:
• Arquivo - contém comandos que se aplicam ao documento inteiro como Abrir, Salvar e Exportar como PDF;
• Editar - contém comandos para editar o conteúdo documento como, por exemplo, Desfazer, Localizar e Substituir,
Cortar, Copiar e Colar;
• Exibir - contém comandos para controlar a exibição de um documento tais como Zoom, Apresentação de Slides,
Estrutura de tópicos e Navegador;
• Inserir - contém comandos para inserção de novos slides e elementos no documento como figuras, tabelas e
hiperlinks;
• Formatar - contém comandos para formatar o layout e o conteúdo dos slides, tais como Modelos de slides, Layout
de slide, Estilos e Formatação, Parágrafo e Caractere;
• Ferramentas - contém ferramentas como Ortografia, Compactar apresentação e Player de mídia;
• Apresentação de Slides - contém comandos para controlar a apresentação de slides e adicionar efeitos em obje-
tos e na transição de slides.

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INFORMÁTICA BÁSICA

PROTOCOLOS, SERVIÇOS, TECNOLOGIAS,


FERRAMENTAS E APLICATIVOS ASSOCIADOS
À INTERNET E AO CORREIO ELETRÔNICO.
CONCEITOS DOS PRINCIPAIS NAVEGADORES
DA INTERNET.

O objetivo inicial da Internet era atender necessidades militares, facilitando a comunicação. A agência norte-americana
ARPA – ADVANCED RESEARCH AND PROJECTS AGENCY e o Departamento de Defesa americano, na década de 60, criaram
um projeto que pudesse conectar os computadores de departamentos de pesquisas e bases militares, para que, caso um
desses pontos sofresse algum tipo de ataque, as informações e comunicação não seriam totalmente perdidas, pois estariam
salvas em outros pontos estratégicos.
O projeto inicial, chamado ARPANET, usava uma conexão a longa distância e possibilitava que as mensagens fossem
fragmentadas e endereçadas ao seu computador de destino. O percurso entre o emissor e o receptor da informação pode-
ria ser realizado por várias rotas, assim, caso algum ponto no trajeto fosse destruído, os dados poderiam seguir por outro
caminho garantindo a entrega da informação, é importante mencionar que a maior distância entre um ponto e outro, era
de 450 quilômetros.
No começo dos anos 80, essa tecnologia rompeu as barreiras de distância, passando a interligar e favorecer a troca de
informações de computadores de universidades dos EUA e de outros países, criando assim uma rede (NET) internacional
(INTER), consequentemente seu nome passa a ser, INTERNET.
A evolução não parava, além de atingir fronteiras continentais, os computadores pessoais evoluíam em forte escala
alcançando forte potencial comercial, a Internet deixou de conectar apenas computadores de universidades, passou a co-
nectar empresas e, enfim, usuários domésticos.
Na década de 90, o Ministério das Comunicações e o Ministério da Ciência e Tecnologia do Brasil trouxeram a Internet para
os centros acadêmicos e comerciais. Essa tecnologia rapidamente foi tomando conta de todos os setores sociais até atingir a
amplitude de sua difusão nos tempos atuais.
Um marco que é importante frisar é o surgimento do WWW que foi a possibilidade da criação da interface gráfica dei-
xando a internet ainda mais interessante e vantajosa, pois até então, só era possível a existência de textos.
Para garantir a comunicação entre o remetente e o destinatário o americano Vinton Gray Cerf, conhecido como o pai
da internet criou os protocolos TCP/IP, que são protocolos de comunicação. O TCP – TRANSMISSION CONTROL PROTOCOL
(Protocolo de Controle de Transmissão) e o IP – INTERNET PROTOCOL (Protocolo de Internet) são conjuntos de regras que
tornam possível tanto a conexão entre os computadores, quanto ao entendimento da informação trocada entre eles.
A internet funciona o tempo todo enviando e recebendo informações por isso o periférico que permite a conexão com
a internet chama MODEM, porque que ele MOdula e DEModula sinais, e essas informações só podem ser trocadas graças
aos protocolos TCP/IP.

Protocolos Web

Já que estamos falando em protocolos, citaremos outros que são largamente usados na Internet:

-HTTP (Hypertext Transfer Protocol): Protocolo de transferência de Hipertexto, desde 1999 é utilizado para trocar
informações na Internet. Quando digitamos um site, automaticamente é colocado à frente dele o http://
Exemplo: http://www.novaconcursos.com.br
Onde:
http:// → Faz a solicitação de um arquivo de hipermídia para a Internet, ou seja, um arquivo que pode conter texto,
som, imagem, filmes e links.
-URL (Uniform Resource Locator): Localizador Padrão de recursos, serve para endereçar um recurso na web, é como
se fosse um apelido, uma maneira mais fácil de acessar um determinado site
Exemplo: http://www.novaconcursos.com.br, onde:

55
INFORMÁTICA BÁSICA

Faz a solicitação de um arquivo de


http:// hipermídiaparaaInternet.
Estipulaqueesse recursoestánarede mundialdecomputa
www dores(veremosmais sobre www emumpróximotópico).
Éo endereçodedomínio.Um endereçode
novaconcursos domíniorepresentarásua empresaou seu
espaçonaInternet.
Indicaqueo servidorondeesse siteestá
.com hospedado é de finalidadescomerciais.

.br Indicaqueo servidorestáno Brasil.

Encontramos, ainda, variações na URL de um site, que demonstram a finalidade a organização que o criou, como:
.gov - Organização governamental
.edu - Organização educacional
.org - Organização
.ind - Organização Industrial
.net - Organização telecomunicações
.mil - Organização militar
.pro - Organização de profissões
.eng – Organização de engenheiros

E também, do país de origem:


.it – Itália
.pt – Portugal
.ar – Argentina
.cl – Chile
.gr – Grécia

Quando vemos apenas a terminação .com, sabemos que se trata de um site hospedado em um servidor dos Estados
Unidos.
-HTTPS (Hypertext transfer protocol secure): Semelhante ao HTTP, porém permite que os dados sejam transmitidos
através de uma conexão criptografada e que se verifique a autenticidade do servidor e do cliente através de certificados
digitais.

-FTP (File Transfer Protocol): Protocolo de transferência de arquivo, é o protocolo utilizado para poder subir os ar-
quivos para um servidor de internet, seus programas mais conhecidos são, o Cute FTP, FileZilla e LeechFTP, ao criar um site,
o profissional utiliza um desses programas FTP ou similares e executa a transferência dos arquivos criados, o manuseio é
semelhante à utilização de gerenciadores de arquivo, como o Windows Explorer, por exemplo.

-POP (Post Office Protocol): Protocolo de Posto dos Correios permite, como o seu nome o indica, recuperar o seu
correio num servidor distante (o servidor POP). É necessário para as pessoas não ligadas permanentemente à Internet,
para poderem consultar os mails recebidos offline. Existem duas versões principais deste protocolo, o POP2 e o POP3, aos
quais são atribuídas respectivamente as portas 109 e 110, funcionando com o auxílio de comandos textuais radicalmente
diferentes, na troca de e-mails ele é o protocolo de entrada.

IMAP (Internet Message Access Protocol): É um protocolo alternativo ao protocolo POP3, que oferece muitas
mais possibilidades, como, gerir vários acessos simultâneos e várias caixas de correio, além de poder criar mais
critérios de triagem.

-SMTP (Simple Mail Transfer Protocol): É o protocolo padrão para envio de e-mails através da Internet. Faz a
validação de destinatários de mensagens. Ele que verifica se o endereço de e-mail do destinatário está corretamente
digitado, se é um endereço existente, se a caixa de mensagens do destinatário está cheia ou se recebeu sua mensa-
gem, na troca de e-mails ele é o protocolo de saída.

56
INFORMÁTICA BÁSICA

-UDP (User Datagram Protocol): Protocolo que atua Atualmente existem vários tipos de plug-ins. Abaixo
na camada de transporte dos protocolos (TCP/IP). Permi- temos uma relação de alguns deles:
te que a apli- cação escreva um datagrama encapsulado - 3D e Animação (Arquivos VRML, MPEG, QuickTime,
num pacote IP e trans- portado ao destino. É muito comum etc.).
lermos que se trata de um protocolo não confiável, isso - Áudio/Vídeo (Arquivos WAV, MID, AVI, etc.).
porque ele não é implementado com regras que garantam - Visualizadores de Imagens (Arquivos JPG, GIF, BMP,
tratamento de erros ou entrega. PCX, etc.).
- Negócios e Utilitários
Provedor - Apresentações

O provedor é uma empresa prestadora de serviços que INTRANET: A Intranet ou Internet Corporativa é a im-
oferece acesso à Internet. Para acessar a Internet, é neces- plantação de uma Internet restrita apenas a utilização interna
sário conectar-se com um computador que já esteja na In- de uma empresa. As intranets ou Webs corporativas, são re-
ternet (no caso, o provedor) e esse computador deve per- des de comunicação internas baseadas na tecnologia usada
mitir que seus usuários também tenham acesso a Internet. na Internet. Como um jornal editado internamente, e que
No Brasil, a maioria dos provedores está conectada pode ser acessado apenas pelos funcionários da empresa.
à Embratel, que por sua vez, está conectada com outros A intranet cumpre o papel de conectar entre si filiais e de-
computadores fora do Brasil. Esta conexão chama-se link, partamentos, mesclando (com segurança) as suas informações
que é a conexão física que interliga o provedor de acesso particulares dentro da estrutura de comunicações da empresa.
com a Embratel. Neste caso, a Embratel é conhecida como O grande sucesso da Internet, é particularmente da
backbone, ou seja, é a “espinha dorsal” da Internet no Bra- World Wide Web (WWW) que influenciou muita coisa na
sil. Pode-se imaginar o backbone como se fosse uma ave- evolução da informática nos últimos anos.
nida de três pistas e os links como se fossem as ruas que Em primeiro lugar, o uso do hipertexto (documentos
estão interligadas nesta avenida. interliga- dos através de vínculos, ou links) e a enorme fa-
Tanto o link como o backbone possui uma velocidade cilidade de se criar, interligar e disponibilizar documentos
de transmissão, ou seja, com qual velocidade ele transmite multimídia (texto, gráficos, animações, etc.), democratiza-
os dados. ram o acesso à informação através de redes de computa-
Esta velocidade é dada em bps (bits por segundo). dores. Em segundo lugar, criou-se uma gigantesca base de
Deve ser feito um contrato com o provedor de acesso, que usuários, já familiarizados com conhecimentos básicos de
fornecerá um nome de usuário, uma senha de acesso e um informática e de navegação na Internet. Finalmente, surgi-
endereço eletrônico na Internet. ram muitas ferramentas de software de custo zero ou pe-
queno, que permitem a qualquer organização ou empresa,
Home Page sem muito esforço, “entrar na rede” e começar a acessar e
colocar informação. O resultado inevitável foi a impressio-
Pela definição técnica temos que uma Home Page é nante explosão na informação disponível na Internet, que
um arquivo ASCII (no formato HTML) acessado de compu- segundo consta, está dobrando de tamanho a cada mês.
tadores rodando um Navegador (Browser), que permite o Assim, não demorou muito a surgir um novo conceito,
acesso às informações em um ambiente gráfico e multimí- que tem interessado um número cada vez maior de em-
dia. Todo em hipertexto, facilitando a busca de informações presas, hospitais, faculdades e outras organizações interes-
dentro das Home Pages. sadas em integrar informações e usuários: a intranet. Seu
O endereço de Home Pages tem o seguinte formato: advento e disseminação promete operar uma revolução
http://www.endereço.com/página.html tão profunda para a vida organizacional quanto o apare-
Por exemplo, a página principal do meu projeto de cimento das primeiras redes locais de computadores, no
mestrado: final da década de 80.
http://www.ovidio.eng.br/mestrado
O que é Intranet?
PLUG-INS
O termo “intranet” começou a ser usado em meados de
Os plug-ins são programas que expandem a capacida- 1995 por fornecedores de produtos de rede para se refe-
de do Browser em recursos específicos - permitindo, por rirem ao uso dentro das empresas privadas de tecnologias
exemplo, que você toque arquivos de som ou veja filmes projetadas para a comunicação por computador entre em-
em vídeo dentro de uma Home Page. As empresas de soft- presas. Em outras palavras, uma intranet consiste em uma
ware vêm desenvolvendo plug-ins a uma velocidade im- rede privativa de computadores que se baseia nos padrões
pressionante. Maiores informações e endereços sobre plu- de comunicação de dados da Internet pública, baseadas na
g-ins são encontradas na página: tecnologia usada na Internet (páginas HTML, e-mail, FTP,
etc.) que vêm, atualmente fazendo muito sucesso. Entre
http://www.yahoo.com/Computers_and_Internet/Soft- as razões para este sucesso, estão o custo de implantação
ware/ Internet/World_Wide_Web/Browsers/Plug_Ins/Indi- relativamente baixo e a facilidade de uso propiciada pelos
ces/ programas de navegação na Web, os browsers.

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INFORMÁTICA BÁSICA

Objetivo de construir uma Intranet Mecanismos de Buscas

Organizações constroem uma intranet porque ela é Pesquisar por algo no Google e não ter como retorno
uma ferramenta ágil e competitiva. Poderosa o suficiente exatamente o que você queria pode trazer algumas horas
para economizar tempo, diminuir as desvantagens da dis- de trabalho a mais, não é mesmo? Por mais que os algorit-
tância e alavancar sobre o seu maior patrimônio de capital mos de busca sejam sempre revisados e busquem de certa
com conhecimentos das operações e produtos da empresa. forma “adivinhar” o que se passa em sua cabeça, lançar
mão de alguns artifícios para que sua busca seja otimizada
Aplicações da Intranet poupará seu tempo e fará com que você tenha acesso a
resultados mais relevantes.
Já é ponto pacífico que apoiarmos a estrutura de comu- Os mecanismos de buscas contam com operadores
nicações corporativas em uma intranet dá para simplificar o para filtro de conteúdo. A maior parte desse filtros, no en-
trabalho, pois estamos virtualmente todos na mesma sala. tanto, pode não interessar e você, caso não seja um prati-
De qualquer modo, é cedo para se afirmar onde a intranet cante de SEO. Contudo alguns são realmente úteis e estão
vai ser mais efetiva para unir (no sentido operacional) os listados abaixo. Realize uma busca simples e depois apli-
diversos profissionais de uma empresa. Mas em algumas que os filtros para poder ver o quanto os resultados podem
áreas já se vislumbram benefícios, por exemplo: sem mais especializados em relação ao que você procura.
- Marketing e Vendas - Informações sobre produtos,
listas de preços, promoções, planejamento de eventos; -palavra_chave
- Desenvolvimento de Produtos - OT (Orientação de Retorna um busca excluindo aquelas em que a pa-
Trabalho), planejamentos, listas de responsabilidades de lavra chave aparece. Por exemplo, se eu fizer uma busca
membros das equipes, situações de projetos; por computação, provavelmente encontrarei na relação
- Apoio ao Funcionário - Perguntas e respostas, siste- dos resultados informaçõe sobre “Ciência da computação“.
mas de melhoria contínua (Sistema de Sugestões), manuais Contudo, se eu fizer uma busca por computação -ciência ,
de qualidade; os resultados que tem a palavra chave ciência serão omi-
- Recursos Humanos - Treinamentos, cursos, apostilas, tidos.
políticas da companhia, organograma, oportunidades de tra-
balho, programas de desenvolvimento pessoal, benefícios. +palavra_chave
Para acessar as informações disponíveis na Web corpo- Retorna uma busca fazendo uma inclusão forçada de
rativa, o funcionário praticamente não precisa ser treinado. uma palavra chave nos resultados. De maneira análoga
Afinal, o esforço de operação desses programas se resume ao exemplo anterior, se eu fizer uma busca do tipo com-
quase somente em clicar nos links que remetem às novas putação, terei como retorna uma gama mista de resulta-
páginas. No entanto, a simplicidade de uma intranet termi- dos. Caso eu queira filtrar somente os casos em que ciên-
na aí. Projetar e implantar uma rede desse tipo é uma tarefa cias aparece, e também no estado de SP, realizo uma busca
complexa e exige a presença de profissionais especializa- do tipo computação + ciência SP.
dos. Essa dificuldade aumenta com o tamanho da intranet,
sua diversidade de funções e a quantidade de informações “frase_chave”
nela armazenadas. Retorna uma busca em que existam as ocorrências dos
A intranet é baseada em quatro conceitos: termos que estão entre aspas, na ordem e grafia exatas
- Conectividade - A base de conexão dos computa- ao que foi inserido. Assim, se você realizar uma busca do
dores ligados através de uma rede, e que podem transferir tipo “como faser” – sim, com a escrita incorreta da palavra
qualquer tipo de informação digital entre si; FAZER, verá resultados em que a frase idêntica foi empre-
- Heterogeneidade - Diferentes tipos de computado- gada.
res e sistemas operacionais podem ser conectados de for-
ma transparente; palavras_chave_01 OR palavra_chave_02
- Navegação - É possível passar de um documento a Mostra resultado para pelo menos uma das palavras
outro através de referências ou vínculos de hipertexto, que chave citadas. Faça uma busca por facebook OR msn, por
facilitam o acesso não linear aos documentos; exemplo, e terá como resultado de sua busca, páginas re-
- Execução Distribuída - Determinadas tarefas de aces- levantes sobre pelo menos um dos dois temas- nesse caso,
so ou manipulação na intranet só podem ocorrer graças à como as duas palavras chaves são populares, os dois resul-
execução de programas aplicativos, que podem estar no tados são apresentados em posição de destaque.
servidor, ou nos microcomputadores que acessam a rede
(também chamados de clientes, daí surgiu à expressão que filetype:tipo
caracteriza a arquitetura da intranet: cliente-servidor). Retorna as buscas em que o resultado tem o tipo de
- A vantagem da intranet é que esses programas são extensão especificada. Por exemplo, em uma busca fi-
ativa- dos através da WWW, permitindo grande flexibilida- letype:pdf jquery serão exibidos os conteúdos da palavra
de. Determinadas linguagens, como Java, assumiram gran- chave jquery que tiverem como extensão .pdf. Os tipos de
de importância no desenvolvimento de softwares aplicati- extensão podem ser: PDF, HTML ou HTM, XLS, PPT, DOC
vos que obedeçam aos três conceitos anteriores.

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INFORMÁTICA BÁSICA

palavra_chave_01 * palavra_chave_02 Safari: O Safari é o navegador da Apple, é um ótimo


Retorna uma “busca combinada”, ou seja, sendo o * um navegador considerado pelos especialistas e possui uma
indicador de “qualquer conteúdo”, retorna resultados em interface bem bonita, apesar de ser um navegador da
que os termos inicial e final aparecem, independente do Apple existem versões para Windows.
que “esteja entre eles”. Realize uma busca do tipo facebook
* msn e veja o resultado na prática.

15. Navegadores de internet: Internet Explorer, Mozilla


Firefox, Google Chrome.

Navegadores: Navegadores de internet ou browsers


são programas de computador especializados em visuali- Figura 91: Símbolo do Safari
zar e dar acesso às informações disponibilizadas na web,
até pouco tempo atrás tínhamos apenas o Internet Explorer Internet Explorer: O Internet Explorer ou IE é o na-
e o Netscape, hoje temos uma série de navegadores no vegador padrão do Windows. Como o próprio nome diz,
mercado, iremos fazer uma breve descrição de cada um é um programa preparado para explorar a Internet dando
deles, e depois faremos toda a exemplificação utilizando o acesso a suas informações. Representado pelo símbolo do
Internet Explorer por ser o mais utilizado em todo o mun- “e” azul, é possível acessá-lo apenas com um duplo clique
do, porém o conceito e usabilidade dos outros navegado- em seu símbolo.
res seguem os mesmos princípios lógicos.

Chrome: O Chrome é o navegador do Google e con-


sequentemente um dos melhores navegadores existentes.
Outra vantagem devido ser o navegador da Google é o
mais utilizado no meio, tem uma interface simples muito
fácil de utilizar. Figura 92: Símbolo do Internet Explorer

16. Transferência de arquivos pela internet

FTP (File Transfer Protocol – Protocolo de Transferência


de Arquivos) é uma das mais antigas formas de interação
na Internet. Com ele, você pode enviar e receber arquivos
Figura 88: Símbolo do Google Chrome para, ou de computadores que se caracterizam como ser-
vidores remotos. Voltaremos aqui ao conceito de arquivo
Mozila Firefox: O Mozila Firefox é outro excelente na- texto (ASCII – código 7 bits) e arquivos não texto (Binários
vegador ele é gratuito e fácil de utilizar apesar de não ter – código 8 bits). Há uma diferença interessante entre en-
uma interface tão amigável, porém é um dos navegadores viar uma mensagem de correio eletrônico e realizar trans-
mais rápidas e com maior segurança contra hackers. ferência de um arquivo. A mensagem é sempre transferida
como uma informação textual, enquanto a transferência de
um arquivo pode ser caracterizada como textual (ASCII) ou
não-textual (binário).
Um servidor FTP é um computador que roda um pro-
grama que chamamos de servidor de FTP e, portanto, é ca-
paz de se comunicar com outro computador na Rede que
Figura 89: Símbolo do Mozilla Firefox o esteja acessando através de um cliente FTP.
FTP anônimo versus FTP com autenticação existem
Opera: Usabilidade muito agradável, possui grande dois tipos de conexão FTP, a primeira, e mais utilizada, é a
desempenho, porém especialistas em segurança o consi- conexão anônima, na qual não é preciso possuir um user-
dera o navegador com menos segurança. name ou password (senha) no servidor de FTP, bastando
apenas identificar-se como anonymous (anônimo). Neste
caso, o que acontece é que, em geral, a árvore de diretório
que se enxerga é uma sub-árvore da árvore do sistema. Isto
é muito importante, porque garante um nível de segurança
adequado, evitando que estranhos tenham acesso a todas
as informações da empresa. Quando se estabelece uma co-
Figura 90: Símbolo do Opera nexão de “FTP anônimo”, o que acontece em geral é que a
conexão é posicionada no diretório raiz da árvore de dire-
tórios. Dentre os mais comuns estão: pub, etc, outgoing e
incoming. O segundo tipo de conexão envolve uma auten-

59
INFORMÁTICA BÁSICA

ticação, e portanto, é indispensável que o usuário possua Uma forma de atender a necessidade de comunicação
um username e uma password que sejam reconhecidas entre ker- nel e aplicativo é a chamada do sistema (System
pelo sistema, quer dizer, ter uma conta nesse servidor. Nes- Call), que é uma interface entre um aplicativo de espaço de
te caso, ao estabelecer uma conexão, o posicionamento usuário e um serviço que o kernel fornece.
é no diretório criado para a conta do usuário – diretório Como o serviço é fornecido no kernel, uma chamada
home, e dali ele poderá percorrer toda a árvore do sistema, direta não pode ser executada; em vez disso, você deve
mas só escrever e ler arquivos nos quais ele possua. utilizar um processo de cruzamento do limite de espaço do
Assim como muitas aplicações largamente utilizadas usuário/kernel.
hoje em dia, o FTP também teve a sua origem no sistema No Linux também existem diferentes run levels de ope-
operacional UNIX, que foi o grande percursor e responsá- ração. O run level de uma inicialização padrão é o de nú-
vel pelo sucesso e desenvolvimento da Internet. mero 2.
Como o Linux também é conhecido por ser um sis-
Algumas dicas tema operacional que ainda usa muitos comandos digi-
1. Muitos sites que aceitam FTP anônimo limitam o nú- tados, não poderíamos deixar de falar sobre o Shell, que
mero de conexões simultâneas para evitar uma sobrecarga é justamente o programa que permite ao usuário digitar
na máquina. Uma outra limitação possível é a faixa de ho- comandos que sejam inteligíveis pelo sistema operacional
rário de acesso, que muitas vezes é considerada nobre em e executem funções.
horário comercial, e portanto, o FTP anônimo é tempora- No MS DOS, por exemplo, o Shell era o command.com,
riamente desativado. através do qual podíamos usar comandos como o dir, cd
2. Uma saída para a situação acima é procurar “sites e outros. No Linux, o Shell mais usado é o Bash, que, para
espelhos” que tenham o mesmo conteúdo do site sendo usuários comuns, aparece com o símbolo $, e para o root,
acessado. aparece como símbolo #.
3. Antes de realizar a transferência de qualquer arquivo Temos também os termos usuário e superusuário. En-
verifique se você está usando o modo correto, isto é, no quanto ao usuário é dada a permissão de utilização de
caso de arquivos-texto, o modo é ASCII, e no caso de arqui- comandos simples, ao superusuário é permitido configurar
vos binários (.exe, .com, .zip, .wav, etc.), o modo é binário. quais comandos os usuários po- dem usar, se eles podem
Esta prevenção pode evitar perda de tempo. apenas ver ou também alterar e gravar dire- tórios, ou seja,
4. Uma coisa interessante pode ser o uso de um servi- ele atua como o administrador do sistema. O diretório pa-
dor de FTP em seu computador. Isto pode permitir que um drão que contém os programas utilizados pelo superusuário
amigo seu consiga acessar o seu computador como um para o gerenciamento e a manutenção do sistema é o /sbin.
servidor remoto de FTP, bastando que ele tenha acesso ao /bin - Comandos utilizados durante o boot e por usuá-
número IP, que lhe é atribuído dinamicamente. rios comuns.
/sbin - Como os comandos do /bin, só que não são
utilizados pelos usuários comuns.
Por esse motivo, o diretório sbin é chamado de superu-
CONCEITO DE SOFTWARE LIVRE. suário, pois existem comandos que só podem ser utilizados
nesse diretório. É como se quem estivesse no diretório sbin
fosse o administrador do sistema, com permissões espe-
ciais de inclusões, exclusões e alterações.
O Linux é um sistema operacional inicialmente basea-
do em comandos, mas que vem desenvolvendo ambientes Comandos básicos
gráficos de estruturas e uso similares ao do Windows. Ape- Iniciaremos agora o estudo sobre vários comandos que
sar desses ambientes gráficos serem cada vez mais adota- podemos usar no Shell do Linux:
dos, os comandos do Linux ainda são largamente empre- -addgroup - adiciona grupos
gados, sendo importante seu conhecimento e estudo. -adduser - adiciona usuários
Outro termo muito usado quando tratamos do Linux é -apropos - realiza pesquisa por palavra ou string
o kernel, que é uma parte do sistema operacional que faz a -cat - mostra o conteúdo de um arquivo binário ou tex-
ligação entre software e máquina, é a camada de software to
mais próxima do hardware, considerado o núcleo do sis- -cd - entra num diretório (exemplo: cd docs) ou retor-
tema. O Linux teve início com o desenvolvimento de um na para home
pequeno kernel, desenvolvido por Linus Torvalds, em 1991, cd <pasta> – vai para a pasta especificada. exem-
quando era apenas um estudante finlandês. Ao kernel que plo: cd /usr/bin/
Linus desenvolveu, deu o nome de Linux. Como o kernel -chfn - altera informação relativa a um utilizador
é capaz de fazer gerenciamentos primários básicos e es- -chmod - altera as permissões de arquivos ou diretó-
senciais para o funcionamento da máquina, foi necessário rios. É um comando para manipulação de arquivos e dire-
desenvolver módulos específicos para atender várias neces- tórios que muda as permissões para acesso àqueles. por
sidades, como por exemplo um módulo capaz de utilizar exemplo, um diretório que poderia ser de escrita e leitura,
uma placa de rede ou de vídeo lançada no mercado ou até pode passar a ser apenas leitura, impedindo que seu con-
uma interface gráfica como a que usamos no Windows. teúdo seja alterado.

60
INFORMÁTICA BÁSICA

-chown - altera a propriedade de arquivos e pastas


(dono)
-clear – limpa a tela do terminal
-cmd>>txt - adiciona o resultado do comando (cmd)
ao fim do arquivo (txt)
-cp - copia diretórios ‘cp -r’ copia recursivamente
-df - reporta o uso do espaço em disco do sistema de
arquivos
-dig - testa a configuração do servidor DNs
-dmesg - exibe as mensagens da inicialização (log)
-du - exibe estado de ocupação dos discos/partições
-du -msh - mostra o tamanho do diretório em mega-
bytes Figura 24: Prompt “ftp”
-env - mostra variáveis do sistema
-exit – sair do terminal ou de uma sessão de root. -mount – montar partições em algum lugar do sistema.
-/etc – É o diretório onde ficam os arquivos de confi- -mtr - mostra rota até determinado IP
guração do sistema -mv - move ou renomeia arquivos e diretórios
-/etc/skel – É o diretório onde fica o padrão de arqui- -nano – editor de textos básico.
vos para o diretório Home de novos usuários. -nfs - sistema de arquivos nativo do sistema operacio-
-fdisk -l – mostra a lista de partições. nal Linux, para o compartilhamento de recursos pela rede
-find - comando de busca ex: find ~/ -cmin -3 -netstat - exibe as portas e protocolos abertos no sis-
-find – busca arquivos no disco rígido. tema.
-halt -p – desligar o computador. -nmap - lista as portas de sistemas remotos/locais
-head - mostra as primeiras 10 linhas de um arquivo atrás de portas abertas.
-history – mostra o histórico de comandos dados no -nslookup - consultas a serviços DNs
terminal. -ntsysv - exibe e configura os processos de inicialização
-ifconfig - mostra as interfaces de redes ativas e as in- -passwd - modifica senha (password) de usuários
for- mações relacionadas a cada uma delas -ps - mostra os processos correntes
-iptraf - analisador de tráfego da rede com interface -ps –aux - mostra todos os processos correntes no sis-
gráfica baseada em diálogos tema
-kill - manda um sinal para um processo. Os sinais sIG- -ps -e – lista os processos abertos no sistema.
TErm e sIGKILL encerram o processo. -pwd - exibe o local do diretório atual. o prompt pa-
-kill -9 xxx – mata o processo de número xxx. drão do Linux exibe apenas o último nome do caminho do
-killall - manda um sinal para todos os processos. diretório atual. para exibir o caminho completo do diretório
-less - mostra o conteúdo de um arquivo de texto com atual digite o comando pwd. Linux@fedora11 – é a versão
controle do Linux que está sendo usada. help pwd – é o coman-
-ls - listar o conteúdo do diretório do que nos mostrará o conteúdo da ajuda sobre o pwd. A
-ls -alh - mostra o conteúdo detalhado do diretório informação do help nos mostra-nos que pwd imprime o
-ls –ltr - mostra os arquivos no formado longo (l) em nome do diretório atual.
ordem inversa (r) de data (t) -reboot – reiniciar o computador.
-man - mostra informações sobre um comando -recode - recodifica um arquivo ex: recode iso-8859-
-mkdir - cria um diretório. É um comando utilizado na 15.. utf8 file_to_change.txt
raiz do Linux para a criação de novos diretórios. -rm - remoção de arquivos (também remove diretórios)
-rm -rf - exclui um diretório e todo o seu conteúdo
Na imagem a seguir, no prompt ftp, foi criado o diretó- -rmdir - exclui um diretório (se estiver vazio)
rio chamado “myfolder”. -route - mostra as informações referentes às rotas
-shutdown -r now – reiniciar o computador
-split - divide um arquivo
-smbpasswd - No sistema operacional Linux, na versão
samba, smbpasswd permite ao usuário alterar sua senha
criptografada smb que é armazenada no arquivo smbpass-
wd (normalmente no diretório privado sob a hierarquia de
diretórios do samba). os usuários comuns só podem exe-
cutar o comando sem opções. Ele os levará para que sua
senha velha smb seja digitada e, em seguida, pedir-lhes sua
nova senha duas vezes, para garantir que a senha foi digi-
tada corretamente. Nenhuma senha será mostrada na tela
enquanto está sendo digitada.

61
INFORMÁTICA BÁSICA

-su - troca para o superusuário root (é exigida a senha) Distribuição Linux é um sistema operacional que uti-
-su user - troca para o usuário especificado em ‘user’ liza o núcleo (kernel) do Linux e outros softwares. Exis-
(é exigida a senha) tem várias versões do Linux (comerciais ou não): Ubuntu,
-tac - semelhante ao cat, mas inverte a ordem Debian, Fedora, etc. Cada uma com suas vantagens e
-tail - o comando tail mostra as últimas linhas de um desvantagens. O que torna a escolha de uma distribui-
arquivo texto, tendo como padrão as 10 últimas linhas. Sua ção bem pessoal.
sintaxe é: tail nome_do_arquivo. Ele pode ser acrescentado Distribuições são criadas, normalmente, para aten-
de alguns parâmetros como o -n que mostra o [numero] der razões específicas. Por exemplo, existem distribui-
de linhas do final do arquivo; o – c [numero] que mostra ções para rodar em servidores, redes - onde a segurança
o [numero] de bytes do final do arquivo e o – f que exibe é prioridade - e, também, computadores pessoais.
continuamente os dados do final do arquivo à medida que Assim, não é possível dizer qual é a melhor distri-
são acrescentados. buição. Pois, depende da finalidade do seu computador.
-tcpdump sniffer - sniffer é uma ferramenta que
“ouve” os pacotes Sistema de arquivos: organização e gerenciamen-
-top – mostra os processos do sistema e dados do pro- to de arquivos, diretórios e permissões no Linux
cessador.
-touch touch foo.txt - cria um arquivo foo.txt vazio; Dependendo da versão do Linux é possível encon-
também altera data e hora de modificação para agora trar gerencia- dores de arquivos diferentes. Por exemplo,
-traceroute - traça uma rota do host local até o destino no Linux Ubuntu, encontramos o Nautilus, que permite
mostrando os roteadores intermediários a cópia, recorte, colagem, movimentação e organização
-umount – desmontar partições. dos arquivos e pastas. No Linux, vale lembrar que os
-uname -a – informações sobre o sistema operacional dispositivos de armazenamento não são nomeados por
-userdel - remove usuários letras.
-vi - editor de ficheiros de texto Por exemplo, no Windows, se você possui um HD na
-vim - versão melhorada do editor supracitado máquina, ele recebe o nome de C. Se possui dois HDs,
-which - mostra qual arquivo binário está sendo cha- um será o C e o outro o E. Já no Linux, tudo fará parte de
mado pelo shell quando chamado via linha de comando um mesmo sistema da mesma estrutura de pastas.
-who - informa quem está logado no sistema

Não são só comandos digitados via teclado que pode-


mos executar no Linux. Várias versões foram desenvolvidas
e o kernel evoluiu muito. Sobre ele rodam as mais diversas
interfaces gráficas, baseadas principalmente no servidor de
janelas XFree. Entre as mais de vinte interfaces gráficas cria-
das para o Linux, vamos citar o KDE.

Figura 26: Linux – Fonte: O Livro Oficial do Ubuntu

As principais pastas do Linux são:


/etc - possui os arquivos gerais de configuração do
sistema e dos
programas instalados.
/home – cada conta de usuário possui um diretório
salvo na pasta home.
/boot – arquivos de carregamento do sistema, in-
cluindo configuração do gerenciador de boot e o kernel.
Figura 25: Menu K, na versão Suse – imagem obtida de /dev – onde ficam as entradas das placas de disposi-
http://pt.wikibooks. org/wiki/Linux_para_iniciantes/A_in- tivos como rede, som, impressoras.
terface_gr%C3%A1fica_KDE /lib – bibliotecas do sistema.
/media – possui a instalação de dispositivos como
Um dos motivos que ainda desestimula várias pes- drive de CD, pen drives e outros.
soas a adotarem o Linux como seu sistema operacional é a /opt – usado por desenvolvedores de programas.
quantidade de programas compatíveis com ele, o que vem /proc – armazena informações sobre o estado atual
sendo solucionado com o passar do tempo. Sua interface do sistema.
familiar, semelhante ao do Windows, tem ajudado a au- /root – diretório do superusuário.
mentar os adeptos ao Linux.

62
INFORMÁTICA BÁSICA

O gerenciamento de arquivos e diretórios, ou seja, Administração de usuários e grupos no Linux


copiar, mover, recortar e colar pode ser feito, julgando que
estamos usando o Nautilus, da seguinte forma: Antes de iniciarmos, entendamos dois termos:
- Copiar: clique com o botão direito do mouse sobre o - superusuário: é o administrador do sistema. Ele
arquivo ou diretório. O conteúdo será movido para a área tem acesso e permissão para executar todos os coman-
de transferência, mas o original permanecerá no local. dos.
- Recortar: clique com o botão direito do mouse sobre - usuário comum: tem as permissões configuradas
o arquivo ou diretório. O conteúdo será movido para a área pelo superusuário para o grupo em que se encontra.
de transferência, sendo removido do seu local de origem. Um usuário pode fazer parte de vários grupos e um
- Colar: clique com o botão direito do mouse no local grupo pode ter vários usuários. Dessa forma, podemos
desejado e depois em colar. O conteúdo da área de trans- atribuir permissões aos grupos e colocar o usuário que
ferência será colado. desejamos que tenha determinada permissão no grupo
Outra forma é deixar a janela do local de origem do ar- correspondente.
quivo aberta e abrir outra com o local de destino. Pressio-
nar o botão esquerdo do mouse sobre o arquivo desejado Comandos básicos para grupos
e movê-lo para o destino.
- Para criar grupos: sudo groupadd nomegrupo
Instalar, remover e atualizar programas - Para criar um usuário no grupo: sudo useradd –g
nomegrupo nomeusuario
Para instalar ou remover um programa, considerando o - Definir senha para o usuário: sudo password no-
Linux Ubuntu, podemos utilizar a ferramenta Adicionar/Re- meusuario
mover Aplicações, que possibilita a busca de drives pela In- - Remover usuário do sistema: sudo userdel no-
ternet. Esta ferramenta é encontrada no menu Aplicações, meusuario
Adicionar/Remover.
Na parte superior da janela encontramos uma linha de Permissões no Linux
busca, na qual podemos digitar o termo do aplicativo dese-
jado. Ao lado da linha de pesquisa temos a configuração de Vale lembrar que apenas o superusuário (root) tem
mostrar apenas os itens suportados pelo Ubuntu. acesso irrestrito aos conteúdos do sistema. Os outros
O lado esquerdo lista todas as categorias de progra- dependem de sua permissão para executar comandos.
mas. Quando uma categoria é selecionada sua descrição é As permissões podem ser sobre tipo do arquivo, per-
mostrada na parte de baixo da janela. Como exemplos de missões do proprietário, permissões do grupo e per-
categorias podemos citar: Acessórios, Educacionais, Jogos, missões para os outros usuários.
Gráficos, Internet, entre outros. Diretórios são designados com a letra ‘d’ e arquivos
comuns com o ‘-‘.
Manipulação de hardware e dispositivos Alguns dos comandos utilizados em permissões
são:
A manipulação de hardware e dispositivos pode ser ls – l Lista diretórios e suas permissões rw- permis-
feita no menu Locais, Computador, através do qual aces- sões do proprietário do grupo
samos a lista de dispositivos em execução. A maioria dos r- permissões do grupo ao qual o usuário pertence
dispositivos de hardware instalados no Linux Ubuntu são r- -permissão para os outros usuários
simplesmente instalados. Quando se trata de um pen drive, As permissões do Linux são: leitura, escrita e exe-
após sua conexão física, aparecerá uma janela do geren- cução.
ciador de arquivos exibindo o conteúdo do dispositivo. É - Leitura: (r, de Read) permite que o usuário apenas
importante, porém, lembrar-se de desmontar corretamente veja, ou seja, leia o arquivo.
os dispositivos de armazenamento e outros antes de en- - Gravação, ou escrita: (w, de Write) o usuário pode
cerrar seu uso. No caso do pen drive, podemos clicar com criar e alterar arquivos.
o botão direito do mouse sobre o ícone localizado na área - Execução: (x, de eXecution) o usuário pode execu-
de trabalho e depois em Desmontar. tar arquivos.
Quando a permissão é acompanhada com o ‘-‘, sig-
Agendamento de tarefas nifica que ela não é atribuída ao usuário.

O agendamento de tarefas no Linux Ubuntu é realiza- Compactação e descompactação de arquivos


do pelo agendador de tarefas chamado cron, que permite Comandos básicos para compactação e descom-
estipular horários e intervalos para que tarefas sejam exe- pactação de arquivos:
cutadas. Ele permite detalhar comandos, data e hora que gunzip [opções] [arquivos] descompacta arquivos
ficam em um arquivo chamado crontab, arquivo de texto compacta- dos com gzip.
que armazena a lista de comandos a serem aciona- dos no gzexe [opções] [arquivos] compacta executáveis.
horário e data estipulados. gunzip [opções] [arquivos] descompacta arquivos.
zcat [opções] [arquivos] descompacta arquivos.

63
INFORMÁTICA BÁSICA

Backup A Segurança da Informação se refere à proteção exis-


tente sobre as informações de uma determinada empresa
Comandos básicos para backups ou pessoa, isto é, aplica-se tanto às informações corporati-
tar agrupa vários arquivos em somente um. vas quanto aos pessoais. Entende-se por informação todo
compress faz a compressão de arquivos padrão do conteúdo ou dado que tenha valor para alguma organiza-
Unix. ção ou pessoa. Ela pode estar guardada para uso restrito
uncompress descomprime arquivos compactados ou exibida ao público para consulta ou aquisição.
pelo com- press. Podem ser estabelecidas métricas (com o uso ou não
zcat permite visualizar arquivos compactados pelo de ferramentas) para definir o nível de segurança que há e,
compress. com isto, estabelecer as bases para análise de melhorias ou
pioras de situações reais de segurança. A segurança de cer-
ta informação pode ser influenciada por fatores comporta-
mentais e de uso de quem se utiliza dela, pelo ambiente ou
infraestrutura que a cerca ou por pessoas mal-intenciona-
das que têm o objetivo de furtar, destruir ou modificar tal
informação.
A tríade CIA (Confidentiality, Integrity and Availabi-
lity) — Confidencialidade, Integridade e Disponibilidade
— representa as principais características que, atualmen-
te, orientam a análise, o planejamento e a implementação
da segurança para um certo grupo de informações que se
almeja proteger. Outros fatores importantes são a irrevo-
gabilidade e a autenticidade. Com a evolução do comércio
eletrônico e da sociedade da informação, a privacidade é
também uma grande preocupação.
Portanto as características básicas, de acordo com os
Figura 27: Centro de controle do KDE imagem obtida padrões internacionais (ISO/IEC 17799:2005) são as seguin-
de http:// tes:
pt.wikibooks.org/wiki/Linux_para_iniciantes/A_interfa- - Confidencialidade – especificidade que limita o aces-
ce_ so a informação somente às entidades autênticas, ou seja,
gr%C3%A1fica_KDE àquelas autorizadas pelo proprietário da informação.
- Integridade – especificidade que assegura que a in-
formação manipulada mantenha todas as características
autênticas estabelecidas pelo proprietário da informação,
CONCEITOS DE SEGURANÇA DA incluindo controle de mudanças e garantia do seu ciclo de
INFORMAÇÃO APLICADOS A TIC. vida (nascimento, manutenção e destruição).
CÓPIA DE SEGURANÇA (BACKUP): - Disponibilidade – especificidade que assegura que a
CONCEITOS. informação esteja sempre disponível para o uso legítimo,
ou seja, por aqueles usuários que têm autorização pelo
proprietário da informação.
- Autenticidade – especificidade que assegura que a
Segurança da informação: procedimentos de segu- informação é proveniente da fonte anunciada e que não foi
rança alvo de mutações ao longo de um processo.
- Irretratabilidade ou não repúdio – especificidade que
A Segurança da Informação refere-se às proteções assegura a incapacidade de negar a autoria em relação a
existentes em relação às informações de uma determi- uma transação feita anteriormente.
nada empresa, instituição governamental ou pessoa. Ou
seja, aplica-se tanto às informações corporativas quanto Mecanismos de segurança
as pessoais.
Entende-se por informação todo e qualquer conteú- O suporte para as orientações de segurança pode ser
do ou dado que tenha valor para alguma corporação ou encontrado em:
pessoa. Ela pode estar guardada para uso restrito ou Controles físicos: são barreiras que limitam o contato
exposta ao público para consulta ou aquisição. ou acesso direto a informação ou a infraestrutura (que as-
Antes de proteger, devemos saber: segura a existência da informação) que a suporta.
- O que proteger; Controles lógicos: são bloqueios que impedem ou limi-
- De quem proteger; tam o acesso à informação, que está em ambiente contro-
- Pontos frágeis; lado, geralmente eletrônico, e que, de outro modo, ficaria
- Normas a serem seguidas. exibida a alteração não autorizada por elemento mal-in-
tencionado.

64
INFORMÁTICA BÁSICA

Existem mecanismos de segurança que sustentam os Hoje, a criptografia pode ser considerada um méto-
controles lógicos: do 100% seguro, pois, quem a utiliza para enviar e-mails e
proteger seus arquivos, estará protegido contra fraudes e
- Mecanismos de cifração ou encriptação: Permitem a tentativas de invasão.
modificação da informação de forma a torná-la ininteligível Os termos ‘chave de 64 bits’ e ‘chave de 128 bits’ são
a terceiros. Utiliza-se para isso, algoritmos determinados e usados para expressar o tamanho da chave, ou seja, quanto
uma chave secreta para, a partir de um conjunto de dados mais bits forem utilizados, mais segura será essa criptogra-
não criptografados, produzir uma sequência de dados crip- fia.
tografados. A operação contrária é a decifração. Um exemplo disso é se um algoritmo usa um chave de
- Assinatura digital: Um conjunto de dados criptogra- 8 bits, apenas 256 chaves poderão ser usadas para decodi-
fados, agregados a um documento do qual são função, ficar essa informação, pois 2 elevado a 8 é igual a 256. As-
garantindo a integridade e autenticidade do documento sim, um terceiro pode tentar gerar 256 tentativas de combi-
associado, mas não ao resguardo das informações. nações e decodificar a mensagem, que mesmo sendo uma
- Mecanismos de garantia da integridade da informa- tarefa difícil, não é impossível. Portanto, quanto maior o
ção: Usando funções de “Hashing” ou de checagem, é ga- número de bits, maior segurança terá a criptografia.
rantida a integridade através de comparação do resultado
do teste local com o divulgado pelo autor. Existem dois tipos de chaves criptográficas, as chaves
- Mecanismos de controle de acesso: Palavras-chave, simétricas e as chaves assimétricas
sistemas biométricos, firewalls, cartões inteligentes. Chave Simétrica é um tipo de chave simples, que é usa-
- Mecanismos de certificação: Atesta a validade de um da para a codificação e decodificação. Entre os algoritmos
documento. que usam essa chave, estão:
- Integridade: Medida em que um serviço/informação é - DES (Data Encryption Standard): Faz uso de chaves de
autêntico, ou seja, está protegido contra a entrada por intrusos. 56 bits, que corresponde à aproximadamente 72 quatrilhões
- Honeypot: É uma ferramenta que tem a função de de combinações. Mesmo sendo um número extremamente
proposital de simular falhas de segurança de um sistema e elevado, em 1997, quebraram esse algoritmo através do mé-
obter informações sobre o invasor enganando-o, e fazen- todo de ‘tentativa e erro’, em um desafio na internet.
do-o pensar que esteja de fato explorando uma fraqueza - RC (Ron’sCode ou RivestCipher): É um algoritmo muito
daquele sistema. É uma espécie de armadilha para invaso- utilizado em e-mails e usa chaves de 8 a 1024 bits. Além
res. O HoneyPot não oferece forma alguma de proteção. disso, ele tem várias versões que diferenciam uma das ou-
- Protocolos seguros: Uso de protocolos que garantem tras pelo tamanho das chaves.
um grau de segurança e usam alguns dos mecanismos citados. - EAS (AdvancedEncryption Standard): Atualmente é um
dos melhores e mais populares algoritmos de criptogra-
Mecanismos de encriptação fia. É possível definir o tamanho da chave como sendo de
128bits, 192bits ou 256bits.
A criptografia vem, originalmente, da fusão entre duas - IDEA (International Data EncryptionAlgorithm): É um
palavras gregas: algoritmo que usa chaves de 128 bits, parecido com o DES.
• CRIPTO = ocultar, esconder. Seu ponto forte é a fácil execução de software.
• GRAFIA= escrever As chaves simétricas não são absolutamente seguras
Criptografia é a ciência de escrever em cifra ou em có- quando referem-se às informações extremamente valiosas,
digos. Ou seja, é um conjunto de técnicas que tornam uma principalmente pelo emissor e o receptor precisarem ter
mensagem ininteligível, e permite apenas que o destinatá- o conhecimento da mesma chave. Dessa forma, a trans-
rio que saiba a chave de encriptação possa decriptar e ler a missão pode não ser segura e o conteúdo pode chegar a
mensagem com clareza. terceiros.
Permitema transformação reversível dainformação de
forma a torná-la ininteligível a terceiros. Utiliza-se para isso, Chave Assimétrica utiliza duas chaves: a privada e a pú-
algoritmos determinados e uma chave secreta para,a partir blica. Elas se sintetizam da seguinte forma: a chave pública
de um conjunto de dados não encriptados,produzir uma para codificar e a chave privada para decodificar, conside-
continuação de dados encriptados. A operação inversa é a rando-se que a chave privada é secreta. Entre os algoritmos
desencriptação. utilizados, estão:
- RSA (Rivest, ShmirandAdleman): É um dos algoritmos
Existem dois tipos de chave: a chave pública e a chave de chave assimétrica mais usados, em que dois números
privada. primos (aqueles que só podem ser divididos por 1 e por
eles mesmos) são multiplicados para a obter um terceiro
A chave pública é usada para codificar as informações, valor. Assim, é preciso fazer fatoração, que significa desco-
e a chave privada é usada para decodificar. brir os dois primeiros números a partir do terceiro, sendo
Dessa forma, na pública, todos têm acesso, mas para um cálculo difícil. Assim, se números grandes forem utili-
‘abrir’ os dados da informação, que aparentemente não zados, será praticamente impossível descobrir o código. A
tem sentido, é preciso da chave privada, que apenas o chave privada do RSA são os números que são multiplica-
emissor e receptor original possui. dos e a chave pública é o valor que será obtido.

65
INFORMÁTICA BÁSICA

- ElGamal: Utiliza-se do ‘logaritmo discreto’, que é um problema matemático que o torna mais seguro. É muito usado
em assinaturas digitais.

Segurança na internet; vírus de computadores; Spyware; Malware; Phishing; Worms e pragas virtuais e Apli-
cativos para segurança (antivírus, firewall e antispyware)

Firewall é uma solução de segurança fundamentada em hardware ou software (mais comum) que, a partir de um con-
junto de regras ou instruções, analisa o tráfego de rede para determinar quais operações de transmissão ou recepção de
dados podem ser realizadas. “Parede de fogo”, a tradução literal do nome, já deixa claro que o firewall se enquadra em
uma espécie de barreira de defesa. A sua missão, consiste basicamente em bloquear tráfego de dados indesejados e liberar
acessos desejados.
Para melhor compreensão, imagine um firewall como sendo a portaria de um condomínio: para entrar, é necessário
obedecer a determinadas regras, como se identificar, ser esperado por um morador e não portar qualquer objeto que possa
trazer riscos à segurança; para sair, não se pode levar nada que pertença aos condôminos sem a devida autorização.
Neste sentido, um firewall pode impedir uma série de ações maliciosas: um malware que utiliza determinada porta para
se instalar em um computador sem o usuário saber, um programa que envia dados sigilosos para a internet, uma tentativa
de acesso à rede a partir de computadores externos não autorizados, entre outros.
Você já sabe que um firewall atua como uma espécie de barreira que verifica quais dados podem passar ou não. Esta
tarefa só pode ser feita mediante o estabelecimento de políticas, isto é, de regras estabelecidas pelo usuário.
Em um modo mais restritivo, um firewall pode ser configurado para bloquear todo e qualquer tráfego no computador
ou na rede. O problema é que esta condição isola este computador ou esta rede, então pode-se criar uma regra para que,
por exemplo, todo aplicativo aguarde autorização do usuário ou administrador para ter seu acesso liberado. Esta autoriza-
ção poderá inclusive ser permanente: uma vez dada, os acessos seguintes serão automaticamente permitidos.
Em um modo mais versátil, um firewall pode ser configurado para permitir automaticamente o tráfego de determina-
dos tipos de dados, como requisições HTTP (veja mais sobre esse protocolo no ítem 7), e bloquear outras, como conexões
a serviços de e-mail.
Perceba, como estes exemplos, que as políticas de um firewall são baseadas, inicialmente, em dois princípios: todo trá-
fego é bloqueado, exceto o que está explicitamente autorizado; todo tráfego é permitido, exceto o que está explicitamente
bloqueado.
Firewalls mais avançados podem ir além, direcionando determinado tipo de tráfego para sistemas de segurança inter-
nos mais específicos ou oferecendo um reforço extraem procedimentos de autenticação de usuários, por exemplo.
O trabalho de um firewall pode ser realizado de várias formas. O que define uma metodologia ou outra são fatores
como critérios do desenvolvedor, necessidades específicas do que será protegido, características do sistema operacional
que o mantém, estrutura da rede e assim por diante. É por isso que podemos encontrar mais de um tipo de firewall. A
seguir, os mais conhecidos.

Filtragem de pacotes (packetfiltering): As primeiras soluções de firewall surgiram na década de 1980 baseando-se em
filtragem de pacotes de dados (packetfiltering), uma metodologia mais simples e, por isso, mais limitada, embora ofereça
um nível de segurança significativo.
Para compreender, é importante saber que cada pacote possui um cabeçalho com diversas informações a seu respeito,
como endereço IP de origem, endereço IP do destino, tipo de serviço, tamanho, entre outros. O Firewall então analisa estas
informações de acordo com as regras estabelecidas para liberar ou não o pacote (seja para sair ou para entrar na máquina/
rede), podendo também executar alguma tarefa relacionada, como registrar o acesso (ou tentativa de) em um arquivo de
log.
O firewall de aplicação, também conhecido como proxy de serviços (proxy services) ou apenas proxy é uma solução
de segurança que atua como intermediário entre um computador ou uma rede interna e outra rede, externa normalmente,
a internet. Geralmente instalados em servidores potentes por precisarem lidar com um grande número de solicitações, fire-
walls deste tipo são opções interessantes de segurança porque não permitem a comunicação direta entre origem e destino.
A imagem a seguir ajuda na compreensão do conceito. Perceba que em vez de a rede interna se comunicar direta-
mente com a internet, há um equipamento entre ambos que cria duas conexões: entre a rede e o proxy; e entre o proxy e
a internet. Observe:

66
INFORMÁTICA BÁSICA

Figura 93: Proxy

Perceba que todo o fluxo de dados necessita passar pelo proxy. Desta forma, é possível, por exemplo, estabelecer
regras que impeçam o acesso de determinados endereços externos, assim como que proíbam a comunicação entre com-
putadores internos e determinados serviços remotos.
Este controle amplo também possibilita o uso do proxy para tarefas complementares: o equipamento pode registrar
o tráfego de dados em um arquivo de log; conteúdo muito utilizado pode ser guardado em uma espécie de cache (uma
página Web muito acessada fica guardada temporariamente no proxy, fazendo com que não seja necessário requisitá-la
no endereço original a todo instante, por exemplo); determinados recursos podem ser liberados apenas mediante auten-
ticação do usuário; entre outros.
A implementação de um proxy não é tarefa fácil, haja visto a enorme quantidade de serviços e protocolos existentes
na internet, fazendo com que, dependendo das circunstâncias, este tipo de firewall não consiga ou exija muito trabalho de
configuração para bloquear ou autorizar determinados acessos.
Proxy transparente: No que diz respeito a limitações, é conveniente mencionar uma solução chamada de proxy trans-
parente. O proxy “tradicional”, não raramente, exige que determinadas configurações sejam feitas nas ferramentas que
utilizam a rede (por exemplo, um navegador de internet) para que a comunicação aconteça sem erros. O problema é, de-
pendendo da aplicação, este trabalho de ajuste pode ser inviável ou custoso.
O proxy transparente surge como uma alternativa para estes casos porque as máquinas que fazem parte da rede não
precisam saber de sua existência, dispensando qualquer configuração específica. Todo acesso é feito normalmente do clien-
te para a rede externa e vice-versa, mas o proxy transparente consegue interceptá-lo e responder adequadamente, como
se a comunicação, de fato, fosse direta.
É válido ressaltar que o proxy transparente também tem lá suas desvantagens, por exemplo: um proxy «normal» é ca-
paz de barrar uma atividade maliciosa, como um malware enviando dados de uma máquina para a internet; o proxy trans-
parente, por sua vez, pode não bloquear este tráfego. Não é difícil entender: para conseguir se comunicar externamente, o
malware teria que ser configurado para usar o proxy “normal” e isso geralmente não acontece; no proxy transparente não
há esta limitação, portanto, o acesso aconteceria normalmente.

Limitações dos firewalls


Firewalls têm lá suas limitações, sendo que estas variam conforme o tipo de solução e a arquitetura utilizada. De fato,
firewalls são recursos de segurança bastante importantes, mas não são perfeitos em todos os sentidos, seguem abaixo
algumas dessas limitações:

- Um firewall pode oferecer a segurança desejada, mas comprometer o desempenho da rede (ou mesmo de um com-
putador). Esta situação pode gerar mais gastos para uma ampliação de infraestrutura capaz de superar o problema;
- A verificação de políticas tem que ser revista periodicamente para não prejudicar o funcionamento de novos serviços;
- Novos serviços ou protocolos podem não ser devidamente tratados por proxies já implementados;
- Um firewall pode não ser capaz de impedir uma atividade maliciosa que se origina e se destina à rede interna;
- Um firewall pode não ser capaz de identificar uma atividade maliciosa que acontece por descuido do usuário - quando
este acessa um site falso de um banco ao clicar em um link de uma mensagem de e-mail, por exemplo;
- Firewalls precisam ser “vigiados”. Malwares ou atacantes experientes podem tentar descobrir ou explorar brechas de
segurança em soluções do tipo;
- Um firewall não pode interceptar uma conexão que não passa por ele. Se, por exemplo, um usuário acessar a internet
em seu computador a partir de uma conexão 3G (justamente para burlar as restrições da rede, talvez), o firewall não con-
seguirá interferir.

67
INFORMÁTICA BÁSICA

SISTEMA ANTIVÍRUS.

Qualquer usuário já foi, ou ainda é vítima dos vírus, spywares, trojans, entre muitos outros. Quem que nunca precisou
formatar seu computador?
Os vírus representam um dos maiores problemas para usuários de computador. Para poder resolver esses problemas,
as principais desenvolvedoras de softwares criaram o principal utilitário para o computador, os antivírus, que são progra-
mas com o propósito de detectar e eliminar vírus e outros programas prejudiciais antes ou depois de ingressar no sistema.
Os vírus, worms, Trojans, spyware são tipos de programas de software que são implementados sem o consentimento
(e inclusive conhecimento) do usuário ou proprietário de um computador e que cumprem diversas funções nocivas para
o sistema. Entre elas, o roubo e perda de dados, alteração de funcionamento, interrupção do sistema e propagação para
outros computadores.
Os antivírus são aplicações de software projetadas como medida de proteção e segurança para resguardar os dados e o
funcionamento de sistemas informáticos caseiros e empresariais de outras aplicações conhecidas comunmente como vírus
ou malware que tem a função de alterar, perturbar ou destruir o correto desempenho dos computadores.
Um programa de proteção de vírus tem um funcionamento comum que com frequência compara o código de cada
arquivo que revisa com uma base de dados de códigos de vírus já conhecidos e, desta maneira, pode determinar se trata
de um elemento prejudicial para o sistema. Também pode reconhecer um comportamento ou padrão de conduta típica
de um vírus. Os antivírus podem registrar tanto os arquivos encontrados dentro do sistema como aqueles que procuram
ingressar ou interagir com o mesmo.
Como novos vírus são criados de maneira quase constante, sempre é preciso manter atualizado o programa antivírus
de maneira de que possa reconhecer as novas versões maliciosas. Assim, o antivírus pode permanecer em execução duran-
te todo tempo que o sistema informático permaneça ligado, ou registrar um arquivo ou série de arquivos cada vez que o
usuário exija. Normalmente, o antivírus também pode verificar e-mails e sites de entrada e saída visitados.
Um antivírus pode ser complementado por outros aplicativos de segurança, como firewalls ou anti-spywares que cum-
prem funções auxiliares para evitar a entrada de vírus.
Então, antivírus são os programas criados para manter seu computador seguro, protegendo-o de programas malicio-
sos, com o intuito de estragar, deletar ou roubar dados de seu computador.
Ao pesquisar sobre antivírus para baixar, sempre escolha os mais famosos, ou conhecidos, pois hackers estão usando
este mercado para enganar pessoas com falsos softwares, assim, você instala um “antivírus” e deixa seu computador vul-
nerável aos ataques.
E esses falsos softwares estão por toda parte, cuidado ao baixar programas de segurança em sites desconhecidos, e
divulgue, para que ninguém seja vítima por falta de informação.
Os vírus que se anexam a arquivos infectam também todos os arquivos que estão sendo ou e serão executados. Alguns
às vezes recontaminam o mesmo arquivo tantas vezes e ele fica tão grande que passa a ocupar um espaço considerável
(que é sempre muito precioso) em seu disco. Outros, mais inteligentes, se escondem entre os espaços do programa origi-
nal, para não dar a menor pista de sua existência.
Cada vírus possui um critério para começar o ataque propriamente dito, onde os arquivos começam a ser apagados,
o micro começa a travar, documentos que não são salvos e várias outras tragédias. Alguns apenas mostram mensagens
chatas, outros mais elaborados fazem estragos muitos grandes.

Existe uma variedade enorme de softwares antivírus no mercado. Independente de qual você usa, mantenha-o sempre
atualizado. Isso porque surgem vírus novos todos os dias e seu antivírus precisa saber da existência deles para proteger
seu sistema operacional.
A maioria dos softwares antivírus possuem serviços de atualização automática. Abaixo há uma lista com os antivírus
mais conhecidos:
Norton AntiVirus - Symantec - www.symantec.com.br - Possui versão de teste.
McAfee - McAfee - http://www.mcafee.com.br - Possui versão de teste.
AVG - Grisoft - www.grisoft.com - Possui versão paga e outra gratuita para uso não comercial (com menos funcionali-
dades).
Panda Antivírus - Panda Software - www.pandasoftware.com.br - Possui versão de teste.
É importante frisar que a maioria destes desenvolvedores possuem ferramentas gratuitas destinadas a remover vírus
específicos. Geralmente, tais softwares são criados para combater vírus perigosos ou com alto grau de propagação.

68
INFORMÁTICA BÁSICA

Figura 94: Principais antivírus do mercado atual

Tipos de Vírus

Cavalo-de-Tróia: A denominação “Cavalo de Tróia” (Trojan Horse) foi atribuída aos programas que permitem a inva-
são de um computador alheio com espantosa facilidade. Nesse caso, o termo é análogo ao famoso artefato militar fabri-
cado pelos gregos espartanos. Um “amigo” virtual presenteia o outro com um “presente de grego”, que seria um aplicati-
vo qualquer. Quando o leigo o executa, o pro- grama atua de forma diferente do que era esperado.
Ao contrário do que é erroneamente informado na mídia, que classifica o Cavalo de Tróia como um vírus, ele não se re-
produz e não tem nenhuma comparação com vírus de computador, sendo que seu objetivo é totalmente diverso. Deve-se
levar em consideração, também, que a maioria dos antivírus faz a sua detecção e os classificam como tal. A expressão “Tro-
jan” deve ser usada, exclusivamente, como definição para programas que capturam dados sem o conhecimento do usuário.
O Cavalo de Tróia é um programa que se aloca como um ar- quivo no computador da vítima. Ele tem o intuito de
roubar informações como passwords, logins e quaisquer dados, sigilosos ou não, mantidos no micro da vítima. Quando a
máquina contaminada por um Trojan conectar-se à Internet, poderá ter todas as informações contidas no HD visualizadas
e capturadas por um intruso qualquer. Estas visitas são feitas imperceptivelmente. Só quem já esteve dentro de um com-
putador alheio sabe as possibilidades oferecidas.

Worms (vermes) podem ser interpretados como um tipo de vírus mais inteligente que os demais. A principal diferença entre
eles está na forma de propagação: os worms podem se propagar rapidamente para outros computadores, seja pela Internet, seja
por meio de uma rede local. Geralmente, a contaminação ocorre de maneira discreta e o usuário só nota o problema quando o
computador apresenta alguma anormalidade. O que faz destes vírus inteligentes é a gama de possibilidades de propagação. O
worm pode capturar endereços de e-mail em arquivos do usuário, usar serviços de SMTP (sistema de envio de e-mails) próprios
ou qualquer outro meio que permita a contaminação de computadores (normalmente milhares) em pouco tempo.

Spywares, keyloggers e hijackers: Apesar de não serem necessariamente vírus, estes três nomes também represen-
tam perigo. Spywares são programas que ficam«espionando» as atividades dos internautas ou capturam informações sobre
eles. Para contaminar um computador, os spywares podem vir embutidos em softwares desconhecidos ou serem baixa- dos
automaticamente quando o internauta visita sites de conteúdo duvidoso.
Os keyloggers são pequenos aplicativos que podem vir embutidos em vírus, spywares ou softwares suspeitos, destina-
dos a capturar tudo o que é digitado no teclado. O objetivo principal, nestes casos, é capturar senhas.
Hijackers são programas ou scripts que «sequestram» navegadores de Internet, principalmente o Internet Explorer.
Quando isso ocorre, o hijacker altera a página inicial do browser e impede o usuário de mudá-la, exibe propagandas em
pop-ups ou janelas novas, instala barras de ferramentas no navegador e podem impedir acesso a determinados sites (como
sites de software antivírus, por exemplo).
Os spywares e os keyloggers podem ser identificados por programas anti-spywares. Porém, algumas destas pragas são
tão peri- gosas que alguns antivírus podem ser preparados para identificá-las, como se fossem vírus. No caso de hijackers,
muitas vezes é necessário usar uma ferramenta desenvolvida especialmente para combater aquela praga. Isso porque os hi-
jackers podem se infiltrar no sistema operacional de uma forma que nem antivírus nem anti-spywares conseguem “pegar”.

Hoaxes, São boatos espalhados por mensagens de correio eletrônico, que servem para assustar o usuário de computa-
dor. Uma mensagem no e-mail alerta para um novo vírus totalmente destrutivo que está circulando na rede e que infectará
o micro do destinatário enquanto a mensagem estiver sendo lida ou quando o usuário clicar em determinada tecla ou link.

69
INFORMÁTICA BÁSICA

Quem cria a mensagem hoax normalmente costuma dizer Redes Metropolitanas (Metropolitan Area Network –
que a informação partiu de uma empresa confiável, como MAN) – quando a distância dos equipamentos conec-
IBM e Microsoft, e que tal vírus poderá danificar a máquina tados à uma rede atinge áreas metropolitanas, cerca de
do usuário. Desconsidere a mensagem. 10km. Ex.: TV à cabo;
Redes a Longas Distâncias (Wide Area Network – WAN)
– rede que faz a cobertura de uma grande área geográ-
fica, geralmente, um país, cerca de 100 km;
CONCEITOS DE AMBIENTE DE REDES DE Redes Interligadas (Interconexão de WANs) – são re-
COMPUTADORES. des espalhadas pelo mundo podendo ser interconectadas
a outras redes, capazes de atingirem distâncias bem maio-
res, como um continente ou o planeta. Ex.: Internet;
Rede sem Fio ou Internet sem Fio (Wireless Local Area
Redes de Computadores refere-se à interligação por Network – WLAN) – rede capaz de conectar dispositivos
meio de um sistema de comunicação baseado em trans- eletrônicos próximos, sem a utilização de cabeamento.
missões e protocolos de vários computadores com o ob- Além dessa, existe também a WMAN, uma rede sem fio
jetivo de trocar informações, entre outros recursos. Essa para área metropolitana e WWAN, rede sem fio para
ligação é chamada de estações de trabalho (nós, pontos grandes distâncias.
ou dispositivos de rede).
Atualmente, existe uma interligação entre computado- Topologia de Redes
res espalhados pelo mundo que permite a comunicação Astopologias das redes de computadores são as estru-
entre os indivíduos, quer seja quando eles navegam pela turas físicas dos cabos, computadores e componentes.
internet ou assiste televisão. Diariamente, é necessário utili- Existem as topologias físicas, que são mapas que mos-
zar recursos como impressoras para imprimir documentos, tram a localização de cada componente da rede que
reuniões através de videoconferência, trocar e-mails, aces- serão tratadas a seguir. e as lógicas, representada pelo
sar às redes sociais ou se entreter por meio de jogos, etc. modo que os dados trafegam na rede:
Hoje, não é preciso estar em casa para enviar e-mails, Topologia Ponto-a-ponto – quando as máquinas es-
basta ter um tablet ou smartphone com acesso à internet tão interconectadas por pares através de um roteamen-
nos dispositivos móveis. Apesar de tantas vantagens, o to de dados;
crescimento das redes de computadores também tem seu Topologia de Estrela – modelo em que existe um
lado negativo. A cada dia surgem problemas que preju- ponto central (concentrador) para a conexão, geral-
dicam as relações entre os indivíduos, como pirataria, es- mente um hub ou switch;
pionagem, phishing - roubos de identidade, assuntos polê- Topologia de Anel – modelo atualmente utilizado em
micos como racismo, sexo, pornografia, sendo destacados automação industrial e na década de 1980 pelas redes
com mais exaltação, entre outros problemas. Token Ring da IBM. Nesse caso, todos os computadores são
Há muito tempo, o ser homem sentiu a necessidade entreligados formando um anel e os dados são propagados
de compartilhar conhecimento e estabelecer relações com de computador a computador até a máquina de origem;
pessoas a distância. Na década de 1960, durante a Guerra Topologia de Barramento – modelo utilizado nas pri-
Fria, as redes de computadores surgiram com objetivos mi- meiras conexões feitas pelas redes Ethernet.Refere- se a
litares: interconectar os centros de comando dos EUA para computadores conectados em formato linear, cujo cabea-
com objetivo de proteger e enviar de dados. mento é feito em sequencialmente;
Redes de Difusão (Broadcast) – quando as máquinas
Alguns tipos de Redes de Computadores estão interligadas por um mesmo canal através de pacotes
Antigamente, os computadores eram conectados em endereçados (unicast, broadcast e multicast).
distâncias curtas, sendo conhecidas como redes locais.
Mas, com a evolução das redes de computadores, foi ne- Cabos
cessário aumentar a distância da troca de informações en- Os cabos ou cabeamentos fazem parte da estrutura fí-
tre as pessoas. As redes podem ser classificadas de acor- sica utilizada para conectar computadores em rede, estan-
do com sua arquitetura (Arcnet, Ethernet, DSL, Token ring, do relacionados a largura de banda, a taxa de transmissão,
etc.), a extensão geográfica (LAN, PAN, MAN, WLAN, padrões internacionais, etc. Há vantagens e desvantagens
etc.), a topologia (anel, barramento, estrela, ponto-a- para a conexão feita por meio de cabeamento. Os mais uti-
-ponto, etc.) e o meio de transmissão (redes por cabo de lizados são:
fibra óptica, trançado, via rádio, etc.). Cabos de Par Trançado – cabos caracterizados por
Veja alguns tipos de redes: sua velocidade, pode ser feito sob medida, comprados
Redes Pessoais (Personal Area Networks – PAN) – se em lojas de informática ou produzidos pelo usuário;
comunicam a 1 metro de distância. Ex.: Redes Blue- Cabos Coaxiais – cabos que permitem uma distância
tooth; maior na transmissão de dados, apesar de serem flexí-
Redes Locais (Local Area Networks – LAN) – redes em veis, são caros e frágeis. Eles necessitam de barramento
que a distância varia de 10m a 1km. Pode ser uma sala, ISA, suporte não encontrado em computadores mais
um prédio ou um campus de universidade; novos;

70
INFORMÁTICA BÁSICA

Cabos de Fibra Óptica – cabos complexos, caros e Roteadores: Dispositivo utilizado para conectar redes
de difícil instalação. São velozes e imunes a interfe- e arquiteturas diferentes e de grande porte. Ele funciona
rências eletromagnéticas. como um tipo de ponte na camada de rede do modelo
Após montar o cabeamento de rede é necessário OSI (Open Systens Interconnection - protocolo de inter-
realizar um teste através dos testadores de cabos, ad- conexão de sistemas abertos para conectar máquinas de
quirido em lojas especializadas. Apesar de testar o fun- diferentes fabricantes), identificando e determinando um IP
cionamento, ele não detecta se existem ligações incor- para cada computador que se conecta com a rede.
retas. É preciso que um técnico veja se os fios dos cabos Sua principal atribuição é ordenar o tráfego de dados
estão na posição certa. na rede e selecionar o melhor caminho. Existem os ro-
teadores estáticos, capaz de encontrar o menor caminho
Sistema de Cabeamento Estruturado para tráfego de dados, mesmo se a rede estiver conges-
Para que essa conexão não prejudique o ambiente tionada; e os roteadores dinâmicos que encontram ca-
de trabalho, em uma grande empresa, são necessárias minhos mais rápidos e menos congestionados para o
várias conexões e muitos cabos, sendo necessário o ca- tráfego.
beamento estruturado.
Através dele, um técnico irá poupar trabalho e tem- Modem: Dispositivo responsável por transformar a
po, tanto para fazer a instalação, quanto para a remoção onda analógica que será transmitida por meio da linha te-
da rede. Ele é feito através das tomadas RJ-45 que pos- lefônica, transformando-a em sinal digital original.
sibilitam que vários conectores possam ser inseridos
em um único local, sem a necessidade de serem conec- Servidor: Sistema que oferece serviço para as redes de
tados diretamente no hub. computadores, como por exemplo, envio de arquivos ou
Além disso, o sistema de cabeamento estruturado e-mail. Os computadores que acessam determinado servi-
possui um painel de conexões, o Patch Panel, onde os dor são conhecidos como clientes.
cabos das tomadas RJ-45 são conectados, sendo um
concentrador de tomadas, favorecendo a manutenção Placa de Rede: Dispositivo que garante a comunicação
das redes. Eles são adaptados e construídos para serem entre os computadores da rede. Cada arquitetura de rede
inseridos em um rack. depende de um tipo de placa específica. As mais utilizadas
Todo esse planejamento deve fazer parte do projeto são as do tipo Ethernet e Token Ring (rede em anel).
do cabeamento de rede, em que a conexão da rede é
pensada de forma a realizar a sua expansão.

Repetidores: Dispositivo capaz de expandir o ca-


beamento de rede. Ele poderá transformar os sinais re-
cebidos e enviá-los para outros pontos da rede. Ape-
sar de serem transmissores de informações para outros
pontos, eles também diminuem o desempenho da rede,
podendo haver colisões entre os dados à medida que
são anexas outras máquinas. Esse equipamento, nor-
malmente, encontra-se dentro do hub.

Hubs: Dispositivos capazes de receber e concentrar


todos os dados da rede e compartilhá-los entre as ou-
tras estações (máquinas). Nesse momento nenhuma ou-
tra máquina consegue enviar um determinado sinal até
que os dados sejam distribuídos completamente. Eles
são utilizados em redes domésticas e podem ter 8, 16,
24 e 32 portas, variando de acordo com o fabricante.
Existem os Hubs Passivos, Ativos, Inteligentes e Empi-
lháveis.

Bridges: É um repetidor inteligente que funciona


como uma ponte. Ele lê e analisa os dados da rede,
além de relacionar diferentes arquiteturas.

Switches: Tipo de aparelho semelhante a um hub,


mas que funciona como uma ponte: ele envia os dados
apenas para a máquina que o solicitou. Ele possui mui-
tas portas de entrada e melhor performance, podendo
ser utilizado para redes maiores.

71
INFORMÁTICA BÁSICA

EXERCÍCIOS 5) (CRM-PI 2016 - Quadrix – Médico Fiscal) Em um


computador com o sistema operacional Windows insta-
1 ) ( L I Q U I G Á S 2012 - C E S G R A N R I O - A S S I S- lado, um funcionário deseja enviar 50 arquivos, que jun-
T E N T E A D M I N I S T R AT I VO ) Um computador é um tos totalizam 2 MB de tamanho, anexos em um e-mail.
equipamento capaz de processar com rapidez e Para facilitar o envio, resolveu compactar esse conjunto
segurança grande quantidade de informações. de arquivos em um único arquivo utilizando um softwa-
Assim, além dos componentes de hardware, os re compactador. Só não poderá ser utilizado nessa ta-
computadores necessitam de um conjunto de soft- refa o software:
wares denominado: a) 7-Zip.
a. arquivo de dados. b) WinZip.
b. blocos de disco. c) CuteFTP.
c. navegador de internet. d) jZip.
d. processador de dados. e) WinRAR.
e. sistemaoperacional.
6) (MPE-CE 2013 - FCC - Analista Ministerial - Direi-
2) (TRT 10ª 2013 - CESPE - ANALISTA JUDICIÁ- to) Sobre manipulação de arquivos no Windows 7 em
RIO – ADMINISTRATIVA) As características básicas português, é correto afirmar que,
da segurança da informação — confidencialidade, a) para mostrar tipos diferentes de informações so-
integridade e disponibilidade — não são atributos bre cada arquivo de uma janela, basta clicar no botão
exclusivos dos sistemas computacionais. Classificar na barra de ferramentas da janela e escolher
a. Certo o modo de exibição desejado.
b. Errado b) quando você exclui um arquivo do disco rígido,
ele é apagado permanentemente e não pode ser pos-
3) (TRE/CE 2012 - FCC - ANALISTA JUDICIÁRIO teriormente recuperado caso tenha sido excluído por
– JURÍDICA) São ações para manter o computador engano.
protegido, EXCETO: c) para excluir um arquivo de um pen drive, basta
a. Evitar o uso de versões de sistemas ope- clicar com o botão direito do mouse sobre ele e selecio-
racionais ultrapassadas, como Windows 95 ou 98. nar a opção Enviar para a lixeira.
b. Excluir spams recebidos e não comprar d) se um arquivo for arrastado entre duas pastas
nada anunciado através desses spams. que estão no mesmo disco rígido, ele será compartilha-
c. Não utilizar firewall. do entre todos os usuários que possuem acesso a essas
d. Evitar utilizar perfil de administrador, pre- pastas.
ferindo sempre utilizar um perfil mais restrito. e) se um arquivo for arrastado de uma pasta do dis-
e. Não clicar em links não solicitados, pois co rígido para uma mídia removível, como um pen drive,
links estranhos muitas vezes são vírus. ele será copiado.

4) (Copergás 2016 - FCC – Técnico Operacional 7) (SUDECO 2013 - FUNCAB - Contador) No sistema
Segurança do Trabalho) A ferramenta Outlook : operacional Linux,o comando que NÃO está relacionado
a) é um serviço de e-mail gratuito para geren- a manipulação de arquivos é:
ciar todos os e-mails, calendários e contatos de a) kill
um usuário. b) cat
b) 2016 é a versão mais recente, sendo compa- c) rm
tível com o Windows 10, o Windows 8.1 e o Win- d) cp
dows 7. e) ftp
c) permite que todas as pessoas possam ver o
calendário de um usuário, mas somente aquelas 8) (IBGE 2016 - FGV - Analista - Análise de Sistemas
com e-mail Outlook.com podem agendar reuniões - Desenvolvimento de Aplicações - Web Mobile) Um de-
e responder a convites. senvolvedor Android deseja inserir a funcionalidade de
d) funciona apenas em dispositivos com Win- backup em uma aplicação móvel para, de tempos em
dows, não funcionando no iPad, no iPhone, em ta- tempos, armazenar dados automaticamente. A classe da
blets e em telefones com Android. API de Backup (versão 6.0 ou superior) a ser utilizada é a:
e) versão 2015 oferece acesso gratuito às fer- a) BkpAgent;
ramentas do pacote de webmail Office 356 da Mi- b) BkpHelper;
crosoft.] c) BackupManager;
d) BackupOutputData;
e) BackupDataStream.

72
INFORMÁTICA BÁSICA

9) (Prefeitura de Cristiano Otoni 2016 - INAZ do 14) (IF-PA 2016 - FUNRIO - Técnico de Tecnologia da
Pará - Psicólogo) Realizar cópia de segurança é uma Informação) São dispositivos ou periféricos de entrada de
forma de prevenir perda de informações. Qual é o um computador:
Backup que só efetua a cópia dos últimos arquivos que
foram criados pelo usuário ou sistema? a) Câmera, Microfone, Projetor e Scanner.
a) Backup incremental b) Câmera, Mesa Digitalizadora, Microfone e Scanner.
b) Backup diferencial c) Microfone, Modem, Projetor e Scanner.
c) Backup completo d) Mesa Digitalizadora, Monitor, Microfone e Projetor.
d) Backup Normal e) Câmera, Microfone, Modem e Scanner.
e) Backup diário
15) (CNJ 2013 - CESPE - TÉCNICO JUDICIÁRIO - PRO-
10) (CRO-PR 2016 - Quadrix - Auxiliar de Departa- GRAMAÇÃO DE SISTEMAS) Acerca dos ambientes Linux e
mento) Como é chamado o backup em que o sistema Windows, julgue os itens seguintes.2No sistema operacio-
não é interrompido para sua realização? nal Windows 8, há a possibilidade de integrar-se à denomi-
a) Backup Incremental. nada nuvem de computadores que fazem parte da Internet.
b) Cold backup. a)Certo
c) Hot backup. b)Errado
d) Backup diferencial.
e) Backup normal 16) (FHEMIG 2013 - FCC - TÉCNICO EM INFORMÁTI-
CA) Alguns programas do computador de Ana estão muito
11) (DEMAE/GO 2016 - UFG - Agente Administrati- lentos e ela receia que haja um problema com o hardware
vo) Um funcionário precisa conectar um projetor mul- ou com a memória principal. Muitos de seus programas
timídia a um computador. Qual é o padrão de conexão falham subitamente e o carregamento de arquivos gran-
que ele deve usar? des de imagens e vídeos está muito demorado. Além disso,
a) RJ11 aparece, com frequência, mensagens indicando conflitos
b) RGB em drivers de dispositivos. Como ela utiliza o Windows 7,
c) HDMI resolveu executar algumas funções de diagnóstico, que
d) PS2 poderão auxiliar a detectar as causas para os problemas e
e) RJ45 sugerir as soluções adequadas.
Para realizar a verificação da memória e, em seguida do
12) (SABESP 2014 - FCC - Analista de Gestão - Ad- hardware, Ana utilizou, respectivamente, as ferramentas:
ministração) Correspondem, respectivamente, aos ele- a)Diagnóstico de memória do Windows e Monitor de
mentos placa de som, editor de texto, modem, editor desempenho.
de planilha e navegador de internet: b)Monitor de recursos de memória e Diagnóstico de
conflitos do Windows.
a) software, software, hardware, software e hardwa- c)Monitor de memória do Windows e Diagnóstico de
re. desempenho de hardware.
b) hardware, software, software, software e hard- d)Mapeamento de Memória do Windows e Mapea-
ware. mento de hardware do Windows.
c) hardware, software, hardware, hardware e soft- e)Diagnóstico de memória e desempenho e Diagnósti-
ware. co de hardware do Windows.
d) software, hardware, hardware, software e soft-
ware. 17) (TRT 1ª 2013 - FCC - ANALISTA JUDICIÁRIO - EXECU-
e) hardware, software, hardware, software e softwa- ÇÃO DE MANDADOS) Beatriz trabalha em um escritório de
re. advocacia e utiliza um computador com o Windows 7 Profes-
sional em português. Certo dia notou que o computador em
13) (DEMAE/GO 2016 - UFG - Agente Administrati- que trabalha parou de se comunicar com a internet e com
vo) Um computador à venda em um sítio de comércio outros computadores ligados na rede local. Após consultar
eletrônico possui 3.2 GHz, 8 GB, 2 TB e 6 portas USB. um técnico, por telefone, foi informada que sua placa de rede
Essa configuração indica que: poderia estar com problemas e foi orientada a checar o fun-
a) a velocidade do processador é 3.2 GHz. cionamento do adaptador de rede. Para isso, Beatriz entrou
b) a capacidade do disco rígido é 8 GB. no Painel de Controle, clicou na opção Hardware e Sons e, no
c) a capacidade da memória RAM é 2 TB. grupo Dispositivos e Impressoras, selecionou a opção:
d) a resolução do monitor de vídeo é composta de a) Central de redes e compartilhamento.
6 portas USB. b) Verificar status do computador.
c) Redes e conectividade.
d) Gerenciador de dispositivos.
e) Exibir o status e as tarefas de rede.

73
INFORMÁTICA BÁSICA

18) (FHEMIG 2013 - FCC - TÉCNICO EM INFORMÁTICA) No console do sistema operacional Linux, alguns comandos
permitem executar operações com arquivos e diretórios do disco.
Os comandos utilizados para criar, acessar e remover um diretório vazio são, respectivamente,
a) pwd, mv e rm.
b) md, ls e rm.
c) mkdir, cd e rmdir.
d) cdir, lsdir e erase.
e) md, cd e rd.

19) (TRT 10ª 2013 - CESPE - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ADMINISTRATIVA) Acerca dos conceitos de sistema operacional
(ambientes Linux e Windows) e de redes de computadores, julgue os itens.3Por ser um sistema operacional aberto, o Li-
nux, comparativamente aos demais sistemas operacionais, proporciona maior facilidade de armazenamento de dados em
nuvem.
a) certo
b) errado

20) (TJ/RR 2012 - CESPE - AGENTE DE PROTEÇÃO) Acerca de organização e gerenciamento de informações, arquivos,
pastas e programas, de segurança da informação e de armazenamento de dados na nuvem, julgue os itens subsequen-
tes.1Um arquivo é organizado logicamente em uma sequência de registros, que são mapeados em blocos de discos. Em-
bora esses blocos tenham um tamanho fixo determinado pelas propriedades físicas do disco e pelo sistema operacional,
o tamanho do registro pode variar.
a) certo
b) errado

21) (SERGIPE GÁS S/A 2013 - FCC - ASSISTENTE TÉCNICO ADMINISTRATIVO - RH) Paulo utiliza em seu trabalho o edi-
tor de texto Microsoft Word 2010 (em português) para produzir os documentos da empresa. Certo dia Paulo digitou um
documento contendo 7 páginas de texto, porém, precisou imprimir apenas as páginas 1, 3, 5, 6 e 7. Para imprimir apenas
essas páginas, Paulo clicou no Menu Arquivo, na opção Imprimir e, na divisão Configurações, selecionou a opção Imprimir
Intervalo Personalizado. Em seguida, no campo Páginas, digitou
a) 1,3,5-7 e clicou no botão Imprimir.
b) 1;3-5;7 e clicou na opção enviar para a Impressora.
c) 1−3,5-7 e clicou no botão Imprimir.
d) 1+3,5;7 e clicou na opção enviar para a Impressora.
e) 1,3,5;7 e clicou no botão Imprimir.

22) (TRT 1ª 2013 - FCC - ANALISTA JUDICIÁRIO - EXECUÇÃO DE MANDADOS) João trabalha no departamento finan-
ceiro de uma grande empresa de vendas no varejo e, em certa ocasião, teve a necessidade de enviar a 768 clientes inadim-
plentes uma carta com um texto padrão, na qual deveria mudar apenas o nome do destinatário e a data em que deveria
comparecer à empresa para negociar suas dívidas. Por se tratar de um número expressivo de clientes, João pesquisou
recursos no Microsoft Office 2010, em português, para que pudesse cadastrar apenas os dados dos clientes e as datas em
que deveriam comparecer à empresa e automatizar o processo de impressão, sem ter que mudar os dados manualmente.
Após imprimir todas as correspondências, João desejava ainda imprimir, também de forma automática, um conjunto de
etiquetas para colar nos envelopes em que as correspondências seriam colocadas. Os recursos do Microsoft Office 2010
que permitem atender às necessidades de João são os recursos
a) para criação de mala direta e etiquetas disponíveis na guia Correspondências do Microsoft Word 2010.
b) de automatização de impressão de correspondências disponíveis na guia Mala Direta do Microsoft PowerPoint 2010.
c) de banco de dados disponíveis na guia Correspondências do Microsoft Word 2010.
d) de mala direta e etiquetas disponíveis na guia Inserir do Microsoft Word 2010.
e) de banco de dados e etiquetas disponíveis na guia Correspondências do Microsoft Excel 2010.

23) (TCE/SP 2012 - FCC - AUXILIAR DE FISCALIZAÇÃO FINANCEIRA II) No editor de textos Writer do pacote BR Office, é
possível modificar e criar estilos para utilização no texto. Dentre as opções de Recuo e Espaçamento para um determinado
estilo, é INCORRETO afirmar que é possível alterar um valor para
a) recuo da primeira linha.
b) recuo antes do texto.
c) recuo antes do parágrafo.
d) espaçamento acima do parágrafo.
e) espaçamento abaixo do parágrafo.

74
INFORMÁTICA BÁSICA

24) (CNJ 2013 - CESPE - TÉCNICO JUDICIÁRIO - PROGRAMAÇÃO DE SISTEMAS) A respeito do Excel, para ordenar, por
data, os registros inseridos na planilha, é suficiente selecionar a coluna data de entrada, clicar no menu Dados e, na lista
disponibilizada, clicar ordenar data.
a) certo
b) errado

25) (TRT 1ª 2013 - FCC - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA) A planilha abaixo foi criada utilizando-se o
Microsoft Excel 2010 (em português).

A linha 2 mostra uma dívida de R$ 1.000,00 (célula B2) com um Credor A (célula A2) que deve ser paga em 2 meses
(célula D2) com uma taxa de juros de 8% ao mês (célula C2) pelo regime de juros simples. A fórmula correta que deve ser
digitada na célula E2 para calcular o montante que será pago é
a) =(B2+B2)*C2*D2.
b) =B2+B2*C2/D2.
c) =B2*C2*D2.
d) =B2*(1+(C2*D2)).
e) =D2*(1+(B2*C2)).

26)(MINISTÉRIO DA FAZENDA 2012 - ESAF - ASSISTENTE TÉCNICO ADMINISTRATIVO) O BrOffice é uma suíte para
escritório gratuita e de código aberto. Um dos aplicativos da suíte é o Calc, que é um programa de planilha eletrônica e
assemelha-se ao Excel da Microsoft. O Calc é destinado à criação de planilhas e tabelas, permitindo ao usuário a inserção
de equações matemáticas e auxiliando na elaboração de gráficos de acordo com os dados presentes na planilha. O Calc
utiliza como padrão o formato:
a) XLS.
b) ODF.
c) XLSX.
d) PDF.
e) DOC.

27) (TRT 1ª 2013 - FCC - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA) Após ministrar uma palestra sobre Segurança
no Trabalho, Iracema comunicou aos funcionários presentes que disponibilizaria os slides referentes à palestra na intranet
da empresa para que todos pudessem ter acesso. Quando acessou a intranet e tentou fazer o upload do arquivo de slides
criado no Microsoft PowerPoint 2010 (em português), recebeu a mensagem do sistema dizendo que o formato do arquivo
era inválido e que deveria converter/salvar o arquivo para o formato PDF e tentar realizar o procedimento novamente. Para
realizar a tarefa sugerida pelo sistema, Iracema
a) clicou no botão Iniciar do Windows, selecionou a opção Todos os programas, selecionou a opção Microsoft Office
2010 e abriu o software Microsoft Office Converter Professional 2010. Em seguida, clicou na guia Arquivo e na opção Con-
verter. Na caixa de diálogo que se abriu, selecionou o arquivo de slides e clicou no botão Converter.
b)abriu o arquivo utilizando o Microsoft PowerPoint 2010, clicou na guia Ferramentas e, em seguida, clicou na opção
Converter. Na caixa de diálogo que se abriu, clicou na caixa de combinação que permite definir o tipo do arquivo e selecio-
nou a opção PDF. Em seguida, clicou no botão Converter.
c)abriu a pasta onde o arquivo estava salvo, utilizando os recursos do Microsoft Windows 7, clicou com o botão direito
do mouse sobre o nome do arquivo e selecionou a opção Salvar como PDF.

75
INFORMÁTICA BÁSICA

d)abriu o arquivo utilizando o Microsoft Power- 31) (CNJ 2013 - CESPE - TÉCNICO JUDICIÁRIO - PRO-
Point 2010, clicou na guia Arquivo e, em seguida, cli- GRAMAÇÃO DE SISTEMAS) A respeito de redes de compu-
cou na opção Salvar Como. Na caixa de diálogo que tadores, julgue os itens subsequentes. Lista de discussão é
se abriu, clicou na caixa de combinação que permite uma ferramenta de comunicação limitada a uma intranet,
definir o tipo do arquivo e selecionou a opção PDF. ao passo que grupo de discussão é uma ferramenta geren-
Em seguida, clicou no botão Salvar. ciável pela Internet que permite a um grupo de pessoas a
e)baixou da internet um software especializado troca de mensagens via email entre todos os membros do
em fazer a conversão de arquivos do tipo PPTX para grupo.
PDF, pois verificou que o PowerPoint 2010 não possui a) Certo
opção para fazer tal conversão. b) Errado

28) (SERGIPE GÁS S/A 2013 - FCC - ADMINISTRA- 32) (CEITEC 2012 - FUNRIO - ADMINISTRAÇÃO/CIÊN-
DOR) Em um slide em branco de uma apresentação CIAS CONTÁBEIS/DIREITO/PREGOEIRO PÚBLICO) Na inter-
criada utilizando-se o Microsoft PowerPoint 2010 net o protocolo_________ permite a transferência de men-
(em português), uma das maneiras de acessar alguns sagens eletrônicas dos servidores de _________para caixa
dos comandos mais importantes é clicando-se com o postais nos computadores dos usuários. As lacunas se
botão direito do mouse sobre a área vazia do slide. completam adequadamente com as seguintes expressões:
Dentre as opções presentes nesse menu, estão as que a) Ftp/ Ftp.
permitem b) Pop3 / Correio Eletrônico.
a) copiar o slide e salvar o slide. c) Ping / Web.
b) salvar a apresentação e inserir um novo slide. d) navegador / Proxy.
c) salvar a apresentação e abrir uma apresentação e) Gif / de arquivos
já existente.
d) apresentar o slide em tela cheia e animar obje- 33) (CASA DA MOEDA 2012 - CESGRANRIO - ASSIS-
tos presentes no slide. TENTE TÉCNICO ADMINISTRATIVO - APOIO ADMINISTRA-
e) mudar o layout do slide e a formatação do pla- TIVO) Em uma rede local, cujas estações de trabalho usam
no de fundo do slide. o sistema operacional Windows XP e endereços IP fixos em
suas configurações de conexão, um novo host foi instalado
29) (TRT 11ª 2012 - FCC - ANALISTA JUDICIÁRIO e, embora esteja normalmente conectado à rede, não con-
- JUDICIÁRIA) Em um slide mestre do BrOffice.org segue acesso à internet distribuída nessa rede.
Apresentação (Impress), NÃO se trata de um espaço Considerando que todas as outras estações da rede es-
reservado que se possa configurar a partir da janela tão acessando a internet sem dificuldades, um dos motivos
Elementos mestres: que pode estar ocasionando esse problema no novo host é
a) Número da página.
b) Texto do título. a) a codificação incorreta do endereço de FTP para o
c) Data/hora. domínio registrado na internet.
d) Rodapé. b) a falta de registro da assinatura digital do host nas
e) Cabeçalho. opções da internet.
c) um erro no Gateway padrão, informado nas proprie-
30) (SERGIPE GÁS S/A 2013 - FCC - ASSISTENTE dades do Protocolo TCP/IP desse host.
TÉCNICO ADMINISTRATIVO - RH) No Microsoft Inter- d) um erro no cadastramento da conta ou da senha do
net Explorer 9 é possível acessar a lista de sites visi- próprio host.
tados nos últimos dias e até semanas, exceto aqueles e) um defeito na porta do switch onde a placa de rede
visitados em modo de navegação privada. Para abrir desse host está conectada.
a opção que permite ter acesso a essa lista, com o
navegador aberto, clica-se na ferramenta cujo dese- 34) (CASA DA MOEDA 2012 - CESGRANRIO - ASSIS-
nho é TENTE TÉCNICO ADMINISTRATIVO - APOIO ADMINISTRA-
a) uma roda dentada, posicionada no canto supe- TIVO) Para conectar sua estação de trabalho a uma rede
rior direito da janela. local de computadores controlada por um servidor de do-
b) uma casa, posicionada no canto superior direi- mínios, o usuário dessa rede deve informar uma senha e
to da janela. um[a]
c) uma estrela, posicionada no canto superior di- a) endereço de FTP válido para esse domínio.
reito da janela. b) endereço MAC de rede registrado na máquina cliente.
d) um cadeado, posicionado no canto inferior di- c) porta válida para a intranet desse domínio.
reito da janela. d) conta cadastrada e autorizada nesse domínio.
e) um globo, posicionado à esquerda da barra de e) certificação de navegação segura registrada na in-
endereços. tranet.

76
INFORMÁTICA BÁSICA

35) (CÂMARA DOS DEPUTADOS 2012 - CESPE - ANA- Está correto o que se afirma em
LISTA LEGISLATIVO - TÉCNICA LEGISLATIVA) Com relação
a redes de computadores, julgue os próximos itens.5Uma a) II, apenas.
rede local (LAN — local area network) é caracterizada por b) I e II, apenas.
abranger uma área geográfica, em teoria, ilimitada. O al- c) II e III, apenas.
cance físico dessa rede permite que os dados trafeguem d) I, II e III, apenas.
com taxas acima de 100 Mbps. e) I, II, III e IV.
a) certo
b) errado 40) (MPE/PE 2012 - FCC - ANALISTA MINISTERIAL - IN-
FORMÁTICA) Sobre Cavalo de Tróia, é correto afirmar:
36) (TRT 10ª 2013 - CESPE - ANALISTA JUDICIÁRIO -
TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO) Com relação à certifica- a) Consiste em um conjunto de arquivos .bat que não
ção digital, julgue os itens que se seguem.O certificado necessitam ser explicitamente executados.
digital revogado deve constar da lista de certificados re- b) Contém um vírus, por isso, não é possível distinguir
vogados, publicada na página de Internet da autoridade as ações realizadas como consequência da execução do
certificadora que o emitiu. Cavalo de Tróia propriamente dito, daquelas relacionadas
a) Certo ao comportamento de um vírus.
b) Errado c) Não é necessário que o Cavalo de Tróia seja executa-
do para que ele se instale em um computador. Cavalos de
37) (TRT 10ª 2013 - CESPE - ANALISTA JUDICIÁRIO - Tróia vem anexados a arquivos executáveis enviados por
ADMINISTRATIVA) Acerca de segurança da informação, e-mail.
julgue os itens a seguir. O vírus de computador é assim d) Não instala programas no computador, pois seu úni-
denominado em virtude de diversas analogias poderem ser co objetivo não é obter o controle sobre o computador,
feitas entre esse tipo de vírus e os vírus orgânicos. mas sim replicar arquivos de propaganda por e-mail.
a) Certo e) Distingue-se de um vírus ou de um worm por não
b) Errado infectar outros arquivos, nem propagar cópias de si mesmo
automaticamente.
38) (MPE/PE 2012 - FCC - TÉCNICO MINISTERIAL - AD-
MINISTRATIVO) Existem vários tipos de vírus de computa-
dores, dentre eles um dos mais comuns são vírus de ma- GABARITO
cros, que:
a) são programas binários executáveis que são baixa- 1-E/ 2-A/ 3- C/ 4- B/ 5-C/ 6-E / 7-A / 8-C / 9-A / 10-C/
dos de sites infectados na Internet. 11-C / 12-E / 13-A / 14-C / 15-A / 16-A / 17-D / 18-C /
b) podem infectar qualquer programa executável do 19-B / 20-A / 21-A / 22-A / 23-C / 24-B / 25-D/ 26-B/
computador, permitindo que eles possam apagar arquivos 27-D / 28-E / 29-B / 30-C / 31-B / 32-B / 33-C / 34-D/
e outras ações nocivas. 35-B / 36-A / 37- A / 38-C / 39-B / 40-E
c) são programas interpretados embutidos em docu-
mentos do MS Office que podem infectar outros documen-
tos, apagar arquivos e outras ações nocivas.
d) são propagados apenas pela Internet, normalmente
em sites com software pirata.
e) podem ser evitados pelo uso exclusivo de software
legal, em um computador com acesso apenas a sites da
Internet com boa reputação.

39) (SABESP 2012 - FCC - ANALISTA DE GESTÃO I - SIS-


TEMAS)Sobre vírus, considere:
I. Para que um computador seja infectado por um ví-
rus é preciso que um programa previamente infectado seja
executado.
II. Existem vírus que procuram permanecer ocultos,
infectando arquivos do disco e executando uma série de
atividades sem o conhecimento do usuário.
III. Um vírus propagado por e-mail (e-mail borne vírus)
sempre é capaz de se propagar automaticamente, sem a
ação do usuário.
IV. Os vírus não embutem cópias de si mesmo em ou-
tros programas ou arquivos e não necessitam serem expli-
citamente executados para se propagarem.

77
INFORMÁTICA BÁSICA

ANOTAÇÕES

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

1. Leis nº 3196/1978 (estatuto);..................................................................................................................................................... 01


2. Decreto-Lei 1001/1969 (art. 1º ao 10);.................................................................................................................................... 20
3. Decreto Lei nº 1002/1969 (art. 7º ao 10);............................................................................................................................... 22
4. Decreto Estadual nº 254-R/2000 (RDME) – Art. 1º ao 132);.............................................................................................. 23
5. Constituição Federal de 1988: Artigo 5º – Capítulo I – Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos e Artigo
144 – Capítulo III – Da Segurança Pública, com suas alterações até a data de publicação do Edital; Defesa do Es-
tado e das instituições democráticas: segurança pública; organização da segurança pública; Ordem social........ 39
6. Declaração universal dos direitos humanos........................................................................................................................... 92
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

§ 1º - A carreira policial militar é privativa do pessoal


1. LEIS Nº 3196/1978 (ESTATUTO); da ativa, inicia-se com o ingresso na Polícia Militar e
obedece às diversas seqüências de graus hierárquicos.
§ 2º - É privativa de brasileiro nato a carreira de Ofi-
cial da Polícia Militar do Espírito Santo.
LEI Nº 3.196 § 3º - Constitui requisito indispensável para ingressar
no Quadro de Oficiais Policiais Militares (QOPM) a
O GOVERNADOR DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO: conclusão do Curso de Formação de Oficiais (CFO).
Art. 6º - São equivalentes as expressões “na ativa”,
Faço saber que a Assembléia Legislativa decretou e eu “da ativa”, “em serviço ativo”, “em serviço na ativa”, “em
sanciono a seguinte Lei, à exceção do parágrafo único do serviço”, “em atividade, ou “em atividade policial militar”
art. 6º; da expressão “a pedido do interessado” contida no conferidas aos policiais militares no desempenho de car-
art. 28; do § 4º do art. 88; parágrafo único do art. 91; § 4º go, comissão, encargo, incumbência ou missão, serviço
do art. 99 e parágrafo único do art. 128. ou atividade policial militar ou considerada de natureza
policial militar na Polícia Militar, nas organizações po-
Art. 1º - O presente Estatuto regula a situação, as obri- liciais militares, bem como em outros órgãos governa-
gações, e os deveres, direitos e prerrogativas dos policiais mentais, quando previsto em lei ou regulamento.
militares da Polícia Militar do Estado do Espírito Santo. Parágrafo único - (Vetado).
Art. 2º - A Polícia Militar, subordinada operacional- Art. 7º - A condição jurídica dos policiais militares é
mente ao Secretário de Estado da Segurança Pública, é definida pelos dispositivos constitucionais que lhes fo-
uma instituição destinada à manutenção da ordem públi- rem aplicáveis por este Estatuto e pela legislação que
ca no Estado, sendo considerada força auxiliar, reserva do lhes outorgam direitos e prerrogativas e lhes impõem
Exército. deveres e obrigações.
Art. 3º - Os integrantes da Polícia Militar do Estado do Art. 8º - O disposto neste Estatuto aplica-se, no que
Espírito Santo, em razão de sua destinação constitucional, couber:
formam uma categoria especial de servidores públicos do I – aos policiais militares da reserva remunerada e
Estado e são denominados policiais militares (PM). reformados;
§ 1º - Os policiais militares encontram-se em uma das II – aos capelães policiais militares.
seguintes situações:
a) na ativa: CAPÍTULO I
I – os policiais militares de carreira; Do Ingresso na Polícia Militar
II – os incluídos na PM, voluntariamente, durante os
prazos a que se obrigaram a servir; Art. 9º O ingresso na Polícia Militar do Estado do
III – os componentes da reserva remunerada da Polícia Espírito Santo dar-se-á na carreira de Praças ou na carreira
Militar, quando convocados; de Oficiais, por meio de concurso público de provas ou
IV – os alunos de órgãos de formação de policiais de provas e títulos, destinado ao provimento dos quadros
militares da ativa; combatente, músico e de saúde, mediante incorporação,
b) na inatividade: matrícula ou nomeação na graduação ou posto inicial de
I – na reserva remunerada, quando pertencem à cada carreira, observados, além de outras regras previstas
reserva da Polícia Militar e percebem remuneração do na legislação vigente, os seguintes requisitos gerais: (Nova
Estado, porém sujeitos ainda, à prestação de serviços na redação dada pela Lei Complementar n° 667/2012)
ativa, mediante convocação; I - ser brasileiro, exigindo-se para o quadro de Oficiais,
II – reformados, quando, tendo passado por uma das ser brasileiro nato;
situações anteriores, estão dispensados, definitivamente, II - ter altura mínima descalço e descoberto, de 1,65m
da prestação de serviço na ativa mas continuam perceber a (um metro e sessenta e cinco centímetros) para homens
remuneração do Estado. e de 1,60m (um metro e sessenta centímetros) para
§ 2º - Os policiais militares de carreira são os que, no mulheres;
desempenho voluntário e permanente do serviço policial III - estar em dia com as obrigações eleitorais e no pleno
militar, tem vitaliciedade assegurada ou presumida. exercício dos direitos políticos, mediante apresentação de
Art. 4º - O serviço policial militar consiste no exercí- Certidão expedida pela Justiça Eleitoral;
cio de atividades inerentes à Polícia Militar e compreende IV - estar em dia com suas obrigações militares se for
todos os encargos previstos na legislação específica rela- do sexo masculino, devendo ser portador do Certificado de
cionados com a manutenção da ordem pública no Estado. Reservista ou de Dispensa de Incorporação, e não ter sido
Art. 5º - A carreira policial militar é caracterizada por afastado do Serviço Militar, seja por reforma, demissão,
atividades continuada e inteiramente devotadas às finali- licenciamento ou exclusão a bem da disciplina, seja por
dades precípuas da Polícia Militar, denominada atividade incapacidade física ou mental definitiva, em qualquer das
policial militar. Forças Armadas ou Auxiliares;

1
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

V - ser aprovado em concurso público de provas ou de Art. 10. Para a participação no concurso público, o
provas e títulos, composto de provas objetivas e discursivas, candidato deverá ter no mínimo 18 (dezoito) anos de idade
dentro do limite de vagas, conforme edital do concurso; na data da matrícula no curso do respectivo concurso e no
VI - estar em dia com toda a documentação exigida, para máximo 28 (vinte e oito) anos de idade no primeiro dia de
apresentação na data estipulada pelo edital do concurso; inscrição do respectivo concurso, exceto para o concurso
VII - ser aprovado nos exames de saúde que se fizerem de ingresso no Quadro de Oficiais Médicos (QOM), em que
necessários e que comprovem a capacidade física para deverá ter no máximo 35 (trinta e cinco) anos no primeiro
exercício do cargo, conforme relação constante no edital do dia de inscrição, devendo apresentar, ainda, os seguintes
concurso e segundo normas internas da corporação; requisitos específicos: (Nova redação dada pela Lei
VIII - ser aprovado em exame toxicológico/antidoping, Complementar n° 787/2014)
do tipo “janela de larga detecção” ou outro de aferição I - para ingresso no quadro da Qualificação Policial
superior, realizado em caráter confidencial, comprovado pela Militar de Praças Combatentes (QPMP-C) da Polícia Militar
Diretoria de Saúde e realizado a qualquer tempo durante o do Estado do Espírito Santo, será exigido nível médio
processo seletivo; de escolaridade, devidamente comprovado por meio de
IX - ser aprovado no Exame de Aptidão Física, realizado diploma, certificado ou declaração, reconhecido legalmente
por meio de Teste de Avaliação Física (TAF), segundo normas por Secretaria da Educação de qualquer das Unidades
internas da corporação e previstas em edital; Federativas do País ou pelo Ministério da Educação;
X - ser aprovado no Exame Psicossomático, realizado pela (Acrescentado pela Lei Complementar n° 667/2012)
Diretoria de Saúde ou por instituições por ela determinadas, II - para ingresso no quadro da Qualificação Policial
tendo como parâmetro o perfil profissiográfico estabelecido Militar de Praças Auxiliares de Saúde (QPMP-S) da Polícia
para o cargo, constante no edital do concurso, segundo Militar do Estado do Espírito Santo, será exigido nível médio
normas internas da corporação; de escolaridade e curso técnico na área de saúde específica
XI - ser aprovado em Investigação Social, apresentando definida em edital, devidamente comprovado por meio de
idoneidade moral, comportamento irrepreensível e ilibada diploma, certificado ou declaração, reconhecida legalmente
conduta pública e privada, comprovada documentalmente por Secretaria da Educação de qualquer das Unidades
por certidão de antecedentes criminais, certidões negativas Federativas do País ou pelo Ministério da Educação, além
emitidas pela Justiça Federal, Estadual, Eleitoral e Militar, de registro no respectivo Conselho; (Acrescentado pela Lei
além de outros levantamentos necessários procedidos pela Complementar n° 667/2012)
instituição, que atestarão a compatibilidade de conduta para III - para ingresso no quadro da Qualificação Policial
o desempenho do cargo; Militar de Praças Especialistas Músicos (QPMP-M) da
XII - não apresentar tatuagem definitiva situada em Polícia Militar do Estado, será exigido nível médio de
membros inferiores, superiores, pescoço, face e cabeça, que escolaridade, devidamente comprovado, por meio
não possa ser coberta por uniforme de educação física da de diploma, certificado ou declaração, reconhecido
corporação, composto por calção ou short, camiseta de legalmente por Secretaria da Educação de qualquer
manga curta e meia de cano curto, ou outras tatuagens que das Unidades Federativas do País ou pelo Ministério da
acarretem a identificação do policial, possibilitando o seu Educação, além de prova prática de música aplicada por
reconhecimento e ameaça à sua segurança; banca examinadora designada pelo Comandante Geral
XIII - possuir Carteira Nacional de Habilitação (CNH) ou e assessorada por comissão composta por Oficiais da
permissão para dirigir automóvel, no mínimo na categoria Banda de Música da PMES.” (NR) (Acrescentado pela
“B”, podendo ser cumulada com a categoria “A”, se assim Lei Complementar n° 667/2012)
previsto no edital do concurso.
§ 1º O concurso público para o provimento das carreiras CAPÍTULO II
de Oficiais dos quadros combatente, músico e de saúde, Da Hierarquia e da Disciplina
e para o provimento da carreira de Praças dos quadros
músico e de saúde, incluirá prova de conhecimentos Art. 11 - A hierarquia e a disciplina são a base institu-
específicos e matérias correlatas à especialidade do cargo a cional da Polícia Militar. A autoridade e a responsabilidade
que o candidato estiver concorrendo, conforme conteúdo crescem com o grau hierárquico.
programático previsto em edital. § 1º - A hierarquia policial militar é a ordenação
§ 2º A entrega da documentação exigida no concurso da autoridade em níveis diferentes dentro da estrutura
público será realizada logo após a publicação do resultado da Polícia Militar. A ordenação se faz por postos ou
do exame intelectual, dentro do limite estabelecido no graduações; dentro de um mesmo posto ou graduação, se
edital, para fins de comprovação dos requisitos exigidos e faz pela Antigüidade no posto ou na graduação. O respeito
convocação para as etapas seguintes. à hierarquia é consubstanciado no espírito de acatamento
§ 3º O Exame Intelectual terá caráter classificatório e à seqüência de autoridade.
eliminatório, tendo as demais etapas previstas neste artigo, § 2º - Disciplina é a rigorosa observância e o acatamen-
caráter eliminatório. to integral das leis, regulamentos, normas e disposições
§ 4º Considera-se como etapa do processo seletivo o que fundamentam o organismo policial militar e coorde-
período destinado ao curso de formação ou adaptação, o nam seu funcionamento regular e harmônico, traduzindo-
qual deverá ser concluído com êxito para a efetivação do -se pelo perfeito cumprimento do dever por parte de todos
ingresso nos quadros da instituição.” (NR) e de cada um dos componentes desse organismo.

2
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

§ 3º - A disciplina e o respeito à hierarquia devem ser mantidos em todas as circunstâncias da vida, entre policiais
militares da ativa, da reserva remunerada e reformados.
Art. 12 - Círculos hierárquicos são âmbitos de convivência entre os policiais militares da mesma categoria e têm a fi-
nalidade de desenvolver o espírito da camaradagem, em ambiente de estima e confiança, sem prejuízo do respeito mútuo.
Art. 13 - Os círculos hierárquicos e a escala hierárquica na Polícia Militar são fixados no Quadro e parágrafos seguintes.

CÍRCULO DE OFICIAIS POSTOS


Círculo de Oficiais Superiores ...................... Coronel PM
Tenente Coronel PM
Major PM
Círculo de Oficiais Intermediárias ................. Capitão PM
Círculo de Oficiais Subalternos .................... Primeiro Tenente PM
Segundo Tenente PM

CÍRCULO DE PRAÇAS GRADUAÇÕES


Círculo de Subtenentes e Sargentos ............ Subtenente PM
Primeiro Sargento PM
Segundo Sargento PM
Terceiro Sargento PM
Círculo de Cabos e Soldados ....................... Cabo PM
Soldado PM
PRAÇAS ESPECIAIS
Freqüentam o Círculo de Oficiais Subalter- Aspirante a Oficial PM
nos
Excepcionalmente ou em reuniões sociais Aluno Oficial PM
tem acesso ao Círculo de Oficiais ................
Excepcionalmente ou em reuniões sociais Aluno do Curso de Formação de Sargentos
tem acesso ao Círculo de Subtenentes e Sar- PM
gentos .....................................................
Freqüentam o Círculo de Cabos e Soldados Aluno do Curso de Formação de Soldados
PM

§ 1º - Posto é o grau hierárquico do Oficial, conferido por ato do Governador do Estado.


§ 2º - Graduação é o grau hierárquico da Praça, conferida pelo Comandante Geral da Polícia Militar.
§ 3º - Os Aspirantes a Oficial PM e os Alunos Oficiais são denominados praças especiais.
§ 4º - Os graus hierárquicos inicial e final dos diversos Quadros são fixados separadamente, para cada caso, em Lei de
Organização Básica.
§ 5º - Sempre que o policial militar da reserva remunerada ou reformado fizer uso do posto ou graduação, deverá fazê-
lo mencionando essa situação.
Art. 14 - A precedência entre policiais militares da ativa do mesmo grau hierárquico é assegurada pela Antigüidade no
posto ou graduação, salvo nos casos de precedência funcional estabelecida em lei ou regulamento.
§ 1º - A Antigüidade em cada posto ou graduação é contada a partir da data da assinatura do ato da respectiva
promoção, nomeação, declaração ou inclusão, salvo quando estiver taxativamente fixada outra data.
§ 2º - No caso de ser igual a antigüidade referida no parágrafo anterior, a antigüidade é estabelecida:
a) entre policiais militares do mesmo Quadro, pela posição nas respectivas escalas numéricas ou registros a que se
refere o art. 16;
b) nos demais casos, pela antiguidade no posto ou graduação anterior; se ainda assim subsistir a igualdade de
antiguidade, recorrer-se-á, sucessivamente, aos graus hierárquicos anteriores, à data de praça e à data de nascimento para
definir a precedência e neste último caso o mais velho será considerado o mais antigo;
c) entre os alunos de um mesmo órgão de formação de policiais militares, de acordo com o regulamento do respectivo
órgão, se não estiverem especificamente enquadrados nas alíneas “a” e “b”.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

§ 3º - Em igualdade de posto ou de graduação, os Art. 22 - Dentro de uma mesma organização policial


policiais militares da ativa têm precedência sobre os da militar, a seqüência de substituições para assumir cargo ou
inatividade. responder por funções, bem como as normas, atribuições e
§ 4º - Em igualdade de posto ou de graduação, a responsabilidades relativas são estabelecidas na legislação
precedência entre os policiais militares de carreira na ativa específica, respeitadas a precedência e a qualificação exigi-
e os da reserva remunerada, que estiverem convocados, da para o cargo ou para o exercício da função.
é definida pelo tempo de serviço no posto ou graduação. Art. 23 - O policial militar ocupante de cargo provido
Art. 15 - A precedência entre as praças especiais e as em caráter efetivo ou interino, de acordo com o parágrafo
demais praças é assim regulada: único do art. 19, faz jus às gratificações e a outros direitos
I – os Aspirantes a Oficial PM são hierarquicamente correspondentes ao cargo, conforme previsto em lei.
superiores às demais praças; Art. 24 - As obrigações que, pela generalidade, pecu-
II – os Alunos Oficiais PM são hierarquicamente liaridade, duração, vulto ou natureza, não são catalogadas
superiores aos Subtenentes PM. como posições tituladas em “Quadro de Efetivo”, “Quadro
Art. 16 - A Polícia Militar manterá um registro de to- de Organização”, “Tabela de Lotação”, ou dispositivo legal,
dos os dados referentes ao seu pessoal da ativa e da reser- são cumpridas como Encargo, Incumbência, Comissão,
va remunerada, dentro das respectivas escalas numéricas Serviço ou Atividade policial militar ou de natureza policial
segundo instruções baixadas pelo Comandante Geral da militar.
Corporação. Parágrafo único - Aplica-se, no que couber, ao
Art. 17 - Os alunos dos órgãos de formação de oficiais Encargo, Incumbência, Comissão, Serviço ou Atividade
são declarados Aspirantes a Oficial PM pelo Comandante policial militar ou de natureza policial militar, o disposto
Geral da Polícia Militar do Espírito Santo. neste Capítulo para cargo Policial Militar.

CAPÍTULO III TÍTULO II


Do Cargo e da Função Policiais Militares DAS OBRIGAÇÕES E DOS DEVERES POLICIAIS
MILITARES
Art. 18 - Cargo policial militar é aquele exercido por CAPÍTULO I
policial militar em serviço. Das Obrigações Policiais Militares
§ 1º - O cargo policial militar a que se refere este SEÇÃO I
artigo é o que se encontra especificado nos Quadros de Do Valor Policial Militar
Organização da Polícia Militar do Espírito Santo ou previsto,
caracterizado ou definido como tal em outras disposições Art. 25 - São manifestações essenciais do valor policial
legais. militar:
§ 2º - A cada cargo policial militar corresponde um I – o patriotismo, traduzido pela vontade inabalável de
conjunto de atribuições, deveres e responsabilidades que cumprir o dever policial militar e pelo integral devotamen-
se constituem em obrigações do respectivo titular. to à manutenção da ordem pública, até com o sacrifício da
§ 3º - As obrigações inerentes ao cargo policial militar própria vida;
devem ser compatíveis com o correspondente grau II – o civismo e o culto das tradições históricas;
hierárquico e definidas em legislação ou regulamentação III – a fé na missão elevada da Polícia Militar;
específicas. IV – o espírito de corpo, orgulho do policial militar pela
Art. 19 - Os cargos policiais militares são providos com organização onde serve;
pessoal que satisfizer aos requisitos de grau hierárquico e V – o amor à profissão policial militar e o entusiasmo
de qualificação exigidos para o seu desempenho. com que é exercida;
Parágrafo único - O provimento de cargo policial VI – o aprimoramento técnico-profissional.
militar se faz por ato de nomeação, de designação ou
determinação expressa de autoridade competente. SEÇÃO II
Art. 20 - O cargo policial militar é considerado vago Da Ética Policial Militar
a partir de sua criação e até que um policial militar tome
posse, ou desde o momento em que o policial militar exo- Art. 26 - O sentimento do dever, o pundonor policial
nerado, dispensado ou que tenha recebido determinação militar e o decoro da classe impõem a cada um dos in-
expressa de autoridade competente, o deixe e até que ou- tegrantes da Polícia Militar, conduta moral e profissional
tro policial militar tome posse, de acordo com as normas irrepreensíveis com a observância dos seguintes preceitos
de provimento previstas no parágrafo único do art. 19. de ética policial militar:
Parágrafo único - Consideram-se também vagos os I – amar a verdade e a responsabilidade como
cargos policiais militares cujos ocupantes: fundamento da dignidade pessoal;
a) tenham falecido; II – exercer, com autoridade, eficiência e probidade, as
b) tenham sido considerados extraviados; funções que lhe couberem em decorrência do cargo;
c) tenham sido considerados desertores. III – respeitar a dignidade da pessoa humana;
Art. 21 - Função policial militar é o exercício das obri- IV – cumprir e fazer cumprir as Leis, os regulamentos,
gações inerentes ao cargo policial militar. as instruções e as ordens das autoridades competentes;

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

V – ser justo e imparcial no julgamento dos atos e na Art. 28 - O Comandante Geral poderá determinar aos
apreciação do mérito dos subordinados; policiais militares da ativa da Polícia Militar que, no inte-
VI – zelar pelo preparo próprio, moral, intelectual e resse da salvaguarda da dignidade dos mesmos, informem
físico e, também, pelos dos subordinados, tendo em vista o sobre a origem e natureza dos seus bens, sempre que hou-
cumprimento da missão comum; ver razões que recomendem tal medida. Vetado.
VII – empregar todas as suas energias em benefício do
serviço; CAPÍTULO II
VIII – praticar a camaradagem e desenvolver, Dos Deveres Policiais Militares
permanentemente, o espírito de cooperação;
IX – ser discreto em suas atitudes, maneiras e em sua Art. 29 - Os deveres policiais militares emanam de
linguagem escrita e falada; vínculos racionais e morais que ligam o policial militar à
X – abster-se de tratar, fora do âmbito apropriado, de comunidade estadual e à sua segurança e compreendem
matéria sigilosa relativa à Segurança Nacional; essencialmente:
XI – acatar as autoridades civis; I – a dedicação integral ao serviço policial militar e
XII – cumprir seus deveres de cidadão; a fidelidade à instituição a que pertence, mesmo com o
XIII – proceder de maneira ilibada na vida pública e na sacrifício da própria vida;
particular; II – o culto aos símbolos nacionais;
XIV – observar as normas da boa educação; III – a probidade e a lealdade em todas as circunstâncias;
XV – garantir assistência moral e material ao seu lar e IV – a disciplina e o respeito à hierarquia;
conduzir-se como chefe de família modelar; V – o rigoroso cumprimento das obrigações e ordens;
XVI – conduzir-se, mesmo fora do serviço ou na VI – a obrigação de tratar o subordinado dignamente
inatividade, de modo que não sejam prejudicados os e com urbanidade.
princípios da disciplina, do respeito e do decoro policial
militar; SEÇÃO I
Do Compromisso Policial Militar
XVII – abster-se de fazer uso do posto ou da graduação
para obter facilidades pessoais de qualquer natureza ou
Art. 30 - Todo cidadão, após ingressar na Polícia Militar
para encaminhar negócios particulares ou de terceiros;
mediante incorporação, matrícula ou nomeação, prestará
XVIII – abster-se em inatividade do uso das designações
compromisso de honra, no qual afirmará a sua aceitação
hierárquicas quando:
consciente das obrigações e dos deveres policiais militares
a) em atividades político-partidárias;
e manifestará a sua firme disposição de bem cumpri-los.
b) em atividades comerciais;
Art. 31 - O compromisso do incluído, do matriculado e
c) em atividades industriais;
do nomeado, a que se refere o artigo anterior, terá caráter
d) discutir ou provocar discussões pela imprensa solene e será prestado na presença de tropa, tão logo o
a respeito de assuntos políticos ou policiais militares, policial militar tenha adquirido um grau de instrução com-
excetuando-se os de natureza exclusivamente técnica, se patível com o perfeito entendimento de seus deveres como
devidamente autorizados; e integrante da Polícia Militar, conforme os seguintes dizeres:
e) no exercício de funções de natureza não policial “Ao ingressar na Polícia Militar do Estado do Espírito San-
militar, mesmo oficiais; to, prometo regular a minha conduta pelos preceitos da
XIX – zelar pelo bom nome da Polícia Militar e de cada moral, cumprir rigorosamente as ordens das autoridades
um dos seus integrantes, obedecendo e fazendo obedecer a que estiver subordinado e dedicar-me inteiramente ao
aos preceitos da ética policial militar. serviço policial militar, à manutenção da ordem pública e à
Art. 27 - Ao policial militar da ativa, ressalvado o dis- segurança da comunidade, mesmo com o risco da própria
posto no § 2º, é vedado comerciar ou tomar parte na ad- vida”.
ministração ou gerência de sociedade ou dela ser sócio ou § 1º - O compromisso do Aspirante a Oficial PM
participar, exceto como acionista ou quotista em socieda- formado em escolas de outras Corporações será prestado,
de, anônima ou por quotas de responsabilidade limitada. em solenidade policial militar especialmente programada,
§ 1º - Os integrantes de reserva remunerada, quando logo após sua apresentação à Polícia Militar do Estado do
convocados, ficam proibidos de tratar nas organizações Espírito Santo. Esse compromisso obedecerá aos seguintes
policiais militares e nas repartições públicas civis, de dizeres: “Ao ser declarado Aspirante Oficial da Polícia
interesse de organizações ou empresas privadas de Militar assumo o compromisso de cumprir rigorosamente
qualquer natureza. as ordens das autoridades a que estiver subordinado e
§ 2º - Os policiais militares da ativa podem exercer de me dedicar inteiramente ao serviço policial militar,
diretamente a gestão de seus bens, desde que não infrinjam à manutenção da ordem pública e à segurança da
o disposto no presente artigo. comunidade, mesmo com o risco da própria vida”.
§ 3º - No intuito de desenvolver a prática profissional § 2º - Ao ser promovido ao primeiro posto, o Oficial
dos oficiais integrantes do Quadro de Saúde, é lhes PM prestará o compromisso de Oficial, em solenidade
permitido o exercício da atividade técnico-profissional, no especialmente programada de acordo com os seguintes
meio civil, desde que tal prática não prejudique o serviço. dizeres: “Perante a Bandeira do Brasil e pela minha honra

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

prometo cumprir os deveres de Oficial da Polícia Militar do § 2º - No concurso de crime militar e de transgressão
Estado do Espírito Santo e dedicar-me inteiramente ao seu disciplinar será aplicada somente a pena relativa ao crime.
serviço”. Art. 40 - A inobservância dos deveres especificados
nas leis e regulamentos ou a falta de exação no cumpri-
Seção II mento dos mesmos acarreta para o policial militar, res-
Do Comando e da Subordinação ponsabilidade funcional, pecuniária, disciplinar ou penal
consoante a legislação específica.
Art. 32 - Comando é a soma de autoridade, deveres e Parágrafo único - A apuração da responsabilidade
responsabilidades de que o policial militar é investido legal- funcional, pecuniária, disciplinar ou penal poderá concluir
mente quando conduz homens ou dirige uma organização pela incompatibilidade do policial militar com o cargo
policial militar. O Comando é vinculado ao grau hierárquico ou pela incapacidade do exercício das funções policiais
e constitui uma prerrogativa impessoal, em cujo exercício o militares a ele inerentes.
policial militar se define e se caracteriza como chefe. Art. 41 - O policial militar que, por sua atuação, se
Parágrafo único - Aplica-se à Direção e à Chefia de tornar incompatível com o cargo ou demonstrar incapaci-
Organização Policial Militar, no que couber o estabelecido dade no exercício de funções policiais militares a ele ine-
para Comando. rentes, será afastado do cargo.
Art. 33 - A subordinação não afeta de modo algum a § 1º - São competentes para determinar o imediato
dignidade pessoal do policial militar e decorre, exclusiva- afastamento do cargo ou impedimento do exercício da
mente, da estrutura hierarquizada da Polícia Militar. função:
Art. 34 - O oficial é preparado ao longo da carreira a) o Governador do Estado;
para o exercício do Comando, da Chefia e da Direção das b) o Comandante Geral da Polícia Militar, os
Organizações Policiais Militares. Comandantes das Unidades isoladas e os Diretores,
Art. 35 - Os subtenentes e os sargentos auxiliam e na conformidade da Legislação ou regulamentação da
complementam as atividades dos oficiais, quer no adestra- Corporação.
mento e no emprego de meios, quer na instrução e na ad- §2º - O policial militar afastado do cargo, nas condições
ministração, podendo ser empregados na execução de ati- mencionadas neste artigo, ficará privado do exercício de
vidades de policiamento ostensivo peculiar à Polícia Militar. qualquer função policial militar até a solução do processo
Parágrafo único - No exercício das atividades ou das providências legais que couberem no caso.
mencionadas neste artigo e no comando de elementos Art. 42 - São proibidas quaisquer manifestações cole-
subordinados, os subtenentes e sargentos deverão impor-se tivas, tanto sobre atos de superiores quanto as de caráter
pela lealdade, pelo exemplo e pela capacidade profissional reivindicatório.
e técnica, incumbindo-lhes assegurar a observância
minuciosa e ininterrupta das ordens, das regras do serviço SEÇÃO I
e das normas operativas pelas praças que lhes estiverem Dos Crimes Militares
diretamente subordinadas e a manutenção da coesão e da
moral das mesmas praças em todas as circunstâncias. Art. 43 - O Tribunal de Justiça do Estado do Espírito
Art. 36 - Os cabos e soldados são, essencialmente, os Santo é competente para processar e julgar os policiais
elementos de execução. militares nos crimes definidos em lei como militares.
Art. 37 - Às praças especiais cabe a rigorosa obser- Art. 44 - Aplicam-se aos policiais militares, no que
vância das prescrições do regulamento que lhe são perti- couberem, as disposições estabelecidas no Código Penal
nentes, exigindo-se-lhes inteira dedicação ao estudo e ao Militar.
aprendizado técnico-profissional.
SEÇÃO II
Art. 38 - Cabe ao policial militar a responsabilidade Das Transgressões Disciplinares
integral pelas decisões que tomar pelas ordens que emitir
e pelos atos que praticar. Art. 45 - O Regulamento Disciplinar da Polícia Militar
especificará e classificará as transgressões disciplinares e.
CAPÍTULO III estabelecerá as normas relativas à amplitude e aplicação
Da Violação das Obrigações e dos Deveres Policiais das penas disciplinares, à classificação do comportamento
Militares policial militar e à interposição de recursos contra as penas
disciplinares.
Art. 39 - A violação das obrigações ou dos deveres § 1º - As penas disciplinares de detenção ou prisão
policiais militares constituirá crime ou transgressão disci- não podem ultrapassar de trinta dias.
plinar, conforme dispuserem a legislação ou regulamenta- § 2º - À praça especial, aplicam se, também as
ção específicas. disposições disciplinares previstas no regulamento do
§ 1º - A violação dos preceitos da ética policial militar é estabelecimento de ensino onde estiver matriculado.
tão mais grave quanto mais elevado for o grau hierárquico
de quem a cometer.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

SEÇÃO III a) – a estabilidade, quando praça com 10 (dez) ou mais


Dos Conselhos de Justificação e Disciplina de efetivo serviço;
b) – o uso das designações hierárquicas;
Art. 46 - O Oficial presumivelmente incapaz de per- c) – a ocupação de cargo correspondente ao posto ou
manecer como policial militar da ativa será, na forma da le- à graduação;
gislação específica, submetido a Conselho de Justificação. d) – a percepção de remuneração;
§ 1º - O Oficial ao ser submetido a Conselho de e) – outros direitos previstos na lei específica que trata
Justificação, poderá ser afastado do exercício de suas da remuneração dos policiais militares;
funções automaticamente ou a critério do Comandante f) – a constituição de pensão do policial militar;
Geral da Polícia Militar, conforme estabelecido em Lei g) – a promoção;
específica. h) – a transferência para a reserva remunerada a
§ 2º - Compete ao Tribunal de Justiça do Estado julgar pedido, ou a reforma;
i) – as férias, os afastamentos temporários de serviço e
os processos oriundos do Conselho de Justificação, na
as licenças;
forma estabelecida em leis específicas.
j) – a demissão e o licenciamento voluntários;
§ 3º - O Conselho de Justificação também poderá ser
k) – o porte de arma, quando oficial em serviço ativo ou
aplicado aos oficiais reformados e da reserva remunerada.
em inatividade, salvo aqueles em inatividade por alienação
Art. 47 - O Aspirante a Oficial PM, bem como as praças mental ou condenação por crime contra a segurança do
com estabilidade assegurada, presumivelmente incapazes Estado ou por atividade que desaconselhe aquele porte; e
de permanecerem como policiais militares da ativa, serão l) – o porte de arma, pelas praças, com as restrições
submetidos a Conselho de Disciplina na forma da legisla- impostas pela Polícia Militar.
ção específica. Parágrafo único - A percepção da remuneração ou melhoria
§ 1º - O Aspirante a Oficial PM e as praças com da mesma, de que trata o item II, deste artigo, obedecerá ao
estabilidade assegurada, ao serem submetidas a Conselho seguinte: (Nova redação dada pela Lei n° 3446/1981)
de Disciplina, serão afastados das atividades que estiverem a) o oficial que contar mais de 30 (trinta) anos de
exercendo. serviço, se não for ocupante do último posto da hierarquia
§ 2º - Compete ao Comandante Geral da Polícia Militar policial-militar de seu Quadro, quando transferido para a
julgar, em última instância, os processos oriundos do inatividade, terá seus proventos calculados sobre o soldo
Conselho de Disciplina convocado ao âmbito da Polícia correspondente ao posto imediato. Se ocupante do último
Militar. posto da hierarquia policial-militar de seu Quadro, ou
§ 3º - O Conselho de Disciplina também poderá ser atingir a inatividade compulsoriamente em decorrência do
aplicado às praças reformadas e da reserva remunerada. previsto nas letras “a”, “b” e “c”, item II do art. 89, terá seus
proventos calculados tomando-se por base o soldo de seu
TÍTULO III próprio posto, acrescido de percentual fixado em legislação
DOS DIREITOS E DAS PRERROGATIVAS DOS especifica; (Nova redação dada pela Lei n° 3446/1981)
POLICIAIS MILITARES b) – os subtenentes PM, quando transferidos para a
CAPÍTULO I inatividade, terão seus proventos calculados sobre o soldo
Dos Direitos correspondente ao posto de 2º Tenente PM, desde que
contem mais de 30 (trinta) anos de serviço;
Art. 48 - São direitos dos policiais militares: c) – os demais praças que contem mais de 30 (trinta) anos
de serviço, ao serem transferidos para a inatividade, terão
I – garantia do posto em toda sua plenitude, com as
seus proventos calculados sobre o soldo correspondente à
vantagens, prerrogativas e deveres a ele inerentes quando
graduação imediatamente superior.
Oficial, nos termos da Constituição Estadual;
Art. 49 - O policial militar que se julgar prejudicado ou
II – a percepção de remuneração correspondente ao
ofendido por qualquer ato administrativo ou disciplinar de
grau hierárquico superior ou melhoria da mesma quando, superior hierárquico, poderá recorrer ou interpor pedido
ao ser transferido para a inatividade, contar mais de 30 de reconsideração, queixa ou representação, segundo le-
(trinta) anos de serviço, ou no caso de atingir a inatividade gislação vigente na Polícia Militar.
compulsoriamente na forma prevista nas letras “b” e “c”, § 1º - O direito de recorrer na esfera administrativa
item II, do art. 89 do presente Estatuto; (Nova redação dada prescreverá:
pela Lei n° 3446/1981) a) – em 15 (quinze) dias corridos a contar do
III – a remuneração calculada com base no soldo integral recebimento da comunicação oficial, quanto a ato que
do posto ou graduação quando, não contando 30 (trinta) decorra de composição de quadro de acesso; e
anos de serviço, for transferido para a reserva remunerada b) – em 120 (cento e vinte) dias nos demais casos.
“ex-offício”, por ter atingido a idade limite de permanência § 2º - O pedido de reconsideração, a queixa e a
em atividade no posto ou na graduação. (Nova redação representação não podem ser feitos coletivamente.
dada pela Lei n° 3446/1981) § 3º - O policial militar da ativa que, nos casos
IV – nas condições ou nas limitações impostas cabíveis, se dirigir ao Poder Judiciário, deverá participar,
na legislação e regulamentação específicas: (item III antecipadamente, esta iniciativa à autoridade a que estiver
Renumerado pela Lei n° 3446/1981) subordinado.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Art. 50 - Os policiais militares são alistáveis como elei- quanto à função de magistério ou de cargo em comissão
tores desde que Oficiais, Aspirantes a Oficial PM, Subte- ou quanto ao contrato para prestação de serviços
nentes PM, Sargentos PM ou alunos de curso de nível su- técnicos ou especializados.
perior para a formação de oficiais. Art. 56 - Os proventos da inatividade serão revistos
Parágrafo único - Os policiais militares alistáveis são sempre que, por motivo de alteração do poder aquisitivo
elegíveis, atendidas as seguintes condições: da moeda se modificarem os vencimentos das policiais
a) o policial militar que tiver menos de 5 (cinco) em militares em serviço ativo.
efetivo serviço será, ao se candidatar a cargo eletivo, excluído Parágrafo único - Ressalvados os casos previstos
do serviço ativo mediante demissão ou licenciamento ex- em Lei, os proventos da inatividade não poderão exceder
offício; e a remuneração percebida pelo policial militar da ativa,
b) o policial militar em atividade com 5 (cinco) ou no posto ou graduação correspondente ao de seus
mais anos de efetivo serviço, ao se candidatar a cargo proventos.
eletivo, será afastado temporariamente do serviço ativo e
agregado, considerado em licença para tratar de interesse SEÇÃO II
particular. Se eleito, será no ato da diplomação, transferido Da Promoção
para a reserva remunerada, percebendo a remuneração a
que fizer jus em função de seu tempo de serviço. Art. 57 - O acesso na hierarquia da Polícia Militar é
seletivo, gradual e sucessivo e será feito mediante pro-
SEÇÃO I moções, de conformidade com o disposto na legislação e
Da Remuneração regulamentação de promoções de oficiais e de praças, de
modo a obter um fluxo regular e equilibrado de carreira
Art. 51 - A remuneração dos policiais militares com- para os policiais militares a que este dispositivo se refere.
preende vencimentos ou proventos, indenização e outros § 1º - O planejamento da carreira dos oficiais e das
direitos, e é devida em bases estabelecidas em Lei especial. praças, obedecidas as disposições da legislação e regu-
§ 1º - Os policiais militares na ativa percebem
lamentação a que se refere este artigo, é atribuição do
remuneração constituída pelas seguintes parcelas:
Comando Geral da Polícia Militar.
a) mensalmente:
2º - A promoção é um ato administrativo e tem como
I – vencimentos compreendendo soldo e gratificações;
finalidade básica a seleção dos policiais militares para
e
o exercício de funções pertinentes ao grau hierárquico
II – indenizações;
superior.
b) eventualmente, outras indenizações.
Art. 58 - As promoções serão efetuadas pelos critérios
§ 2º - Os policiais militares em inatividade percebem
de antigüidade, merecimento, merecimento intelectual ou
remuneração constituída pelas seguintes parcelas:
a) mensalmente: ainda “post mortem. (NR) (Nova redação dada pela Lei
I – proventos, compreendendo soldo ou quotas de Complementar 321/2005)
soldo, gratificações, e indenizações incorporáveis; e § 1º - Em caso extraordinário, poderá haver promoção
II – adicional de inatividade; e em ressarcimento de preterição.
b) eventualmente, auxílio-invalidez. § 2º - A promoção do policial militar em ressarcimento
§ 3º - Os policiais militares receberão salário-família de de preterição será efetuada segundo os princípios de
conformidade com a Lei que o rege. Antigüidade ou merecimento, recebendo ele o número
Art. 52 - O auxílio-invalidez, atendidas as condições que lhe competia na escala hierárquica como se houvesse
estipuladas na Lei especial que trata da remuneração dos sido promovido na época devida, pelo princípio em que
policiais militares, será concedido ao policial militar quan- ora é feita sua promoção.
do em serviço ativo, tenha sido ou venha a ser reformado Art. 59 - Não haverá promoção de policial militar por
por incapacidade definitiva e considerado inválido, isto é, ocasião de sua transferência para a reserva remunerada.
impossibilitado total e permanentemente para qualquer Art. 60 - Não haverá promoção do policial militar por
trabalho, não podendo prover os meios de subsistência. ocasião de sua reforma.
Art. 53 - O soldo é irredutível e não está sujeito a pe-
nhora, seqüestro ou arresto, exceto nos casos previstos em SEÇÃO III
Lei. Das Férias e de outros Afastamentos Temporários
Art. 54 - O valor do soldo é igual para o policial militar de Serviços
da ativa, da reserva remunerada ou reformado de um mes-
mo grau hierárquico, ressalvado o disposto no inciso II do Art. 61 - As férias são afastamentos totais de serviço,
art. 48 deste Estatuto. anual e obrigatoriamente, concedidas aos policiais mili-
Art. 55 - É proibido acumular remuneração de inati- tares para descanso, a partir do último mês do ano a que
vidade. se refere, e durante todo o ano seguinte.
Parágrafo único - O disposto neste artigo não se § 1º - As férias terão a duração de 30 (trinta) dias para
aplica aos policiais militares da reserva remunerada e todo o pessoal da Polícia Militar e sua concessão será
aos reformados, quanto ao exercício de mandato eletivo, regulamentada pelo Comando Geral.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

§ 2º - A concessão de férias não é prejudicada pelo § 1º - A licença especial terá duração de 03 (três) meses
gozo anterior de licenças para tratamento de saúde, por e será gozada de uma só vez. (Nova redação dada pela Lei
punição anterior decorrentes de transgressão disciplinar, C. n° 80/1996)
pelo estado de guerra ou para que sejam cumpridos atos § 2º - Uma vez concedida a licença especial, o policial
de serviço, bem como não anula o direito àquelas licenças. militar será dispensado do exercício do cargo e das funções
§ 3º - Somente em casos de interesse da segurança na- que exerce e ficará à disposição do órgão de pessoal da
cional, de manutenção da ordem, de extrema necessidade Polícia Militar.
do serviço, de transferência para a inatividade, ou para com- § 3º O policial militar com direito a licença especial
primento de punição decorrente de transgressão disciplinar poderá optar pela percepção em caráter permanente, e uma
de natureza grave e em caso de baixa hospitalar, os policiais- gratificação de assiduidade, correspondente a 2% (dois por
-militares terão interrompido ou deixarão de gozar, na época cento) do soldo do seu posto ou graduação, respeitado o
prevista, o período de férias a que tiverem direito. (Nova limite de 15% (quinze por cento), com a integração da mesma
redação dada pela Lei n° 3446/1981) vantagem concedida anteriormente sob regime jurídico diverso.
§ 4º - Na impossibilidade do gozo de férias no ano se- (Nova redação dada pela Lei Complementar n° 139/1999)
guinte, pelos motivos previstos no parágrafo anterior, res- § 4º - (Revogado pela Lei C. n° 80/1996)
salvados os casos de transgressão disciplinar de natureza § 5º - A concessão de licença especial ou gratificação
grave, o período de férias não gozado será computado, dia de assiduidade é da competência do Comandante Geral da
a dia, em dobro, no momento da passagem do policial-mi- Polícia Militar.
litar para a inatividade e, nessa situação, para todos os efei- § 6º - A gratificação de assiduidade devida aos da ativa
tos legais. (Nova redação dada pela Lei n° 3446/1981) (vetado) da PM, prevista neste artigo, não é devida ao policial-
Art. 62 - Os policiais militares têm direito, ainda, aos militar que, após completado o decênio, tenha sido beneficiado
seguintes períodos de afastamento total de serviço, obe- pelo gozo de licença especial, pela remuneração percebida em
decidas as disposições legais e regulamentares, por motivo razão da opção ou pelo não afastamento do serviço, ou pela
de: contagem em dobro do período relativo à licença não gozada.
(Nova redação dada pela Lei n° 3917/1986)
I – núpcias: 8 (oito) dias;
§ 7º - (Vetado)”.
II – luto: até 8 (oito) dias;
Art. 66 - A licença para tratar de interesse particular é
III – instalação: até 10 (dez) dias; e
a autorização para afastamento total do serviço, concedida
IV – trânsito: até 30 (trinta) dias.
ao policial militar com mais de 10 (dez) anos de efetivo
Parágrafo único - O afastamento do serviço por motivo
serviço, que a requerer com aquela finalidade.
de núpcias ou de luto será concedido, no primeiro caso, se
§ 1º - A licença será sempre concedida com prejuízo da
solicitado por antecipação à data do evento e, no segundo
remuneração e da contagem de tempo de efetivo serviço.
caso, tão logo a autoridade a que estiver subordinado o
§ 2º - A concessão de licença para tratamento de
policial militar tenha conhecimento do óbito. interesse particular é regulada pelo Comandante Geral da
Art. 63 - As férias e os outros afastamentos menciona- Polícia Militar, de acordo com o interesse do serviço.
dos nesta Seção são concedidos com a remuneração pre- Art. 67 - As licenças poderão ser interrompidas a pedi-
vista na legislação específica e computadas como tempo do ou nas condições estabelecidas neste artigo.
de efetivo serviço para todos os efeitos legais. § 1º - A interrupção da licença especial e da licença
para tratar de interesse particular poderá ocorrer:
SEÇÃO IV a) em caso de mobilização e estado de guerra;
Das Licenças b) em caso de decretação de estado de sitio;
c) para cumprimento de sentença que importe na
Art. 64 - Licença é a autorização para afastamento to- restrição da liberdade individual;
tal do serviço, em caráter temporário, concedida ao policial d) para cumprimento de punição disciplinar, conforme
militar, obedecidas às disposições legais e regulamentares. regulado pelo Comandante Geral da Polícia Militar; e
§ 1º - A licença pode ser: e) em caso de pronúncia em processo, criminal ou
a) – especial; indicação em inquérito policial militar, a juízo da autoridade
b) – para tratar de interesse particular; que efetivou a pronúncia ou a indiciação.
c) – para tratamento de saúde de pessoa da família; e § 2º - A interrupção de licença para tratamento de
d) – para tratamento de saúde própria. saúde de pessoa da família, para cumprimento de pena
§ 2º - A remuneração do policial militar, quando em disciplinar que importe em restrição da liberdade individual
qualquer das situações de licença constantes do parágrafo será regulada na legislação da Polícia Militar.
anterior, será regulada em legislação específica.
Art. 65 - A licença especial é a autorização para afas- CAPÍTULO II
tamento total do serviço, relativa a cada decênio do tempo Das Prerrogativas
de efetivo serviço prestado, concedida ao policial militar que
a requerer, sem que implique em qualquer restrição para a Art. 68 - As prerrogativas dos policiais militares são
sua carreira. (Artigo com nova redação dada pela Lei n° constituídas pelas honras, dignidades e distinções devidas
3841/1986) aos graus hierárquicos e cargos.

9
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Parágrafo único - São prerrogativas dos policiais Art. 73 - O policial militar fardado tem as obriga-
militares: ções correspondentes ao uniforme que use e aos distin-
a) uso de título, uniformes, distintivos, insígnias tivos, emblemas ou às insígnias que ostente.
emblemas da Polícia Militar correspondente no posto ou Art. 74 - É vedado a qualquer elemento civil ou or-
graduação; ganizações civis usar uniformes ou ostentar distintivos,
b) honras, tratamento e sinais de respeito que lhes insígnias ou emblemas que possam ser confundidos
sejam assegurados em Leis e regulamentos; com os adotados na Polícia Militar.
c) cumprimentos de pena de prisão ou detenção em Parágrafo único - São responsáveis pela infração
organização policial militar da própria Corporação cujo das disposições deste artigo os diretores ou chefes
comandante chefe ou diretor tenha precedência hierárquica de repartições, organizações de qualquer natureza,
sobre o punido; e firma ou empregadores, empresas, institutos ou
d) julgamento em foro especial, nos crimes militares. departamentos que tenham adotado ou consentido
Art. 69 - Somente em caso de flagrante delito o poli-
que sejam usados uniformes ou ostentados distintivos,
cial militar poderá ser preso por autoridade policial, fican-
insígnias ou emblemas que ofereçam semelhança com
do esta obrigada a entregá-lo imediatamente à autoridade
os adotados na Polícia Militar ou que possam com eles
policial militar mais próxima, só podendo retê-lo na dele-
ser confundidos.
gacia ou posto policial, durante o tempo necessário à la-
vratura do flagrante.
§ 1º - Cabe ao Comandante Geral a iniciativa de TÍTULO IV
responsabilizar a autoridade policial que não cumprir o DAS DISPOSIÇÕES DIVERSAS
disposto neste artigo e que maltratar ou consentir que seja CAPÍTULO I
maltratado qualquer preso policial militar ou não lhe der o Das Situações Especiais
tratamento devido ao seu posto ou graduação. SEÇÃO I
§ 2º - Se, durante o processo em julgamento no foro Da Agregação
civil, houver perigo de vida para qualquer preso policial
militar, o Comandante Geral da Polícia Militar providenciará Art. 75 - A agregação é a situação na qual o policial
os entendimentos com a autoridade judiciária visando à militar da ativa deixa de ocupar vaga na escala hierár-
guarda dos pretórios ou tribunais por força policial militar. quica de seu Quadro, nela permanecendo sem número.
Art. 70 - Os policiais militares da ativa, no exercício de § 1º - O policial militar deve ser agregado quando:
funções policiais militares são dispensados do serviço de a) – for nomeado para cargo policial militar, policial
júri na Justiça Civil e do serviço na Justiça Eleitoral. ou, ainda, considerado de natureza policial militar ou
policial, em lei ou decreto, mesmo que não previsto nos
SEÇÃO ÚNICA Quadros de Organização da Polícia Militar;
Do Uso dos Uniformes da Polícia Militar b) aguardar transferência “ex-offício” para a reserva
remunerada, por ter sido enquadrado em quaisquer dos
Art. 71 - Os uniformes da Polícia Militar com seus dis- requisitos que a motivam;
tintivos, insígnias e emblemas, são privativos dos policiais c) for afastado, temporariamente, do serviço ativo
militares e representam o símbolo da autoridade policial por motivo de:
militar com as prerrogativas que lhe são inerentes. I – ter sido julgado incapaz temporariamente, após
Parágrafo único - Constituem crimes previstos um ano contínuo de tratamento; (Nova redação dada
na legislação específica o desrespeito aos uniformes,
pela Lei n° 3446/1981)
distintivos, insígnias e emblemas policiais militares, bem
II – ter sido julgado incapaz definitivamente,
como o seu uso por quem a eles não tiver direito.
enquanto tramita o processo de reforma; (Nova redação
Art. 72 - O uso dos uniformes com seus distintivos,
dada pela Lei n° 3446/1981)
insígnias e emblemas, bem como os. modelos, descrição,
composição, peças acessórias e outras disposições são es- III – haver ultrapassado um ano contínuo em licença
tabelecidas na regulamentação específica da Polícia Militar. para tratamento de saúde própria; (Nova redação dada
§ 1º - É proibido ao policial militar o uso dos uniformes: pela Lei n° 3446/1981)
a) em manifestação de caráter político-partidária; IV – haver ultrapassado 6 (seis) meses contínuos
b) no estrangeiro, quando em atividades não em licença para tratar de interesse particular; (Nova
relacionadas com a missão do policial militar, salvo quando redação dada pela Lei n° 3446/1981)
expressamente determinado ou autorizado; V – haver ultrapassado 6 (seis) meses contínuos
c) na inatividade, salvo para comparecer a solenidades em licença tratar de saúde de pessoa da família; (Nova
militares e policiais militares e, quando autorizado a redação dada pela Lei n° 3446/1981)
cerimônias cívicas comemorativas de datas nacionais ou a VI – ter sido considerado oficialmente extraviado;
atos sociais solenes de caráter particular. (Nova redação dada pela Lei n° 3446/1981)
§ 2º - Os policiais militares na inatividade, cuja conduta VII – haver sido esgotado o prazo que caracteriza
possa ser considerada como ofensiva à dignidade da classe, o crime de deserção previsto no Código Penal Militar,
poderão ser definitivamente proibidos de usar uniformes se oficial ou praça com estabilidade assegurada; (Nova
por decisão do Comandante Geral da Polícia Militar. redação dada pela Lei n° 3446/1981)

10
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

VIII – como desertor, ter-se apresentado TÍTULO IV


voluntariamente, ou ter sido capturado e reincluído a DAS DISPOSIÇÕES DIVERSAS
fim de se ver processar; (Nova redação dada pela Lei n° CAPÍTULO I
3446/1981) DAS SITUAÇÕES ESPECIAIS
IX – se ver processar, após, ficar exclusivamente à SEÇÃO I
disposição da Justiça Civil; (Nova redação dada pela Lei Da Agregação e da Cessão (Título IV acrescentado
n° 3446/1981) pela Lei Complementar nº 845/2016)
X – ter sido condenado à pena restritiva de liberdade
superior a 6 (seis) meses, em sentença passada em julgado, Art. 76 - A agregação se faz por ato do Governador
enquanto durar a execução ou até ser declarado indigno do Estado ou de autoridade a que tenham sido delegados
de pertencer à Polícia Militar ou com ela incompatível; poderes para isso.
(Nova redação dada pela Lei n° 3446/1981)
XI – ter passado à disposição de Secretaria de Estado, Parágrafo único - O policial militar agregado
de órgãos do Governo Federal e do Governo Estadual para ficará adido, para efeito de alterações e remuneração,
exercer função de natureza civil; (Nova redação dada pela à Organização Policial Militar que lhe for designada,
Lei n° 3446/1981) continuando a figurar no respectivo registro, sem número,
XII – ter sido nomeado para qualquer cargo púbico no lugar que até então ocupava, com a abreviatura “Ag” e
civil temporário, não eletivo, inclusive de administração anotações esclarecedoras de sua situação.
indireta; (Nova redação dada pela Lei n° 3446/1981) Art. 76-A. A remuneração do militar, em atividade
XIII – ter-se candidatado a cargo eletivo desde que fora do Poder Executivo do Estado, nas situações previstas
conte 5 (cinco) ou mais anos de efetivo serviço; e (Nova em lei ou decreto, ressalvada a hipótese prevista no art.
redação dada pela Lei n° 3446/1981) 76-B, parágrafo único, desta Lei, será ressarcida pelo
XIV – ter sido condenado à pena de suspensão do exercício órgão público ao qual o militar prestará serviços, salvo
do posto, graduação, cargo ou função prevista no Código se previsto no quadro organizacional ou se a cessão se
Penal Militar; (Nova redação dada pela Lei n° 3446/1981) der em função de contrapartida no âmbito de convênio
d) – o órgão competente para formalizar o respectivo celebrado na área de segurança pública com órgão do
processo tiver conhecimento oficial do pedido de Poder Executivo Federal. (NR) (Nova redação dada pela
transferência do policial-militar para a reserva. Lei Complementar nº 851/2017)
XV – ter sido condenado à pena de suspensão do Art. 76-B. É vedada a cessão ou o emprego de militar
exercício do posto, graduação, cargo ou função prevista no da ativa aos diversos órgãos da administração pública
Código Penal Militar. direta ou indireta das três esferas de Governo, bem como
§ 2º - O policial militar agregado de conformidade com aos Poderes Legislativo e Judiciário, ao Ministério Público e
as alíneas “a” e “b” do §1º continua a ser considerado, para ao Tribunal de Contas, salvo se houver previsão no quadro
todos os efeitos, como em serviço ativo. organizacional da corporação militar, se for hipótese de
§ 3º - A agregação do policial militar, a que se refere agregação prevista no art. 75 desta Lei, ou se a cessão se
a alínea “a” e os incisos XII e XIII da alínea “c” do §1º, é der em função de contrapartida no âmbito de convênio
contada a partir da data de posse no novo cargo até o celebrado na área de segurança pública com órgão do
regresso à Polícia Militar ou transferência ex-offício para a Poder Executivo Federal. . (Artigo 76-B acrescentado pela
reserva remunerada. Lei Complementar nº 845/2016)
§ 4º - A agregação do policial militar, a que se referem Parágrafo único. Fica autorizada a cessão de militar da
os incisos I, III, IV, V e X da alínea “c” do §1º é contada ativa ao Poder Judiciário e ao Ministério Público, por prazo
a partir do primeiro dia após os respectivos prazos e determinado, exclusivamente para atender a necessidades
enquanto durar o respectivo evento. específicas dessas instituições, observando-se para tanto a
§ 5º - A agregação do policial militar a que se refere a celebração de convênio e o seguinte quantitativo máximo:
alínea “b” e os incisos II, VI, VII, VIII, IX, XI e XV da alínea “c” I - até 20 (vinte) militares para atender ao Tribunal de
do §1º é contada a partir da data indicada no ato que torna Justiça;
público o respectivo evento. II - até 20 (vinte) militares para atender ao Ministério
§ 6º - A agregação de policial militar, a que se refere Público.” (NR) (Parágrafo único e incisos I e II do
o inciso XIV da alínea “c” do §1º é contada a partir da data artigo 76-B acrescentados pela Lei Complementar nº
do registro como candidato até sua diplomação ou seu 851/2017)
regresso à Polícia Militar, se não houver sido eleito.
§ 7º - O policial militar agregado fica sujeito às SEÇÃO II
obrigações disciplinares concernentes às suas relações com Da Reversão
outros policiais militares e autoridades civis, salvo quando
titular de cargo que lhe dê precedência funcional sobre Art. 77 - Reversão é o ato pelo qual o policial militar
outros policiais militares mais graduados ou mais antigos. agregado retorna ao respectivo Quadro, tão logo cesse o
§ 8º - O Poder Executivo, dentro de 60 (sessenta) dias, motivo que determinou a sua agregação, voltando a ocu-
baixará decreto disciplinando a agregação dos policiais par o lugar que lhe competir na respectiva escala numérica
militares nos termos desta lei. na primeira vaga que ocorrer.

11
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Parágrafo único - Em qualquer tempo poderá ser Parágrafo único - Decorrido o prazo mencionado
determinada a reversão do policial militar agregado, exceto neste artigo, serão observadas as formalidades previstas
nos casos previstos nos incisos I, II, III, VI, VII, VIII, XI, XIV e em legislação específica.
XV da alínea “c” do §1º do art. 75. Art. 81 - O policial militar é considerado desertor nos
Art. 78 - A reversão será efetuada mediante ato do casos previstos na legislação penal militar.
Governador do Estado ou de autoridades às quais tenham
sido delegados poderes para isso. SEÇÃO V
Do Desaparecimento e do Extravio
SEÇÃO III
Do Excedente Art. 82 - É considerado desaparecido o policial militar da
ativa que, no desempenho de qualquer serviço, em viagem,
Art. 79 - Excedente é a situação transitória a que, au- em operações policiais militares ou em caso de calamidade
tomaticamente, passa o policial militar que: pública, tiver paradeiro ignorado por mais de 8 (oito) dias.
I – tendo cessado o motivo que determinou a sua Parágrafo único - A situação de desaparecimento só
agregação, reverta ao respectivo Quadro, estando com seu será considerada quando não houver indício de deserção.
efetivo completo: Art. 83 - O policial militar que, na forma do artigo an-
II – aguarda a colocação a que faz jus na escala terior, permanecer desaparecido por mais de 30 (trinta)
hierárquica, após haver sido transferido de Quadro, estando dias, será oficialmente considerado extraviado.
o mesmo com seu efetivo completo;
III – é promovido por bravura, sem haver vaga; CAPÍTULO II
IV – é promovido indevidamente; Do Desligamento ou Exclusão do Serviço Ativo
V – sendo o mais moderno na respectiva escala
hierárquica, ultrapassa o efetivo do seu Quadro, em virtude Art. 84 - O desligamento ou exclusão do serviço ativo
de promoção de outro policial militar em ressarcimento de da Polícia Militar é feito em conseqüência de:
I – transferência para a reserva remunerada;
preterição;
II – reforma;
VI – tendo cessado o motivo que determinou sua
III – demissão;
reforma por incapacidade definitiva, retorna ao respectivo
IV – perda de posto e patente;
Quadro, estando com seu efetivo completo.
V – licenciamento;
§ 1º - O policial militar cuja situação é de excedente,
VI – exclusão a bem da disciplina;
salvo o indevidamente promovido, ocupa a mesma
VII – deserção;
posição relativa, em antiguidade, que lhe cabe na escala
VIII – falecimento;
hierárquica, com abreviatura “Excd” e receberá o número
IX – extravio.
que lhe competir, em conseqüência da primeira vaga que Parágrafo único - O desligamento do serviço ativo
se verificar. será processado após a expedição de ato do Governador do
§ 2º - O policial militar, cuja situação é de excedente, é Estado, ou de autoridades as quais tenham sido delegados
considerado como em efetivo serviço para todos os efeitos poderes para isso.
e concorre, respeitados os requisitos legais, em igualdade Art. 85 - A transferência para a reserva remunerada
de condições e sem nenhuma restrição, a qualquer cargo ou a reforma não isentam o policial militar da indenização
policial militar, bem como à promoção. dos prejuízos causados à Fazenda Estadual ou a terceiros,
§ 3º - O policial militar promovido por bravura sem nem de pagamento das pensões decorrentes de sentença
haver vaga, ocupará a primeira vaga aberta, deslocando o judicial.
princípio de promoção a ser seguido para a vaga seguinte. Art. 86 - O policial militar da ativa, enquadrado em um
§ 4º - O policial militar promovido indevidamente dos incisos I, II e V do art. 84, ou demissionário a pedido,
só contará antiguidade e receberá o número que lhe continuará no exercício de suas funções até ser desligado
competir na escala hierárquica quando a vaga que deverá da Organização Policial Militar em que serve.
preencher corresponder ao princípio pelo qual deveria ter Parágrafo único - O desligamento da Organização
sido promovido, desde que satisfaça os requisitos para Policial Militar em que serve deverá ser feito após a
promoção. publicação no Diário Oficial ou em Boletim, do ato oficial
correspondente, e não poderá exceder de 45 (quarenta e
SEÇÃO IV cinco) dias da data da primeira publicação oficial.
Do Ausente e do Desertor
SEÇÃO I
Art. 80 - É considerado ausente o policial militar que Da Transferência para a Reserva Remunerada
por mais de 24 (vinte e quatro) horas consecutivas:
I – deixar de comparecer à sua organização policial Art. 87 - A passagem do Policial Militar à situação de
militar sem comunicar qualquer motivo de impedimento; inatividade, mediante transferência para a Reserva Remune-
II – ausentar-se sem licença da Unidade onde serve ou rada, se verificará “ex-ofício” ao completar 30 (trinta) anos
local onde deve permanecer. de serviço.(Nova redação dada pela Lei n° 4010/1987)

12
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Parágrafo único. Não sendo ocupante do último posto b) somente poderá ser promovido por Antigüidade;
da hierarquia do seu Quadro, o Militar Estadual que completar c) o tempo de serviço é contado apenas para aquela
30 (trinta) anos de efetivo serviço prestado à corporação, promoção e para a transferência para a inatividade.
não computando nesta contagem de tempo, averbações a Art. 90 - Aos Oficiais do QOCPM (Quadro de Oficiais
qualquer título, será promovido ao posto imediatamente Capelães Policiais Militares) que atingirem a idade de 60
superior, antes de sua transferência para a reserva (sessenta) anos ou incidirem no caso previsto no inciso 11
remunerada. (Acrescentado pela Lei Complementar n° do art. 89 deste Estatuto, fica assegurada a transferência
212/2001) ex-offício para a reserva remunerada, com direitos e vanta-
gens previstos na legislação policial militar.
Art. 88 - (Revogado pela Lei n° 4010/1987) Art. 91 - Fica assegurado aos oficiais advogados do
Art. 89 - A transferência para a reserva remunerada, Quadro Técnico (em extinção) lotados na Consultoria Jurí-
ex-offício, verificar-se-á sempre que o policial militar incidir dica da Polícia Militar, o direito de promoção até o último
nos seguintes casos: posto previsto na hierarquia policial militar:
I – (Nova redação dada pela Lei Complementar Parágrafo único - Vetado.
n° 212/2001 e Revogado pela Lei Complementar n° Art. 92 - O oficial da reserva remunerada poderá ser
321/2005) convocado para o serviço ativo por ato do Governador
a) (Nova redação dada pela Lei Complementar do Estado para compor Conselho de Justificação, para ser
n° 212/2001 e Revogado pela Lei Complementar n° encarregado de Inquérito Policial Militar ou incumbido de
321/2005) outros procedimentos administrativos, na falta de oficial da
b) (Nova redação dada pela Lei Complementar ativa em situação hierárquica compatível com a do oficial
n° 212/2001 e Revogado pela Lei Complementar n° envolvido.
321/2005) § 1º - O oficial convocado nos termos deste artigo
II (Revogado pela Lei n° 4010/1987) terá os direitos e deveres dos da ativa de igual situação
III – oficial considerado não habilitado para o acesso, hierárquica, exceto quanto à promoção, a que não
em caráter definitivo, no momento em que vier a ser objeto concorrerá, e contará como acréscimo esse tempo de
de apreciação para ingresso em Quadro de acesso; serviço.
IV – ultrapassar 2 (dois) anos contínuos ou não em § 2º - A convocação de que trata este artigo, terá a
licença para tratar de interesse particular; duração necessária ao cumprimento da atividade que a
V – ultrapassar 2 (dois) anos contínuos. Em licença para ela deu origem, não devendo ser superior ao prazo de 12
tratamento de saúde de pessoa de sua família; (doze) meses, dependerá da anuência do convocado e será
VI – ser empossado em cargo público permanente precedida de inspeção de saúde.
estranho à sua carreira, cujas funções sejam de magistério; Art. 92-A. Os militares, praças e oficiais da
VII – ultrapassar 2 (dois) anos de afastamento, contínuos reserva remunerada poderão retornar ao serviço ativo,
ou não, agregado em virtude de ter sido empossado em voluntariamente, mediante convocação por ato do
cargo público civil temporário, não eletivo, inclusive de Secretário de Estado da Segurança Pública e Defesa Social,
administração indireta; e para atuar prestando serviços de natureza policial ou militar,
VIII – ser diplomado em cargo eletivo na forma da em jornada semanal de 40 (quarenta) horas. (Acrescentado
alínea “b” do parágrafo único do art. 50. pela Lei Complementar n° 617/2012)
§ 1º - A transferência para a reserva processar-se-á à § 1º O militar da reserva remunerada, convocado nos
medida que o policial militar for enquadrado em um dos termos deste artigo, não integrará o quadro de militares da
incisos deste artigo. ativa; não concorrerá às promoções, exceto post-mortem;
§ 2º -. (Revogado pela Lei n° 4010/1987) submeter-se-á às regras e deveres da disciplina e hierarquia
§ 3º - A transferência para a reserva remunerada do militar.
policial militar, enquadrado no inciso VI, será efetivada § 2º Os praças convocados na forma deste artigo não
no posto ou graduação que tinha na ativa, podendo poderão ser empregados nos tipos e/ou processos de
acumular os proventos a que fizer jus na inatividade com patrulhamento ostensivo e nas atividades de combate a
remuneração do cargo para que foi nomeado. incêndios, salvo prestando serviço:
§ 4º - A nomeação do policial militar para os cargos I - de proteção e escolta de agentes públicos;
públicos de que tratam os incisos VI e VII somente poderá II - de segurança de perímetro e interior de instalações
ser feita: de serviços públicos;
a) pela autoridade federal competente, mediante III - de guarda de organização militar estadual;
requisição do Governador do Estado, quando o cargo for IV - em atividades administrativas em geral nas
da alçada federal; organizações militares estaduais;
b) pelo Governador do Estado ou mediante sua V - de busca e salvamento, em casos de calamidade
autorização, nos demais casos. pública. (§ 2º e incisos do artigo 92-A nova redação
§ 5º - Enquanto permanecer no cargo de que trata o dada pela Lei Complementar nº 871/2017)
item VII: § 3º Os oficiais convocados na forma deste artigo não
a) é-lhe assegurada a opção entre o vencimento do poderão exercer cargo ou função, devendo ser designados
cargo e a remuneração do posto ou da graduação; para prestação de serviços:

13
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

I - em comissão, encargo ou missão; Art. 97 - A incapacidade definitiva pode sobrevir em


II - em atividades administrativas em geral nas conseqüência de:
organizações militares estaduais; I – ferimento recebido em operações policiais militares
III - de supervisão e coordenação das atividades ou na manutenção da ordem pública ou enfermidade
previstas nos incisos I, II e V do § 2º deste artigo. . (§ 3º contraída nessa situação, ou que nela tenha sua causa
e incisos do artigo 92-A nova redação dada pela Lei eficiente;
Complementar nº 871/2017) II – acidente em serviço;
§ 4º O militar da reserva remunerada poderá ser III – doença, moléstia ou enfermidade adquirida com
convocado e cedido para órgão público Federal, Estadual relação de causa a condições inerente ao serviço;
ou Municipal, para prestação de atividades previstas neste IV – tuberculose ativa, alienação mental, neoplasia
artigo, desde que sem ônus para a corporação cedente, maligna, cegueira, lepra, paralisia irreversível e
com exceção da compra de munição, observando-se para incapacitante, cardiopatia grave, mal de Parkinson, pênfigo,
tanto a celebração de convênio.” (NR) (Nova redação espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave e outras
dada pela Lei Complementar nº 851/2017) moléstias que a Lei indicar com base nas conclusões da
Art. 93 - A transferência do policial militar para a reser- medicina especializada;
va remunerada pode ser dispensa na vigência do estado de V – acidente ou doença, moléstia ou enfermidade sem
guerra, estado de sítio ou em caso de mobilização. relação de causa e feito com o serviço.
§ 1º - Os casos de que tratam os, itens I, II e III deste
SEÇÃO II artigo serão provados por atestado de origem ou inquérito
Da Reforma sanitário de origem, sendo os termos de acidente, baixa
ao hospital, papeleta de tratamento nas enfermarias e
Art. 94 - A passagem do policial militar à situação de hospitais, e os registros de baixa utilizados como meios
inatividade, mediante reforma, somente se dará ex-offício. subsidiários para esclarecer a situação.
Art. 95 - A reforma ex-offício será aplicada ao policial § 2º - Nos casos de tuberculose, as Juntas de Saúde
militar que: deverão basear seus julgamentos, obrigatoriamente, em
I - atingir 65 anos de idade: (Nova redação dada pela observações clínicas acompanhadas de repetidos exames
Lei Complementar n° 212/2001) subsidiários, de modo a comprovar, com segurança, a
a) para oficial superior, 64 anos; atividade de doença, após acompanhar sua evolução
b) para capitão e oficial subalterno, 60 anos; e até 3 (três) períodos de 6 (seis) meses de tratamento
c) para praças, 56 anos; clínico-cirúrgico metódico, atualizado e, sempre que
II – for julgado incapaz, definitivamente; para o serviço necessário, nosocomial, salvo quando se tratar de formas
ativo da Polícia Militar “grandemente avançadas” no conceito clínico e sem
III – estiver agregado por mais de 2 (dois) anos por qualquer possibilidade de regressão completa, as quais
ter sido julgado incapaz temporariamente, mediante terão parecer imediato de incapacidade definitiva.
homologação de Junta Superior de Saúde, ainda mesmo § 3º - O parecer definitivo a adotar, nos casos de
que se trate de moléstia curável; tuberculose, para os portadores de lesões aparentemente
IV – for condenado à pena de reforma prevista no inativas, ficará condicionado a um período de consolidação
Código Penal Militar, por sentença passada em julgado; extra-nosocomial, nunca inferior a 6 (seis) meses, contados
V – sendo oficial, a tiver determinada pelo Tribunal a partir da época da cura.
de Justiça do Estado, em julgamento por ele efetuado, § 4º - Considera-se alienação mental todo caso de
em conseqüência do Conselho de Justificação a que foi distúrbio mental ou neuro-mental grave persistente, no qual,
submetido; e esgotados os meios habituais de tratamento, permaneça
VI – sendo Aspirante a Oficial PM ou praça com alteração completa ou considerável na personalidade,
estabilidade assegurada, for para tal indicado, ao destruindo a autodeterminação do pragmatismo e tornando
Comandante Geral da Polícia Militar, em julgamento de o indivíduo total e permanentemente impossibilitado para
Conselho de Disciplina. qualquer trabalho.
Parágrafo único - O policial militar reformado na forma § 5º - Ficam excluídas do conceito de alienação mental
dos itens V ou VI só poderá readquirir a situação militar as epilepsias psíquicas e neurológicas, assim julgadas pelas
anterior, respectivamente, por outra sentença do Tribunal Juntas de Saúde.
de Justiça do Estado e nas condições nela estabelecidas ou § 6º - Considera-se paralisia todo caso de neuropatia
por decisão do Comandante Geral da Polícia Militar. grave e definitiva que afeta a motilidade, sensibilidade,
Art. 96 - Anualmente, no mês de fevereiro, o órgão de troficidade e demais funções nervosas, no qual, esgotados
pessoal de Polícia Militar organizará a relação dos policiais os meios habituais de tratamento, permaneçam distúrbios
militares que houverem atingido a idade limite de perma- graves, extensos e definitivos que tornem o indivíduo
nência na reserva, a fim de serem reformados. total e permanentemente impossibilitado para qualquer
Parágrafo único - A situação de inatividade do policial trabalho.
militar da reserva remunerada, quando reformado por § 7º - São também equiparados às paralisias os casos
limite de idade, não sofre solução de continuidade, exceto de afecção ósteo-músculo-articulares graves e crônicos
quanto às condições de mobilização. (reumatismos graves e crônicos ou progressivos e doenças

14
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

similares), nos quais esgotados, os meios habituais de Art. 102 - O policial militar reformado por alienação
tratamento, permaneçam distúrbios extensos e definitivos, mental, enquanto não ocorrer à designação judicial do
quer ósteo-músculo-articulares residuais, quer secundários curador, terá sua remuneração paga aos seus beneficiários,
das funções nervosas, motilidade, troficidade ou demais desde que estes o tenham sob sua guarda e responsabili-
funções que tornem o indivíduo total e permanentemente dade e lhe dispensem tratamento humano e condigno.
impossibilitado para qualquer trabalho. § 1º - A interdição judicial do policial militar reformado
§ 8º - São equiparados à cegueira, não só os casos de por alienação mental deverá ser providenciada junto ao
afecções crônicas progressivas e incuráveis que conduzirão Ministério Público, por iniciativa dos beneficiários, parentes
à cegueira total, como também os de visão rudimentar que ou responsáveis, até 60 (sessenta) dias a contar da data do
apenas permitam a percepção de vultos, não suscetíveis ato da reforma.
de correção por lentes, nem removíveis por tratamento § 2º - A interdição judicial do policial militar e seu
médico-cirúrgico. internamento em instituição apropriada, policial militar ou
Art. 98 - O policial militar da ativa julgado incapaz defi- não, deverão ser providenciados pelo Comandante Geral
nitivamente por um dos motivos constantes dos itens I, II, III e da Corporação, quando:
IV do art. 97, será reformado com qualquer tempo de serviço. a) não houver beneficiários, parentes ou responsáveis;
Art. 99 - O policial militar da ativa julgado incapaz de- b) não forem satisfeitas as condições de tratamento
finitivamente por um dos motivos constantes do item I do exigidas neste artigo.
art. 97, será reformado com remuneração calculada com § 3º - Os processos e os atos de registros de interdição
base no soldo correspondente ao grau hierárquico imedia- do policial militar terão andamento sumário, serão
to ao que possuir na ativa. instruídos com laudo proferido por Junta de Saúde e
§ 1º - Aplica-se o disposto neste artigo aos casos isentos de custas.
previstos nos itens II, III e IV do art. 97 quando, verificada Art. 103 - Para fins de previsto na presente Seção, as
a incapacidade definitiva, for o policial militar considerado praças especiais, constantes do quadro a que refere o art.
inválido, isto é, impossibilitado total e permanentemente 13, são consideradas:
I – 2º Tenente PM, os Aspirantes a Oficiais PM;
para qualquer trabalho.
II – Aspirante a Oficial PM, os Alunos Oficiais PM;
§ 2º - Considera-se, para efeito deste artigo, grau
III – 3º Sargento PM; os Alunos de Cursos de Formação
hierárquico imediato:
de Sargentos PM;
a) o de 1º Tenente PM para Aspirante a Oficial PM;
IV – Cabo PM, os Alunos do Curso de Formação de
b) o de 2º Tenente PM, para Subtenente PM, 1º
Soldados PM.
Sargento PM, 2º Sargento PM e 3º Sargento PM;
c) o de 3º Sargento PM para Cabo PM e Soldado PM.
SEÇÃO II
§ 3º - Aos benefícios previstos neste artigo e seus Da demissão, da Perda do Posto e da Patente e da
parágrafos, poderão ser acrescidos outros relativos à Declaração de Indignidade ou Incompatibilidade com
remuneração, estabelecidos em Leis específicas, desde que o Oficialato
o policial militar, ao ser reformado, já satisfaça às condições
por elas exigidas. Art. 104 - A demissão da Polícia Militar aplicada exclu-
§ 4º - Vetado. sivamente aos Oficiais, se efetua;
Art. 100 - O policial militar da ativa julgado incapaz I – a pedido;
definitivamente por um dos motivos constantes do item V II – ex-offício.
do art. 97, será reformado: Art. 105 - A demissão a pedido será concedida me-
a) com remuneração proporcional ao tempo de serviço, diante requerimento do interessado:
se oficial ou praça com estabilidade assegurada; I – sem indenização aos cofres públicos, quando contar
b) com remuneração calculada com base no soldo mais de 5 (cinco) anos de oficialato na PM;
integral do posto ou graduação desde que, com qualquer II – com indenização das despesas feitas pelo Estado
tempo de serviço, seja considerado inválido, isto é, com a sua preparação e formação quando conter menos
impossibilitado total e permanentemente para qualquer de 5 (cinco) anos de oficialato.
trabalho. § 1º - No caso de o oficial ter feito qualquer curso ou
Art. 101 - O policial militar reformado por incapacidade estágio de duração igual ou superior a 6 (seis) meses e
definitiva que for julgado apto em inspeção de saúde por inferior ou igual a 18 (dezoito) meses, por conta do Estado
Junta Superior, em grau de recurso ou revisão, poderá retor- e não tendo decorrido mais de 3 (três) anos de seu término,
nar ao serviço ativo ou ser transferido para a reserva remu- a demissão só será concedida mediante indenização de
nerada, conforme dispuser regulamentação específica. todas as despesas correspondentes ao referido curso ou
§ 1º - O retorno ao serviço ativo ocorrerá se o tempo estágio acrescidas, se for o caso, das previstas no item II
decorrido na situação de reformado não ultrapassar 2 (dois) deste artigo e das diferenças de vencimentos.
anos e na forma do disposto no parágrafo 1º do art. 79. § 2º - No caso de o oficial ter feito qualquer curso ou
§ 2º - A transferência para a reserva remunerada, estágio de duração superior a 18 (dezoito) meses, por conta
observado o limite de idade para a permanência nessa do Estado, aplicar-se-á o disposto no parágrafo anterior se
reserva, ocorrerá se o tempo transcorrido na situação de ainda não houver decorrido mais de 5 (cinco) anos de seu
reformado ultrapassar 2 (dois) anos. término.

15
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

§ 3º - O oficial demissionário a pedido não terá direito a) por conclusão de tempo de serviço;
a qualquer remuneração, sendo a sua situação militar b) por conveniência do serviço; e
definida pela Lei do Serviço Militar. c) a bem da disciplina.
§ 4º - O direito à demissão a pedido pode ser suspenso § 3º - O policial militar licenciado não terá direito a
na vigência de estado de guerra, calamidade pública, qualquer remuneração e sua situação militar será definida
perturbação da ordem interna, estado de sítio ou em caso pela Lei do Serviço Militar.
de mobilização. § 4º - O licenciado ex-offício a bem da disciplina
Art. 106 - O oficial da ativa empossado em cargo pú- receberá o certificado de isenção do serviço militar previsto
blico permanente, estranho a sua carreira e cuja função não na Lei do Serviço Militar.
seja de magistério, será, imediatamente, mediante demis- § 5º - O tempo de serviço relativo a engajamento e
são ex-offício por esse motivo, transferido para a reserva, reengajamento é de quatro anos, cada. (Acrescentado pela
onde ingressará com o posto que possuía na ativa, não Lei n° 3865/1986)
podendo acumular qualquer provento de inatividade ao Art. 111 - O Aspirante a Oficial PM e as demais praças
vencimento do cargo público permanente. empossados em cargo público permanente estranho a sua
Art. 107 - O oficial que houver perdido o posto e a carreira e cuja função não seja de magistério serão, imedia-
patente será demitido ex-offício sem direito a qualquer tamente licenciados ex-offício, sem remuneração e terão
remuneração ou indenização e terá a sua situação militar sua situação militar definida pela Lei do Serviço Militar.
definida pela Lei do Serviço Militar. Art. 112 - O direito ao licenciamento a pedido poderá
Art. 108 - O oficial perderá o posto e a patente se for ser suspenso na vigência do estado de guerra, calamidade
declarado indigno do oficialato, ou com ele incompatível pública, perturbação da ordem interna, estado de sítio ou
por decisão do Tribunal de Justiça do Estado, em decorrên- em caso de mobilização.
cia do julgamento a que for submetido.
Parágrafo único - O Oficial declarado indigno do SEÇÃO V
oficialato, ou com ele incompatível, e condenado à perda Da Exclusão da Praça a Bem da Disciplina
de posto e patente, só poderá readquirir a situação militar
anterior por outra sentença do Tribunal de Justiça do Art. 113 - A exclusão a bem da disciplina será aplicada
Estado e nas condições nela estabelecidas. ex-offício ao Aspirante a Oficial PM e às praças com esta-
Art. 109 - Fica sujeito à declaração de indignidade bilidade assegurada:
para o oficialato, ou incompatibilidade com o mesmo por I – sobre os quais houver pronunciado tal sentença
julgamento do Tribunal de Justiça do Estado, o oficial que: o Conselho Permanente de Justiça, por haverem sido
I – for condenado, por Tribunal Civil ou Militar, a pena condenados em sentença passada em julgado, por aquele
restritiva de liberdade individual superior a 2 (dois) anos, Conselho ou Tribunal Civil, a pena restrita de liberdade
em decorrência de sentença condenatória passada em individual superior a 2 (dois) anos ou nos crimes previstos
julgado: na legislação especial concernentes à Segurança Nacional,
II – for condenado, por sentença passada em julgado à pena de qualquer duração;
por crimes para os quais o Código Penal Militar comina II – sobre os quais houver pronunciado tal sentença o
essas penas acessórias e por crimes previstos na Legislação Conselho Permanente de Justiça, por haverem perdido a
especial concernentes à Segurança Nacional; nacionalidade brasileira;
III – incidir nos casos previstos em Lei específica, que III – que incidirem nos casos que motivarem o
motivem o julgamento por Conselho de Justificação e julgamento pelo Conselho de Disciplina previsto no art. 47
neste for considerado culpado; e neste forem considerados culpados.
IV – houver perdido a nacionalidade brasileira. Parágrafo único - O Aspirante a Oficial PM ou praça com
estabilidade assegurada que houver sido excluído a bem da
SEÇÃO IV disciplina, só poderá readquirir a situação militar anterior:
Do Licenciamento a) por outra sentença do Conselho Permanente de
Justiça e nas condições nela estabelecidas, se a exclusão
Art. 110 - O licenciamento do serviço ativo se efetua: for em conseqüência de sentença daquele Conselho.
I – a pedido; e b) por decisão do Comandante Geral de PM, se a
II – ex-offício. exclusão for em conseqüência de ter sido julgado culpado
§ 1º - O licenciamento a pedido poderá ser concedido, em Conselho de Disciplina.
uma vez que não haja prejuízo para o serviço, a praça que Art. 114 - É da competência do Comandante Geral da
tenha completado o tempo inicial obrigatório, de dois anos, PM o ato de exclusão a bem da disciplina do Aspirante e
contado da incorporação, ou que, estando engajado ou Oficial PM bem como das praças com estabilidade asse-
reengajado conte, no mínimo, a metade do tempo de serviço gurada.
a que se obrigou a servir. (Nova redação dada pela Lei n° Art. 115 - A exclusão da praça a bem da disciplina
3865/1986) acarreta a perda do seu grau hierárquico e não a isenta das
§ 2º - O licenciamento ex-offício será feito na forma indenizações dos prejuízos causados à Fazenda do Estado
do Regulamento Disciplinar da Polícia Militar, da Lei do ou a terceiros, nem das pensões decorrentes de sentença
Serviço Militar e do seu Regulamento: judicial.

16
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Parágrafo único - A praça excluída a bem da CAPÍTULO III


disciplina não terá direito a qualquer remuneração ou Do Tempo de Serviço
indenização e sua situação militar será definida pela Lei
do Serviço Militar. Art. 120 - Os policiais militares começam a contar
tempo de serviço na Polícia Militar a partir da data de sua
SEÇÃO VI inclusão na Polícia Militar, matrícula em órgão de formação
Da Deserção de policiais militares ou nomeação para o posto ou gra-
duação na Polícia Militar.
Art. 116 - A deserção do policial militar acarreta uma § 1º - Considera-se como data de incorporação, para
interrupção do serviço policial militar com a consequente fins deste artigo;
demissão ex-offício, para o oficial, ou exclusão do serviço a) a data do ato em que o voluntário é considerado
ativo, para a praça. incluído na Polícia Militar ou a ela incorporado;
§ 1º - A demissão do oficial ou a exclusão de praça b) a data de matrícula em órgão de formação de
com estabilidade assegurada processar-se-á após um ano policiais militares;
de agregação se não houver captura ou apresentação vo- c) a data de apresentação pronto para o serviço no
luntária antes deste prazo. caso de nomeação.
§ 2º - A praça sem estabilidade assegurada será § 2º - O policial militar reincluído recomeça a contar
automaticamente excluída após oficialmente declarada tempo de serviço da data de sua reinclusão.
desertora. § 3º - Quando, por motivo de força maior, oficialmente
§ 3º - O policial militar desertor que for capturado reconhecido (incêndio, inundação, naufrágio, sinistro aéreo
ou se apresentar voluntariamente, depois de haver sido e outras calamidades), faltarem dados para a contagem
demitido ou excluído, será reincluído no serviço ativo e a de tempo de serviço, caberá ao Comandante Geral da
seguir agregado pare se ver processar. PM arbitrar o tempo e ser computado, para cada caso
§ 4º - A reinclusão em definitivo do policial militar de particular, de acordo com os elementos disponíveis.
Art. 121 - Na apuração do tempo de serviço militar,
que trata o parágrafo anterior dependerá de sentença do
será feita distinção entre:
Conselho de Justificação.
I – tempo de efetivo serviço; e
II – anos de serviço.
SEÇÃO VII
Art. 122 - Tempo de efetivo serviço é o espaço de tem-
Do Falecimento e do Extravio
po computado dia a dia entre a data de incorporação e
a data limite estabelecida para a contagem ou a data do
Art. 117 - O falecimento do policial militar da ativa
desligamento do serviço ativo, mesmo que tal espaço de
acarreta interrupção do serviço policial militar, com o
tempo seja parcelado.
consequente desligamento ou exclusão do serviço ativo, § 1º - Será também computado como tempo de efetivo
a partir da data da ocorrência do óbito. serviço o tempo passado dia a dia pelo policial militar na
Art. 118 - O extravio de policial militar de ativa acar- reserva remunerada que for convocado para o exercício de
reta interrupção do serviço policial militar com o conse- funções policiais militares na forma do art. 92.
quente afastamento temporário do serviço ativo, a partir § 2º - Não serão deduzidos do tempo de efetivo serviço,
da data em que o mesmo for oficialmente considerado além dos afastamentos previstos no art. 63, os períodos em
extraviado. que o policial militar estiver afastado do exercício de suas
§ 1º - O desligamento do serviço ativo será feito 6 funções em gozo de licença especial.
(seis) meses após a agregação por motivo de extravio. § 3º - Ao tempo de efetivo serviço de que tratam este
§ 2º - Em caso de naufrágio, sinistro aéreo, catástrofe, artigo e parágrafos anteriores, apurado e totalizado em
calamidade pública ou outros acidentes oficialmente dias, será aplicado o divisor 365 (trezentos e sessenta e
reconhecidos, o extravio ou desaparecimento do policial cinco) para a correspondente obtenção dos anos de efetivo
militar da ativa será considerado como falecimento, para serviço.
fins deste Estatuto, tão logo sejam esgotados os prazos § 4º. (Revogado pela Lei n° 3446/1981)
máximos de possível sobrevivência ou quando se dêem Art. 123 - “Anos de serviço” é a expressão que designa
por encerradas as providências de salvamento. o tempo de efetivo serviço a que se referem o art. 122 e seus
Art. 119 - O reaparecimento do policial militar ex- parágrafos, com os seguintes acréscimos: (Artigo com nova
traviado ou desaparecido, já desligado do serviço ativo, redação dada pela Lei n° 3841/1986)
resulta em sua reinclusão e nova agregação, enquanto se I – tempo de serviço público federal, estadual ou
apuram as causas que deram origem ao seu afastamento. municipal, prestado pelo policial militar anteriormente a sua
Parágrafo único - O policial militar reaparecido será incorporação, matrícula, nomeação ou reinclusão na Polícia
submetido a Conselho de Justificação ou a Conselho de Militar;
Disciplina, por decisão do Comandante Geral da PM, se e II – 1 (um) ano para cada 5 (cinco) anos de tempo de
assim for julgado necessário. serviço prestado pelo oficial do Quadro ou Serviço de Saúde
que possuir curso universitário, até que este acréscimo
complete o total de anos de duração normal correspondente

17
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

ao referido curso, sem superposição a qualquer tempo de em órgão de administração indireta) entre si, nem com os
serviço, militar ou público eventualmente prestado durante acréscimos de tempo, para os possuidores de curso uni-
a realização deste mesmo curso; versitário, nem com o tempo de serviço computável após a
III – tempo relativo a férias não gozadas, contado em dobro; incorporação em Organização Policial Militar, matrícula em
IV – tempo de serviço público estadual prestado órgão de formação de policiais militares ou nomeação para
exclusivamente ao Governo do Estado do Espírito Santo. posto ou graduação na Polícia Militar.
§ 1º - Os acréscimos a que se referem o item I serão Parágrafo único - (Nova redação dada pela Lei
computados somente no momento da passagem do servidor n° 4568/1991 e Revogado pela Lei Complementar n°
militar à situação de inatividade e para esse fim. (Nova re- 139/1999)
dação dada pela Lei n° 4817/1993)
§ 2º - Os acréscimos a que se referem os itens II, III e IV, CAPÍTULO IV
serão computados somente no momento da passagem do Do Casamento
servidor militar á situação de inatividade e neste caso, para
todos os fins e efeitos legais, inclusive Gratificação Adicio- Art. 129 - O policial militar da ativa pode contrair ma-
nal por Tempo de Serviço e Assiduidade. (Nova redação trimônio, desde que observada a legislação civil específica.
dada pela Lei n° 4817/1993) § 1º - É vedado o casamento ao Aluno Oficial PM
§ 3º - Não é computável, para efeito algum, o tempo: e demais praças, enquanto estiverem sujeitos aos
a. que ultrapassar de 1 (um) ano, contínuo ou não, em regulamentos dos órgãos de formação de oficiais, de
licença para tratamento de saúde de pessoa da família; graduados ou de praças cujos requisitos para admissão
b. passado em licença para tratar de interesse particular; exijam a condição de solteiro, salvo em casos excepcionais
c. passado como desertor; a critério do Comandante Geral da PM.
d. decorrido em cumprimento de pena de suspensão do § 2º - O casamento com mulher estrangeira somente
exercício do posto, graduação, cargo ou função por sentença poderá ser realizado após a autorização do Comandante
passado em julgado; e Geral de PM.
e) decorrido em cumprimento de pena restritiva da Art. 130 - O Aluno Oficial PM e demais praças que
liberdade, por sentença passada em julgado, desde que contraírem matrimônio em desacordo com o § 1º do artigo
não tenha sido concedida suspensão condicional da pena, anterior serão excluídos sem direito a qualquer remunera-
quando então o tempo que exceder ao período da pena ção ou indenização.
cumprida será computado para todos os efeitos, caso as
condições estipuladas na sentença não o impeçam. CAPÍTULO V
f) passado como convocado nos termos do artigo 92-A Das Recompensas e das Dispensas do Serviço
acrescentado por esta Lei Complementar. (NR) (Nova
redação dada pela Lei Complementar n° 617/2012) Art. 131 - As recompensas constituem reconhecimen-
Art. 124 - O tempo que o policial militar passou ou vier to dos bons serviços prestados pelos policiais militares.
a passar afastado do exercício de suas funções, em conse- § 1º - São recompensas policiais militares:
qüência de ferimentos recebidos em acidente, quando em a) prêmio de Honra ao Mérito;
serviço, em operações policieis militares e manutenção da b) condecorações por serviços prestados;
ordem pública, ou de moléstia adquirida no exercício de c) elogios, louvores e referências elogiosas;
qualquer função policial militar será computado como se d) dispensas de serviço.
ele o tivesse passado no exercício efetivo daquelas funções. § 2º - As recompensas serão concedidas de acordo
Art. 125 - O tempo de serviço passado pelo policial com as normas estabelecidas nas leis e regulamentos da
militar no exercício de atividades decorrentes ou depen- Polícia Militar.
dentes de operações de guerra será regulado em legisla- Art. 132 - As dispensas de serviço são autorizações
ção específica. concedidas aos policiais militares para afastamento total
Art. 126 - O tempo de serviço dos policiais militares do serviço em caráter temporário.
beneficiados por anistia será contado como estabelecer o Art. 133 - As dispensas de serviço podem ser concedi-
ato legal que a conceder. das aos policiais militares:
Art. 127 - A data limite estabelecida para final da con- I – como recompensa;
tagem dos anos de serviço para fins de passagem para a II – para desconto em férias; e
inatividade será a do desligamento do serviço ativo. III – em decorrência de prescrição médica.
Parágrafo único - A data limite não poderá exceder Parágrafo único - As dispensas de serviços serão
de 45 (quarenta e cinco) dias, dos quais o máximo de 15 concedidas com a remuneração integral e computadas
(quinze) no órgão encarregado de efetivar a transferência, como tempo de efetivo serviço.
da data da publicação do ato de transferência para a reserva
ou reforma em Diário Oficial ou Boletim da Corporação, TÍTULO V
considerada sempre a primeira publicação oficial. Disposições Finais e Transitórias
Art. 128 - Na contagem dos anos de serviço não po-
derá ser computada qualquer superposição dos tempos de Art. 134 - A assistência religiosa à Polícia Militar é re-
serviço público (federal, estadual e municipal ou passado gulada por lei específica.

18
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Art. 135 - É vedado o uso, por parte de organização (D.O. 24/02/78)


civil, de designações que possam sugerir sua vinculação RAZÕES DO VETO
à Polícia Militar.
Parágrafo único - Excetuam-se das prescrições Vitória, 09 de janeiro de 1978.
deste artigo as associações, clubes, círculos e outros
que congregam membros da Polícia Militar e que se MENSAGEM Nº 01/78
destinam, exclusivamente, a promover intercâmbio social
e assistencial entre os policiais militares e suas famílias e Senhor Presidente
entre esses e a sociedade civil local.
Art. 136 - Lei especial, de iniciativa exclusiva do Go- Tenho a honra de comunicar a V.Ex.ª que, no uso das
vernador do Estado, estabelecerá os direitos relativos à atribuições que me conferem os artigos 47, § 1º e 71, item
Pensão Policial Militar, destinada a amparar os beneficia- V, da Constituição Estadual, resolvi vetar, parcialmente, o
dos do policial militar falecido ou extraviado. Projeto de Lei nº 102 que me encaminhara essa Presidência
Art. 137 - Ao policial militar beneficiado pela Lei Es- com o of. GP/n.º 465 de 21/12/77 pelas razões que abaixo
tadual nº 611, de 31de dezembro de 1951 e Lei nº 2.056, aduzo.
de 16 de outubro de 1964, e que em virtude do disposto São estes, precisamente, os dispositivos e a expressão
nos arts. 58 e 59, desta Lei não mais usufruirá a promo- sobre os quais incide o veto, todos acrescentados ao proje-
ção prevista naquelas leis, fica assegurado, por ocasião to original mediante emendas dos Srs. Deputados:
da transferência para a reserva ou reforma, a remunera-
ção de inatividade relativa ao posto ou graduação a que “Art. 6º - .........................................................................................
seria promovido em decorrência da aplicação das referi- ..................
das leis.
Parágrafo único - O policial militar beneficiado por Parágrafo único - O integrante da Polícia Militar a
este artigo, se ocupante do último grau hierárquico de quem for conferido direitos e deveres inerentes às atribui-
ções previstas neste artigo, ou que seja convocado e no-
seu quadro, por ocasião do processamento de sua trans-
meado para cargo previsto em legislação específica, que
ferência para a reserva ou reforma, fará jus ao percentual
tenha como precípuo dever a manutenção da ordem pú-
de 20% (vinte por cento), calculado sobre o soldo.
blica, será considerado, para todos os efeitos, em atividade
Art. 138 - Fica assegurado ao policial militar que na
policial militar.
data de 15 de maio de 1967 contava 20 (vinte) ou mais
anos de efetivo serviço, o direito à transferência, a pedi-
Art. 28 - ..................................................................... a pedido
do, para a reserva remunerada a partir da data em que
do interessado.
completou ou venha a completar 25 (vinte e cinco) anos
de tempo de efetivo serviço. Art. 88 - ..........................................................................................
Art. 139 - A licença especial de que trata o art. 65 e ...................
seus parágrafos e o parágrafo 4º do art. 122 do presente
Estatuto, retroagem seus efeitos à data de 15 de maio de § 4º - O policial militar compulsado por idade limite, só
1967. será transferido para a reserva remunerada quando contar,
Art. 140 - Após a vigência do presente Estatuto, se- pelo menos, 30 (trinta) anos de serviço.
rão a ele ajustados todos os dispositivos legais e regula-
mentares que com ele tenham pertinência. Art. 91 - ..........................................................................................
Art. 141 - São adotados na Polícia Militar, em ma- ...................
téria não regulada na legislação estadual, as leis e regu-
lamentos em vigor no Exército Brasileiro no que lhe for Parágrafo único - Para cumprimento do disposto nes-
pertinente. te artigo os oficiais a quem ele se refere somente serão
Art. 142 - Enquanto não for aprovado o Regulamen- transferidos, compulsoriamente, para a reserva remunera-
to Disciplinar da Polícia Militar, a que se refere o parágra- da, depois de promovidos ao posto de Coronel na ativa.
fo 2º do art. 110 desta lei, será aplicada na Corporação a
legislação federal que trata da matéria. Art. 99 - ..........................................................................................
Art. 143 - O presente Estatuto entra em vigor na data ...................
da publicação, salvo o disposto no seu art. 139, ficando
revogadas as disposições em contrário. § 4º - Aplica-se o disposto no § 1º deste artigo aos
Ordeno, portanto, a todas as autoridades que a cum- policiais militares que, nos termos da Lei nº 611, de 31 de
pram e façam cumprir como nela se contém. dezembro de 1951 e da Lei nº 2.056, de 16 de outubro de
O Secretário de Estado da Justiça faça publicá-la, im- 1964, foram reformados.
primir e correr.
Palácio Anchieta, em Vitória, 09 de janeiro de 1978. Art. 128 - .......................................................................................
....................

19
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Parágrafo único - Será averbado, para todos os efei- São estas, Sr. Presidente, as razões do veto parcial ao
tos legais, o tempo de serviço prestado à Polícia Militar por Projeto de Lei nº 102, que envio a V.Ex.ª, certo de que os
civis que prestarem ou prestam serviços profissionais à Po- Senhores Deputados o acolherão, já que a medida que ora
lícia Militar do Espírito Santo, desde que se tornem policiais adoto tem em mira resguardar o interesse público e a or-
militares”. dem constitucional.

Agora, os motivos por que discordo dessas emendas. Renovo a V.Ex.ª e a todos os seus ilustres pares, protes-
tos de apreço e consideração.
O parágrafo único do art. 6º pretende dar à expres-
são “atividade policial militar” uma abrangência excessiva,
inconveniente e conflitante com o art. 2º, nº 10 do Regu-
lamento para as Polícias Militares e Corpos de Bombeiros 2. DECRETO-LEI 1001/1969 (ART. 1º AO 10);
Militares, aprovado pelo Decreto nº 66.862/70, pois que,
funções policiais militares são as “atividades exercidas por
policiais militares, inclusive o policiamento ostensivo, a ser-
viço da Corporação”, como conceituado naquele diploma DECRETO-LEI Nº 1.001, DE 21 DE OUTUBRO DE
legal federal. 1969.
O complemento final do art. 28, “a pedido do interes-
sado” estabelece prerrogativa de que não desfrutam os Código Penal Militar
militares das Forças Armadas, o que é peremptoriamente
vedado pelos art. 24 do Decreto-lei nº 667/69 e 27 do Re- Os Ministros da Marinha de Guerra, do Exército e
gulamento baixado com o Decreto nº 66.862/70. da Aeronáutica Militar, usando das atribuições que lhes
Alcançado pelas mesmas proibições está o disposto no confere o art. 3º do Ato Institucional nº 16, de 14 de
§ 4º do art. 88, já que o motivo é, também, o mesmo, isto é, outubro de 1969, combinado com o § 1° do art. 2°, do Ato
pretende-se dar ao policial militar situação melhor do que Institucional n° 5, de 13 de dezembro de 1968, decretam:
à assegurada aos militares.
Se, como previsto no caput do art. 91, os oficiais ad- CÓDIGO PENAL MILITAR
vogados terão direito à promoção até o posto de Coronel, PARTE GERAL
o parágrafo único é uma superfetação, uma determinação LIVRO ÚNICO
desnecessária, inútil, que nada acrescenta à idéia principal. TÍTULO I
Segundo os termos do § 4º do art. 99, também os re- DA APLICAÇÃO DA LEI PENAL MILITAR
formados com fundamento nas Leis n.ºs 611/51 e 2 056/64,
Princípio de legalidade
passariam a ter a remuneração da inatividade calculada
Art. 1º Não há crime sem lei anterior que o defina, nem
como base no soldo correspondente ao grau hierárquico
pena sem prévia cominação legal.
imediato ao que possuía na ativa.
Lei supressiva de incriminação
Ora, esta extensão de benefício implica, inevitavelmen-
Art. 2° Ninguém pode ser punido por fato que
te, aumento de despesa, o que é expressamente vedado
lei posterior deixa de considerar crime, cessando, em
pelo art. 45, parágrafo único, alínea “a” da Constituição Es-
virtude dela, a própria vigência de sentença condenatória
tadual, já que se trata do Projeto de Lei de exclusiva inicia-
irrecorrível, salvo quanto aos efeitos de natureza civil.
tiva do Governador do Estado. Retroatividade de lei mais benigna
Dispõe o art. 1º do projeto, que o Estatuto regula a si- § 1º A lei posterior que, de qualquer outro modo,
tuação, as obrigações e os deveres, direitos e prerrogativas favorece o agente, aplica-se retroativamente, ainda quando
dos policiais militares da Polícia Militar, mas o parágrafo já tenha sobrevindo sentença condenatória irrecorrível.
único do art. 128 ordena seja averbado, para todos os efei- Apuração da maior benignidade
tos legais, o tempo prestado à Corporação pelos civis. § 2° Para se reconhecer qual a mais favorável,
É fora de dúvida que os civis, pelo fato de prestarem a lei posterior e a anterior devem ser consideradas
serviços a Polícia Militar, não estão submetidos à legisla- separadamente, cada qual no conjunto de suas normas
ção específica dessa organização, onde responsabilidades, aplicáveis ao fato.
deveres e obrigações são meticulosamente observados e Medidas de segurança
com rigores característicos dos que se dedicam à carreira Art. 3º As medidas de segurança regem-se pela lei
das armas. vigente ao tempo da sentença, prevalecendo, entretanto,
Não encontro justificativa que ampare o propósito se diversa, a lei vigente ao tempo da execução.
contido no parágrafo único do art. 128, pois me parece in- Lei excepcional ou temporária
justo que, mais tarde, esse civil, que contaria para todos os Art. 4º A lei excepcional ou temporária, embora
efeitos o tempo de serviço prestado à P.M., fosse concorrer decorrido o período de sua duração ou cessadas as
com aqueles militares que sempre estiveram disciplinados circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato
pela legislação policial militar, na disputa de direitos, van- praticado durante sua vigência.
tagens, benefícios e prerrogativas.

20
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Tempo do crime e) por militar em situação de atividade, ou assemelhado,


Art. 5º Considera-se praticado o crime no momento contra o patrimônio sob a administração militar, ou a
da ação ou omissão, ainda que outro seja o do resultado. ordem administrativa militar;
Lugar do crime f) revogada. (Redação dada pela Lei nº 9.299, de
Art. 6º Considera-se praticado o fato, no lugar em que 8.8.1996)
se desenvolveu a atividade criminosa, no todo ou em parte, III - os crimes praticados por militar da reserva, ou
e ainda que sob forma de participação, bem como onde se reformado, ou por civil, contra as instituições militares,
produziu ou deveria produzir-se o resultado. Nos crimes considerando-se como tais não só os compreendidos no
omissivos, o fato considera-se praticado no lugar em que inciso I, como os do inciso II, nos seguintes casos:
deveria realizar-se a ação omitida. a) contra o patrimônio sob a administração militar, ou
Territorialidade, Extraterritorialidade contra a ordem administrativa militar;
Art. 7º Aplica-se a lei penal militar, sem prejuízo de b) em lugar sujeito à administração militar contra
convenções, tratados e regras de direito internacional, ao militar em situação de atividade ou assemelhado, ou contra
crime cometido, no todo ou em parte no território nacional, funcionário de Ministério militar ou da Justiça Militar, no
ou fora dêle, ainda que, neste caso, o agente esteja sendo exercício de função inerente ao seu cargo;
processado ou tenha sido julgado pela justiça estrangeira. c) contra militar em formatura, ou durante o período
Território nacional por extensão de prontidão, vigilância, observação, exploração, exercício,
§ 1° Para os efeitos da lei penal militar consideram- acampamento, acantonamento ou manobras;
se como extensão do território nacional as aeronaves e d) ainda que fora do lugar sujeito à administração
os navios brasileiros, onde quer que se encontrem, sob militar, contra militar em função de natureza militar,
comando militar ou militarmente utilizados ou ocupados ou no desempenho de serviço de vigilância, garantia e
por ordem legal de autoridade competente, ainda que de preservação da ordem pública, administrativa ou judiciária,
propriedade privada. quando legalmente requisitado para aquêle fim, ou em
Ampliação a aeronaves ou navios estrangeiros obediência a determinação legal superior.
§ 2º É também aplicável a lei penal militar ao crime § 1o Os crimes de que trata este artigo, quando dolosos
praticado a bordo de aeronaves ou navios estrangeiros, contra a vida e cometidos por militares contra civil, serão
desde que em lugar sujeito à administração militar, e o da competência do Tribunal do Júri. (Redação dada pela Lei
crime atente contra as instituições militares. nº 13.491, de 2017)
Conceito de navio § 2o Os crimes de que trata este artigo, quando dolosos
§ 3º Para efeito da aplicação dêste Código, considera- contra a vida e cometidos por militares das Forças Armadas
se navio tôda embarcação sob comando militar. contra civil, serão da competência da Justiça Militar da
Pena cumprida no estrangeiro União, se praticados no contexto: (Incluído pela Lei nº
Art. 8° A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena 13.491, de 2017)
imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando diversas, ou I – do cumprimento de atribuições que lhes forem
nela é computada, quando idênticas. estabelecidas pelo Presidente da República ou pelo
Crimes militares em tempo de paz Ministro de Estado da Defesa; (Incluído pela Lei nº 13.491,
Art. 9º Consideram-se crimes militares, em tempo de de 2017)
paz: II – de ação que envolva a segurança de instituição
I - os crimes de que trata êste Código, quando militar ou de missão militar, mesmo que não beligerante;
definidos de modo diverso na lei penal comum, ou nela ou (Incluído pela Lei nº 13.491, de 2017)
não previstos, qualquer que seja o agente, salvo disposição III – de atividade de natureza militar, de operação
especial; de paz, de garantia da lei e da ordem ou de atribuição
II – os crimes previstos neste Código e os previstos na subsidiária, realizadas em conformidade com o disposto no
legislação penal, quando praticados: (Redação dada pela art. 142 da Constituição Federal e na forma dos seguintes
Lei nº 13.491, de 2017) diplomas legais: (Incluído pela Lei nº 13.491, de 2017)
a) por militar em situação de atividade ou assemelhado, a) Lei no 7.565, de 19 de dezembro de 1986 - Código
contra militar na mesma situação ou assemelhado; Brasileiro de Aeronáutica; (Incluída pela Lei nº 13.491, de
b) por militar em situação de atividade ou assemelhado, 2017)
em lugar sujeito à administração militar, contra militar da b) Lei Complementar no 97, de 9 de junho de 1999;
reserva, ou reformado, ou assemelhado, ou civil; (Incluída pela Lei nº 13.491, de 2017)
c) por militar em serviço ou atuando em razão da c) Decreto-Lei no 1.002, de 21 de outubro de 1969 -
função, em comissão de natureza militar, ou em formatura, Código de Processo Penal Militar; e (Incluída pela Lei nº
ainda que fora do lugar sujeito à administração militar 13.491, de 2017)
contra militar da reserva, ou reformado, ou civil; (Redação d) Lei no 4.737, de 15 de julho de 1965 - Código Eleitoral.
dada pela Lei nº 9.299, de 8.8.1996) (Incluída pela Lei nº 13.491, de 2017)
d) por militar durante o período de manobras ou Crimes militares em tempo de guerra
exercício, contra militar da reserva, ou reformado, ou Art. 10. Consideram-se crimes militares, em tempo de
assemelhado, ou civil; guerra:

21
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

I - os especialmente previstos neste Código para o e) pelos comandantes de Região Militar, Distrito Na-
tempo de guerra; val ou Zona Aérea, nos órgãos e unidades dos respectivos
II - os crimes militares previstos para o tempo de paz; territórios;
III - os crimes previstos neste Código, embora também f) pelo secretário do Ministério do Exército e pelo che-
o sejam com igual definição na lei penal comum ou especial, fe de Gabinete do Ministério da Aeronáutica, nos órgãos e
quando praticados, qualquer que seja o agente: serviços que lhes são subordinados;
a) em território nacional, ou estrangeiro, militarmente g) pelos diretores e chefes de órgãos, repartições, es-
ocupado; tabelecimentos ou serviços previstos nas leis de organiza-
b) em qualquer lugar, se comprometem ou podem ção básica da Marinha, do Exército e da Aeronáutica;
comprometer a preparação, a eficiência ou as operações h) pelos comandantes de fôrças, unidades ou navios;
militares ou, de qualquer outra forma, atentam contra a Delegação do exercício
segurança externa do País ou podem expô-la a perigo; § 1º Obedecidas as normas regulamentares de juris-
IV - os crimes definidos na lei penal comum ou especial,
dição, hierarquia e comando, as atribuições enumeradas
embora não previstos neste Código, quando praticados
neste artigo poderão ser delegadas a oficiais da ativa, para
em zona de efetivas operações militares ou em território
fins especificados e por tempo limitado.
estrangeiro, militarmente ocupado.
§ 2º Em se tratando de delegação para instauração de
inquérito policial militar, deverá aquela recair em oficial de
pôsto superior ao do indiciado, seja êste oficial da ativa, da
3. DECRETO LEI Nº 1002/1969 (ART. 7º AO reserva, remunerada ou não, ou reformado.
10); § 3º Não sendo possível a designação de oficial de
pôsto superior ao do indiciado, poderá ser feita a de oficial
do mesmo pôsto, desde que mais antigo.
§ 4º Se o indiciado é oficial da reserva ou reformado,
DECRETO-LEI Nº 1.002, DE 21 DE OUTUBRO DE 1969. não prevalece, para a delegação, a antiguidade de pôsto.
Designação de delegado e avocamento de inquéri-
Código de Processo Penal Militar to pelo ministro
§ 5º Se o pôsto e a antiguidade de oficial da ativa ex-
Os Ministros da Marinha de Guerra, do Exército cluírem, de modo absoluto, a existência de outro oficial da
e da Aeronáutica Militar , usando das atribuições que ativa nas condições do § 3º, caberá ao ministro competente
lhes confere o art. 3º do Ato Institucional nº 16, de 14 de a designação de oficial da reserva de pôsto mais elevado
outubro de 1969, combinado com o § 1º do art. 2º do Ato para a instauração do inquérito policial militar; e, se êste
Institucional n° 5, de 13 de dezembro de 1968, decretam: estiver iniciado, avocá-lo, para tomar essa providência.
Competência da polícia judiciária militar
Art. 8º Compete à Polícia judiciária militar:
TÍTULO II a) apurar os crimes militares, bem como os que, por
CAPÍTULO ÚNICO lei especial, estão sujeitos à jurisdição militar, e sua autoria;
DA POLÍCIA JUDICIÁRIA MILITAR b) prestar aos órgãos e juízes da Justiça Militar e aos
membros do Ministério Público as informações necessárias
Exercício da polícia judiciária militar à instrução e julgamento dos processos, bem como realizar
Art. 7º A polícia judiciária militar é exercida nos têrmos as diligências que por êles lhe forem requisitadas;
do art. 8º, pelas seguintes autoridades, conforme as res- c) cumprir os mandados de prisão expedidos pela Jus-
pectivas jurisdições: tiça Militar;
a) pelos ministros da Marinha, do Exército e da Aero- d) representar a autoridades judiciárias militares acêrca
náutica, em todo o território nacional e fora dêle, em re- da prisão preventiva e da insanidade mental do indiciado;
lação às fôrças e órgãos que constituem seus Ministérios, e) cumprir as determinações da Justiça Militar relativas
bem como a militares que, neste caráter, desempenhem aos presos sob sua guarda e responsabilidade, bem como
missão oficial, permanente ou transitória, em país estran- as demais prescrições dêste Código, nesse sentido;
geiro; f) solicitar das autoridades civis as informações e me-
b) pelo chefe do Estado-Maior das Fôrças Armadas, didas que julgar úteis à elucidação das infrações penais,
em relação a entidades que, por disposição legal, estejam que esteja a seu cargo;
sob sua jurisdição; g) requisitar da polícia civil e das repartições técnicas
c) pelos chefes de Estado-Maior e pelo secretário-ge- civis as pesquisas e exames necessários ao complemento e
ral da Marinha, nos órgãos, fôrças e unidades que lhes são subsídio de inquérito policial militar;
subordinados; h) atender, com observância dos regulamentos milita-
d) pelos comandantes de Exército e pelo comandante- res, a pedido de apresentação de militar ou funcionário de
-chefe da Esquadra, nos órgãos, fôrças e unidades com- repartição militar à autoridade civil competente, desde que
preendidos no âmbito da respectiva ação de comando; legal e fundamentado o pedido.

22
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

TÍTULO III Oficial general como infrator


CAPÍTULO ÚNICO § 4º Se o infrator fôr oficial general, será sempre comunicado
DO INQUÉRITO POLICIAL MILITAR o fato ao ministro e ao chefe de Estado-Maior competentes, obe-
decidos os trâmites regulamentares.
Finalidade do inquérito Indícios contra oficial de pôsto superior ou mais antigo
Art. 9º O inquérito policial militar é a apuração sumária no curso do inquérito
de fato, que, nos têrmos legais, configure crime militar, e § 5º Se, no curso do inquérito, o seu encarregado verificar a
de sua autoria. Tem o caráter de instrução provisória, cuja existência de indícios contra oficial de pôsto superior ao seu, ou
finalidade precípua é a de ministrar elementos necessários mais antigo, tomará as providências necessárias para que as suas
à propositura da ação penal. funções sejam delegadas a outro oficial, nos têrmos do § 2° do
Parágrafo único. São, porém, efetivamente instrutórios art. 7º.
da ação penal os exames, perícias e avaliações realizados
regularmente no curso do inquérito, por peritos idôneos
e com obediência às formalidades previstas neste Código. 4. DECRETO ESTADUAL Nº 254-R/2000
(RDME) – ART. 1º AO 132);
Modos por que pode ser iniciado
Art. 10. O inquérito é iniciado mediante portaria:
a) de ofício, pela autoridade militar em cujo âmbito
de jurisdição ou comando haja ocorrido a infração penal, DECRETO Nº 254-R, DE 11 DE AGOSTO DE 2000
atendida a hierarquia do infrator; Aprova o Regulamento Disciplinar da Polícia Militar do Espírito
b) por determinação ou delegação da autoridade mili- Santo
tar superior, que, em caso de urgência, poderá ser feita por
via telegráfica ou radiotelefônica e confirmada, posterior- O GOVERNADOR DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO, usando
mente, por ofício; da atribuição que lhe confere o art. 91, incisos III e V, da Constitui-
c) em virtude de requisição do Ministério Público; ção Estadual, decreta:
d) por decisão do Superior Tribunal Militar, nos têrmos
do art. 25; Art. 1º – Fica aprovado o Regulamento Disciplinar dos
e) a requerimento da parte ofendida ou de quem le- Militares Estaduais do Estado do Espírito Santo (RDME) que com
galmente a represente, ou em virtude de representação este baixa.
devidamente autorizada de quem tenha conhecimento de Art. 2º – Este Decreto entra em vigor na data de sua
infração penal, cuja repressão caiba à Justiça Militar; publicação.
f) quando, de sindicância feita em âmbito de jurisdi- Art. 3º – Revogam-se as disposições em contrário,
ção militar, resulte indício da existência de infração penal especialmente o Decreto nº 1.315-N, de 11.06.1979.
militar. Palácio Anchieta, em Vitória, 11 de agosto de 2000.

Superioridade ou igualdade de pôsto do infrator REGULAMENTO DISCIPLINAR DOS MILITARES


§ 1º Tendo o infrator pôsto superior ou igual ao do ESTADUAIS DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO
comandante, diretor ou chefe de órgão ou serviço, em cujo
âmbito de jurisdição militar haja ocorrido a infração pe- PARTE GERAL
TÍTULO I
nal, será feita a comunicação do fato à autoridade superior
DISPOSIÇÕES GERAIS
competente, para que esta torne efetiva a delegação, nos
CAPÍTULO I
têrmos do § 2° do art. 7º.
Generalidades Previsão Estatutária
Providências antes do inquérito Art. 1º – O presente Regulamento é baixado em obediência
§ 2º O aguardamento da delegação não obsta que ao estabelecido em norma estatutária, para regular os assuntos
o oficial responsável por comando, direção ou chefia, ou relacionados à disciplina nas instituições militares estaduais.
aquêle que o substitua ou esteja de dia, de serviço ou de Finalidade
quarto, tome ou determine que sejam tomadas imediata- Art. 2º – O Regulamento Disciplinar dos Militares Estaduais
mente as providências cabíveis, previstas no art. 12, uma do Estado do Espírito Santo (RDME) tem por finalidade instituir o
vez que tenha conhecimento de infração penal que lhe in- regime disciplinar, tipificar, classificar e mensurar as transgressões
cumba reprimir ou evitar. disciplinares, estabelecer normas relativas à amplitude e à aplicação
das sanções disciplinares, à classificação do comportamento do
Infração de natureza não militar militar estadual, à interposição de recursos contra a aplicação das
§ 3º Se a infração penal não fôr, evidentemente, de na- sanções e à concessão de recompensas.
tureza militar, comunicará o fato à autoridade policial com- Camaradagem e companheirismo
petente, a quem fará apresentar o infrator. Em se tratando Art. 3º – A camaradagem e o companheirismo tornam- se
de civil, menor de dezoito anos, a apresentação será feita indispensáveis à formação e ao convívio da família militar estadual,
ao Juiz de Menores. cumprindo existir as melhores relações sociais entre os militares.

23
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Harmonia II – a rigorosa observância das prescrições legais e


Parágrafo único – Incumbe aos superiores incentivar e regulamentares.
manter a harmonia, a solidariedade e a amizade entre seus III – a obediência pronta às ordens legais; IV – a de-
subordinados. dicação integral ao serviço;
Civilidade e respeito mútuo V – a colaboração espontânea à disciplina coletiva e
Art. 4º – A civilidade é parte da educação militar e, à eficiência da instituição;
como tal, de interesse vital para a disciplina consciente, VI – a consciência das responsabilidades;
e por isso é necessário que o militar estadual demonstre VII – o zelo para a preservação dos padrões de qua-
consideração e respeito para com seus superiores, iguais lidade profissional, objetivando a melhoria e a credibilida-
ou subordinados, em conformidade com as normas legais de perante a opinião pública;
e regulamentares, devendo o superior hierárquico tratar VIII – as manifestações espontâneas de acatamento
os subordinados com educação e justiça, interessando-se dos valores e deveres morais e éticos.
pelos seus problemas, encaminhando-os a quem de direito Abrangência interpessoal dos institutos
de acordo com cada área específica. §2º – A disciplina e o respeito à hierarquia devem ser
Respeito a outros militares e civis mantidos, permanentemente, pelos militares estaduais da
Parágrafo único – As demonstrações de camaradagem, ativa e da inatividade.
cortesia e consideração, existentes entre os militares esta- Vedação de divulgação de assuntos
duais, devem ser dispensadas aos militares das Forças Ar- §3º– É vedado ao militar estadual, na ativa ou na inativi-
madas, aos policiais de outras instituições e aos cidadãos dade, tratar, no meio civil, pela imprensa ou por outro meio
em geral. de divulgação, de assuntos de natureza militar, de caráter
Organização Militar Estadual – OME sigiloso ou funcional, ou que atente contra os princípios da
Art. 5º – Para efeito deste Regulamento, “Organização hierarquia, da disciplina, do respeito e do decoro militar, ou
Militar Estadual” ( OME ) é a denominação genérica dada a ainda, qualquer outro que atinja negativamente o conceito
corpo de tropa, repartição, estabelecimento ou a qualquer ou a base institucional das Organizações Militares.
outra unidade administrativa ou operacional da Polícia
Responsabilidade pelas ordens e atos
Militar do Espírito Santo (PMES) e do Corpo de Bombeiros
Art. 8º – Cabe ao militar estadual a inteira
Militar do Espírito Santo (CBMES).
responsabilidade pelo cumprimento das ordens que der,
Comandante
pelos atos que praticar e pelas conseqüências que deles
§1º – Para efeito deste Regulamento, o termo “Coman-
advierem.
dante” é a denominação genérica dada ao militar estadual
Esclarecimento de Ordens
investido de cargo de comando, direção ou chefia de OME.
§1º – Cabe ao subordinado, ao receber uma ordem,
Militar Estadual
solicitar os esclarecimentos necessários ao seu total en-
§2º – Para efeito deste Regulamento, a denominação
“militar estadual” é equiparada a policial militar e a bom- tendimento e compreensão, podendo, em casos de maior
beiro militar. complexidade, solicitar que a ordem seja escrita.
Excesso no cumprimento de ordem
CAPÍTULO II §2º – Cabe ao executante que exorbitar no cumprimen-
Princípios Gerais da Hierarquia e da Disciplina to de ordem recebida a responsabilidade pelos excessos e
Hierarquia abusos que cometer.

Art. 6º – A hierarquia militar é a ordenação da CAPÍTULO III


autoridade, em níveis diferentes, dentro da estrutura da Esfera de Ação do Regulamento Disciplinar e
PMES e do CBMES, por postos e graduações. Competência para sua Aplicação
Sujeição ao Regulamento Disciplinar
Previsão legal da hierarquia
§1º – A ordenação dos postos e graduações é a defini- Art. 9º – Estão sujeitos a este Regulamento os militares
da estatutariamente. estaduais da ativa e da inatividade.
Respeito à Hierarquia Sujeição
§2º– O respeito à hierarquia é consubstanciado no es- §1º – O militar estadual passa a estar sujeito ao regime
pírito de acatamento à seqüência de autoridade. disciplinar deste Regulamento a partir da data em que, ofi-
Disciplina cialmente, se der a sua admissão na PMES ou no CBMES,
Art. 7º – A disciplina militar estadual é a rigorosa ob- assim permanecendo independentemente de estar afasta-
servância e o acatamento integral das leis, regulamentos, do da atividade, agregado ou não.
normas e disposições, traduzindo-se pelo perfeito cumpri- Alunos
mento do dever por parte de todos e de cada um dos com- §2º – Os alunos militares estaduais em atividade peda-
ponentes da PMES e do CBMES. gógica de formação, adaptação, aperfeiçoamento e espe-
Manifestações de Disciplina cialização, além de ficarem sujeitos às normas específicas
§1º –São manifestações essenciais de disciplina: das Organizações Militares de Ensino onde estejam matri-
I – a correção de atitudes; culados, ficam sujeitos também a este Regulamento.

24
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Autoridades competentes maior antigüidade, que presenciar ou tiver conhecimento


Art. 10 – A competência para aplicar as prescrições do fato, deverá tomar imediatas e enérgicas providências,
contidas neste Regulamento é conferida ao cargo e não podendo recolher provisoriamente o infrator à OME mais
ao grau hierárquico, sendo competentes para aplicá-las: próxima, comunicando, de imediato, o fato ao Comandan-
I – o Governador do Estado, o Secretário de Estado te daquela OME ou ao seu preposto, que tomará as provi-
da Segurança Pública e o Comandante Geral, a todos que dências junto ao comandante do transgressor.
estiverem sujeitos a este Regulamento; Garantias
II – o Subcomandante Geral, a todos os militares es- §3º – Ao militar estadual recolhido nas circunstâncias
taduais que estiverem sob sua subordinação funcional e do parágrafo anterior, são garantidos os seguintes direitos:
aos inativos; III – o Secretário ou Chefe de Casa ou I – a identificação do(s) responsável(eis) pelo seu
Gabinete Militar, aos que servirem sob a sua chefia; recolhimento provisório;
IV – o Corregedor, a todos os militares estaduais da II – a comunicação imediata do local onde se encon-
ativa, exceto aos ocupantes dos cargos dos incisos anterio-
tre, à sua família ou à pessoa por ele indicada, podendo ser
res e oficiais do posto de Coronel;
feita pelo próprio militar;
V – os Comandantes Intermediários, os Diretores, e III – o recolhimento em instalação adequada.
demais ocupantes de função privativa do cargo de Coronel,
Apuração de comunicação disciplinar
aos que servirem sob suas ordens;
VI – os demais oficiais ocupantes de cargos militares, §4º – A autoridade, a quem a comunicação disciplinar é
aos que estiverem sob sua subordinação funcional. dirigida, deve de imediato instaurar ou determinar a instau-
Sanção aos inativos ração do competente processo administrativo disciplinar.
§1º – Aos militares estaduais da inatividade da PMES Autoridade incompetente
e do CBMES, a aplicação da sanção disciplinar cabe, exclu- §5º – No caso do parágrafo anterior, se a autoridade
sivamente, às autoridades especificadas nos incisos I e II, não tiver competência para instaurar o processo, deve en-
deste artigo. caminhar a comunicação disciplinar ao seu superior ime-
Garantia de instância administrativa diato, ou àquela que seja competente.
§2° – Será assegurada a competência da autoridade de Militares de OME distintas
menor nível hierárquico que tiver ascendência sobre o(s) Art. 12 – No caso de ocorrência disciplinar, envolvendo
envolvido(s) para a apuração de infração disciplinar, a fim militares de mais de uma OME caberá ao comandante
de evitar a supressão de instância administrativa, ressalva- imediatamente superior, da linha de comando, ou à
da a hipótese da unidade processual ( art. 12, §1º) e nos ca- Corregedoria por avocação, apurar os fatos, procedendo
sos abaixo, por avocação da Corregedoria/PMES ou órgão a seguir de conformidade com o art. 11 e seus parágrafos.
equivalente do CBMES:1 Unidade de processo
I – Quando houver solicitação da autoridade com §1º – Todos os militares estaduais envolvidos na trans-
ascendência funcional sobre o (s) envolvido (s); gressão disciplinar deverão ter seu (s) processo (s) solu-
II – Por determinação do Comandante Geral da res- cionado (s) por uma só autoridade que tenha ascendência
pectiva Corporação. funcional sobre todos.
Dever de comunicação de ato contra a disciplina Militares Estaduais de outras Corporações
§2º – Nos casos de ocorrência disciplinar envolvendo
Nova redação dada pelo art. 1º do Dec. Nº 634-R, militares estaduais de outras Corporações, o fato será co-
de 02.04.01 municado aos respectivos Comandantes Gerais.
Envolvimento com militares das Forças Armadas
Art. 11 – Todo militar estadual que presenciar ou tiver
§3º – Nos casos de ocorrência disciplinar envolvendo
conhecimento de um fato que, em tese, seja contrário à
militares das Forças Armadas e militares estaduais, a auto-
disciplina, praticado por subordinado, deverá, desde que
ridade militar competente deverá tomar as medidas disci-
não seja autoridade competente para tomar as providências
imediatas, participá-lo ao seu Comandante imediato, por plinares referentes aos seus subordinados, informando ao
escrito, no prazo máximo de cinco ( 05 ) dias úteis. escalão superior sobre a ocorrência, das medidas tomadas
Formalização da comunicação e o que foi por ela apurado, dando ciência do fato, também
§1º – A comunicação da infração disciplinar deverá ser ao Comandante Militar interessado.
clara, concisa e precisa, devendo conter os dados capazes
de identificar as pessoas ou coisas envolvidas, bem como TÍTULO II
as testemunhas, o local, a data e a hora da ocorrência e TRANSGRESSÕES E SANÇÕES DISCIPLINARES
caracterizar as circunstâncias que a envolverem, sem tecer CAPÍTULO I
comentários ou opiniões pessoais. Conceituação e Classificação das Transgressões
Providência imediata em caso de flagrante disciplinar: Disciplinares
pronta intervenção Conceito de transgressão disciplinar
§2º – Quando, para preservação da disciplina e do de-
coro institucional e da ordem pública, a ocorrência exigir Art. 13 – Transgressão disciplinar é toda ação ou
uma pronta intervenção, mesmo sem possuir ascendência omissão, praticada por militar estadual, que viole os
funcional sobre o transgressor, a autoridade militar de preceitos da ética e os valores militares ou que contrarie

25
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

os deveres e obrigações a que está submetido, ou ação Comparecimento ao serviço


contrária aos preceitos estatuídos em leis, regulamentos ou §1º – O transgressor punido com detenção, compare-
normas internas da PMES e do CBMES. ce, obrigatoriamente, a todos os atos de instrução e servi-
Classificação das transgressões ço, objetivando sua reeducação e recuperação.
Art. 14 – A transgressão disciplinar será classificada, Compartimento específico
desde que não haja causa de justificação, em: §2º – Em casos excepcionais e devidamente motivados,
I – Leve (L); a detenção poderá ser cumprida em compartimento espe-
II – Média (M); cífico, com ou sem sentinela, quando a liberdade do punido
III – Grave (G); puder causar dano à ordem e/ou à disciplina, bem como
IV – Gravíssima (GG). oferecer perigo à integridade física própria ou de outrem.
Comunicação de recolhimento
CAPÍTULO II §3º – No caso do parágrafo anterior, se o militar que
determinou ou recolheu o transgressor, não tiver compe-
Sanções Disciplinares Espécies de sanção
tência funcional para puni-lo, deverá comunicar o ocorrido,
disciplinar
em vinte e quatro horas, à autoridade competente, para
que mantenha ou relaxe a medida.
Art. 15 – As sanções disciplinares a que estão sujeitos
Militares de círculos diferentes
os militares estaduais da PMES e do CBMES, são as §4º – Os militares estaduais dos diferentes círculos de
seguintes: oficiais e praças não poderão ficar recolhidos no mesmo
I – advertência; compartimento.
II – repreensão;
III – detenção; Falta de instalações
IV– reforma disciplinar; §5º – Na hipótese do §2º, quando não for possível o
V– licenciamento a bem da disciplina; recolhimento do transgressor na OME a que pertencer, a
VI – exclusão a bem da disciplina; autoridade responsável pela aplicação da sanção deverá
VII – demissão. solicitar a outra OME, a cessão de instalação apropriada
Sanções acessórias para o cumprimento da punição.
Parágrafo único – Poderão ser aplicadas cumulativa- Local das refeições
mente com as sanções disciplinares deste artigo, as seguin- §6º – O punido com pena de detenção fará suas refei-
tes medidas administrativas acessórias:2 ções na OME, exceto quando determinado em contrário
I – multa; pela autoridade detentora do poder disciplinar.
II – cancelamento de matrícula em curso ou estágio; Reforma disciplinar
III – afastamento do cargo, função, encargo ou co- Art. 19 – A reforma disciplinar poderá ser aplicada
missão; ao oficial submetido a Conselho de Justificação e à praça
IV – movimentação da OME; submetida a Conselho de Disciplina, conforme disposto na
V – suspensão da folga, para prestação compulsória legislação que rege aqueles Conselhos.
de serviço administrativo ou operacional à OME. Licenciamento a bem da disciplina
Advertência Art. 20 – O Licenciamento a bem da disciplina, consiste
Art. 16 – Advertência é a forma mais branda de punir, no afastamento ex-officio, por ordem das autoridades
consistindo numa admoestação verbal feita ao transgressor, elencadas no inciso I do art. 10, deste Regulamento,
do militar estadual sem estabilidade assegurada, após
como forma de incentivo à não reiteração da prática de
concluído processo administrativo disciplinar, assegurando-
transgressão disciplinar.
se ao acusado o direito ao contraditório e à ampla defesa.
Registro
Parágrafo único – A advertência deverá ser registrada
Exclusão a bem da disciplina
pelo prazo de dois anos, não sendo avaliada para fins de Art. 21 – A exclusão a bem da disciplina consiste
classificação do comportamento, mas apenas como re- no afastamento, ex-officio, do Aspirante a Oficial e da
ferência para aplicação de sanções posteriores, inclusive praça com estabilidade assegurada, por meio de processo
como circunstância agravante. administrativo disciplinar, mediante apuração feita por
Repreensão Conselho de Disciplina, conforme a legislação vigente.
Art. 17 – Repreensão é uma censura enérgica ao Demissão
transgressor, publicada em Boletim Interno e devidamente Art. 22 – A demissão consiste no afastamento, ex-
registrada, influenciando diretamente no comportamento offício, do oficial, por meio de processo administrativo
do militar estadual. disciplinar, mediante apuração feita por Conselho de
Detenção Justificação, conforme a legislação vigente.
Art. 18 – A detenção consiste no cerceamento da Multa
liberdade do transgressor, o qual deve permanecer no Art. 23 – A título de multa o militar estadual perderá
local que lhe for determinado, normalmente o quartel, sem a remuneração do(s) dia(s) em que faltar ao serviço sem
que fique, no entanto, isolado e circunscrito a determinado motivo justificado, e da folga subseqüente, sem prejuízo de
compartimento. outras sanções disciplinares a que se sujeite.

26
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Falta justificada I – a existência de registro de sanção disciplinar nos


§ 1º - Será considerada prática de transgressão assentamentos do transgressor;
disciplinar (Art. 135 – II – “ a” ) quando o militar estadual II – a reincidência específica da transgressão;
faltar justificadamente ao serviço, e gozar a folga a que III – mau ou insuficiente comportamento;
tem direito se tivesse trabalhado, sem estar para isso IV – a prática simultânea ou conexão de duas ou
devidamente dispensado.3 mais transgressões;
V – o conluio de duas ou mais pessoas;
Apresentação obrigatória VI – ser praticada a transgressão durante a execução
§ 2º - No caso do parágrafo anterior, a apresentação do do serviço ou em razão dele;
militar estadual dar-se-á obrigatoriamente no dia seguinte, VII – ser cometida a transgressão na presença de su-
no mesmo local e horário estabelecidos para o início do bordinado;
serviço para o qual faltou, podendo ser empregado a VIII – ter abusado o transgressor de sua autoridade
critério da OME a que pertencer.4 hierárquica e/ou funcional;
Parágrafo único – Sendo a falta ao serviço justificada, IX – ser praticada a transgressão com premeditação;
se o militar estadual gozar a folga a que teria direito se X – ter sido praticada a transgressão em presença de
tivesse trabalhado, perderá a remuneração referente a esse tropa e/ou público;
período. XI – ter sido cometida a transgressão, estando o mi-
litar fardado e de folga.
CAPÍTULO III Prática simultânea ou conexão
Aplicação e Cumprimento das Sanções Parágrafo único – No caso previsto no inciso
Disciplinares Objetivo IV, na aplicação da sanção será considerada a trans-
gressão de maior gravidade, ficando as demais como agra-
Art. 24 – A sanção disciplinar objetiva assegurar a vantes.
regularidade e o aperfeiçoamento do serviço realizado Circunstâncias atenuantes
pela PMES e CBMES, bem como a reeducação do infrator, Art. 27 – São circunstâncias atenuantes:
servindo como meio de prevenção geral, buscando o I – a existência de registro de recompensa nos as-
fortalecimento da disciplina. sentamentos do transgressor;
Exclusão de transgressão disciplinar II – ótimo ou excepcional comportamento;
Art. 25 – Não há transgressão disciplinar quando o III – relevância de serviços prestados;
militar estadual praticar o ato e for reconhecida qualquer IV – ter sido cometida a transgressão para evitar mal
uma das seguintes causas de justificação: maior;
I – ter sido cometida a transgressão na prática de V – nunca ter sofrido sanção disciplinar;
ação meritória, no interesse do serviço ou da ordem pú- Nova redação dada pelo art. 1º do Dec. Nº 634-r, de
blica; 02.04.01
II – ter sido cometida a transgressão em legítima
defesa, própria ou de outrem, ou no exercício regular de VI – ter o transgressor confessado espontaneamente
direito; a transgressão;
III – ter sido cometida a transgressão sob coação ir- VII – a falta de prática do serviço;
resistível ou em estrita obediência a ordem legal de supe- VIII – ter se reabilitado de sanção(ões) ante-
rior hierárquico; rior(es);
IV – ter sido cometida a transgressão pelo uso impe- IX – nunca ter sofrido sanção pela prática de trans-
rativo da força a fim de compelir o subordinado a cumprir gressão disciplinar classificada como gravíssima.
rigorosamente o seu dever, no caso de perigo, necessidade Falta de prática do serviço
urgente, calamidade pública, manutenção da ordem ou da Parágrafo único – Caracteriza falta de prática do ser-
disciplina; viço:
V – ter sido cometida a transgressão em decorrên- I – estar o militar estadual há menos de um ano nas
cia de caso fortuito ou motivo de força maior, plenamente fileiras da PMES ou do CBMES;
comprovado e justificado. II – estar freqüentando curso de formação em qual-
Publicidade da causa de justificação quer nível;
III – estar o militar estadual há menos de seis meses
Nova redação dada pelo art. 1º do Dec. Nº 634-R, na atividade funcional específica, quando do cometimento
de 02.04.01 da infração disciplinar referente ao serviço.
Fixação da sanção disciplinar
Parágrafo único – Quando ocorrer causa de justifica- Art. 28 – Para fixação das sanções disciplinares de
ção, em relação às transgressões graves ou gravíssimas, advertência, repreensão e detenção, serão observadas as
esta circunstância poderá ser publicada em substituição à seguintes regras:
sanção que deveria ser aplicada. I – Para a transgressão disciplinar Leve:
Circunstâncias agravantes a) havendo equilíbrio ou prevalência de circunstân-
Art. 26 – São circunstâncias agravantes: cias atenuantes, aplicar-se-á a sanção de ADVERTÊNCIA;

27
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

b) havendo prevalência de circunstâncias agravantes, c) pundonor militar, o sentimento de dignidade pró-


aplicar-se-á a sanção de REPREENSÃO; pria com que ilustra e dignifica a Corporação, conduzindo-
II – Para a transgressão disciplinar Média, a sanção -se com honestidade, decência e retidão moral;
base será de 04 (quatro) dias de DETENÇÃO, sendo a san- d) decoro, a qualidade baseada no respeito próprio,
ção mínima de 01 (um) dia e a máxima de 06 (seis) dias; dos companheiros e da comunidade a que serve, baseado
III – Para a transgressão disciplinar Grave, a sanção no mais digno desempenho da profissão militar;
base será de 10 (dez) dias de DETENÇÃO, sendo a sanção II – o militar, estando no comportamento “mau”,
mínima de 07 (sete) dias e a máxima de 13 (treze) dias; praticar uma transgressão disciplinar gravíssima ou grave,
IV – Para a transgressão disciplinar Gravíssima, a san- duas médias ou três leves, no período de 01 (um) ano;
ção base será de 17 (dezessete) dias de DETENÇÃO, sendo Publicação
a sanção mínima de 14 (quatorze) dias e a máxima de 20 Art. 31 – A publicação das sanções disciplinares será
(vinte) dias; feita em Boletim Interno, na esfera da autoridade detentora
Cálculo da Sanção do poder disciplinar, em conformidade com o art. 10.
§1º – A fixação das sanções previstas nos incisos II a IV Oficial e Aspirante a Oficial
deste artigo será feita, §1º – A publicação da punição imposta a Oficial ou
adicionando-se ou subtraindo-se da sanção base a di- Aspirante a Oficial deverá ser feita em Boletim Reservado,
ferença resultante entre o número de circunstâncias ate- salvo se as circunstâncias ou a natureza da transgressão
nuantes e agravantes, respeitados os limites mínimos e recomendarem o contrário, no interesse da disciplina.
máximos previstos; Autoridade sem Boletim
Eqüivalência §2º – Quando a autoridade que aplicar a punição não
§2º – Para efeito da fixação da sanção a que se refere o dispuser de boletim, a publicação desta deverá ser feita,
parágrafo anterior, cada circunstância atenuante ou agra- mediante solicitação escrita, no da autoridade a que estiver
vante eqüivalerá a 01 (um) dia. subordinado.
Sanção mínima Constituição do ato disciplinar
§3º – Quando se tratar de transgressor que nunca tenha
Art. 32 – A aplicação da sanção disciplinar consiste
sofrido sanção disciplinar, poderá ser aplicada a sanção mí-
numa decisão administrativa disciplinar, a qual contém uma
nima prevista, independente do número de circunstâncias
descrição sumária, clara e precisa dos fatos e circunstâncias
agravantes e atenuantes, ou até mesmo ser a transgressão
que determinaram a transgressão, seu enquadramento,
desclassificada para a imediatamente anterior.
sua motivação e a conseqüente publicação.
Desclassificação
§4º – Havendo a desclassificação prevista no parágrafo
Enquadramento
anterior, será aplicada a sanção estabelecida para a nova
Art. 33 – Enquadramento é a caracterização da
classificação de acordo com o previsto no
transgressão, em conformidade com a parte especial deste
Conversão em prestação de serviço extraordinário Regulamento.
Art. 29 – No caso da transgressão disciplinar classificada Nota de punição
como leve ou média, a pedido do transgressor que esteja no Art. 34 – Na nota de punição serão, necessariamente,
comportamento militar excepcional, a autoridade poderá mencionadas:
converter a sanção disciplinar em prestação de até três ( I – a transgressão cometida e sua classificação, em
03 ) escalas de serviço extraordinário, não remuneradas termos precisos, sintéticos e a sua tipificação;
como serviço extra. II – as circunstâncias agravantes e as atenuantes;
Registro III – a sanção imposta;
Parágrafo único – O registro da conversão prevista no IV – a classificação do comportamento;
parágrafo anterior obedecerá aos critérios previstos no pa- V – a solicitação para fazer cumprir a sanção disci-
rágrafo único do art. 16. plinar, se o punido estiver à disposição temporária de outra
Aplicação do licenciamento a bem da disciplina autoridade;
Art. 30 – O licenciamento a bem da disciplina poderá VI – o local do cumprimento da sanção disciplinar.
ser aplicado, quando: Notificação
I – a transgressão afetar o sentimento do dever, a Art. 35 – Notificação é o aviso formalizado por
honra pessoal, o pundonor militar ou o decoro, conside- instrumento legal, que dá ciência oficialmente de ato
rando-se: punitivo ao infrator, ou, na hipótese de recurso, da
a) sentimento do dever, o envolvimento em uma to- ratificação ou retificação do ato anterior.
mada de consciência perante o caso concreto e a realida- Início do prazo recursal
de, implicando no reconhecimento da obrigatoriedade de Art. 36 – O prazo recursal passa a correr da data da
um comportamento coerente, justo e equânime; publicação do ato ou da notificação, nos casos em que ela
b) honra pessoal, a qualidade íntima do militar esta- for expressamente prevista.
dual que se conduz com integridade, honestidade, honra- Motivação
dez e justiça, observando com rigor os deveres morais que Art. 37 – Motivação é a razão pela qual está sendo
deve ter consigo e com seus semelhantes; aplicada a sanção disciplinar.

28
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Conscientização da autoridade e do transgressor Parecer médico com permanência em residência


Art. 38 – A aplicação da sanção disciplinar, por maior §2º – O militar estadual, que estiver em cumprimento
que tenha sido a falta cometida, deve ser feita com justiça, de sanção disciplinar e obtiver parecer médico para que
serenidade e imparcialidade, a fim de que o transgressor permaneça emresidência, não terá seu cumprimento sus-
punido fique consciente e convicto de que a autoridade penso.
competente agiu no estrito cumprimento do dever legal e
que a sanção visa o benefício educativo do transgressor CAPÍTULO IV
e da coletividade. Revisão do Processo Disciplinar Revisão do
Independência da sanção disciplinar Processo
Art. 39 – A sanção disciplinar independe de processo
civil ou criminal a que se sujeite também o militar estadual, Art. 48 – O processo disciplinar poderá ser revisto, a
relacionado ao mesmo fato. pedido, no prazo de 120 (cento e vinte) dias, ou ex-officio,
Concurso de crime e transgressão disciplinar no prazo de 02 (dois) anos, desde que sejam apresentados
Art. 40 – As instâncias criminal e administrativa são indícios de que:
independentes e podem ser concomitantes, na ocorrência I – o ato disciplinar tenha sido contrário ao texto
de transgressão disciplinar residual ou subjacente ao fato. expresso deste Regulamento ou à evidência dos autos;
II – o ato disciplinar tenha se baseado em depoi-
Início do cumprimento mentos, exames ou documentos comprovadamente falsos;
Art. 41 – O início do cumprimento da sanção III – após o ato disciplinar, foram descobertas novas
disciplinar, dar-se-á após a publicação do ato, conforme provas de inocência do militar estadual ou de circunstância
for nele estabelecido, ressalvada a hipótese do §2º do Art. que determine ou autorize diminuição especial da sanção
11. disciplinar.
Contagem do tempo Reiteração do pedido
Art. 42 – A contagem do tempo de cumprimento Parágrafo único – Não será admissível a reiteração do
pedido, salvo se fundado em provas novas.
de sanção disciplinar vai do momento em que o punido
Competência para o pedido de revisão
for recolhido até aquele em que for posto em liberdade,
Art. 49 – A revisão poderá ser pedida pelo próprio
computado hora a hora.
militar ou por procurador legalmente habilitado.
Transgressor à disposição ou a serviço de outra
Modificação
autoridade
Art. 50 – A modificação da aplicação de sanção
Art. 43 – A autoridade especificada em um dos incisos
disciplinar pode ser realizada pela autoridade que a aplicou
do Art. 10, que punir seu subordinado com detenção,
ou por outra, superior e competente, discriminada no Art.
estando este à disposição ou a serviço temporário de outra
10, desde que devidamente motivada, quando a sanção
autoridade, solicitará a esta que adote as providências disciplinar aplicada estiver além ou aquém do limite
para o cumprimento da sanção. máximo e mínimo legal, ou ainda quando houver injustiça
Militar Estadual afastado do serviço ou ilegalidade na sua aplicação.
Art. 44 – O cumprimento de punição disciplinar, por Avocação
militar estadual afastado do serviço, deverá ocorrer após a Art. 51 – A autoridade superior àquela que aplicou
sua apresentação pronto na OME, salvo nos casos do §2°, a sanção disciplinar, ao concluir que a mesma deve ser
do art. 11. agravada ou atenuada, poderá avocar para si a solução
Interrupção de afastamento e agravá-la ou atenuá-la, dentro dos limites legais, desde
Art. 45 – A interrupção da licença especial, licença que devidamente motivada.
para tratar de assuntos particulares, licença para Formas de modificação
tratamento de saúde de pessoa da família, férias ou outros Art. 52 – As modificações da aplicação da sanção
afastamentos temporários, para fim de cumprimento de disciplinar são:
sanção disciplinar, somente ocorrerá quando autorizada I – a anulação;
pelas autoridades referidas nos incisos I e II, do art. 10. II – a atenuação;
Cumprimento de sanção por militar estadual inativo III III – a agravação.
Art. 46 – O militar estadual da inatividade cumprirá
suas sanções disciplinares na OME mais próxima de sua Anulação
residência. Art. 53 – A anulação da sanção disciplinar consiste
Ininterrupção do cumprimento de sanção disciplinar na declaração de invalidade do ato punitivo ilegítimo ou
Art. 47 – Não será interrompido o cumprimento ilegal, retroagindo seus efeitos à sua origem, invalidando as
de sanção disciplinar, exceto na superveniência de conseqüências passadas, presentes e futuras do ato anulado.
afastamentos de caráter obrigatório previstos em lei.
Baixa hospitalar ou em locais similares Eliminação de registro
§1º – Hospitais, enfermarias ou clínicas, poderão servir §1º – A anulação da sanção disciplinar deve eliminar
como locais para cumprimento de sanção disciplinar, des- todo e qualquer registro referente àquele ato nas altera-
de que haja determinação médica expressa. ções do militar estadual.

29
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Concessão durante o cumprimento de detenção Equivalência das transgressões


§2º – A anulação, sendo concedida ainda durante o §1º – Apenas para efeito do que trata este artigo, deve-
tempo de cumprimento da detenção, importa na coloca- -se fazer a seguinte correlação:
ção imediata do militar estadual em liberdade. I – duas transgressões leves eqüivalem a uma mé-
Reversão em folga dia;
§3º – Havendo a anulação de detenção, o período já II – duas transgressões médias eqüivalem a uma
cumprido será revertido em dobro, em folga. grave;
Atenuação III – duas transgressões graves eqüivalem a uma gra-
Art. 54 – A atenuação de sanção disciplinar consiste víssima.
na transformação da punição proposta ou aplicada em Casos de condenação
uma menos rigorosa, se assim o exigir o interesse da §2º – Para efeito do que trata este artigo:
disciplina e da ação educativa do punido, respeitados os I – a condenação transitada em julgado por práti-
limites previstos para a falta neste Regulamento. ca de crime implicará na classificação no comportamento
Agravação militar “mau”, mesmo nos casos de prescrição da pena im-
Art. 55 – A agravação de punição disciplinar consiste posta;
na transformação da punição proposta ou aplicada em uma II – a condenação transitada em julgado por práti-
mais rigorosa, se assim exigir o interesse da disciplina e da ca de contravenção penal eqüivalerá a uma transgressão
ação educativa do punido, respeitados os limites previstos gravíssima.
para a falta neste Regulamento.
Prazo para agravação Classificação do comportamento
Art. 56 – Findo o prazo de quinze ( 15 ) dias, após Art. 59 – A classificação do comportamento das
a data da publicação da sanção aplicada, ela não mais praças será feita ex-officio, de acordo com os prazos e
poderá ser agravada. critérios estabelecidos no artigo anterior, tendo como
base a data de publicação da sanção disciplinar imposta.
TÍTULO III
Caso de condenação por crime
COMPORTAMENTO MILITAR ESTADUAL
§1º – Quando se tratar de condenação por crime, o pra-
CAPÍTULO ÚNICO
zo para a modificação da classificação do comportamento
terá como base a data do encerramento do cumprimento
Classificação do Comportamento Comportamento
da pena, devendo ser observado o seguinte:
Art. 57 – O comportamento militar espelha o
procedimento civil e funcional da praça, sob o ponto de
I – concedida a suspensão condicional por tempo
superior ao da pena, após o seu término considerar-se-á
vista disciplinar.
Competência também a data em que se daria o encerramento da pena
§1º – A classificação de comportamento é da compe- concreta, como se ela tivesse sido cumprida,;
tência das autoridades elencadas no art. 10, obedecido o II – declarada a prescrição da pena imposta, a base
disposto neste Capítulo. será a data da sentença.
Comportamento inicial Modificação da classificação do comportamento
§2º – Ao ingressar na Instituição Militar Estadual, a pra- §2º – A modificação da classificação do comportamen-
ça será classificada no comportamento militar “bom”. to só ocorrerá quando atingidos os índices previstos para
Espécies de comportamento comportamento inferior ou superior, permanecendo a pra-
Art. 58 – O comportamento da praça deve ser ça naquele em que estiver classificada enquanto isso não
classificado em: ocorrer.
I – Excepcional – quando no período de seis anos de Publicidade da modificação de classificação
efetivo serviço não tenha sofrido qualquer sanção disciplinar; Art. 60 – A modificação da classificação de
II – Ótimo – quando no período de quatro anos de comportamento será formalizada com a publicação em
efetivo serviço tenha sido punida, no máximo, em decor- boletim interno da OME, por meio de uma “Nota de
rência da prática do eqüivalente a uma transgressão classi- Classificação de Comportamento”.
ficada como média;
III – Bom – quando no período de dois anos de efe- TÍTULO IV
tivo serviço, tenha sido punida em decorrência da prática DIREITOS E RECOMPENSAS
do eqüivalente a menos de uma transgressão classificada CAPÍTULO I
como gravíssima;
IV – Insuficiente – quando no período de um ano Recursos Interposição de recurso – objetivo
de efetivo serviço, tenha sido punida em decorrência da Art. 61 – Todo militar estadual que se julgue, ou
prática do eqüivalente a até uma transgressão classificada julgue subordinado seu, prejudicado ou injustiçado por
como gravíssima; superior hierárquico, na esfera disciplinar, tem o direito de
V – Mau – quando no período de um ano de efetivo interpor recurso disciplinar objetivando reverter a situação.
serviço, tenha sido punida em decorrência da prática do
eqüivalente a mais de uma transgressão classificada como Tipos de recursos
gravíssima. Parágrafo único. São recursos disciplinares:

30
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

I – o Pedido de Reconsideração de Ato; II – a Repre- CAPÍTULO II


sentação. Reabilitação Reabilitação
Reconsideração de ato
Art. 62 – Reconsideração de ato é o recurso interposto, Art. 66 – Reabilitação é o direito concedido ao militar
mediante requerimento, por meio do qual o militar estadual, estadual de ser reabilitado, tendo apagadas a averbação de
que se julgue, ou julgue subordinado seu, prejudicado ou sanções disciplinares e outras notas a elas relacionadas, em
injustiçado, solicita à autoridade que praticou o ato o seu cadastro, assegurando-lhe o sigilo dos registros sobre
reexame de sua decisão. seu processo e sanção disciplinar.
Encaminhamento Prazos da reabilitação
§1º – O pedido de reconsideração de ato poderá ser Art. 67 – A reabilitação ocorrerá, ex-officio, decorridos
encaminhado diretamente à autoridade que praticou o ato. os seguintes prazos, tendo como base a data da publicação
Prazo para apresentação da sanção disciplinar imposta, sem que o militar estadual
§2º – O pedido de reconsideração de ato deve ser tenha sofrido qualquer punição disciplinar:
apresentado no prazo de 15 (quinze) dias, a contar da data I – 05 (cinco) anos, quando a sanção for pela prática
de publicação da sanção imposta. de transgressão classificada como gravíssima;
Prazo para decisão II – 04 (quatro) anos, quando a sanção for pela prá-
§3º – A autoridade competente a quem é dirigido o pe- tica de transgressão classificada como grave;
dido de reconsideração de ato deverá decidir no prazo de III – 03 (três) anos, quando a sanção for pela prática
08 (oito) dias úteis, contados da data de entrada do recurso. de transgressão classificada como média;
Representação IV – 02 (dois) ano, quando a sanção for pela prática
Art. 63 – Representação é o recurso disciplinar de transgressão classificada como leve;
interposto, mediante requerimento do próprio ofendido, Forma de publicidade da reabilitação
ou por autoridade que julgue subordinado seu estar sendo §1° – A “Nota de Reabilitação” será publicada em bole-
vítima de ofensa, injustiça, ilegalidade ou prejudicado tim competente.
em seus direitos, por ato de autoridade superior, dirigido Eliminação das anotações
diretamente ao superior imediato desta autoridade. §2° – A eliminação das anotações nas fichas disciplina-
Afastamento da subordinação res será com o tingimento de todas as anotações de modo
§1º – A critério da autoridade superior o ofendido po- que não seja possível a sua leitura, registrando-se apenas
derá ser afastado da subordinação direta da autoridade o número e a data do boletim que publicou o ato admi-
contra quem foi formulado o recurso, até que o mesmo nistrativo que formalizou a reabilitação, procedendo-se de
seja julgado. forma análoga em outros sistemas de registro existentes.
Prazos da representação
§2º – Aplicam-se à representação os prazos estabeleci- CAPÍTULO III
dos nos §§ 2º e 3º do artigo anterior. Recompensas Recompensas
Efeito suspensivo
Art. 68 – Recompensas constituem reconhecimento
Art. 64 – A autoridade competente para apreciar o por bons serviços prestados por militar estadual.
recurso poderá, vendo razões para isso, recebê-lo com Tipos de recompensas
efeito suspensivo, quando então o início do cumprimento Art. 69 – Além de outras previstas em leis e
da sanção ficará condicionado à publicação da solução do regulamentos especiais, são recompensas aos militares
recurso. estaduais:
Apresentação de recurso I – o elogio individual;
Art. 65 – A apresentação de recurso disciplinar deve II – as dispensas do serviço.
ser feita individualmente, tratar de caso específico, cingir- Elogio individual
se aos fatos que o motivaram e sem utilizar comentários Art. 70 – O elogio individual, que coloca em relevo
ofensivos à autoridade. as qualidades morais e profissionais, somente poderá ser
Situação Excepcional formulado a militar estadual que se haja destacado do
§1º – O início da contagem do prazo para apresentação resto da coletividade, no desempenho de ato de serviço,
de recurso disciplinar pelo militar estadual será: ação meritória ou ato de bravura, pelas autoridades
I – da data em que cessar a situação impeditiva, especificadas no art. 10.
quando estiver executando serviço ou ordem que o impe- Publicidade e registro de elogios
ça de apresentá-lo; §1º – Todos os elogios individuais, publicados em bo-
II – da data de sua apresentação ou da notificação, letim, serão registrados nos assentamentos do militar es-
quando estiver afastado temporariamente do serviço. tadual, devendo ser divulgados aos integrantes da OME
Recurso prejudicado onde servir o militar estadual elogiado.
§2º – O recurso disciplinar que contrarie o prescrito Publicação em boletim
neste Capítulo é considerado prejudicado pela autoridade §2º – Quando a autoridade que conceder elogio não
a quem foi destinado, cabendo a esta mandar arquivá-lo e dispuser de boletim para sua publicação, esta deve ser fei-
publicar sua decisão em boletim, dando ciência, por notifi- ta, mediante solicitação por escrito, no da autoridade ime-
cação, ao interessado. diatamente superior.

31
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Dispensa do serviço CAPÍTULO II


Art. 71 – A dispensa do serviço como recompensa Competência Competência
pode ser concedida pelas autoridades constantes do art.
10. Art. 77 – A competência processual disciplinar na
Período máximo de dispensa PMES e no CBMES será exercida pelas autoridades militares
Art. 72 – A dispensa do serviço, como recompensa, estaduais enumeradas no art. 10, respeitadas as normas
poderá ser concedida por até 08 (oito) dias, ininterruptos, deste Regulamento e o poder de avocação das autoridades
não podendo ultrapassar o total de 16 (dezesseis) dias no superiores e da Corregedoria.
decorrer de um ano civil, não invalidando o direito a férias. Delegação
Autoridade competente para anular, restringir ou §1º – Obedecidas as normas regulamentares de cir-
ampliar cunscrição, hierarquia e comando, as atribuições para ins-
Art. 73 – São competentes para anular, restringir taurar processo disciplinar poderão ser delegadas a mili-
ou ampliar as recompensas concedidas por si ou seus tar estadual para fins especificados e por tempo limitado,
subordinados, as autoridades especificadas no art. 10, vedada a delegação de competência para julgamento do
devendo esta decisão ser motivada em boletim, dentro processo.
do prazo de 05 (cinco) dias úteis contados da data de sua Restrição à autoridade disciplinar e processante
concessão. §2º – Quando a autoridade competente para determi-
Limite de restrição da dispensa do serviço nar a instauração do processo disciplinar e aplicar sanção
Parágrafo único – A dispensa do serviço como recom- disciplinar ao infrator exercer, por iniciativa própria, a fun-
pensa poderá ser restringida até no máximo a metade. ção de Encarregado, ficará, automaticamente, impedida de
emitir decisão final no processo e punir o infrator, repas-
TÍTULO V sando-se esta competência à autoridade hierarquicamente
PROCESSO E PROCEDIMENTO superior e competente.
CAPÍTULO I
Disposições Preliminares Processo Administrativo Conflito de atribuições entre autoridades
Disciplinar §3º – Quando duas autoridades de níveis hierárqui-
cos diferentes, ambas com competência para determinar
Art. 74 – O Processo Administrativo Disciplinar (PAD) a instauração de processo disciplinar e aplicar sanção dis-
é o conjunto de atos, executados cronologicamente, para ciplinar ao infrator, tomarem conhecimento da prática de
investigar fato definido neste Regulamento ou em outra transgressão disciplinar cabe às de nível hierárquico infe-
legislação como transgressão disciplinar, garantindo- se ao rior determinar a instauração do processo disciplinar, a fim
acusado o direito de ampla defesa e do contraditório, a de evitar a supressão de instância administrativa da autori-
fim de que a autoridade competente obtenha elementos dade de menor nível.
suficientes para sua convicção e decisão sobre a aplicação Obrigatoriedade de instauração do PAD
de sanção disciplinar. Art. 78 – A autoridade militar estadual que tiver
Ritos ciência de irregularidades no âmbito de sua subordinação
Art. 75 – O PAD rege-se pelo rito ordinário e pelo rito é obrigada a promover a apuração imediata, mediante
sumário. processo administrativo disciplinar, assegurando ao
Rito Ordinário acusado o contraditório e a ampla defesa.
§1º – O PAD terá rito ordinário para apuração de trans- Justa causa para a instauração de PAD
gressões disciplinares e julgamento do acusado, nas hipó- Art. 79 – A determinação para instauração de
teses previstas no artigo 30, Incisos I e II, ou em outros processo administrativo disciplinar, com designação de
casos, a critério da autoridade competente. Encarregado, somente ocorrerá se houver prova de fato
que, em tese, constitua infração disciplinar e indícios
Rito sumário suficientes de autoria.
§2º – O PAD terá rito sumário para apuração de trans-
gressões disciplinares e julgamento do acusado, exceto nas CAPÍTULO III
situações do parágrafo anterior. Denúncia e Comunicação de Infração Disciplinar
Conselho de Disciplina e Conselho de Justificação Denúncia
Art. 76 – Os processos disciplinares relativos ao
Conselho de Disciplina e ao Conselho de Justificação Art. 80 – As denúncias sobre infrações disciplinares
fundamentar-se-ão na legislação específica que os instituiu. serão objeto de apuração, desde que contenham a
Normas próprias identificação, assinatura e o endereço do denunciante e
Parágrafo único – As causas determinantes que levam sejam formuladas por escrito, confirmada a autenticidade.
o militar estadual a ser submetido a um destes Conselhos, Comunicação
ex-officio ou a pedido, e as condições para sua instauração, §1º – As comunicações de irregularidades feitas por
funcionamento e providências decorrentes, estão estabele- militar estadual obedecerão as normas internas de corres-
cidas na legislação que dispõe sobre os citados Conselhos. pondência, com tramitação regular através dos canais de
comando.

32
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Anonimato Prorrogação de prazo


§2º – Os fatos denunciados de forma anônima serão §1º – O prazo previsto no caput poderá ser prorrogado
objeto de levantamento pelos setores competentes da por até 20 (vinte) dias, a critério da autoridade delegante,
PMES e do CBMES, cujo resultado, quando procedente, quando não estejam concluídos exames ou perícias já ini-
será comunicado na forma do §1º. ciados, ou haja necessidade de novas diligências, indispen-
Proibição de juntada sáveis à elucidação do fato.
§3º – A denúncia anônima não caracteriza prova docu- Pedido de prorrogação
mental, não podendo ser juntada em comunicação, sindi- §2º – O pedido de prorrogação deve ser feito até cinco
cância ou processo administrativo disciplinar. dias antes da conclusão do prazo preestabelecido.
Prova impertinente Necessidades de exames, perícias, precatórias e outras
§4º – O documento da denúncia que não contiver as- diligências
sinatura, identificação e o endereço do denunciante será §3º – A autoridade delegante poderá determinar o so-
caracterizado como prova impertinente. brestamento do processo disciplinar, permanecendo este
Arquivamento da denúncia em mãos do Encarregado, por prazo determinado, en-
§5° – Quando o fato não constituir infração disciplinar quanto aguarda a realização de perícias, exames, precató-
ou ilícito penal, a denúncia será arquivada, por falta de ob- rias e outras diligências imprescindíveis ao esclarecimento
jeto. do fato investigado.
Forma
CAPÍTULO IV Art. 84 – As peças do processo serão datilografadas
Sindicância Instauração de sindicância ou produzidas por qualquer outro meio de impressão,
em espaço dois e reunidas por ordem cronológica, sendo
Art. 81 – A autoridade competente para aplicar numeradas e rubricadas pelo secretário.
sanção disciplinar, nos termos deste Regulamento, Competência processual delegada
não havendo elementos suficientes para instauração Art. 85 – A competência processual tem início após a
publicação da respectiva portaria delegatória em boletim e
de processo disciplinar, por falta de indícios da autoria
se efetiva com a entrega ao Encarregado, juntamente com a
ou não estar caracterizada adequadamente, em tese, a
documentação que motivou a instauração do processo disciplinar.
infração disciplinar, poderá determinar, preliminarmente,
Início do processo
a instauração de sindicância, designando autoridade
Art. 86 – O Encarregado do PAD deverá iniciar o
sindicante, com o prazo máximo de 15 (quinze) dias,
processo imediatamente após tomar conhecimento oficial
prorrogável por até igual período, para sua conclusão.
da designação, com o recebimento da portaria delegatória.
Resultado da sindicância
Art. 82 – Da sindicância poderá resultar: SEÇÃO II
I – o arquivamento dos autos; Encarregado do Processo Encarregado do Processo
II – a adoção de medidas administrativas; III – a ins-
tauração de processo administrativo disciplinar; Art. 87 – O PAD ordinário terá como Encarregado
IV – a instauração de Inquérito Policial Militar ou enca- oficial hierarquicamente superior ao acusado, designado
minhamento à autoridade competente, se concluído haver mediante portaria delegatória, podendo ainda o processo
indício de crime. ser avocado pela Corregedoria.
§1º – Sendo a sindicância procedimento inquisitório de Encarregado de mesmo posto
apuração, onde não há contraditório, quando resultar em §1º – Em casos excepcionais, poderá ser designado
imputação de responsabilidade disciplinar, a aplicação da como Encarregado, oficial do mesmo posto que o acusado,
sanção disciplinar dependerá da instauração de processo desde que mais antigo.
administrativo disciplinar de rito ordinário ou sumário. Infração disciplinar diversa
§2º – Quando a imputação de responsabilidade disci- §2º – Se, no decorrer do processo, o Encarregado
plinar resultar de Inquérito o procedimento será análogo averiguar a existência de outra infração disciplinar, diver-
ao previsto no parágrafo anterior. sa daquela que lhe foi determinado apurar, imputável ao
acusado, deverá informar, obrigatoriamente, este fato, à
CAPÍTULO V autoridade delegante, que poderá tomar uma das seguin-
Processo Administrativo Disciplinar De Rito tes providências:
Ordinário I – Aditar a portaria delegatória inicial, atribuindo com-
SEÇÃO I petência ao Encarregado para investigar igualmente esta
Generalidades Prazo para conclusão outra infração disciplinar imputada ao acusado; II – Editar
nova portaria, designando outro Encarregado para apurar
Art. 83 – O prazo para conclusão do Processo esta outra infração disciplinar imputada ao acusado.
Administrativo Disciplinar – PAD de rito ordinário será de Dedicação integral
trinta dias, contados a partir do primeiro dia útil após Art. 88 – Se necessário, o Encarregado poderá ser
aquele em que a autoridade processante receber a portaria dispensada de suas funções normais, para que possa
delegatória. dedicar-se, com exclusividade, aos trabalhos do processo,
até a entrega do relatório final.

33
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Polícia das sessões SEÇÃO III


Art. 89 – O Encarregado proverá a regularidade do Defensor Defensor
processo e a execução da lei e manterá a ordem no
curso dos respectivos atos, podendo determinar o que for Art. 94 – No PAD de rito ordinário, o acusado, ainda
conveniente à manutenção da ordem. que ausente, não poderá ser processado ou julgado
Independência e imparcialidade da autoridade administrativamente sem defensor.
processante Defensor “ad-hoc”
Parágrafo único – O Encarregado exercerá suas ativida- §1º – Se o acusado não tiver constituído, ser-lhe-á no-
des com absoluta independência e imparcialidade. meado defensor pelo Encarregado do Processo, ressalvado
Competências do Encarregado o seu direito de, a todo tempo, nomear outro de sua con-
Art. 90 – Compete ao Encarregado do Processo colher fiança.
todas as provas que sirvam para o esclarecimento do fato Do defensor nomeado
e suas circunstâncias, adotando, se necessário, as seguintes §2º – O defensor nomeado pelo Encarregado do Pro-
providências: cesso será militar estadual, de posto ou graduação superior
I – ouvir denunciantes, ofendido, testemunhas e ao acusado, ou mais antigo, se de mesmo posto.
acusados; Defesa própria
II – proceder reconhecimento de pessoas ou coisas; §3º– O acusado poderá manifestar seu interesse, por
III – proceder acareações; escrito, para promover a sua própria defesa.
IV – determinar a realização de provas e exames peri- Intimação do defensor
ciais que julgar necessários ou quando solicitados;
§4º – O defensor poderá participar de todos os atos
V – proceder buscas e apreensões, na forma legal; do processo, ficando o acusado responsável pela sua no-
VI – determinar a avaliação e identificação de coisa tificação.
subtraída, desviada, destruída ou danificada, ou da qual
Nomeação provisória de defensor
houve indébita apropriação;
§5º – A falta de comparecimento do defensor, ainda
VII – tomar medidas necessárias destinadas à proteção
que motivada, não determinará o adiamento de qualquer
de testemunhas, peritos ou do ofendido, quando coatos ou
ameaçados de coação que lhes tolha a liberdade de depor, ato do processo, devendo o Encarregado do Processo no-
ou a independência para a realização de perícias ou exames. mear substituto, ainda que provisoriamente, ou só para
Sigilo efeito daquele ato.
Art. 91 – O Encarregado do Processo assegurará o Constituição de defensor
sigilo necessário à elucidação do fato ou exigido para §6º – A constituição de defensor pelo acusado será fei-
defesa da intimidade ou do interesse social, respeitando, ta, por meio de procuração quando se tratar de advogado,
todavia, o direito do defensor ter vista do processo em e por indicação nos autos do processo, quando for outro
repartição. militar estadual.
Suspeição
Art. 92 – A autoridade delegante poderá declarar a suspeição SEÇÃO IV
do Encarregado do Processo, a seu critério, ou a pedido do Fases do Rito Ordinário Fases do rito ordinário
Acusado, ou do próprio Encarregado, quando este:
I – for amigo íntimo ou inimigo do acusado; II – for Art. 95 – O processo administrativo disciplinar com
cônjuge, companheiro ou parente, consangüíneo ou afim, rito ordinário desenvolver-se-á nas seguintes fases,
até terceiro grau inclusive, do acusado; assegurando-se ao acusado o contraditório e a ampla
III – tiver comunicado a irregularidade; defesa:
Revogação de delegação I – instauração;
Parágrafo Único – No caso do Encarregado ser declara- II – defesa prévia, no prazo de 03 (três) dias;
do suspeito ou, por motivo de força maior, não puder mais
III – instrução;
funcionar no processo, a autoridade delegante, por meio IV – alegações finais, no prazo de 03(três) dias
de outra portaria, revogará a delegação anterior e delegará V – relatório, contendo o julgamento do Encarrega-
poderes a outro Encarregado, mantendo-se todos os atos do do Processo sobre a culpabilidade do acusado.
legalmente praticados até então. Roteiro do PAD de rito ordinário
Nomeação de secretário Parágrafo único – O roteiro do processo administrativo
Art. 93 – A nomeação do militar estadual para atuar disciplinar com rito ordinário é o constante do Anexo I.
como secretário no processo administrativo disciplinar de Dispensa de fases do processo
rito ordinário poderá ser feita pela autoridade delegante Art. 96 – Se o acusado, no momento de apresentar
ou pelo seu Encarregado. a defesa prévia, confessar, por escrito ou mediante
Atribuições do secretário declaração reduzida a termo, em presença de pelo menos
Parágrafo único – Além das atribuições típicas de es- duas testemunhas e/ou seu defensor, a autoria e a prática
crivão e de oficial de justiça nos processos, ao secretário da transgressão que lhe é imputada, o Encarregado do
incumbirá outras tarefas que lhe forem ordenadas pelo En- Processo produzirá o relatório dos autos, dispensando
carregado do Processo.

34
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

as demais fases processuais, encaminhando o processo à Meio para citação


autoridade delegante, para decisão sobre a aplicação de §2º – A citação far-se-á pelo Secretário:
sanção disciplinar. I – mediante mandado, quando o acusado estiver
Inocência servindo na mesma OME do Encarregado do Processo;
§1º – Quando o Encarregado do Processo concluir, II – mediante precatória ou requisição ao coman-
ante a defesa prévia, pela inocência do acusado, produzirá dante do acusado, quando ele estiver servindo em OME
o relatório dos autos, dispensando as demais fases proces- distinta da OME do Encarregado do Processo;
suais, e III – por edital:
Nova redação dada pelo art. 2º do Dec. Nº 634-R, de a) quando o acusado se ocultar ou opuser obstáculo
02.04.01 para não ser citado;
Nova redação dada pelo art. 2º do Dec. Nº 634-R, de b) quando não for encontrado;
02.04.01 c) quando estiver em lugar incerto ou não sabido.
encaminhará o processo à autoridade delegante que, Certificação
concordando, o solucionará determinando o seu arquiva- §3º – Nos casos das letras a, b e c do inciso III do pará-
mento, ou, discordando, o devolverá para que sejam cum- grafo anterior, o secretário, depois de procurar o acusado
pridas todas as suas fases, descontando-se dos prazos o por duas vezes, em dias diferentes, certificará, cada vez, a
tempo dessa tramitação. impossibilidade da citação pessoal e o motivo.
Proibição Requisito da citação
§2º – Para a aplicação do licenciamento a bem da disci- §4º – A citação conterá cópia do Libelo Acusatório, dia
plina, o processo deverá concluir todas as suas fases, ainda e hora para o comparecimento e advertência de que não
que tenha ocorrido a confissão do acusado. comparecendo o acusado, salvo provas convincentes em
contrário, considerar-se-ão verdadeiras as acusações con-
SEÇÃO V tidas no Libelo, se não forem contestadas na defesa prévia.
Instauração Instauração Comparecimento espontâneo
§5º – O comparecimento espontâneo do acusado su-
Art. 97 – A instauração é formalizada pela autuação da prirá a falta ou nulidade da citação.
portaria, à qual deverão estar juntadas cópias da denúncia
Suspensão de prazos impeditiva de responder ao
ou comunicação, do libelo acusatório e da ficha funcional
processo, ou internado, mesmo que em residência, todos
do acusado, e se efetiva com a citação válida.
os prazos serão suspensos, mediante registro nos autos.
Libelo acusatório
Acusado preso
Art. 98 – O Encarregado do Processo formulará o
§7º – Estando o acusado preso, será requisitada à auto-
libelo acusatório, por escrito, expondo o fato, com
ridade responsável a sua apresentação perante o Encarre-
suficiente especificidade, de modo a delimitar o objeto da
gado do Processo em dia e hora designados.
controvérsia e a permitir a plenitude da defesa.
Conteúdo do Libelo Acusatório
§1º – O Libelo Acusatório conterá: SEÇÃO VI
I – o nome do acusado Defesa Prévia Prazo para defesa prévia
II – a exposição, deduzida por artigo(s), da(s) transgres-
são(ões) disciplinar(es) imputada(s) ao acusado; Art. 100 – Citado do Libelo Acusatório e demais
III – a indicação das circunstâncias agravantes e de documentos do processo disciplinar, o acusado terá prazo
todos os fatos que devam influir na aplicação da sanção de 03 (três) dias para apresentar defesa escrita, por si só ou
disciplinar; por seu defensor, assegurando-se-lhe vistas do processo
IV– o rol de testemunhas, se houver; na repartição.7
V – o nome e a assinatura do Encarregado do Processo.
Mais de um acusado Recusa do acusado
§2º – Havendo mais de um acusado, o Libelo deverá §1º – A recusa do acusado em apor o ciente na cópia
especificar a forma de participação de cada infrator na(s) da citação será certificada pelo secretário, ou pessoa en-
transgressão(ões) disciplinar(es) a ser(em) apurada(s). carregada de efetuar a citação, que relacionará duas ( 02 )
Citação testemunhas.
Art. 99 – O Encarregado do Processo citará ou Contagem de prazo para defesa
mandará citar o acusado, para apresentar sua defesa §2º – Na hipótese do parágrafo anterior, o prazo para
prévia, e se ver processar até o julgamento final, bem como defesa contar-se-á do primeiro dia útil após a juntada da
para acompanhar todos os demais atos do processo. certidão nos autos.
Mandado de citação
§1º – O mandado de citação será, obrigatoriamente, Defesa prévia
acompanhado de cópia do Libelo Acusatório e demais do- Art. 101 – Na defesa prévia, o acusado poderá arrolar
cumentos que motivaram a instauração do processo disci- testemunhas, juntar documentos e requerer as diligências
plinar, a fim de que o acusado saiba efetivamente o que lhe que julgue necessárias para o esclarecimento dos fatos e
está sendo imputado. sua defesa.

35
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Fatos não contestados ou ausência de contestação Declarações – Contradita pelo acusado/defensor


Art. 102 – A defesa prévia, que será escrita, deverá Art. 108 – As declarações do ofendido ou do
conter toda matéria de defesa, reputando-se verdadeiros denunciante ou comunicante e das testemunhas serão
os fatos, constantes do Libelo Acusatório, não contestados feitas na presença do acusado/defensor, que poderá
pelo acusado, desde que não sejam contrários às provas contraditá-las, no todo ou em parte, após a sua conclusão,
dos autos. bem como requerer ao Encarregado do Processo que
esclareçam ou tornem mais precisas quaisquer das suas
SEÇÃO VII declarações, podendo, inclusive fazer perguntas, por
Instrução Citação válida intermédio do Encarregado do Processo.
Intimação de testemunhas
Art. 103 – Estabelecida a relação processual, com a Art. 109 – As testemunhas serão notificadas a depor em
citação válida, o Encarregado do Processo, na dia e hora previamente designados, mediante notificação
§6º – Caso o acusado encontre-se em situação,atesta- expedida pelo Encarregado do Processo, devendo a
da por Junta Militar de Saúde, segunda via, com o recibo da contrafé, ser anexada aos
Nova redação dada pelo art. 2º do Dec. Nº 634-R, de autos.
02.04.01 Comparecimento de testemunha
fase da instrução, promoverá a tomada de §1º – As testemunhas poderão comparecer à audiência
depoimentos, acareações, investigações e diligências independentemente de notificação, ou mediante esta, se
cabíveis, objetivando a coleta de prova, recorrendo, assim for requerido no prazo de 05 (cinco) dias antes da
quando necessário, a técnicos e peritos, de modo a permitir audiência marcada.
a completa elucidação dos fatos. Testemunha servidor público
Contraditório e ampla defesa §2º – Se a testemunha for servidor público, a expedição
Art. 104 – A instrução assegurará ao acusado o do mandado será imediatamente comunicada ao chefe da
contraditório e a ampla defesa, com a utilização dos meios repartição onde estiver lotado, com a indicação do dia e
hora marcados para inquirição
e recursos admitidos em direito.
Militares
Juntada de documentos
§3º – Os militares serão requisitados à autoridade a
§1º – Em qualquer fase do processo será admitida a
que estiverem subordinados.
juntada de documentos.
Inquirição de testemunha
Meios de prova
§4º – As testemunhas serão inquiridas cada uma de per
§2º – Todos os meios de prova moralmente legítimos,
si, separadamente, de modo que uma não possa ouvir o
ainda que não especificados em lei, são cabíveis para pro-
depoimento da outra.
var a veracidade dos fatos alegados no processo.
Ordem de inquirição
Denegação de pedidos §5º – Primeiramente serão inquiridas as testemunhas
§3º – O Encarregado do Processo poderá denegar pe- da acusação e depois as da defesa.
didos considerados impertinentes, meramente protelató- Número de testemunhas
rios, ou de nenhum interesse para o esclarecimento dos §6º – Para cada fato serão arroladas, no máximo, três
fatos. testemunhas de acusação, facultando-se, igualmente, a cada
Prova pericial acusado a indicação de até três testemunhas de defesa, por
§4º – Será indeferido o pedido de prova pericial, quan- fato apurado, podendo o Encarregado do Processo ouvir ou-
do a comprovação do fato independer de conhecimento tras, se entender necessário para melhor elucidar os fatos.
especial de perito.
Período para inquirições Não comparecimento de testemunha
Art. 105 – As testemunhas, ofendido e acusado, §7º– Se notificada para esse fim deixar de comparecer,
exceto em caso de urgência, serão ouvidos no período sem justo motivo:
compreendido entre 07:00h e 18:00h. I – sendo integrante da Corporação, além de ser
Notícia de transgressão disciplinar conduzida coercitivamente à presença do Encarregado do
Art. 106 – Cópias de autos de sindicância e de Processo por requisição deste, será responsabilizada pelo
inquérito policial, policial-militar ou técnico, que ato;
noticiarem transgressão disciplinar praticada por militar II – não sendo integrante da Corporação, e sendo
estadual, poderão integrar o processo disciplinar, como testemunha da defesa ou da acusação, cabe à respectiva
peça informativa da instrução. parte apresentá-la, em nova data a ser definida pelo En-
Inquirição do ofendido e denunciante carregado do Processo, e havendo reiteração da ausência,
Art. 107 – Sempre que possível, o ofendido e não mais será ouvida, salvo motivo de força maior, devida-
o denunciante ou comunicante serão qualificados e mente comprovado.
perguntados sobre as circunstâncias da transgressão Oralidade
disciplinar, quem seja ou presuma ser seu autor, as provas Art. 110 – O depoimento será prestado oralmente e
que possam indicar, tomando-se por termos as suas reduzido a termo, não sendo lícito à testemunha trazê-lo
declarações, não lhes sendo exigido o compromisso. por escrito.

36
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Notificação do depoimento das testemunhas §6° – Nenhum militar estadual deverá ser interrogado em
Art. 111 – O acusado será notificado do dia e hora dos estado de embriaguez ou sob efeito de substância psicotrópica.
depoimentos das testemunhas.
Inquirição pelo defensor Atos sem a presença do acusado
§1º – Será facultado ao defensor a reinquirição das Art. 115 – O acusado deve ser intimado para o
testemunhas, por intermédio do Encarregado do Processo, interrogatório, bem como para qualquer ato que não possa
durante o respectivo depoimento. ser realizado sem a sua presença.
Perguntas impertinentes ou ofensivas Não comparecimento do acusado
§2º – O Encarregado do Processo poderá indeferir as §1º – Em caso de não comparecimento do acusado
perguntas impertinentes, ofensivas ou que não tenham re- não, o Encarregado do Processo deverá mandar conduzi-lo
lação com os fatos a serem apurados. ou requisitar a sua presença.
Ausência das partes Observação obrigatória ao acusado
§3º – O não comparecimento do acusado ou seu de- §2º – Antes de iniciar o interrogatório, o Encarregado
fensor não impedem a oitiva das testemunhas, devendo o do Processo observará ao acusado que, embora não seja
Encarregado do Processo nomear defensor “ad hoc” para obrigado a responder as perguntas que lhe forem formula-
esse ato específico. das, este constitui um meio de defesa.
Constrangimento da testemunha Não intervenção do defensor
Art. 112 – Verificando o Encarregado do Processo §3º – O interrogatório é um ato pessoal, não poden-
que a presença do acusado, pela sua atitude, possa influir do o defensor do acusado intervir ou influir, de qualquer
no ânimo da testemunha, deverá adverti-lo formalmente, modo, nas perguntas e nas respostas.
fazendo o registro nos autos, e, em persistindo na conduta, Reinquirição
deverá retirá-lo do recinto, permanecendo seu defensor. §4º – O Encarregado do Processo poderá reinquirir o
Constrangimento pelo acusado-defensor acusado, a qualquer tempo, se assim achar conveniente.
§1° – Estando o acusado fazendo a sua própria defesa, Acareação
Art. 116 – Em caso de mais de um acusado, sempre
será este alertado que poderá serretirado do recinto, sen-
que houver divergência em declarações, entre seus
do-lhe, neste caso, nomeado defensor ad hoc.
depoimentos, sobre fatos ou circunstâncias relevantes, será
admitida a acareação entre eles.
Registro
Acompanhamento do processo administrativo
§2° – Em qualquer hipótese deste artigo, será reduzida
Art. 117 – É assegurado ao acusado o direito de
a termo a ocorrência, constando os motivos que ensejaram
acompanhar o processo pessoalmente ou por intermédio
a providência tomada.
de defensor, arrolar e reinquirir testemunhas, produzir
Intimação dos atos em audiência provas e contraprovas e formular quesitos, quando se
Art. 113 – Após regularmente citado dos atos tratar de prova pericial, nos termos deste Regulamento.
praticados em audiência considerar-se-á o acusado ciente, Revelia
desde logo, para o próximo ato processual. Art. 118 – Considerar-se-á revel o acusado que,
Interrogatório do acusado regularmente citado para qualquer ato do processo
Art. 114 – Somente após o interrogatório do acusado o administrativo disciplinar, deixar de comparecer ou não
Encarregado do Processo fará a inquirição das testemunhas, apresentar defesa no prazo previsto neste Regulamento,
exceto se for inadiável a oitiva anterior, por motivo de força sem motivo justificado.
maior, ou na hipótese de revelia. Decretação da revelia
Registro nos autos §1º – A revelia será decretada, por termo, nos autos do
§1° – Em qualquer das hipóteses do caput, o motivo da processo e devolverá o prazo para defesa.
oitiva anterior será registrado no termo de inquirição. Não apresentação de defesa prévia
Intervenção §2º – Não comparecendo o acusado regularmente ci-
§2º – O interrogatório será feito pelo Encarregado do tado para apresentar defesa prévia, os fatos constantes do
Processo, não sendo permitida a intervenção de qualquer Libelo Acusatório serão reputados verdadeiros, salvo se o
outra pessoa. contrário resultar da convicção do Encarregado do Proces-
Questões de ordem so, com fundamento em outras provas do processo.
§3º – Findo o interrogatório, poderão ser levantadas Defensor “ad hoc”
questões de ordem, que o Encarregado do Processo fará §3º – Para defender o acusado revel, caso seu defen-
consignar no auto, se assim lhe for requerido. sor constituído não compareça, o Encarregado do Processo
Mais de um acusado designará defensor “ad hoc”, prosseguindo no feito.
§4º – Havendo mais de um acusado, será cada um de- Exame de sanidade mental
les interrogado separadamente, de modo que um não pos- Art. 119 – Quando houver dúvida sobre a sanidade
sa ouvir o depoimento do outro. mental do acusado, o Encarregado do Processo proporá
Perguntas não respondidas à autoridade competente que o acusado seja submetido
§5º – Consignar-se-ão as perguntas que o acusado dei- a exame por junta militar de saúde, da qual participe pelo
xar de responder e as razões que invocar para não fazê-lo. menos um médico psiquiatra, suspendendo-se os prazos
Estado de embriaguez ou efeito de psicotrópico processuais, mediante registro nos autos.

37
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Incidente de sanidade mental Conselho de Disciplina ou de Justificação


Parágrafo único – O laudo pericial expedido pela junta §3º – Caso autoridade a quem for encaminhado o
militar de saúde que atestar a insanidade mental do acu- processo para solução entenda ser caso de instauração de
sado será juntado aos autos, acarretando a suspensão do Conselho de Justificação ou de Disciplina, encaminhará os
prazo para prescrição da ação disciplinar. autos ao Comandante-Geral que, concordando, determi-
nará a instauração do Conselho, ou, discordando, devol-
SEÇÃO VIII verá os autos à autoridade competente para solucioná-lo.
Alegações Finais Prazo para alegações finais Reconhecimento de responsabilidade
Art. 124 – Reconhecida a responsabilidade do
Art. 120 – Terminada a instrução, o Encarregado militar estadual, a autoridade competente solucionará o
do Processo promoverá a intimação do acusado e de processo, indicando o dispositivo legal transgredido, bem
seu defensor para vistas ao processo, na repartição, e como as circunstâncias agravantes e atenuantes.
apresentação da defesa escrita, em alegações finais, no Reconhecimento de causa de justificação
prazo de 03 (três) dias.8 Parágrafo único – Reconhecida qualquer causa de jus-
tificação a autoridade competente solucionará o proces-
SEÇÃO IX so, inocentando o acusado.
Relatório/Julgamento Relatório/julgamento Prazo para solução
Art. 125 – No prazo de 15 (quinze) dias, contados
Art. 121 – Concluída a defesa, cabe ao Encarregado do recebimento do processo administrativo disciplinar
do Processo elaborar relatório circunstanciado de tudo o concluso, a autoridade competente deverá solucioná-lo,
que foi apurado nos autos, emitindo julgamento sobre a proferindo a sua decisão.
culpabilidade do acusado, encaminhando-os, a seguir, à Solução diferente da apresentada na conclusão
autoridade delegante, para a decisão sobre a aplicação Art. 126 – A autoridade competente poderá dar ao
de sanção ou encaminhamento à autoridade superior processo solução diferente da apresentada na conclusão
competente. do Encarregado do Processo, desde que motivada e
8 fundamentada nas provas dos autos.
Nova redação dada pelo art. 2º do Dec. Nº 634-R, Relatório contrário às provas dos autos
de §1º – Quando o relatório do Encarregado do Processo
02.04.01 contrariar as provas dos autos, a autoridade competente
poderá responsabilizar ou isentar o militar da responsa-
Intimação do acusado e do defensor bilidade.
Parágrafo único – O Encarregado do Processo deverá Motivação da decisão
intimar o acusado e seu defensor a tomarem conhecimen- §2º – Em qualquer hipótese, concordando ou discor-
to do Relatório do Processo, juntando comprovação aos dando da conclusão do Encarregado do Processo, as de-
autos, antes de sua remessa à autoridade delegante. cisões da autoridade competente serão motivadas e fun-
Requisitos do Relatório damentadas, sob pena de nulidade.
Art. 122 – No relatório, o Encarregado do Processo Vício insanável
mencionará as diligências feitas, as pessoas ouvidas e os Art. 127 – Verificada a existência de ilegalidade, a
resultados obtidos, com indicação do dia, hora e lugar autoridade competente deverá declarar a nulidade total
onde ocorreu a transgressão disciplinar, concluindo sobre ou parcial do processo.
a culpa do acusado, sendo vedado sugerir a punição a Nulidade total
ser aplicada, a fim de não induzir a decisão da autoridade §1° – Na hipótese de nulidade total, a autoridade de-
competente para solucionar o processo. terminará a instauração de um novo processo, designan-
do outro Encarregado.
SEÇÃO X Nulidade Parcial
Solução Competência para a solução §2º – Na hipótese de nulidade parcial, a autoridade
competente determinará ao Encarregado do Processo o
Art. 123 – O processo será solucionado, em princípio, desentranhamento dos atos nulos e a sua repetição den-
pela autoridade que delegou a competência processual. tro dos princípios da legalidade, aproveitando-se as peças
Diferentes autoridades hierárquicas que não contenham vício.
§1º – Havendo mais de um acusado, subordinados a Solução fora do prazo
diferentes autoridades hierárquicas, a solução caberá à §3° – A solução fora do prazo legal não implica em
autoridade de menor nível hierárquico, com ascendência nulidade do processo, mas importa em responsabilidade
funcional sobre todos. da autoridade, salvo motivo de força maior, plenamente
Licenciamento a bem da disciplina justificado.
§2º – Sendo o licenciamento a bem da disciplina a san-
ção a ser aplicada, a solução caberá às autoridades a que
se refere o art. 20, deste Regulamento.

38
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

CAPÍTULO VI CAPÍTULO VII


Processo Administrativo Disciplinar de Rito Disposições Finais Validade dos atos processuais
Sumário Rito sumário
Art. 131 – Os atos processuais serão válidos sempre
Art. 128 – As transgressões disciplinares, a princípio, que preencherem as finalidades para as quais forem
serão apuradas em processo administrativo disciplinar de realizados, desde que não contenham vícios insanáveis.
rito sumário, tendo como Encarregado militar estadual Nulidade sem prejuízo
mais antigo que o acusado, assegurando-se, contudo, ao §1º – Não será pronunciada qualquer nulidade sem
acusado, o contraditório e a ampla defesa. que tenha havido prejuízo para a defesa.
Fases Atos processuais em outras localidades
Art. 129 – O processo administrativo disciplinar com §2º – A prática de atos processuais em outros municí-
rito sumário, terá prazo de até 08 (oito ) dias, prorrogável, pios ou circunscrições
se necessário, por até 05 (cinco) dias, desenvolvendo-se Nova redação dada pelo art. 4º do Dec.Nº 634-R,
nas seguintes fases:9 de 02.04.01
I – instauração; poderá ser solicitada por qualquer meio idôneo de co-
II – defesa prévia, no prazo de 02 (dois) dias; municação.
III – investigação sumária, se necessária;
Transporte e diárias
IV – defesa do acusado, se for o caso, no prazo de 02 Art. 132 – A concessão de transporte e diárias por
(dois) dias;11 motivo de realização de processo disciplinar será feita de
V – relatório/julgamento. acordo com as normas em vigor no Estado e na Corpora-
Roteiro ção.
§1º – O roteiro do processo disciplinar com rito sumá-
rio é o constante do Anexo II.
Instauração
§2º – A instauração do processo administrativo disci-
plinar com rito sumário poderá ser feita por despacho da
5. CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988: ARTIGO
autoridade delegante à autoridade delegada, que atuará 5º – CAPÍTULO I – DOS DIREITOS E DEVERES
diretamente sem auxílio de secretário. INDIVIDUAIS E COLETIVOS E ARTIGO
Libelo Acusatório 144 – CAPÍTULO III – DA SEGURANÇA
§3º – O Encarregado do Processo expedirá o Libelo PÚBLICA, COM SUAS ALTERAÇÕES ATÉ
Acusatório, citando o acusado para apresentar sua defesa A DATA DE PUBLICAÇÃO DO EDITAL;
prévia, no prazo de 02 (dois) dias. DEFESA DO ESTADO E DAS INSTITUIÇÕES
Dispensa de fases/investigação sumária DEMOCRÁTICAS: SEGURANÇA PÚBLICA;
§4º – Apresentada a defesa prévia, que poderá ser feita ORGANIZAÇÃO DA SEGURANÇA PÚBLICA;
pelo próprio acusado, o Encarregado do Processo: ORDEM SOCIAL.
I – entendendo-a suficiente, produzirá o relatório
dos autos, dispensando as demais fases, e o encaminhará
à autoridade delegante, para solução; ou
II – fará investigações, de forma sumária, para me-
lhor elucidação dos fatos. Direitos e deveres individuais e coletivos
Não obrigatoriedade de defensor
§5º – No processo administrativo disciplinar de rito su- O capítulo I do título II é intitulado “direitos e deveres
mário não é obrigatória a presença de defensor. individuais e coletivos”. Da própria nomenclatura do
Defesa do acusado capítulo já se extrai que a proteção vai além dos direitos
§6º – No caso do inciso II do parágrafo anterior, após do indivíduo e também abrange direitos da coletividade.
as investigações sumárias, o acusado deverá ser notificado A maior parte dos direitos enumerados no artigo 5º do
do seu resultado, com prazo de 02 (dois) dias para apre- texto constitucional é de direitos individuais, mas são
sentação de razões de defesa, após o que o Encarregado incluídos alguns direitos coletivos e mesmo remédios
do Processo produzirá o relatório dos autos e o encami- constitucionais próprios para a tutela destes direitos
nhará à autoridade delegante, para solução. coletivos (ex.: mandado de segurança coletivo).
Intimação do acusado
§7º – O Encarregado do Processo deverá intimar o 1) Brasileiros e estrangeiros
acusado a tomar conhecimento do Relatório do Processo, O caput do artigo 5º aparenta restringir a proteção
juntando comprovação aos autos, antes de sua remessa à conferida pelo dispositivo a algumas pessoas,
autoridade delegante. notadamente, “aos brasileiros e aos estrangeiros residentes
Aplicação subsidiária de normas ao rito ordinário no País”. No entanto, tal restrição é apenas aparente e tem
Art. 130 – Aplicam-se subsidiariamente ao processo sido interpretada no sentido de que os direitos estarão
disciplinar com rito sumário as disposições compatíveis protegidos com relação a todas as pessoas nos limites da
previstas para o processo disciplinar com rito ordinário. soberania do país.

39
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Em razão disso, por exemplo, um estrangeiro pode - Direito à igualdade


ingressar com habeas corpus ou mandado de segurança, Abrangência
ou então intentar ação reivindicatória com relação a imóvel Observa-se, pelo teor do caput do artigo 5º, CF, que
seu localizado no Brasil (ainda que não resida no país). o constituinte afirmou por duas vezes o princípio da
Somente alguns direitos não são estendidos a todas igualdade:
as pessoas. A exemplo, o direito de intentar ação popular
exige a condição de cidadão, que só é possuída por Artigo 5º, caput, CF. Todos são iguais perante a lei, sem
nacionais titulares de direitos políticos. distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros
e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do
2) Relação direitos-deveres direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
O capítulo em estudo é denominado “direitos e propriedade, nos termos seguintes [...].
garantias deveres e coletivos”, remetendo à necessária
relação direitos-deveres entre os titulares dos direitos Não obstante, reforça este princípio em seu primeiro
fundamentais. Acima de tudo, o que se deve ter em vista inciso:
é a premissa reconhecida nos direitos fundamentais de
que não há direito que seja absoluto, correspondendo-se Artigo 5º, I, CF. Homens e mulheres são iguais em
para cada direito um dever. Logo, o exercício de direitos direitos e obrigações, nos termos desta Constituição.
fundamentais é limitado pelo igual direito de mesmo
exercício por parte de outrem, não sendo nunca absolutos, Este inciso é especificamente voltado à necessidade
mas sempre relativos. de igualdade de gênero, afirmando que não deve haver
Explica Canotilho1 quanto aos direitos fundamentais: nenhuma distinção sexo feminino e o masculino, de modo
“a ideia de deveres fundamentais é suscetível de ser que o homem e a mulher possuem os mesmos direitos e
entendida como o ‘outro lado’ dos direitos fundamentais. obrigações.
Como ao titular de um direito fundamental corresponde Entretanto, o princípio da isonomia abrange muito mais
do que a igualdade de gêneros, envolve uma perspectiva
um dever por parte de um outro titular, poder-se-ia dizer
mais ampla.
que o particular está vinculado aos direitos fundamentais
O direito à igualdade é um dos direitos norteadores
como destinatário de um dever fundamental. Neste
de interpretação de qualquer sistema jurídico. O primeiro
sentido, um direito fundamental, enquanto protegido,
enfoque que foi dado a este direito foi o de direito civil,
pressuporia um dever correspondente”. Com efeito, a um
enquadrando-o na primeira dimensão, no sentido de que
direito fundamental conferido à pessoa corresponde o
a todas as pessoas deveriam ser garantidos os mesmos
dever de respeito ao arcabouço de direitos conferidos às
direitos e deveres. Trata-se de um aspecto relacionado
outras pessoas.
à igualdade enquanto liberdade, tirando o homem do
arbítrio dos demais por meio da equiparação. Basicamente,
3) Direitos e garantias em espécie estaria se falando na igualdade perante a lei.
Preconiza o artigo 5º da Constituição Federal em seu No entanto, com o passar dos tempos, se percebeu que
caput: não bastava igualar todos os homens em direitos e deveres
para torná-los iguais, pois nem todos possuem as mesmas
Artigo 5º, caput, CF. Todos são iguais perante a lei, sem condições de exercer estes direitos e deveres. Logo, não
distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros é suficiente garantir um direito à igualdade formal, mas
e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do é preciso buscar progressivamente a igualdade material.
direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à No sentido de igualdade material que aparece o direito
propriedade, nos termos seguintes [...]. à igualdade num segundo momento, pretendendo-se do
Estado, tanto no momento de legislar quanto no de aplicar
O caput do artigo 5º, que pode ser considerado um e executar a lei, uma postura de promoção de políticas
dos principais (senão o principal) artigos da Constituição governamentais voltadas a grupos vulneráveis.
Federal, consagra o princípio da igualdade e delimita Assim, o direito à igualdade possui dois sentidos
as cinco esferas de direitos individuais e coletivos que notáveis: o de igualdade perante a lei, referindo-se à
merecem proteção, isto é, vida, liberdade, igualdade, aplicação uniforme da lei a todas as pessoas que vivem
segurança e propriedade. Os incisos deste artigos em sociedade; e o de igualdade material, correspondendo
delimitam vários direitos e garantias que se enquadram em à necessidade de discriminações positivas com relação
alguma destas esferas de proteção, podendo se falar em a grupos vulneráveis da sociedade, em contraponto à
duas esferas específicas que ganham também destaque igualdade formal.
no texto constitucional, quais sejam, direitos de acesso à
justiça e direitos constitucionais-penais. Ações afirmativas
Neste sentido, desponta a temática das ações
1 CANOTILHO, José Joaquim Gomes. Direito constitu- afirmativas,que são políticas públicas ou programas
cional e teoria da constituição. 2. ed. Coimbra: Almedina, privados criados temporariamente e desenvolvidos com
1998, p. 479. a finalidade de reduzir as desigualdades decorrentes de

40
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

discriminações ou de uma hipossuficiência econômica ou Embora o direito à vida seja em si pouco delimitado
física, por meio da concessão de algum tipo de vantagem nos incisos que seguem o caput do artigo 5º, trata-se de um
compensatória de tais condições. dos direitos mais discutidos em termos jurisprudenciais e
Quem é contra as ações afirmativas argumenta que, sociológicos. É no direito à vida que se encaixam polêmicas
em uma sociedade pluralista, a condição de membro de discussões como: aborto de anencéfalo, pesquisa com
um grupo específico não pode ser usada como critério de células tronco, pena de morte, eutanásia, etc.
inclusão ou exclusão de benefícios. Ademais, afirma-se
que elas desprivilegiam o critério republicano do mérito Vedação à tortura
(segundo o qual o indivíduo deve alcançar determinado De forma expressa no texto constitucional destaca-se
cargo público pela sua capacidade e esforço, e não por a vedação da tortura, corolário do direito à vida, conforme
pertencer a determinada categoria); fomentariam o racismo previsão no inciso III do artigo 5º:
e o ódio; bem como ferem o princípio da isonomia por
causar uma discriminação reversa. Artigo 5º, III, CF. Ninguém será submetido a tortura nem
Por outro lado, quem é favorável às ações afirmativas a tratamento desumano ou degradante.
defende que elas representam o ideal de justiça
compensatória (o objetivo é compensar injustiças passadas, A tortura é um dos piores meios de tratamento
dívidas históricas, como uma compensação aos negros por desumano, expressamente vedada em âmbito internacional,
tê-los feito escravos, p. ex.); representam o ideal de justiça como visto no tópico anterior. No Brasil, além da disciplina
distributiva (a preocupação, aqui, é com o presente. Busca- constitucional, a Lei nº 9.455, de 7 de abril de 1997 define
se uma concretização do princípio da igualdade material); os crimes de tortura e dá outras providências, destacando-
bem como promovem a diversidade. se o artigo 1º:
Neste sentido, as discriminações legais asseguram
a verdadeira igualdade, por exemplo, com as ações Art. 1º Constitui crime de tortura:
afirmativas, a proteção especial ao trabalho da mulher e I - constranger alguém com emprego de violência ou
do menor, as garantias aos portadores de deficiência, entre grave ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou mental:
outras medidas que atribuam a pessoas com diferentes a) com o fim de obter informação, declaração ou
condições, iguais possibilidades, protegendo e respeitando confissão da vítima ou de terceira pessoa;
suas diferenças2. Tem predominado em doutrina e b) para provocar ação ou omissão de natureza criminosa;
jurisprudência, inclusive no Supremo Tribunal Federal, que c) em razão de discriminação racial ou religiosa;
as ações afirmativas são válidas. II - submeter alguém, sob sua guarda, poder ou
autoridade, com emprego de violência ou grave ameaça, a
- Direito à vida intenso sofrimento físico ou mental, como forma de aplicar
Abrangência castigo pessoal ou medida de caráter preventivo.
O caput do artigo 5º da Constituição assegura a Pena - reclusão, de dois a oito anos.
proteção do direito à vida. A vida humana é o centro § 1º Na mesma pena incorre quem submete pessoa
gravitacional em torno do qual orbitam todos os direitos presa ou sujeita a medida de segurança a sofrimento físico
da pessoa humana, possuindo reflexos jurídicos, políticos, ou mental, por intermédio da prática de ato não previsto
econômicos, morais e religiosos. Daí existir uma dificuldade em lei ou não resultante de medida legal.
em conceituar o vocábulo vida. Logo, tudo aquilo que uma § 2º Aquele que se omite em face dessas condutas,
pessoa possui deixa de ter valor ou sentido se ela perde quando tinha o dever de evitá-las ou apurá-las, incorre na
a vida. Sendo assim, a vida é o bem principal de qualquer pena de detenção de um a quatro anos.
pessoa, é o primeiro valor moral inerente a todos os seres § 3º Se resulta lesão corporal de natureza grave ou
humanos3. gravíssima, a pena é de reclusão de quatro a dez anos; se
No tópico do direito à vida tem-se tanto o direito de resulta morte, a reclusão é de oito a dezesseis anos.
nascer/permanecer vivo, o que envolve questões como § 4º Aumenta-se a pena de um sexto até um terço:
pena de morte, eutanásia, pesquisas com células-tronco e I - se o crime é cometido por agente público;
aborto; quanto o direito de viver com dignidade, o que II – se o crime é cometido contra criança, gestante,
engloba o respeito à integridade física, psíquica e moral, portador de deficiência, adolescente ou maior de 60
incluindo neste aspecto a vedação da tortura, bem como (sessenta) anos;
a garantia de recursos que permitam viver a vida com III - se o crime é cometido mediante sequestro.
dignidade. § 5º A condenação acarretará a perda do cargo, função
2 SANFELICE, Patrícia de Mello. Comentários aos artigos I e ou emprego público e a interdição para seu exercício pelo
II. In: BALERA, Wagner (Coord.). Comentários à Declaração dobro do prazo da pena aplicada.
Universal dos Direitos do Homem. Brasília: Fortium, 2008, § 6º O crime de tortura é inafiançável e insuscetível de
p. 08. graça ou anistia.
3 BARRETO, Ana Carolina Rossi; IBRAHIM, Fábio Zambit- § 7º O condenado por crime previsto nesta Lei, salvo
te. Comentários aos Artigos III e IV. In: BALERA, Wagner a hipótese do § 2º, iniciará o cumprimento da pena em
(Coord.). Comentários à Declaração Universal dos Direi- regime fechado.
tos do Homem. Brasília: Fortium, 2008, p. 15.

41
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

- Direito à liberdade Tem-se, ainda, a seguinte previsão no artigo 5º, IX, CF:
O caput do artigo 5º da Constituição assegura a
proteção do direito à liberdade, delimitada em alguns Artigo 5º, IX, CF. É livre a expressão da atividade
incisos que o seguem. intelectual, artística, científica e de comunicação,
independentemente de censura ou licença.
Liberdade e legalidade
Prevê o artigo 5º, II, CF: Consolida-se outra perspectiva da liberdade de
expressão, referente de forma específica a atividades
Artigo 5º, II, CF. Ninguém será obrigado a fazer ou deixar intelectuais, artísticas, científicas e de comunicação.
de fazer alguma coisa senão em virtude de lei. Dispensa-se, com relação a estas, a exigência de licença
para a manifestação do pensamento, bem como veda-se a
O princípio da legalidade se encontra delimitado neste censura prévia.
inciso, prevendo que nenhuma pessoa será obrigada a fazer A respeito da censura prévia, tem-se não cabe impedir
ou deixar de fazer alguma coisa a não ser que a lei assim a divulgação e o acesso a informações como modo de
determine. Assim, salvo situações previstas em lei, a pessoa controle do poder. A censura somente é cabível quando
tem liberdade para agir como considerar conveniente. necessária ao interesse público numa ordem democrática,
Portanto, o princípio da legalidade possui estrita por exemplo, censurar a publicação de um conteúdo de
relação com o princípio da liberdade, posto que, a priori, exploração sexual infanto-juvenil é adequado.
tudo à pessoa é lícito. Somente é vedado o que a lei O direito à resposta (artigo 5º, V, CF) e o direito
expressamente estabelecer como proibido. A pessoa à indenização (artigo 5º, X, CF) funcionam como a
pode fazer tudo o que quiser, como regra, ou seja, agir de contrapartida para aquele que teve algum direito seu
qualquer maneira que a lei não proíba. violado (notadamente inerentes à privacidade ou à
personalidade) em decorrência dos excessos no exercício
Liberdade de pensamento e de expressão da liberdade de expressão.
O artigo 5º, IV, CF prevê:
Liberdade de crença/religiosa
Artigo 5º, IV, CF. É livre a manifestação do pensamento,
Dispõe o artigo 5º, VI, CF:
sendo vedado o anonimato.
Artigo 5º, VI, CF. É inviolável a liberdade de consciência
Consolida-se a afirmação simultânea da liberdade de
e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos
pensamento e da liberdade de expressão.
religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos
Em primeiro plano tem-se a liberdade de pensamento.
Afinal, “o ser humano, através dos processos internos de locais de culto e a suas liturgias.
reflexão, formula juízos de valor. Estes exteriorizam nada
mais do que a opinião de seu emitente. Assim, a regra Cada pessoa tem liberdade para professar a sua fé
constitucional, ao consagrar a livre manifestação do como bem entender dentro dos limites da lei. Não há uma
pensamento, imprime a existência jurídica ao chamado crença ou religião que seja proibida, garantindo-se que a
direito de opinião”4. Em outras palavras, primeiro existe o profissão desta fé possa se realizar em locais próprios.
direito de ter uma opinião, depois o de expressá-la. Nota-se que a liberdade de religião engloba 3
No mais, surge como corolário do direito à liberdade tipos distintos, porém intrinsecamente relacionados de
de pensamento e de expressão o direito à escusa por liberdades: a liberdade de crença; a liberdade de culto; e a
convicção filosófica ou política: liberdade de organização religiosa.
Consoante o magistério de José Afonso da Silva5, entra
Artigo 5º, VIII, CF. Ninguém será privado de direitos por na liberdade de crença a liberdade de escolha da religião,
motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou a liberdade de aderir a qualquer seita religiosa, a liberdade
política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação (ou o direito) de mudar de religião, além da liberdade
legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação de não aderir a religião alguma, assim como a liberdade
alternativa, fixada em lei. de descrença, a liberdade de ser ateu e de exprimir o
agnosticismo, apenas excluída a liberdade de embaraçar o
Trata-se de instrumento para a consecução do direito livre exercício de qualquer religião, de qualquer crença. A
assegurado na Constituição Federal – não basta permitir que liberdade de culto consiste na liberdade de orar e de praticar
se pense diferente, é preciso respeitar tal posicionamento. os atos próprios das manifestações exteriores em casa ou
Com efeito, este direito de liberdade de expressão é em público, bem como a de recebimento de contribuições
limitado. Um destes limites é o anonimato, que consiste na para tanto. Por fim, a liberdade de organização religiosa
garantia de atribuir a cada manifestação uma autoria certa refere-se à possibilidade de estabelecimento e organização
e determinada, permitindo eventuais responsabilizações de igrejas e suas relações com o Estado.
por manifestações que contrariem a lei. Como decorrência do direito à liberdade religiosa,
4 ARAÚJO, Luiz Alberto David; NUNES JÚNIOR, Vidal Ser- assegurando o seu exercício, destaca-se o artigo 5º, VII, CF:
rano. Curso de direito constitucional. 10. ed. São Paulo: 5 SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitucional
Saraiva, 2006. positivo. 25. ed. São Paulo: Malheiros, 2006.

42
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Artigo 5º, VII, CF. É assegurada, nos termos da lei, a Artigo 5º, XXXIII, CF. Todos têm direito a receber dos
prestação de assistência religiosa nas entidades civis e órgãos públicos informações de seu interesse particular,
militares de internação coletiva. ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no
prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas
O dispositivo refere-se não só aos estabelecimentos aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da
prisionais civis e militares, mas também a hospitais. sociedade e do Estado.
Ainda, surge como corolário do direito à liberdade
religiosa o direito à escusa por convicção religiosa: A respeito, a Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011
regula o acesso a informações previsto no inciso XXXIII
Artigo 5º, VIII, CF. Ninguém será privado de direitos do art. 5º, CF, também conhecida como Lei do Acesso à
por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica Informação.
ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação Não obstante, estabelece o artigo 5º, XXXIV, CF:
legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação
alternativa, fixada em lei. Artigo 5º, XXXIV, CF. São a todos assegurados,
independentemente do pagamento de taxas:
Sempre que a lei impõe uma obrigação a todos, a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa
por exemplo, a todos os homens maiores de 18 anos o de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder;
alistamento militar, não cabe se escusar, a não ser que b) a obtenção de certidões em repartições públicas,
tenha fundado motivo em crença religiosa ou convicção para defesa de direitos e esclarecimento de situações de
filosófica/política, caso em que será obrigado a cumprir interesse pessoal.
uma prestação alternativa, isto é, uma outra atividade que
não contrarie tais preceitos. Quanto ao direito de petição, de maneira prática,
cumpre observar que o direito de petição deve resultar
Liberdade de informação em uma manifestação do Estado, normalmente dirimindo
O direito de acesso à informação também se liga a uma (resolvendo) uma questão proposta, em um verdadeiro
dimensão do direito à liberdade. Neste sentido, prevê o exercício contínuo de delimitação dos direitos e obrigações
artigo 5º, XIV, CF: que regulam a vida social e, desta maneira, quando
“dificulta a apreciação de um pedido que um cidadão quer
Artigo 5º, XIV, CF. É assegurado a todos o acesso à apresentar” (muitas vezes, embaraçando-lhe o acesso à
informação e resguardado o sigilo da fonte, quando Justiça); “demora para responder aos pedidos formulados”
necessário ao exercício profissional. (administrativa e, principalmente, judicialmente) ou “impõe
restrições e/ou condições para a formulação de petição”,
Trata-se da liberdade de informação, consistente traz a chamada insegurança jurídica, que traz desesperança
na liberdade de procurar e receber informações e ideias e faz proliferar as desigualdades e as injustiças.
por quaisquer meios, independente de fronteiras, sem Dentro do espectro do direito de petição se insere, por
interferência. exemplo, o direito de solicitar esclarecimentos, de solicitar
A liberdade de informação tem um caráter passivo, ao cópias reprográficas e certidões, bem como de ofertar
passo que a liberdade de expressão tem uma característica denúncias de irregularidades. Contudo, o constituinte,
ativa, de forma que juntas formam os aspectos ativo e talvez na intenção de deixar clara a obrigação dos Poderes
passivo da exteriorização da liberdade de pensamento: Públicos em fornecer certidões, trouxe a letra b) do inciso,
não basta poder manifestar o seu próprio pensamento, é o que gera confusões conceituais no sentido do direito de
preciso que ele seja ouvido e, para tanto, há necessidade obter certidões ser dissociado do direito de petição.
de se garantir o acesso ao pensamento manifestado para Por fim, relevante destacar a previsão do artigo 5º, LX,
a sociedade. CF:
Por sua vez, o acesso à informação envolve o
direito de todos obterem informações claras, precisas e Artigo 5º, LX, CF. A lei só poderá restringir a publicidade
verdadeiras a respeito de fatos que sejam de seu interesse, dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o
notadamente pelos meios de comunicação imparciais e não interesse social o exigirem.
monopolizados (artigo 220, CF). No entanto, nem sempre
é possível que a imprensa divulgue com quem obteve Logo,o processo, em regra, não será sigiloso. Apenas
a informação divulgada, sem o que a segurança desta o será quando a intimidade merecer preservação (ex:
poderia ficar prejudicada e a informação inevitavelmente processo criminal de estupro ou causas de família em
não chegaria ao público. geral) ou quando o interesse social exigir (ex: investigações
Especificadamente quanto à liberdade de informação que possam ser comprometidas pela publicidade). A
no âmbito do Poder Público, merecem destaque algumas publicidade é instrumento para a efetivação da liberdade
previsões. de informação.
Primeiramente, prevê o artigo 5º, XXXIII, CF:

43
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Liberdade de locomoção Pessoas podem ir às ruas para reunirem-se com


Outra faceta do direito à liberdade encontra-se no demais na defesa de uma causa, apenas possuindo o dever
artigo 5º, XV, CF: de informar tal reunião. Tal dever remonta-se a questões
de segurança coletiva. Imagine uma grande reunião de
Artigo 5º, XV, CF. É livre a locomoção no território pessoas por uma causa, a exemplo da Parada Gay, que
nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos chega a aglomerar milhões de pessoas em algumas capitais:
termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus seria absurdo tolerar tal tipo de reunião sem o prévio aviso
bens. do poder público para que ele organize o policiamento
e a assistência médica, evitando algazarras e socorrendo
A liberdade de locomoção é um aspecto básico do pessoas que tenham algum mal-estar no local. Outro
direito à liberdade, permitindo à pessoa ir e vir em todo o limite é o uso de armas, totalmente vedado, assim como
território do país em tempos de paz (em tempos de guerra de substâncias ilícitas (Ex: embora a Marcha da Maconha
é possível limitar tal liberdade em prol da segurança). A tenha sido autorizada pelo Supremo Tribunal Federal,
liberdade de sair do país não significa que existe um direito vedou-se que nela tal substância ilícita fosse utilizada).
de ingressar em qualquer outro país, pois caberá à ele, no
exercício de sua soberania, controlar tal entrada. Liberdade de associação
Classicamente, a prisão é a forma de restrição da No que tange à liberdade de reunião, traz o artigo 5º,
liberdade. Neste sentido, uma pessoa somente poderá XVII, CF:
ser presa nos casos autorizados pela própria Constituição
Federal. A despeito da normativa específica de natureza Artigo 5º, XVII, CF. É plena a liberdade de associação
penal, reforça-se a impossibilidade de se restringir a para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar.
liberdade de locomoção pela prisão civil por dívida.
Prevê o artigo 5º, LXVII, CF: A liberdade de associação difere-se da de reunião por
sua perenidade, isto é, enquanto a liberdade de reunião
é exercida de forma sazonal, eventual, a liberdade de
Artigo 5º, LXVII, CF. Não haverá prisão civil por dívida,
associação implica na formação de um grupo organizado
salvo a do responsável pelo inadimplemento voluntário e
que se mantém por um período de tempo considerável,
inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel.
dotado de estrutura e organização próprias.
Por exemplo, o PCC e o Comando vermelho são associações
Nos termos da Súmula Vinculante nº 25 do Supremo
ilícitas e de caráter paramilitar, pois possuem armas e o ideal de
Tribunal Federal, “é ilícita a prisão civil de depositário infiel,
realizar sua própria justiça paralelamente à estatal.
qualquer que seja a modalidade do depósito”. Por isso, a
O texto constitucional se estende na regulamentação
única exceção à regra da prisão por dívida do ordenamento da liberdade de associação.
é a que se refere à obrigação alimentícia. O artigo 5º, XVIII, CF, preconiza:
Liberdade de trabalho Artigo 5º, XVIII, CF. A criação de associações e, na forma
O direito à liberdade também é mencionado no artigo da lei, a de cooperativas independem de autorização, sendo
5º, XIII, CF: vedada a interferência estatal em seu funcionamento.
Artigo 5º, XIII, CF. É livre o exercício de qualquer Neste sentido, associações são organizações resultantes
trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações da reunião legal entre duas ou mais pessoas, com ou sem
profissionais que a lei estabelecer. personalidade jurídica, para a realização de um objetivo
comum; já cooperativas são uma forma específica de
O livre exercício profissional é garantido, respeitados associação, pois visam a obtenção de vantagens comuns
os limites legais. Por exemplo, não pode exercer a profissão em suas atividades econômicas.
de advogado aquele que não se formou em Direito e não Ainda, tem-se o artigo 5º, XIX, CF:
foi aprovado no Exame da Ordem dos Advogados do Brasil;
não pode exercer a medicina aquele que não fez faculdade Artigo 5º, XIX, CF. As associações só poderão ser
de medicina reconhecida pelo MEC e obteve o cadastro no compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades
Conselho Regional de Medicina. suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso,
o trânsito em julgado.
Liberdade de reunião
Sobre a liberdade de reunião, prevê o artigo 5º, XVI, CF: O primeiro caso é o de dissolução compulsória, ou seja,
a associação deixará de existir para sempre. Obviamente,
Artigo 5º, XVI, CF. Todos podem reunir-se é preciso o trânsito em julgado da decisão judicial que
pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, assim determine, pois antes disso sempre há possibilidade
independentemente de autorização, desde que não de reverter a decisão e permitir que a associação continue
frustrem outra reunião anteriormente convocada para em funcionamento. Contudo, a decisão judicial pode
o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à suspender atividades até que o trânsito em julgado ocorra,
autoridade competente. ou seja, no curso de um processo judicial.

44
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Em destaque, a legitimidade representativa da da pessoa, por meio de fotografias, filmagens, desenhos,


associação quanto aos seus filiados, conforme artigo 5º, ou em sentido subjetivo, significando o conjunto de
XXI, CF: qualidades cultivadas pela pessoa e reconhecidas como
suas pelo grupo social”7.
Artigo 5º, XXI, CF. As entidades associativas, quando
expressamente autorizadas, têm legitimidade para Inviolabilidade de domicílio e sigilo de
representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente. correspondência
Correlatos ao direito à privacidade, aparecem a
Trata-se de caso de legitimidade processual inviolabilidade do domicílio e o sigilo das correspondências
extraordinária, pela qual um ente vai a juízo defender e comunicações.
interesse de outra(s) pessoa(s) porque a lei assim autoriza. Neste sentido, o artigo 5º, XI, CF prevê:
A liberdade de associação envolve não somente o
direito de criar associações e de fazer parte delas, mas Artigo 5º, XI, CF. A casa é asilo inviolável do indivíduo,
também o de não associar-se e o de deixar a associação, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do
morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou
conforme artigo 5º, XX, CF:
para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação
judicial.
Artigo 5º, XX, CF. Ninguém poderá ser compelido a
associar-se ou a permanecer associado. O domicílio é inviolável, razão pela qual ninguém pode
nele entrar sem o consentimento do morador, a não ser
- Direitos à privacidade e à personalidade EM QUALQUER HORÁRIO no caso de flagrante delito (o
morador foi flagrado na prática de crime e fugiu para seu
Abrangência domicílio) ou desastre (incêndio, enchente, terremoto...) ou
Prevê o artigo 5º, X, CF: para prestar socorro (morador teve ataque do coração, está
sufocado, desmaiado...), e SOMENTE DURANTE O DIA por
Artigo 5º, X, CF. São invioláveis a intimidade, a vida determinação judicial.
privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado Quanto ao sigilo de correspondência e das
o direito a indenização pelo dano material ou moral comunicações, prevê o artigo 5º, XII, CF:
decorrente de sua violação.
Artigo 5º, XII, CF. É inviolável o sigilo da correspondência e
O legislador opta por trazer correlacionados no das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações
mesmo dispositivo legal os direitos à privacidade e à telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas
personalidade. hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de
Reforçando a conexão entre a privacidade e a investigação criminal ou instrução processual penal.
intimidade, ao abordar a proteção da vida privada – que,
em resumo, é a privacidade da vida pessoal no âmbito O sigilo de correspondência e das comunicações está
do domicílio e de círculos de amigos –, Silva6 entende melhor regulamentado na Lei nº 9.296, de 1996.
que “o segredo da vida privada é condição de expansão
da personalidade”, mas não caracteriza os direitos de Personalidade jurídica e gratuidade de registro
personalidade em si. Quando se fala em reconhecimento como pessoa
A união da intimidade e da vida privada forma a perante a lei desdobra-se uma esfera bastante específica
privacidade, sendo que a primeira se localiza em esfera dos direitos de personalidade, consistente na personalidade
jurídica. Basicamente, consiste no direito de ser reconhecido
mais estrita. É possível ilustrar a vida social como se fosse
como pessoa perante a lei.
um grande círculo no qual há um menor, o da vida privada,
Para ser visto como pessoa perante a lei mostra-
e dentro deste um ainda mais restrito e impenetrável, o da
se necessário o registro. Por ser instrumento que serve
intimidade. Com efeito, pela “Teoria das Esferas” (ou “Teoria como pressuposto ao exercício de direitos fundamentais,
dos Círculos Concêntricos”), importada do direito alemão, assegura-se a sua gratuidade aos que não tiverem condição
quanto mais próxima do indivíduo, maior a proteção a de com ele arcar.
ser conferida à esfera (as esferas são representadas pela Aborda o artigo 5º, LXXVI, CF:
intimidade, pela vida privada, e pela publicidade).
“O direito à honra distancia-se levemente dos dois Artigo 5º, LXXVI, CF. São gratuitos para os
anteriores, podendo referir-se ao juízo positivo que reconhecidamente pobres, na forma da lei: a) o registro
a pessoa tem de si (honra subjetiva) e ao juízo positivo civil de nascimento; b) a certidão de óbito.
que dela fazem os outros (honra objetiva), conferindo-
lhe respeitabilidade no meio social. O direito à imagem O reconhecimento do marco inicial e do marco final
também possui duas conotações, podendo ser entendido da personalidade jurídica pelo registro é direito individual,
em sentido objetivo, com relação à reprodução gráfica não dependendo de condições financeiras. Evidente,
6 SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitucional 7 MOTTA, Sylvio; BARCHET, Gustavo. Curso de direito
positivo. 25. ed. São Paulo: Malheiros, 2006. constitucional. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007.

45
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

seria absurdo cobrar de uma pessoa sem condições a - Direito à segurança


elaboração de documentos para que ela seja reconhecida O caput do artigo 5º da Constituição assegura a
como viva ou morta, o que apenas incentivaria a indigência proteção do direito à segurança. Na qualidade de direito
dos menos favorecidos. individual liga-se à segurança do indivíduo como um
todo, desde sua integridade física e mental, até a própria
Direito à indenização e direito de resposta segurança jurídica.
Com vistas à proteção do direito à privacidade, do No sentido aqui estudado, o direito à segurança
direito à personalidade e do direito à imagem, asseguram- pessoal é o direito de viver sem medo, protegido pela
se dois instrumentos, o direito à indenização e o direito de solidariedade e liberto de agressões, logo, é uma maneira
resposta, conforme as necessidades do caso concreto. de garantir o direito à vida.
Com efeito, prevê o artigo 5º, V, CF: Nesta linha, para Silva10, “efetivamente, esse conjunto
de direitos aparelha situações, proibições, limitações e
Artigo 5º, V, CF. É assegurado o direito de resposta,
procedimentos destinados a assegurar o exercício e o
proporcional ao agravo, além da indenização por dano
gozo de algum direito individual fundamental (intimidade,
material, moral ou à imagem.
liberdade pessoal ou a incolumidade física ou moral)”.
Especificamente no que tange à segurança jurídica,
“A manifestação do pensamento é livre e garantida em
nível constitucional, não aludindo a censura prévia em diversões tem-se o disposto no artigo 5º, XXXVI, CF:
e espetáculos públicos. Os abusos porventura ocorridos
no exercício indevido da manifestação do pensamento são Artigo 5º, XXXVI, CF. A lei não prejudicará o direito
passíveis de exame e apreciação pelo Poder Judiciário com a adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada.
consequente responsabilidade civil e penal de seus autores,
decorrentes inclusive de publicações injuriosas na imprensa, que Pelo inciso restam estabelecidos limites à retroatividade
deve exercer vigilância e controle da matéria que divulga”8. da lei.
O direito de resposta é o direito que uma pessoa Define o artigo 6º da Lei de Introdução às Normas do
tem de se defender de críticas públicas no mesmo meio Direito Brasileiro:
em que foram publicadas garantida exatamente a mesma
repercussão. Mesmo quando for garantido o direito de Artigo 6º, LINDB. A Lei em vigor terá efeito imediato e
resposta não é possível reverter plenamente os danos geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o direito adquirido
causados pela manifestação ilícita de pensamento, razão e a coisa julgada.
pela qual a pessoa inda fará jus à indenização. § 1º Reputa-se ato jurídico perfeito o já consumado
A manifestação ilícita do pensamento geralmente segundo a lei vigente ao tempo em que se efetuou.
causa um dano, ou seja, um prejuízo sofrido pelo agente, § 2º Consideram-se adquiridos assim os direitos que
que pode ser individual ou coletivo, moral ou material, o seu titular, ou alguém por ele, possa exercer, como
econômico e não econômico. aqueles cujo começo do exercício tenha termo pré-fixo,
Dano material é aquele que atinge o patrimônio ou condição pré-estabelecida inalterável, a arbítrio de
(material ou imaterial) da vítima, podendo ser mensurado outrem.
financeiramente e indenizado. § 3º Chama-se coisa julgada ou caso julgado a decisão
“Dano moral direto consiste na lesão a um interesse judicial de que já não caiba recurso.
que visa a satisfação ou gozo de um bem jurídico
extrapatrimonial contido nos direitos da personalidade
- Direito à propriedade
(como a vida, a integridade corporal, a liberdade, a honra,
O caput do artigo 5º da Constituição assegura a
o decoro, a intimidade, os sentimentos afetivos, a própria
proteção do direito à propriedade, tanto material quanto
imagem) ou nos atributos da pessoa (como o nome, a
intelectual, delimitada em alguns incisos que o seguem.
capacidade, o estado de família)”9.
Já o dano à imagem é delimitado no artigo 20 do
Código Civil: Função social da propriedade material
O artigo 5º, XXII, CF estabelece:
Artigo 20, CC. Salvo se autorizadas, ou se necessárias
à administração da justiça ou à manutenção da ordem Artigo 5º, XXII, CF. É garantido o direito de propriedade.
pública, a divulgação de escritos, a transmissão da palavra,
ou a publicação, a exposição ou a utilização da imagem de A seguir, no inciso XXIII do artigo 5º, CF estabelece o
uma pessoa poderão ser proibidas, a seu requerimento e principal fator limitador deste direito:
sem prejuízo da indenização que couber, se lhe atingirem a
honra, a boa fama ou a respeitabilidade, ou se se destinarem Artigo 5º, XXIII, CF. A propriedade atenderá a sua
a fins comerciais. função social.
8 BONAVIDES, Paulo. Curso de direito constitucional. 26.
ed. São Paulo: Malheiros, 2011.
9 ZANNONI, Eduardo. El daño en la responsabilidad civil. 10 SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitucional
Buenos Aires: Astrea, 1982. positivo... Op. Cit., p. 437

46
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

A propriedade, segundo Silva11, “[...] não pode mais A Constituição Federal prevê a possibilidade de
ser considerada como um direito individual nem como desapropriação por desatendimento à função social:
instituição do direito privado. [...] embora prevista entre os
direitos individuais, ela não mais poderá ser considerada Artigo 182, § 4º, CF. É facultado ao Poder Público
puro direito individual, relativizando-se seu conceito e municipal, mediante lei específica para área incluída no
significado, especialmente porque os princípios da ordem plano diretor, exigir, nos termos da lei federal, do proprietário
econômica são preordenados à vista da realização de do solo urbano não edificado, subutilizado ou não
seu fim: assegurar a todos existência digna, conforme os utilizado, que promova seu adequado aproveitamento, sob
ditames da justiça social. Se é assim, então a propriedade pena, sucessivamente, de:
privada, que, ademais, tem que atender a sua função social, I - parcelamento ou edificação compulsórios;
fica vinculada à consecução daquele princípio”. II - imposto sobre a propriedade predial e territorial
Com efeito, a proteção da propriedade privada está urbana progressivo no tempo;
limitada ao atendimento de sua função social, sendo este o
III - desapropriação com pagamento mediante títulos
requisito que a correlaciona com a proteção da dignidade da
da dívida pública de emissão previamente aprovada pelo
pessoa humana. A propriedade de bens e valores em geral
Senado Federal, com prazo de resgate de até dez anos, em
é um direito assegurado na Constituição Federal e, como
parcelas anuais, iguais e sucessivas, assegurados o valor real
todos os outros, se encontra limitado pelos demais princípios
conforme melhor se atenda à dignidade do ser humano. da indenização e os juros legais13.
A Constituição Federal delimita o que se entende por
função social: Artigo 184, CF. Compete à União desapropriar por
interesse social, para fins de reforma agrária, o imóvel rural
Art. 182, caput, CF. A política de desenvolvimento que não esteja cumprindo sua função social, mediante
urbano, executada pelo Poder Público municipal, conforme prévia e justa indenização em títulos da dívida agrária,
diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar com cláusula de preservação do valor real, resgatáveis no
o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e prazo de até vinte anos, a partir do segundo ano de sua
garantir o bem-estar de seus habitantes. emissão, e cuja utilização será definida em lei14.

Artigo 182, § 1º, CF. O plano diretor, aprovado pela Artigo 184, § 1º, CF. As benfeitorias úteis e necessárias
Câmara Municipal, obrigatório para cidades com mais de serão indenizadas em dinheiro.
vinte mil habitantes, é o instrumento básico da política de
desenvolvimento e de expansão urbana. No que tange à desapropriação por necessidade ou
utilidade pública, prevê o artigo 5º, XXIV, CF:
Artigo 182, § 2º, CF. A propriedade urbana cumpre sua
função social quando atende às exigências fundamentais de Artigo 5º, XXIV, CF. A lei estabelecerá o procedimento
ordenação da cidade expressas no plano diretor12. para desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou
por interesse social, mediante justa e prévia indenização em
Artigo 186, CF. A função social é cumprida quando dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta Constituição.
a propriedade rural atende, simultaneamente, segundo
critérios e graus de exigência estabelecidos em lei, aos Ainda, prevê o artigo 182, § 3º, CF:
seguintes requisitos:
I - aproveitamento racional e adequado;
Artigo 182, §3º, CF. As desapropriações de imóveis
II - utilização adequada dos recursos naturais
urbanos serão feitas com prévia e justa indenização em
disponíveis e preservação do meio ambiente;
dinheiro.
III - observância das disposições que regulam as relações
de trabalho;
IV - exploração que favoreça o bem-estar dos 13 Nota-se que antes de se promover a desapropriação de
proprietários e dos trabalhadores. imóvel urbano por desatendimento à função social é necessá-
rio tomar duas providências, sucessivas: primeiro, o parcela-
Desapropriação mento ou edificação compulsórios; depois, o estabelecimento
No caso de desrespeito à função social da propriedade de imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana
cabe até mesmo desapropriação do bem, de modo progressivo no tempo. Se ambas medidas restarem inefica-
que pode-se depreender do texto constitucional duas zes, parte-se para a desapropriação por desatendimento à
possibilidades de desapropriação: por desrespeito à função função social.
social e por necessidade ou utilidade pública. 14 A desapropriação em decorrência do desatendimento da
11 SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitucional função social é indenizada, mas não da mesma maneira que
positivo. 25. ed. São Paulo: Malheiros, 2006. a desapropriação por necessidade ou utilidade pública, já que
12 Instrumento básico de um processo de planejamento mu- na primeira há violação do ordenamento constitucional pelo
nicipal para a implantação da política de desenvolvimento ur- proprietário, mas na segunda não. Por isso, indeniza-se em
bano, norteando a ação dos agentes públicos e privados (Lei títulos da dívida agrária, que na prática não são tão valoriza-
n. 10.257/2001 - Estatuto da cidade). dos quanto o dinheiro.

47
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Tem-se, ainda o artigo 184, §§ 2º e 3º, CF: Outra questão reside na chamada tredestinação,
pela qual há a destinação de um bem expropriado
Artigo 184, §2º, CF. O decreto que declarar o imóvel (desapropriação) a finalidade diversa da que se planejou
como de interesse social, para fins de reforma agrária, inicialmente. A tredestinação pode ser lícita ou ilícita. Será
autoriza a União a propor a ação de desapropriação. ilícita quando resultante de desvio do propósito original;
e será lícita quando a Administração Pública dê ao bem
Artigo 184, §3º, CF. Cabe à lei complementar estabelecer finalidade diversa, porém preservando a razão do interesse
procedimento contraditório especial, de rito sumário, para o público.
processo judicial de desapropriação.
Política agrária e reforma agrária
A desapropriação por utilidade ou necessidade Enquanto desdobramento do direito à propriedade
pública deve se dar mediante prévia e justa indenização imóvel e da função social desta propriedade, tem-se ainda
em dinheiro. O Decreto-lei nº 3.365/1941 a disciplina, o artigo 5º, XXVI, CF:
delimitando o procedimento e conceituando utilidade
pública, em seu artigo 5º: Artigo 5º, XXVI, CF. A pequena propriedade rural,
assim definida em lei, desde que trabalhada pela família,
Artigo 5º, Decreto-lei n. 3.365/1941. Consideram-se não será objeto de penhora para pagamento de débitos
casos de utilidade pública: decorrentes de sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre
a) a segurança nacional; os meios de financiar o seu desenvolvimento.
b) a defesa do Estado;
c) o socorro público em caso de calamidade; Assim, se uma pessoa é mais humilde e tem uma
d) a salubridade pública; pequena propriedade será assegurado que permaneça
e) a criação e melhoramento de centros de população, com ela e a torne mais produtiva.
seu abastecimento regular de meios de subsistência; A preservação da pequena propriedade em detrimento
dos grandes latifúndios improdutivos é uma das diretrizes-
f) o aproveitamento industrial das minas e das jazidas
guias da regulamentação da política agrária brasileira, que
minerais, das águas e da energia hidráulica;
tem como principal escopo a realização da reforma agrária.
g) a assistência pública, as obras de higiene e decoração,
Parte da questão financeira atinente à reforma agrária
casas de saúde, clínicas, estações de clima e fontes medicinais;
se encontra prevista no artigo 184, §§ 4º e 5º, CF:
h) a exploração ou a conservação dos serviços públicos;
i) a abertura, conservação e melhoramento de vias ou
Artigo 184, §4º, CF. O orçamento fixará anualmente
logradouros públicos; a execução de planos de urbanização;
o volume total de títulos da dívida agrária, assim como o
o parcelamento do solo, com ou sem edificação, para sua
montante de recursos para atender ao programa de reforma
melhor utilização econômica, higiênica ou estética; a agrária no exercício.
construção ou ampliação de distritos industriais;
j) o funcionamento dos meios de transporte coletivo; Artigo 184, §5º, CF. São isentas de impostos federais,
k) a preservação e conservação dos monumentos estaduais e municipais as operações de transferência de
históricos e artísticos, isolados ou integrados em conjuntos imóveis desapropriados para fins de reforma agrária.
urbanos ou rurais, bem como as medidas necessárias a
manter-lhes e realçar-lhes os aspectos mais valiosos ou Como a finalidade da reforma agrária é transformar
característicos e, ainda, a proteção de paisagens e locais terras improdutivas e grandes propriedades em atinentes
particularmente dotados pela natureza; à função social, alguns imóveis rurais não podem ser
l) a preservação e a conservação adequada de arquivos, abrangidos pela reforma agrária:
documentos e outros bens moveis de valor histórico ou
artístico; Art. 185, CF. São insuscetíveis de desapropriação para
m) a construção de edifícios públicos, monumentos fins de reforma agrária:
comemorativos e cemitérios; I - a pequena e média propriedade rural, assim definida
n) a criação de estádios, aeródromos ou campos de em lei, desde que seu proprietário não possua outra;
pouso para aeronaves; II - a propriedade produtiva.
o) a reedição ou divulgação de obra ou invento de Parágrafo único. A lei garantirá tratamento especial à
natureza científica, artística ou literária; propriedade produtiva e fixará normas para o cumprimento
p) os demais casos previstos por leis especiais. dos requisitos relativos a sua função social.

Um grande problema que faz com que processos Sobre as diretrizes da política agrícola, prevê o artigo
que tenham a desapropriação por objeto se estendam é 187:
a indevida valorização do imóvel pelo Poder Público, que
geralmente pretende pagar valor muito abaixo do devido, Art. 187, CF. A política agrícola será planejada e
necessitando o Judiciário intervir em prol da correta executada na forma da lei, com a participação efetiva do
avaliação. setor de produção, envolvendo produtores e trabalhadores

48
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

rurais, bem como dos setores de comercialização, de § 2º Esse direito não será reconhecido ao mesmo
armazenamento e de transportes, levando em conta, possuidor mais de uma vez.
especialmente: § 3º Os imóveis públicos não serão adquiridos por
I - os instrumentos creditícios e fiscais; usucapião.
II - os preços compatíveis com os custos de produção e a
garantia de comercialização; Além dos requisitos gerais (animus e posse que seja
III - o incentivo à pesquisa e à tecnologia; pública, pacífica, ininterrupta e contínua), são exigidos os
IV - a assistência técnica e extensão rural; seguintes requisitos específicos:
V - o seguro agrícola; a) Área urbana – há controvérsia. Pela teoria da
VI - o cooperativismo; localização, área urbana é a que está dentro do perímetro
VII - a eletrificação rural e irrigação; urbano. Pela teoria da destinação, mais importante que
VIII - a habitação para o trabalhador rural. a localização é a sua utilização. Ex.: se tem fins agrícolas/
§ 1º Incluem-se no planejamento agrícola as atividades pecuários e estiver dentro do perímetro urbana, o imóvel é
agroindustriais, agropecuárias, pesqueiras e florestais. rural. Para fins de usucapião a maioria diz que prevalece a
§ 2º Serão compatibilizadas as ações de política teoria da localização.
agrícola e de reforma agrária. b) Imóveis até 250 m² – Pode dentro de uma posse
maior isolar área de 250m² e ingressar com a ação? A
As terras devolutas e públicas serão destinadas jurisprudência é pacífica que a posse desde o início deve
conforme a política agrícola e o plano nacional de reforma ficar restrita a 250m². Predomina também que o terreno
agrária (artigo 188, caput, CF). Neste sentido, “a alienação ou deve ter 250m², não a área construída (a área de um
a concessão, a qualquer título, de terras públicas com área sobrado, por exemplo, pode ser maior que a de um terreno).
superior a dois mil e quinhentos hectares a pessoa física c) 5 anos – houve controvérsia porque a Constituição
ou jurídica, ainda que por interposta pessoa, dependerá de Federal de 1988 que criou esta modalidade. E se antes
prévia aprovação do Congresso Nacional”, salvo no caso de 05 de outubro de 1988 uma pessoa tivesse há 4 anos
de alienações ou concessões de terras públicas para fins de
dentro do limite da usucapião urbana? Predominou que
reforma agrária (artigo 188, §§ 1º e 2º, CF).
só corria o prazo a partir da criação do instituto, não só
Os que forem favorecidos pela reforma agrária
porque antes não existia e o prazo não podia correr, como
(homens, mulheres, ambos, qualquer estado civil) não
também não se poderia prejudicar o proprietário.
poderão negociar seus títulos pelo prazo de 10 anos (artigo
d) Moradia sua ou de sua família – não basta ter posse,
189, CF).
é preciso que a pessoa more, sozinha ou com sua família,
Consta, ainda, que “a lei regulará e limitará a aquisição
ao longo de todo o prazo (não só no início ou no final).
ou o arrendamento de propriedade rural por pessoa
Logo, não cabe acessio temporis por cessão da posse.
física ou jurídica estrangeira e estabelecerá os casos que
dependerão de autorização do Congresso Nacional” (artigo e) Nenhum outro imóvel, nem urbano, nem rural, no
190, CF). Brasil. O usucapiente não prova isso, apenas alega. Se
alguém não quiser a usucapião, prova o contrário. Este
Usucapião requisito é verificado no momento em que completa 5
Usucapião é o modo originário de aquisição da anos.
propriedade que decorre da posse prolongada por um Em relação à previsão da usucapião especial rural,
longo tempo, preenchidos outros requisitos legais. Em destaca-se o artigo 191, CF:
outras palavras, usucapião é uma situação em que alguém
tem a posse de um bem por um tempo longo, sem ser Art. 191, CF. Aquele que, não sendo proprietário de
incomodado, a ponto de se tornar proprietário. imóvel rural ou urbano, possua como seu, por cinco anos
A Constituição regulamenta o acesso à propriedade ininterruptos, sem oposição, área de terra, em zona rural,
mediante posse prolongada no tempo – usucapião – em não superior a cinquenta hectares, tornando-a produtiva
casos específicos, denominados usucapião especial urbana por seu trabalho ou de sua família, tendo nela sua moradia,
e usucapião especial rural. adquirir-lhe-á a propriedade.
O artigo 183 da Constituição regulamenta a usucapião Parágrafo único. Os imóveis públicos não serão
especial urbana: adquiridos por usucapião.

Art. 183, CF. Aquele que possuir como sua área urbana Além dos requisitos gerais (animus e posse que seja
de até duzentos e cinquenta metros quadrados, por cinco pública, pacífica, ininterrupta e contínua), são exigidos os
anos, ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para seguintes requisitos específicos:
sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio, a) Imóvel rural
desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou b) 50 hectares, no máximo – há também legislação que
rural. estabelece um limite mínimo, o módulo rural (Estatuto da
§ 1º O título de domínio e a concessão de uso Terra). É possível usucapir áreas menores que o módulo
serão conferidos ao homem ou à mulher, ou a ambos, rural? Tem prevalecido o entendimento de que pode, mas
independentemente do estado civil. é assunto muito controverso.

49
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

c) 5 anos – pode ser considerado o prazo antes 05 de se enriqueça ilicitamente, se aproveite de maneira indevida
outubro de 1988 (Constituição Federal)? Depende. Se a da posição menos favorável e de vulnerabilidade técnica
área é de até 25 hectares sim, pois já havia tal possibilidade do consumidor.
antes da CF/88. Se área for maior (entre 25 ha e 50 ha) não. O Direito do Consumidor pode ser considerado um
d) Moradia sua ou de sua família – a pessoa deve morar ramo recente do Direito. No Brasil, a legislação que o
na área rural. regulamentou foi promulgada nos anos 90, qual seja
e) Nenhum outro imóvel. a Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990, conforme
f) O usucapiente, com seu trabalho, deve ter tornado determinado pela Constituição Federal de 1988, que
a área produtiva. Por isso, é chamado de usucapião “pro também estabeleceu no artigo 48 do Ato das Disposições
labore”. Dependerá do caso concreto. Constitucionais Transitórias:

Uso temporário Artigo 48, ADCT. O Congresso Nacional, dentro de cento


No mais, estabelece-se uma terceira limitação ao e vinte dias da promulgação da Constituição, elaborará
direito de propriedade que não possui o caráter definitivo código de defesa do consumidor.
da desapropriação, mas é temporária, conforme artigo 5º,
XXV, CF: A elaboração do Código de Defesa do Consumidor foi
um grande passo para a proteção da pessoa nas relações
Artigo 5º, XXV, CF. No caso de iminente perigo público, de consumo que estabeleça, respeitando-se a condição de
a autoridade competente poderá usar de propriedade hipossuficiente técnico daquele que adquire um bem ou
particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, faz uso de determinado serviço, enquanto consumidor.
se houver dano.
Propriedade intelectual
Se uma pessoa tem uma propriedade, numa situação Além da propriedade material, o constituinte protege
de perigo, o poder público pode se utilizar dela (ex: montar também a propriedade intelectual, notadamente no artigo
uma base para capturar um fugitivo), pois o interesse da
5º, XXVII, XXVIII e XXIX, CF:
coletividade é maior que o do indivíduo proprietário.
Artigo 5º, XXVII, CF. Aos autores pertence o direito
Direito sucessório
exclusivo de utilização, publicação ou reprodução de suas
O direito sucessório aparece como uma faceta do
obras, transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar;
direito à propriedade, encontrando disciplina constitucional
no artigo 5º, XXX e XXXI, CF:
Artigo 5º, XXVIII, CF. São assegurados, nos termos da lei:
a) a proteção às participações individuais em obras
Artigo 5º, XXX, CF. É garantido o direito de herança;
coletivas e à reprodução da imagem e voz humanas,
Artigo 5º, XXXI, CF. A sucessão de bens de estrangeiros inclusive nas atividades desportivas;
situados no País será regulada pela lei brasileira em benefício b) o direito de fiscalização do aproveitamento
do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes seja econômico das obras que criarem ou de que participarem
mais favorável a lei pessoal do de cujus. aos criadores, aos intérpretes e às respectivas representações
sindicais e associativas;
O direito à herança envolve o direito de receber – seja
devido a uma previsão legal, seja por testamento – bens Artigo 5º, XXIX, CF. A lei assegurará aos autores de
de uma pessoa que faleceu. Assim, o patrimônio passa inventos industriais privilégio temporário para sua
para outra pessoa, conforme a vontade do falecido e/ou utilização, bem como proteção às criações industriais, à
a lei determine. A Constituição estabelece uma disciplina propriedade das marcas, aos nomes de empresas e a outros
específica para bens de estrangeiros situados no Brasil, signos distintivos, tendo em vista o interesse social e o
assegurando que eles sejam repassados ao cônjuge e filhos desenvolvimento tecnológico e econômico do País.
brasileiros nos termos da lei mais benéfica (do Brasil ou do
país estrangeiro). Assim, a propriedade possui uma vertente intelectual que
deve ser respeitada, tanto sob o aspecto moral quanto sob o
Direito do consumidor patrimonial. No âmbito infraconstitucional brasileiro, a Lei nº
Nos termos do artigo 5º, XXXII, CF: 9.610, de 19 de fevereiro de 1998, regulamenta os direitos
autorais, isto é, “os direitos de autor e os que lhes são conexos”.
Artigo 5º, XXXII, CF. O Estado promoverá, na forma da O artigo 7° do referido diploma considera como obras
lei, a defesa do consumidor. intelectuais que merecem a proteção do direito do autor os
textos de obras de natureza literária, artística ou científica;
O direito do consumidor liga-se ao direito à as conferências, sermões e obras semelhantes; as obras
propriedade a partir do momento em que garante à pessoa cinematográficas e televisivas; as composições musicais;
que irá adquirir bens e serviços que estes sejam entregues e fotografias; ilustrações; programas de computador;
prestados da forma adequada, impedindo que o fornecedor coletâneas e enciclopédias; entre outras.

50
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Os direitos morais do autor, que são imprescritíveis, Finalmente, Cappelletti e Garth18 apontam uma terceira
inalienáveis e irrenunciáveis, envolvem, basicamente, o onda consistente no surgimento de uma concepção
direito de reivindicar a autoria da obra, ter seu nome mais ampla de acesso à justiça, considerando o conjunto
divulgado na utilização desta, assegurar a integridade de instituições, mecanismos, pessoas e procedimentos
desta ou modificá-la e retirá-la de circulação se esta passar utilizados: “[...] esse enfoque encoraja a exploração de
a afrontar sua honra ou imagem. uma ampla variedade de reformas, incluindo alterações
Já os direitos patrimoniais do autor, nos termos dos nas formas de procedimento, mudanças na estrutura dos
artigos 41 a 44 da Lei nº 9.610/98, prescrevem em 70 anos tribunais ou a criação de novos tribunais, o uso de pessoas
contados do primeiro ano seguinte à sua morte ou do leigas ou paraprofissionais, tanto como juízes quanto
falecimento do último coautor, ou contados do primeiro como defensores, modificações no direito substantivo
ano seguinte à divulgação da obra se esta for de natureza destinadas a evitar litígios ou facilitar sua solução e a
audiovisual ou fotográfica. Estes, por sua vez, abrangem, utilização de mecanismos privados ou informais de solução
basicamente, o direito de dispor sobre a reprodução, dos litígios. Esse enfoque, em suma, não receia inovações
edição, adaptação, tradução, utilização, inclusão em bases radicais e compreensivas, que vão muito além da esfera de
de dados ou qualquer outra modalidade de utilização; representação judicial”.
sendo que estas modalidades de utilização podem se dar a Assim, dentro da noção de acesso à justiça, diversos
título oneroso ou gratuito. aspectos podem ser destacados: de um lado, deve criar-se o
“Os direitos autorais, também conhecidos como Poder Judiciário e se disponibilizar meios para que todas as
copyright (direito de cópia), são considerados bens móveis, pessoas possam buscá-lo; de outro lado, não basta garantir
podendo ser alienados, doados, cedidos ou locados. meios de acesso se estes forem insuficientes, já que para
Ressalte-se que a permissão a terceiros de utilização que exista o verdadeiro acesso à justiça é necessário que se
de criações artísticas é direito do autor. [...] A proteção aplique o direito material de maneira justa e célere.
constitucional abrange o plágio e a contrafação. Enquanto Relacionando-se à primeira onda de acesso à justiça,
que o primeiro caracteriza-se pela difusão de obra criada ou prevê a Constituição em seu artigo 5º, XXXV:
produzida por terceiros, como se fosse própria, a segunda
configura a reprodução de obra alheia sem a necessária Artigo 5º, XXXV, CF. A lei não excluirá da apreciação do
permissão do autor”15. Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito.

- Direitos de acesso à justiça O princípio da inafastabilidade da jurisdição é o


A formação de um conceito sistemático de acesso princípio de Direito Processual Público subjetivo, também
à justiça se dá com a teoria de Cappelletti e Garth, cunhado como Princípio da Ação, em que a Constituição
que apontaram três ondas de acesso, isto é, três garante a necessária tutela estatal aos conflitos ocorrentes
posicionamentos básicos para a realização efetiva de tal na vida em sociedade. Sempre que uma controvérsia for
acesso. Tais ondas foram percebidas paulatinamente com levada ao Poder Judiciário, preenchidos os requisitos de
a evolução do Direito moderno conforme implementadas admissibilidade, ela será resolvida, independentemente de
as bases da onda anterior, quer dizer, ficou evidente aos haver ou não previsão específica a respeito na legislação.
autores a emergência de uma nova onda quando superada Também se liga à primeira onda de acesso à justiça,
a afirmação das premissas da onda anterior, restando no que tange à abertura do Judiciário mesmo aos menos
parcialmente implementada (visto que até hoje enfrentam- favorecidos economicamente, o artigo 5º, LXXIV, CF:
se obstáculos ao pleno atendimento em todas as ondas).
Primeiro, Cappelletti e Garth16 entendem que surgiu Artigo 5º, LXXIV, CF. O Estado prestará assistência
uma onda de concessão de assistência judiciária aos pobres, jurídica integral e gratuita aos que comprovarem
partindo-se da prestação sem interesse de remuneração por insuficiência de recursos.
parte dos advogados e, ao final, levando à criação de um
aparato estrutural para a prestação da assistência pelo Estado. O constituinte, ciente de que não basta garantir o
Em segundo lugar, no entender de Cappelletti e Garth17, acesso ao Poder Judiciário, sendo também necessária a
veio a onda de superação do problema na representação efetividade processual, incluiu pela Emenda Constitucional
dos interesses difusos, saindo da concepção tradicional nº 45/2004 o inciso LXXVIII ao artigo 5º da Constituição:
de processo como algo restrito a apenas duas partes
individualizadas e ocasionando o surgimento de novas Artigo 5º, LXXVIII, CF. A todos, no âmbito judicial e
instituições, como o Ministério Público. administrativo, são assegurados a razoável duração do
15 MORAES, Alexandre de. Direitos humanos fundamen- processo e os meios que garantam a celeridade de sua
tais: teoria geral, comentários aos artigos 1º a 5º da Constitui- tramitação.
ção da República Federativa do Brasil, doutrina e jurisprudên-
cia. São Paulo: Atlas, 1997. Com o tempo se percebeu que não bastava garantir
16 CAPPELLETTI, Mauro; GARTH, Bryant. Acesso à Jus- o acesso à justiça se este não fosse célere e eficaz. Não
tiça. Tradução Ellen Grace Northfleet. Porto Alegre: Sérgio significa que se deve acelerar o processo em detrimento
Antônio Fabris Editor, 1998, p. 31-32. de direitos e garantias assegurados em lei, mas sim que é
17 Ibid., p. 49-52 18 Ibid., p. 67-73

51
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

preciso proporcionar um trâmite que dure nem mais e nem Por fim, a competência para julgamento é dos crimes
menos que o necessário para a efetiva realização da justiça dolosos (em que há intenção ou ao menos se assume o
no caso concreto. risco de produção do resultado) contra a vida, que são:
homicídio, aborto, induzimento, instigação ou auxílio a
- Direitos constitucionais-penais suicídio e infanticídio. Sua competência não é absoluta e é
mitigada, por vezes, pela própria Constituição (artigos 29,
Juiz natural e vedação ao juízo ou tribunal de X / 102, I, b) e c) / 105, I, a) / 108, I).
exceção
Quando o artigo 5º, LIII, CF menciona: Anterioridade e irretroatividade da lei
O artigo 5º, XXXIX, CF preconiza:
Artigo 5º, LIII, CF. Ninguém será processado nem
sentenciado senão pela autoridade competente”, consolida Artigo5º, XXXIX, CF. Não há crime sem lei anterior que
o defina, nem pena sem prévia cominação legal.
o princípio do juiz natural que assegura a toda pessoa o
direito de conhecer previamente daquele que a julgará no
É a consagração da regra do nullum crimen nulla poena
processo em que seja parte, revestindo tal juízo em jurisdição
sine praevia lege. Simultaneamente, se assegura o princípio
competente para a matéria específica do caso antes mesmo da legalidade (ou reserva legal), na medida em que não
do fato ocorrer. há crime sem lei que o defina, nem pena sem prévia
cominação legal, e o princípio da anterioridade, posto que
Por sua vez, um desdobramento deste princípio não há crime sem lei anterior que o defina.
encontra-se no artigo 5º, XXXVII, CF: Ainda no que tange ao princípio da anterioridade, tem-
se o artigo 5º, XL, CF:
Artigo 5º, XXXVII, CF. Não haverá juízo ou tribunal de
exceção. Artigo 5º, XL, CF. A lei penal não retroagirá, salvo para
beneficiar o réu.
Juízo ou Tribunal de Exceção é aquele especialmente
criado para uma situação pretérita, bem como não O dispositivo consolida outra faceta do princípio da
reconhecido como legítimo pela Constituição do país. anterioridade: se, por um lado, é necessário que a lei tenha
definido um fato como crime e dado certo tratamento
Tribunal do júri penal a este fato (ex.: pena de detenção ou reclusão, tempo
A respeito da competência do Tribunal do júri, prevê o de pena, etc.) antes que ele ocorra; por outro lado, se vier
artigo 5º, XXXVIII, CF: uma lei posterior ao fato que o exclua do rol de crimes ou
que confira tratamento mais benéfico (diminuindo a pena
Artigo 5º, XXXVIII. É reconhecida a instituição do júri, ou alterando o regime de cumprimento, notadamente),
com a organização que lhe der a lei, assegurados: ela será aplicada. Restam consagrados tanto o princípio
a) a plenitude de defesa; da irretroatividade da lei penal in pejus quanto o da
b) o sigilo das votações; retroatividade da lei penal mais benéfica.
c) a soberania dos veredictos;
d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos Menções específicas a crimes
contra a vida. O artigo 5º, XLI, CF estabelece:

Artigo 5º, XLI, CF. A lei punirá qualquer discriminação


O Tribunal do Júri é formado por pessoas do povo, que
atentatória dos direitos e liberdades fundamentais.
julgam os seus pares. Entende-se ser direito fundamental
o de ser julgado por seus iguais, membros da sociedade Sendo assim confere fórmula genérica que remete
e não magistrados, no caso de determinados crimes que ao princípio da igualdade numa concepção ampla, razão
por sua natureza possuem fortes fatores de influência pela qual práticas discriminatórias não podem ser aceitas.
emocional. No entanto, o constituinte entendeu por bem prever
Plenitude da defesa envolve tanto a autodefesa quanto tratamento específico a certas práticas criminosas.
a defesa técnica e deve ser mais ampla que a denominada Neste sentido, prevê o artigo 5º, XLII, CF:
ampla defesa assegurada em todos os procedimentos
judiciais e administrativos. Artigo 5º, XLII, CF. A prática do racismo constitui crime
Sigilo das votações envolve a realização de votações inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão,
secretas, preservando a liberdade de voto dos que nos termos da lei.
compõem o conselho que irá julgar o ato praticado.
A decisão tomada pelo conselho é soberana. Contudo, a A Lei nº 7.716, de 5 de janeiro de 1989 define os crimes
soberania dos veredictos veda a alteração das decisões dos resultantes de preconceito de raça ou de cor. Contra eles
jurados, não a recorribilidade dos julgamentos do Tribunal do não cabe fiança (pagamento de valor para deixar a prisão
Júri para que seja procedido novo julgamento uma vez cassada provisória) e não se aplica o instituto da prescrição (perda
a decisão recorrida, haja vista preservar o ordenamento jurídico de pretensão de se processar/punir uma pessoa pelo
pelo princípio do duplo grau de jurisdição. decurso do tempo).

52
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Não obstante, preconiza ao artigo 5º, XLIII, CF: flagrante a injustiça se fosse possível alguém responder
pelos atos ilícitos de outrem: caso contrário, a reação, ao
Artigo 5º, XLIII, CF. A lei considerará crimes inafiançáveis invés de restringir-se ao malfeitor, alcançaria inocentes.
e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura, o Contudo, se uma pessoa deixou patrimônio e faleceu, este
tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo patrimônio responderá pelas repercussões financeiras do
e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo ilícito.
os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se
omitirem. Individualização da pena
A individualização da pena tem por finalidade
Anistia, graça e indulto diferenciam-se nos seguintes concretizar o princípio de que a responsabilização penal é
termos: a anistia exclui o crime, rescinde a condenação e sempre pessoal, devendo assim ser aplicada conforme as
extingue totalmente a punibilidade, a graça e o indulto peculiaridades do agente.
apenas extinguem a punibilidade, podendo ser parciais; A primeira menção à individualização da pena se
a anistia, em regra, atinge crimes políticos, a graça e o encontra no artigo 5º, XLVI, CF:
indulto, crimes comuns; a anistia pode ser concedida pelo
Poder Legislativo, a graça e o indulto são de competência Artigo 5º, XLVI, CF. A lei regulará a individualização da
exclusiva do Presidente da República; a anistia pode ser pena e adotará, entre outras, as seguintes:
concedida antes da sentença final ou depois da condenação a) privação ou restrição da liberdade;
irrecorrível, a graça e o indulto pressupõem o trânsito b) perda de bens;
em julgado da sentença condenatória; graça e o indulto c) multa;
apenas extinguem a punibilidade, persistindo os efeitos do d) prestação social alternativa;
crime, apagados na anistia; graça é em regra individual e e) suspensão ou interdição de direitos.
solicitada, enquanto o indulto é coletivo e espontâneo.
Não cabe graça, anistia ou indulto (pode-se considerar Pelo princípio da individualização da pena, a pena
que o artigo o abrange, pela doutrina majoritária) contra deve ser individualizada nos planos legislativo, judiciário
crimes de tortura, tráfico, terrorismo (TTT) e hediondos e executório, evitando-se a padronização a sanção penal.
(previstos na Lei nº 8.072 de 25 de julho de 1990). Além A individualização da pena significa adaptar a pena ao
disso, são crimes que não aceitam fiança. condenado, consideradas as características do agente e do
Ainda, prevê o artigo 5º, XLIV, CF: delito.
A pena privativa de liberdade é aquela que restringe,
Artigo 5º, XLIV, CF. Constitui crime inafiançável e com maior ou menor intensidade, a liberdade do
imprescritível a ação de grupos armados, civis ou condenado, consistente em permanecer em algum
militares, contra a ordem constitucional e o Estado estabelecimento prisional, por um determinado tempo.
Democrático. A pena de multa ou patrimonial opera uma diminuição
do patrimônio do indivíduo delituoso.
Por fim, dispõe a CF sobre a possibilidade de extradição A prestação social alternativa corresponde às penas
de brasileiro naturalizado caso esteja envolvido com tráfico restritivas de direitos, autônomas e substitutivas das penas
ilícito de entorpecentes: privativas de liberdade, estabelecidas no artigo 44 do
Código Penal.
Artigo 5º, LI, CF. Nenhum brasileiro será extraditado, Por seu turno, a individualização da pena deve também
salvo o naturalizado, em caso de crime comum, praticado se fazer presente na fase de sua execução, conforme se
antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento depreende do artigo 5º, XLVIII, CF:
em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na
forma da lei. Artigo 5º, XLVIII, CF. A pena será cumprida em
estabelecimentos distintos, de acordo com a natureza do
Personalidade da pena delito, a idade e o sexo do apenado.
A personalidade da pena encontra respaldo no artigo
5º, XLV, CF: A distinção do estabelecimento conforme a natureza do
delito visa impedir que a prisão se torne uma faculdade do
Artigo 5º, XLV, CF. Nenhuma pena passará da pessoa crime. Infelizmente, o Estado não possui aparato suficiente
do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e para cumprir tal diretiva, diferenciando, no máximo, o nível
a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, de segurança das prisões. Quanto à idade, destacam-se
estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o as Fundações Casas, para cumprimento de medida por
limite do valor do patrimônio transferido. menores infratores. Quanto ao sexo, prisões costumam ser
exclusivamente para homens ou para mulheres.
O princípio da personalidade encerra o comando de Também se denota o respeito à individualização da
o crime ser imputado somente ao seu autor, que é, por pena nesta faceta pelo artigo 5º, L, CF:
seu turno, a única pessoa passível de sofrer a sanção. Seria

53
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Artigo 5º, L, CF. Às presidiárias serão asseguradas Artigo 5º, XLIX, CF. É assegurado aos presos o respeito
condições para que possam permanecer com seus filhos à integridade física e moral.
durante o período de amamentação.
Obviamente, o desrespeito à integridade física e moral
Preserva-se a individualização da pena porque é do preso é uma violação do princípio da dignidade da
tomada a condição peculiar da presa que possui filho no pessoa humana.
período de amamentação, mas também se preserva a Dois tipos de tratamentos que violam esta integridade
dignidade da criança, não a afastando do seio materno de estão mencionados no próprio artigo 5º da Constituição
maneira precária e impedindo a formação de vínculo pela Federal. Em primeiro lugar, tem-se a vedação da tortura
amamentação. e de tratamentos desumanos e degradantes (artigo 5º, III,
CF), o que vale na execução da pena.
Vedação de determinadas penas No mais, prevê o artigo 5º, LVIII, CF:
O constituinte viu por bem proibir algumas espécies de
penas, consoante ao artigo 5º, XLVII, CF: Artigo 5º, LVIII, CF. O civilmente identificado não será
submetido a identificação criminal, salvo nas hipóteses
Artigo 5º, XLVII, CF. não haverá penas: previstas em lei.
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos
termos do art. 84, XIX; Se uma pessoa possui identificação civil, não há
b) de caráter perpétuo; porque fazer identificação criminal, colhendo digitais,
c) de trabalhos forçados; fotos, etc. Pensa-se que seria uma situação constrangedora
d) de banimento; desnecessária ao suspeito, sendo assim, violaria a
e) cruéis. integridade moral.
Em resumo, o inciso consolida o princípio da Devido processo legal, contraditório e ampla defesa
humanidade, pelo qual o “poder punitivo estatal não
Estabelece o artigo 5º, LIV, CF:
pode aplicar sanções que atinjam a dignidade da pessoa
humana ou que lesionem a constituição físico-psíquica dos
Artigo 5º, LIV, CF. Ninguém será privado da liberdade ou
condenados”19 .
de seus bens sem o devido processo legal.
Quanto à questão da pena de morte, percebe-se
que o constituinte não estabeleceu uma total vedação,
Pelo princípio do devido processo legal a legislação
autorizando-a nos casos de guerra declarada. Obviamente,
deve ser respeitada quando o Estado pretender punir
deve-se respeitar o princípio da anterioridade da lei, ou
alguém judicialmente. Logo, o procedimento deve ser livre
seja, a legislação deve prever a pena de morte ao fato
antes dele ser praticado. No ordenamento brasileiro, este de vícios e seguir estritamente a legislação vigente, sob
papel é cumprido pelo Código Penal Militar (Decreto-Lei pena de nulidade processual.
nº 1.001/1969), que prevê a pena de morte a ser executada Surgem como corolário do devido processo legal
por fuzilamento nos casos tipificados em seu Livro II, que o contraditório e a ampla defesa, pois somente um
aborda os crimes militares em tempo de guerra. procedimento que os garanta estará livre dos vícios. Neste
Por sua vez, estão absolutamente vedadas em sentido, o artigo 5º, LV, CF:
quaisquer circunstâncias as penas de caráter perpétuo, de
trabalhos forçados, de banimento e cruéis. Artigo 5º, LV, CF. Aos litigantes, em processo judicial ou
No que tange aos trabalhos forçados, vale destacar administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o
que o trabalho obrigatório não é considerado um contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a
tratamento contrário à dignidade do recluso, embora ela inerentes.
o trabalho forçado o seja. O trabalho é obrigatório,
dentro das condições do apenado, não podendo ser O devido processo legal possui a faceta formal,
cruel ou menosprezar a capacidade física e intelectual do pela qual se deve seguir o adequado procedimento na
condenado; como o trabalho não existe independente aplicação da lei e, sendo assim, respeitar o contraditório e
da educação, cabe incentivar o aperfeiçoamento pessoal; a ampla defesa. Não obstante, o devido processo legal tem
até mesmo porque o trabalho deve se aproximar da sua faceta material que consiste na tomada de decisões
realidade do mundo externo, será remunerado; além disso, justas, que respeitem os parâmetros da razoabilidade e da
condições de dignidade e segurança do trabalhador, como proporcionalidade.
descanso semanal e equipamentos de proteção, deverão
ser respeitados. Vedação de provas ilícitas
Conforme o artigo 5º, LVI, CF:
Respeito à integridade do preso
Prevê o artigo 5º, XLIX, CF: Artigo 5º, LVI, CF. São inadmissíveis, no processo, as
19 BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de direito penal. provas obtidas por meios ilícitos.
16. ed. São Paulo: Saraiva, 2011. v. 1.

54
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Provas ilícitas, por força da nova redação dada ao Não obstante, o preso deverá ser informado de todos
artigo 157 do CPP, são as obtidas em violação a normas os seus direitos, inclusive o direito ao silêncio, podendo
constitucionais ou legai, ou seja, prova ilícita é a que entrar em contato com sua família e com um advogado,
viola regra de direito material, constitucional ou legal, no conforme artigo 5º, LXIII, CF:
momento da sua obtenção. São vedadas porque não se
pode aceitar o descumprimento do ordenamento para Artigo 5º, LXIII, CF. O preso será informado de seus
fazê-lo cumprir: seria paradoxal. direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe
assegurada a assistência da família e de advogado.
Presunção de inocência
Prevê a Constituição no artigo 5º, LVII: Estabelece-se no artigo 5º, LXIV, CF:

Artigo 5º, LVII, CF. Ninguém será considerado culpado Artigo 5º, LXIV, CF. O preso tem direito à identificação dos
até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória. responsáveis por sua prisão ou por seu interrogatório policial.

Consolida-se o princípio da presunção de inocência, Por isso mesmo, o auto de prisão em flagrante e
pelo qual uma pessoa não é culpada até que, em definitivo, a ata do depoimento do interrogatório são assinados
o Judiciário assim decida, respeitados todos os princípios e pelas autoridades envolvidas nas práticas destes atos
garantias constitucionais. procedimentais.
Ainda, a legislação estabelece inúmeros requisitos para
Ação penal privada subsidiária da pública que a prisão seja validada, sem os quais cabe relaxamento,
Nos termos do artigo 5º, LIX, CF: tanto que assim prevê o artigo 5º, LXV, CF:
Artigo 5º, LIX, CF. Será admitida ação privada nos crimes Artigo 5º, LXV, CF. A prisão ilegal será imediatamente
de ação pública, se esta não for intentada no prazo legal. relaxada pela autoridade judiciária.
A chamada ação penal privada subsidiária da pública
Desta forma, como decorrência lógica, tem-se a
encontra respaldo constitucional, assegurando que a
previsão do artigo 5º, LXVI, CF:
omissão do poder público na atividade de persecução
criminal não será ignorada, fornecendo-se instrumento
Artigo 5º, LXVI, CF. Ninguém será levado à prisão ou
para que o interessado a proponha.
nela mantido, quando a lei admitir a liberdade provisória,
com ou sem fiança.
Prisão e liberdade
O constituinte confere espaço bastante extenso no
artigo 5º em relação ao tratamento da prisão, notadamente Mesmo que a pessoa seja presa em flagrante, devido
por se tratar de ato que vai contra o direito à liberdade. ao princípio da presunção de inocência, entende-se que
Obviamente, a prisão não é vedada em todos os casos, ela não deve ser mantida presa quando não preencher os
porque práticas atentatórias a direitos fundamentais requisitos legais para prisão preventiva ou temporária.
implicam na tipificação penal, autorizando a restrição da
liberdade daquele que assim agiu. Indenização por erro judiciário
No inciso LXI do artigo 5º, CF, prevê-se: A disciplina sobre direitos decorrentes do erro judiciário
encontra-se no artigo 5º, LXXV, CF:
Artigo 5º, LXI, CF. Ninguém será preso senão em
flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada Artigo 5º, LXXV, CF. O Estado indenizará o condenado
de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de por erro judiciário, assim como o que ficar preso além do
transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos tempo fixado na sentença.
em lei.
Trata-se do erro em que incorre um juiz na apreciação
Logo, a prisão somente se dará em caso de flagrante e julgamento de um processo criminal, resultando em
delito (necessariamente antes do trânsito em julgado), condenação de alguém inocente. Neste caso, o Estado
ou em caráter temporário, provisório ou definitivo (as indenizará. Ele também indenizará uma pessoa que ficar
duas primeiras independente do trânsito em julgado, presa além do tempo que foi condenada a cumprir.
preenchidos requisitos legais e a última pela irreversibilidade
da condenação). 4) Direitos fundamentais implícitos
Aborda-se no artigo 5º, LXII o dever de comunicação Nos termos do § 2º do artigo 5º da Constituição
ao juiz e à família ou pessoa indicada pelo preso: Federal:

Artigo 5º, LXII, CF. A prisão de qualquer pessoa e o local Artigo 5º, §2º, CF. Os direitos e garantias expressos nesta
onde se encontre serão comunicados imediatamente ao Constituição não excluem outros decorrentes do regime e dos
juiz competente e à família do preso ou à pessoa por ele princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais
indicada. em que a República Federativa do Brasil seja parte.

55
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Daí se depreende que os direitos ou garantias podem Casa do Congresso Nacional e obtivesse a votação em
estar expressos ou implícitos no texto constitucional. Sendo dois turnos e com três quintos dos votos dos respectivos
assim, o rol enumerado nos incisos do artigo 5º é apenas membros:
exemplificativo, não taxativo.
Art. 5º, § 3º, CF. Os tratados e convenções
5) Tratados internacionais incorporados ao internacionais sobre direitos humanos que forem
ordenamento interno aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois
Estabelece o artigo 5º, § 2º, CF que os direitos e turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros,
garantias podem decorrer, dentre outras fontes, dos serão equivalentes às emendas constitucionais.
“tratados internacionais em que a República Federativa
do Brasil seja parte”. Logo, a partir da alteração constitucional, os tratados
Para o tratado internacional ingressar no ordenamento de direitos humanos que ingressarem no ordenamento
jurídico brasileiro deve ser observado um procedimento jurídico brasileiro, versando sobre matéria de direitos
complexo, que exige o cumprimento de quatro fases: humanos, irão passar por um processo de aprovação
a negociação (bilateral ou multilateral, com posterior semelhante ao da emenda constitucional.
assinatura do Presidente da República), submissão do Contudo, há posicionamentos conflituosos quanto
tratado assinado ao Congresso Nacional (que dará à possibilidade de considerar como hierarquicamente
referendo por meio do decreto legislativo), ratificação do constitucional os tratados internacionais de direitos
tratado (confirmação da obrigação perante a comunidade humanos que ingressaram no ordenamento jurídico
internacional) e a promulgação e publicação do tratado pelo brasileiro anteriormente ao advento da referida emenda. Tal
Poder Executivo20. Notadamente, quando o constituinte discussão se deu com relação à prisão civil do depositário
menciona os tratados internacionais no §2º do artigo 5º infiel, prevista como legal na Constituição e ilegal no
refere-se àqueles que tenham por fulcro ampliar o rol Pacto de São José da Costa Rica (tratado de direitos
de direitos do artigo 5º, ou seja, tratado internacional de humanos aprovado antes da EC nº 45/04), sendo que o
direitos humanos. Supremo Tribunal Federal firmou o entendimento pela
O §1° e o §2° do artigo 5° existiam de maneira originária supralegalidade do tratado de direitos humanos anterior à
na Constituição Federal, conferindo o caráter de primazia Emenda (estaria numa posição que paralisaria a eficácia da
dos direitos humanos, desde logo consagrando o princípio lei infraconstitucional, mas não revogaria a Constituição no
da primazia dos direitos humanos, como reconhecido ponto controverso).
pela doutrina e jurisprudência majoritários na época. “O
princípio da primazia dos direitos humanos nas relações 6) Tribunal Penal Internacional
internacionais implica em que o Brasil deve incorporar os Preconiza o artigo 5º, CF em seu § 4º:
tratados quanto ao tema ao ordenamento interno brasileiro
e respeitá-los. Implica, também em que as normas voltadas Artigo 5º, §4º, CF. O Brasil se submete à jurisdição
à proteção da dignidade em caráter universal devem ser de Tribunal Penal Internacional a cuja criação tenha
aplicadas no Brasil em caráter prioritário em relação a manifestado adesão.
outras normas”21.
Regra geral, os tratados internacionais comuns O Estatuto de Roma do Tribunal Penal Internacional
ingressam com força de lei ordinária no ordenamento foi promulgado no Brasil pelo Decreto nº 4.388 de
jurídico brasileiro porque somente existe previsão 25 de setembro de 2002. Ele contém 128 artigos e foi
constitucional quanto à possibilidade da equiparação às elaborado em Roma, no dia 17 de julho de 1998, regendo a
emendas constitucionais se o tratado abranger matéria competência e o funcionamento deste Tribunal voltado às
de direitos humanos. Antes da emenda alterou o quadro pessoas responsáveis por crimes de maior gravidade com
quanto aos tratados de direitos humanos, era o que repercussão internacional (artigo 1º, ETPI).
acontecia, mas isso não significa que tais direitos eram “Ao contrário da Corte Internacional de Justiça, cuja
menos importantes devido ao princípio da primazia e ao jurisdição é restrita a Estados, ao Tribunal Penal Internacional
reconhecimento dos direitos implícitos. compete o processo e julgamento de violações contra
Por seu turno, com o advento da Emenda Constitucional indivíduos; e, distintamente dos Tribunais de crimes de
nº 45/04 se introduziu o §3º ao artigo 5º da Constituição guerra da Iugoslávia e de Ruanda, criados para analisarem
Federal, de modo que os tratados internacionais de direitos crimes cometidos durante esses conflitos, sua jurisdição
humanos foram equiparados às emendas constitucionais, não está restrita a uma situação específica”22.
desde que houvesse a aprovação do tratado em cada Resume Mello23: “a Conferência das Nações Unidas
sobre a criação de uma Corte Criminal Internacional,
20 VICENTE SOBRINHO, Benedito. Direitos Funda- reunida em Roma, em 1998, aprovou a referida Corte. Ela é
mentais e Prisão Civil. Porto Alegre: Sérgio Antonio 22 NEVES, Gustavo Bregalda. Direito Internacional Públi-
Fabris Editor, 2008. co & Direito Internacional Privado. 3. ed. São Paulo: Atlas,
21 PORTELA, Paulo Henrique Gonçalves. Direito In- 2009.
ternacional Público e Privado. Salvador: JusPodivm, 23 MELLO, Celso D. de Albuquerque. Curso de Direito Inter-
2009. nacional Público. 14. ed. São Paulo: Saraiva, 2000.

56
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

permanente. Tem sede em Haia. A corte tem personalidade posição de desigualdade e caberá ao Estado cuidar para
internacional. Ela julga: a) crime de genocídio; b) crime que progressivamente atinjam uma posição de igualdade
contra a humanidade; c) crime de guerra; d) crime de real, já que não é por conta desta posição desfavorável que
agressão. Para o crime de genocídio usa a definição da se pode afirmar que são menos dignos, menos titulares de
convenção de 1948. Como crimes contra a humanidade são direitos fundamentais.
citados: assassinato, escravidão, prisão violando as normas Logo, a efetivação dos direitos sociais é uma meta
internacionais, violação tortura, apartheid, escravidão a ser alcançada pelo Estado em prol da consolidação da
sexual, prostituição forçada, esterilização, etc. São crimes igualdade material. Sendo assim, o Estado buscará o
de guerra: homicídio internacional, destruição de bens não crescente aperfeiçoamento da oferta de serviços públicos
justificada pela guerra, deportação, forçar um prisioneiro a com qualidade para que todos os nacionais tenham
servir nas forças inimigas, etc.”. garantidos seus direitos fundamentais de segunda
dimensão da maneira mais plena possível.
Direitos sociais Há se ressaltar também que o Estado não possui
A Constituição Federal, dentro do Título II, aborda no apenas um papel direto na promoção dos direitos
capítulo II a categoria dos direitos sociais, em sua maioria econômicos, sociais e culturais, mas também um indireto,
normas programáticas e que necessitam de uma postura quando por meio de sua gestão permite que os indivíduos
interventiva estatal em prol da implementação. adquiram condições para sustentarem suas necessidades
Os direitos assegurados nesta categoria encontram pertencentes a esta categoria de direitos.
menção genérica no artigo 6º, CF:
2) Reserva do possível e mínimo existencial
Artigo 6º, CF. Art. 6º São direitos sociais a educação, Os direitos sociais serão concretizados gradualmente,
a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o notadamente porque estão previstos em normas
transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a programáticas e porque a implementação deles gera um
proteção à maternidade e à infância, a assistência aos ônus para o Estado. Diferentemente dos direitos individuais,
desamparados, na forma desta Constituição. que dependem de uma postura de abstenção estatal, os
direitos sociais precisam que o Estado assuma um papel
Trata-se de desdobramento da perspectiva do Estado ativo em prol da efetivação destes.
Social de Direito. Em suma, são elencados os direitos A previsão excessiva de direitos sociais no bojo
humanos de 2ª dimensão, notadamente conhecidos como de uma Constituição, a despeito de um instante bem-
direitos econômicos, sociais e culturais. Em resumo, os intencionado de palavras promovido pelo constituinte,
direitos sociais envolvem prestações positivas do Estado pode levar à negativa, paradoxal – e, portanto, inadmissível
– consequência de uma Carta Magna cujas finalidades
(diferente dos de liberdade, que referem-se à postura
não condigam com seus próprios prescritos, fato que
de abstenção estatal), ou seja, políticas estatais que
deslegitima o Poder Público como determinador de que
visem consolidar o princípio da igualdade não apenas
particulares respeitem os direitos fundamentais, já que
formalmente, mas materialmente (tratando os desiguais de
sequer eles próprios, os administradores, conseguem
maneira desigual).
cumprir o que consta de seu Estatuto Máximo24.
Por seu turno, embora no capítulo específico do Título
Tecnicamente, nos direitos sociais é possível invocar
II que aborda os direitos sociais não se perceba uma intensa
a cláusula da reserva do possível como argumento para a
regulamentação destes, à exceção dos direitos trabalhistas, não implementação de determinado direito social – seja
o Título VIII da Constituição Federal, que aborda a ordem pela absoluta ausência de recursos (reserva do possível
social, se concentra em trazer normativas mais detalhadas fática), seja pela ausência de previsão orçamentária nos
a respeitos de direitos indicados como sociais. termos do artigo 167, CF (reserva do possível jurídica).
O Ministro Celso de Mello afirmou em julgamento que
1) Igualdade material e efetivação dos direitos os direitos sociais “não pode converter-se em promessa
sociais constitucional inconsequente, sob pena de o Poder
Independentemente da categoria de direitos que esteja Público, fraudando justas expectativas nele depositadas
sendo abordada, a igualdade nunca deve aparecer num pela coletividade, substituir, de maneira ilegítima, o
sentido meramente formal, mas necessariamente material. cumprimento de seu impostergável dever, por um gesto
Significa que discriminações indevidas são proibidas, mas irresponsável de infidelidade governamental ao que
existem certas distinções que não só devem ser aceitas, determina a própria Lei Fundamental do Estado”25.
como também se mostram essenciais. Sendo assim, a invocação da cláusula da reserva do
No que tange aos direitos sociais percebe-se que a possível, embora viável, não pode servir de muleta para
igualdade material assume grande relevância. Afinal, esta que o Estado não arque com obrigações básicas. Neste
categoria de direitos pressupõe uma postura ativa do viés, geralmente, quando invocada a cláusula é afastada,
Estado em prol da efetivação. Nem todos podem arcar com
suas despesas de saúde, educação, cultura, alimentação e 24 LAZARI, Rafael José Nadim de. Reserva do possível e
moradia, assim como nem todos se encontram na posição mínimo existencial: a pretensão de eficácia da norma consti-
de explorador da mão-de-obra, sendo a grande maioria da tucional em face da realidade. Curitiba: Juruá, 2012, p. 56-57.
população de explorados. Estas pessoas estão numa clara 25 RTJ 175/1212-1213, Rel. Min. CELSO DE MELLO.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

entendendo o Poder Judiciário que não cabe ao Estado se Artigo 7º, II, CF. Seguro-desemprego, em caso de
eximir de garantir direitos sociais com o simples argumento desemprego involuntário.
de que não há orçamento específico para isso – ele deveria
ter reservado parcela suficiente de suas finanças para Sem prejuízo de eventual indenização a ser recebida
atender esta demanda. do empregador, o trabalhador que fique involuntariamente
Com efeito, deve ser preservado o mínimo existencial, desempregado – entendendo-se por desemprego
que tem por fulcro limitar a discricionariedade político- involuntário o que tenha origem num acordo de cessação do
administrativa e estabelecer diretrizes orçamentárias contrato de trabalho – tem direito ao seguro-desemprego,
básicas a serem seguidas, sob pena de caber a intervenção a ser arcado pela previdência social, que tem o caráter de
do Poder Judiciário em prol de sua efetivação. assistência financeira temporária.

3) Princípio da proibição do retrocesso Artigo 7º, III, CF. Fundo de garantia do tempo de
Proibição do retrocesso é a impossibilidade de que serviço.
uma conquista garantida na Constituição Federal sofra um
retrocesso, de modo que um direito social garantido não Foi criado em 1967 pelo Governo Federal para
pode deixar de o ser. proteger o trabalhador demitido sem justa causa. O FGTS
Conforme jurisprudência, a proibição do retrocesso é constituído de contas vinculadas, abertas em nome
deve ser tomada com reservas, até mesmo porque de cada trabalhador, quando o empregador efetua o
segundo entendimento predominante as normas do artigo primeiro depósito. O saldo da conta vinculada é formado
7º, CF não são cláusula pétrea, sendo assim passíveis de pelos depósitos mensais efetivados pelo empregador,
alteração. Se for alterada normativa sobre direito trabalhista equivalentes a 8,0% do salário pago ao empregado,
assegurado no referido dispositivo, não sendo o prejuízo acrescido de atualização monetária e juros. Com o FGTS, o
evidente, entende-se válida (por exemplo, houve alteração trabalhador tem a oportunidade de formar um patrimônio,
do prazo prescricional diferenciado para os trabalhadores que pode ser sacado em momentos especiais, como o
agrícolas). O que, em hipótese alguma, pode ser aceito da aquisição da casa própria ou da aposentadoria e em
é um retrocesso evidente, seja excluindo uma categoria situações de dificuldades, que podem ocorrer com a
de direitos (ex.: abolir o Sistema Único de Saúde), seja demissão sem justa causa ou em caso de algumas doenças
diminuindo sensivelmente a abrangência da proteção (ex.: graves.
excluindo o ensino médio gratuito).
Questão polêmica se refere à proibição do retrocesso: Artigo 7º, IV, CF. Salário mínimo, fixado em lei,
se uma decisão judicial melhorar a efetivação de um direito nacionalmente unificado, capaz de atender a suas
social, ela se torna vinculante e é impossível ao legislador necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia,
alterar a Constituição para retirar este avanço? Por um lado, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene,
a proibição do retrocesso merece ser tomada em conceito transporte e previdência social, com reajustes periódicos
amplo, abrangendo inclusive decisões judiciais; por outro que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua
lado, a decisão judicial não tem por fulcro alterar a norma, vinculação para qualquer fim.
o que somente é feito pelo legislador, e ele teria o direito T
de prever que aquela decisão judicial não está incorporada rata-se de uma visível norma programática da
na proibição do retrocesso. A questão é polêmica e não há Constituição que tem por pretensão um salário mínimo
entendimento dominante. que atenda a todas as necessidades básicas de uma pessoa
e de sua família. Em pesquisa que tomou por parâmetro o
4) Direito individual do trabalho preceito constitucional, detectou-se que “o salário mínimo
O artigo 7º da Constituição enumera os direitos do trabalhador brasileiro deveria ter sido de R$ 2.892,47
individuais dos trabalhadores urbanos e rurais. São os em abril para que ele suprisse suas necessidades básicas e
direitos individuais tipicamente trabalhistas, mas que não da família, segundo estudo divulgado nesta terça-feira, 07,
excluem os demais direitos fundamentais (ex.: honra é um pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos
direito no espaço de trabalho, sob pena de se incidir em Socioeconômicos (Dieese)”26.
prática de assédio moral).
Artigo 7º, V, CF. Piso salarial proporcional à extensão e
Artigo 7º, I, CF. Relação de emprego protegida contra à complexidade do trabalho.
despedida arbitrária ou sem justa causa, nos termos de
lei complementar, que preverá indenização compensatória, Cada trabalhador, dentro de sua categoria de
dentre outros direitos. emprego, seja ele professor, comerciário, metalúrgico,
bancário, construtor civil, enfermeiro, recebe um salário
Significa que a demissão, se não for motivada por justa base, chamado de Piso Salarial, que é sua garantia de
causa, assegura ao trabalhador direitos como indenização recebimento dentro de seu grau profissional. O Valor do
compensatória, entre outros, a serem arcados pelo Piso Salarial é estabelecido em conformidade com a data
empregador. 26 http://exame.abril.com.br/economia/noticias/salario-mini-
mo-deveria-ter-sido-de-r-2-892-47-em-abril

58
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

base da categoria, por isso ele é definido em conformidade A Participação nos Lucros e Resultado (PLR), que é
com um acordo, ou ainda com um entendimento entre conhecida também por Programa de Participação nos
patrão e trabalhador. Resultados (PPR), está prevista na Consolidação das Leis do
Trabalho (CLT) desde a Lei nº 10.101, de 19 de dezembro
Artigo 7º, VI, CF. Irredutibilidade do salário, salvo o de 2000. Ela funciona como um bônus, que é ofertado
disposto em convenção ou acordo coletivo. pelo empregador e negociado com uma comissão de
trabalhadores da empresa. A CLT não obriga o empregador
O salário não pode ser reduzido, a não ser que anão a fornecer o benefício, mas propõe que ele seja utilizado.
redução implique num prejuízo maior, por exemplo,
demissão em massa durante uma crise, situações que Artigo 7º, XII, CF. Salário-família pago em razão do
devem ser negociadas em convenção ou acordo coletivo. dependente do trabalhador de baixa renda nos termos da lei.

Artigo 7º, VII, CF. Garantia de salário, nunca inferior Salário-família é o benefício pago na proporção do
ao mínimo, para os que percebem remuneração variável. respectivo número de filhos ou equiparados de qualquer
condição até a idade de quatorze anos ou inválido de
O salário mínimo é direito de todos os trabalhadores, qualquer idade, independente de carência e desde que
mesmo daqueles que recebem remuneração variável (ex.: o salário-de-contribuição seja inferior ou igual ao limite
baseada em comissões por venda e metas); máximo permitido. De acordo com a Portaria Interministerial
MPS/MF nº 19, de 10/01/2014, valor do salário-família
Artigo 7º, VIII, CF. Décimo terceiro salário com base na será de R$ 35,00, por filho de até 14 anos incompletos
remuneração integral ou no valor da aposentadoria. ou inválido, para quem ganhar até R$ 682,50. Já para o
trabalhador que receber de R$ 682,51 até R$ 1.025,81, o
Também conhecido como gratificação natalina, foi valor do salário-família por filho de até 14 anos de idade ou
instituída no Brasil pela Lei nº 4.090/1962 e garante que inválido de qualquer idade será de R$ 24,66.
o trabalhador receba o correspondente a 1/12 (um doze
avos) da remuneração por mês trabalhado, ou seja, Artigo 7º, XIII, CF. duração do trabalho normal não
consiste no pagamento de um salário extra ao trabalhador superior a oito horas diárias e quarenta e quatro
e ao aposentado no final de cada ano. semanais, facultada a compensação de horários e a
redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva
Artigo 7º, IX, CF. Remuneração do trabalho noturno de trabalho.
superior à do diurno.
Artigo 7º, XVI, CF. Remuneração do serviço
O adicional noturno é devido para o trabalho exercido extraordinário superior, no mínimo, em cinquenta por
durante a noite, de modo que cada hora noturna sofre cento à do normal.
a redução de 7 minutos e 30 segundos, ou ainda, é
feito acréscimo de 12,5% sobre o valor da hora diurna. A legislação trabalhista vigente estabelece que a
Considera-se noturno, nas atividades urbanas, o trabalho duração normal do trabalho, salvo os casos especiais,
realizado entre as 22:00 horas de um dia às 5:00 horas do é de 8 (oito) horas diárias e 44 (quarenta e quatro)
dia seguinte; nas atividades rurais, é considerado noturno semanais, no máximo. Todavia, poderá a jornada diária de
o trabalho executado na lavoura entre 21:00 horas de um trabalho dos empregados maiores ser acrescida de horas
dia às 5:00 horas do dia seguinte; e na pecuária, entre 20:00 suplementares, em número não excedentes a duas, no
horas às 4:00 horas do dia seguinte. máximo, para efeito de serviço extraordinário, mediante
acordo individual, acordo coletivo, convenção coletiva
Artigo 7º, X, CF. Proteção do salário na forma da lei, ou sentença normativa. Excepcionalmente, ocorrendo
constituindo crime sua retenção dolosa. necessidade imperiosa, poderá ser prorrogada além do
limite legalmente permitido. A remuneração do serviço
Quanto ao possível crime de retenção de salário, não extraordinário, desde a promulgação da Constituição
há no Código Penal brasileiro uma norma que determina a Federal, deverá constar, obrigatoriamente, do acordo,
ação de retenção de salário como crime. Apesar do artigo convenção ou sentença normativa, e será, no mínimo, 50%
7º, X, CF dizer que é crime a retenção dolosa de salário, (cinquenta por cento) superior à da hora normal.
o dispositivo é norma de eficácia limitada, pois depende
de lei ordinária, ainda mais porque qualquer norma penal Artigo 7º, XIV, CF. Jornada de seis horas para o trabalho
incriminadora é regida pela legalidade estrita (artigo 5º, realizado em turnos ininterruptos de revezamento, salvo
XXXIX, CF). negociação coletiva.

Artigo 7º, XI, CF. Participação nos lucros, ou resultados, O constituinte ao estabelecer jornada máxima de
desvinculada da remuneração, e, excepcionalmente, 6 horas para os turnos ininterruptos de revezamento,
participação na gestão da empresa, conforme definido em expressamente ressalvando a hipótese de negociação
lei.

59
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

coletiva, objetivou prestigiar a atuação da entidade Acrescenta-se ainda, que elas são maioria também na
sindical. Entretanto, a jurisprudência evoluiu para uma população não economicamente ativa. Além disso, ainda há
interpretação restritiva de seu teor, tendo como parâmetro relevante diferença salarial entre homens e mulheres, sendo
o fato de que o trabalho em turnos ininterruptos é por que os homens recebem mais porque os empregadores
demais desgastante, penoso, além de trazer malefícios de entendem que eles necessitam de um salário maior para
ordem fisiológica para o trabalhador, inclusive distúrbios manter a família. Tais disparidades colocam em evidência
no âmbito psicossocial já que dificulta o convívio em que o mercado de trabalho da mulher deve ser protegido
sociedade e com a própria família. de forma especial.

Artigo 7º, XV, CF. Repouso semanal remunerado, Artigo 7º, XXI, CF. Aviso prévio proporcional ao tempo
preferencialmente aos domingos. de serviço, sendo no mínimo de trinta dias, nos termos da
lei.
O Descanso Semanal Remunerado é de 24 (vinte
e quatro) horas consecutivas, devendo ser concedido Nas relações de emprego, quando uma das partes
preferencialmente aos domingos, sendo garantido a deseja rescindir, sem justa causa, o contrato de trabalho por
todo trabalhador urbano, rural ou doméstico. Havendo prazo indeterminado, deverá, antecipadamente, notificar à
necessidade de trabalho aos domingos, desde que outra parte, através do aviso prévio. O aviso prévio tem
previamente autorizados pelo Ministério do Trabalho, aos por finalidade evitar a surpresa na ruptura do contrato de
trabalhadores é assegurado pelo menos um dia de repouso trabalho, possibilitando ao empregador o preenchimento
semanal remunerado coincidente com um domingo a cada do cargo vago e ao empregado uma nova colocação no
período, dependendo da atividade (artigo 67, CLT). mercado de trabalho, sendo que o aviso prévio pode ser
trabalhado ou indenizado.
Artigo 7º, XVII, CF. Gozo de férias anuais remuneradas
com, pelo menos, um terço a mais do que o salário normal. Artigo 7º, XXII, CF. Redução dos riscos inerentes
ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e
O salário das férias deve ser superior em pelo menos segurança.
um terço ao valor da remuneração normal, com todos os
adicionais e benefícios aos quais o trabalhador tem direito. Trata-se ao direito do trabalhador a um meio ambiente
A cada doze meses de trabalho – denominado período do trabalho salubre. Fiorillo27 destaca que o equilíbrio do
aquisitivo – o empregado terá direito a trinta dias corridos meio ambiente do trabalho está sedimentado na salubridade
de férias, se não tiver faltado injustificadamente mais de e na ausência de agentes que possam comprometer a
cinco vezes ao serviço (caso isso ocorra, os dias das férias incolumidade físico-psíquica dos trabalhadores.
serão diminuídos de acordo com o número de faltas).
Artigo 7º, XXIII, CF. Adicional de remuneração para as
Artigo 7º, XVIII, CF. Licença à gestante, sem prejuízo do atividades penosas, insalubres ou perigosas, na forma da
emprego e do salário, com a duração de cento e vinte dias. lei.

O salário da trabalhadora em licença é chamado Penoso é o trabalho acerbo, árduo, amargo, difícil,
de salário-maternidade, é pago pelo empregador e por molesto, trabalhoso, incômodo, laborioso, doloroso, rude,
ele descontado dos recolhimentos habituais devidos à que não é perigoso ou insalubre, mas penosa, exigindo
Previdência Social. A trabalhadora pode sair de licença a atenção e vigilância acima do comum. Ainda não há
partir do último mês de gestação, sendo que o período na legislação específica previsão sobre o adicional de
de licença é de 120 dias. A Constituição também garante penosidade.
que, do momento em que se confirma a gravidez até cinco São consideradas atividades ou operações insalubres
meses após o parto, a mulher não pode ser demitida. as que se desenvolvem excesso de limites de tolerância
para: ruído contínuo ou intermitente, ruídos de impacto,
Artigo 7º, XIX, CF. Licença-paternidade, nos termos exposição ao calor e ao frio, radiações, certos agentes
fixados em lei. químicos e biológicos, vibrações, umidade, etc. O exercício
de trabalho em condições de insalubridade assegura ao
O homem tem direito a 5 dias de licença-paternidade trabalhador a percepção de adicional, incidente sobre
para estar mais próximo do bebê recém-nascido e ajudar a o salário base do empregado (súmula 228 do TST), ou
mãe nos processos pós-operatórios. previsão mais benéfica em Convenção Coletiva de Trabalho,
equivalente a 40% (quarenta por cento), para insalubridade
Artigo 7º, XX, CF. Proteção do mercado de trabalho da de grau máximo; 20% (vinte por cento), para insalubridade
mulher, mediante incentivos específicos, nos termos da lei. de grau médio; 10% (dez por cento), para insalubridade de
grau mínimo.
Embora as mulheres sejam maioria na população de
10 anos ou mais de idade, elas são minoria na população 27 FIORILLO, Celso Antonio Pacheco. Curso de Direito Am-
ocupada, mas estão em maioria entre os desocupados. biental brasileiro. 10. ed. São Paulo: Saraiva, 2009, p. 21.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

O adicional de periculosidade é um valor devido Trata-se da proteção da substituição da máquina pelo


ao empregado exposto a atividades perigosas. São homem, que pode ser feita, notadamente, qualificando
consideradas atividades ou operações perigosas, aquelas o profissional para exercer trabalhos que não possam
que, por sua natureza ou métodos de trabalho, impliquem ser desempenhados por uma máquina (ex.: se criada
risco acentuado em virtude de exposição permanente uma máquina que substitui o trabalhador, deve ser ele
do trabalhador a inflamáveis, explosivos ou energia qualificado para que possa operá-la).
elétrica; e a roubos ou outras espécies de violência física
nas atividades profissionais de segurança pessoal ou Artigo 7º, XXVIII, CF. Seguro contra acidentes de
patrimonial. O valor do adicional de periculosidade será o trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a indenização
salário do empregado acrescido de 30%, sem os acréscimos a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa.
resultantes de gratificações, prêmios ou participações nos
lucros da empresa. Atualmente, é a Lei nº 8.213/91 a responsável por
O Tribunal Superior do Trabalho ainda não tem tratar do assunto e em seus artigos 19, 20 e 21 apresenta
entendimento unânime sobre a possibilidade de cumulação a definição de doenças e acidentes do trabalho. Não se
destes adicionais. trata de legislação específica sobre o tema, mas sim
de uma norma que dispõe sobre as modalidades de
Artigo 7º, XXIV, CF. Aposentadoria. benefícios da previdência social. Referida Lei, em seu
artigo 19 da preceitua que acidente do trabalho é o que
A aposentadoria é um benefício garantido a todo ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa ou
trabalhador brasileiro que pode ser usufruído por aquele pelo exercício do trabalho, provocando lesão corporal ou
que tenha contribuído ao Instituto Nacional de Seguridade perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou
Social (INSS) pelos prazos estipulados nas regras da redução, permanente ou temporária, da capacidade para
Previdência Social e tenha atingido as idades mínimas o trabalho.
previstas. Aliás, o direito à previdência social é considerado Seguro de Acidente de Trabalho (SAT) é uma
um direito social no próprio artigo 6º, CF. contribuição com natureza de tributo que as empresas
pagam para custear benefícios do INSS oriundos de
Artigo 7º, XXV, CF. Assistência gratuita aos filhos acidente de trabalho ou doença ocupacional, cobrindo a
e dependentes desde o nascimento até 5 (cinco) anos de aposentadoria especial. A alíquota normal é de um, dois ou
idade em creches e pré-escolas. três por cento sobre a remuneração do empregado, mas as
empresas que expõem os trabalhadores a agentes nocivos
Todo estabelecimento com mais de 30 funcionárias com químicos, físicos e biológicos precisam pagar adicionais
mais de 16 anos tem a obrigação de oferecer um espaço diferenciados. Assim, quanto maior o risco, maior é a
físico para que as mães deixem o filho de 0 a 6 meses, alíquota, mas atualmente o Ministério da Previdência Social
enquanto elas trabalham. Caso não ofereçam esse espaço pode alterar a alíquota se a empresa investir na segurança
aos bebês, a empresa é obrigada a dar auxílio-creche a do trabalho.
mulher para que ela pague uma creche para o bebê de até Neste sentido, nada impede que a empresa seja
6 meses. O valor desse auxílio será determinado conforme responsabilizada pelos acidentes de trabalho, indenizando
negociação coletiva na empresa (acordo da categoria ou o trabalhador. Na atualidade entende-se que a
convenção). A empresa que tiver menos de 30 funcionárias possibilidade de cumulação do benefício previdenciário,
registradas não tem obrigação de conceder o benefício. É assim compreendido como prestação garantida pelo
facultativo (ela pode oferecer ou não). Existe a possibilidade Estado ao trabalhador acidentado (responsabilidade
de o benefício ser estendido até os 6 anos de idade e incluir objetiva) com a indenização devida pelo empregador
o trabalhador homem. A duração do auxílio-creche e o em caso de culpa (responsabilidade subjetiva), é pacífica,
valor envolvido variarão conforme negociação coletiva na estando amplamente difundida na jurisprudência do
empresa. Tribunal Superior do Trabalho;

Artigo 7º, XXVI, CF. Reconhecimento das convenções e Artigo 7º, XXIX, CF. Ação, quanto aos créditos resultantes
acordos coletivos de trabalho. das relações de trabalho, com prazo prescricional de cinco
anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de
Neste dispositivo se funda o direito coletivo do dois anos após a extinção do contrato de trabalho.
trabalho, que encontra regulamentação constitucional nos
artigo 8º a 11 da Constituição. Pelas convenções e acordos Prescrição é a perda da pretensão de buscar a tutela
coletivos, entidades representativas da categoria dos jurisdicional para assegurar direitos violados. Sendo assim,
trabalhadores entram em negociação com as empresas na há um período de tempo que o empregado tem para
defesa dos interesses da classe, assegurando o respeito aos requerer seu direito na Justiça do Trabalho. A prescrição
direitos sociais; trabalhista é sempre de 2 (dois) anos a partir do término
do contrato de trabalho, atingindo as parcelas relativas aos
Artigo 7º, XXVII, CF. Proteção em face da automação, 5 (cinco) anos anteriores, ou de 05 (cinco) anos durante a
na forma da lei. vigência do contrato de trabalho.

61
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Artigo 7º, XXX, CF. Proibição de diferença de salários, 5) Direito coletivo do trabalho
de exercício de funções e de critério de admissão por motivo Os artigos 8º a 11 trazem os direitos sociais coletivos dos
de sexo, idade, cor ou estado civil. trabalhadores, que são os exercidos pelos trabalhadores,
coletivamente ou no interesse de uma coletividade,
Há uma tendência de se remunerar melhor homens quais sejam: associação profissional ou sindical, greve,
brancos na faixa dos 30 anos que sejam casados, sendo substituição processual, participação e representação
patente a diferença remuneratória para com pessoas classista28.
de diferente etnia, faixa etária ou sexo. Esta distinção A liberdade de associação profissional ou sindical tem
atenta contra o princípio da igualdade e não é aceita pelo escopo no artigo 8º, CF:
constituinte, sendo possível inclusive invocar a equiparação
salarial judicialmente. Art. 8º, CF. É livre a associação profissional ou
sindical, observado o seguinte:
Artigo 7º, XXXI, CF. Proibição de qualquer discriminação I - a lei não poderá exigir autorização do Estado para
no tocante a salário e critérios de admissão do trabalhador a fundação de sindicato, ressalvado o registro no órgão
portador de deficiência. competente, vedadas ao Poder Público a interferência e a
intervenção na organização sindical;
A pessoa portadora de deficiência, dentro de suas II - é vedada a criação de mais de uma organização
limitações, possui condições de ingressar no mercado de sindical, em qualquer grau, representativa de categoria
trabalho e não pode ser preterida meramente por conta de profissional ou econômica, na mesma base territorial,
sua deficiência. que será definida pelos trabalhadores ou empregadores
interessados, não podendo ser inferior à área de um
Artigo 7º, XXXII, CF. Proibição de distinção entre Município;
trabalho manual, técnico e intelectual ou entre os III - ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses
profissionais respectivos. coletivos ou individuais da categoria, inclusive em
questões judiciais ou administrativas;
Os trabalhos manuais, técnicos e intelectuais são
IV - a assembleia geral fixará a contribuição que, em
igualmente relevantes e contribuem todos para a sociedade,
se tratando de categoria profissional, será descontada
não cabendo a desvalorização de um trabalho apenas por
em folha, para custeio do sistema confederativo da
se enquadrar numa ou outra categoria.
representação sindical respectiva, independentemente da
contribuição prevista em lei;
Artigo 7º, XXXIII, CF. proibição de trabalho noturno,
V - ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se
perigoso ou insalubre a menores de dezoito e de
qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na filiado a sindicato;
condição de aprendiz, a partir de quatorze anos. VI - é obrigatória a participação dos sindicatos nas
negociações coletivas de trabalho;
Trata-se de norma protetiva do adolescente, VII - o aposentado filiado tem direito a votar e ser
estabelecendo-se uma idade mínima para trabalho e votado nas organizações sindicais;
proibindo-se o trabalho em condições desfavoráveis. VIII - é vedada a dispensa do empregado sindicalizado
a partir do registro da candidatura a cargo de direção ou
Artigo 7º, XXXIV, CF. Igualdade de direitos entre o representação sindical e, se eleito, ainda que suplente, até
trabalhador com vínculo empregatício permanente e o um ano após o final do mandato, salvo se cometer falta
trabalhador avulso. grave nos termos da lei.
Parágrafo único. As disposições deste artigo aplicam-
Avulso é o trabalhador que presta serviço a várias se à organização de sindicatos rurais e de colônias de
empresas, mas é contratado por sindicatos e órgãos pescadores, atendidas as condições que a lei estabelecer.
gestores de mão-de-obra, possuindo os mesmos direitos
que um trabalhador com vínculo empregatício permanente. O direito de greve, por seu turno, está previsto no
A Emenda Constitucional nº 72/2013, conhecida como artigo 9º, CF:
PEC das domésticas, deu nova redação ao parágrafo único
do artigo 7º: Art. 9º É assegurado o direito de greve, competindo aos
trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e
Artigo 7º, parágrafo único, CF. São assegurados à sobre os interesses que devam por meio dele defender.
categoria dos trabalhadores domésticos os direitos § 1º A lei definirá os serviços ou atividades essenciais
previstos nos incisos IV, VI, VII, VIII, X, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, e disporá sobre o atendimento das necessidades inadiáveis
XIX, XXI, XXII, XXIV, XXVI, XXX, XXXI e XXXIII e, atendidas as da comunidade.
condições estabelecidas em lei e observada a simplificação § 2º Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis às
do cumprimento das obrigações tributárias, principais penas da lei.
e acessórias, decorrentes da relação de trabalho e suas
peculiaridades, os previstos nos incisos I, II, III, IX, XII, XXV e 28 LENZA, Pedro. Curso de direito constitucional esque-
XXVIII, bem como a sua integração à previdência social. matizado. 15. ed. São Paulo: Saraiva, 2011.

62
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

A respeito, conferir a Lei nº 7.783/89, que dispõe sobre o “Nacionalidade é um direito fundamental da pessoa
exercício do direito de greve, define as atividades essenciais, humana. Todos a ela têm direito. A nacionalidade de
regula o atendimento das necessidades inadiáveis da um indivíduo não pode ficar ao mero capricho de um
comunidade, e dá outras providências. Enquanto não for governo, de um governante, de um poder despótico, de
disciplinado o direito de greve dos servidores públicos, decisões unilaterais, concebidas sem regras prévias, sem
esta é a legislação que se aplica, segundo o STF. o contraditório, a defesa, que são princípios fundamentais
O direito de participação é previsto no artigo 10, CF: de todo sistema jurídico que se pretenda democrático. A
questão não pode ser tratada com relativismos, uma vez
Artigo 10, CF. É assegurada a participação dos que é muito séria”29.
trabalhadores e empregadores nos colegiados dos Não obstante, tem-se no âmbito constitucional e
órgãos públicos em que seus interesses profissionais ou internacional a previsão do direito de asilo, consistente
previdenciários sejam objeto de discussão e deliberação. no direito de buscar abrigo em outro país quando naquele
do qual for nacional estiver sofrendo alguma perseguição.
Por fim, aborda-se o direito de representação classista Tal perseguição não pode ter motivos legítimos, como
no artigo 11, CF: a prática de crimes comuns ou de atos atentatórios aos
princípios das Nações Unidas, o que subverteria a própria
Artigo 11, CF. Nas empresas de mais de duzentos finalidade desta proteção. Em suma, o que se pretende
empregados, é assegurada a eleição de um representante com o direito de asilo é evitar a consolidação de ameaças
destes com a finalidade exclusiva de promover-lhes o a direitos humanos de uma pessoa por parte daqueles
entendimento direto com os empregadores. que deveriam protegê-los – isto é, os governantes e os
entes sociais como um todo –, e não proteger pessoas que
Nacionalidade justamente cometeram tais violações.
O capítulo III do Título II aborda a nacionalidade, que
vem a ser corolário dos direitos políticos, já que somente 2) Naturalidade e naturalização
um nacional pode adquirir direitos políticos.
O artigo 12 da Constituição Federal estabelece
Nacionalidade é o vínculo jurídico-político que liga
quem são os nacionais brasileiros, dividindo-os em
um indivíduo a determinado Estado, fazendo com que
duas categorias: natos e naturalizados. Percebe-se que
ele passe a integrar o povo daquele Estado, desfrutando
naturalidade é diferente de nacionalidade – naturalidade é
assim de direitos e obrigações.
apenas o local de nascimento, nacionalidade é um efetivo
Povo é o conjunto de nacionais. Por seu turno,
vínculo com o Estado.
povo não é a mesma coisa que população. População é o
Uma pessoa pode ser considerada nacional brasileira
conjunto de pessoas residentes no país – inclui o povo, os
estrangeiros residentes no país e os apátridas. tanto por ter nascido no território brasileiro quanto por
voluntariamente se naturalizar como brasileiro, como
1) Nacionalidade como direito humano fundamental se percebe no teor do artigo 12, CF. O estrangeiro, num
Os direitos humanos internacionais são completamente conceito tomado à base de exclusão, é todo aquele que
contrários à ideia do apátrida – ou heimatlos –, que é o não é nacional brasileiro.
indivíduo que não possui o vínculo da nacionalidade com
nenhum Estado. Logo, a nacionalidade é um direito da a) Brasileiros natos
pessoa humana, o qual não pode ser privado de forma Art. 12, CF. São brasileiros:
arbitrária. Não há privação arbitrária quando respeitados I - natos:
os critérios legais previstos no texto constitucional no que a) os nascidos na República Federativa do Brasil,
tange à perda da nacionalidade. Em outras palavras, o ainda que de pais estrangeiros, desde que estes não estejam
constituinte brasileiro não admite a figura do apátrida. a serviço de seu país;
Contudo, é exatamente por ser um direito que a b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou
nacionalidade não pode ser uma obrigação, garantindo-se mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja a serviço
à pessoa o direito de deixar de ser nacional de um país e da República Federativa do Brasil;
passar a sê-lo de outro, mudando de nacionalidade, por c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de
um processo conhecido como naturalização. mãe brasileira, desde que sejam registrados em repartição
Prevê a Declaração Universal dos Direitos Humanos em seu brasileira competente ou venham a residir na República
artigo 15: “I) Todo homem tem direito a uma nacionalidade. II) Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois
Ninguém será arbitrariamente privado de sua nacionalidade, de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira.
nem do direito de mudar de nacionalidade”.
A Convenção Americana sobre Direitos Humanos Tradicionalmente, são possíveis dois critérios para a
aprofunda-se em meios para garantir que toda pessoa atribuição da nacionalidade primária – nacional nato –,
tenha uma nacionalidade desde o seu nascimento ao adotar notadamente: ius soli, direito de solo, o nacional nascido
o critério do jus solis, explicitando que ao menos a pessoa 29 VALVERDE, Thiago Pellegrini. Comentários aos artigos XV
terá a nacionalidade do território onde nasceu, quando e XVI. In: BALERA, Wagner (Coord.). Comentários à Decla-
não tiver direito a outra nacionalidade por previsões legais ração Universal dos Direitos do Homem. Brasília: Fortium,
diversas. 2008, p. 87-88.

63
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

em território do país independentemente da nacionalidade Destaque vai para o requisito da residência contínua. Em
dos pais; e ius sanguinis, direito de sangue, que não regra, o estrangeiro precisa residir no país por 4 anos contínuos,
depende do local de nascimento mas sim da descendência conforme o inciso III do referido artigo 112. No entanto, por
de um nacional do país (critério comum em países que previsão constitucional do artigo 12, II, “a”, se o estrangeiro
tiveram êxodo de imigrantes). foi originário de país com língua portuguesa o prazo de
O brasileiro nato, primeiramente, é aquele que nasce residência contínua é reduzido para 1 ano. Daí se afirmar que
no território brasileiro – critério do ius soli, ainda que filho o constituinte estabeleceu a naturalização ordinária no artigo
de pais estrangeiros, desde que não sejam estrangeiros que 12, II, “b” e a naturalização extraordinária no artigo 12, II, “a”.
estejam a serviço de seu país ou de organismo internacional Outra diferença sensível é que à naturalização ordinária
(o que geraria um conflito de normas). Contudo, também é se aplica o artigo 121 do Estatuto do Estrangeiro, segundo
possível ser brasileiro nato ainda que não se tenha nascido o qual “a satisfação das condições previstas nesta Lei não
no território brasileiro. assegura ao estrangeiro direito à naturalização”. Logo,
No entanto, a Constituição reconhece o brasileiro na naturalização ordinária não há direito subjetivo à
nato também pelo critério do ius sanguinis. Se qualquer naturalização, mesmo que preenchidos todos os requisitos.
dos pais estiver a serviço do Brasil, é considerado brasileiro Trata-se de ato discricionário do Ministério da Justiça. O
nato, mesmo que nasça em outro país. Se qualquer dos mesmo não vale para a naturalização extraordinária,
pais não estiverem a serviço do Brasil e a pessoa nascer quando há direito subjetivo, cabendo inclusive a busca do
no exterior é exigido que o nascido do exterior venha Poder Judiciário para fazê-lo valer30.
ao território brasileiro e aqui resida ou que tenha sido
registrado em repartição competente, caso em que poderá, c) Tratamento diferenciado
aos 18 anos, manifestar-se sobre desejar permanecer com A regra é que todo nacional brasileiro, seja ele nato ou
a nacionalidade brasileira ou não. naturalizado, deverá receber o mesmo tratamento. Neste
sentido, o artigo 12, § 2º, CF:
b) Brasileiros naturalizados
Artigo 12, §2º, CF. A lei não poderá estabelecer distinção
Art. 12, CF. São brasileiros: [...] entre brasileiros natos e naturalizados, salvo nos casos
II - naturalizados: previstos nesta Constituição.
a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade
brasileira, exigidas aos originários de países de língua Percebe-se que a Constituição simultaneamente
portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto estabelece a não distinção e se reserva ao direito de
e idoneidade moral; estabelecer as hipóteses de distinção.
b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, Algumas destas hipóteses de distinção já se encontram
residentes na República Federativa do Brasil há mais de enumeradas no parágrafo seguinte.
quinze anos ininterruptos e sem condenação penal,
desde que requeiram a nacionalidade brasileira. Artigo 12, § 3º, CF. São privativos de brasileiro nato
os cargos:
A naturalização deve ser voluntária e expressa. I - de Presidente e Vice-Presidente da República;
O Estatuto do Estrangeiro, Lei nº 6.815/1980, rege a II - de Presidente da Câmara dos Deputados;
questão da naturalização em mais detalhes, prevendo no III - de Presidente do Senado Federal;
artigo 112: IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal;
V - da carreira diplomática;
Art. 112, Lei nº 6.815/1980. São condições para a VI - de oficial das Forças Armadas;
concessão da naturalização: VII - de Ministro de Estado da Defesa.
I - capacidade civil, segundo a lei brasileira;
II - ser registrado como permanente no Brasil; A lógica do dispositivo é a de que qualquer pessoa
III - residência contínua no território nacional, pelo no exercício da presidência da República ou de cargo
prazo mínimo de quatro anos, imediatamente anteriores que possa levar a esta posição provisoriamente deve
ao pedido de naturalização; ser natural do país (ausente o Presidente da República,
IV - ler e escrever a língua portuguesa, consideradas as seu vice-presidente desempenha o cargo; ausente este
condições do naturalizando; assume o Presidente da Câmara; também este ausente, em
V - exercício de profissão ou posse de bens suficientes à seguida, exerce o cargo o Presidente do Senado; e, por fim,
manutenção própria e da família; o Presidente do Supremo pode assumir a presidência na
VI - bom procedimento; ausência dos anteriores – e como o Presidente do Supremo
VII - inexistência de denúncia, pronúncia ou condenação é escolhido num critério de revezamento nenhum membro
no Brasil ou no exterior por crime doloso a que seja cominada pode ser naturalizado); ou a de que o cargo ocupado
pena mínima de prisão, abstratamente considerada, superior possui forte impacto em termos de representação do país
a 1 (um) ano; e ou de segurança nacional.
VIII - boa saúde. 30 FARIA, Cássio Juvenal. Notas pessoais tomadas em
teleconferência.

64
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Outras exceções são: não aceitação, em regra, de brasileiro 5) Deportação, expulsão e entrega
naturalizado como membro do Conselho da República A deportação representa a devolução compulsória
(artigos 89 e 90, CF); impossibilidade de ser proprietário de de um estrangeiro que tenha entrado ou esteja de forma
empresa jornalística, de radiodifusão sonora e imagens, salvo irregular no território nacional, estando prevista na Lei nº
se já naturalizado há 10 anos (artigo 222, CF); possibilidade 6.815/1980, em seus artigos 57 e 58. Neste caso, não houve
de extradição do brasileiro naturalizado que tenha praticado prática de qualquer ato nocivo ao Brasil, havendo, pois,
crime comum antes da naturalização ou, depois dela, crime mera irregularidade de visto.
de tráfico de drogas (artigo 5º, LI, CF). A expulsão é a retirada “à força” do território brasileiro
de um estrangeiro que tenha praticado atos tipificados no
3) Quase-nacionalidade: caso dos portugueses artigo 65 e seu parágrafo único, ambos da Lei nº 6.815/1980:
Nos termos do artigo 12, § 1º, CF:
Art. 65, Lei nº 6.815/1980. É passível de expulsão
Artigo 12, §1º, CF. Aos portugueses com residência o estrangeiro que, de qualquer forma, atentar contra
permanente no País, se houver reciprocidade em favor a segurança nacional, a ordem política ou social, a
de brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao tranquilidade ou moralidade pública e a economia popular,
brasileiro, salvo os casos previstos nesta Constituição. ou cujo procedimento o torne nocivo à conveniência e aos
interesses nacionais.
É uma regra que só vale se os brasileiros receberem o Parágrafo único. É passível, também, de expulsão o
mesmo tratamento, questão regulamentada pelo Tratado estrangeiro que:
de Amizade, Cooperação e Consulta entre a República a) praticar fraude a fim de obter a sua entrada ou
Federativa do Brasil e a República Portuguesa, assinado em permanência no Brasil;
22 de abril de 2000 (Decreto nº 3.927/2001). b) havendo entrado no território nacional com infração
As vantagens conferidas são: igualdade de direitos à lei, dele não se retirar no prazo que lhe for determinado
civis, não sendo considerado um estrangeiro; gozo de para fazê-lo, não sendo aconselhável a deportação;
direitos políticos se residir há 3 anos no país, autorizando- c) entregar-se à vadiagem ou à mendicância; ou
se o alistamento eleitoral. No caso de exercício dos d) desrespeitar proibição especialmente prevista em lei
direitos políticos nestes moldes, os direitos desta natureza para estrangeiro.
ficam suspensos no outro país, ou seja, não exerce
simultaneamente direitos políticos nos dois países. A entrega (ou surrender) consiste na submissão de
um nacional a um tribunal internacional do qual o próprio
4) Perda da nacionalidade país faz parte. É o que ocorreria, por exemplo, se o Brasil
Artigo 12, § 4º, CF. Será declarada a perda da entregasse um brasileiro para julgamento pelo Tribunal
nacionalidade do brasileiro que: Penal Internacional (competência reconhecida na própria
I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença Constituição no artigo 5º, §4º).
judicial, em virtude de atividade nociva ao interesse
nacional; 6) Extradição
II - adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos: A extradição é ato diverso da deportação, da expulsão e
a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela da entrega. Extradição é um ato de cooperação internacional
lei estrangeira; que consiste na entrega de uma pessoa, acusada ou
b) de imposição de naturalização, pela norma condenada por um ou mais crimes, ao país que a reclama.
estrangeira, ao brasileiro residente em estado estrangeiro, O Brasil, sob hipótese alguma, extraditará brasileiros natos
como condição para permanência em seu território ou para mas quanto aos naturalizados assim permite caso tenham
o exercício de direitos civis. praticado crimes comuns (exceto crimes políticos e/ou
de opinião) antes da naturalização, ou, mesmo depois
A respeito do inciso I do §4º do artigo 12, a Lei nº 818, da naturalização, em caso de envolvimento com o tráfico
de 18 de setembro de 1949 regula a aquisição, a perda ilícito de entorpecentes (artigo 5º, LI e LII, CF).
e a reaquisição da nacionalidade, e a perda dos direitos Aplicam-se os seguintes princípios à extradição:
políticos. No processo deve ser respeitado o contraditório a) Princípio da Especialidade: Significa que o estrangeiro
e a iniciativa de propositura é do Procurador da República. só pode ser julgado pelo Estado requerente pelo crime
No que tange ao inciso II do parágrafo em estudo, objeto do pedido de extradição. O importante é que o
percebe-se a aceitação da figura do polipátrida. Na extraditado só seja submetido às penas relativas aos crimes
alínea “a” aceita-se que a pessoa tenha nacionalidade que foram objeto do pedido de extradição.
brasileira e outra se ao seu nascimento tiver adquirido b) Princípio da Dupla Punibilidade: O fato praticado deve ser
simultaneamente a nacionalidade do Brasil e outro país; na punível no Estado requerente e no Brasil. Logo, além do fato ser
alínea “b” é reconhecida a mesma situação se a aquisição típico em ambos os países, deve ser punível em ambos (se houve
da nacionalidade do outro país for uma exigência para prescrição em algum dos países, p. ex., não pode ocorrer a extradição).
continuar lá permanecendo ou exercendo seus direitos c) Princípio da Retroatividade dos Tratados: O fato
civis, pois se assim não o fosse o brasileiro seria forçado de um tratado de extradição entre dois países ter sido
a optar por uma nacionalidade e, provavelmente, se ver celebrado após a ocorrência do crime não impede a
privado da nacionalidade brasileira. extradição.

65
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

d) Princípio da Comutação da Pena (Direitos Humanos): A democracia brasileira adota a modalidade semidireta,
Se o crime for apenado por qualquer das penas vedadas porque possibilita a participação popular direta no poder
pelo artigo 5º, XLVII da CF, a extradição não será autorizada, por intermédio de processos como o plebiscito, o referendo
salvo se houver a comutação da pena, transformação para e a iniciativa popular. Como são hipóteses restritas, pode-
uma pena aceita no Brasil. se afirmar que a democracia indireta é predominantemente
adotada no Brasil, por meio do sufrágio universal e do voto
7) Idioma e símbolos direto e secreto com igual valor para todos. Quanto ao voto
Art. 13, CF. A língua portuguesa é o idioma oficial da direto e secreto, trata-se do instrumento para o exercício
República Federativa do Brasil. da capacidade ativa do sufrágio universal.
§ 1º São símbolos da República Federativa do Brasil a Por seu turno, o que diferencia o plebiscito do
bandeira, o hino, as armas e o selo nacionais. referendo é o momento da consulta à população: no
§ 2º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios plebiscito, primeiro se consulta a população e depois se
poderão ter símbolos próprios. toma a decisão política; no referendo, primeiro se toma a
decisão política e depois se consulta a população. Embora
Idioma é a língua falada pela população, que confere os dois partam do Congresso Nacional, o plebiscito é
caráter diferenciado em relação à população do resto do convocado, ao passo que o referendo é autorizado (art. 49,
mundo. Sendo assim, é manifestação social e cultural de XV, CF), ambos por meio de decreto legislativo. O que os
uma nação. assemelha é que os dois são “formas de consulta ao povo
Os símbolos, por sua vez, representam a imagem para que delibere sobre matéria de acentuada relevância,
da nação e permitem o seu reconhecimento nacional e de natureza constitucional, legislativa ou administrativa”31.
internacionalmente. Na iniciativa popular confere-se à população o poder
Por esta intrínseca relação com a nacionalidade, a de apresentar projeto de lei à Câmara dos Deputados,
previsão é feito dentro do capítulo do texto constitucional mediante assinatura de 1% do eleitorado nacional,
que aborda o tema. distribuído por 5 Estados no mínimo, com não menos de
0,3% dos eleitores de cada um deles. Em complemento,
Direitos políticos prevê o artigo 61, §2°, CF:
Como mencionado, a nacionalidade é corolário dos
direitos políticos, já que somente um nacional pode Art. 61, § 2º, CF. A iniciativa popular pode ser exercida
adquirir direitos políticos. No entanto, nem todo nacional pela apresentação à Câmara dos Deputados de projeto de lei
é titular de direitos políticos. Os nacionais que são titulares subscrito por, no mínimo, um por cento do eleitorado nacional,
de direitos políticos são denominados cidadãos. Significa distribuído pelo menos por cinco Estados, com não menos de
afirmar que nem todo nacional brasileiro é um cidadão três décimos por cento dos eleitores de cada um deles.
brasileiro, mas somente aquele que for titular do direito de
sufrágio universal. 3) Obrigatoriedade do alistamento eleitoral e do
voto
1) Sufrágio universal O alistamento eleitoral e o voto para os maiores de
A primeira parte do artigo 14, CF, prevê que “a soberania dezoito anos são, em regra, obrigatórios. Há facultatividade
popular será exercida pelo sufrágio universal [...]”. para os analfabetos, os maiores de setenta anos e os
Sufrágio universal é a soma de duas capacidades maiores de dezesseis e menores de dezoito anos.
eleitorais, a capacidade ativa – votar e exercer a democracia
direta – e a capacidade passiva – ser eleito como Artigo 14, § 1º, CF. O alistamento eleitoral e o voto são:
representante no modelo da democracia indireta. Ou I - obrigatórios para os maiores de dezoito anos;
ainda, sufrágio universal é o direito de todos cidadãos de II - facultativos para:
votar e ser votado. O voto, que é o ato pelo qual se exercita a) os analfabetos;
o sufrágio, deverá ser direto e secreto. b) os maiores de setenta anos;
Para ter capacidade passiva é necessário ter a ativa, c) os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos.
mas não apenas isso, há requisitos adicionais. Sendo assim,
nem toda pessoa que tem capacidade ativa tem também No mais, esta obrigatoriedade se aplica aos nacionais
capacidade passiva, embora toda pessoa que tenha brasileiros, já que, nos termos do artigo 14, §2º, CF:
capacidade passiva tenha necessariamente a ativa.
Artigo 14, §2º, CF. Não podem alistar-se como eleitores
2) Democracia direta e indireta os estrangeiros e, durante o período do serviço militar
Art. 14, CF. A soberania popular será exercida pelo obrigatório, os conscritos.
sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor
igual para todos, e, nos termos da lei, mediante: Quanto aos conscritos, são aqueles que estão
I - plebiscito; prestando serviço militar obrigatório, pois são necessárias
II - referendo; tropas disponíveis para os dias da eleição.
III - iniciativa popular. 31 LENZA, Pedro. Curso de direito constitucional es-
quematizado. 15. ed. São Paulo: Saraiva, 2011.

66
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

4) Elegibilidade
O artigo 14, §§ 3º e 4º, CF, descrevem as condições O artigo 14, §4º, CF traz duas hipóteses de
de elegibilidade, ou seja, os requisitos que devem ser inelegibilidade, que são absolutas, atingem todos os
preenchidos para que uma pessoa seja eleita, no exercício cargos. Para ser elegível é preciso ser alfabetizado (os
de sua capacidade passiva do sufrágio universal. analfabetos têm a faculdade de votar, mas não podem ser
votados) e é preciso possuir a capacidade eleitoral ativa –
Artigo 14, § 3º, CF. São condições de elegibilidade, na poder votar (inalistáveis são aqueles que não podem tirar o
forma da lei: título de eleitor, portanto, não podem votar, notadamente:
I - a nacionalidade brasileira; os estrangeiros e os conscritos durante o serviço militar
II - o pleno exercício dos direitos políticos; obrigatório).
III - o alistamento eleitoral;
IV - o domicílio eleitoral na circunscrição; Artigo 14, §5º, CF. O Presidente da República, os
V - a filiação partidária; Governadores de Estado e do Distrito Federal, os Prefeitos
VI - a idade mínima de: e quem os houver sucedido, ou substituído no curso dos
a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente mandatos poderão ser reeleitos para um único período
da República e Senador; subsequente.
b) trinta anos para Governador e Vice-Governador de
Estado e do Distrito Federal; Descreve-se no dispositivo uma hipótese de
c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado inelegibilidade relativa. Se um Chefe do Poder Executivo de
Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de paz; qualquer das esferas for substituído por seu vice no curso
d) dezoito anos para Vereador. do mandato, este vice somente poderá ser eleito para um
período subsequente.
Artigo 14, § 4º, CF. São inelegíveis os inalistáveis e os Ex.: Governador renuncia ao mandato no início do seu
analfabetos. último ano de governo para concorrer ao Senado Federal
e é substituído pelo seu vice-governador. Se este se
Dos incisos I a III denotam-se requisitos correlatos à candidatar e for eleito, não poderá ao final deste mandato
nacionalidade e à titularidade de direitos políticos. Logo, se reeleger. Isto é, se o mandato o candidato renuncia no
para ser eleito é preciso ser cidadão. início de 2010 o seu mandato de 2007-2010, assumindo o
O domicílio eleitoral é o local onde a pessoa se alista vice em 2010, poderá este se candidatar para o mandato
como eleitor e, em regra, é no município onde reside, mas 2011-2014, mas caso seja eleito não poderá se reeleger
pode não o ser caso analisados aspectos como o vínculo para o mandato 2015-2018 no mesmo cargo. Foi o que
de afeto com o local (ex.: Presidente Dilma vota em Porto aconteceu com o ex-governador de Minas Gerais, Antônio
Alegre – RS, embora resida em Brasília – DF). Sendo assim, Anastasia, que assumiu em 2010 no lugar de Aécio Neves o
para se candidatar a cargo no município, deve ter domicílio governo do Estado de Minas Gerais e foi eleito governador
eleitoral nele; para se candidatar a cargo no estado, deve entre 2011 e 2014, mas não pode se candidatar à reeleição,
ter domicílio eleitoral em um de seus municípios; para se concorrendo por isso a uma vaga no Senado Federal.
candidatar a cargo nacional, deve ter domicílio eleitoral
em uma das unidades federadas do país. Aceita-se a Artigo 14, §6º, CF. Para concorrerem a outros cargos,
transferência do domicílio eleitoral ao menos 1 ano antes o Presidente da República, os Governadores de Estado e
das eleições. do Distrito Federal e os Prefeitos devem renunciar aos
A filiação partidária implica no lançamento da respectivos mandatos até seis meses antes do pleito.
candidatura por um partido político, não se aceitando a
filiação avulsa. São inelegíveis absolutamente, para quaisquer cargos,
Finalmente, o §3º do artigo 14, CF, coloca o requisito os chefes do Executivo que não renunciarem aos seus
etário, com faixa etária mínima para o desempenho de mandatos até seis meses antes do pleito eleitoral, antes
cada uma das funções, a qual deve ser auferida na data da das eleições. Ex.: Se a eleição aconteceu em 05/10/2014,
posse. necessário que tivesse renunciado até 04/04/2014.

5) Inelegibilidade Artigo 14, §7º, CF. São inelegíveis, no território de


Atender às condições de elegibilidade é necessário jurisdição do titular, o cônjuge e os parentes consanguíneos
para poder ser eleito, mas não basta. Além disso, é ou afins, até o segundo grau ou por adoção, do Presidente
preciso não se enquadrar em nenhuma das hipóteses de da República, de Governador de Estado ou Território, do
inelegibilidade. Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os haja substituído
A inelegibilidade pode ser absoluta ou relativa. Na dentro dos seis meses anteriores ao pleito, salvo se já titular
absoluta, são atingidos todos os cargos; nas relativas, são de mandato eletivo e candidato à reeleição.
atingidos determinados cargos.
São inelegíveis absolutamente, para quaisquer cargos,
Artigo 14, § 4º, CF. São inelegíveis os inalistáveis e os cônjuge e os parentes consanguíneos ou afins, até o
analfabetos. segundo grau ou por adoção, dos Chefes do Executivo ou

67
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

de quem os tenha substituído ao final do mandato, a não e) os que forem condenados, em decisão transitada em
ser que seja já titular de mandato eletivo e candidato à julgado ou proferida por órgão judicial colegiado, desde a
reeleição. condenação até o transcurso do prazo de 8 (oito) anos após
o cumprimento da pena, pelos crimes: (Redação dada pela
Artigo 14, §8º, CF. O militar alistável é elegível, Lei Complementar nº 135, de 2010)
atendidas as seguintes condições: 1. contra a economia popular, a fé pública, a
I - se contar menos de dez anos de serviço, deverá administração pública e o patrimônio público; (Incluído pela
afastar-se da atividade; Lei Complementar nº 135, de 2010)
II - se contar mais de dez anos de serviço, será 2. contra o patrimônio privado, o sistema financeiro,
agregado pela autoridade superior e, se eleito, passará o mercado de capitais e os previstos na lei que regula a
automaticamente, no ato da diplomação, para a inatividade. falência; (Incluído pela Lei Complementar nº 135, de 2010)
3. contra o meio ambiente e a saúde pública; (Incluído
São inelegíveis absolutamente, para quaisquer cargos,
pela Lei Complementar nº 135, de 2010)
os militares que não podem se alistar ou os que podem, mas
4. eleitorais, para os quais a lei comine pena privativa de
não preenchem as condições do §8º do artigo 14, CF, ou
liberdade; (Incluído pela Lei Complementar nº 135, de 2010)
seja, se não se afastar da atividade caso trabalhe há menos
5. de abuso de autoridade, nos casos em que houver
de 10 anos, se não for agregado pela autoridade superior
(suspenso do exercício das funções por sua autoridade sem condenação à perda do cargo ou à inabilitação para o
prejuízo de remuneração) caso trabalhe há mais de 10 anos exercício de função pública; (Incluído pela Lei Complementar
(sendo que a eleição passa à condição de inativo). nº 135, de 2010)
6. de lavagem ou ocultação de bens, direitos e valores;
Artigo 14, §9º, CF. Lei complementar estabelecerá (Incluído pela Lei Complementar nº 135, de 2010)
outros casos de inelegibilidade e os prazos de sua cessação, 7. de tráfico de entorpecentes e drogas afins, racismo,
a fim de proteger a probidade administrativa, a moralidade tortura, terrorismo e hediondos;
para exercício de mandato considerada vida pregressa do 8. de redução à condição análoga à de escravo; (Incluído
candidato, e a normalidade e legitimidade das eleições pela Lei Complementar nº 135, de 2010)
contra a influência do poder econômico ou o abuso do 9. contra a vida e a dignidade sexual; e (Incluído pela Lei
exercício de função, cargo ou emprego na administração Complementar nº 135, de 2010)
direta ou indireta. 10. praticados por organização criminosa, quadrilha ou
bando; (Incluído pela Lei Complementar nº 135, de 2010)
O rol constitucional de inelegibilidades dos parágrafos do f) os que forem declarados indignos do oficialato, ou
artigo 14 não é taxativo, pois lei complementar pode estabelecer com ele incompatíveis, pelo prazo de 8 (oito) anos; (Redação
outros casos, tanto de inelegibilidades absolutas como de dada pela Lei Complementar nº 135, de 2010)
inelegibilidades relativas. Neste sentido, a Lei Complementar nº g) os que tiverem suas contas relativas ao exercício de
64, de 18 de maio de 1990, estabelece casos de inelegibilidade, cargos ou funções públicas rejeitadas por irregularidade
prazos de cessação, e determina outras providências. Esta lei insanável que configure ato doloso de improbidade
foi alterada por aquela que ficou conhecida como Lei da Ficha administrativa, e por decisão irrecorrível do órgão
Limpa, Lei Complementar nº 135, de 04 de junho de 2010, competente, salvo se esta houver sido suspensa ou anulada
principalmente em seu artigo 1º, que segue. pelo Poder Judiciário, para as eleições que se realizarem nos
8 (oito) anos seguintes, contados a partir da data da decisão,
Art. 1º, Lei Complementar nº 64/1990. São inelegíveis:
aplicando-se o disposto no inciso II do art. 71 da Constituição
I - para qualquer cargo:
Federal, a todos os ordenadores de despesa, sem exclusão de
a) os inalistáveis e os analfabetos;
mandatários que houverem agido nessa condição; (Redação
b) os membros do Congresso Nacional, das Assembleias
dada pela Lei Complementar nº 135, de 2010)
Legislativas, da Câmara Legislativa e das Câmaras Municipais,
que hajam perdido os respectivos mandatos por infringência h) os detentores de cargo na administração pública
do disposto nos incisos I e II do art. 55 da Constituição Federal, direta, indireta ou fundacional, que beneficiarem a si ou a
dos dispositivos equivalentes sobre perda de mandato das terceiros, pelo abuso do poder econômico ou político, que
Constituições Estaduais e Leis Orgânicas dos Municípios e do forem condenados em decisão transitada em julgado ou
Distrito Federal, para as eleições que se realizarem durante o proferida por órgão judicial colegiado, para a eleição na qual
período remanescente do mandato para o qual foram eleitos concorrem ou tenham sido diplomados, bem como para as
e nos oito anos subsequentes ao término da legislatura; que se realizarem nos 8 (oito) anos seguintes; (Redação dada
d) os que tenham contra sua pessoa representação pela Lei Complementar nº 135, de 2010)
julgada procedente pela Justiça Eleitoral, em decisão i) os que, em estabelecimentos de crédito, financiamento
transitada em julgado ou proferida por órgão colegiado, ou seguro, que tenham sido ou estejam sendo objeto de
em processo de apuração de abuso do poder econômico processo de liquidação judicial ou extrajudicial, hajam
ou político, para a eleição na qual concorrem ou tenham exercido, nos 12 (doze) meses anteriores à respectiva
sido diplomados, bem como para as que se realizarem nos 8 decretação, cargo ou função de direção, administração ou
(oito) anos seguintes; (Redação dada pela Lei Complementar representação, enquanto não forem exonerados de qualquer
nº 135, de 2010) responsabilidade;

68
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

j) os que forem condenados, em decisão transitada em a) até 6 (seis) meses depois de afastados definitivamente
julgado ou proferida por órgão colegiado da Justiça Eleitoral, de seus cargos e funções:
por corrupção eleitoral, por captação ilícita de sufrágio, por 1. os Ministros de Estado:
doação, captação ou gastos ilícitos de recursos de campanha 2. os chefes dos órgãos de assessoramento direto, civil e
ou por conduta vedada aos agentes públicos em campanhas militar, da Presidência da República;
eleitorais que impliquem cassação do registro ou do diploma, 3. o chefe do órgão de assessoramento de informações
pelo prazo de 8 (oito) anos a contar da eleição; (Incluído pela da Presidência da República;
Lei Complementar nº 135, de 2010) 4. o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas;
k) o Presidente da República, o Governador de Estado 5. o Advogado-Geral da União e o Consultor-Geral da
e do Distrito Federal, o Prefeito, os membros do Congresso República;
Nacional, das Assembleias Legislativas, da Câmara 6. os chefes do Estado-Maior da Marinha, do Exército e
Legislativa, das Câmaras Municipais, que renunciarem a seus da Aeronáutica;
mandatos desde o oferecimento de representação ou petição 7. os Comandantes do Exército, Marinha e Aeronáutica;
capaz de autorizar a abertura de processo por infringência a 8. os Magistrados;
dispositivo da Constituição Federal, da Constituição Estadual, 9. os Presidentes, Diretores e Superintendentes de
da Lei Orgânica do Distrito Federal ou da Lei Orgânica do autarquias, empresas públicas, sociedades de economia
Município, para as eleições que se realizarem durante o mista e fundações públicas e as mantidas pelo poder público;
período remanescente do mandato para o qual foram eleitos 10. os Governadores de Estado, do Distrito Federal e de
e nos 8 (oito) anos subsequentes ao término da legislatura; Territórios;
(Incluído pela Lei Complementar nº 135, de 2010) 11. os Interventores Federais;
l) os que forem condenados à suspensão dos direitos 12. os Secretários de Estado;
políticos, em decisão transitada em julgado ou proferida 13. os Prefeitos Municipais;
por órgão judicial colegiado, por ato doloso de improbidade 14. os membros do Tribunal de Contas da União, dos
administrativa que importe lesão ao patrimônio público e Estados e do Distrito Federal;
enriquecimento ilícito, desde a condenação ou o trânsito em 15. o Diretor-Geral do Departamento de Polícia Federal;
julgado até o transcurso do prazo de 8 (oito) anos após o 16. os Secretários-Gerais, os Secretários-Executivos, os
cumprimento da pena; (Incluído pela Lei Complementar nº Secretários Nacionais, os Secretários Federais dos Ministérios
135, de 2010) e as pessoas que ocupem cargos equivalentes;
m) os que forem excluídos do exercício da profissão, por b) os que tenham exercido, nos 6 (seis) meses anteriores
decisão sancionatória do órgão profissional competente, em à eleição, nos Estados, no Distrito Federal, Territórios e
decorrência de infração ético-profissional, pelo prazo de 8 em qualquer dos poderes da União, cargo ou função, de
(oito) anos, salvo se o ato houver sido anulado ou suspenso nomeação pelo Presidente da República, sujeito à aprovação
pelo Poder Judiciário; (Incluído pela Lei Complementar nº prévia do Senado Federal;
135, de 2010) c) (Vetado);
n) os que forem condenados, em decisão transitada em d) os que, até 6 (seis) meses antes da eleição, tiverem
julgado ou proferida por órgão judicial colegiado, em razão competência ou interesse, direta, indireta ou eventual, no
de terem desfeito ou simulado desfazer vínculo conjugal ou lançamento, arrecadação ou fiscalização de impostos, taxas
de união estável para evitar caracterização de inelegibilidade, e contribuições de caráter obrigatório, inclusive parafiscais,
pelo prazo de 8 (oito) anos após a decisão que reconhecer a ou para aplicar multas relacionadas com essas atividades;
fraude; (Incluído pela Lei Complementar nº 135, de 2010) e) os que, até 6 (seis) meses antes da eleição, tenham
o) os que forem demitidos do serviço público em exercido cargo ou função de direção, administração ou
decorrência de processo administrativo ou judicial, pelo representação nas empresas de que tratam os arts. 3° e 5°
prazo de 8 (oito) anos, contado da decisão, salvo se o ato da Lei n° 4.137, de 10 de setembro de 1962, quando, pelo
houver sido suspenso ou anulado pelo Poder Judiciário; âmbito e natureza de suas atividades, possam tais empresas
(Incluído pela Lei Complementar nº 135, de 2010) influir na economia nacional;
p) a pessoa física e os dirigentes de pessoas jurídicas f) os que, detendo o controle de empresas ou grupo de
responsáveis por doações eleitorais tidas por ilegais por empresas que atuem no Brasil, nas condições monopolísticas
decisão transitada em julgado ou proferida por órgão previstas no parágrafo único do art. 5° da lei citada na alínea
colegiado da Justiça Eleitoral, pelo prazo de 8 (oito) anos anterior, não apresentarem à Justiça Eleitoral, até 6 (seis)
após a decisão, observando-se o procedimento previsto no meses antes do pleito, a prova de que fizeram cessar o abuso
art. 22; (Incluído pela Lei Complementar nº 135, de 2010) apurado, do poder econômico, ou de que transferiram, por
q) os magistrados e os membros do Ministério Público força regular, o controle de referidas empresas ou grupo de
que forem aposentados compulsoriamente por decisão empresas;
sancionatória, que tenham perdido o cargo por sentença ou g) os que tenham, dentro dos 4 (quatro) meses anteriores
que tenham pedido exoneração ou aposentadoria voluntária ao pleito, ocupado cargo ou função de direção, administração
na pendência de processo administrativo disciplinar, pelo ou representação em entidades representativas de classe,
prazo de 8 (oito) anos; (Incluído pela Lei Complementar nº mantidas, total ou parcialmente, por contribuições impostas
135, de 2010) pelo poder Público ou com recursos arrecadados e repassados
II - para Presidente e Vice-Presidente da República: pela Previdência Social;

69
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

h) os que, até 6 (seis) meses depois de afastados das b) em cada Estado e no Distrito Federal, os inelegíveis
funções, tenham exercido cargo de Presidente, Diretor ou para os cargos de Governador e Vice-Governador, nas
Superintendente de sociedades com objetivos exclusivos mesmas condições estabelecidas, observados os mesmos
de operações financeiras e façam publicamente apelo à prazos;
poupança e ao crédito, inclusive através de cooperativas e VI - para a Câmara dos Deputados, Assembleia
da empresa ou estabelecimentos que gozem, sob qualquer Legislativa e Câmara Legislativa, no que lhes for aplicável,
forma, de vantagens asseguradas pelo poder público, salvo por identidade de situações, os inelegíveis para o Senado
se decorrentes de contratos que obedeçam a cláusulas Federal, nas mesmas condições estabelecidas, observados os
uniformes; mesmos prazos;
i) os que, dentro de 6 (seis) meses anteriores ao pleito, VII - para a Câmara Municipal:
hajam exercido cargo ou função de direção, administração a) no que lhes for aplicável, por identidade de situações,
ou representação em pessoa jurídica ou em empresa que os inelegíveis para o Senado Federal e para a Câmara dos
mantenha contrato de execução de obras, de prestação de
Deputados, observado o prazo de 6 (seis) meses para a
serviços ou de fornecimento de bens com órgão do Poder
desincompatibilização;
Público ou sob seu controle, salvo no caso de contrato que
b) em cada Município, os inelegíveis para os cargos de
obedeça a cláusulas uniformes;
Prefeito e Vice-Prefeito, observado o prazo de 6 (seis) meses
j) os que, membros do Ministério Público, não se tenham
afastado das suas funções até 6 (seis) meses anteriores ao pleito; para a desincompatibilização .
I) os que, servidores públicos, estatutários ou não, dos § 1° Para concorrência a outros cargos, o Presidente da
órgãos ou entidades da Administração direta ou indireta República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal
da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e e os Prefeitos devem renunciar aos respectivos mandatos
dos Territórios, inclusive das fundações mantidas pelo Poder até 6 (seis) meses antes do pleito.
Público, não se afastarem até 3 (três) meses anteriores ao § 2° O Vice-Presidente, o Vice-Governador e o
pleito, garantido o direito à percepção dos seus vencimentos Vice-Prefeito poderão candidatar-se a outros cargos,
integrais; preservando os seus mandatos respectivos, desde que,
III - para Governador e Vice-Governador de Estado e do nos últimos 6 (seis) meses anteriores ao pleito, não tenham
Distrito Federal; sucedido ou substituído o titular.
a) os inelegíveis para os cargos de Presidente e Vice- § 3° São inelegíveis, no território de jurisdição do titular,
Presidente da República especificados na alínea a do inciso II o cônjuge e os parentes, consanguíneos ou afins, até o
deste artigo e, no tocante às demais alíneas, quando se tratar segundo grau ou por adoção, do Presidente da República,
de repartição pública, associação ou empresas que operem de Governador de Estado ou Território, do Distrito Federal,
no território do Estado ou do Distrito Federal, observados os de Prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos
mesmos prazos; 6 (seis) meses anteriores ao pleito, salvo se já titular de
b) até 6 (seis) meses depois de afastados definitivamente mandato eletivo e candidato à reeleição.
de seus cargos ou funções: § 4º A inelegibilidade prevista na alínea e do inciso I
1. os chefes dos Gabinetes Civil e Militar do Governador deste artigo não se aplica aos crimes culposos e àqueles
do Estado ou do Distrito Federal; definidos em lei como de menor potencial ofensivo,
2. os comandantes do Distrito Naval, Região Militar e nem aos crimes de ação penal privada. (Incluído pela Lei
Zona Aérea; Complementar nº 135, de 2010)
3. os diretores de órgãos estaduais ou sociedades de § 5º A renúncia para atender à desincompatibilização
assistência aos Municípios;
com vistas a candidatura a cargo eletivo ou para assunção
4. os secretários da administração municipal ou
de mandato não gerará a inelegibilidade prevista na alínea k,
membros de órgãos congêneres;
a menos que a Justiça Eleitoral reconheça fraude ao disposto
IV - para Prefeito e Vice-Prefeito:
nesta Lei Complementar. (Incluído pela Lei Complementar
a) no que lhes for aplicável, por identidade de situações,
os inelegíveis para os cargos de Presidente e Vice-Presidente nº 135, de 2010).
da República, Governador e Vice-Governador de Estado e do
Distrito Federal, observado o prazo de 4 (quatro) meses para 6) Impugnação de mandato
a desincompatibilização; Encerrando a disciplina, o artigo 14, CF, aborda a
b) os membros do Ministério Público e Defensoria Pública impugnação de mandato.
em exercício na Comarca, nos 4 (quatro) meses anteriores ao
pleito, sem prejuízo dos vencimentos integrais; Artigo 14, § 10, CF. O mandato eletivo poderá ser
c) as autoridades policiais, civis ou militares, com exercício no impugnado ante a Justiça Eleitoral no prazo de quinze dias
Município, nos 4 (quatro) meses anteriores ao pleito; contados da diplomação, instruída a ação com provas de
V - para o Senado Federal: abuso do poder econômico, corrupção ou fraude.
a) os inelegíveis para os cargos de Presidente e Vice-
Presidente da República especificados na alínea a do inciso Artigo 14, § 11, CF. A ação de impugnação de mandato
II deste artigo e, no tocante às demais alíneas, quando se tramitará em segredo de justiça, respondendo o autor, na
tratar de repartição pública, associação ou empresa que forma da lei, se temerária ou de manifesta má-fé.
opere no território do Estado, observados os mesmos prazos;

70
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

7) Perda e suspensão de direitos políticos Partidos políticos


Art. 15, CF. É vedada a cassação de direitos políticos, O pluripartidarismo é uma das facetas do pluralismo
cuja perda ou suspensão só se dará nos casos de: político e encontra respaldo enquanto direito fundamental,
I - cancelamento da naturalização por sentença já que regulamentado no Título II, “Dos Direitos e Garantias
transitada em julgado; Fundamentais”, capítulo V, “Dos Partidos Políticos”.
II - incapacidade civil absoluta; O caput do artigo 17 da Constituição prevê:
III - condenação criminal transitada em julgado,
enquanto durarem seus efeitos; Art. 17. É livre a criação, fusão, incorporação e extinção
IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou de partidos políticos, resguardados a soberania nacional,
prestação alternativa, nos termos do art. 5º, VIII; o regime democrático, o pluripartidarismo, os direitos
V - improbidade administrativa, nos termos do art. 37, fundamentais da pessoa humana [...].
§ 4º.
Consolida-se, assim a liberdade partidária, não
estabelecendo a Constituição um limite de números de
O inciso I refere-se ao cancelamento da naturalização,
partidos políticos que possam ser constituídos, permitindo
o que faz com que a pessoa deixe de ser nacional e,
também que sejam extintos, fundidos e incorporados.
portanto, deixe de ser titular de direitos políticos.
Os incisos do artigo 17 da Constituição indicam
O inciso II trata da incapacidade civil absoluta, ou seja, os preceitos a serem observados na liberdade
da interdição da pessoa para a prática de atos da vida partidária: caráter nacional, ou seja, terem por objetivo o
civil, entre os quais obviamente se enquadra o sufrágio desempenho de atividade política no âmbito interno do
universal. país; proibição de recebimento de recursos financeiros de
O inciso III refere-se a um dos possíveis efeitos da entidade ou governo estrangeiros ou de subordinação a
condenação criminal, que é a suspensão de direitos estes, logo, o Poder Público não pode financiar campanhas
políticos. eleitorais; prestação de contas à Justiça Eleitoral,
O inciso IV trata da recusa em cumprir a obrigação notadamente para resguardar a mencionada vedação; e
militar ou a prestação substitutiva imposta em caso de funcionamento parlamentar de acordo com a lei. Ainda, a
escusa moral ou religiosa. lei veda a utilização de organização paramilitar por parte
O inciso V se refere à ação de improbidade dos partidos políticos (artigo 17, §4º, CF).
administrativa, que tramita para apurar a prática dos atos O respeito a estes ditames permite o exercício do
de improbidade administrativa, na qual uma das penas partidarismo de forma autônoma em termos estruturais e
aplicáveis é a suspensão dos direitos políticos. organizacionais, conforme o §1º do artigo 17, CF:
Os direitos políticos somente são perdidos em dois
casos, quais sejam cancelamento de naturalização por Art. 17, §1º, CF. É assegurada aos partidos políticos
sentença transitada em julgado (o indivíduo naturalizado autonomia para definir sua estrutura interna, organização
volta à condição de estrangeiro) e perda da nacionalidade e funcionamento e para adotar os critérios de escolha e o
brasileira em virtude da aquisição de outra (brasileiro se regime de suas coligações eleitorais, sem obrigatoriedade
naturaliza em outro país e assim deixa de ser considerado de vinculação entre as candidaturas em âmbito nacional,
um cidadão brasileiro, perdendo direitos políticos). Nos estadual, distrital ou municipal, devendo seus estatutos
demais casos, há suspensão. Nota-se que não há perda de estabelecer normas de disciplina e fidelidade partidária.
direitos políticos pela prática de atos atentatórios contra a
Os estatutos que tecem esta regulamentação devem ser
Administração Pública por parte do servidor, mas apenas
registrados no Tribunal Superior Eleitoral (artigo 17, §2º, CF).
suspensão.
Quanto ao financiamento das campanhas e o acesso à
A cassação de direitos políticos, consistente na retirada
mídia, prevê o §3º do artigo 17 da CF:
dos direitos políticos por ato unilateral do poder público,
sem observância dos princípios elencados no artigo 5º, LV, Art. 17, §3º, CF. Os partidos políticos têm direito a
CF (ampla defesa e contraditório), é um procedimento que recursos do fundo partidário e acesso gratuito ao rádio e à
só existe nos governos ditatoriais e que é absolutamente televisão, na forma da lei.
vedado pelo texto constitucional. § 4º É vedada a utilização pelos partidos políticos de
organização paramilitar.
8) Anterioridade anual da lei eleitoral
1) Princípios da Administração Pública
Art. 16, CF. A lei que alterar o processo eleitoral entrará Os valores éticos inerentes ao Estado, os quais
em vigor na data de sua publicação, não se aplicando à permitem que ele consolide o bem comum e garanta a
eleição que ocorra até um ano da data de sua vigência. preservação dos interesses da coletividade, se encontram
exteriorizados em princípios e regras. Estes, por sua vez,
É necessário que a lei eleitoral entre em vigor pelo são estabelecidos na Constituição Federal e em legislações
menos 1 ano antes da próxima eleição, sob pena de não infraconstitucionais, a exemplo das que serão estudadas
se aplicar a ela, mas somente ao próximo pleito. neste tópico, quais sejam: Decreto n° 1.171/94, Lei n°
8.112/90 e Lei n° 8.429/92.

71
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Todas as diretivas de leis específicas sobre a ética c) Princípio da moralidade: A posição deste princípio
no setor público partem da Constituição Federal, que no artigo 37 da CF representa o reconhecimento de
estabelece alguns princípios fundamentais para a uma espécie de moralidade administrativa, intimamente
ética no setor público. Em outras palavras, é o texto relacionada ao poder público. A administração pública
constitucional do artigo 37, especialmente o caput, que não atua como um particular, de modo que enquanto
permite a compreensão de boa parte do conteúdo das leis o descumprimento dos preceitos morais por parte
específicas, porque possui um caráter amplo ao preconizar deste particular não é punido pelo Direito (a priori), o
os princípios fundamentais da administração pública. ordenamento jurídico adota tratamento rigoroso do
Estabelece a Constituição Federal: comportamento imoral por parte dos representantes do
Estado. O princípio da moralidade deve se fazer presente
Artigo 37, CF. A administração pública direta e indireta não só para com os administrados, mas também no âmbito
de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito interno. Está indissociavelmente ligado à noção de bom
Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de administrador, que não somente deve ser conhecedor da
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e lei, mas também dos princípios éticos regentes da função
eficiência e, também, ao seguinte: [...] administrativa. TODO ATO IMORAL SERÁ DIRETAMENTE
ILEGAL OU AO MENOS IMPESSOAL, daí a intrínseca ligação
São princípios da administração pública, nesta ordem: com os dois princípios anteriores.
Legalidade d) Princípio da publicidade: A administração pública
Impessoalidade é obrigada a manter transparência em relação a todos seus
Moralidade atos e a todas informações armazenadas nos seus bancos
Publicidade de dados. Daí a publicação em órgãos da imprensa e a
Eficiência afixação de portarias. Por exemplo, a própria expressão
Para memorizar: veja que as iniciais das palavras formam concurso público (art. 37, II, CF) remonta ao ideário de que
o vocábulo LIMPE, que remete à limpeza esperada da todos devem tomar conhecimento do processo seletivo de
Administração Pública. É de fundamental importância um servidores do Estado. Diante disso, como será visto, se negar
olhar atento ao significado de cada um destes princípios, indevidamente a fornecer informações ao administrado
posto que eles estruturam todas as regras éticas prescritas caracteriza ato de improbidade administrativa.
no Código de Ética e na Lei de Improbidade Administrativa, No mais, prevê o §1º do artigo 37, CF, evitando que o
tomando como base os ensinamentos de Carvalho Filho32 princípio da publicidade seja deturpado em propaganda
e Spitzcovsky33: político-eleitoral:
a) Princípio da legalidade: Para o particular, legalidade
significa a permissão de fazer tudo o que a lei não proíbe. Artigo 37, §1º, CF. A publicidade dos atos, programas,
Contudo, como a administração pública representa os obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter
interesses da coletividade, ela se sujeita a uma relação caráter educativo, informativo ou de orientação social,
de subordinação, pela qual só poderá fazer o que a lei dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que
expressamente determina (assim, na esfera estatal, é preciso caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores
lei anterior editando a matéria para que seja preservado o públicos.
princípio da legalidade). A origem deste princípio está na
criação do Estado de Direito, no sentido de que o próprio Somente pela publicidade os indivíduos controlarão
Estado deve respeitar as leis que dita. a legalidade e a eficiência dos atos administrativos. Os
b) Princípio da impessoalidade: Por força dos instrumentos para proteção são o direito de petição e
interesses que representa, a administração pública as certidões (art. 5°, XXXIV, CF), além do habeas data e -
está proibida de promover discriminações gratuitas. residualmente - do mandado de segurança. Neste viés,
Discriminar é tratar alguém de forma diferente dos demais, ainda, prevê o artigo 37, CF em seu §3º:
privilegiando ou prejudicando. Segundo este princípio, a
administração pública deve tratar igualmente todos aqueles Artigo 37, §3º, CF. A lei disciplinará as formas de
que se encontrem na mesma situação jurídica (princípio participação do usuário na administração pública
da isonomia ou igualdade). Por exemplo, a licitação direta e indireta, regulando especialmente:
reflete a impessoalidade no que tange à contratação de I - as reclamações relativas à prestação dos serviços
serviços. O princípio da impessoalidade correlaciona-se ao públicos em geral, asseguradas a manutenção de serviços de
princípio da finalidade, pelo qual o alvo a ser alcançado atendimento ao usuário e a avaliação periódica, externa e
pela administração pública é somente o interesse público. interna, da qualidade dos serviços;
Com efeito, o interesse particular não pode influenciar no II - o acesso dos usuários a registros administrativos e
tratamento das pessoas, já que deve-se buscar somente a a informações sobre atos de governo, observado o disposto
preservação do interesse coletivo. no art. 5º, X e XXXIII;
32 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito III - a disciplina da representação contra o exercício
administrativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris, 2010 negligente ou abusivo de cargo, emprego ou função na
33 SPITZCOVSKY, Celso. Direito Administrativo. 13. ed. administração pública.
São Paulo: Método, 2011.

72
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

e) Princípio da eficiência: A administração pública e oportunidade, não sendo necessária a motivação. No


deve manter o ampliar a qualidade de seus serviços com entanto, se houver tal fundamentação, o ato deverá
controle de gastos. Isso envolve eficiência ao contratar condicionar-se a esta, em razão da necessidade de
pessoas (o concurso público seleciona os mais qualificados observância da Teoria dos Motivos Determinantes. O
ao exercício do cargo), ao manter tais pessoas em seus entendimento majoritário da doutrina, porém, é de que,
cargos (pois é possível exonerar um servidor público por mesmo no ato discricionário, é necessária a motivação para
ineficiência) e ao controlar gastos (limitando o teto de que se saiba qual o caminho adotado pelo administrador.
remuneração), por exemplo. O núcleo deste princípio é a Gasparini36, com respaldo no art. 50 da Lei n. 9.784/98,
procura por produtividade e economicidade. Alcança os aponta inclusive a superação de tais discussões doutrinárias,
serviços públicos e os serviços administrativos internos, se pois o referido artigo exige a motivação para todos os atos
referindo diretamente à conduta dos agentes. nele elencados, compreendendo entre estes, tanto os atos
Além destes cinco princípios administrativo- discricionários quanto os vinculados.
constitucionais diretamente selecionados pelo constituinte,
podem ser apontados como princípios de natureza ética 2) Regras mínimas sobre direitos e deveres dos
relacionados à função pública a probidade e a motivação: servidores
a) Princípio da probidade: um princípio constitucional O artigo 37 da Constituição Federal estabelece os
incluído dentro dos princípios específicos da licitação, princípios da administração pública estudados no tópico
é o dever de todo o administrador público, o dever de anterior, aos quais estão sujeitos servidores de quaisquer
honestidade e fidelidade com o Estado, com a população, dos Poderes em qualquer das esferas federativas, e, em
no desempenho de suas funções. Possui contornos mais seus incisos, regras mínimas sobre o serviço público:
definidos do que a moralidade. Diógenes Gasparini34 alerta
que alguns autores tratam veem como distintos os Artigo 37, I, CF. Os cargos, empregos e funções públicas
princípios da moralidade e da probidade administrativa, são acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos
mas não há características que permitam tratar os mesmos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na
como procedimentos distintos, sendo no máximo possível forma da lei.
afirmar que a probidade administrativa é um aspecto
particular da moralidade administrativa. Aprofundando a questão, tem-se o artigo 5º da Lei nº
b) Princípio da motivação: É a obrigação conferida ao 8.112/1990, que prevê:
administrador de motivar todos os atos que edita, gerais
ou de efeitos concretos. É considerado, entre os demais Artigo 5º, Lei nº 8.112/1990. São requisitos básicos para
princípios, um dos mais importantes, uma vez que sem a investidura em cargo público:
motivação não há o devido processo legal, uma vez que a I - a nacionalidade brasileira;
fundamentação surge como meio interpretativo da decisão II - o gozo dos direitos políticos;
que levou à prática do ato impugnado, sendo verdadeiro III - a quitação com as obrigações militares e eleitorais;
meio de viabilização do controle da legalidade dos atos da IV - o nível de escolaridade exigido para o exercício do
Administração. cargo;
Motivar significa mencionar o dispositivo legal aplicável V - a idade mínima de dezoito anos;
ao caso concreto e relacionar os fatos que concretamente VI - aptidão física e mental.
levaram à aplicação daquele dispositivo legal. Todos os § 1º As atribuições do cargo podem justificar a exigência
atos administrativos devem ser motivados para que o de outros requisitos estabelecidos em lei. [...]
Judiciário possa controlar o mérito do ato administrativo § 3º As universidades e instituições de pesquisa
quanto à sua legalidade. Para efetuar esse controle, devem científica e tecnológica federais poderão prover seus cargos
ser observados os motivos dos atos administrativos. com professores, técnicos e cientistas estrangeiros, de acordo
Em relação à necessidade de motivação dos atos com as normas e os procedimentos desta Lei.
administrativos vinculados (aqueles em que a lei aponta um
único comportamento possível) e dos atos discricionários Destaca-se a exceção ao inciso I do artigo 5° da Lei nº
(aqueles que a lei, dentro dos limites nela previstos, aponta 8.112/1990 e do inciso I do artigo 37, CF, prevista no artigo
um ou mais comportamentos possíveis, de acordo com um 207 da Constituição, permitindo que estrangeiros assumam
juízo de conveniência e oportunidade), a doutrina é uníssona cargos no ramo da pesquisa, ciência e tecnologia.
na determinação da obrigatoriedade de motivação com
relação aos atos administrativos vinculados; todavia, diverge Artigo 37, II, CF. A investidura em cargo ou emprego
quanto à referida necessidade quanto aos atos discricionários. público depende de aprovação prévia em concurso
Meirelles35 entende que o ato discricionário, editado público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a
sob os limites da Lei, confere ao administrador uma natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma
margem de liberdade para fazer um juízo de conveniência prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em
34 GASPARINI, Diógenes. Direito Administrativo. 9ª ed. comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração.
São Paulo: Saraiva, 2004.
35 MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasilei- 36 GASPARINI, Diógenes. Direito Administrativo. 9ª ed.
ro. São Paulo: Malheiros, 1993. São Paulo: Saraiva, 2004.

73
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Preconiza o artigo 10 da Lei nº 8.112/1990:

Artigo 10, Lei nº 8.112/90. A nomeação para cargo de carreira ou cargo isolado de provimento efetivo depende de prévia
habilitação em concurso público de provas ou de provas e títulos, obedecidos a ordem de classificação e o prazo de sua
validade.
Parágrafo único. Os demais requisitos para o ingresso e o desenvolvimento do servidor na carreira, mediante promoção,
serão estabelecidos pela lei que fixar as diretrizes do sistema de carreira na Administração Pública Federal e seus regulamentos.

No concurso de provas o candidato é avaliado apenas pelo seu desempenho nas provas, ao passo que nos concursos
de provas e títulos o seu currículo em toda sua atividade profissional também é considerado. Cargo em comissão é o cargo
de confiança, que não exige concurso público, sendo exceção à regra geral.

Artigo 37, III, CF. O prazo de validade do concurso público será de até dois anos, prorrogável uma vez, por igual
período.

Artigo 37, IV, CF. Durante o prazo improrrogável previsto no edital de convocação, aquele aprovado em concurso público
de provas ou de provas e títulos será convocado com prioridade sobre novos concursados para assumir cargo ou emprego,
na carreira.

Prevê o artigo 12 da Lei nº 8.112/1990:

Artigo 12, Lei nº 8.112/1990. O concurso público terá validade de até 2 (dois) anos, podendo ser prorrogado uma única
vez, por igual período.
§1º O prazo de validade do concurso e as condições de sua realização serão fixados em edital, que será publicado no
Diário Oficial da União e em jornal diário de grande circulação.
§ 2º Não se abrirá novo concurso enquanto houver candidato aprovado em concurso anterior com prazo de validade
não expirado.

O edital delimita questões como valor da taxa de inscrição, casos de isenção, número de vagas e prazo de validade.
Havendo candidatos aprovados na vigência do prazo do concurso, ele deve ser chamado para assumir eventual vaga e não
ser realizado novo concurso.
Destaca-se que o §2º do artigo 37, CF, prevê:

Artigo 37, §2º, CF. A não-observância do disposto nos incisos II e III implicará a nulidade do ato e a punição da
autoridade responsável, nos termos da lei.

Com efeito, há tratamento rigoroso da responsabilização daquele que viola as diretrizes mínimas sobre o ingresso no
serviço público, que em regra se dá por concurso de provas ou de provas e títulos.

Artigo 37, V, CF. As funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo, e
os cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições e percentuais mínimos
previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento.

Observa-se o seguinte quadro comparativo37:

Função de Confiança Cargo em Comissão


Exercidas exclusivamente por servidores Qualquer pessoa, observado o percentual
ocupantes de cargo efetivo. mínimo reservado ao servidor de carreira.
Com concurso público, já que somente pode Sem concurso público, ressalvado o percentual
exercê-la o servidor de cargo efetivo, mas a função mínimo reservado ao servidor de carreira.
em si não prescindível de concurso público.
Somente são conferidas atribuições e É atribuído posto (lugar) num dos quadros da
responsabilidade Administração Pública, conferida atribuições e
responsabilidade àquele que irá ocupá-lo

37 http://direitoemquadrinhos.blogspot.com.br/2011/03/quadro-comparativo-funcao-de-confianca.html

74
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Destinam-se apenas às atribuições de direção, Destinam-se apenas às atribuições de direção,


chefia e assessoramento chefia e assessoramento
De livre nomeação e exoneração no que se De livre nomeação e exoneração
refere à função e não em relação ao cargo efetivo.

Artigo 37, VI, CF. É garantido ao servidor público civil o direito à livre associação sindical.

A liberdade de associação é garantida aos servidores públicos tal como é garantida a todos na condição de direito
individual e de direito social.

Artigo 37, VII, CF. O direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei específica.

O Supremo Tribunal Federal decidiu que os servidores públicos possuem o direito de greve, devendo se atentar pela
preservação da sociedade quando exercê-lo. Enquanto não for elaborada uma legislação específica para os funcionários
públicos, deverá ser obedecida a lei geral de greve para os funcionários privados, qual seja a Lei n° 7.783/89 (Mandado de
Injunção nº 20).

Artigo 37, VIII, CF. A lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos para as pessoas portadoras de deficiência
e definirá os critérios de sua admissão.

Neste sentido, o §2º do artigo 5º da Lei nº 8.112/1990:

Artigo 5º, Lei nº 8.112/90. Às pessoas portadoras de deficiência é assegurado o direito de se inscrever em concurso público
para provimento de cargo cujas atribuições sejam compatíveis com a deficiência de que são portadoras; para tais pessoas
serão reservadas até 20% (vinte por cento) das vagas oferecidas no concurso.

Prossegue o artigo 37, CF:

Artigo 37, IX, CF. A lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado para atender a necessidade
temporária de excepcional interesse público.

A Lei nº 8.745/1993 regulamenta este inciso da Constituição, definindo a natureza da relação estabelecida entre o
servidor contratado e a Administração Pública, para atender à “necessidade temporária de excepcional interesse público”.
“Em se tratando de relação subordinada, isto é, de relação que comporta dependência jurídica do servidor perante o
Estado, duas opções se ofereciam: ou a relação seria trabalhista, agindo o Estado iure gestionis, sem usar das prerrogativas de
Poder Público, ou institucional, estatutária, preponderando o ius imperii do Estado. Melhor dizendo: o sistema preconizado
pela Carta Política de 1988 é o do contrato, que tanto pode ser trabalhista (inserindo-se na esfera do Direito Privado) quanto
administrativo (situando-se no campo do Direito Público). [...] Uma solução intermediária não deixa, entretanto, de ser
legítima. Pode-se, com certeza, abonar um sistema híbrido, eclético, no qual coexistam normas trabalhistas e estatutárias,
pondo-se em contiguidade os vínculos privado e administrativo, no sentido de atender às exigências do Estado moderno,
que procura alcançar os seus objetivos com a mesma eficácia dos empreendimentos não-governamentais”38.

Artigo 37, X, CF. A remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que trata o § 4º do art. 39 somente
poderão ser fixados ou alterados por lei específica, observada a iniciativa privativa em cada caso, assegurada revisão
geral anual, sempre na mesma data e sem distinção de índices.

Artigo 37, XV, CF. O subsídio e os vencimentos dos ocupantes de cargos e empregos públicos são irredutíveis,
ressalvado o disposto nos incisos XI e XIV deste artigo e nos arts. 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I.

Artigo 37, §10, CF. É vedada a percepção simultânea de proventos de aposentadoria decorrentes do art. 40 ou
dos arts. 42 e 142 com a remuneração de cargo, emprego ou função pública, ressalvados os cargos acumuláveis na
forma desta Constituição, os cargos eletivos e os cargos em comissão declarados em lei de livre nomeação e exoneração.

Sobre a questão, disciplina a Lei nº 8.112/1990 nos artigos 40 e 41:

38 VOGEL NETO, Gustavo Adolpho. Contratação de servidores para atender a necessidade temporária de excepcio-
nal interesse público. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/revista/Rev_39/Artigos/Art_Gustavo.htm>. Acesso
em: 23 dez. 2014.

75
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Art. 40. Vencimento é a retribuição pecuniária pelo do Congresso Nacional e Ministros do Supremo Tribunal
exercício de cargo público, com valor fixado em lei. Federal. Parágrafo único. Excluem-se do teto de remuneração
as vantagens previstas nos incisos II a VII do art. 61.
Art. 41. Remuneração é o vencimento do cargo
efetivo, acrescido das vantagens pecuniárias permanentes Com efeito, os §§ 11 e 12 do artigo 37, CF tecem
estabelecidas em lei. aprofundamentos sobre o mencionado inciso XI:
§ 1º A remuneração do servidor investido em função
ou cargo em comissão será paga na forma prevista no art. Artigo 37, § 11, CF. Não serão computadas, para
62. efeito dos limites remuneratórios de que trata o inciso XI
§ 2º O servidor investido em cargo em comissão de do caput deste artigo, as parcelas de caráter indenizatório
órgão ou entidade diversa da de sua lotação receberá a previstas em lei.
remuneração de acordo com o estabelecido no § 1º do art.
93. Artigo 37, § 12, CF. Para os fins do disposto no inciso
§ 3º O vencimento do cargo efetivo, acrescido das XI do caput deste artigo, fica facultado aos Estados e ao
vantagens de caráter permanente, é irredutível. Distrito Federal fixar, em seu âmbito, mediante emenda
§ 4º É assegurada a isonomia de vencimentos para às respectivas Constituições e Lei Orgânica, como limite
cargos de atribuições iguais ou assemelhadas do mesmo único, o subsídio mensal dos Desembargadores do
Poder, ou entre servidores dos três Poderes, ressalvadas as respectivo Tribunal de Justiça, limitado a noventa
vantagens de caráter individual e as relativas à natureza ou inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio
ao local de trabalho. mensal dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, não
§ 5º Nenhum servidor receberá remuneração inferior se aplicando o disposto neste parágrafo aos subsídios dos
ao salário mínimo. Deputados Estaduais e Distritais e dos Vereadores.

Ainda, o artigo 37 da Constituição: Por seu turno, o artigo 37 quanto à vinculação ou


equiparação salarial:
Artigo 37, XI, CF. A remuneração e o subsídio dos
ocupantes de cargos, funções e empregos públicos Artigo 37, XIII, CF. É vedada a vinculação ou
da administração direta, autárquica e fundacional, equiparação de quaisquer espécies remuneratórias para o
dos membros de qualquer dos Poderes da União, efeito de remuneração de pessoal do serviço público.
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos
detentores de mandato eletivo e dos demais agentes Os padrões de vencimentos são fixados por conselho
políticos e os proventos, pensões ou outra espécie de política de administração e remuneração de pessoal,
remuneratória, percebidos cumulativamente ou não, integrado por servidores designados pelos respectivos
incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer outra Poderes (artigo 39, caput e § 1º), sem qualquer garantia
natureza, não poderão exceder o subsídio mensal, em constitucional de tratamento igualitário aos cargos que se
espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, mostrem similares.
aplicando-se como limite, nos Municípios, o subsídio do
Prefeito, e nos Estados e no Distrito Federal, o subsídio Artigo 37, XIV, CF. Os acréscimos pecuniários
mensal do Governador no âmbito do Poder Executivo, o percebidos por servidor público não serão computados
subsídio dos Deputados Estaduais e Distritais no âmbito nem acumulados para fins de concessão de acréscimos
do Poder Legislativo e o subsídio dos Desembargadores ulteriores.
do Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e
vinte e cinco centésimos por cento do subsídio mensal, A preocupação do constituinte, ao implantar tal
em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, preceito, foi de que não eclodisse no sistema remuneratório
no âmbito do Poder Judiciário, aplicável este limite aos dos servidores, ou seja, evitar que se utilize uma vantagem
membros do Ministério Público, aos Procuradores e aos como base de cálculo de um outro benefício. Dessa forma,
Defensores Públicos. qualquer gratificação que venha a ser concedida ao servidor
só pode ter como base de cálculo o próprio vencimento
Artigo 37, XII, CF. Os vencimentos dos cargos do básico. É inaceitável que se leve em consideração outra
Poder Legislativo e do Poder Judiciário não poderão ser vantagem até então percebida.
superiores aos pagos pelo Poder Executivo.
Artigo 37, XVI, CF. É vedada a acumulação
Prevê a Lei nº 8.112/1990 em seu artigo 42: remunerada de cargos públicos, exceto, quando houver
compatibilidade de horários, observado em qualquer caso
Artigo 42, Lei nº 8.112/90. Nenhum servidor poderá o disposto no inciso XI: a) a de dois cargos de professor;
perceber, mensalmente, a título de remuneração, b) a de um cargo de professor com outro, técnico ou
importância superior à soma dos valores percebidos como científico; c) a de dois cargos ou empregos privativos
remuneração, em espécie, a qualquer título, no âmbito dos de profissionais de saúde, com profissões regulamentadas.
respectivos Poderes, pelos Ministros de Estado, por membros

76
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Artigo 37, XVII, CF. A proibição de acumular estende-se “Os artigos 118 a 120 da Lei nº 8.112/90 ao tratarem da
a empregos e funções e abrange autarquias, fundações, acumulação de cargos e funções públicas, regulamentam,
empresas públicas, sociedades de economia mista, no âmbito do serviço público federal a vedação genérica
suas subsidiárias, e sociedades controladas, direta ou constante do art. 37, incisos VXI e XVII, da Constituição da
indiretamente, pelo poder público. República. De fato, a acumulação ilícita de cargos públicos
constitui uma das infrações mais comuns praticadas por
Segundo Carvalho Filho39, “o fundamento da proibição servidores públicos, o que se constata observando o
é impedir que o cúmulo de funções públicas faça com que elevado número de processos administrativos instaurados
o servidor não execute qualquer delas com a necessária com esse objeto. O sistema adotado pela Lei nº 8.112/90
eficiência. Além disso, porém, pode-se observar que o é relativamente brando, quando cotejado com outros
Constituinte quis também impedir a cumulação de ganhos estatutos de alguns Estados, visto que propicia ao servidor
em detrimento da boa execução de tarefas públicas. [...] incurso nessa ilicitude diversas oportunidades para
Nota-se que a vedação se refere à acumulação remunerada. regularizar sua situação e escapar da pena de demissão.
Em consequência, se a acumulação só encerra a percepção Também prevê a lei em comentário, um processo
de vencimentos por uma das fontes, não incide a regra administrativo simplificado (processo disciplinar de rito
constitucional proibitiva”. sumário) para a apuração dessa infração – art. 133” 40.
A Lei nº 8.112/1990 regulamenta intensamente a
questão: Artigo 37, XVIII, CF. A administração fazendária
e seus servidores fiscais terão, dentro de suas áreas de
Artigo 118, Lei nº 8.112/1990.   Ressalvados os casos competência e jurisdição, precedência sobre os demais
previstos na Constituição, é vedada a acumulação setores administrativos, na forma da lei.
remunerada de cargos públicos.
§ 1o  A proibição de acumular estende-se a cargos, Artigo 37, XXII, CF. As administrações tributárias
empregos e funções em autarquias, fundações públicas, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
empresas públicas, sociedades de economia mista da
Municípios, atividades essenciais ao funcionamento do
União, do Distrito Federal, dos Estados, dos Territórios e
Estado, exercidas por servidores de carreiras específicas,
dos Municípios.
terão recursos prioritários para a realização de suas
§ 2o   A acumulação de cargos, ainda que lícita, fica
atividades e atuarão de forma integrada, inclusive com o
condicionada à comprovação da compatibilidade de
compartilhamento de cadastros e de informações fiscais, na
horários.
forma da lei ou convênio.
§ 3o  Considera-se acumulação proibida a percepção
de vencimento de cargo ou emprego público efetivo com
“O Estado tem como finalidade essencial a garantia
proventos da inatividade, salvo quando os cargos de que
decorram essas remunerações forem acumuláveis na do bem-estar de seus cidadãos, seja através dos serviços
atividade. públicos que disponibiliza, seja através de investimentos na
área social (educação, saúde, segurança pública). Para atingir
Art. 119, Lei nº 8.112/1990.   O servidor não poderá esses objetivos primários, deve desenvolver uma atividade
exercer mais de um cargo em comissão, exceto no caso financeira, com o intuito de obter recursos indispensáveis
previsto no parágrafo único do art. 9o, nem ser remunerado às necessidades cuja satisfação se comprometeu quando
pela participação em órgão de deliberação coletiva. estabeleceu o “pacto” constitucional de 1988. [...] A
Parágrafo único.  O disposto neste artigo não se aplica importância da Administração Tributária foi reconhecida
à remuneração devida pela participação em conselhos de expressamente pelo constituinte que acrescentou, no
administração e fiscal das empresas públicas e sociedades de artigo 37 da Carta Magna, o inciso XVIII, estabelecendo
economia mista, suas subsidiárias e controladas, bem como a sua precedência e de seus servidores sobre os demais
quaisquer empresas ou entidades em que a União, direta setores da Administração Pública, dentro de suas áreas de
ou indiretamente, detenha participação no capital social, competência”41.
observado o que, a respeito, dispuser legislação específica.
Artigo 37, XIX, CF. Somente por lei específica poderá
Art. 120, Lei nº 8.112/1990.   O servidor vinculado ao ser criada autarquia e autorizada a instituição de
regime desta Lei, que acumular licitamente dois cargos empresa pública, de sociedade de economia mista e de
efetivos, quando investido em cargo de provimento em fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso,
comissão, ficará afastado de ambos os cargos efetivos, salvo definir as áreas de sua atuação.
na hipótese em que houver compatibilidade de horário e local
com o exercício de um deles, declarada pelas autoridades 40 MORGATO, Almir. O Regime Disciplinar dos Servidores
máximas dos órgãos ou entidades envolvidos. Públicos da União. Disponível em: <http://www.canaldos-
concursos.com.br/artigos/almirmorgado_artigo1.pdf>. Acesso
39 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de em: 11 ago. 2013
direito administrativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris, 41 http://www.sindsefaz.org.br/parecer_administracao_tribu-
2010. taria_sao_paulo.htm

77
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Artigo 37, XX, CF. Depende de autorização legislativa, A Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, regulamenta o
em cada caso, a criação de subsidiárias das entidades art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal, institui normas
mencionadas no inciso anterior, assim como a participação para licitações e contratos da Administração Pública e dá
de qualquer delas em empresa privada. outras providências. Licitação nada mais é que o conjunto
de procedimentos administrativos (administrativos porque
Órgãos da administração indireta somente podem parte da administração pública) para as compras ou serviços
ser criados por lei específica e a criação de subsidiárias contratados pelos governos Federal, Estadual ou Municipal,
destes dependem de autorização legislativa (o Estado cria ou seja todos os entes federativos. De forma mais simples,
e controla diretamente determinada empresa pública ou podemos dizer que o governo deve comprar e contratar
sociedade de economia mista, e estas, por sua vez, passam serviços seguindo regras de lei, assim a licitação é um
a gerir uma nova empresa, denominada subsidiária. processo formal onde há a competição entre os interessados.
Ex.: Transpetro, subsidiária da Petrobrás). “Abrimos um
parêntese para observar que quase todos os autores Artigo 37, §5º, CF. A lei estabelecerá os prazos de
que abordam o assunto afirmam categoricamente que, a prescrição para ilícitos praticados por qualquer agente,
despeito da referência no texto constitucional a ‘subsidiárias servidor ou não, que causem prejuízos ao erário, ressalvadas
das entidades mencionadas no inciso anterior’, somente as respectivas ações de ressarcimento.
empresas públicas e sociedades de economia mista podem
ter subsidiárias, pois a relação de controle que existe A prescrição dos ilícitos praticados por servidor
entre a pessoa jurídica matriz e a subsidiária seria própria encontra disciplina específica no artigo 142 da Lei nº
de pessoas com estrutura empresarial, e inadequada a 8.112/1990:
autarquias e fundações públicas. OUSAMOS DISCORDAR.
Parece-nos que, se o legislador de um ente federado Art. 142, Lei nº 8.112/1990.   A ação disciplinar
pretendesse, por exemplo, autorizar a criação de uma prescreverá:
subsidiária de uma fundação pública, NÃO haveria base I - em 5 (cinco) anos, quanto às infrações puníveis com
demissão, cassação de aposentadoria ou disponibilidade e
constitucional para considerar inválida sua autorização”42.
destituição de cargo em comissão;
Ainda sobre a questão do funcionamento da
II - em 2 (dois) anos, quanto à suspensão;
administração indireta e de suas subsidiárias, destaca-se o
III - em 180 (cento e oitenta) dias, quanto á advertência.
previsto nos §§ 8º e 9º do artigo 37, CF:
§ 1o  O prazo de prescrição começa a correr da data em
que o fato se tornou conhecido.
Artigo 37, §8º, CF. A autonomia gerencial, orçamentária
§ 2o  Os prazos de prescrição previstos na lei penal
e financeira dos órgãos e entidades da administração direta
aplicam-se às infrações disciplinares capituladas também
e indireta poderá ser ampliada mediante contrato, a ser como crime.
firmado entre seus administradores e o poder público, que § 3o  A abertura de sindicância ou a instauração de
tenha por objeto a fixação de metas de desempenho para o processo disciplinar interrompe a prescrição, até a decisão
órgão ou entidade, cabendo à lei dispor sobre: final proferida por autoridade competente.
I - o prazo de duração do contrato; § 4o  Interrompido o curso da prescrição, o prazo
II - os controles e critérios de avaliação de desempenho, começará a correr a partir do dia em que cessar a
direitos, obrigações e responsabilidade dos dirigentes; interrupção.
III - a remuneração do pessoal.
Prescrição é um instituto que visa regular a perda do
Artigo 37, § 9º, CF. O disposto no inciso XI aplica-se às direito de acionar judicialmente. No caso, o prazo é de 5
empresas públicas e às sociedades de economia mista anos para as infrações mais graves, 2 para as de gravidade
e suas subsidiárias, que receberem recursos da União, intermediária (pena de suspensão) e 180 dias para as
dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios para menos graves (pena de advertência), contados da data
pagamento de despesas de pessoal ou de custeio em geral. em que o fato se tornou conhecido pela administração
pública. Se a infração disciplinar for crime, valerão os
Continua o artigo 37, CF: prazos prescricionais do direito penal, mais longos, logo,
menos favoráveis ao servidor. Interrupção da prescrição
Artigo 37, XXI, CF. Ressalvados os casos especificados significa parar a contagem do prazo para que, retornando,
na legislação, as obras, serviços, compras e alienações serão comece do zero. Da abertura da sindicância ou processo
contratados mediante processo de licitação pública que administrativo disciplinar até a decisão final proferida por
assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, autoridade competente não corre a prescrição. Proferida a
com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, decisão, o prazo começa a contar do zero. Passado o prazo,
mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da não caberá mais propor ação disciplinar.
lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação
técnica e econômica indispensáveis à garantia do Artigo 37, §7º, CF. A lei disporá sobre os requisitos
cumprimento das obrigações. e as restrições ao ocupante de cargo ou emprego da
42 ALEXANDRINO, Marcelo. Direito Administrativo Des- administração direta e indireta que possibilite o acesso a
complicado. São Paulo: GEN, 2014. informações privilegiadas.

78
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

A Lei nº 12.813, de 16 de maio de 2013 dispõe sobre também haverá sujeição às penalidades da lei. Em caso de
o conflito de interesses no exercício de cargo ou emprego custeio/criação pelo Estado que seja inferior a 50% do
do Poder Executivo federal e impedimentos posteriores patrimônio ou receita anual, a legislação ainda se aplica.
ao exercício do cargo ou emprego; e revoga dispositivos Entretanto, nestes dois casos, a sanção patrimonial se
da Lei nº 9.986, de 18 de julho de 2000, e das Medidas limitará ao que o ilícito repercutiu sobre a contribuição
Provisórias nºs 2.216-37, de 31 de agosto de 2001, e 2.225- dos cofres públicos. Significa que se o prejuízo causado
45, de 4 de setembro de 2001. for maior que a efetiva contribuição por parte do poder
Neste sentido, conforme seu artigo 1º: público, o ressarcimento terá que ser buscado por outra
via que não a ação de improbidade administrativa.
Artigo 1º, Lei nº 12.813/2013. As situações que A legislação em estudo, por sua vez, divide os atos de
configuram conflito de interesses envolvendo ocupantes improbidade administrativa em três categorias:
de cargo ou emprego no âmbito do Poder Executivo a) Ato de improbidade administrativa que importe
federal, os requisitos e restrições a ocupantes de cargo ou enriquecimento ilícito (artigo 9º, Lei nº 8.429/1992)
emprego que tenham acesso a informações privilegiadas, os O grupo mais grave de atos de improbidade
impedimentos posteriores ao exercício do cargo ou emprego administrativa se caracteriza pelos elementos:
e as competências para fiscalização, avaliação e prevenção enriquecimento + ilícito + resultante de uma vantagem
de conflitos de interesses regulam-se pelo disposto nesta Lei. patrimonial indevida + em razão do exercício de cargo,
mandato, emprego, função ou outra atividade nas
3) Atos de improbidade administrativa entidades do artigo 1° da Lei nº 8.429/1992.
A Lei n° 8.429/1992 trata da improbidade administrativa, O enriquecimento deve ser ilícito, afinal, o Estado não
que é uma espécie qualificada de imoralidade, sinônimo se opõe que o indivíduo enriqueça, desde que obedeça
de desonestidade administrativa. A improbidade é uma aos ditames morais, notadamente no desempenho de
lesão ao princípio da moralidade, que deve ser respeitado função de interesse estatal.
estritamente pelo servidor público. O agente ímprobo Exige-se que o sujeito obtenha vantagem patrimonial
sempre será um violador do princípio da moralidade,
ilícita. Contudo, é dispensável que efetivamente tenha ocorrido
pelo qual “a Administração Pública deve agir com boa-fé,
dano aos cofres públicos (por exemplo, quando um policial
sinceridade, probidade, lhaneza, lealdade e ética”43.
recebe propina pratica ato de improbidade administrativa,
A atual Lei de Improbidade Administrativa foi criada
mas não atinge diretamente os cofres públicos).
devido ao amplo apelo popular contra certas vicissitudes
Como fica difícil imaginar que alguém possa se
do serviço público que se intensificavam com a ineficácia do
enriquecer ilicitamente por negligência, imprudência ou
diploma então vigente, o Decreto-Lei nº 3240/41. Decorreu,
imperícia, todas as condutas configuram atos dolosos
assim, da necessidade de acabar com os atos atentatórios
(com intenção). Não cabe prática por omissão.44
à moralidade administrativa e causadores de prejuízo ao
erário público ou ensejadores de enriquecimento ilícito, b) Ato de improbidade administrativa que importe
infelizmente tão comuns no Brasil. lesão ao erário (artigo 10, Lei nº 8.429/1992)
Com o advento da Lei nº 8.429/1992, os agentes O grupo intermediário de atos de improbidade
públicos passaram a ser responsabilizados na esfera civil administrativa se caracteriza pelos elementos: causar
pelos atos de improbidade administrativa descritos nos dano ao erário ou aos cofres públicos + gerando perda
artigos 9º, 10 e 11, ficando sujeitos às penas do art. 12. patrimonial ou dilapidação do patrimônio público.
A existência de esferas distintas de responsabilidade (civil, Assim como o artigo anterior, o caput descreve a fórmula
penal e administrativa) impede falar-se em bis in idem, já genérica e os incisos algumas atitudes específicas que
que, ontologicamente, não se trata de punições idênticas, exemplificam o seu conteúdo45.
embora baseadas no mesmo fato, mas de responsabilização Perda patrimonial é o gênero, do qual são espécies:
em esferas distintas do Direito. desvio, que é o direcionamento indevido; apropriação,
Destaca-se um conceito mais amplo de agente público que é a transferência indevida para a própria propriedade;
previsto pela lei nº 8.429/1992 em seus artigos 1º e 2º malbaratamento, que significa desperdício; e dilapidação,
porque o agente público pode ser ou não um servidor que se refere a destruição46.
público. Ele poderá estar vinculado a qualquer instituição O objeto da tutela é a preservação do patrimônio público,
ou órgão que desempenhe diretamente o interesse do em todos seus bens e valores. O pressuposto exigível é a
Estado. Assim, estão incluídos todos os integrantes da ocorrência de dano ao patrimônio dos sujeitos passivos.
administração direta, indireta e fundacional, conforme Este artigo admite expressamente a variante culposa,
o preâmbulo da legislação. Pode até mesmo ser uma o que muitos entendem ser inconstitucional. O STJ,
entidade privada que desempenhe tais fins, desde que a no REsp n° 939.142/RJ, apontou alguns aspectos
verba de criação ou custeio tenha sido ou seja pública em da inconstitucionalidade do artigo. Contudo, “a
mais de 50% do patrimônio ou receita anual. Caso a verba 44 SPITZCOVSKY, Celso. Direito Administrativo. 13. ed.
pública que tenha auxiliado uma entidade privada a qual o São Paulo: Método, 2011.
Estado não tenha concorrido para criação ou custeio, 45 Ibid.
43 LENZA, Pedro. Curso de direito constitucional esque- 46 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito
matizado. 15. ed. São Paulo: Saraiva, 2011. administrativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris, 2010.

79
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

jurisprudência do STJ consolidou a tese de que é Será preciso utilizar razoabilidade e


indispensável a existência de dolo nas condutas descritas proporcionalidade para não permitir a caracterização
nos artigos 9º e 11 e ao menos de culpa nas hipóteses do de abuso de poder, diante do conteúdo aberto do
artigo 10, nas quais o dano ao erário precisa ser comprovado. dispositivo. Na verdade, trata-se de tipo subsidiário,
De acordo com o ministro Castro Meira, a conduta culposa ou seja, que se aplica quando o ato de improbidade
ocorre quando o agente não pretende atingir o resultado administrativa não tiver gerado obtenção de vantagem
danoso, mas atua com negligência, imprudência ou Com efeito, os atos de improbidade administrativa
imperícia (REsp n° 1.127.143)”47. Para Carvalho Filho48, não são crimes de responsabilidade. Trata-se de
não há inconstitucionalidade na modalidade culposa, punição na esfera cível, não criminal. Por isso, caso o
lembrando que é possível dosar a pena conforme o agente ato configure simultaneamente um ato de improbidade
aja com dolo ou culpa. administrativa desta lei e um crime previsto na legislação
O ponto central é lembrar que neste artigo não se exige penal, o que é comum no caso do artigo 9°, responderá
que o sujeito ativo tenha percebido vantagens indevidas, o agente por ambos, nas duas esferas.
basta o dano ao erário. Se tiver recebido vantagem
indevida, incide no artigo anterior. Exceto pela não Em suma, a lei encontra-se estruturada da seguinte
percepção da vantagem indevida, os tipos exemplificados forma: inicialmente, trata das vítimas possíveis (sujeito
se aproximam muito dos previstos nos incisos do art. 9°. passivo) e daqueles que podem praticar os atos de
c) Ato de Improbidade Administrativa Decorrentes improbidade administrativa (sujeito ativo); ainda, aborda
de Concessão ou Aplicação Indevida de Benefício a reparação do dano ao lesionado e o ressarcimento ao
Financeiro ou Tributário (Incluído pela Lei Complementar patrimônio público; após, traz a tipologia dos atos de
nº 157, de 2016) improbidade administrativa, isto é, enumera condutas
Uma das alterações recentes à disciplina do ISS visou de tal natureza; seguindo-se à definição das sanções
evitar a continuidade da guerra fiscal entre os municípios, aplicáveis; e, finalmente, descreve os procedimentos
fixando-se a alíquota mínima em 2%. administrativo e judicial.
Com efeito, os municípios não poderão fixar dentro
No caso do art. 9°, categoria mais grave, o agente
de sua competência constitucional alíquotas inferiores a
obtém um enriquecimento ilícito (vantagem econômica
2% para atrair e fomentar investimentos novos (incentivo
indevida) e pode ainda causar dano ao erário, por
fiscal), prejudicando os municípios vizinhos.
isso, deverá não só reparar eventual dano causado
Em razão disso, tipifica-se como ato de improbidade
mas também colocar nos cofres públicos tudo o
administrativa a eventual concessão do benefício abaixo da
que adquiriu indevidamente. Ou seja, poderá pagar
alíquota mínima.
somente o que enriqueceu indevidamente ou este
d) Ato de improbidade administrativa que atente
valor acrescido do valor do prejuízo causado aos cofres
contra os princípios da administração pública (artigo
11, Lei nº 8.429/1992) públicos (quanto o Estado perdeu ou deixou de ganhar).
Nos termos do artigo 11 da Lei nº 8.429/1992, No caso do artigo 10, não haverá enriquecimento
“constitui ato de improbidade administrativa que atenta ilícito, mas sempre existirá dano ao erário, o qual será
contra os princípios da administração pública qualquer reparado (eventualmente, ocorrerá o enriquecimento
ação ou omissão que viole os deveres de honestidade, ilícito, devendo o valor adquirido ser tomado pelo
imparcialidade, legalidade, e lealdade às instituições [...]”. O Estado). Na hipótese do artigo 10-A, não se denota
grupo mais ameno de atos de improbidade administrativa nem enriquecimento ilícito e nem dano ao erário, pois
se caracteriza pela simples violação a princípios da no máximo a prática de guerra fiscal pode gerar. Já no
administração pública, ou seja, aplica-se a qualquer artigo 11, o máximo que pode ocorrer é o dano ao erário,
atitude do sujeito ativo que viole os ditames éticos do com o devido ressarcimento. Além disso, em todos os
serviço público. Isto é, o legislador pretende a preservação casos há perda da função pública. Nas três categorias,
dos princípios gerais da administração pública49. são estabelecidas sanções de suspensão dos direitos
O objeto de tutela são os princípios constitucionais. políticos, multa e vedação de contratação ou percepção
Basta a vulneração em si dos princípios, sendo dispensáveis de vantagem, graduadas conforme a gravidade do ato.
o enriquecimento ilícito e o dano ao erário. Somente é É o que se depreende da leitura do artigo 12 da Lei
possível a prática de algum destes atos com dolo (intenção), nº 8.929/1992 como §4º do artigo 37, CF, que prevê:
embora caiba a prática por ação ou omissão. “Os atos de improbidade administrativa importarão
47 BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Improbidade admi- a suspensão dos direitos políticos, a perda da
nistrativa: desonestidade na gestão dos recursos públicos. função pública, a indisponibilidade dos bens e o
Disponível em: <http://www.stj.gov.br/portal_stj/publicacao/ ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas
engine.wsp?tmp.area=398&tmp.texto=103422>. Acesso em: em lei, sem prejuízo da ação penal cabível”.
26 mar. 2013. A única sanção que se encontra prevista na Lei
48 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito nº 8.429/1992 mas não na Constituição Federal
administrativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris, 2010. é a de multa. (art. 37, §4°, CF). Não há nenhuma
49 SPITZCOVSKY, Celso. Direito Administrativo. 13. ed. inconstitucionalidade disto, pois nada impediria que
São Paulo: Método, 2011. o legislador infraconstitucional ampliasse a relação

80
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

mínima de penalidades da Constituição, pois esta não A responsabilidade civil do Estado acompanha o
limitou tal possibilidade e porque a lei é o instrumento raciocínio de que a principal consequência da prática de
adequado para tanto50. um ato ilícito é a obrigação que gera para o seu auto de
Carvalho Filho51 tece considerações a respeito de reparar o dano, mediante o pagamento de indenização que
algumas das sanções: se refere às perdas e danos. Todos os cidadãos se sujeitam
- Perda de bens e valores: “tal punição só incide sobre às regras da responsabilidade civil, tanto podendo buscar
os bens acrescidos após a prática do ato de improbidade. o ressarcimento do dano que sofreu quanto respondendo
Se alcançasse anteriores, ocorreria confisco, o que restaria por aqueles danos que causar. Da mesma forma, o Estado
sem escora constitucional. Além disso, o acréscimo deve tem o dever de indenizar os membros da sociedade pelos
derivar de origem ilícita”. danos que seus agentes causem durante a prestação do
- Ressarcimento integral do dano: há quem entenda serviço, inclusive se tais danos caracterizarem uma violação
que engloba dano moral. Cabe acréscimo de correção aos direitos humanos reconhecidos.
monetária e juros de mora. Trata-se de responsabilidade extracontratual porque
- Perda de função pública: “se o agente é titular de não depende de ajuste prévio, basta a caracterização de
mandato, a perda se processa pelo instrumento de cassação. elementos genéricos pré-determinados, que perpassam
Sendo servidor estatutário, sujeitar-se-á à demissão do serviço pela leitura concomitante do Código Civil (artigos 186, 187
público. Havendo contrato de trabalho (servidores trabalhistas e 927) com a Constituição Federal (artigo 37, §6°).
e temporários), a perda da função pública se consubstancia Genericamente, os elementos da responsabilidade civil
pela rescisão do contrato com culpa do empregado. No caso se encontram no art. 186 do Código Civil:
de exercer apenas uma função pública, fora de tais situações,
a perda se dará pela revogação da designação”. Lembra-se Artigo 186, CC. Aquele que, por ação ou omissão
que determinadas autoridades se sujeitam a procedimento voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e
especial para perda da função pública, ponto em que não se causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral,
aplica a Lei de Improbidade Administrativa. comete ato ilícito.
- Multa: a lei indica inflexibilidade no limite máximo,
mas flexibilidade dentro deste limite, podendo os julgados Este é o artigo central do instituto da responsabilidade
nesta margem optar pela mais adequada. Há ainda
civil, que tem como elementos: ação ou omissão voluntária
variabilidade na base de cálculo, conforme o tipo de ato
(agir como não se deve ou deixar de agir como se deve),
de improbidade (a base será o valor do enriquecimento ou
culpa ou dolo do agente (dolo é a vontade de cometer uma
o valor do dano ou o valor da remuneração do agente). A
violação de direito e culpa é a falta de diligência), nexo
natureza da multa é de sanção civil, não possuindo caráter
causal (relação de causa e efeito entre a ação/omissão e
indenizatório, mas punitivo.
o dano causado) e dano (dano é o prejuízo sofrido pelo
- Proibição de receber benefícios: não se incluem
agente, que pode ser individual ou coletivo, moral ou
as imunidades genéricas e o agente punido deve ser ao
menos sócio majoritário da instituição vitimada. material, econômico e não econômico).
- Proibição de contratar: o agente punido não pode 1) Dano - somente é indenizável o dano certo, especial
participar de processos licitatórios. e anormal. Certo é o dano real, existente. Especial é o dano
específico, individualizado, que atinge determinada ou
4) Responsabilidade civil do Estado e de seus determinadas pessoas. Anormal é o dano que ultrapassa
servidores os problemas comuns da vida em sociedade (por exemplo,
O instituto da responsabilidade civil é parte integrante do infelizmente os assaltos são comuns e o Estado não
direito obrigacional, uma vez que a principal consequência da responde por todo assalto que ocorra, a não ser que na
prática de um ato ilícito é a obrigação que gera para o seu auto circunstância específica possuía o dever de impedir o
de reparar o dano, mediante o pagamento de indenização que se assalto, como no caso de uma viatura presente no local -
refere às perdas e danos. Afinal, quem pratica um ato ou incorre muito embora o direito à segurança pessoal seja um direito
em omissão que gere dano deve suportar as consequências humano reconhecido).
jurídicas decorrentes, restaurando-se o equilíbrio social.52 2) Agentes públicos - é toda pessoa que trabalhe
A responsabilidade civil, assim, difere-se da penal, podendo dentro da administração pública, tenha ingressado ou
recair sobre os herdeiros do autor do ilícito até os limites não por concurso, possua cargo, emprego ou função.
da herança, embora existam reflexos na ação que apure a Envolve os agentes políticos, os servidores públicos em
responsabilidade civil conforme o resultado na esfera penal geral (funcionários, empregados ou temporários) e os
(por exemplo, uma absolvição por negativa de autoria particulares em colaboração (por exemplo, jurado ou
impede a condenação na esfera cível, ao passo que uma mesário).
absolvição por falta de provas não o faz). 3) Dano causado quando o agente estava agindo nesta
qualidade - é preciso que o agente esteja lançando mão das
50 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito prerrogativas do cargo, não agindo como um particular.
administrativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris, 2010. Sem estes três requisitos, não será possível acionar o
51 Ibid Estado para responsabilizá-lo civilmente pelo dano, por
52 GONÇALVES, Carlos Roberto. Responsabilidade Civil. mais relevante que tenha sido a esfera de direitos atingida.
9. ed. São Paulo: Saraiva, 2005. Assim, não é qualquer dano que permite a responsabilização

81
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

civil do Estado, mas somente aquele que é causado por um No caso da responsabilidade civil, o Estado é diretamente
agente público no exercício de suas funções e que exceda acionado e responde pelos atos de seus servidores que
as expectativas do lesado quanto à atuação do Estado. violem direitos humanos, cabendo eventualmente ação de
É preciso lembrar que não é o Estado em si que viola os regresso contra ele. Contudo, nos casos da responsabilidade
direitos humanos, porque o Estado é uma ficção formada penal e da responsabilidade administrativa aciona-se o
por um grupo de pessoas que desempenham as atividades agente público que praticou o ato.
estatais diversas. Assim, viola direitos humanos não o Estado São inúmeros os exemplos de crimes que podem ser
em si, mas o agente que o representa, fazendo com que o praticados pelo agente público no exercício de sua função
próprio Estado seja responsabilizado por isso civilmente, que violam direitos humanos. A título de exemplo, peculato,
pagando pela indenização (reparação dos danos materiais consistente em apropriação ou desvio de dinheiro público
e morais). Sem prejuízo, com relação a eles, caberá ação de (art. 312, CP), que viola o bem comum e o interesse da
regresso se agiram com dolo ou culpa. coletividade; concussão, que é a exigência de vantagem
Prevê o artigo 37, §6° da Constituição Federal: indevida (art. 316, CP), expondo a vítima a uma situação
de constrangimento e medo que viola diretamente sua
dignidade; tortura, a mais cruel forma de tratamento
Artigo 37, §6º, CF. As pessoas jurídicas de direito público
humano, cuja pena é agravada quando praticada por
e as de direito privado prestadoras de serviços públicos
funcionário público (art. 1º, §4º, I, Lei nº 9.455/97); etc.
responderão pelos danos que seus agentes, nessa Quanto à responsabilidade administrativa, menciona-
qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito se, a título de exemplo, as penalidades cabíveis descritas
de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou no art. 127 da Lei nº 8.112/90, que serão aplicadas pelo
culpa. funcionário que violar a ética do serviço público, como
advertência, suspensão e demissão.
Este artigo deixa clara a formação de uma relação Evidencia-se a independência entre as esferas civil,
jurídica autônoma entre o Estado e o agente público que penal e administrativa no que tange à responsabilização
causou o dano no desempenho de suas funções. Nesta do agente público que cometa ato ilícito.
relação, a responsabilidade civil será subjetiva, ou seja, Tomadas as exigências de características dos danos
caberá ao Estado provar a culpa do agente pelo dano acima colacionadas, notadamente a anormalidade,
causado, ao qual foi anteriormente condenado a reparar. considera-se que para o Estado ser responsabilizado por
Direito de regresso é justamente o direito de acionar o um dano, ele deve exceder expectativas cotidianas, isto é,
causador direto do dano para obter de volta aquilo que não cabe exigir do Estado uma excepcional vigilância da
pagou à vítima, considerada a existência de uma relação sociedade e a plena cobertura de todas as fatalidades que
obrigacional que se forma entre a vítima e a instituição que possam acontecer em território nacional.
o agente compõe. Diante de tal premissa, entende-se que a
Assim, o Estado responde pelos danos que seu agente responsabilidade civil do Estado será objetiva apenas
causar aos membros da sociedade, mas se este agente no caso de ações, mas subjetiva no caso de omissões.
agiu com dolo ou culpa deverá ressarcir o Estado do que Em outras palavras, verifica-se se o Estado se omitiu
foi pago à vítima. O agente causará danos ao praticar tendo plenas condições de não ter se omitido, isto é, ter
condutas incompatíveis com o comportamento ético dele deixado de agir quando tinha plenas condições de fazê-lo,
esperado.53 acarretando em prejuízo dentro de sua previsibilidade.
A responsabilidade civil do servidor exige prévio São casos nos quais se reconheceu a responsabilidade
processo administrativo disciplinar no qual seja omissiva do Estado: morte de filho menor em creche
municipal, buracos não sinalizados na via pública, tentativa
assegurado contraditório e ampla defesa. Trata-se de
de assalto a usuário do metrô resultando em morte, danos
responsabilidade civil subjetiva ou com culpa. Havendo
provocados por enchentes e escoamento de águas pluviais
ação ou omissão com culpa do servidor que gere dano
quando o Estado sabia da problemática e não tomou
ao erário (Administração) ou a terceiro (administrado), o providência para evitá-las, morte de detento em prisão,
servidor terá o dever de indenizar. incêndio em casa de shows fiscalizada com negligência, etc.
Não obstante, agentes públicos que pratiquem Logo, não é sempre que o Estado será responsabilizado.
atos violadores de direitos humanos se sujeitam Há excludentes da responsabilidade estatal,
à responsabilidade penal e à responsabilidade notadamente: a) caso fortuito (fato de terceiro) ou força
administrativa, todas autônomas uma com relação à outra maior (fato da natureza) fora dos alcances da previsibilidade
e à já mencionada responsabilidade civil. Neste sentido, o do dano; b) culpa exclusiva da vítima.
artigo 125 da Lei nº 8.112/90:
5) Exercício de mandato eletivo por servidores
Artigo 125, Lei nº 8.112/1990. As sanções civis, penais públicos
e administrativas poderão cumular-se, sendo independentes A questão do exercício de mandato eletivo pelo
entre si. servidor público encontra previsão constitucional em seu
artigo 38, que notadamente estabelece quais tipos de
53 SPITZCOVSKY, Celso. Direito Administrativo. 13. ed. mandatos geram incompatibilidade ao serviço público e
São Paulo: Método, 2011. regulamenta a questão remuneratória:

82
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Artigo 38, CF.  Ao servidor público da administração qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de
direta, autárquica e fundacional, no exercício de mandato representação ou outra espécie remuneratória, obedecido,
eletivo, aplicam-se as seguintes disposições: em qualquer caso, o disposto no art. 37, X e XI.
I - tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou § 5º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
distrital, ficará afastado de seu cargo, emprego ou função; Municípios poderá estabelecer a relação entre a maior e a
II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do menor remuneração dos servidores públicos, obedecido, em
cargo, emprego ou função, sendo-lhe facultado optar pela qualquer caso, o disposto no art. 37, XI.
sua remuneração; § 6º Os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário
III - investido no mandato de Vereador, havendo publicarão anualmente os valores do subsídio e da
compatibilidade de horários, perceberá as vantagens de seu remuneração dos cargos e empregos públicos.
cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração § 7º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal
do cargo eletivo, e, não havendo compatibilidade, será e dos Municípios disciplinará a aplicação de recursos
aplicada a norma do inciso anterior; orçamentários provenientes da economia com despesas
IV - em qualquer caso que exija o afastamento para correntes em cada órgão, autarquia e fundação, para
o exercício de mandato eletivo, seu tempo de serviço aplicação no desenvolvimento de programas de qualidade
será contado para todos os efeitos legais, exceto para e produtividade, treinamento e desenvolvimento,
promoção por merecimento; modernização, reaparelhamento e racionalização do
V - para efeito de benefício previdenciário, no caso serviço público, inclusive sob a forma de adicional ou
de afastamento, os valores serão determinados como se no prêmio de produtividade.
exercício estivesse. § 8º A remuneração dos servidores públicos organizados
em carreira poderá ser fixada nos termos do § 4º.
6) Regime de remuneração e previdência dos
servidores públicos Artigo 40, CF.  Aos servidores titulares de cargos
Regulamenta-se o regime de remuneração e efetivos da União, dos Estados, do Distrito Federal e
previdência dos servidores públicos nos artigo 39 e 40 da dos Municípios, incluídas suas autarquias e fundações,
Constituição Federal: é assegurado regime de previdência de caráter
contributivo e solidário, mediante contribuição do
Artigo 39, CF. A União, os Estados, o Distrito Federal respectivo ente público, dos servidores ativos e inativos
e os Municípios instituirão conselho de política de e dos pensionistas, observados critérios que preservem
administração e remuneração de pessoal, integrado o equilíbrio financeiro e atuarial e o disposto neste
por servidores designados pelos respectivos Poderes. artigo.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998 § 1º Os servidores abrangidos pelo regime de
e aplicação suspensa pela ADIN nº 2.135-4, destacando-se previdência de que trata este artigo serão aposentados,
a redação anterior: “A União, os Estados, o Distrito Federal calculados os seus proventos a partir dos valores fixados
e os Municípios instituirão, no âmbito de sua competência, na forma dos §§ 3º e 17:
regime jurídico único e planos de carreira para os servidores I - por invalidez permanente, sendo os proventos
da administração pública direta, das autarquias e das proporcionais ao tempo de contribuição, exceto se
fundações públicas”). decorrente de acidente em serviço, moléstia profissional
§ 1º A fixação dos padrões de vencimento e dos demais ou doença grave, contagiosa ou incurável, na forma da
componentes do sistema remuneratório observará: lei;
I - a natureza, o grau de responsabilidade e a II - compulsoriamente, com proventos proporcionais
complexidade dos cargos componentes de cada carreira; ao tempo de contribuição, aos 70 (setenta) anos de idade,
II - os requisitos para a investidura; ou aos 75 (setenta e cinco) anos de idade, na forma de lei
III - as peculiaridades dos cargos. complementar;
§ 2º A União, os Estados e o Distrito Federal manterão III - voluntariamente, desde que cumprido tempo
escolas de governo para a formação e o aperfeiçoamento mínimo de dez anos de efetivo exercício no serviço
dos servidores públicos, constituindo-se a participação público e cinco anos no cargo efetivo em que se dará a
nos cursos um dos requisitos para a promoção na carreira, aposentadoria, observadas as seguintes condições:
facultada, para isso, a celebração de convênios ou contratos a) sessenta anos de idade e trinta e cinco de
entre os entes federados. contribuição, se homem, e cinquenta e cinco anos de idade
§ 3º Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo e trinta de contribuição, se mulher;
público o disposto no art. 7º, IV, VII, VIII, IX, XII, XIII, b) sessenta e cinco anos de idade, se homem, e
XV,XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXII e XXX, podendo a lei sessenta anos de idade, se mulher, com proventos
estabelecer requisitos diferenciados de admissão quando a proporcionais ao tempo de contribuição.
natureza do cargo o exigir. § 2º Os proventos de aposentadoria e as pensões,
§ 4º O membro de Poder, o detentor de mandato por ocasião de sua concessão, não poderão exceder a
eletivo, os Ministros de Estado e os Secretários Estaduais remuneração do respectivo servidor, no cargo efetivo em
e Municipais serão remunerados exclusivamente por que se deu a aposentadoria ou que serviu de referência
subsídio fixado em parcela única, vedado o acréscimo de para a concessão da pensão.

83
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

§ 3º Para o cálculo dos proventos de aposentadoria, § 13. Ao servidor ocupante, exclusivamente, de


por ocasião da sua concessão, serão consideradas as cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação
remunerações utilizadas como base para as contribuições e exoneração bem como de outro cargo temporário ou de
do servidor aos regimes de previdência de que tratam este emprego público, aplica-se o regime geral de previdência
artigo e o art. 201, na forma da lei. social.
§ 4º É vedada a adoção de requisitos e critérios § 14. A União, os Estados, o Distrito Federal e os
diferenciados para a concessão de aposentadoria aos Municípios, desde que instituam regime de previdência
abrangidos pelo regime de que trata este artigo, ressalvados, complementar para os seus respectivos servidores
nos termos definidos em leis complementares, os casos de titulares de cargo efetivo, poderão fixar, para o valor das
servidores: aposentadorias e pensões a serem concedidas pelo regime
I - portadores de deficiência; de que trata este artigo, o limite máximo estabelecido
II - que exerçam atividades de risco; para os benefícios do regime geral de previdência social
III - cujas atividades sejam exercidas sob condições de que trata o art. 201.
especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade § 15. O regime de previdência complementar de que
física. trata o § 14 será instituído por lei de iniciativa do respectivo
§ 5º Os requisitos de idade e de tempo de contribuição Poder Executivo, observado o disposto no art. 202 e seus
serão reduzidos em cinco anos, em relação ao disposto no § parágrafos, no que couber, por intermédio de entidades
1º, III, a, para o professor que comprove exclusivamente fechadas de previdência complementar, de natureza pública,
tempo de efetivo exercício das funções de magistério na que oferecerão aos respectivos participantes planos de
educação infantil e no ensino fundamental e médio. benefícios somente na modalidade de contribuição definida.
§ 6º Ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos § 16. Somente mediante sua prévia e expressa opção,
cargos acumuláveis na forma desta Constituição, é vedada o disposto nos §§ 14 e 15 poderá ser aplicado ao servidor
a percepção de mais de uma aposentadoria à conta do que tiver ingressado no serviço público até a data da
regime de previdência previsto neste artigo. publicação do ato de instituição do correspondente regime
§ 7º Lei disporá sobre a concessão do benefício de
de previdência complementar.
pensão por morte, que será igual:
§ 17. Todos os valores de remuneração considerados
I - ao valor da totalidade dos proventos do servidor
para o cálculo do benefício previsto no § 3° serão
falecido, até o limite máximo estabelecido para os benefícios
devidamente atualizados, na forma da lei.
do regime geral de previdência social de que trata o art. 201,
§ 18. Incidirá contribuição sobre os proventos de
acrescido de setenta por cento da parcela excedente a este
aposentadorias e pensões concedidas pelo regime de que
limite, caso aposentado à data do óbito; ou
trata este artigo que superem o limite máximo estabelecido
II - ao valor da totalidade da remuneração do servidor
para os benefícios do regime geral de previdência social de
no cargo efetivo em que se deu o falecimento, até o limite
máximo estabelecido para os benefícios do regime geral que trata o art. 201, com percentual igual ao estabelecido
de previdência social de que trata o art. 201, acrescido de para os servidores titulares de cargos efetivos.
setenta por cento da parcela excedente a este limite, caso em § 19. O servidor de que trata este artigo que tenha
atividade na data do óbito. completado as exigências para aposentadoria voluntária
§ 8º É assegurado o reajustamento dos benefícios estabelecidas no § 1º, III, a, e que opte por permanecer em
para preservar-lhes, em caráter permanente, o valor real, atividade fará jus a um abono de permanência equivalente
conforme critérios estabelecidos em lei. ao valor da sua contribuição previdenciária até completar
§ 9º O tempo de contribuição federal, estadual ou as exigências para aposentadoria compulsória contidas no
municipal será contado para efeito de aposentadoria § 1º, II.
e o tempo de serviço correspondente para efeito de § 20. Fica vedada a existência de mais de um regime
disponibilidade. próprio de previdência social para os servidores titulares
§ 10. A lei não poderá estabelecer qualquer forma de de cargos efetivos, e de mais de uma unidade gestora
contagem de tempo de contribuição fictício. do respectivo regime em cada ente estatal, ressalvado o
§ 11. Aplica-se o limite fixado no art. 37, XI, à soma disposto no art. 142, § 3º, X.
total dos proventos de inatividade, inclusive quando § 21. A contribuição prevista no § 18 deste artigo
decorrentes da acumulação de cargos ou empregos públicos, incidirá apenas sobre as parcelas de proventos de
bem como de outras atividades sujeitas a contribuição para o aposentadoria e de pensão que superem o dobro do limite
regime geral de previdência social, e ao montante resultante máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de
da adição de proventos de inatividade com remuneração de previdência social de que trata o art. 201 desta Constituição,
cargo acumulável na forma desta Constituição, cargo em quando o beneficiário, na forma da lei, for portador de
comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração, doença incapacitante.
e de cargo eletivo.
§ 12. Além do disposto neste artigo, o regime de 7) Estágio probatório e perda do cargo
previdência dos servidores públicos titulares de cargo Estabelece a Constituição Federal em seu artigo 41, a
efetivo observará, no que couber, os requisitos e critérios ser lido em conjunto com o artigo 20 da Lei nº 8.112/1990:
fixados para o regime geral de previdência social.

84
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Artigo 41, CF.  São estáveis após três anos de efetivo assim afastamento para participar de curso de formação
exercício os servidores nomeados para cargo de decorrente de aprovação em concurso para outro cargo na
provimento efetivo em virtude de concurso público. Administração Pública Federal.
§ 1º O servidor público estável só perderá o cargo: § 5º O estágio probatório ficará suspenso durante
I - em virtude de sentença judicial transitada em as licenças e os afastamentos previstos nos arts. 83, 84,
julgado; § 1o, 86 e 96, bem assim na hipótese de participação em
II - mediante processo administrativo em que lhe curso de formação, e será retomado a partir do término do
seja assegurada ampla defesa; impedimento.
III - mediante procedimento de avaliação periódica
de desempenho, na forma de lei complementar, assegurada O estágio probatório pode ser definido como um lapso
ampla defesa. de tempo no qual a aptidão e capacidade do servidor
§ 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do serão avaliadas de acordo com critérios de assiduidade,
servidor estável, será ele reintegrado, e o eventual ocupante disciplina, capacidade de iniciativa, produtividade e
da vaga, se estável, reconduzido ao cargo de origem, sem responsabilidade. O servidor não aprovado no estágio
direito a indenização, aproveitado em outro cargo ou posto probatório será exonerado ou, se estável, reconduzido ao
em disponibilidade com remuneração proporcional ao cargo anteriormente ocupado. Não existe vedação para um
tempo de serviço. servidor em estágio probatório exercer quaisquer cargos
§ 3º Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, de provimento em comissão ou funções de direção, chefia
o servidor estável ficará em disponibilidade, com ou assessoramento no órgão ou entidade de lotação.
remuneração proporcional ao tempo de serviço, até seu Desde a Emenda Constitucional nº 19 de 1998, a
adequado aproveitamento em outro cargo. disciplina do estágio probatório mudou, notadamente
§ 4º Como condição para a aquisição da estabilidade, aumentando o prazo de 2 anos para 3 anos. Tendo em vista
é obrigatória a avaliação especial de desempenho por que a norma constitucional prevalece sobre a lei federal,
comissão instituída para essa finalidade. mesmo que ela não tenha sido atualizada, deve-se seguir o
disposto no artigo 41 da Constituição Federal.
Art. 20, Lei nº 8.112/1990. Ao entrar em exercício, o
Uma vez adquirida a aprovação no estágio probatório,
servidor nomeado para cargo de provimento efetivo ficará
o servidor público somente poderá ser exonerado nos casos
sujeito a estágio probatório por período de 24 (vinte e
do §1º do artigo 40 da Constituição Federal, notadamente:
quatro) meses, durante o qual a sua aptidão e capacidade
em virtude de sentença judicial transitada em julgado;
serão objeto de avaliação para o desempenho do cargo,
mediante processo administrativo em que lhe seja
observados os seguinte fatores:
assegurada ampla defesa; ou mediante procedimento
I - assiduidade;
de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei
II - disciplina;
III - capacidade de iniciativa; complementar, assegurada ampla defesa (sendo esta lei
IV - produtividade; complementar ainda inexistente no âmbito federal.
V - responsabilidade.
§ 1º 4 (quatro) meses antes de findo o período do 8) Militares dos estados, do Distrito Federal e dos
estágio probatório, será submetida à homologação da territórios
autoridade competente a avaliação do desempenho do Prevê o artigo 42, CF:
servidor, realizada por comissão constituída para essa
finalidade, de acordo com o que dispuser a lei ou o Art. 42. Os membros das Polícias Militares e Corpos
regulamento da respectiva carreira ou cargo, sem prejuízo de Bombeiros Militares, instituições organizadas com base
da continuidade de apuração dos fatores enumerados nos na hierarquia e disciplina, são militares dos Estados, do
incisos I a V do caput deste artigo. Distrito Federal e dos Territórios.
§ 2º O servidor não aprovado no estágio probatório § 1º Aplicam-se aos militares dos Estados, do Distrito
será exonerado ou, se estável, reconduzido ao cargo Federal e dos Territórios, além do que vier a ser fixado em
anteriormente ocupado, observado o disposto no lei, as disposições do art. 14, § 8º; do art. 40, § 9º; e do art.
parágrafo único do art. 29. 142, §§ 2º e 3º, cabendo a lei estadual específica dispor sobre
§ 3º O servidor em estágio probatório poderá exercer as matérias do art. 142, § 3º, inciso X, sendo as patentes dos
quaisquer cargos de provimento em comissão ou funções oficiais conferidas pelos respectivos governadores.
de direção, chefia ou assessoramento no órgão ou entidade § 2º Aos pensionistas dos militares dos Estados, do
de lotação, e somente poderá ser cedido a outro órgão Distrito Federal e dos Territórios aplica-se o que for fixado
ou entidade para ocupar cargos de Natureza Especial, em lei específica do respectivo ente estatal.
cargos de provimento em comissão do Grupo-Direção e
Assessoramento Superiores - DAS, de níveis 6, 5 e 4, ou No título V, aborda-se a defesa do Estado e das
equivalentes. instituições democráticas, com outros institutos relevantes
§ 4º Ao servidor em estágio probatório somente para evitar impacto na organização do Estado, razão pela
poderão ser concedidas as licenças e os afastamentos qual se promove aqui um estudo conjunto.
previstos nos arts. 81, incisos I a IV, 94, 95 e 96, bem

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Estado de Defesa e Estado de Sítio § 4º Decretado o estado de defesa ou sua prorrogação,


O título V, intitulado “Da Defesa do Estado e Das o Presidente da República, dentro de vinte e quatro
Instituições Democráticas”, trabalha em seu capítulo I horas, submeterá o ato com a respectiva justificação ao
com o Estado de Defesa e o Estado de Sítio. Congresso Nacional, que decidirá por maioria absoluta.
Estado de defesa e estado de sítio são duas situações § 5º Se o Congresso Nacional estiver em recesso, será
excepcionais decretadas pelo Chefe do Executivo Federal, convocado, extraordinariamente, no prazo de cinco dias.
cumpridos determinados requisitos, visando preservar o § 6º O Congresso Nacional apreciará o decreto dentro
próprio Estado e suas instituições democráticas. de dez dias contados de seu recebimento, devendo continuar
O estado de defesa é decretado para preservar ou funcionando enquanto vigorar o estado de defesa.
restabelecer, em locais restritos e determinados, a ordem § 7º Rejeitado o decreto, cessa imediatamente o estado
pública ou a paz social ameaçadas por grave e iminente de defesa.
instabilidade institucional ou atingidas por calamidades
de grandes proporções na natureza. Da disciplina do Estado de Defesa no artigo 136, CF
O estado de sítio é decretado quando estado de podem ser extraídos alguns aspectos relevantes.
defesa não resolveu o problema, quando o problema Primeiro, a finalidade do Estado de Defesa, que é a
atinge todo o país, ou em casos de guerra. preservação ou restabelecimento em locais restritos e
A disciplina se encontra do artigo 136, CF ao artigo determinados a ordem pública e a paz social que estejam
141, CF, que seguem. ameaçados por grave instabilidade institucional ou
calamidade de grande proporção.
Seção I Ainda, a especificidade que se percebe pela exigência
DO ESTADO DE DEFESA de determinação do local e do prazo de vigência (que não
pode exceder 30 dias, prorrogáveis por mais 30 dias), bem
Art. 136, CF. O Presidente da República pode, ouvidos o como pela delimitação de medidas.
Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional, Nota-se que a natureza das medidas cabíveis ora se
decretar estado de defesa para preservar ou prontamente voltam ao estado de defesa por instabilidade institucional
restabelecer, em locais restritos e determinados, a ordem (casos do inciso I do §1º, restringindo certos sigilos e o
pública ou a paz social ameaçadas por grave e iminente direito de reunião) e ora se voltam ao estado de defesa por
instabilidade institucional ou atingidas por calamidades calamidade (caso do inciso II do §1º, com uso temporário
de grandes proporções na natureza. de bens e serviços públicos).
§ 1º O decreto que instituir o estado de defesa Por fim, destaca-se que a decretação do Estado de
determinará o tempo de sua duração, especificará as Defesa, embora seja feita pelo Presidente da República,
áreas a serem abrangidas e indicará, nos termos e limites não é um ato arbitrário porque ele deve ouvir a opinião
da lei, as medidas coercitivas a vigorarem, dentre as do Conselho da República e do Conselho de Defesa
seguintes: Nacional e depois submeter o decreto para aprovação
I - restrições aos direitos de: pelo Congresso Nacional por maioria absoluta.
a) reunião, ainda que exercida no seio das associações;
b) sigilo de correspondência; Seção II
c) sigilo de comunicação telegráfica e telefônica; DO ESTADO DE SÍTIO
II - ocupação e uso temporário de bens e serviços
públicos, na hipótese de calamidade pública, respondendo Art. 137, CF. O Presidente da República pode, ouvidos o
a União pelos danos e custos decorrentes. Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional,
§ 2º O tempo de duração do estado de defesa não solicitar ao Congresso Nacional autorização para decretar
será superior a trinta dias, podendo ser prorrogado o estado de sítio nos casos de:
uma vez, por igual período, se persistirem as razões que I - comoção grave de repercussão nacional ou
justificaram a sua decretação. ocorrência de fatos que comprovem a ineficácia de medida
§ 3º Na vigência do estado de defesa: tomada durante o estado de defesa;
I - a prisão por crime contra o Estado, determinada II - declaração de estado de guerra ou resposta a
pelo executor da medida, será por este comunicada agressão armada estrangeira.
imediatamente ao juiz competente, que a relaxará, se não Parágrafo único. O Presidente da República, ao
for legal, facultado ao preso requerer exame de corpo de solicitar autorização para decretar o estado de sítio ou
delito à autoridade policial; sua prorrogação, relatará os motivos determinantes do
II - a comunicação será acompanhada de declaração, pedido, devendo o Congresso Nacional decidir por maioria
pela autoridade, do estado físico e mental do detido no absoluta”.
momento de sua autuação; “Art. 138, CF. O decreto do estado de sítio indicará
III - a prisão ou detenção de qualquer pessoa não sua duração, as normas necessárias a sua execução e
poderá ser superior a dez dias, salvo quando autorizada as garantias constitucionais que ficarão suspensas, e,
pelo Poder Judiciário; depois de publicado, o Presidente da República designará
IV - é vedada a incomunicabilidade do preso. o executor das medidas específicas e as áreas abrangidas.

86
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

§ 1º O estado de sítio, no caso do art. 137, I, não poderá Congresso Nacional, com especificação e justificação das
ser decretado por mais de trinta dias, nem prorrogado, providências adotadas, com relação nominal dos atingidos
de cada vez, por prazo superior; no do inciso II, poderá ser e indicação das restrições aplicadas.
decretado por todo o tempo que perdurar a guerra ou a
agressão armada estrangeira. O Congresso Nacional, mediante Comissão específica,
§ 2º Solicitada autorização para decretar o estado de exerce atividade fiscalizatória das medidas coercitivas.
sítio durante o recesso parlamentar, o Presidente do Senado Praticados atos atentatórios serão punidos mesmo após
Federal, de imediato, convocará extraordinariamente o cessado o estado de defesa ou de sítio.
Congresso Nacional para se reunir dentro de cinco dias, a
fim de apreciar o ato. Forças armadas
§ 3º O Congresso Nacional permanecerá em O capítulo II do título V aborda as forças armadas, que
funcionamento até o término das medidas coercitivas. exercem a defesa do Estado.

Art. 139, CF. Na vigência do estado de sítio decretado CAPÍTULO II


com fundamento no art. 137, I, só poderão ser tomadas DAS FORÇAS ARMADAS
contra as pessoas as seguintes medidas:
I - obrigação de permanência em localidade Art. 142, CF. As Forças Armadas, constituídas pela
determinada; Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica, são instituições
II - detenção em edifício não destinado a acusados ou nacionais permanentes e regulares, organizadas com
condenados por crimes comuns; base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade
III - restrições relativas à inviolabilidade da suprema do Presidente da República, e destinam-se à
correspondência, ao sigilo das comunicações, à prestação defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais
de informações e à liberdade de imprensa, radiodifusão e e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem.
televisão, na forma da lei; § 1º Lei complementar estabelecerá as normas gerais
IV - suspensão da liberdade de reunião; a serem adotadas na organização, no preparo e no emprego
V - busca e apreensão em domicílio; das Forças Armadas.
VI - intervenção nas empresas de serviços públicos; § 2º Não caberá habeas corpus em relação a punições
VII - requisição de bens. disciplinares militares.
Parágrafo único. Não se inclui nas restrições do inciso III a § 3º Os membros das Forças Armadas são denominados
difusão de pronunciamentos de parlamentares efetuados em militares, aplicando-se-lhes, além das que vierem a ser
suas Casas Legislativas, desde que liberada pela respectiva fixadas em lei, as seguintes disposições:
Mesa. I - as patentes, com prerrogativas, direitos e deveres
a elas inerentes, são conferidas pelo Presidente da República
No Estado de Sítio também é necessária a oitiva do e asseguradas em plenitude aos oficiais da ativa, da reserva
Conselho da República e do Conselho de Defesa Nacional, ou reformados, sendo-lhes privativos os títulos e postos
bem como a aprovação pelo Congresso Nacional. As militares e, juntamente com os demais membros, o uso dos
hipóteses são de grave comoção nacional, ineficácia do uniformes das Forças Armadas;
estado de defesa e estado de guerra. Também há requisitos II - o militar em atividade que tomar posse em cargo ou
de especificidade quanto ao tempo, áreas abrangidas e emprego público civil permanente, ressalvada a hipótese
medidas coercitivas a serem aplicados no Estado de Sítio. prevista no art. 37, inciso XVI, alínea ‘c’, será transferido para
Entre as medidas coercitivas cabíveis no Estado de Sítio, a reserva, nos termos da lei;
estão as enumeradas no artigo 139, CF. III - o militar da ativa que, de acordo com a lei,
tomar posse em cargo, emprego ou função pública civil
Seção III temporária, não eletiva, ainda que da administração
DISPOSIÇÕES GERAIS indireta, ressalvada a hipótese prevista no art. 37, inciso XVI,
alínea ‘c’, ficará agregado ao respectivo quadro e somente
Art. 140, CF. A Mesa do Congresso Nacional, ouvidos os poderá, enquanto permanecer nessa situação, ser promovido
líderes partidários, designará Comissão composta de cinco por antiguidade, contando-se-lhe o tempo de serviço apenas
de seus membros para acompanhar e fiscalizar a execução para aquela promoção e transferência para a reserva, sendo
das medidas referentes ao estado de defesa e ao estado de depois de dois anos de afastamento, contínuos ou não,
sítio. transferido para a reserva, nos termos da lei;
IV - ao militar são proibidas a sindicalização e a
Art. 141, CF. Cessado o estado de defesa ou o estado greve;
de sítio, cessarão também seus efeitos, sem prejuízo V - o militar, enquanto em serviço ativo, não pode estar
da responsabilidade pelos ilícitos cometidos por seus filiado a partidos políticos;
executores ou agentes. VI - o oficial só perderá o posto e a patente se for
Parágrafo único. Logo que cesse o estado de defesa ou o julgado indigno do oficialato ou com ele incompatível,
estado de sítio, as medidas aplicadas em sua vigência serão por decisão de tribunal militar de caráter permanente, em
relatadas pelo Presidente da República, em mensagem ao tempo de paz, ou de tribunal especial, em tempo de guerra;

87
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

VII - o oficial condenado na justiça comum ou militar a Artigo 34, CF. A União não intervirá nos Estados nem
pena privativa de liberdade superior a dois anos, por sentença no Distrito Federal, exceto para:
transitada em julgado, será submetido ao julgamento I - manter a integridade nacional;
previsto no inciso anterior; II - repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da
VIII - aplica-se aos militares o disposto no art. 7º, incisos Federação em outra;
VIII, XII, XVII, XVIII, XIX e XXV, e no art. 37, incisos XI, XIII, III - pôr termo a grave comprometimento da ordem
XIV e XV, bem como, na forma da lei e com prevalência da pública;
atividade militar, no art. 37, inciso XVI, alínea ‘c’;    IV - garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes
IX -  (Revogado) nas unidades da Federação;
X - a lei disporá sobre o ingresso nas Forças Armadas, V - reorganizar as finanças da unidade da Federação
os limites de idade, a estabilidade e outras condições de que:
transferência do militar para a inatividade, os direitos, os a) suspender o pagamento da dívida fundada por mais
deveres, a remuneração, as prerrogativas e outras situações de dois anos consecutivos, salvo motivo de força maior;
especiais dos militares, consideradas as peculiaridades de b) deixar de entregar aos Municípios receitas tributárias
suas atividades, inclusive aquelas cumpridas por força de fixadas nesta Constituição, dentro dos prazos estabelecidos
compromissos internacionais e de guerra. em lei;
VI - prover a execução de lei federal, ordem ou
Art. 143, CF. O serviço militar é obrigatório nos decisão judicial;
termos da lei. VII - assegurar a observância dos seguintes princípios
§ 1º Às Forças Armadas compete, na forma da lei, constitucionais:
atribuir serviço alternativo aos que, em tempo de paz, após a) forma republicana, sistema representativo e
alistados, alegarem imperativo de consciência, entendendo- regime democrático;
se como tal o decorrente de crença religiosa e de convicção b) direitos da pessoa humana;
filosófica ou política, para se eximirem de atividades de c) autonomia municipal;
caráter essencialmente militar. d) prestação de contas da administração pública,
§ 2º As mulheres e os eclesiásticos ficam isentos do direta e indireta.
serviço militar obrigatório em tempo de paz, sujeitos, porém, e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante
a outros encargos que a lei lhes atribuir. de impostos estaduais, compreendida a proveniente de
transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino
As Forças Armadas são compostas por Marinha, Exército e nas ações e serviços públicos de saúde”.
e Aeronáutica e o chefe delas é o Presidente da República. Por
terem a finalidade de defender a pátria, a Constituição, a lei e Artigo 35, CF. O Estado não intervirá em seus
a ordem, são permanentes, regulares e hierarquizadas, além Municípios, nem a União nos Municípios localizados em
de terem vedações como o direito de greve e o direito de Território Federal, exceto quando:
sindicalização, bem como de filiação a partidos políticos. Pela I - deixar de ser paga, sem motivo de força maior, por
natureza diversa dos crimes praticados por estes militares, dois anos consecutivos, a dívida fundada;
serão julgados por órgão próprio e perdem a garantia do II - não forem prestadas contas devidas, na forma da lei;
habeas corpus. O alistamento militar é obrigatório, ainda III - não tiver sido aplicado o mínimo exigido da receita
que seja dispensado, caso em que ficará como reservista. A municipal na manutenção e desenvolvimento do ensino e
mulher não precisa prestar o serviço militar obrigatório, mas nas ações e serviços públicos de saúde;
pode ser convocada para a prestação de outros serviços para IV - o Tribunal de Justiça der provimento a representação
o Estado, assim como os eclesiásticos. para assegurar a observância de princípios indicados na
Constituição Estadual, ou para prover a execução de lei, de
Intervenção nos Estados e Municípios. ordem ou de decisão judicial”.
A intervenção consiste no afastamento temporário das
prerrogativas totais ou parciais próprias da autonomia dos Artigo 36, CF. A decretação da intervenção dependerá:
entes federados, por outro ente federado, prevalecendo a I - no caso do art. 34, IV (livre exercício dos Poderes), de
vontade do ente interventor. Neste sentido, necessária a solicitação do Poder Legislativo ou do Poder Executivo
verificação de: coacto ou impedido, ou de requisição do Supremo
a) Pressupostos materiais – requisitos a serem Tribunal Federal, se a coação for exercida contra o Poder
verificados quanto ao atendimento de uma das justificativas Judiciário;
para a intervenção. II - no caso de desobediência a ordem ou decisão
b) Pressupostos processuais – requisitos para que o ato da judiciária, de requisição do Supremo Tribunal Federal,
intervenção seja válido, como prazo, abrangência, condições, do Superior Tribunal de Justiça ou do Tribunal Superior
além da autorização do Poder Legislativo (artigo 36, CF). Eleitoral;
A intervenção pode ser federal, quando a União III de provimento, pelo Supremo Tribunal Federal, de
interfere nos Estados e no Distrito Federal (artigo 34, CF), representação do Procurador-Geral da República, na hipótese
ou estadual, quando os Estados-membros interferem em do art. 34, VII (observância de princípios constitucionais),
seus Municípios (artigo 35, CF). e no caso de recusa à execução de lei federal.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

§ 1º O decreto de intervenção, que especificará a TÍTULO VIII


amplitude, o prazo e as condições de execução e que, Da Ordem Social
se couber, nomeará o interventor, será submetido à CAPÍTULO I
apreciação do Congresso Nacional ou da Assembleia DISPOSIÇÃO GERAL
Legislativa do Estado, no prazo de vinte e quatro horas.
§ 2º Se não estiver funcionando o Congresso Nacional Art. 193. A ordem social tem como base o primado do
ou a Assembleia Legislativa, far-se-á convocação trabalho, e como objetivo o bem-estar e a justiça sociais.
extraordinária, no mesmo prazo de vinte e quatro horas. Ordem social é a expressão que se refere à organização
§ 3º Nos casos do art. 34, VI e VII (execução de da sociedade, proporcionando o bem-estar e a justiça
decisão/lei federal e violação de certos princípios social. Neste sentido, invariavelmente seus vetores se ligam
constitucionais), ou do art. 35, IV (idem com relação à aos direitos econômicos, sociais e culturais, bem como aos
intervenção em municípios), dispensada a apreciação direitos difusos e coletivos (notadamente ambiental).
pelo Congresso Nacional ou pela Assembleia Legislativa,
o decreto limitar-se-á a suspender a execução do ato CAPÍTULO II
impugnado, se essa medida bastar ao restabelecimento DA SEGURIDADE SOCIAL
da normalidade. Seção I
§ 4º Cessados os motivos da intervenção, as DISPOSIÇÕES GERAIS
autoridades afastadas de seus cargos a estes voltarão,
salvo impedimento legal. O título VIII, que aborda a ordem social, traz este
artigo 42, CF, “os membros das Polícias Militares e tripé no capítulo II, intitulado “Da Seguridade Social”:
Corpos de Bombeiros Militares, instituições organizadas saúde, previdência e assistência social.
com base na hierarquia e disciplina, são militares dos
Estados, do Distrito Federal e dos Territórios. § 1º Art. 194. A seguridade social compreende um conjunto
Aplicam-se aos militares dos Estados, do Distrito Federal integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da
sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à
e dos Territórios, além do que vier a ser fixado em lei, as
saúde, à previdência e à assistência social.
disposições do art. 14, § 8º; do art. 40, § 9º; e do art. 142,
Parágrafo único. Compete ao Poder Público, nos termos
§§ 2º e 3º, cabendo a lei estadual específica dispor sobre as
da lei, organizar a seguridade social, com base nos seguintes
matérias do art. 142, § 3º, inciso X, sendo as patentes dos
objetivos:
oficiais conferidas pelos respectivos governadores. § 2º Aos
I - universalidade da cobertura e do atendimento;
pensionistas dos militares dos Estados, do Distrito Federal
II - uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços
e dos Territórios aplica-se o que for fixado em lei específica
às populações urbanas e rurais;
do respectivo ente estatal.
III - seletividade e distributividade na prestação dos
benefícios e serviços;
Artigo 144, § 7º, CF. A lei disciplinará a organização e IV - irredutibilidade do valor dos benefícios;
o funcionamento dos órgãos responsáveis pela segurança V - equidade na forma de participação no custeio;
pública, de maneira a garantir a eficiência de suas VI - diversidade da base de financiamento;
atividades. VII - caráter democrático e descentralizado da
administração, mediante gestão quadripartite, com
Artigo 144, § 8º, CF. Os Municípios poderão constituir participação dos trabalhadores, dos empregadores, dos
guardas municipais destinadas à proteção de seus bens, aposentados e do Governo nos órgãos colegiados.
serviços e instalações, conforme dispuser a lei.
Art. 195. A seguridade social será financiada por toda
Artigo 144, § 9º, CF. A remuneração dos servidores a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei,
policiais integrantes dos órgãos relacionados neste artigo mediante recursos provenientes dos orçamentos da União,
será fixada na forma do § 4º do art. 39. dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das
seguintes contribuições sociais:
Artigo 144, § 10, CF. A segurança viária, exercida I - do empregador, da empresa e da entidade a ela
para a preservação da ordem pública e da incolumidade equiparada na forma da lei, incidentes sobre:
das pessoas e do seu patrimônio nas vias públicas: a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho
I - compreende a educação, engenharia e fiscalização pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que
de trânsito, além de outras atividades previstas em lei, lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício;
que assegurem ao cidadão o direito à mobilidade urbana b) a receita ou o faturamento;
eficiente; e c) o lucro;
II - compete, no âmbito dos Estados, do Distrito Federal II - do trabalhador e dos demais segurados da previdência
e dos Municípios, aos respectivos órgãos ou entidades social, não incidindo contribuição sobre aposentadoria e
executivos e seus agentes de trânsito, estruturados em pensão concedidas pelo regime geral de previdência social
Carreira, na forma da lei. de que trata o art. 201;
III - sobre a receita de concursos de prognósticos.

89
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

IV - do importador de bens ou serviços do exterior, ou de Seção III


quem a lei a ele equiparar. DA PREVIDÊNCIA SOCIAL
§ 1º - As receitas dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios destinadas à seguridade social constarão dos Art. 201. A previdência social será organizada sob a
respectivos orçamentos, não integrando o orçamento da forma de regime geral, de caráter contributivo e de filiação
União. obrigatória, observados critérios que preservem o equilíbrio
§ 2º A proposta de orçamento da seguridade social será financeiro e atuarial, e atenderá, nos termos da lei, a:
elaborada de forma integrada pelos órgãos responsáveis I - cobertura dos eventos de doença, invalidez, morte e
pela saúde, previdência social e assistência social, tendo idade avançada;
em vista as metas e prioridades estabelecidas na lei de II - proteção à maternidade, especialmente à gestante;
diretrizes orçamentárias, assegurada a cada área a gestão III - proteção ao trabalhador em situação de desemprego
de seus recursos. involuntário;
§ 3º A pessoa jurídica em débito com o sistema da IV - salário-família e auxílio-reclusão para os
seguridade social, como estabelecido em lei, não poderá dependentes dos segurados de baixa renda;
contratar com o Poder Público nem dele receber benefícios V - pensão por morte do segurado, homem ou mulher,
ou incentivos fiscais ou creditícios. ao cônjuge ou companheiro e dependentes, observado o
§ 4º A lei poderá instituir outras fontes destinadas a disposto no § 2º.
garantir a manutenção ou expansão da seguridade social, § 1º É vedada a adoção de requisitos e critérios
obedecido o disposto no art. 154, I. diferenciados para a concessão de aposentadoria aos
§ 5º Nenhum benefício ou serviço da seguridade beneficiários do regime geral de previdência social,
social poderá ser criado, majorado ou estendido sem a ressalvados os casos de atividades exercidas sob condições
correspondente fonte de custeio total. especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física
§ 6º As contribuições sociais de que trata este artigo só e quando se tratar de segurados portadores de deficiência,
poderão ser exigidas após decorridos noventa dias da data nos termos definidos em lei complementar.
§ 2º Nenhum benefício que substitua o salário de
da publicação da lei que as houver instituído ou modificado,
contribuição ou o rendimento do trabalho do segurado
não se lhes aplicando o disposto no art. 150, III, “b”.
terá valor mensal inferior ao salário mínimo.
§ 7º São isentas de contribuição para a seguridade
§ 3º Todos os salários de contribuição considerados
social as entidades beneficentes de assistência social que
para o cálculo de benefício serão devidamente atualizados,
atendam às exigências estabelecidas em lei.
na forma da lei.
§ 8º O produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário
§ 4º É assegurado o reajustamento dos benefícios
rurais e o pescador artesanal, bem como os respectivos
para preservar-lhes, em caráter permanente, o valor real,
cônjuges, que exerçam suas atividades em regime de conforme critérios definidos em lei.
economia familiar, sem empregados permanentes, § 5º É vedada a filiação ao regime geral de previdência
contribuirão para a seguridade social mediante a aplicação social, na qualidade de segurado facultativo, de pessoa
de uma alíquota sobre o resultado da comercialização da participante de regime próprio de previdência.
produção e farão jus aos benefícios nos termos da lei. § 6º A gratificação natalina dos aposentados e
§ 9º As contribuições sociais previstas no inciso I do pensionistas terá por base o valor dos proventos do mês
caput deste artigo poderão ter alíquotas ou bases de de dezembro de cada ano.
cálculo diferenciadas, em razão da atividade econômica, da § 7º É assegurada aposentadoria no regime geral
utilização intensiva de mão-de-obra, do porte da empresa de previdência social, nos termos da lei, obedecidas as
ou da condição estrutural do mercado de trabalho. seguintes condições:
§ 10. A lei definirá os critérios de transferência de I - trinta e cinco anos de contribuição, se homem, e trinta
recursos para o sistema único de saúde e ações de anos de contribuição, se mulher;
assistência social da União para os Estados, o Distrito II - sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessenta
Federal e os Municípios, e dos Estados para os Municípios, anos de idade, se mulher, reduzido em cinco anos o limite para
observada a respectiva contrapartida de recursos. os trabalhadores rurais de ambos os sexos e para os que exerçam
§ 11. É vedada a concessão de remissão ou anistia das suas atividades em regime de economia familiar, nestes incluídos
contribuições sociais de que tratam os incisos I, a, e II deste o produtor rural, o garimpeiro e o pescador artesanal.
artigo, para débitos em montante superior ao fixado em lei § 8º Os requisitos a que se refere o inciso I do parágrafo
complementar. anterior serão reduzidos em cinco anos, para o professor
§ 12. A lei definirá os setores de atividade econômica que comprove exclusivamente tempo de efetivo exercício
para os quais as contribuições incidentes na forma dos das funções de magistério na educação infantil e no ensino
incisos I, b; e IV do caput, serão não-cumulativas. fundamental e médio.
§ 13. Aplica-se o disposto no § 12 inclusive na hipótese § 9º Para efeito de aposentadoria, é assegurada
de substituição gradual, total ou parcial, da contribuição a contagem recíproca do tempo de contribuição na
incidente na forma do inciso I, a, pela incidente sobre a administração pública e na atividade privada, rural e urbana,
receita ou o faturamento. hipótese em que os diversos regimes de previdência
social se compensarão financeiramente, segundo critérios
[...] estabelecidos em lei.

90
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

§ 10. Lei disciplinará a cobertura do risco de acidente A previdência social e a assistência social se diferenciam
do trabalho, a ser atendida concorrentemente pelo regime principalmente porque a previdência social volta-se
geral de previdência social e pelo setor privado. ao pagamento de aposentadoria e benefícios aos seus
§ 11. Os ganhos habituais do empregado, a qualquer contribuintes, ao passo que a assistência social tem por
título, serão incorporados ao salário para efeito de foco a oferta de amparo mínimo aos que não contribuíram
contribuição previdenciária e consequente repercussão em para a seguridade social.
benefícios, nos casos e na forma da lei. O artigo 201, CF, trabalha com a organização da
§ 12. Lei disporá sobre sistema especial de inclusão previdência social em regime geral, de caráter contributivo
previdenciária para atender a trabalhadores de baixa renda e filiação obrigatória, sendo que devem ser adotados
e àqueles sem renda própria que se dediquem exclusivamente critérios de preservação de equilíbrio financeiro e atuarial.
ao trabalho doméstico no âmbito de sua residência, desde Nota-se que todos os trabalhadores ficarão vinculados
que pertencentes a famílias de baixa renda, garantindo-lhes ao regime e prestarão contribuição a ele, não havendo a
acesso a benefícios de valor igual a um salário-mínimo. opção de dele se desvincular. No mais, são previstas como
§ 13. O sistema especial de inclusão previdenciária campos de atendimento pela previdência: “I - cobertura
de que trata o § 12 deste artigo terá alíquotas e carências dos eventos de doença, invalidez, morte e idade avançada;
inferiores às vigentes para os demais segurados do regime II - proteção à maternidade, especialmente à gestante; III
geral de previdência social. - proteção ao trabalhador em situação de desemprego
involuntário; IV - salário-família e auxílio-reclusão para os
Art. 202. O regime de previdência privada, de caráter dependentes dos segurados de baixa renda; V - pensão
complementar e organizado de forma autônoma em relação por morte do segurado, homem ou mulher, ao cônjuge
ao regime geral de previdência social, será facultativo, ou companheiro e dependentes, observado o disposto
baseado na constituição de reservas que garantam o no § 2º” (ou seja, não se aceitando valor inferior ao salário
benefício contratado, e regulado por lei complementar. mínimo).
§ 1° A lei complementar de que trata este artigo Os critérios para a concessão de aposentadoria são
assegurará ao participante de planos de benefícios de unitários, em regra, conforme o §1º do artigo 201, CF.
entidades de previdência privada o pleno acesso às O valor mínimo de benefício com caráter substitutivo
informações relativas à gestão de seus respectivos planos. de salário de contribuição ou rendimento é de 1 salário
§ 2° As contribuições do empregador, os benefícios mínimo (artigo 201, §2º, CF).
e as condições contratuais previstas nos estatutos, Os salários de contribuição serão atualizados (artigo
regulamentos e planos de benefícios das entidades de 201, §3º, CF) e os benefícios serão devidamente reajustados
previdência privada não integram o contrato de trabalho (artigo 201, §4º, CF), tudo com vistas à preservação do valor
dos participantes, assim como, à exceção dos benefícios real da contribuição e do benefício.
concedidos, não integram a remuneração dos participantes, Integrante de regime próprio de previdência não
nos termos da lei. pode se vincular como segurado facultativo, prestando
§ 3º É vedado o aporte de recursos a entidade de contribuições autônomas, ao regime geral (artigo 201, §5º,
previdência privada pela União, Estados, Distrito Federal e CF), o que geraria uma indevida cumulação de benefícios.
Municípios, suas autarquias, fundações, empresas públicas, Aposentados e pensionistas também fazem jus ao
sociedades de economia mista e outras entidades públicas, décimo terceiro salário, denominado gratificação natalina,
salvo na qualidade de patrocinador, situação na qual, em a ser calculado com base no valor dos proventos do mês de
hipótese alguma, sua contribuição normal poderá exceder a dezembro de cada ano (artigo 201, §6º, CF).
do segurado. O §7º do artigo 201, CF fixa as condições para
§ 4º Lei complementar disciplinará a relação entre a a aposentadoria pelo regime geral de previdência
União, Estados, Distrito Federal ou Municípios, inclusive social. Professor de ensino infantil, fundamental e médio,
suas autarquias, fundações, sociedades de economia que tenha exclusivamente desempenhado estas funções,
mista e empresas controladas direta ou indiretamente, tem o tempo de contribuição reduzido em 5 anos (30 anos
enquanto patrocinadoras de entidades fechadas de para homem e 25 anos para mulher).
previdência privada, e suas respectivas entidades fechadas Se uma pessoa contribuir a dois regimes diversos em
de previdência privada. períodos diferentes de sua vida contributiva, estes regimes
§ 5º A lei complementar de que trata o parágrafo se compensarão, ou seja, o tempo de um se acrescerá no
anterior aplicar-se-á, no que couber, às empresas privadas outro (artigo 201, §9º, CF).
permissionárias ou concessionárias de prestação de A questão de verba destinada à cobertura do risco de
serviços públicos, quando patrocinadoras de entidades acidente de trabalho é disciplinada no §10 do artigo 201,
fechadas de previdência privada. CF. Atualmente, a Lei nº 6.367/1976 dispõe sobre o seguro
§ 6º A lei complementar a que se refere o § 4° deste artigo de acidentes do trabalho a cargo do INPS e dá outras
estabelecerá os requisitos para a designação dos membros providências.
das diretorias das entidades fechadas de previdência Quanto à incorporação de ganhos habituais ao salário,
privada e disciplinará a inserção dos participantes nos prevê o §11 do artigo 201, CF pela incorporação para efeito
colegiados e instâncias de decisão em que seus interesses de contribuição previdenciária e consequente repercussão
sejam objeto de discussão e deliberação. em benefícios, nos casos e na forma da lei.

91
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Sobre o sistema especial de inclusão previdenciária, é de um mundo em que os homens gozem de liberdade de
a disciplina do artigo 201, §§ 12 e 13, CF. palavra, de crença e da liberdade de viverem a salvo do
Por seu turno, o artigo 202, CF volta-se ao regime temor e da necessidade foi proclamado como a mais alta
de previdência privada, que pode se organizar de forma aspiração do homem comum,
autônoma e possui caráter complementar e facultativo. A humanidade nunca irá esquecer das imagens
Com efeito, a Lei Complementar nº 109, de 29 de vistas quando da abertura dos campos de concentração
maio de 2001, dispõe sobre o Regime de Previdência nazistas, nos quais os cadáveres esqueléticos do que
Complementar e dá outras providências. não eram considerados seres humanos perante aquele
regime político se amontoavam. Aquelas pessoas não
eram consideradas iguais às demais por possuírem
alguma característica, crença ou aparência que o Estado
6. DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS não apoiava. Daí a importância de se atentar para os
HUMANOS. antecedentes históricos e compreender a igualdade de
todos os homens, independentemente de qualquer fator.
Considerando essencial que os direitos humanos sejam
protegidos pelo Estado de Direito, para que o homem não
Adotada e proclamada pela Resolução n° 217 A (III) da seja compelido, como último recurso, à rebelião contra
Assembleia Geral das Nações Unidas em 10 de dezembro tirania e a opressão,
de 1948 Por todo o mundo se espalharam, notadamente
durante a Segunda Guerra Mundial, regimes totalitários
Preâmbulo altamente opressivos, não só por parte das Potências do
Eixo (Alemanha, Itália, Japão), mas também no lado dos
O preâmbulo é um elemento comum em textos Aliados (Rússia e o regime de Stálin).
constitucionais. Em relação ao preâmbulo constitucional, Considerando essencial promover o desenvolvimento de
Jorge Miranda54 define: “[...] proclamação mais ou menos relações amistosas entre as nações,
solene, mais ou menos significante, anteposta ao articulado Depois de duas grandes guerras a humanidade
constitucional, não é componente necessário de qualquer conseguiu perceber o quanto era prejudicial não manter
Constituição, mas tão somente um elemento natural de relações amistosas entre as nações, de forma que o ideal de
Constituições feitas em momentos de ruptura histórica paz ganhou uma nova força.
ou de grande transformação político-social”. Do conceito Considerando que os povos das Nações Unidas
do autor é possível extrair elementos para definir o que reafirmaram, na Carta, sua fé nos direitos humanos
representam os preâmbulos em documentos internacionais: fundamentais, na dignidade e no valor da pessoa humana e
proclamação dotada de certa solenidade e significância
na igualdade de direitos dos homens e das mulheres, e que
que antecede o texto do documento internacional e,
decidiram promover o progresso social e melhores condições
embora não seja um elemento necessário a ele, merece ser
de vida em uma liberdade mais ampla,
considerada porque reflete o contexto de ruptura histórica
Considerando que os Estados-Membros se
e de transformação político-social que levou à elaboração
comprometeram a desenvolver, em cooperação com as
do documento como um todo. No caso da Declaração de
Nações Unidas, o respeito universal aos direitos humanos
1948 ficam evidentes os antecedentes históricos inerentes
e liberdades fundamentais e a observância desses direitos e
às Guerras Mundiais.
Considerando que o reconhecimento da dignidade liberdades,
inerente a todos os membros da família humana e de seus Considerando que uma compreensão comum desses
direitos iguais e inalienáveis é o fundamento da liberdade, direitos e liberdades é da mais alta importância para o pleno
da justiça e da paz no mundo, cumprimento desse compromisso,
O princípio da dignidade da pessoa humana, pelo qual Todos os países que fazem parte da Organização das
todos os seres humanos são dotados da mesma dignidade Nações Unidas, tanto os 51 membros fundadores quanto
e para que ela seja preservada é preciso que os direitos os que ingressaram posteriormente (basicamente, todos
inerentes à pessoa humana sejam garantidos, já aparece no demais países do mundo), totalizando 193, assumiram o
preâmbulo constitucional, sendo guia de todo documento. compromisso de cumprir a Carta da ONU, documento que
Denota-se, ainda, a característica da inalienabilidade a fundou e que traz os princípios condutores da ação da
dos direitos humanos, pela qual os direitos humanos não organização.
possuem conteúdo econômico patrimonial, logo, são
intransferíveis, inegociáveis e indisponíveis, estando fora A Assembleia Geral proclama
do comércio, o que evidencia uma limitação do princípio A presente Declaração Universal dos Diretos Humanos
da autonomia privada. como o ideal comum a ser atingido por todos os povos e
Considerando que o desprezo e o desrespeito pelos todas as nações, com o objetivo de que cada indivíduo e cada
direitos humanos resultaram em atos bárbaros que órgão da sociedade, tendo sempre em mente esta Declaração,
ultrajaram a consciência da Humanidade e que o advento se esforce, através do ensino e da educação, por promover
54 MIRANDA, Jorge (Coord.). Estudos sobre a constituição. Lisboa: o respeito a esses direitos e liberdades, e, pela adoção de
Petrony, 1978. medidas progressivas de caráter nacional e internacional,

92
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

por assegurar o seu reconhecimento e a sua observância olhar este que também se lança para as gerações futuras,
universais e efetivos, tanto entre os povos dos próprios por exemplo, com a preservação do meio ambiente e a
Estados-Membros, quanto entre os povos dos territórios sob garantia da paz social, sendo o marco histórico justamente
sua jurisdição. as Guerras Mundiais.56 Assim, desde logo a Declaração
A Assembleia Geral é o principal órgão deliberativo estabelece seus parâmetros fundamentais, com esteio
das Nações Unidas, no qual há representatividade de na Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão de
todos os membros e por onde passam inúmeros tratados 1789 e na Constituição Francesa de 1791, quais sejam
internacionais. igualdade, liberdade e fraternidade. Embora os direitos de
1ª, 2ª e 3ª dimensão, que se baseiam nesta tríade, tenham
Artigo I surgido de forma paulatina, devem ser considerados em
Todas as pessoas nascem livres e iguais em dignidade conjunto proporcionando a plena realização do homem57.
e direitos. São dotadas de razão e consciência e devem agir Na primeira parte do artigo estatui-se que não basta a
em relação umas às outras com espírito de fraternidade. igualdade formal perante a lei, mas é preciso realizar esta
O primeiro artigo da Declaração é altamente igualdade de forma a ser possível que todo homem atinja
representativo, trazendo diversos conceitos chaves de todo um grau satisfatório de dignidade.
o documento: Neste sentido, as discriminações legais asseguram
a) Princípios da universalidade, presente na palavra a verdadeira igualdade, por exemplo, com as ações
todos, que se repete no documento inteiro, pelo qual afirmativas, a proteção especial ao trabalho da mulher
os direitos humanos pertencem a todos e por isso se e do menor, as garantias aos portadores de deficiência,
encontram ligados a um sistema global (ONU), o que entre outras medidas que atribuam a pessoas com
impede o retrocesso. diferentes condições, iguais possibilidades, protegendo e
Na primeira parte do artigo estatui-se que não basta respeitando suas diferenças.
a igualdade formal perante a lei, mas é preciso realizar
esta igualdade de forma a ser possível que todo homem Artigo II
atinja um grau satisfatório de dignidade. Neste sentido, as Toda pessoa tem capacidade para gozar os direitos
discriminações legais asseguram a verdadeira igualdade, e as liberdades estabelecidos nesta Declaração, sem
por exemplo, com as ações afirmativas, a proteção
distinção de qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo,
especial ao trabalho da mulher e do menor, as garantias
língua, religião, opinião política ou de outra natureza,
aos portadores de deficiência, entre outras medidas que
origem nacional ou social, riqueza, nascimento, ou qualquer
atribuam a pessoas com diferentes condições, iguais
outra condição.
possibilidades, protegendo e respeitando suas diferenças.55
Reforça-se o princípio da igualdade, bem como o da
b) Princípio da dignidade da pessoa humana: a
dignidade da pessoa humana, de forma que todos seres
dignidade é um atributo da pessoa humana, segundo o
humanos são iguais independentemente de qualquer condição,
qual ela merece todo o respeito por parte dos Estados e dos
possuindo os mesmos direitos visando a preservação de sua
demais indivíduos, independentemente de qualquer fator
como aparência, religião, sexualidade, condição financeira. dignidade.
Todo ser humano é digno e, por isso, possui direitos que O dispositivo traz um aspecto da igualdade que impede
visam garantir tal dignidade. a distinção entre pessoas pela condição do país ou território a
c) Dimensões de direitos humanos: tradicionalmente, que pertença, o que é importante sob o aspecto de proteção
os direitos humanos dividem-se em três dimensões, dos refugiados, prisioneiros de guerra, pessoas perseguidas
cada qual representativa de um momento histórico no politicamente, nacionais de Estados que não cumpram os
qual se evidenciou a necessidade de garantir direitos preceitos das Nações Unidas. Não obstante, a discriminação
de certa categoria. A primeira dimensão, presente na não é proibida apenas quanto a indivíduos, mas também
expressão livres, refere-se aos direitos civis e políticos, quanto a grupos humanos, sejam formados por classe social,
os quais garantem a liberdade do homem no sentido etnia ou opinião em comum58.
de não ingerência estatal e de participação nas decisões “A Declaração reconhece a capacidade de gozo indistinto
políticas, evidenciados historicamente com as Revoluções dos direitos e liberdades assegurados a todos os homens, e não
Americana e Francesa. A segunda dimensão, presente na apenas a alguns setores ou atores sociais. Garantir a capacidade
expressão iguais, refere-se aos direitos econômicos, sociais de gozo, no entanto, não é suficiente para que este realmente
e culturais, os quais garantem a igualdade material entre se efetive. É fundamental aos ordenamentos jurídicos próprios
os cidadãos exigindo prestações positivas estatais nesta dos Estados viabilizar os meios idôneos a proporcionar tal gozo,
direção, por exemplo, assegurando direitos trabalhistas a fim de que se perfectibilize, faticamente, esta garantia. Isto
e de saúde, possuindo como antecedente histórico a se dá não somente com a igualdade material diante da lei,
Revolução Industrial. A terceira dimensão, presente na
56 BOBBIO, Norberto. A era dos direitos. Tradução Celso Lafer. 9. ed. Rio
expressão fraternidade, refere-se ao necessário olhar sobre de Janeiro: Elsevier, 2004.
o mundo como um lugar de todos, no qual cada qual deve 57 BALERA, Wagner (Coord.). Comentários à Declaração Universal dos
reconhecer no outro seu semelhante, digno de direitos, Direitos do Homem. Brasília: Fortium, 2008
55 BALERA, Wagner (Coord.). Comentários à Declaração Universal dos 58 BALERA, Wagner (Coord.). Comentários à Declaração Universal dos
Direitos do Homem. Brasília: Fortium, 2008. Direitos do Homem. Brasília: Fortium, 2008.

93
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

mas também, e principalmente, através do reconhecimento ou valor. A servidão, por seu turno, é uma alienação
e respeito das desigualdades naturais entre os homens, as relativa da liberdade de trabalho através de um pacto
quais devem ser resguardadas pela ordem jurídica, pois de prestação de serviços ou de uma ligação absoluta do
é somente assim que será possível propiciar a aludida trabalhador à terra, já que a servidão era uma instituição
capacidade de gozo a todos”59. típica das sociedades feudais. A servidão, representava a
espinha dorsal do feudalismo. O servo pagava ao senhor
Artigo III feudal uma taxa altíssima pela utilização do solo, que
Toda pessoa tem direito à vida, à liberdade e à segurança superava a metade da colheita”64.
pessoal. A abolição da escravidão foi uma luta histórica em
Segundo Lenza60, “abrange tanto o direito de não ser todo o globo. Seria totalmente incoerente quanto aos
morto, privado da vida, portanto, direito de continuar vivo, princípios da liberdade, da igualdade e da dignidade se
como também o direito de ter uma vida digna”. Na primeira admitir que um ser humano pudesse ser submetido ao
esfera, enquadram-se questões como pena de morte, outro, ser tratado como coisa. O ser humano não possui
aborto, pesquisas com células-tronco, eutanásia, entre outras valor financeiro e nem serve ao domínio de outro, razão
polêmicas. Na segunda esfera, notam-se desdobramentos pela qual a escravidão não pode ser aceita.
como a proibição de tratamentos indignos, a exemplo da
tortura, dos trabalhos forçados, etc. Artigo V
A vida humana é o centro gravitacional no qual orbitam Ninguém será submetido à tortura, nem a tratamento
todos os direitos da pessoa humana, possuindo reflexos ou castigo cruel, desumano ou degradante.
jurídicos, políticos, econômicos, morais e religiosos. Daí existir Tortura é a imposição de dor física ou psicológica
uma dificuldade em conceituar o vocábulo vida. Logo, tudo por crueldade, intimidação, punição, para obtenção de
aquilo que uma pessoa possui deixa de ter valor ou sentido uma confissão, informação ou simplesmente por prazer
se ela perde a vida. Sendo assim, a vida é o bem principal da pessoa que tortura. A tortura é uma espécie de
de qualquer pessoa, é o primeiro valor moral de todos os tratamento ou castigo cruel, desumano ou degradante.
seres humanos. Trata-se de um direito que pode ser visto A Convenção das Nações Unidas contra a Tortura e
em 4 aspectos, quais sejam: a) direito de nascer; b) direito Outros Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos ou
de permanecer vivo; c) direito de ter uma vida digna quanto Degradantes (Resolução n° 39/46 da Assembleia Geral
à subsistência e; d) direito de não ser privado da vida através das Nações Unidas) foi estabelecida em 10 de dezembro
da pena de morte61. de 1984 e ratificada pelo Brasil em 28 de setembro de
Por sua vez, o direito à liberdade é posto como 1989. Em destaque, o artigo 1 da referida Convenção:
consectário do direito à vida, pois ela depende da liberdade
para o desenvolvimento intelectual e moral. Assim, “[...] Artigo 1º, Convenção da ONU contra Tortura e Outros
liberdade é assim a faculdade de escolher o próprio caminho, Tratamentos ou Penas Cruéis
sendo um valor inerente à dignidade do ser, uma vez que 1. Para os fins da presente Convenção, o termo
decorre da inteligência e da volição, duas características da “tortura” designa qualquer ato pelo qual dores ou
pessoa humana”62. sofrimentos agudos, físicos ou mentais, são infligidos
O direito à segurança pessoal é o direito de viver sem intencionalmente a uma pessoa a fim de obter, dela ou
medo, protegido pela solidariedade e liberto de agressões, de uma terceira pessoa, informações ou confissões; de
logo, é uma maneira de garantir o direito à vida63. castigá-la por ato que ela ou uma terceira pessoa tenha
cometido ou seja suspeita de ter cometido; de intimidar
Artigo IV ou coagir esta pessoa ou outras pessoas; ou por qualquer
Ninguém será mantido em escravidão ou servidão, motivo baseado em discriminação de qualquer natureza;
a escravidão e o tráfico de escravos serão proibidos em quando tais dores ou sofrimentos são infligidos por um
todas as suas formas. funcionário público ou outra pessoa no exercício de
“O trabalho escravo não se confunde com o funções públicas, ou por sua instigação, ou com o seu
trabalho servil. A escravidão é a propriedade plena de consentimento ou aquiescência. Não se considerará como
um homem sobre o outro. Consiste na utilização, em tortura as dores ou sofrimentos que sejam consequência
proveito próprio, do trabalho alheio. Os escravos eram unicamente de sanções legítimas, ou que sejam inerentes
considerados seres humanos sem personalidade, mérito a tais sanções ou delas decorram.
2. O presente Artigo não será interpretado de
59 BALERA, Wagner (Coord.). Comentários à Declaração Universal dos maneira a restringir qualquer instrumento internacional
Direitos do Homem. Brasília: Fortium, 2008.
ou legislação nacional que contenha ou possa conter
60 LENZA, Pedro. Curso de direito constitucional esquematizado. 15. ed.
São Paulo: Saraiva, 2011.
dispositivos de alcance mais amplo.
61 BALERA, Wagner (Coord.). Comentários à Declaração Universal dos
Direitos do Homem. Brasília: Fortium, 2008. Artigo VI
62 BALERA, Wagner (Coord.). Comentários à Declaração Universal dos Toda pessoa tem o direito de ser, em todos os lugares,
Direitos do Homem. Brasília: Fortium, 2008. reconhecida como pessoa perante a lei.
63 BALERA, Wagner (Coord.). Comentários à Declaração Universal dos 64 BALERA, Wagner (Coord.). Comentários à Declaração Universal dos
Direitos do Homem. Brasília: Fortium, 2008. Direitos do Homem. Brasília: Fortium, 2008.

94
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

“Afinal, se o Direito existe em função da pessoa humana, mudança forçada de uma pessoa do país, sendo assim
será ela sempre sujeito de direitos e de obrigações. Negar- também uma forma de privar a pessoa de sua liberdade
lhe a personalidade, a aptidão para exercer direitos e de locomoção em um determinado território. Nenhuma
contrair obrigações, equivale a não reconhecer sua própria destas práticas é permitida de forma arbitrária, ou seja, sem
existência. [...] O reconhecimento da personalidade jurídica o respeito aos requisitos previstos em lei.
é imprescindível à plena realização da pessoa humana. Não significa que em alguns casos não seja aceita a
Trata-se de garantir a cada um, em todos os lugares, a privação de liberdade, notadamente quando o indivíduo
possibilidade de desenvolvimento livre e isonômico”65. tiver praticado um ato que comprometa a segurança ou
O sistema de proteção de direitos humanos outro direito fundamental de outra pessoa.
estabelecido no âmbito da Organização das Nações Unidas
é global, razão pela qual não cabe o seu desrespeito em Artigo X
qualquer localidade do mundo. Por isso, um estrangeiro Toda pessoa tem direito, em plena igualdade, a uma
que visite outro país não pode ter seus direitos humanos audiência justa e pública por parte de um tribunal
violados, independentemente da Constituição daquele independente e imparcial, para decidir de seus direitos e
país nada prever a respeito dos direitos dos estrangeiros. deveres ou do fundamento de qualquer acusação criminal
A pessoa humana não perde tal caráter apenas por sair do contra ele.
território de seu país. Em outras palavras, denota-se uma “De acordo com a ordem que promana do preceito
das facetas do princípio da universalidade. acima reproduzido, as pessoas têm a faculdade de exigir
um pronunciamento do Poder Judiciário, acerca de seus
Artigo VII direitos e deveres postos em litígio ou do fundamento de
Todos são iguais perante a lei e têm direito, sem acusação criminal, realizado sob o amparo dos princípios
qualquer distinção, a igual proteção da lei. Todos têm direito da isonomia, do devido processo legal, da publicidade dos
a igual proteção contra qualquer discriminação que viole atos processuais, da ampla defesa e do contraditório e da
a presente Declaração e contra qualquer incitamento a tal imparcialidade do juiz”66.
discriminação. Em outras palavras não é possível juízo ou tribunal
Um dos desdobramentos do princípio da igualdade de exceção, ou seja, um juízo especialmente delegado
refere-se à igualdade perante à lei. Toda lei é dotada de para o julgamento do caso daquela pessoa. O juízo deve
caráter genérico e abstrato que evidencia não aplicar-se a ser escolhido imparcialmente, de acordo com as regras
uma pessoa determinada, mas sim a todas as pessoas que de organização judiciária que valem para todos. Não
venham a se encontrar na situação por ela descrita. Não obstante, o juízo deve ser independente, isto é, poder
significa que a legislação não possa estabelecer, em abstrato, julgar independentemente de pressões externas para que o
regras especiais para um grupo de pessoas desfavorecido
julgamento se dê num ou noutro sentido. O juízo também
socialmente, direcionando ações afirmativas, por exemplo,
deve ser imparcial, não possuindo amizade ou inimizade
aos deficientes, às mulheres, aos pobres - no entanto,
em graus relevantes para com o acusado. Afinal, o direito
todas estas ações devem respeitar a proporcionalidade e a
à liberdade é consagrado e para que alguém possa ser
razoabilidade (princípio da igualdade material).
privado dela por uma condenação criminal é preciso que
esta se dê dentro dos trâmites legais, sem violar direitos
Artigo VIII
humanos do acusado.
Toda pessoa tem direito a receber dos tributos nacionais
competentes remédio efetivo para os atos que violem os
direitos fundamentais que lhe sejam reconhecidos pela Artigo XI
constituição ou pela lei. 1. Toda pessoa acusada de um ato delituoso tem o direito
Não basta afirmar direitos, é preciso conferir meios de ser presumida inocente até que a sua culpabilidade
para garanti-los. Ciente disto, a Declaração traz aos tenha sido provada de acordo com a lei, em julgamento
Estados partes o dever de estabelecer em suas legislações público no qual lhe tenham sido asseguradas todas as
internas instrumentos para proteção dos direitos humanos. garantias necessárias à sua defesa.
Geralmente, nos textos constitucionais são estabelecidos O princípio da presunção de inocência ou não
os direitos fundamentais e os instrumentos para protegê- culpabilidade liga-se ao direito à liberdade. Antes que
los, por exemplo, o habeas corpus serve à proteção do ocorra a condenação criminal transitada em julgado, isto é,
direito à liberdade de locomoção. processada até o último recurso interposto pelo acusado,
este deve ser tido como inocente. Durante o processo
Artigo IX penal, o acusado terá direito ao contraditório e à ampla
Ninguém será arbitrariamente preso, detido ou defesa, bem como aos meios e recursos inerentes a estas
exilado. garantias, e caso seja condenado ao final poderá ser
Prisão e detenção são formas de impedir que a pessoa considerado culpado. A razão é que o estado de inocência
saia de um estabelecimento sob tutela estatal, privando-a é inerente ao ser humano até que ele viole direito alheio,
de sua liberdade de locomoção. Exílio é a expulsão ou caso em que merecerá sanção.
65 BALERA, Wagner (Coord.). Comentários à Declaração Universal dos 66 BALERA, Wagner (Coord.). Comentários à Declaração Universal dos
Direitos do Homem. Brasília: Fortium, 2008. Direitos do Homem. Brasília: Fortium, 2008.

95
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

“Através desse princípio verifica-se a necessidade de o si (honra subjetiva) e ao juízo positivo que dela fazem os
Estado comprovar a culpabilidade do indivíduo presumido outros (honra objetiva), conferindo-lhe respeitabilidade
inocente. Está diretamente relacionado à questão da prova no meio social. O direito à imagem também possui duas
no processo penal que deve ser validamente produzida conotações, podendo ser entendido em sentido objetivo,
para ao final do processo conduzir a culpabilidade do com relação à reprodução gráfica da pessoa, por meio de
indivíduo admitindo-se a aplicação das penas previamente fotografias, filmagens, desenhos, ou em sentido subjetivo,
cominadas. Entretanto, a presunção de inocência não significando o conjunto de qualidades cultivadas pela
afasta a possibilidade de medidas cautelares como as pessoa e reconhecidas como suas pelo grupo social”70.
prisões provisórias, busca e apreensão, quebra de sigilo O artigo também abrange a proteção ao domicílio,
como medidas de caráter excepcional cujos requisitos local no qual a pessoa deseja manter sua privacidade e
autorizadores devem estar previstos em lei”67. pode desenvolver sua personalidade; e à correspondência,
2. Ninguém poderá ser culpado por qualquer ação ou enviada ao seu lar unicamente para sua leitura e não de
omissão que, no momento, não constituíam delito perante terceiros, preservando-se sua privacidade.
o direito nacional ou internacional. Tampouco será
imposta pena mais forte do que aquela que, no momento
da prática, era aplicável ao ato delituoso. Artigo XIII
Evidencia-se o princípio da irretroatividade da lei penal 1. Toda pessoa tem direito à liberdade de locomoção
in pejus (para piorar a situação do acusado) pelo qual uma e residência dentro das fronteiras de cada Estado.
lei penal elaborada posteriormente não pode se aplicar a Não há limitações ao direito de locomoção dentro
atos praticados no passado - nem para um ato que não do próprio Estado, nem ao direito de residir. Vale lembrar
era considerado crime passar a ser, nem para que a pena que a legislação interna pode estabelecer casos em que
de um ato que era considerado crime seja aumentada. tal direito seja relativizado, por exemplo, obrigando um
Evidencia não só o respeito à liberdade, mas também - e funcionário público a residir no município em que está
principalmente - à segurança jurídica. sediado ou impedindo o ingresso numa área de interesse
estatal.
Artigo XII
São exceções à liberdade de locomoção: decisão
Ninguém será sujeito a interferências na sua
judicial que imponha pena privativa de liberdade ou
vida privada, na sua família, no seu lar ou na sua
limitação da liberdade, normas administrativas de controle
correspondência, nem a ataques à sua honra e
de vias e veículos, limitações para estrangeiros em certas
reputação. Toda pessoa tem direito à proteção da lei contra
regiões ou áreas de segurança nacional e qualquer situação
tais interferências ou ataques.
em que o direito à liberdade deva ceder aos interesses
A proteção aos direitos à privacidade e à personalidade
públicos71.
se enquadra na primeira dimensão de direitos fundamentais
no que tange à proteção à liberdade. Enfim, o exercício da 2. Toda pessoa tem o direito de deixar qualquer país,
liberdade lega-se também às limitações a este exercício: inclusive o próprio, e a este regressar.
de que adianta ser plenamente livre se a liberdade de A nacionalidade é um direito humano, assim como
um interfere na liberdade - e nos direitos inerentes a esta a liberdade de locomoção. Destaca-se que o artigo não
liberdade - do outro. menciona o direito de entrar em qualquer país, mas sim o
“O direito à intimidade representa relevante de deixá-lo.
manifestação dos direitos da personalidade e qualifica-
se como expressiva prerrogativa de ordem jurídica que Artigo XIV
consiste em reconhecer, em favor da pessoa, a existência 1.Toda pessoa, vítima de perseguição, tem o direito de
de um espaço indevassável destinado a protegê-la contra procurar e de gozar asilo em outros países.
indevidas interferências de terceiros na esfera de sua vida 2. Este direito não pode ser invocado em caso de
privada”68. perseguição legitimamente motivada por crimes de
Reforçando a conexão entre a privacidade e a intimidade, direito comum ou por atos contrários aos propósitos e
ao abordar a proteção da vida privada - que, em resumo, princípios das Nações Unidas.
é a privacidade da vida pessoal no âmbito do domicílio e O direito de asilo serve para proteger uma pessoa
de círculos de amigos -, Silva69 entende que “o segredo da perseguida por suas opiniões políticas, situação racial,
vida privada é condição de expansão da personalidade”, convicções religiosas ou outro motivo político em seu
mas não caracteriza os direitos de personalidade em si. “O país de origem, permitindo que ela requeira perante
direito à honra distancia-se levemente dos dois anteriores, a autoridade de outro Estado proteção. Claro, não se
podendo referir-se ao juízo positivo que a pessoa tem de protege aquele que praticou um crime comum em seu país
e fugiu para outro, caso em que deverá ser extraditado
67 BALERA, Wagner (Coord.). Comentários à Declaração Universal dos
Direitos do Homem. Brasília: Fortium, 2008. para responder pelo crime praticado.
68 MOTTA, Sylvio; BARCHET, Gustavo. Curso de direito constitucional. 70 MOTTA, Sylvio; BARCHET, Gustavo. Curso de direito constitucional.
Rio de Janeiro: Elsevier, 2007. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007.
69 SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitucional positivo. 25. ed. 71 BALERA, Wagner (Coord.). Comentários à Declaração Universal dos
São Paulo: Malheiros, 2006. Direitos do Homem. Brasília: Fortium, 2008.

96
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

O direito dos refugiados é o que envolve a garantia de As Nações Unidas73 descrevem sua participação no
asilo fora do território do qual é nacional por algum dos histórico do direito dos refugiados no mundo:
motivos especificados em normas de direitos humanos, “Desde a sua criação, a Organização das Nações Unidas
notadamente, perseguição por razões de raça, religião, tem dedicado os seus esforços à proteção dos refugiados no
nacionalidade, pertença a um grupo social determinado ou mundo. Em 1951, data em que foi criado o Alto Comissariado
convicções políticas. Diversos documentos internacionais das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), havia um
disciplinam a matéria, a exemplo da Declaração Universal milhão de refugiados sob a sua responsabilidade. Hoje
de 1948, Convenção de 1951 relativa ao Estatuto dos este número aumentou para 17,5 milhões, para além
Refugiados, Quarta Convenção de Genebra Relativa à dos 2,5 milhões assistidos pelo Organismo das Nações
Proteção das Pessoas Civis em Tempo de Guerra de 1949, Unidas das Obras Públicas e Socorro aos Refugiados da
Convenção relativa ao Estatuto dos Apátridas de 1954, Palestina, no Próximo Oriente (ANUATP), e ainda mais de
Convenção sobre a Redução da Apatridia de 1961 e 25 milhões de pessoas deslocadas internamente. Em 1951,
Declaração das Nações Unidas sobre a Concessão de Asilo a maioria dos refugiados eram Europeus. Hoje, a maior
Territorial de 1967. Não obstante, a constituição brasileira parte é proveniente da África e da Ásia. Atualmente, os
adota a concessão de asilo político como um de seus movimentos de refugiados assumem cada vez mais a forma
princípios nas relações internacionais (art. 4º, X, CF). de êxodos maciços, diferentemente das fugas individuais
“A prática de conceder asilo em terras estrangeiras do passado. Hoje, oitenta por cento dos refugiados são
a pessoas que estão fugindo de perseguição é uma das mulheres e crianças. Também as causas dos êxodos se
características mais antigas da civilização. Referências multiplicaram, incluindo agora as catástrofes naturais ou
a essa prática foram encontradas em textos escritos há ecológicas e a extrema pobreza. Daí que muitos dos atuais
3.500 anos, durante o florescimento dos antigos grandes refugiados não se enquadrem na definição da Convenção
impérios do Oriente Médio, como o Hitita, Babilônico, relativa ao Estatuto dos Refugiados. Esta Convenção refere-
Assírio e Egípcio antigo. se a vítimas de perseguição por razões de raça, religião,
Mais de três milênios depois, a proteção de refugiados nacionalidade, pertença a um grupo social determinado
ou convicções políticas. [...]
foi estabelecida como missão principal da agência de
refugiados da ONU, que foi constituída para assistir, entre
Existe uma relação evidente entre o problema dos
outros, os refugiados que esperavam para retornar aos
refugiados e a questão dos direitos humanos. As violações
seus países de origem no final da II Guerra Mundial.
dos direitos humanos constituem não só uma das principais
A Convenção de Refugiados de 1951, que estabeleceu
causas dos êxodos maciços, mas afastam também a opção
o ACNUR, determina que um refugiado é alguém que
do repatriamento voluntário enquanto se verificarem. As
‘temendo ser perseguida por motivos de raça, religião,
violações dos direitos das minorias e os conflitos étnicos
nacionalidade, grupo social ou opiniões políticas, se
encontram-se cada vez mais na origem quer dos êxodos
encontra fora do país de sua nacionalidade e que não pode maciços, quer das deslocações internas. [...]
ou, em virtude desse temor, não quer valer-se da proteção Na sua segunda sessão, no final de 1946, a Assembleia
desse país’. Geral criou a Organização Internacional para os Refugiados
Desde então, o ACNUR tem oferecido proteção (OIR), que assumiu as funções da Agência das Nações
e assistência para dezenas de milhões de refugiados, Unidas para a Assistência e a Reabilitação (ANUAR). Foi
encontrando soluções duradouras para muitos deles. Os investida no mandato temporário de registrar, proteger,
padrões da migração se tornaram cada vez mais complexos instalar e repatriar refugiados. [...] Cedo se tornou evidente
nos tempos modernos, envolvendo não apenas refugiados, que a responsabilidade pelos refugiados merecia um
mas também milhões de migrantes econômicos. Mas maior esforço da comunidade internacional, a desenvolver
refugiados e migrantes, mesmo que viajem da mesma sob os auspícios da própria Organização das Nações
forma com frequência, são fundamentalmente distintos, e Unidas. Assim, muito antes de terminar o mandato da
por esta razão são tratados de maneira muito diferente OIR, iniciaram-se as discussões sobre a criação de uma
perante o direito internacional moderno. organização que lhe pudesse suceder.
Migrantes, especialmente migrantes econômicos, O Alto Comissariado das Nações Unidas para os
decidem deslocar-se para melhorar as perspectivas Refugiados (ACNUR) Na sua Resolução 319 A (IV) de 3 de
para si mesmos e para suas famílias. Já os refugiados Dezembro de 1949, a Assembleia Geral decidiu criar o Alto
necessitam deslocar-se para salvar suas vidas ou preservar Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados. O
sua liberdade. Eles não possuem proteção de seu próprio Alto Comissariado foi instituído em 1 de Janeiro de 1951,
Estado e de fato muitas vezes é seu próprio governo que como órgão subsidiário da Assembleia Geral, com um
ameaça persegui-los. Se outros países não os aceitarem mandato inicial de três anos. Desde então, o mandato do
em seus territórios, e não os auxiliarem uma vez acolhidos, ACNUR tem sido renovado por períodos sucessivos de
poderão estar condenando estas pessoas à morte ou à cinco anos [...]”.
uma vida insuportável nas sombras, sem sustento e sem
direitos”72. 73 ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS - ONU. Direitos Humanos
e Refugiados. Ficha normativa nº 20. Disponível em: <http://www.gddc.pt/
72http://www.acnur.org/t3/portugues/a-quem-ajudamos/refugiados/ direitos-humanos/Ficha_Informativa_20.pdf >. Acesso em: 13 jun. 2013.

97
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Artigo XV Artigo XVIII


1. Toda pessoa tem direito a uma nacionalidade. Toda pessoa tem direito à liberdade de pensamento,
2. Ninguém será arbitrariamente privado de sua consciência e religião; este direito inclui a liberdade de mudar
nacionalidade, nem do direito de mudar de nacionalidade. de religião ou crença e a liberdade de manifestar essa religião ou
Nacionalidade é o vínculo jurídico-político que liga um crença, pelo ensino, pela prática, pelo culto e pela observância,
indivíduo a determinado Estado, fazendo com que ele passe a isolada ou coletivamente, em público ou em particular.
integrar o povo daquele Estado, desfrutando assim de direitos Silva76 aponta que a liberdade de pensamento, que também
e obrigações. Não é aceita a figura do apátrida ou heimatlos, o pode ser chamada de liberdade de opinião, é considerada pela
indivíduo que não possui nenhuma nacionalidade. doutrina como a liberdade primária, eis que é ponto de partida de
É possível mudar de nacionalidade nas situações todas as outras, e deve ser entendida como a liberdade da pessoa
previstas em lei, naturalizando-se como nacional de outro adotar determinada atitude intelectual ou não, de tomar a opinião
Estado que não aquele do qual originalmente era nacional. pública que crê verdadeira. Tal opinião pública se refere a diversos
Geralmente, a permanência no território do pais por um aspectos, entre eles religião e crença. A liberdade de religião
longo período de tempo dá direito à naturalização, abrindo atrela-se à liberdade de consciência e à liberdade de pensamento,
mão da nacionalidade anterior para incorporar a nova. mas o inverso não ocorre, porque é possível existir liberdade de
pensamento e consciência desvinculada de cunho religioso. Aliás,
Artigo XVI a liberdade de consciência também concretiza a liberdade de ter
1. Os homens e mulheres de maior idade, sem qualquer ou não ter religião, ter ou não ter opinião político-partidária ou
restrição de raça, nacionalidade ou religião, têm o direito de qualquer outra manifestação positiva ou negativa da consciência77.
contrair matrimônio e fundar uma família. Gozam de iguais No que tange à exteriorização da liberdade de religião,
direitos em relação ao casamento, sua duração e sua dissolução. ou seja, à liberdade de expressão religiosa, não é devida
2. O casamento não será válido senão com o livre e nenhuma perseguição, assim como é garantido o direito de
pleno consentimento dos nubentes. praticá-la em grupo ou individualmente.
O casamento, como todas as instituições sociais, varia com
o tempo e os povos, que evoluem e adquirem novas culturas.
Artigo XIX
Há quem o defina como um ato, outros como um contato.
Toda pessoa tem direito à liberdade de opinião e
Basicamente, casamento é a união, devidamente formalizada
expressão; este direito inclui a liberdade de, sem interferência,
conforme a lei, com a finalidade de construir família. A principal
ter opiniões e de procurar, receber e transmitir informações e
finalidade do casamento é estabelecer a comunhão plena de
ideias por quaisquer meios e independentemente de fronteiras.
vida, impulsionada pelo amor e afeição existente entre o casal
Silva78 entende que a liberdade de expressão pode ser vista
e baseada na igualdade de direitos e deveres dos cônjuges e
sob diversos enfoques, como o da liberdade de comunicação,
na mútua assistência.74 Não é aceitável o casamento que se
ou liberdade de informação, que consiste em um conjunto
estabeleça à força para algum dos nubentes, sendo exigido o
livre e pleno consentimento de ambos. Não obstante, é coerente de direitos, formas, processos e veículos que viabilizam a
que a lei traga limitações como a idade, pois o casamento é uma coordenação livre da criação, expressão e difusão da informação
instituição séria, base da família, e somente a maturidade pode e do pensamento. Contudo, o a manifestação do pensamento
permitir compreender tal importância. não pode ocorrer de forma ilimitada, devendo se pautar na
verdade e no respeito dos direitos à honra, à intimidade e à
Artigo XVII imagem dos demais membros da sociedade.
1. Toda pessoa tem direito à propriedade, só ou em
sociedade com outros. Artigo XX
2. Ninguém será arbitrariamente privado de sua 1. Toda pessoa tem direito à liberdade de reunião e
propriedade. associação pacíficas.
“Toda pessoa [...] tem direito à propriedade, podendo O direito de reunião pode ser exercido independentemente
o ordenamento jurídico estabelecer suas modalidades de de autorização estatal, mas deve se dar de maneira pacífica,
aquisição, perda, uso e limites. O direito de propriedade, por exemplo, sem utilização de armas.
constitucionalmente assegurado, garante que dela 2. Ninguém pode ser obrigado a fazer parte de uma associação.
ninguém poderá ser privado arbitrariamente [...]”75. O direito Por sua vez, “a liberdade de associação para fins
à propriedade se insere na primeira dimensão de direitos lícitos, vedada a de caráter paramilitar, é plena. Portanto,
humanos, garantindo que cada qual tenha bens materiais ninguém poderá ser compelido a associar-se e, uma vez
justamente adquiridos, respeitada a função social. associado, será livre, também, para decidir se permanece
associado ou não”79.
76 SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitucional positivo. 25. ed.
São Paulo: Malheiros, 2006.
74 GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito civil brasileiro. 6. ed. São 77 BALERA, Wagner (Coord.). Comentários à Declaração Universal dos
Paulo: Saraiva, 2009. v. 6 Direitos do Homem. Brasília: Fortium, 2008
75 MORAES, Alexandre de. Direitos humanos fundamentais: teoria geral, 78 SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitucional positivo. 25. ed.
comentários aos artigos 1º a 5º da Constituição da República Federativa do São Paulo: Malheiros, 2006.
Brasil, doutrina e jurisprudência. São Paulo: Atlas, 1997. 79 LENZA, Pedro. Curso de direito constitucional esquematizado. 15. ed.

98
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Artigo XXI diminuindo desigualdades). Entre outros direitos, envolvem


1. Toda pessoa tem o direito de tomar parte no o trabalho, a educação, a saúde, a alimentação, a moradia,
governo de seu país, diretamente ou por intermédio de o lazer, etc. Como são inúmeras as áreas que necessitam de
representantes livremente escolhidos. investimento estatal, naturalmente o atendimento a estes
2. Toda pessoa tem igual direito de acesso ao serviço direitos se dá de maneira gradual.
público do seu país.
3. A vontade do povo será a base da autoridade do Artigo XXIII
governo; esta vontade será expressa em eleições periódicas 1. Toda pessoa tem direito ao trabalho, à livre escolha
e legítimas, por sufrágio universal, por voto secreto ou de emprego, a condições justas e favoráveis de trabalho
processo equivalente que assegure a liberdade de voto. e à proteção contra o desemprego.
“Na sociedade moderna, nascida de transformações 2. Toda pessoa, sem qualquer distinção, tem direito a
que culminaram na Revolução Francesa, o indivíduo é visto igual remuneração por igual trabalho.
como homem (pessoa privada) e como cidadão (pessoa 3. Toda pessoa que trabalhe tem direito a uma
pública). O termo cidadão designava originalmente o remuneração justa e satisfatória, que lhe assegure,
habitante da cidade. Com a consolidação da sociedade assim como à sua família, uma existência compatível com a
burguesa, passa a indicar a ação política e a participação dignidade humana, e a que se acrescentarão, se necessário,
do sujeito na vida da sociedade”80. outros meios de proteção social.
Democracia (do grego, demo+kratos) é um regime de 4. Toda pessoa tem direito a organizar sindicatos e
governo em que o poder de tomar decisões políticas está com neles ingressar para proteção de seus interesses.
os cidadãos, de forma direta (quando um cidadão se reúne O trabalho é um instrumento fundamental para assegurar
com os demais e, juntos, eles tomam a decisão política) ou a todos uma existência digna: de um lado por proporcionar a
indireta (quando ao cidadão é dado o poder de eleger um remuneração com a qual a pessoa adquirirá bens materiais para
representante). Uma democracia pode existir num sistema sua subsistência, de outro por gerar por si só o sentimento de
presidencialista ou parlamentarista, republicano ou monárquico importância para a sociedade por parte daquele que faz algo útil nela.
- somente importa que seja dado aos cidadãos o poder de No entanto, a geração de empregos não se dá automaticamente,
tomar decisões políticas (por si só ou por seu representante cabendo aos Estados desenvolverem políticas econômicas para
eleito), nos termos que este artigo da Declaração prevê. A diminuir os índices de desemprego o máximo possível.
principal classificação das democracias é a que distingue a A remuneração é a retribuição financeira pelo trabalho
direta da indireta - a) direta, também chamada de pura, na qual realizado. Nesta esfera também é necessário o respeito ao
o cidadão expressa sua vontade por voto direto e individual princípio da igualdade, por não ser justo que uma pessoa que
em casa questão relevante; b) indireta, também chamada desempenhe as mesmas funções que a outra receba menos
representativa, em que os cidadãos exercem individualmente por um fator externo, característico dela, como sexo ou raça.
o direito de voto para escolher representante(s) e aquele(s) que No âmbito do serviço público é mais fácil controlar tal aspecto,
for(em) mais escolhido(s) representa(m) todos os eleitores. mas são inúmeras as empresas privadas que pagam menor
Não obstante, se introduz a dimensão do Estado Social, salário a mulheres e que não chegam a ser levadas à justiça
de forma que ao cidadão é garantida a prestação de serviços por isso. Não obstante, a remuneração deve ser suficiente
públicos. Isto se insere na segunda dimensão de direitos para proporcionar uma existência digna, com o necessário
humanos, referentes aos direitos econômicos, sociais e para manter assegurados ao menos minimamente todos os
culturais - sem os quais não se consolida a igualdade material. direitos humanos previstos na Declaração.
Os sindicatos são bastante comuns na seara trabalhista
Artigo XXII e, como visto, a todos é garantida a liberdade de associação,
Toda pessoa, como membro da sociedade, tem direito à não podendo ninguém ser impedido ou forçado a ingressar
segurança social e à realização, pelo esforço nacional, pela ou sair de um sindicato.
cooperação internacional e de acordo com a organização
e recursos de cada Estado, dos direitos econômicos, Artigo XXIV
sociais e culturais indispensáveis à sua dignidade e ao livre Toda pessoa tem direito a repouso e lazer, inclusive
desenvolvimento da sua personalidade. a limitação razoável das horas de trabalho e férias
Direitos econômicos, sociais e culturais compõem periódicas remuneradas.
a segunda dimensão de direitos fundamentais. O Pacto Por mais que o trabalho seja um direito humano, nem
internacional de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais de somente dele é feita a vida de uma pessoa. Desta forma,
1966 é o documento que especifica e descreve tais direitos. assegura-se horários livres para que a pessoa desfrute
de uma maneira geral, são direitos que não dependem de momentos de lazer e descanso, bem como impede-
puramente do indivíduo para a implementação, exigindo se a fixação de uma jornada de trabalho muito exaustiva.
prestações positivas estatais, geralmente externadas por São medidas que asseguram isto a previsão de descanso
políticas públicas (escolhas políticas a respeito de áreas semanal remunerado, a limitação do horário de trabalho,
que necessitam de investimento maior ou menos para a concessão de férias remuneradas anuais, entre outras.
proporcionar um bom índice de desenvolvimento social, Quanto aos artigos XXIII e XXIV, tem-se que é fornecido
São Paulo: Saraiva, 2011. “[...] um conjunto mínimo de direitos dos trabalhadores.
80 SCHLESENER, Anita Helena. Cidadania e política. In: CARDI, De forma geral, os dispositivos em comento versam sobre
Cassiano; et. al. Para filosofar. São Paulo: Scipione, 2000.

99
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

o direito ao trabalho, principal meio de sobrevivência 3. Os pais têm prioridade de direito na escolha do
dos indivíduos que ‘vendem’ força de trabalho em troca gênero de instrução que será ministrada a seus filhos.
de uma remuneração justa. Ademais, estabelecem a A Declaração Universal de 1948 divide a disponibilidade
liberdade do cidadão de escolher o trabalho e, uma vez e a obrigatoriedade da educação em níveis. Aquela educação
obtido o emprego, o direito de nele encontrar condições que é considerada essencial, qual seja, a elementar, deve
justas, tanto no tocante à remuneração, como no que ser gratuita e obrigatória. Já a educação fundamental, de
diz respeito ao limite de horas trabalhadas e períodos grande importância, deve ser gratuita, mas não é obrigatória.
de repouso (disposição constante do artigo XXIV da Esta nomenclatura adotada pela Declaração equipara-se
Declaração). Garantem ainda o direito dos trabalhadores ao ensino fundamental e ao ensino médio no Brasil, sendo
de se unirem em associação, com o objetivo de defesa de elementar o primeiro e fundamental o segundo. A educação
seus interesses”81. técnico-profissional refere-se às escolas voltadas ao ensino
de algum ofício, não complexo a ponto de exigir formação
Artigo XXV superior e, justamente por isso, possuem menor duração
1. Toda pessoa tem direito a um padrão de vida capaz e menor custo; ao passo que a educação superior é a que
de assegurar a si e a sua família saúde e bem estar, inclusive se dá no âmbito das universidades, formando profissionais
alimentação, vestuário, habitação, cuidados médicos e os de maior especialidade numa área profissional, com amplo
serviços sociais indispensáveis, e direito à segurança em caso conhecimento, razão pela qual dura mais tempo e é mais
de desemprego, doença, invalidez, viuvez, velhice ou outros onerosa. As duas últimas são de maior custo e não podem ser
casos de perda dos meios de subsistência fora de seu controle.     instituídas de tal forma que sejam garantidas vagas para todas
O ideal é que todas as pessoas possuam um padrão as pessoas em sociedade, entretanto, exige-se um critério
de vida suficiente para garantir sua dignidade em todas justo para a seleção dos ingressos, o qual seja baseado no
as esferas: alimentação, vestuário, moradia, saúde, etc. mérito (os mais capacitados conseguirão as vagas de ensino
Bem se sabe que é um objetivo constante do Estado técnico-profissional e superior).
Democrático de Direito proporcionar que pessoas Ainda, a Declaração de 1948 deixa clara que a
educação não envolve apenas o aprendizado do conteúdo
cheguem o mais próximo possível - e cada vez mais - desta
programático das matérias comuns como matemática,
circunstância.
português, história e geografia, mas também a
Fala-se em segurança no sentido de segurança
compreensão de abordagens sobre assuntos que possam
pública, de dever do Estado de preservar a ordem pública
contribuir para a formação da personalidade da pessoa
e a incolumidade das pessoas e do patrimônio público e
humana e conscientizá-la de seu papel social.
privado82. Neste conceito enquadra-se a seguridade social,
Não obstante, da parte final da Declaração extrai-se
na qual o Estado, custeado pela coletividade e pelos cofres
a consciência de que a educação não é apenas a formal,
públicos, garante a manutenção financeira dos que por
aprendida nos estabelecimentos de ensino, mas também
algum motivo não possuem condição de trabalhar. a informal, transmitida no ambiente familiar e nas demais
2. A maternidade e a infância têm direito a cuidados áreas de contato da pessoa, como igreja, clubes e,
e assistência especiais. Todas as crianças nascidas dentro ou notadamente, a residência. Por isso, os pais têm um papel
fora do matrimônio, gozarão da mesma proteção social. direto na escolha dos meios de educação de seus filhos.
A proteção da maternidade tem sentido porque sem
isto o mundo não continua. É preciso que as crianças sejam Artigo XXVII
protegidas com atenção especial para que se tornem 1. Toda pessoa tem o direito de participar livremente
adultos capazes de proporcionar uma melhora no planeta. da vida cultural da comunidade, de fruir as artes e de
participar do processo científico e de seus benefícios.
Artigo XXVI 2. Toda pessoa tem direito à proteção dos interesses
1. Toda pessoa tem direito à instrução. A instrução será morais e materiais decorrentes de qualquer produção
gratuita, pelo menos nos graus elementares e fundamentais. científica, literária ou artística da qual seja autor.
A instrução elementar será obrigatória. A instrução técnico- Os conflitos que se dão entre a liberdade e a propriedade
profissional será acessível a todos, bem como a instrução intelectual se evidenciam, principalmente, sob o aspecto da
superior, esta baseada no mérito. liberdade de expressão, na esfera específica da liberdade
2. A instrução será orientada no sentido do pleno de comunicação ou informação, que, nos dizeres de Silva83,
desenvolvimento da personalidade humana e do “compreende a liberdade de informar e a liberdade de
fortalecimento do respeito pelos direitos humanos e ser informado”. Sob o enfoque do direito à liberdade e do
pelas liberdades fundamentais. A instrução promoverá a direito de acesso à cultura, seria livre a divulgação de toda
compreensão, a tolerância e a amizade entre todas as nações e qualquer informação e o acesso aos dados disponíveis,
e grupos raciais ou religiosos, e coadjuvará as atividades das independentemente da fonte ou da autoria. De outro lado,
Nações Unidas em prol da manutenção da paz. há o direito de propriedade intelectual, o qual possui um
81 BALERA, Wagner (Coord.). Comentários à Declaração Universal dos caráter dualista: moral, que nunca prescreve porque o autor
Direitos do Homem. Brasília: Fortium, 2008. de uma obra nunca deixará de ser considerado como tal, e
82 LENZA, Pedro. Curso de direito constitucional esquematizado. 15. ed. 83 SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitucional positivo. 25. ed.
São Paulo: Saraiva, 2011. São Paulo: Malheiros, 2006.

100
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

patrimonial, que prescreve, perdendo o autor o direito de “A colidência entre os direitos afirmados na Declaração
explorar benefícios econômicos de sua obra84. Cada vez mais é natural. Busca-se com o presente artigo evitar que,
esta dualidade entre direitos se encontra em conflito, uma no eventual choque entre duas normas garantistas, os
vez que a evolução tecnológica trouxe meios para a cópia em sujeitos nela mencionados se valham de uma interpretação
massa de conteúdos protegidos pela propriedade intelectual. tendente a infirmar qualquer das disposições da Declaração
ao argumento de que estão respeitando um direito em
Artigo XVIII detrimento de outro”87.
Toda pessoa tem direito a uma ordem social e Nenhum direito humano é ilimitado: se o fossem, seria
internacional em que os direitos e liberdades estabelecidos impossível garantir um sistema no qual todas as pessoas
na presente Declaração possam ser plenamente realizados. tivessem tais direitos plenamente respeitados, afinal, estes
Como já destacado, o sistema de proteção dos direitos necessariamente colidiriam com os direitos das outras
humanos tem caráter global e cada Estado que assumiu pessoas, os quais teriam que ser violados. Este é um dos
compromisso perante a ONU ao integrá-la deve garantir o sentidos do princípio da relatividade dos direitos humanos - os
respeito a estes direitos no âmbito de seu território. Com isso, direitos humanos não podem ser utilizados como um escudo
a pessoa estará numa ordem social e internacional na qual para práticas ilícitas ou como argumento para afastamento
seus direitos humanos sejam assegurados, preservando-se sua ou diminuição da responsabilidade por atos ilícitos, assim
dignidade. Em outras palavras, “devidamente emparelhadas, os direitos humanos não são ilimitados e encontram seus
portanto, a ordem social e a ordem internacional se manifestam, limites nos demais direitos igualmente consagrados como
a seu modo, como as duas faces das instituições humanitárias, humanos. Isto vale tanto para os indivíduos, numa atitude
tanto estatais quanto particulares, orientando seus passos a perante os demais, quanto para os Estados, ao externar o
serviço da comunidade humana”85. compromisso global assumido perante a ONU.

Artigo XXIX EXERCÍCIOS


1. Toda pessoa tem deveres para com a comunidade,
em que o livre e pleno desenvolvimento de sua personalidade 1) Sobre a propriedade, na Constituição Federal, é
correto afirmar que:
é possível.
a) A propriedade particular, em nenhuma hipótese
2. No exercício de seus direitos e liberdades, toda
poderá ser usada pelo Poder Público, uma vez, que é
pessoa estará sujeita apenas às limitações determinadas
assegurado ao proprietário o direito de privacidade.
pela lei, exclusivamente com o fim de assegurar o devido
b) Poderá, em alguns casos, ser desapropriada por
reconhecimento e respeito dos direitos e liberdades de outrem
necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social.
e de satisfazer às justas exigências da moral, da ordem
c) Deverá atender a sua função judicial, estabelecida
pública e do bem-estar de uma sociedade democrática.
por órgão competente.
3. Esses direitos e liberdades não podem, em hipótese d) A propriedade rural, em qualquer tempo, poderá ser penhorada
alguma, ser exercidos contrariamente aos propósitos e como pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva,
princípios das Nações Unidas. visando o não inadimplemento de seu proprietário.
Explica Canotilho86 que “a ideia de deveres fundamentais
é suscetível de ser entendida como o ‘outro lado’ dos direitos 2) A República Federativa do Brasil não tem como
fundamentais. Como ao titular de um direito fundamental fundamento:
corresponde um dever por parte de um outro titular, poder-se- a) soberania.
ia dizer que o particular está vinculado aos direitos fundamentais b) o pluralismo político.
como destinatário de um dever fundamental. Neste sentido, um c) cidadania.
direito fundamental, enquanto protegido, pressuporia um dever d) garantia do desenvolvimento nacional.
correspondente”. Esta é a ideia que a Declaração de 1948 busca
trazer: não será assegurada nenhuma liberdade que contrarie a 3) O princípio da igualdade estabelecido no art. 5°
lei ou os demais direitos de outras pessoas, isto é, os preceitos da Constituição Federal, traz garantias aos brasileiros e
universais consagrados pelas Nações Unidas. estrangeiros residentes no Brasil, não sendo uma delas:
a) dignidade da pessoa humana.
Artigo XXX b) liberdade.
Nenhuma disposição da presente Declaração pode ser c) propriedade.
interpretada como o reconhecimento a qualquer Estado, d) inviolabilidade do direito a vida.
grupo ou pessoa, do direito de exercer qualquer atividade
ou praticar qualquer ato destinado à destruição de 4) Entre os direitos e deveres invioláveis não se
quaisquer dos direitos e liberdades aqui estabelecidos. encontra:
a) a intimidade e a vida privada.
84 PAESANI, Liliana Minardi. Direito e Internet: liberdade de informação,
privacidade e responsabilidade civil. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2006. b) a imagem das pessoas.
85 BALERA, Wagner (Coord.). Comentários à Declaração Universal dos c) a casa do indivíduo, no caso de flagrante delito.
Direitos do Homem. Brasília: Fortium, 2008. d) a liberdade de consciência e de crença.
86 CANOTILHO, José Joaquim Gomes. Direito constitucional e teoria da 87 BALERA, Wagner (Coord.). Comentários à Declaração Universal dos
constituição. 2. ed. Coimbra: Almedina, 1998. Direitos do Homem. Brasília: Fortium, 2008.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

5) Assinale a alternativa incorreta. As penas não GABARITO


poderão ser:
a) de caráter perpétuo. 1) B Comentário: Uma vez que a Constituição em
b) de banimento. seu art. 5°, XXIV, estabelece ser possível a desapropriação
c) de perda de bens e valores. por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse
d) cruéis. social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro,
ressalvados os casos previstos na Constituição.
6) Assinale a alternativa falsa com relação aos direitos
e deveres individuais e coletivos. 2) D Comentário: Uma vez que a garantia do
a) Ninguém poderá ser submetido a tortura, mesmo se desenvolvimento nacional, configura um dos objetivos
soldados de exércitos rivais, em casos de guerra declarada. fundamentais da República e não um de seus fundamentos.
b) A manifestação do pensamento é livre, desde que (Art. 3°, II, da CF)
não aja a pessoa no anonimato.
c) Cabe censura, dos órgãos competentes, a 3) A Comentário: A dignidade da pessoa humana
expressão da atividade intelectual, artística, científica e de configura um dos fundamentos da República Federativa
comunicação, para que não ocorram em desacordo com do Brasil e não como garantia entre os brasileiros e
os princípios e garantias estabelecidos nessa Constituição. estrangeiros residentes no Brasil, segundo o princípio da
d) Somente em virtude de lei, uma pessoa poderá ser igualdade. (Art. 1°, III, da CF)
obrigada a fazer ou deixar de fazer alguma coisa.
4) C Comentário: A casa é asilo inviolável do indivíduo,
7) Dentre os princípios que regem as relações porém em caso de flagrante delito, desastre, prestação de
internacionais da República Federativa, não se encontra: socorro, ou se durante o dia, por determinação judicial,
a) promover o bem de todos, sem preconceitos de poderá ser violável.
origem, raça, sexo, cor e qualquer forma de discriminação;
b) independência nacional; 5) C Comentário: Sendo que caracteriza um tipo de
c) defesa da paz; pena restritiva de direito, admitida em lei, no art. 43, II, do
d) concessão de asilo político. Código Penal.

8) A individualização da pena será regulamentada por 6) C Comentário: A expressão de atividade


lei. E dentre as penas admissíveis, não figura: intelectual, artística, científica e de comunicação é livre,
a) multa. independentemente de censura ou licença. (Art.5°, IX, da CF)
b) privação ou restrição de liberdade.
c) de trabalhos forçados. 7) A Comentário: Sendo que promover o bem de
d) prestação social alternativa. todos, sem preconceitos e discriminações é um objetivo
fundamental da República e não princípio que rege as
9) Assinale dentre as afirmativas expostas, a sentença relações internacionais. (Art.3°, IV, da CF)
verdadeira em relação dos direitos e deveres individuais e coletivos:
a) o exercício de qualquer trabalho ou profissão, deverá 8) C Comentário: Já que é inadmissível a pena de
ser estabelecido por lei a cada cidadão, independentemente trabalhos forçados, como estabelece o art. 5°, XLVII, c, da CF.
da qualificação profissional que possuir.
b) é garantido a todos o acesso à informação, sendo 9) D Comentário: É plenamente permitido em tempos
sempre sua fonte pública a todos, uma vez que no art. 5° de paz a locomoção no território nacional, como expões o
é vedado o anonimato. art. 5°, XV, da CF, sendo todas as outras alternativas erradas.
c) é plena a liberdade de associações para fins lícitos
e paramilitares. 10) B Comentário: Nenhuma das alternativas é falsa,
d) é livre a locomoção em tempo de paz, no território segundo o art. 5° LXXIII, LXXIV e LXVII.
nacional, permitindo a todos entrarem, saírem ou LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor
permanecerem nele com seus bens. ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público
ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade
10) Assinale a alternativa correta: administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e
I- Qualquer cidadão é parte legítima para propor ação cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de
popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público custas judiciais e do ônus da sucumbência;
II- O Estado prestará assistência judiciária gratuita aos LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral
que comprovarem insuficiência de recursos. e gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos;
III- São gratuitas as ações de habeas corpus e habeas data. LXXVII - são gratuitas as ações de “habeas-corpus” e
a) Todas alternativas são falsas. “habeas-data”, e, na forma da lei, os atos necessários ao
b) Nenhuma alternativa é falsa. exercício da cidadania.
c) As alternativas II e III são falsas.
d) As alternativas I e III são falsas. FONTE: http://www.direitonet.com.br/testes/
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