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O menino que queria ser soldado

1903
O meu nome é Wilhelm Günther Hartmann Ludwig
Ritter von Falkenberg, nasci a 6 de setembro de
1892 em Berlim, no palácio do kaiser. Atualmente
vivo em Munich com as minhas irmãs Ritta, e Anne
e o meu irmão mais novo Frederico.
Vivemos uma vida feliz e fácil, por sermos uma
família de generais próximos ao kaiser. Por isso eu
tenho um sonho, o de ser o melhor general do
império. O meu pai já é um dos melhores generais
da Alemanha, Leopold von Falkenberg, ele até se
sentou ao lado de Bismark. Ah! Bismark, ele era
muito meu amigo até ele morrer 5 anos atras em
1898 foi triste, mas eu prometi-lhe que iria ocupar
um lugar próximo do dele. Mas se quiser ser soldado
tenho de me apressar, pois eu ouvi o meu pai a falar
com um senhor que a aliança que o meu pais fizera
em 1882 poderia entrar em guerra brevemente, e isso
até que é preocupante. E como seria uma guerra. Só
sei histórias do meu avô de como ele perdeu o olho
na guerra Franco-Prussiana, e de resto não me
lembro de mais nada.
1915, 2ª batalha de Champagne, França
Ah! Pequeno Wilhelm não sabes do que falas a
guerra é um lugar perigoso e paranoico não traz nada
de bom. Veres teus camaradas a morrer, tiros por
todo o lado, escassez de comida, uma completa luta
pela sobrevivência. Vamos conquistar aquele forte,
camaradas, vamos!…
1914, Centro de recrutamento de soldados, Berlim
Finalmente o meu pai permitiu que eu entrasse no
exército do kaiser, e apos passar em todos os testes
estou aqui para ser admitido oficialmente e receber a
minha luger (arma alemã usada na 1ª guerra
mundial), espingarda e uniforme. Neste meio tempo
que esperava apaixonei-me por uma rapariga,
Annemarie von Konigsberg. Ela é uma rapariga
linda e magnifica a pele branca e suave traz-me
felicidade, a sua voz doce e encantadora espanta-me,
os seus olhos azuis claros lembram-me o céu azul,
ela é a melhor pessoa que já conheci. Fui enviado,
mais tarde, para treino, no quartel general de
Munich, lá treinamos estratégias de guerra de ponta
e uma possível invasão à França. Continuei como o
melhor soldado e subi de soldat(soldado) para
oberschütze (soldado de 1ª classe)
“A catástrofe de Sarajevo. Assassinato do Arquiduque Franz
Ferdinand e da Duquesa de Hohenberg. Com bomba e
escurecimento. O herdeiro ao trono e a sua esposa assassinados
Dois assassinatos. O primeiro escapou, o segundo sucumbiu.
Os assassinos presos. Sugerido sangrentamente à multidão
indignada. O regresso dos imperadores” (“Kronen Zeitung- 28
de junho de 1914”).
Com isso a Áustria-Hungria declarou guerra à
Sérvia, e pelos meus conhecimentos a Rússia tinha
um tratado de defesa com a Sérvia, portanto
declarou guerra á Áustria-Hungria, e por essa ordem
a Alemanha seria a seguir. Foi chamado no dia 1 de
agosto ao quartel general, sendo convocado para 14ª
Division der Jägerbrigade (divisão da brigada de
caçadores). A missão inicial era para dar suporte na
Galícia, mas em vez disso fomos enviados para a
Bélgica, porquê? Bem continuando, fomos enviados
para dar suporte em Liège para se dar início ao plano
Schlieffen. A partir da fronteira com a Bélgica, a
Alemanha tinha planeado avançar ao longo do
Meuse e do Sambre em direção à França.
A 3 de Agosto, em resposta à invasão do território
belga pela Alemanha, a Grã-Bretanha fez um
ultimato à Alemanha para que esta retirasse da
Bélgica, mas era de esperar que nós, os alemães não
nos retirássemos e em consequência das alianças
militares existentes entre a Grã-Bretanha, a Bélgica
e a França, a Grã-Bretanha entrou na guerra.
Após a invasão de Liège segui-mos em direção a
Namur para derrotarmos a Bélgica antes dos
reforços bretões. Em Namur fomos também
vitoriosos e segui-mos assim por entre a Antuérpia e
Bruxelas e quando esta última caiu reparamos que
estavam em retirada e só nos vínhamos a encontrar
em Yser onde não conseguimos avançar mais. O
nosso foco era a França avançamos por Lens, Vimy,
Cambrai, La Cateau e St Quentin em direção á Paris,
mas fomos parados em Soissons. Depois que
montaram a defessa aí, enviaram-me para o Marne e
fiquei aí até o final da batalha. Mais tarde fui
enviado para Arras e mais tarde Ypres. E lá para o
final de dezembro (20 de dezembro) para
Champagne. Lá descobri o que era uma trincheira, e
como era a vida nela. Uma completa luta pela
sobrevivência, um chão lamacento e difícil de
caminhar, cheio de ratos tiros por todos os lados era
uma completa destruição, um completo caos.
24 de dezembro de 1914, era véspera do natal
chamei os meus camaradas e montamos uma arvore
de natal e cantamos á volta dela o “Stille Nacht”
Do outro lado percebi que estavam a cantar a mesma
melodia. O silencio, ouvindo apenas os disparos de
canhões das outras noites nas trincheiras agora tinha
sido preenchido pela nossa cantoria. Foi belo, e
provou que nos não eramos apenas máquinas de
guerra, mas sim humanos.
25 de dezembro de 1914, trincheira em Champagne
Estava a dormir ate ouvir um dos meus camaradas a
dizer que um soldado estava a caminho, levantei-me
e peguei no meu rifle. Quando mirei nele vi que
estava desarmado e pedi a todos para baixar as
armas, decidi que sairia também e fui encontrar-me
com ele. Introduziu-se como Jim, falou da sua
mulher Rose e onde muravam e como era a vida nos
subúrbios de Londres. Viramos amigos, diria até
para toda a vida.

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