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Fisiopatologia da Insuficiência Respiratória

A fisiopatologia da insuficiência respiratória tipo 1 e tipo 2 é diferente, mas ambas envolvem


uma falha na troca gasosa entre o ar e o sangue nos pulmões.
Eis as principais características de cada tipo:
A insuficiência respiratória tipo 1 é caracterizada por uma baixa concentração de oxigênio no
sangue arterial (hipoxemia), sem aumento da concentração de dióxido de carbono
(hipercapnia). Isso significa que há um desequilíbrio entre a oferta e a demanda de oxigênio
nos tecidos do corpo. As causas mais comuns de insuficiência respiratória tipo 1 são as
doenças que afetam o tecido pulmonar, como pneumonia, edema pulmonar, fibrose pulmonar
ou síndrome da angústia respiratória aguda1. Essas doenças reduzem a capacidade dos
pulmões de absorver oxigênio do ar, criando um gradiente de pressão entre os alvéolos e os
capilares pulmonares. Esse gradiente impede a difusão eficiente do oxigênio para o sangue e
aumenta o espaço morto alveolar, que é a parte dos pulmões que não participa da troca
gasosa. Outra causa possível de insuficiência respiratória tipo 1 é a embolia pulmonar, que é
o bloqueio de uma artéria pulmonar por um coágulo de sangue. Nesse caso, o problema não
está na absorção do oxigênio, mas na perfusão do sangue nos pulmões. A embolia pulmonar
diminui o fluxo sanguíneo para uma parte dos pulmões, impedindo que o oxigênio chegue ao
sangue e criando um shunt intrapulmonar, que é a mistura de sangue venoso e arterial nos
pulmões.
A insuficiência respiratória tipo 2 é caracterizada por uma baixa concentração de oxigênio no
sangue arterial (hipoxemia) e um aumento da concentração de dióxido de carbono
(hipercapnia). Isso significa que há uma falha na ventilação alveolar, ou seja, na eliminação
do dióxido de carbono produzido pelo metabolismo celular. As causas mais comuns de
insuficiência respiratória tipo 2 são as doenças que afetam as vias aéreas, como a doença
pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), a asma ou a bronquite crônica1. Essas doenças causam
uma obstrução parcial ou total das vias aéreas, dificultando a saída do ar dos pulmões e
aumentando a resistência das vias aéreas. Isso leva a uma hipoventilação alveolar, que é a
diminuição do volume de ar que entra e sai dos pulmões por minuto. A hipoventilação
alveolar reduz a eliminação do dióxido de carbono e aumenta a sua concentração no sangue,
causando acidose respiratória. A hipoventilação alveolar também reduz a oferta de oxigênio
para os tecidos, causando hipoxemia. Outras causas possíveis de insuficiência respiratória
tipo 2 são as doenças que afetam os músculos respiratórios, como a atrofia muscular espinhal,
a miastenia gravis ou a esclerose lateral amiotrófica2. Essas doenças enfraquecem os
músculos que controlam a respiração, diminuindo a força e a eficácia dos movimentos
respiratórios. Isso leva a uma diminuição da ventilação alveolar e a uma retenção de dióxido
de carbono e a uma diminuição de oxigênio no sangue.

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