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LIDERANÇA CRISTÃ1 - SER UM LÍDER SEGUNDO O CORAÇÃO DE DEUS
Existem inúmeras teorias a respeito dos estilos e funções de liderança, tal qual o
número de materiais publicados nesta área. Mesmo assim, prevalecem a insegurança e a
dúvida sobre qual o melhor modelo a ser seguido diante da imensidão de métodos e
teorias.
Definitivamente, responder a estes questionamentos não é uma tarefa simples.
Mas, o que propomos nesta capacitação é um resgate do modelo de liderança de Jesus
como referência principal para a liderança cristã. Mannoia afirma que:
Todo cristão e toda organização cristã são chamados para exercer um papel de
liderança em alguma esfera. Seja de forma individual, seja de forma coletiva, o
objetivo do cristianismo é produzir um impacto no mundo pela causa de Cristo. (2009,
p.18)
3) Ferramentas de liderança;
4) Gestão do voluntariado.
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Este material foi produzido por:
Ann Elaine Croswaite Borquist; Bruce Robert Borquist; Elcimar Fernandes de Oliveira. Brasília, 2017.
Fica autorizada a reprodução do texto e ilustrações, no todo ou em parte, desde que se não altere o sentido, bem como
seja citada a fonte.
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UNIDADE 1 - O PERFIL DO LÍDER CRISTÃO: LÍDER SERVO
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Quais são os critérios e propósitos pelos quais Deus escolhe um líder? E como Ele
os avalia?
o Jr 23:4 - Eu lhes darei líderes que cuidarão deles. Não ficarão mais com medo,
nem apavorados, e nenhum deles se perderá. Eu, o Senhor, estou falando.
o Jr 3:15 - Eu darei a vocês líderes que me obedeçam, e eles governarão com
sabedoria e inteligência.
o Ef 4:7,11-12 – Porém, cada um de nós recebeu um dom especial, de acordo
com o que Cristo deu. [...] Ele escolheu alguns para serem apóstolos, outros
para profetas, outros para evangelistas e ainda outros para pastores e mestres
da Igreja. Ele fez isso para preparar o povo de Deus para o serviço cristão, a fim
de construir o corpo de Cristo.
o At 13:22 - Depois que tirou Saul, Deus pôs Davi como rei e disse isto a respeito
dele: “Encontrei em Davi, filho de Jessé, o tipo de pessoa que eu quero (homem
segundo meu coração) e que vai fazer tudo o que eu desejo (de acordo com a
minha vontade)”.
Veja a ordem: “ser” uma pessoa segundo o coração de Deus (caráter) para “fazer”
tudo de acordo com a vontade d’Ele, e não o contrário.
Mannoia (2009) propõe um interessante paralelo entre a vida de um líder e o
iceberg. Na figura do iceberg há dois níveis: 1) O nível mais elevado (parte emersa) –
capacitação do líder para que tenha um bom desempenho em atividades aparentes. 2) O
nível mais baixo (parte submersa) – identidade, baseada em elementos invisíveis (caráter).
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A formação de liderança eficaz deve reconhecer essa inter-relação dinâmica entre
a identidade (a parte de baixo do iceberg) e a atividade (a parte de cima). De acordo com
Mannoia
A formação de liderança é a construção de fundamentos invisíveis sobre os quais
nosso desempenho será construído e dos quais nossas atividades fluirão. É mais do
que a simples harmonização entre as disciplinas da formação espiritual e a teoria da
liderança. A formação de liderança é a integração cuidadosa e deliberada da
identidade com o desempenho, do ser com o fazer, da essência com a atividade. As
coisas que fazemos no cumprimento de nossas tarefas serão evidentemente
afetadas e temperadas por quem somos. (2009, p.56)
Não espere que a sua jornada, nas trilhas da formação de liderança, seja
exatamente igual a das outras pessoas. O padrão pode ser o mesmo, o efeito pode ser
semelhante, mas a jornada será sempre única.
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PARA REFLETIR
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1ª atitude: DESPRENDIMENTO, v. 22
O líder sabe abrir mão do poder (dos direitos, do salário bom, da posição
importante) para servir aos outros.
2ª atitude: PARIDADE, v. 25-26
Significa que todos os líderes espirituais são iguais em autoridade. Não existem
hierarquias no governo bíblico reformado. O chão está plano ao pé da cruz. Não procure
status. "Não será assim entre vocês."
2
(Mannoia, 2009, p. 74 e 75)
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(Mannoia, 2009, p. 78)
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Note que em I Tm 3:1 diz: “boa obra almeja”, e não, “boa posição almeja”. Perceba
o quanto fugimos do modelo de liderança de Jesus: pastores e líderes correndo atrás de
posição, dinheiro, poder e honra.
“Faltava somente um dia para a Festa da Páscoa. Jesus sabia que tinha chegado
a hora de deixar este mundo e ir para o Pai. Ele havia amado os seus que estavam neste
mundo e os amou até o fim [...]. Jesus sabia que o Pai lhe tinha dado todo o poder. E sabia
também que tinha vindo de Deus e ia para Deus. Então se levantou, tirou a sua capa,
pegou uma toalha e amarrou na cintura. Em seguida pôs água numa bacia e começou a
lavar os pés dos discípulos e a enxugá-los com a toalha. […] Depois de lavar os pés dos
seus discípulos, Jesus vestiu de novo a capa, sentou-se outra vez à mesa e perguntou:
Vocês entenderam o que eu fiz? Vocês me chamam de “Mestre” e de “Senhor” e têm
razão, pois eu sou mesmo. Se eu, o Senhor e Mestre, lavei os pés de vocês, então vocês
devem lavar os pés uns dos outros. Pois eu dei o exemplo para que vocês façam como eu
fiz. Eu afirmo a vocês que isto é verdade: o empregado não é mais importante do que o
patrão, e o mensageiro não é mais importante do que aquele que o enviou. Já que vocês
conhecem esta verdade, serão felizes se a praticarem.
Naquela época a poeira do mundo não sujou simplesmente os pés, mas,
principalmente, a estrutura espiritual das pessoas. Jesus quebrou paradigmas e mostrou
um novo estilo de vida e liderança, livre das estruturas corrompidas pelo pecado.
A dificuldade em conciliar estes dois polos – líder e servo – é resultado da
cosmovisão das pessoas. Muitos pensam que o líder-servo é alguém disponível, o tempo
todo, para fazer as tarefas de seus liderados. Outros já pensam que é alguém sem
iniciativa, visão e pulso para liderar.
Mannoia (2009) afirma que Cristo não veio a este mundo apenas para servir as
pessoas, mas para servir ao Pai. Ele veio para ministrar às pessoas como uma
manifestação de seu serviço ao Pai. Ministramos às necessidades das pessoas como uma
expressão de nosso compromisso em servir a Deus
Líderes como Jesus, João Wesley, Gandhi, Martin Luther King Junior e Madre
Tereza são exemplos de que é possível ser um líder-servo e revolucionário ao mesmo
tempo.
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4. O GRANDE CONTRASTE ENTRE LIDERANÇA SERVA E LIDERANÇA
EMPRESARIAL
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dignidade. Por outro lado, o líder tradicional é, essencialmente, motivado por interesse
pessoal de conquista. Ele é altamente competitivo, independente e egoísta.
• Sua finalidade: Sacrifício x lucro, conforto e fama.
Lembre-se, o papel da liderança é servir, isto é, identificar e satisfazer as
necessidades legítimas das pessoas. Nesse processo de satisfazer necessidades será
preciso, frequentemente, fazer sacrifícios por aqueles a quem servimos. Como exercer
influência sobre as pessoas? Sobre o que se constrói a autoridade? Autoridade sempre se
constrói sobre serviço e sacrifício.
Jesus era um líder que servia com amor. Esse é o grande segredo da liderança
serva: servir com amor, sem almejar reconhecimento.
PARA REFLETIR
Pense numa pessoa, viva ou morta, que exerceu autoridade sobre você. Liste as qualidades de caráter que
essa pessoa possuía ou possui. Destas qualidades, essenciais para liderar com autoridade, quais são
inatas?
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A caminhada dos discípulos com Jesus foi tão intensa que eles tornaram-se
parecidos com o Mestre. Os membros do Conselho Superior ficaram admirados com a
coragem de Pedro e João, pois sabiam que eram homens simples e sem instrução. E
reconheceram que eles tinham sido companheiros de Jesus. (cf. At 4:13).
Apesar de nossas limitações, tudo o que aprendemos com Jesus será lembrado
noutra ocasião, de acordo com as necessidades. “Mas o Auxiliador, o Espírito Santo, que o
Pai vai enviar em meu nome, ensinará a vocês todas as coisas e fará com que se lembrem
de tudo o que eu disse a vocês”. (Jo 14:26).
PARA REFLETIR
Como podemos “estar” com Jesus?
Quais os hábitos que o levam a “estar” com Jesus?
O que você pode fazer para manter ou melhorar sua vida espiritual?
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• Lidar com normas religiosas, sem desprezar os valores importantes da vida (Mc 2:23-
28);
• Serem flexíveis diante do novo (Mc 2:18-22).
PARA REFLETIR
Qual desses hábitos/atitudes você precisa desenvolver em sua vida?
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sendo engolida por uma amargura crescente contra Deus, que você diz amar, é indício de
que está rejeitando mais do que Ele lhe pede para rejeitar ou adotando um ritmo fora da
realidade.
O líder chamado para cuidar das pessoas deve, também, praticar o autocuidado.
Cuidar de si mesmo não é uma opção. É o antídoto da exaustão, dos relacionamentos
desfeitos e do estresse; e um componente necessário na vida de um servo de Cristo
alegre, eficiente e constante. Hybels (2013, p.137) afirma que “o autossacrifício extremo
exige autocuidado extremo”. Paulo recomendou a Timóteo que cuidasse de si mesmo e da
doutrina (I Tm 4:16).
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pela internet (pornografia, violência, comentários maliciosos, etc.). Cuidado: lixo
entra, lixo sai!
PARA REFLETIR
Você está comprometido com seu autocuidado?
Como você pode melhorar o cuidado para consigo mesmo nas áreas física, emocional e espiritual?
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UNIDADE 2: AS FUNÇÕES DA LIDERANÇA CRISTÃ
1. VISIONAR
Êxodo 3.7-10. Moisés recebeu uma visão especial em seu encontro com Deus no
deserto. O mais impressionante desse relato não é Deus comunicar-se com Moisés no
meio de uma sarça ardente, mas o fato d’Ele compartilhar com um homem cheio de
limitações a visão de um projeto extraordinário para libertação dos israelitas. Essa visão
norteou a vida e ministério de Moisés a partir de então.
De acordo com Costa (2012), visão e missão são dois conceitos fundamentais
distintos, mas complementares e intimamente ligados entre si, como se fossem duas faces
da mesma moeda. O primeiro descreve o que o grupo, ou organização, quer ser no futuro;
o segundo aponta para a razão de sua existência. Na definição dos propósitos da
organização, além de descrever sua visão e missão, também é necessário delimitar a
abrangência de atuação, com base nos aspectos geográficos, público alvo, etc.
Não trabalharemos estes conceitos de forma pormenorizada, como acontece no
contexto acadêmico. Neste momento trataremos todos estes conceitos como sinônimos de
“visão”.
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1.1. Qual a importância de uma visão definida?
• Uma imagem mental de um futuro desejável, que motiva a sair da mesmice e tomar
uma nova atitude.
• O destino e a razão da jornada: o que você pretende realizar, com quem e o
porquê.
• Não há algo mais poderoso em nosso mundo. Somente uma visão empolgante
pode superar e transformar interesse particular e canalizar a energia de pessoas.
• Não há nada mais perigoso na liderança do que perder o rumo de Deus para a vida
e trabalho, pois isso significa perder a visão do Alto.
Para Lidório (2008), o fracasso está muito mais ligado à ausência de visão do que
a ausência de recursos. A visão do líder é a cola que une pessoas e suas energias, os
recursos de tempo e dinheiro; é a régua que mede e avalia todas as decisões: o padrão
final. Hunter afirma que
[...] as declarações de missão das organizações são boas e acho até que servem a
um propósito positivo. Mas nunca devemos esquecer que as pessoas aderem ao
líder antes mesmo de aderirem a uma declaração de missão. Se aderirem ao líder,
elas irão aderir a qualquer declaração de missão que o líder tiver. (2004 p. 134)
• Orando;
• Pesquisando e conversando;
• Em conjunto com líderes que têm a mesma paixão;
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• Expressando a ideia numa forma curta e memorável.
2º Passo – Com base nas respostas anteriores sintetize sua visão de acordo com o
esquema abaixo:
[O que?] [Para quem? onde?] [Finalidade/benefício?]
Exemplo da visão dada a Moisés: Libertar [o que] o povo de Israel [quem/para quem] da
escravidão do Egito [onde] e conduzi-los até a Terra Prometida [finalidade/benefício].
2. PLANEJAR
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Êxodo 4:27-31. Moisés recebeu uma visão magnífica. E mesmo com a garantia de que o
EU SOU estaria com eles, não era possível que o grande êxodo dos israelitas acontecesse
antes do planejamento das ações. Isto incluía o compartilhamento da vontade de Deus
com Arão e todo o povo, a fim de que se preparassem para o dia da libertação.
Segundo Costa (2012), alguns líderes têm uma visão clara do futuro que desejam
para suas organizações, mas erram por não organizar essas ideias de forma a
compartilha-las. São líderes tão ocupados com as demandas e problemas do dia a dia que
o planejamento torna-se uma tarefa penosa.
Realizamos atividades, diariamente, que exigem de nós o mínimo de
planejamento, mesmo que, apenas, mentalmente. Uma dona de casa, desenvolvendo suas
tarefas domésticas, e um pai, organizando as férias da família, são exemplos claros de
planejamento instintivo. Planejar é simplesmente pensar antes de fazer. No exemplo da
organização de uma viagem, levantamos algumas questões essenciais para garantia de
uma experiência positiva:
“Se eu tivesse oito horas para derrubar uma árvore, passaria seis afiando meu machado.”
Abraham Lincoln
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Os eventos ligados aos departamentos e ministérios precisam ser planejados de
forma equilibrada, por meio de ações dosadas e coerentes com a tríplice missão da igreja.
Para Clowney (1995 apud Mulholland 2004), o alvo principal da igreja, de glorificar a
Deus, é alcançado quando ela cumpre sua missão global: servir a Deus, diretamente, em
adoração; servir aos santos em nutrição; e servir ao mundo em testemunho.
Três pilares:
• Para com Deus (sentido vertical): louvor, estudo bíblico, oração, etc.
• Para com os membros da igreja (sentido horizontal, para dentro): passeio no
parque, campeonato de futebol, confraternização de aniversário e outros.
• Para com os não cristãos (sentido horizontal, para fora): viagem missionária de
curto prazo, campanha contra dengue, assistência às pessoas enfermas.
PARA EXERCITAR
Indique outras atividade/eventos possíveis para cada um dos pilares da missão.
Plano de Ação
Após definir os objetivos e metas de uma organização ou evento, é necessário
elaborar um plano de ação que esquematize o planejamento de forma sistemática e
compreensível.
De acordo com Costa (2012), um bom plano de ação precisa responder, ao
menos, às seguintes perguntas: o que fazer (what)?, para que fazer (why)?, como será
feito (how)?, quem vai fazer (who)?, onde fazer (where)?, quando será feito (when)?,
quanto custará (how mach)?
Plano B
Na maioria das vezes imprevistos são previsíveis. Daí a importância dos planos B,
C, etc. Os imprevistos precisam, na medida do possível, ser antecipados. Principalmente,
para as ações ligadas às áreas vitais do projeto, sem as quais não seja possível
prosseguir:
Se o preletor não chegar?
Se a energia elétrica falhar?
Se a lâmpada do projetor pifar?
Se alguém adoecer?
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Ser precavido é diferente de ser pessimista.
3. IMPLEMENTAR
Êxodo 7:8-10 – Moisés e Arão seguiram as instruções de Deus, nos mínimos detalhes,
quando se apresentaram ao faraó.
Êxodo 12:50-51 – Todos os israelitas fizeram como o Senhor tinha ordenado a Moisés e
por isso foram libertados da escravidão.
O líder pode ser bem-sucedido na elaboração da visão e do plano de ação, mas
falhar, no final das contas, por falta de atenção aos detalhes na execução. O sucesso do
projeto, ou evento, é determinado pelos detalhes.
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4. CUIDAR DE PESSOAS
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O caráter do líder pode ser percebido nos pequenos detalhes e, especialmente, em
suas reações. De acordo com Lidório
Em geral, somos treinados para agir bem, mas não para reagir bem. As reações são
mais difíceis que as ações, pois, especialmente na liderança, as ações são
planejadas e seguem um padrão projetado. Um líder, porém, é medido por suas
reações. Se as ações demonstram planejamento, as reações demonstram valores. (
2008 p. 19).
Para elogiar uma pessoa utilize a técnica “SABE”. O acróstico o ajudará a lembrar-
se das diretrizes para um elogio eficaz:
• Sincero (não bajule – seja genuíno);
• Animador (encoraje a pessoa a continuar);
• Breve (em poucas palavras);
• Específico (descreva o que ela fez, não faça elogio genérico).
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Corrigir o que precisa ser melhorado:
Quem gosta de ser corrigido? Quem se sente à vontade para corrigir os membros
da equipe? Qual o propósito da correção? Quais os efeitos das correções bem aplicadas?
Veja alguns princípios a respeito da correção:
• A correção amorosa instrui e anima a pessoa a fazer melhor da próxima vez;
• Corrija a pessoa individualmente;
• Corrija a pessoa pessoalmente. Não envie recados;
• Evite correções por e-mail, Whatsapp e outros meios de comunicação.
Hunter (2004) orienta que a correção não seja feita em público, pois quando
humilhamos alguém publicamente é como se fizéssemos um saque da nossa “conta
relacional” com a pessoa e com todos aqueles que presenciam. Um elogio posterior
provavelmente não compensará o saldo da “conta negativa”. As pessoas que assistem ao
constrangimento de alguém corrigido publicamente sempre se perguntam quando será a
sua vez. O mesmo princípio é verdadeiro quando elogiamos.
Veja I Tm 5:1-2 - Não repreenda asperamente o homem idoso, mas exorte-o como se ele
fosse seu pai; trate os jovens como a irmãos; as mulheres idosas, como as mães; e as
moças, como a irmãs, com toda a pureza.
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5. AVALIAR
Êxodo 18.13-26 – Moisés cometeu alguns erros de liderança, apesar das suas boas
intenções para com a nação de Israel. Após avaliar a situação de desgaste de Moisés e do
povo, Jetro, seu sogro, lhe aconselhou como melhorar. A observância do conselho, dado
por Jetro, resultou em benefícios para todos. O propósito primário de uma avaliação é
aprender para fazer ajustes. Bem diferente do que vemos nas escolas, empresas e outros
contextos onde as avaliações servem para punir e castigar.
Existem inúmeras técnicas de avaliação e você, certamente, já conhece algumas.
Para nosso treinamento, queremos destacar uma técnica que é de suma importância: a
Reunião de Reflex-Ação. Infelizmente, poucos líderes têm o hábito de promover avaliações
periódicas ou eventuais.
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UNIDADE 3 – FERRAMENTAS DE UM LÍDER: DELEGAR E CONDUZIR UMA REUNIÃO
1. FERRAMENTA: DELEGAÇÃO
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• Deus nos chama e capacita para colaborar em Sua missão (Ef 4:11-12);
• Se você tentar realizar tudo sozinho acabará exausto, sem forças e o trabalho
poderá não ser concluído;
• Dar ao outro a oportunidade para crescer, alcançar o próprio potencial, exercitar os
dons e habilidades, desenvolver e sentir-se realizado.
• A matemática do sinergismo: 1 + 1 = 3; 3 + 5 = 10. As partes juntas produzem muito
mais do que as partes separadas; a soma é muito mais do que a simples adição
das partes.
Exemplos de delegação:
• Ex 18:13-26 – Moisés delegou a responsabilidade do trabalho aos líderes do povo;
• Nm 11:10-17 – Moisés não conseguia atender todas as necessidades e
reclamações do povo. Por isso, Deus repartiu uma porção do Espírito que estava
sobre ele com outros 70 líderes para ajudá-lo.
• At 6:1-7 – Os diáconos foram escolhidos para servir às mesas e dividir as tarefas
com os pastores.
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• Delegar àqueles que têm a habilidade e a paixão adequadas para fazer o trabalho;
• Definir claramente o que deve ser feito, qual resultado esperado e confirmar se a
pessoa entendeu;
• Definir o prazo de entrega e toda informação necessária para realização de um bom
trabalho;
• Expressar sua confiança na pessoa;
• Fazer supervisões periódicas para verificar se o trabalho está progredindo
corretamente.
• Não interromper a execução do trabalho ou se intrometer. Intervir somente em caso
de emergência extrema.
Com base nestes estágios você pode seguir um esquema na delegação que
respeite as etapas necessárias para a maturação do seu liderado:
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1° - Você faz, ele observa;
2º - Você faz, ele auxilia;
3º - Ele faz; você auxilia;
4º - Ele faz; você avalia.
PARA REFLETIR
Você gosta de participar de reuniões?
Qual foi a pior reunião que você participou?
Como essa reunião poderia ter alcançado melhores resultados?
TESTE DE CONHECIMENTO
Marque (V) para as sentenças verdadeiras e (F) para as falsas.
1. ( ) As responsabilidade do líder são restritas ao dia e horário marcados para a
reunião.
2. ( ) O assunto que será discutido na reunião é a única coisa com a qual o líder deve se
ocupar.
3. ( ) Iniciar a reunião somente quando todo mundo chegar.
4. ( ) Devemos esgotar a discussão de todos os pontos da pauta, custe o que custar.
5. ( ) Minha memória é suficiente para gravar as decisões do grupo.
6. ( ) Após o encerramento das discussões, encerra-se as responsabilidades referente a
reunião.
Repostas do Teste
1. As responsabilidades do líder são restritas ao dia e horário marcados para a
reunião? As responsabilidades para com a reunião começam dias ou até semanas antes
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com os preparativos do líder e dos participantes, e termina com o “fechamento do círculo”,
confirmando as decisões tomadas.
2. O assunto que será discutido na reunião é a única coisa com que o líder deve se
ocupar? Reuniões são eficazes quando realizadas em ambientes apropriados e com os
recursos necessários. Também devemos prestar atenção ao propósito social da reunião,
que às vezes torna-se tão importante quanto os assuntos discutidos.
3. Iniciar a reunião somente quando todo mundo chegar? Esta postura penaliza os que
chegam no horário. O correto é iniciar pontualmente, com quem estiver presente, e não
voltar a debater assuntos já tratados.
4. Devemos esgotar a discussão de todos os pontos da pauta, custe o que custar?
Devemos garantir a discussão dos tópicos prioritários e agendar nova reunião para tratar
dos demais assuntos.
5. Minha memória é suficiente para gravar as decisões do grupo? As pendências e
decisões das reuniões devem ser anotadas, pelo líder ou pessoa designada. Ao confiar
somente na memória, corre-se o risco de interpretações diferentes das decisões tomadas,
perda dos prazos e não cumprimento de todos os pontos levantados.
6. Após o encerramento das discussões, encerram-se as responsabilidades
referentes à reunião? A reunião estará, efetivamente, encerrada no “fechamento do
círculo”, quando todos os participantes ou demais pessoas envolvidas receberem as
anotações com os assuntos discutidos, os responsáveis pelas tarefas, prazos etc.
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3.1. Preparar a reunião
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• Revisar a agenda e os resultados desejados, fazendo ajustes na pauta, se
necessário;
• Priorizar os itens definidos como prioritários;
• Compartilhar informações, discutir e tomar decisões;
• Permitir que todas as pessoas expressem seu ponto de vista e deem suas
sugestões;
• Definir os prazos e responsabilidades para cada item ou decisão tomada.
• Registrar as discussões e decisões;
• Fazer um resumo, ao final de cada item, da discussão e decisões tomadas (tarefas,
prazos e responsáveis);
• Sumariar as decisões ao término da reunião;
• Agendar a próxima reunião, se for necessário.
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UNIDADE 4 – GESTÃO DE VOLUNTÁRIOS
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1. A IMPORTÂNCIA DO VOLUNTARIADO
A maioria dos membros das igrejas espera médicos que cuidem deles, não que os
treinem para tratar dos outros; espera advogados que deem conselhos sábios, não
que os introduza na fraternidade secreta dos que entendem como o sistema legal
funciona. Da mesma forma, queremos pastores que nos sirvam, e não que nos
incentivem e treinem para servirmos aos outros. (1983, p.169 apud Hybels, 2013,
p.63)
Não podemos formar uma igreja que honra a Deus se tivermos uma congregação
repleta de consumistas. A falta de dinheiro é, provavelmente, uma dádiva magnífica, pois
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força-nos a descobrir que a igreja destina-se a ser, em primeiro lugar, uma organização de
voluntários. O verdadeiro poder da igreja é o poder de todos, tanto de homens como de
mulheres, tanto de jovens como de adultos, em oferecerem seus dons e colocarem em
prática o plano redentor de Deus. O verdadeiro sacerdócio cristão é onde irmãos e irmãs
servem em regime de interdependência.
2. RECRUTAMENTO DE VOLUNTÁRIOS
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Apresente a visão
Não é sensato pedir a um provável voluntário que assuma, imediatamente, um
compromisso para longo prazo. Melhor seria convidá-lo a participar de um processo de
experimentação. Mesmo assim apresente-lhe a visão do trabalho de forma clara e
atraente. Cada provável voluntário precisa saber exatamente o que fazer. A hesitação de
um novato quase sempre está relacionada à falta de informações.
3. ALOCAÇÃO DE VOLUNTÁRIOS
Montando o quebra-cabeça:
Algumas pessoas não desejam que sua experiência no trabalho voluntário seja uma
repetição de seu trabalho secular.
Outros voluntários desejam servir a Deus, a igreja e a outras pessoas, usando para
isso talentos que eles passaram dez, vinte ou trinta anos aprimorando no mercado
de trabalho.
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Enquanto algumas pessoas se dedicam a uma área de serviço em razão de uma
paixão inegável, outras sentem o chamado de Deus para uma área de serviço na
qual imaginavam não ter nenhum interesse.
Fazer o voluntário perder tempo por não ter nada para fazer, ou receber uma carga
enorme de trabalho sem nenhum objetivo.
Solução - Preparar uma pessoa para coordenar o trabalho dos voluntários a fim
de não desperdiçar as horas preciosas que conseguiram extrair de suas
agendas lotadas.
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4. AVALIAÇÃO DO TRABALHO
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
COSTA, Eliezer Arantes da. Gestão estratégica fácil. São Paulo: Saraiva, 2012. 227 p.
LIDÓRIO, Ronaldo. Liderança e integridade. Belo Horizonte: Editora Betânia, 2008. 111p.
TEARFUND (Reino Unido). Passo a Passo 84: liderança. Teddington: [s.n], 2011.
Disponível em:
<http://learn.tearfund.org/~/media/files/tilz/publications/footsteps/footsteps_81-
90/84/fs84pb.pdf>. Acesso em 07 set de 2017.
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