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LICENCIATURA EM DIREITO

DIREITO ADMINISTRATIVO
Ficha de trabalho III (procedimento do ato administrativo)

CASOS PRÁTICOS
I)
Nos termos da legislação aplicável, carecem de título de utilização (a conceder sob a
forma de licença) diversas utilizações do domínio hídrico, designadamente a captação
de águas subterrâneas. Do referido diploma destacam-se os seguintes preceitos:
a) O pedido de utilização deve ser apresentado pelo interessado na
Administração de Região Hidrográfica respetiva.
b) Juntamente com o pedido de utilização deve o interessado juntar os
documentos necessários enumerados no respetivo diploma. Ainda assim o
deferimento do pedido depende das disponibilidades hídricas existentes. No
caso de se verificarem pedidos de utilização conflituantes está o deferimento
sujeito à seguinte ordem de prioridades: 1º consumo humano; 2.º agricultura;
3.º indústria; 4.º Produção de energia e 5.º turismo.
c) No caso de captação de água com meios de extração com potência entre o 5
cv e os 20 cv ou, no caso de realização de um furo com profundidade entre
os 20 e os 80 metros, considera-se tacitamente deferido o pedido, na
ausência de notificação da decisão no prazo de 30 dias;
d) Das decisões da entidade competente cabe recurso obrigatório para o
Ministro do Ambiente.

Tendo em conta os elementos fornecidos aprecie as seguintes situações:

a) João, tendo instruído devidamente o pedido de captação de água para fins de


utilidade recreativa e lazer, aguarda já há alguns meses a decisão da entidade
competente. Pretende, por isso, solicitar informação referente ao andamento
do processo. Pode fazê-lo?
b) Bento, agricultor e proprietário, tendo sido notificado do «indeferimento do
seu pedido de licenciamento» de captação de água sem motivo aparente,
pretende pedir reapreciação da decisão. E para isso quer juntar novos
documentos e pareceres técnicos, uma vez que isso não aconteceu da
primeira vez porque foi impedido pelo instrutor do processo. Diga em que
termos pode concretizar essa sua pretensão.
c) Carlos, pretendendo captar água subterrânea numa profundidade superior a
50 metros, dirigiu por correio um pedido de atribuição de licença para
proceder a tal atividade. Não tendo obtido qualquer resposta, presumiu que o
silêncio significa o deferimento da sua pretensão. Tem razão?

II)
Em 12 de novembro de 2017, António, residente na ilha de S. Miguel, nos Açores, deu
entrada, nos serviços da Câmara Municipal de Lisboa, de um requerimento solicitando a
emissão de uma licença de vendedor ambulante, neste Município. Em 11 de dezembro
de 2017 (data do registo) foi notificado, por carta registada, pela Câmara Municipal,
para, no prazo legal, juntar documentos que estavam em falta e que eram essenciais para
o deferimento da sua pretensão. Depois de juntos tais documentos e porque o projeto de
decisão lhe era favorável foi dispensado da audiência prévia.

a) Até quando podia António juntar os documentos solicitados?


b) Poderia a audiência ter sido dispensada?

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