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Universidade Federal Fluminense

Instituto de Ciências Humanas e Filosofia


Departamento de História
Disciplina: Seminário em História do Poder e idéias Políticas
Professora: Sônia Rebel
Aluno: Igor Fernandes Pinheiro

FICHAMENTO

FINLEY, M. I. A Política no Mundo Antigo. Rio de Janeiro. Editora Zahar, 1985.


pp 11-36

ESTADO, CLASSE E PODER

A linguagem da antiga política confirma a importante verdade” de


ARISTÓTELES de que [...] o Estado é uma arena para interesses
conflitantes [...] Os pensadores políticos gregos buscaram o Estado
ideal em que o conflito fosse transcendido no interesse da vida boa
para todos, mas insistiram em afirmar que nenhum Estado passado
ou presente atingira ou sequer se aproximara desse objetivo. (p 13)

“Sólon [...] fora incumbido da tarefa de reformar Atenas a fim de reduzir o


poder dos ricos em agirem em seu interesse pessoal [...] Sólon reconheceu a
centralidade das classes e o conflito de classes. (p 13)

Os historiadores preocupados com as realidades do comportamento


político antigo mais do que as teorias e conceitos, não podem
anolagamente alegar que a “verdade importante” de NEWMAN
carecia de importância; assim, adotam frequentemente outros
recursos evasivos ou rejeitadores. (p 13)

A minha atual preocupação não é com a avaliação da gravidade das


crises geradas pelos Gracos ou qualquer das outras situações em
que foram tomadas medidas repressivas comparáveis, mas com a
concepção do Estado impl;icita na abordagem que exemplifiquei e,
em particular, com a rejeição da importante verdade” aristotélica a
seu respeito (p 17)
CARACTERÍSTICAS DAS SOCIEDADES DA GRECIA E ROMA

Uma característica central das sociedades em que estamos


interessados era a importante presença de escravos; uma outra era a
severa restrição entre os gregos de acesso à cidadania; uma terceira
característica era a exclusão das mulheres de qualquer participação
direta na atividade política ou governamental. Por conseguinte,
expressa-se frequentemente o ponto de vista de que é errado falar de
democracia, direitos ou liberdade em qualquer época da história
antiga. Isto parece ser uma concepção errônea da natureza da
investigação histórica, reduzindo-a a um jogo de concessão de
créditos e deméritos de acordo com o próprio sistema de valores do
historiador. (p 20-21)

ESTRUTURA SOCIAL

No começo da nossa historia, a estrutura social era notavelmente


semelhante nas cidades-Estados gregas em Roma: eram sociedades
agrárias, em que os conflitos abertos de classes, tão centrais na
história grega e romana arcaica, ocorriam regular e exclusivamente
entre os credores aristocráticos, senhores de terras, e os devedores
camponeses. (p 24)

Riqueza é sempre um conceito relativo; o que importa é que os


aristocratas gregos e romanos arcaicos controlavam recursos de
mão-de-obra [...] suficientes para adquirir armamentos e cavalos para
si mesmos, estarem aptos a importar metais e outras necessidades,
e, por vezes, a fornecer os navios indispensáveis, construir templos
de pedra e outras obras públicas. (p24-25)

“Sólon em 594 a.C. dividiu a cidadania em quatro categoriais de riqueza


para vários fins, incluindo elegibilidade para cargos públicos” (p25)

“Todas as cidades-Estados, tinham em comum uma característica, a


incorporação de camponeses, artífices e mercadores na comunidade política
como membros, como cidadãos” (p27)

“Mas até mesmo o reconhecimento limitado não tinha precedentes na


história [...] Qualquer descrição da política grega ou romana deve levar na
devida conta essa radical inovação sociopolítica.” (p28-29)

IMPÉRIO ATENIENSE

“As antigas autoridades concordaram em que as minas foram a chave


para a expansão naval que deu a Atenas um papel decisivo nas Guerras
Médicas, e o impulso para estabelecer um império marítimo”
IMPERIUM

Estritamente ligado a essa diferença estava o conceito romano de


imperium do magistrado [...] o qual lhe permitia, se ele ocupasse uma
posição suficientemente elevada na hierarquia dos cargos exercer
coercitio em toda a vida civil contra um cidadão [...] que não
obedecesse a uma ordem; isso poderia significar uma multa,
confiscação de uma propriedade, prisão, possivelmente o banimento,
mas não a pena capital [...] Imperium era um poder indefinido;
abrangia tudo que estivesse dentro da esfera de competência de um
magistrado, desde que não tivesse sido especificamente excluído por
lei. (p32)

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