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Nome: Matrícula:

Rafael José abadia de Souza 202211346


Disciplina: Data de Entrega:
Direito Empresarial 27/11/2023
Curso:
Administração

ATPS – ATIVIDADE TEÓRICO-PRÁTICA SUPERVISIONADA


Sumário
1. Introdução...........................................................................................................3
2. Empresário como Pessoa Física ou Jurídica...................................................4
Conclusão................................................................................................................ 10
Referências.............................................................................................................. 11
1. Introdução

A dinâmica do ambiente empresarial, permeada por uma vasta gama de


formas organizacionais e complexidades jurídicas, constitui o cerne de estudo do
Direito Empresarial. A Teoria da Empresa emerge como uma ferramenta essencial
para compreender as diversas nuances que envolvem a atividade empreendedora,
considerando não apenas a natureza jurídica do empresário, mas também a sua
classificação em relação ao porte da empresa e aos regimes tributários aplicáveis.

A dualidade que permeia a condição do empresário, que pode assumir a


forma de pessoa física ou jurídica, cria um cenário multifacetado no qual as relações
comerciais se desdobram. Esta dualidade estabelece os fundamentos para uma
análise aprofundada das responsabilidades, prerrogativas e implicações jurídicas
inerentes à condução de atividades empresariais sob diferentes estruturas.

A classificação do porte da empresa, por sua vez, torna-se um ponto focal


para a adequação das normativas legais às diversas realidades econômicas. Desde
o Microempreendedor Individual até a Grande Empresa, cada categoria impõe
desafios específicos, moldando não apenas a legislação que as rege, mas também
os aspectos tributários que lhes são aplicáveis.

Neste contexto, a presente Atividade Teórico-Prática Supervisionada (ATPS) se


propõe a explorar e analisar as características distintivas dos diferentes portes
empresariais, desde os limites de faturamento até os regimes tributários possíveis.
Essa análise profunda contribuirá para uma compreensão abrangente das
implicações jurídicas e tributárias que orientam o empresariado em suas escolhas
estratégicas, promovendo, assim, um embasamento sólido na aplicação prática da
Teoria da Empresa no universo do Direito Empresarial.
2. Empresário como Pessoa Física ou Jurídica

A Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002, conhecida como o Código Civil


(CC) brasileiro, institui, em seu Artigo 966, a definição legal de empresário. Segundo
o texto normativo, considera-se empresário aquele que exerce de maneira
profissional uma atividade econômica organizada voltada para a produção ou a
circulação de bens ou serviços.

É importante destacar o Parágrafo Único do mesmo artigo, que estabelece


uma exceção a essa definição. Não são considerados empresários os profissionais
que exercem atividades intelectuais de natureza científica, literária ou artística,
mesmo que contem com a colaboração de auxiliares ou colaboradores. No entanto,
essa exclusão não se aplica caso o exercício da profissão se configure como um
elemento integrante de uma empresa.

Essa disposição legal delineia o critério para a caracterização do status de


empresário, estabelecendo um delineamento entre atividades econômicas
organizadas para fins comerciais e aquelas de cunho intelectual, científico, literário
ou artístico, que, em certas circunstâncias, podem ser consideradas empresariais.

Sendo assim, quando se trata da figura do empresário enquanto pessoa


física, este se caracteriza como o empresário individual. Nesse cenário, a
responsabilidade pelas obrigações inerentes à atividade empresarial recai
integralmente sobre a pessoa física que a exerce, estabelecendo uma vinculação
direta entre o patrimônio pessoal do empresário individual e as obrigações
decorrentes da atividade.

Por outro lado, a atuação empresarial conduzida por meio de uma pessoa
jurídica implica na criação de uma entidade legalmente distinta do indivíduo que a
compõe. Esta entidade assume uma personalidade jurídica própria, proporcionando
uma separação entre o patrimônio da empresa e o patrimônio pessoal dos sócios ou
acionistas. Diversas estruturas societárias, como sociedade limitada, sociedade
anônima, ou outras formas empresariais, podem ser adotadas para viabilizar a
operacionalização desta modalidade.
A escolha entre a condução da atividade empresarial como pessoa física ou
jurídica envolve considerações relativas à responsabilidade legal, à estrutura
organizacional e à gestão patrimonial. A pessoa física, ao exercer a atividade como
empresário individual, assume responsabilidade integral, enquanto a pessoa jurídica
oferece uma estrutura legal que propicia uma certa separação patrimonial e
responsabilidade limitada, contribuindo para a mitigação de riscos e proporcionando
flexibilidade na gestão empresarial.

Tal desenvolvimento da atividade empresarial é um processo multifacetado


que abrange diversos aspectos legais e estruturais. Empresários, enquanto agentes
condutores dessa atividade, têm a flexibilidade de adotar diferentes formas jurídicas,
representando tanto pessoas físicas quanto jurídicas. No caso de empresários
individuais, a figura da pessoa física se destaca, contrastando com a condução da
atividade empresarial por pessoas jurídicas, que se dá por meio de sociedades.
Essas sociedades podem adotar variadas formas, como sociedade limitada,
sociedade anônima, entre outras, proporcionando diferentes modelos de gestão e
responsabilidade.

A classificação do porte da empresa é um componente fundamental na


análise do seu tamanho e capacidade econômica. Essa classificação leva em
consideração diversos indicadores, incluindo o número de funcionários, o
faturamento anual e o patrimônio líquido, entre outros elementos relevantes. Essa
categorização é crucial para estabelecer critérios específicos aplicáveis a diferentes
portes empresariais, permitindo uma abordagem mais adequada e específica às
características de cada empreendimento. As categorias comuns incluem
microempreendedor individual (MEI), microempresa (ME), empresa de pequeno
porte (EPP), empresa de médio porte e empresa de grande porte.

2.1 Regime tributário

O regime tributário refere-se ao conjunto de normas e regras fiscais que


determinam a forma como uma entidade econômica será tributada, ou seja, como os
tributos incidentes sobre suas atividades econômicas serão calculados e recolhidos
ao erário público. Este é um aspecto essencial na gestão fiscal das organizações,
influenciando diretamente a carga tributária que recai sobre suas operações.
No contexto empresarial, os regimes tributários estabelecem diretrizes
específicas para o cálculo e pagamento de impostos, contribuições e taxas,
contemplando, frequentemente, categorias diferenciadas de empresas com base em
critérios como porte, faturamento, natureza das atividades, e outros parâmetros
estabelecidos pela legislação tributária vigente.

Ao abordar sobre o tributário brasileiro, a escolha do regime tributário


constitui-se sendo umaspecto crucial na gestão fiscal das empresas, demandando
uma análise criteriosa das características e necessidades específicas de cada
entidade. Entre as opções disponíveis, destacam-se o Simples Nacional, o Lucro
Presumido e o Lucro Real, cada um apresentando particularidades que atendem a
diferentes perfis empresariais.

O Simples Nacional emerge como uma alternativa atrativa, especialmente


para micro e pequenas empresas, devido à sua natureza simplificada. Esse regime
tributário unifica a arrecadação de diversos tributos federais, estaduais e municipais
em uma única guia, simplificando substancialmente o processo de pagamento de
impostos. As alíquotas são progressivas e proporcionais ao faturamento, conferindo
uma abordagem mais equitativa e acessível para empresas com receitas mais
modestas.

A natureza simplificada do Simples Nacional não apenas reduz a


complexidade no cumprimento das obrigações fiscais, mas também diminui a carga
administrativa associada ao recolhimento de tributos. Micro e pequenas empresas
frequentemente encontram nesse regime uma maneira mais eficiente de gerenciar
suas responsabilidades fiscais, permitindo que dediquem mais recursos e energia ao
desenvolvimento de suas atividades principais.

Por outro lado, o Lucro Presumido é uma opção que oferece uma presunção
de lucro para determinar a base de cálculo dos tributos, simplificando em parte o
processo em comparação ao Lucro Real. Esse regime é mais indicado para
empresas com margens de lucro mais estáveis e previsíveis, que podem se
beneficiar da presunção simplificada em vez de apurar detalhadamente seus
resultados.

O Lucro Real, por sua vez, é caracterizado pela tributação sobre o lucro
efetivo da empresa, exigindo uma contabilidade mais detalhada e apuração rigorosa
dos resultados. Empresas de maior porte e com atividades mais complexas podem
encontrar no Lucro Real a opção mais adequada, uma vez que permite uma maior
precisão na determinação da base de cálculo dos tributos, refletindo de maneira
mais fiel a realidade econômica da empresa.

2.2 Limites de faturamento

Os limites de faturamento desempenham uma função preponderante no


contexto empresarial ao estabelecerem parâmetros financeiros determinantes para a
classificação das empresas e a subsequente escolha do regime tributário mais
apropriado. Esses limites representam fronteiras quantitativas que delimitam as
categorias empresariais, desempenhando um papel crítico na definição do porte
empresarial e na conformação das diretrizes tributárias aplicáveis.

A sua importância reside na capacidade de fornecer critérios objetivos para a


classificação das empresas, considerando variáveis como faturamento anual. Esses
parâmetros financeiros orientam a segregação de empresas em categorias
específicas, como microempreendedor individual, microempresa, empresa de
pequeno porte, entre outras, delineando as distintas realidades econômicas e
operacionais de cada segmento.

Além disso, os limites de faturamento exercem influência direta na escolha do


regime tributário mais condizente com as características da empresa. O
estabelecimento desses limites não apenas propicia uma classificação hierárquica
das empresas em função de seu tamanho e capacidade econômica, mas também
direciona a aplicação de políticas tributárias diferenciadas, visando a adequação às
particularidades de cada porte empresarial.

Essa delimitação financeira, ao fundamentar-se em critérios objetivos,


promove uma abordagem sistemática na condução das políticas tributárias,
proporcionando maior clareza e coerência na aplicação das normativas fiscais. A
compreensão dos limites de faturamento é, portanto, essencial para a gestão
tributária eficaz, permitindo que as empresas identifiquem a categoria apropriada e,
consequentemente, adotem o regime tributário mais vantajoso diante de sua
realidade operacional e econômica.

No âmbito do Microempreendedor Individual (MEI), cuja natureza é


predominantemente simplificada, o faturamento anual é estritamente limitado a R$
81.000,00. Essa restrição financeira visa adequar-se à escala e às características
inerentes a empreendedores individuais, simplificando a tributação e as obrigações
fiscais para este grupo específico.

Já as Microempresas (ME) possuem um teto de faturamento anual de até R$


360.000,00, refletindo um escopo mais amplo de atividade econômica em
comparação com os MEIs, mas ainda assim enquadrando-se em uma categoria de
menor porte. Essa demarcação financeira busca facilitar o cumprimento das
obrigações tributárias por empresas de menor porte e receitas mais modestas.

Empresas de Pequeno Porte (EPP) se situam em uma faixa mais ampla, com
faturamento entre R$ 360.000,01 e R$ 4.800.000,00 anualmente. Essa amplitude
reflete a considerável diversidade de atividades econômicas e dimensões financeiras
dentro desta categoria, permitindo uma abordagem tributária mais flexível que
abarque uma gama mais extensa de organizações.

Há ausência de limites específicos de faturamento para Empresas de Médio e


Grande Porte. Isso reflete em uma abordagem mais adaptativa e flexível, justificada
pela complexidade intrínseca e pela diversidade inerente a essas organizações.
Essa flexibilidade é necessária para acomodar a ampla variação de características
operacionais, estruturais e econômicas que caracterizam empresas dessa
magnitude.

No caso de Empresas de Médio Porte, a falta de limites rígidos pode ser


atribuída à compreensão de que essas empresas ocupam uma posição
intermediária no panorama empresarial, apresentando uma variedade significativa
em termos de receitas, estruturas organizacionais e natureza de atividades.
Estabelecer limites específicos poderia resultar em uma classificação
excessivamente simplificada, não refletindo adequadamente a diversidade e
complexidade inerentes a esse segmento empresarial. Assim, critérios setoriais são
frequentemente adotados para ajustar a classificação de Empresas de Médio Porte
de acordo com as peculiaridades de cada setor.
No caso de Grandes Empresas, a falta de limites definidos é motivada pela
reconhecida heterogeneidade dessas organizações em termos de faturamento,
operações e estruturas. Grandes Empresas podem abranger uma gama
extraordinariamente vasta de setores e segmentos de mercado, cada um
apresentando dinâmicas específicas e exigências particulares. Estabelecer limites
específicos poderia resultar em distorções e inadequações na classificação dessas
empresas, uma vez que uma abordagem mais personalizada é necessária para
considerar as nuances e particularidades inerentes a cada setor.
3. Conclusão

À luz da Teoria da Empresa no campo do Direito Empresarial, a presente


Atividade Teórico-Prática Supervisionada (ATPS) proporcionou uma imersão
profunda nas intricadas relações que permeiam o universo empresarial. A
compreensão do empresário enquanto pessoa física ou jurídica evidenciou não
apenas as diferenças estruturais, mas também as implicações jurídicas fundamentais
que norteiam a condução de atividades comerciais.

A análise dos diversos portes empresariais, desde o Microempreendedor


Individual até a Grande Empresa, permitiu a identificação de nuances específicas
relacionadas a limites de faturamento e regimes tributários. Essa classificação,
pautada por critérios financeiros e organizacionais, revelou-se como um elemento
essencial na adequação das normativas legais às distintas realidades econômicas,
orientando tanto as obrigações tributárias quanto as prerrogativas conferidas a cada
categoria.

A diversidade de regimes tributários, destacando-se o Simples Nacional, o


Lucro Presumido e o Lucro Real, demonstrou a complexidade das escolhas
estratégicas que os empresários enfrentam na busca pela eficiência fiscal. Cada
regime apresenta suas peculiaridades, influenciando diretamente a carga tributária e
a conformidade legal, exigindo uma cuidadosa consideração das características
específicas de cada empresa. Assim, conclui-se que a Teoria da Empresa, ao se
debruçar sobre as diversas facetas do ambiente empresarial, oferece um arcabouço
conceitual robusto para a compreensão das implicações jurídicas e tributárias que
permeiam as atividades empreendedoras. Aprofundar-se nesse entendimento não
apenas fortalece a base teórica, mas também fornece subsídios essenciais para a
tomada de decisões estratégicas que moldam o cenário empresarial contemporâneo.
Referências

Brasil. Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Código Civil. Artigo 966.

CONTABILIZEI. Porte de Empresa: Quais são os tipos? Veja como definir. Blog
da Contabilizei. Disponível em: <https://www.contabilizei.com.br/contabilidade-
online/porte-de-empresa/>. Acesso em: 27 nov. 2023.

KOPS, D. Gestão organizacional e empresarial: cogitando possibilidades. (2019).


Caxias do Sul, RS: Educs.

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