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Abdul Bilale Assimuna

Dias Duarte Roeleque


Hermenegilda José Pinto
Noemy Cristina Suzana Manuel
Rosa Da Rita Maria José
Sabir Abu

Trabalho de Contabilidade Financeira II

6º Grupo

Unirovuma
Nampula
2023
Abdul Bilale Assimuna
Dias Duarte Roeleque
Hermenegilda José Pinto
Noemy Cristina Suzana Manuel
Rosa Da Rita Maria José
Sabir Abu
6º Grupo

Trabalho de caracter avaliativo da cadeira de


Contabilidade Financeira II, do curso de
Lic. em Contabilidade e Fiscalidade
1º ano, 2º semestre.

Docente⁚ Lúcia Pulveira.

Unirovuma
Nampula
2023

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Índice
Introdução .................................................................................................................................. 4
Objetivos .................................................................................................................................... 4
Geral ........................................................................................................................................... 4
Específicos ................................................................................................................................. 4
Revisão de Literatura ................................................................................................................. 5
Contextualização ........................................................................................................................ 5
Sociedade: conceito e natureza jurídica ..................................................................................... 5
Transformação ........................................................................................................................... 6
Fusão .......................................................................................................................................... 9
Contabilização.......................................................................................................................... 10
Cisão ........................................................................................................................................ 13
Dissolução ................................................................................................................................ 14
Aquisição ................................................................................................................................. 16
Considerações finais ................................................................................................................ 18
Referências ............................................................................................................................... 18

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Introdução
No contexto econômico, muitas empresas têm passado por um processo de mudança em sua
natureza jurídica em virtude da elevada concorrência no mercado. Essas mudanças podem ser
identificadas como cisão, transformação, fusão e incorporação que por sua vez modificam a
natureza jurídica das sociedades a fim de permanecerem no mercado.

De facto, cada vez mais os comerciantes em nome individual, isoladamente ou associando-se


a familiares ou outros empresários, prosseguem a sua atividade organizando-se através de
sociedades comerciais, o que tem implicado a diminuição do peso económico da empresa
individual para a empresa detida por sociedades comerciais. É nossa convicção que a
transformação da célula económica, outrora assente em empresa detida por empresário em
nome individual, para empresas organizadas através de modelos societários representa uma
tendência global que, julgamos, continuará a acentuar-se no futuro.

Esta transmutação da organização produtiva traz consigo novos, e por vezes complexos,
desafios ao direito do arrendamento, na medida em que implica uma maior interligação entre
este ramo do Direito das Obrigações e diversos temas societários, que, por regra, são estudados
não tendo em consideração a sua conexão com o contrato de arrendamento.

Objetivos

Geral
 Analisar a cisão, transformação, fusão, aquisição e incorporação das sociedades
empresárias no processo de reestruturação e desenvolvimento das empresas

Específicos
 Conceituar a transformação das sociedades
 Indicar os procedimentos necessários para transformação das sociedades
 Dar exemplos práticos necessários para a transformação das sociedades

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Revisão de Literatura

Contextualização
O mundo experimentou uma mudança muito grande no comportamento das empresas em
função do fenômeno denominado globalização. Nesta era globalizada, o mundo tem sofrido
inúmeras transformações. Em meio a essas transformações, as sociedades se vêm obrigadas a
se modificar juridicamente a fim de se manterem no atual mercado. (Santos; Schmidt, 2015).

De acordo com Almeida (2008), hoje, as empresas com o propósito de se manterem


competitivas, estão adotando modelos societários diferentes dos pré-definidos na constituição
do negócio. As constantes mudanças são realizadas para alcançar melhorias econômicas e
financeiras. Assim, as sociedades estão elaborando e efetivando novos modelos societários a
fim de melhores desempenhos. O contador é responsável pelos planeamentos estratégicos e
tributários, uma vez que assume papel significativo para desenvolvimento do negócio.

Martins et al. (2013) enuncia que as sociedades têm realizado e efetivado em sua gestão grandes
processos de transformações jurídicas motivadas pela lucratividade, concomitantemente,
buscando vantagens e amparos na legislação tributária.

Assim, a reestruturação societária pode ser realizada de várias formas, entre elas,
transformação, fusão, cisão e incorporação, cada uma com sua respetiva peculiaridade afetando
diretamente a natureza jurídica da sociedade, influenciando seus resultados econômicos e
financeiros.

Sociedade: conceito e natureza jurídica


Iudícibus et al. (2010) destaca que a atividade realizada individual, ocasionalmente, apresenta
algumas dificuldades na execução. No entanto, a união de mais de um indivíduo com o objetivo
de executar tarefas de difícil implementação individual tornou-se uma constante. Assim, no
momento em que duas ou mais pessoas juntam seus esforços para obter resultado econômico
comum, surge à sociedade.

No sentido jurídico termo Sociedade, refere-se como a união ou o agrupamento de pessoas


que se obrigam contratualmente para uma finalidade comum. O contrato de sociedade as
pessoas que reciprocamente se obrigam a contribuir, com bens ou serviços, para o exercício de
atividade econômica e partilham entre si seus resultados (Mamede, 2016).

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Para Branchier; Motta (2012) são consideradas sociedades empresárias cujo objetivo seja a
prática de atividade econômica organizada para a produção ou circulação de bens ou serviços,
com o intuito de auferir resultados.

Amador Paes de Almeida (2008) aborda que a formação da sociedade inicia-se com a
celebração do contrato social e é composta por pessoas que se obrigam a contribuir de forma
mútua para uma atividade econômica e repartição dos resultados. As empresas simples estão
dispensadas desse registro, pois seguem leis específicas para sua regulamentação. Os elementos
são especificados em lei no qual exige informações da empresa, tais como, denominação, sede,
nome, finalidade, sócios, forma de administração, responsabilidades, limites, bens, entre
outros.

Glaston Mamede (2016) salienta que cada sociedade possui um órgão de registro próprio, como
dispõem os artigos do Código Civil. Assim, as sociedades simples são registradas no Registro
Civil de Pessoas Jurídicas; os empresários autônomos ou microempresários no Registro
Público de Empresas Mercantis.

Apesar de cada empresa ter suas particularidades, todas elas devem conter as exigências
outorgadas em lei. Dessa maneira, as sociedades devem seguir um sistema de contabilidade e
armazenamento de seus registros de forma hábil e diária.

Transformação
Segundo Almeida (2008) “é um processo mediante o qual a sociedade passa de uma espécie a
outra. Considera-se “a transformação é a operação pela qual a sociedade passa,
independentemente de dissolução e liquidação, de um tipo para outro”.

Visto que é o procedimento de alteração, entende-se, por exemplo, como a mudança de uma
Sociedade em Nome Coletivo para uma Sociedade Limitada. Verifica-se que tal ato seja de
interesse dos sócios a fim de alcance de melhorias e benefícios econômicos. Além disso, a
sociedade não precisa ser extinta para a constituição de uma nova, mas a alteração na sua
estrutura pode aproveitar a já existente (Branchier; motta, 2012).

A Transformação consiste na mudança de espécie ou de forma jurídica, pelo que ela ocorre
quando uma sociedade de determinada espécie passa a qualquer das restantes espécies previstas
na lei; por exemplo, sociedade por quotas que se transforma em sociedade anónima.

i. Com a transformação não se opera a dissolução da sociedade anterior nem se


procede à constituição de uma nova sociedade.

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ii. Na verdade, o CC corporiza a tese da continuação, segundo a qual a sociedade
transformada sucede automática e globalmente à sociedade anterior.

Com efeito, nos termos do artigo 185º do CC:

I. As sociedades constituídas segundo um dos tipos podem adotar posteriormente um


outro desses tipos;
II. A transformação de uma sociedade, não importa a dissolução dela, salvo se assim
for deliberado pelos sócios.

Por isso, a transformação de sociedades não dá lugar a quaisquer registos contabilísticos pois
o novo tipo de sociedade dá continuação automática ao tipo de sociedade que lhe antecedeu.

Contudo, para acautelar os interesses dos credores e dos sócios, uma sociedade não se pode
transformar-se se existir algum dos impedimentos previstos no artigo 186º do CC, a saber:

a) Se o capital não estiver integralmente liberado ou se não estiverem totalmente


realizadas as entradas convencionadas no contrato;

b) Se o balanço da sociedade a transformar mostrar que o valor do seu património é


inferior à soma do capital e reserva legal;

c) Se a ela se opuserem sócios titulares de direitos especiais que não possam ser
mantidos depois da transformação;

d) Se, tratando-se de uma sociedade anónima, esta tiver emitido obrigações convertíveis
em ações ainda não totalmente reembolsadas ou convertidas.

Por outro lado, a concretização da transformação terá de obedecer ao previsto no artigo 186º
do CC.

1. A administração da sociedade organizará um relatório justificativo da transformação,


o qual será acompanhado:

a) Do balanço da sociedade a transformar, que será ou o balanço do último exercício,


devidamente aprovado, encerrado menos de seis meses antes da deliberação de
transformação, ou um balanço elaborado especialmente para o efeito;

b) Do projeto do contrato pelo qual a sociedade passará a reger-se.

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2. Se for apresentado o balanço do último exercício, a administração assegurará, no
relatório, que a situação patrimonial da sociedade não sofreu modificações
significativas ou indicará as que tiverem ocorrido.

A necessidade do relatório ser acompanhada do projeto do contrato pelo qual a sociedade


passará a reger-se decorre do facto de a mudança do tipo de sociedade sujeitá-la a um diferente
regime jurídico que é composto não só por normas legais mas também por disposições
estatutárias.

Há ainda que ter presente que além das alterações do contrato são eventualmente requeridas
alterações subjetivas, por aumento do número de sócios. Isto acontece quando a sociedade a
transformar (p. e. sociedade por quotas) não tenha o número de sócios exigido por lei para a
constituição de sociedade do tipo a adotar (p. e. sociedade anónima)

Aquele relatório elaborado pela Administração da sociedade a transformar, após:

i. Parecer do órgão de fiscalização, caso exista;


ii. Parecer de um Revisor Oficial de Contas independente da sociedade,

Será submetido à apreciação da Assembleia geral na qual, nos termos do artigo 187º do CC,
têm de ser objecto de deliberação separada:

i. A aprovação do balanço ou da situação patrimonial;


ii. A aprovação da transformação;
iii. A aprovação do contrato pelo qual a sociedade passará a reger-se.

Note-se que a transformação da sociedade deve ser deliberada pelos sócios, nos termos
prescritos para o respetivo tipo de sociedade, no Código das Sociedades Comerciais ou artigo
982º do Código Civil, conforme determina o artigo 133º do CSC.

Isto significa a exigência do seguinte fórum deliberativo:

i. Para as sociedades por quotas, 3/4 dos votos correspondentes ao capital social ou
ao número mais elevado de votos exigidos pelo contrato de sociedade, conforme
artigo 265º;
ii. Para as sociedades anónimas, 2/3 dos votos emitidos, quer a assembleia reúna em
primeira quer em Segunda convocação; se, na assembleia reunida em Segunda
convocação, estiverem presentes ou representados acionistas detentores de, pelo

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menos, metade do capital social, a deliberação pode ser tomada pela maioria dos
votos emitidos.

E, naturalmente, a deliberação de transformação é tomada antes da sociedade ser transformada


e, por isso, é uma deliberação regulada pelas disposições relativas a esse tipo de sociedade.

Fusão
A Fusão ocorre quando duas ou mais sociedades se reúnem numa só e, nos termos do número
2 do artigo 150º do CC:

Por incorporação, mediante a transferência global do património de uma ou mais sociedades


para outra e a atribuição aos sócios daquelas de partes, ações ou quotas desta.

Por constituição de nova sociedade, para a qual se transferem globalmente os patrimónios das
sociedades fundidas, sendo aos sócios destas atribuídas partes, ações ou quotas da nova
sociedade.

A fusão é a operação pela qual se cria, juridicamente, uma nova sociedade para substituir
aquelas que vieram a fundir-se e a desaparecer, sucedendo-as nos direitos e deveres, sob
denominação diversa, com a mesma ou com diferente finalidade e organização (Coelho, 2015).

Salienta-se que é outro tipo de reestruturação societária que reúne duas ou mais sociedades que
fundem seus patrimônios em um novo tipo societário, sendo assim, configura-se como um novo
tipo de personalidade jurídica. Após aprovada a fusão, os sócios indicarão servidores para o
planejamento da nova sociedade, que por sua vez, estabelecerão projetos de estatuto, quotas,
fundos de reservas, entre outros (Mamede, 2016)

Em termos sintéticos, e com referência aos correspondentes normativos do CC, poder-se-á


dizer que o processo de fusão requer os seguintes atos:

1) Projeto de fusão (Artigo 151)

Elaborado em conjunto pelas administrações de ambas as sociedades;

a. A modalidade, os motivos, as condições e os objetivos da fusão, relativamente


a todas as sociedades participantes;
b. A firma, a sede, o montante do capital e o número e data da inscrição do registo
comercial de cada uma das sociedades;
c. A participação que alguma das sociedades tenha no capital de outra;

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d. Balanços das sociedades intervenientes, especialmente organizados, donde
conste designadamente o valor dos elementos do ativo e do passivo a transferir
para a sociedade incorporante ou para a nova sociedade;
e. As partes, ações ou quotas a atribuir aos sócios da sociedade a incorporar nos
termos da alínea a) do nº 4 do artigo anterior ou das sociedades a fundir nos
termos da alínea b) desse número e, se as houver, as quantias em dinheiro a
atribuir aos mesmos sócios, especificando-se a relação de troca das
participações sociais;
f. O projeto de alteração a introduzir no contrato da sociedade incorporante ou o
projeto de contrato da nova sociedade;
g. As medidas de proteção dos direitos de terceiros não sócios a participar nos
lucros da sociedade;
h. As modalidades de proteção dos direitos dos credores;
i. A data a partir da qual as operações da sociedade incorporada ou das sociedades
a fundir são consideradas, do ponto de vista contabilístico, como efetuadas por
conta da sociedade incorporante ou da nova sociedade;
j. Os direitos assegurados pela sociedade incorporante ou pela nova sociedade a
sócios da sociedade incorporada ou das sociedades a fundir que possuem
direitos especiais;
k. Quaisquer vantagens especiais atribuídas aos peritos que intervenham na fusão
e aos membros dos órgãos de administração ou de fiscalização das sociedades
participantes na fusão
l. Nas fusões em que seja anónima a sociedade incorporante ou a nova sociedade,
as modalidades de entrega das ações dessas sociedades e a data a partir da qual
estas ações dão direito a lucros, bem como as modalidades desse direito.

Contabilização
O processo de fusão representa uma forma de concentração empresarial. De facto, de acordo
com norma n 21 do PGC-NIRF, considera-se que existem concentrações de atividades
empresariais quando:

a) Se der a fusão de duas ou mais empresas, anteriormente independentes:


 Por absorção de uma ou mais empresas por outra; ou
 Por constituição de uma nova empresa à custa da dissolução de outras;

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b) Uma ou mais pessoas que já controlem pelo menos uma empresa, ou uma ou mais
empresas, adquirirem o controlo direto ou indireto da totalidade ou de partes de uma ou
mais empresas:
 Por compra de partes de capital ou de ativos;
 Por contrato, ou
 Por qualquer outro meio.

Por outro lado, a IAS prevê que a qualquer das formas de concentração de atividades
empresariais aplica-se um dos dois seguintes métodos contabilísticos:

a) O método de compra;
b) Método de comunhão de interesses.

PGC-NIRF em vigor faz menção ao método de compra.

O método de compra

De acordo com o método de compra, contabilizam-se as aquisições adotando os princípios da


compra normal de ativos. Assim, o comprador regista pelo seu justo valor os ativos e passivos
adquiridos, à data da sua aquisição”.

“Se o justo valor dos ativos e passivos identificáveis for inferior ao custo de aquisição, a
diferença deve ser reconhecida e amortizada numa base sistemática, num período que não
exceda 5 anos, a menos que vida útil mais extensa possa ser justificada nas demonstrações
financeiras, não excedendo porém 20 anos.

Esta diferença positiva corresponde ao que a literatura especializada normalmente designa de


goodwill, sendo este o termo também adotado nas Normas Internacionais de Contabilidade.

Se o justo valor dos ativos e passivos identificáveis for superior ao custo de aquisição, a
diferença pode ser repartida pelos ativos não monetários individuais adquiridos, na proporção
dos justos valores destes. Alternativamente, esta diferença pode ser tratada como proveito
diferido e imputada a resultados numa base sistemática, durante um período que não ultrapasse
5 anos, a menos que período mais extenso possa ser justificado nas demonstrações financeiras,
não excedendo porém 20 anos.

A utilização do método de compra é de aplicação generalizada porque a grande maioria das


concentrações de atividades empresariais são substancialmente aquisições.

Exemplo de aplicação

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Admita-se a operação de fusão da empresa A por absorção da empresa B, cujos balanços são:

Activos Nota A (Antes Justo valor


da fusão)

Activos Intangiveis 14.000,00

Activos Tangiveis 140.000,00 110.000,00

Existências 45.000,0 9.000,0

Clientes 25.000,00 7.000,00

Deposito a ordem 10.000,00 3.000,00

Transpasse (Goodwill) 17.000,00

Total de Activos 220.000.00 160.000,00

CAPITAL PROPRIO DE PASSIVO

CAPITAL 100.000,00 110.000,0

Reservas 80.000,00

Total de Capital Próprio 180.000,00 110.000,00

Passivo

Fornecedor 40.000,00 50.000,00

Contudo, os justos valores dos activos e passivos de B, são:

Descrição Justo valor

Edifício (valor contabilístico 40.000,00) 100.000,00

Equipamentos (valor contabilístico 20.000,00) 10.000,00

Existência 9.000,00

Clientes 7.000,00

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Activos intangíveis (marcas) 14.000,00

Deposito a ordem 3.000,00

Total de activos identificáveis 143.000,00

Fornecedor (valor atual) 50.000,00

Total de activos e passivos 93.000,00

Admitindo que os acionistas da Sociedade A estão dispostos a pagar110 000 pela sociedade B,
temos um Trespasse ou goodwill de 17 000 (110 000-93 000). Por outro lado, o pagamento aos
acionista da B será efetuado através da entrega de ações da A decorrentes de aumento de
capital de 40 000 ações. A empresa A, após fusão apresentará o seguinte balanço:

ACTIVOS Notas A (Antes da fusão) Justo valor B (Apos fusão)


Activos Intangiveis 14.000,00 14.000,00

Activos Tangiveis 140.000,00 110.000,00 250.000,00

Existências 45.000,00 9.000,00 54.000,00


Clientes 25.000,00 7.000,00 32.000,00

Deposito a Ordem 10.000,00 3.000,00 13.000,00

Transpasse (Goodwill) 17.000,00 17.000,00

Total de Activos 220.000.00 160.000,00 380.000,00

CAPITAL PROPRIO DE PASSIV

CAPITAL 100.000,00 110.000,00 210.000,00

Reservas 80.000,00 80.000,00

Total de Capital Próprio 180.000,00 110.000,00 290.000,00

Passivo
Fornecedor 40.000,00 50.000,00 90.000,00

Total de Passivos 40.000,00 50.000,00 90.000,00

Total de capitais próprios e dos passivos 220.000,00 160.000,00 380.000,00

Cisão
Segundo Gladston Mamede (2016) “é a divisão do corpo social (patrimônio e sócios) ”. Sendo
assim, é o processo pela qual a sociedade transfere partes do seu patrimônio para uma ou mais

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sociedades, constituídas para esse fim ou já existentes. Ressalta-se que os administradores
deverão providenciar a inscrição dos atos relativos à cisão no registro próprio de sua sede.

A Cisão consiste na divisão de uma empresa em várias e é uma operação prevista no CC, que
no artigo 175º prescreve:

É permitido a uma sociedade:

a. Destacar parte do seu património para com ela constituir outra sociedade;
b. Dissolver-se e dividir o seu património, sendo cada uma das partes resulta
destinada a constituir uma nova sociedade;
c. Destacar partes do seu património ou dissolver-se, dividindo o seu património
em duas ou mais partes, para as fundir com sociedades já existentes ou com
partes do património de outras sociedades, separadas por idênticos processos e
com igual finalidade.

As sociedades resultantes da cisão podem ser de tipo diferente do da sociedade cindida.” A


operação de Cisão justifica-se as mais das vezes por motivos de gestão sectorizada ou da
especialização por atividades.

Outras vezes, a Cisão traduz uma evolução profunda: desdobrar uma empresa em várias ou
destacar partes do seu património para fundir essas partes com outras empresas já existentes.
Dada a sua natureza, a Cisão encontra-se regulamentada para acautelar interesses legítimos
quer de quem está motivado para a realização da operação quer de quem é nela envolvido,
como sejam os gestores, credores e pessoal das empresas a cindir.

O processo de Cisão é complexo e a sua realização apresenta similitudes com o processo de


fusão acima descrito, sendo que o artigo 172º do CC prescreve que “é aplicável à cisão de
sociedades, com as necessárias adaptações, o disposto relativamente à fusão”

Por isso, considera-se aqui reproduzido o que acima foi descrito para a fusão com a chamada
de atenção que os elementos a constar do projeto de cisão encontram-se expressos no artigo
171º do CC.

Dissolução
Código Comercial (CC) contempla os seguintes parágrafos:

 Divisão I- Dissolução da Sociedade, artigo 192 a 194


 Divisão II Liquidação da Sociedade, artigo 195 a 200

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A dissolução é o ato que determina o início do procedimento da extinção da sociedade, que,
quando for de iniciativa dos sócios, pode ser decidido em Assembleia feral dos sócios. Com a
dissolução a Sociedade termina a persecução do objeto social e dá-se o início a fase de
liquidação com vista a repartir pelos sócios o património societário.

Todavia, se à data da dissolução, a sociedade não tiver dívidas, podem os sócios proceder
imediatamente à partilha dos haveres sociais, pela forma prescrita no artigo 201.º Nos termos
do artigo 195º do CC, a sociedade em liquidação mantém a sua personalidade e continua sujeita
ao mesmo regime, com as devidas adaptações.

O artigo 192.º prescreve que a sociedade dissolve-se nos casos previstos no contrato e ainda:

a. Pelo decurso do prazo fixado no contrato;


b. Por deliberação dos sócios;
c. Pela realização completa do objeto contratual;
d. Pela ilicitude superveniente do objeto contratual;
e. Pela declaração de falência da sociedade;
f. Pela perda de metade do capital social.

Quando a dissolução resulta de deliberação dos sócios, dever-se-á ter presente que:

 A deliberação de dissolução de sociedade por quotas deve ser tomada por maioria de
75% dos votos;
 A deliberação de dissolução de sociedade anónima deve ser aprovada por maioria de
2/3 dos votos emitidos, ou por maioria dos votos em segunda convocação;

Deliberada a dissolução, esta deve:

 Ser consignada em escritura pública, ou


 A ata da deliberação ser lavrada por notário ou pelo secretário da sociedade.

Por sua vez “pode ser requerida a dissolução judicial da sociedade com fundamento em facto
previsto na lei ou no contrato e ainda:

a. Quando, por período superior a um ano, o número de sócios for inferior ao


mínimo exigido por lei, exceto se um dos sócios for o Estado ou entidade a ele
equiparada por lei para esse efeito;
b. Quando a atividade que constitui o objeto contratual se torne de facto
impossível;

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c. Quando a sociedade não tenha exercido qualquer atividade durante cinco anos
consecutivos;
d. Quando a sociedade exerça de facto uma atividade não compreendida no objeto
contratual.

No exercício em que se inicia a liquidação há que proceder, na contabilidade, à separação:

 Das operações até à data da dissolução;


 Das ocorridas após a data da dissolução
 A liquidação decorrera do modo que se sintetiza

Resumidamente os passos contabilísticos a serem seguidos:

1. Encerramento das contas, à data da dissolução;


2. Abertura das contas, para autonomizar as operações relativas à liquidação;
3. Registo das operações de liquidação;
4. Imputação do capital próprio aos sócios
5. Partilha (distribuição) dos valores.

Para separar o resultado apurado até à data da dissolução do da liquidação será de ponderar a
subdivisão da conta 88 – Resultado líquido do exercício em duas subcontas: Resultado do
exercício e Resultado da liquidação.

Aquisição
Uma vez subscrito e realizado o capital podemos ser confrontados com a sua diminuição
efetiva, não que formal, através da aquisição de parcelas daquele por parte da própria
Sociedade. Se bem que existam limitações legais à aquisição de quotas ou ações próprias,
adiante referidas, quando elas se verificarem serão objeto de registo em conta distinta do
CAPITAL, pois esta será sempre a expressão do valor nominal do capital social. Assim, a
parcela de capital adquirido pela própria sociedade será relevado como segue:

Valores Débitos Credito

1) Aquisição= Nominal 52 Ações (quotas) Próprias 11/12/268 521

Valor nominal

2) Aquisição <Nominal 52 Ações (quotas) Próprias

52 Ações (quotas) Próprias 522 Descontos e Prémios (1)

521 Valor nominal 11/12/268

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3) Aquisição> Nominal 52 Ações (quotas) Próprias 11/12/268

521 Valor nominal

522 Descontos e Prémios (1)

Por questões de sistematização, os aspetos jurídico-fiscais serão analisados separadamente no


tocante a quotas e ações:

Aquisição de quotas próprias

O CC determina que a aquisição de quotas próprias, a título oneroso, só é possível se:

 A sociedade dispuser de reservas livres em montante não inferior ao dobro do


contravalor a prestar, de acordo com do CC;
 Tornar-se indisponível uma reserva de montante igual àquele por que elas estejam
contabilizadas, conforme o CC.

Face a esta exigência de tornar indisponível uma reserva de igual montante à contrapartida da
aquisição de quotas próprias, então, além dos registos relativos à aquisição acima evidenciados,
no mesmo momento dever-se-á registar:

Por imposição daquele mesmo normativo, no relatório anual da gestão devem ser claramente
indicados:

a. As quotas próprias adquiridas durante o exercício, os motivos das aquisições


efetuadas e os desembolsos da sociedade;
b. As quotas próprias alienadas durante o exercício, os motivos das alienações
efetuadas e os embolsos da sociedade;
c. As quotas próprias da sociedade por ela detidas no fim do exercício.

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Considerações finais
Concluísse que são vários os fatores que desencadeiam uma sociedade se submeter a um
processo de alteração em sua natureza jurídica, sendo eles: forte concorrência; falta de recursos
financeiros; dificuldade em se manter no negócio; desarmonia entre sócios e investidores; falta
de foco, modelo de negócio e investimento; problemas com preço; entre outros

As operações de reestruturação societária exigem bastante atenção, logo, conclui-se que o


planejamento é fundamental para que os processos de Cisão, Transformação, Fusão e
Aquisição alcancem sucesso. Portanto, verifica-se a importância dos procedimentos
preliminares em que avaliará qual tipo de modificação é melhor para a sociedade.

Referências
Almeida, A. P. (2008.). Direito de empresa no código civil. (2 ed.). São Paulo:: Saraiva.

Branchier, A. S., & MOTTA, F. P. ( 2012). Direito empresarial. . Curitiba: : Intersaberes,.

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Coelho, F. U. (2015). Manual de direito comercial: direito de empresa. (27 ed.). São Paulo::
Saraiva,.

Comercial, C. (s.d.). Aprovado Lei n 10/200, de 23 de Dezembro.

Iudícibus, S. d. (2010). Manual de contabilidade societária: aplicável a todas as sociedades, de


acordo com as normas internacionais e do CPC.. São Paulo: Atlas.

Mamede, G. (2016). Direito empresarial brasileiro: direito societário sociedades simples e


empresárias.. ( 8 ed.). São Paulo:: Atlas.

MARTINS, E. e. (2013.). Manual de contabilidade societária: aplicável a todas as sociedades.


(2 ed.). São Paulo:: Atlas,.

SANTOS, J. L., & SCHMIDT, P. (2015). Contabilidade societária. (5 ed.). São Paulo:: Atla.

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