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INSTITUTO FEDERAL DE MINAS GERAIS

CAMPUS SÃO JOÃO EVANGELISTA


NUTRIÇÃO E DIETÉTICA

Caroline Soares Araújo


Joice Rafaela Sousa da Silva
Julia Farias Vieira e Braga
Sabrina França Gonçalves
Vitória da Silva Amaral

V DE VINGANÇA – RELAÇÃOCOM A
FILOSOFIA

São João Evangelista


2023

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INTRODUÇÃO

O filme V de Vingança, possui como cenário a Inglaterra dominada por um regime totalitário,
os direitos da população, as formas de expressão e crítica são controlados e censurados, a
mídia representa as propagandas do Estado do governo de Sutler. Nesse cenário, surge V
como um anti-herói, isto é, um personagem que se propõe a mudar sua realidade e ajudar a sua
sociedade, mas que não possui características de um herói tradicional: ser digno, justo e
correto, pois ele propõe a violência como forma de protesto e defesa.

ANÁLISE FILOSÓFICA

Uma análise filosófica do filme "V de Vingança" revela várias questões importantes
relacionadas ao poder, liberdade, identidade e responsabilidade moral. O filme oferece uma
crítica afiada aos regimes autoritários e à manipulação da verdade para perpetuar o controle
sobre as massas. V, como personagem central, encarna o conceito do indivíduo lutando
contra uma estrutura de poder opressiva e desumanizadora.

Uma das principais questões filosóficas exploradas no filme é a relação entre liberdade e
segurança. O regime retratado no filme é eficiente em fornecer uma sensação de segurança
para a população, mas isso é alcançado às custas da liberdade individual e do livre
pensamento. V, por outro lado, defende a liberdade acima de tudo, acreditando que sem ela,
a vida perde seu significado. O filme nos leva a refletir sobre o equilíbrio delicado entre
segurança e liberdade, e questiona até que ponto estamos dispostos a abrir mão de nossos
direitos individuais em troca de uma sensação de segurança.

Outro aspecto filosófico importante do filme é a identidade. V esconde sua identidade por
trás de uma máscara, representando a ideia de que qualquer pessoa pode se tornar um
símbolo de resistência. A máscara torna-se um símbolo de luta contra a opressão e de
questionamento da autoridade. Isso levanta questões sobre a natureza da identidade e a
importância do anonimato na busca pela liberdade e justiça.

Além disso, o filme explora questões éticas e morais. V busca vingança contra aqueles que
o torturaram e o aprisionaram, e suas ações são frequentemente violentas. Essa violência é
justificada em nome da liberdade e da luta contra a tirania. Isso levanta questões complexas
sobre a justiça, o uso da violência como meio de alcançar objetivos políticos e a
responsabilidade moral dos indivíduos que buscam a mudança social.

Em resumo, "V de Vingança" é um filme que estimula a reflexão filosófica sobre temas
como poder, liberdade, identidade e responsabilidade moral. Ele oferece críticas sociais
afiadas e provoca o público a questionar as estruturas de poder, a importância da liberdade
individual e os limites da ação moral em busca de um mundo melhor.

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RELAÇÃO FILOSÓFICA

1. Thomas Hobbes: O filme retrata uma sociedade distópica em que um governo autoritário
controla todos os aspectos da vida dos cidadãos. Essa representação pode ser relacionada à
filosofia política de Hobbes, que argumentou em sua obra "Leviatã" que a soberania
absoluta do Estado era necessária para evitar o caos e a anarquia. O regime totalitário no
filme busca garantir a ordem e a segurança, mas às custas das liberdades individuais.

2. John Locke: Por outro lado, o protagonista V representa a luta pela liberdade individual e
o direito à resistência contra um governo opressivo. Essa ideia está alinhada com as ideias
de Locke sobre direitos naturais e governo limitado. Locke argumentou que os governos
derivam seu poder do consentimento dos governados e que as pessoas têm o direito de se
rebelar contra um governo que viola seus direitos básicos.

3. Friedrich Nietzsche: O personagem de V pode ser interpretado como um exemplo da


superação do "último homem" descrito por Nietzsche. O "último homem" representa uma
mentalidade conformista, sem ambição e sem coragem de enfrentar os desafios. V, por outro
lado, é um indivíduo que desafia o status quo, abraça o caos criativo e busca a
transvaloração dos valores estabelecidos pela sociedade.

4. Michel Foucault: O filme aborda o tema do controle e da vigilância, o que pode ser
relacionado às ideias de Foucault sobre o poder e as tecnologias de disciplina e controle.
Foucault argumentou que o poder não é apenas exercido por governos e instituições, mas
também permeia todas as relações sociais e molda a forma como as pessoas pensam e se
comportam. O regime totalitário no filme usa a vigilância constante e a manipulação da
informação para manter seu controle sobre a população.

CONCLUSÃO

Podemos afirmar que o anonimato do protagonista é necessário, visto que ele representa uma
ideologia, um espírito de revolta das diversas sociedades ao longo da história frente aos
abusos de governos ditatoriais.

Como é dito no filme, as ideias não morrem, elas permanecem ao longo dos séculos. Então, é
como se o personagem não fosse sequer humano, mas sim um conceito que está presente na
população, precisando apenas ser despertado.

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