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O Judeu (Cena VIII)

Personagens – o Judeu, o Fidalgo, o Diabo e Joane.


Símbolos cénicos – o bode.
Tipo social – o Judeu representa todos os judeus que eram excluídos da sociedade
cristã.
Percurso cénico – Cais > Barca do Inferno
Argumentos de defesa:
 O Judeu não se tenta defender.
Argumentos de acusação:
 Roubo do bode (v.598 “Furtaste a chiba, cabrão?”);
 Profanação das sepulturas (vv.604-605 “E ele mijou nos finados na ergueja, de
São Gião);
 Não cumprimento de preceitos religiosos cristãos (vv.606-607 “E comia carne
de panela no dia de Nosso Senhor!”).
Caracterização:
- Materialista (v.570 “Passai-me por meu dinheiro”)
- Fiel à religião (v.574 “Sem bode, como irei lá?”)
Desenlace: O Judeu é condenado a embarcar no batel infernal.
Tipos de cómico:
Cómico de situação:
- entrada do Judeu com um bode às costas (“…veo um judeu, com um bode às costas”.)
- Judeu a ir de reboque para o inferno (v.611 “Vós, Judeu, irês à toa,…”)
Cómico de linguagem:
- nos insultos do diabo (v.592 “…caganeira que te venha,...”/v.595 “…com a beca nos
focinhos!”).
Intenção crítica:
- Gil Vicente é bastante crítico com os Judeus;
- Preconceitos religiosos da época;
Recursos expressivos:
- Perífrase (v.584 “Ao senhor meirinho apraz.”)
- Enumeração (vv.590-591 “Azar, pedra miúda, lodo, chanto, fogo, lenha.”)
O Enforcado (Cena X)
Personagens – o Enfrocado e o Diabo.
Símbolos cénicos – a corda que carrega ao pescoço.
Tipo social – o Enforcado representa as vítimas da justiça, os criminosos.
Percurso cénico – Cais > Barca do Inferno
Argumentos de defesa:
 Segundo Garcia Moniz, quem morre enforcado merece ir para o paraíso.
 A vida díficil que teve em Terra tornava-o santo “canonizado”.
Argumentos de acusação:
 Nenhum. O Enforcado é julgado pelos crimes que cometeu em Terra.
Caracterização:
- Ingénuo (v.776 “Se Garcia Moniz diz quem os que morreram como eu fiz, são livres de
satanás…”)
- Influenciável
Desenlace: O Enforcado é condenado a embarcar no batel infernal.
Recursos expressivos:
- Ironia (vv.795-796 “Dava-te consolação isso, ou algum esforço?”)
- Comparação (vv.791-793 “nem guardião do mosteiro não tinha tão santa gente como
Afonso Valente, que é agora carcereiro.”)
- Anáfora (vv.820-823 “Disse que era o Limoeiro, e ora por ele, o salteiro, e o pregão
vitatório; e que era muito notório…”)
Intenção crítica:
- Denuciar todos aqueles que se aproveitavam da sua posição social para enganar
outros de menor poder na sociedade;
- Crítica à pena de morte;

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