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Sínteses

OBRA OPCIONAL
Síntese GIL VICENTE, FARSA DE INÊS PEREIRA AUTO DA FEIRA
SÍNTESE DISPONÍVEL NA EV,
L.
NO MENU DIGITAL DESTE MANUA

GIL VICENTE (1465?-1536?) – DRAMATURGO

• Viveu no século XVI


• Trabalhou para os reis D. Manuel e D. João III durante vários anos
• Abrilhantou os serões da corte com uma vasta produção literária, fruto do seu génio criador e da influência
das representações profanas e religiosas que o precederam

FARSA DE INÊS PEREIRA

• Representada em 1523, a pedido de D. João III


• Representação no Mosteiro de Tomar
• Género dramático − FARSA
– Grande variedade de temas
– Vertente cómica
– Caráter satírico
 – Encenação do provérbio “Mais vale asno que me leve que cavalo que me derrube”
 – Estrutura tripartida da peça
 › Exposição
 – Desejo de libertação de Inês através do casamento
 › Conflito
 – Proposta de Pero Marques, casamento com o Escudeiro e casamento com Pero Marques
 › Desenlace
 – Concretização das aspirações de Inês

REPRESENTAÇÃO DO QUOTIDIANO

• A ânsia de libertação da mulher de condição burguesa, através do casamento (Inês)


• A ruína da baixa nobreza, decorrente da centralização das riquezas, provindas da expansão, na corte
(Escudeiro)
• Os velhos costumes morais de uma sociedade medieval e feudal, em vias de extinção (Pero Marques)
• Degradação moral da conceção de família
• O êxodo dos campos, o desenvolvimento das cidades e a atração pela riqueza fácil

DIMENSÃO SATÍRICA – RIDENDO CASTIGAT MORES (RINDO, CORRIGEM-SE OS COSTUMES)

• Cómico de caráter ↔ Pero Marques (desconhecimento da cultura da cortesia)


• Cómico de situação ↔ Episódio final
• Cómico de linguagem ↔ Expressões provincianas de Pero Marques, representante da cultura popular

LINGUAGEM E ESTILO

• Rusticidade das personagens realça a importância do saber popular


• Linguagem adequada ao seu estatuto social e nível etário
• A peça é bilingue
• A linguagem contribui para os efeitos de cómico
• Recursos expressivos
 Comparação: “encerrada nesta casa / como panela sem asa”
Interrogação retórica: “Hui! e que pecado é o meu, / ou que dor de coração?”
Ironia: “Logo eu adivinhei/lá na missa onde eu estava, / como a minha Inês lavrava / a tarefa que eu lhe dei…”
Metáfora: “Praza a Deus que algum quebranto / Me tire de cativeiro”
Metonímia: “Fui despedir um rapaz / que valia Perpinhão”

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Sínteses

PERSONAGENS E RESPETIVAS RELAÇÕES

• Preguiçosa, leviana, fantasiosa, inconsciente, idealista


Inês Pereira • Torna-se materialista, calculista, vingativa, no final da peça
• Despreza Pero Marques e é enganada pelo Escudeiro

• Ingénuo, trabalhador, honesto, boçal


Pero Marques
• Gosta sinceramente de Inês

• Elegante, mentiroso, desleal, preguiçoso, pelintra, galanteador, cobarde


Escudeiro, Brás da Mata
• Engana Inês e maltrata-a depois de casado

• Alcoviteira, leviana, mentirosa


Lianor Vaz
• Aconselha o casamento com Pero Marques

Mãe • Boa conselheira, confidente, compreensiva, voz do bom-senso

Judeus casamenteiros, • Bajuladores, interesseiros, oportunistas


Latão e Vidal • Aconselham o casamento com Brás da Mata

Moço • Confidente, crítico, fiel ao amo

Fernando e Luzia • Simples, amigos, cantam uma canção de desencanto e morte

Pai • Ausente

• Falso religioso, parasita, mentiroso


Ermitão
• Corteja Inês depois do segundo casamento

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