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RETOMA DE CONTEÚDOS

Contos

Encontros – 12.o ano ▪ Noémia Jorge, Cecília Aguiar, Miguel Magalhães


Contos

Friso cronológico
IDADE Séc. XV-XVI Séc. XVII Séc. XIX Séc. XX LITERATURA
MÉDIA RENASCIMENTO BARROCO ROMANTISMO REALISMO MODERNISMO CONTEMPORÂNEA

Maria Judite de Carvalho (1921-1998)


“George”
Mário de Carvalho (1944)
“Famílias desavinddas”
Contos: retoma de conteúdos ● Manual, p. 170

RETOMA DE
Representações
CONTEÚDOS da mulher

Crítica social
Contos: retoma de conteúdos ● Manual, p. 170 ● Representações da mulher

Maria Judite de Carvalho


• “George”

Cesário Verde
Lírica • Cânticos do Realismo
trovadoresca
MULHER Eça de Queirós
Gil Vicente
• Farsa de Inês • Os Maias
Pereira
• Auto da Feira Obras românticas
• Frei Luís de Sousa
Luís de Camões • Amor de Perdição
• Rimas • Viagens na Minha Terra
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Poesia trovadoresca

CANTIGA DE AMIGO CANTIGA DE CANTIGA DE


AMOR ESCÁRNIO E
Mulher: sujeito poético
MALDIZER
Mulher: “senhor”
• Donzela, que se refere ao elogiada pelo
“amigo”/namorado. Mulher: alvo de
trovador
• Representação de afetos e ridicularização por parte
emoções: amor, do trovador
• Entidade a quem
alegria/orgulho de amar e de
trovador, que presta • Ao serviço da paródia
ser amada, ansiedade,
vassalagem amorosa. do amor cortês
saudade, tristeza, raiva, etc. • Modelo de beleza e
• Confidência amorosa à (crítica das regras do
de virtude. amor cortês de matriz
natureza, à mãe, às amigas. • Ambiente
• Ambiente doméstico e familiar, provençal).
aristocrático/
marcado pela presença
palaciano (corte).
feminina.
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Gil Vicente, Farsa de Inês Pereira


REPRESENTAÇÃO DE TIPOS SOCIAIS

Inês Pereira Mãe de Inês Pereira


• Jovem insatisfeita com a sua Mulher pragmática (encara
vida de solteira. o casamento de Inês como Conceção
• Recusa de casamento com o forma de garantir a
rústico Pêro Marques (recusa do estabilidade económica da materialista
modo de vida popular). filha). do
• Casamento falhado de Inês e de casamento
Brás da Mata (transformação da (forma de
Lianor Vaz
ilusão do primeiro encontro em
ascensão
desencanto). Alcoviteira (responsável
• Casamento de Inês com Pêro social)
pela combinação
Marques (alteração de atitude: do casamento de Inês
aceitação do modo de vida com Pêro Marques). CRÍTICA
popular); relação extraconjugal SOCIAL
com o Ermitão.
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Gil Vicente, Auto da Feira


REPRESENTAÇÃO DE TIPOS SOCIAIS

Branca Anes Moças do monte

Branca Anes: queixas do marido Devotas de Nossa Senhora,


(desvalorização da instituição através do canto (entoação
casamento). de cantiga em honra
de Cristo e da Virgem
Marta Dias Maria).

Compradora de coisas materiais


(desvalorização da espiritualidade). Representação da
mulher ao serviço do
ELOGIO DE VALORES
Representação da mulher MORAIS
ao serviço da
CRÍTICA SOCIAL
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Mulher inacessível, misteriosa, quase


Luís de Camões
divina, de beleza inefável, a quem o
Rimas sujeito poético presta vassalagem e
Representação da adoração e que se relaciona com o amor
amada espiritual (cf. ideal de beleza
petrarquista).

Ex.: “Ondados fios d’ouro reluzente”


“Leda serenidade deleitosa”
“Um mover d’olhos, brando e piadoso”
Sandro Botticelli,
A Primavera, c. 1482 [frag.]

Mulher terrena, por quem o sujeito poético se sente atraído e


fascinado.
Ex.: “Aquela cativa”
“Minina dos olhos verdes”
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Obras românticas

Frei Luís de Sousa Amor de Perdição Viagens na


Minha Terra
D. Madalena de Vilhena Teresa de Albuquerque
• Estatuto nobre • Estatuto nobre. Joaninha
• Sentimentos fortes • Jovem, pura, frágil (mulher-anjo). • Excecionalidade
(amor-paixão pelo • Sentimentos fortes: amor-paixão (ideal de
segundo marido). (ama intensamente e morre de espiritualidade;
• Em constante amor), obstinação (oposição à não corrompida
sofrimento, vontade paterna). pela sociedade).
atormentada pelo • Marcada pela
passado. Mariana
harmonia com a
• Protagonista de um • Nobreza de sentimentos (sofre e natureza (cf.
amor fatal. morre por amor não olhos verdes).
correspondido). • Final: loucura e
• Indiferença face à sociedade. morte física.
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Maria Eduarda
Eça de Queirós • Carácter excecional e superior (beleza, requinte, delicadeza de
Os Maias sentimentos).
• Vítima do Destino. MULHER IDEALIZADA

Restantes mulheres
• Maria Eduarda Runa: saúde débil, religiosidade desmesurada,
influência excessiva sobre o filho.
• Maria Monforte: presença e beleza deslumbrantes,
instabilidade emocional, adultério.
• Raquel Cohen e Condessa de Gouvarinho: mediocridade
/futilidade, adultério, devassidão.
• Silveiras: devoção religiosa excessiva (real ou aparente),
puritanismo.
MULHERES
RIDICULARIZADAS
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Cesário Verde
Mulher da cidade, produto de convenções
Cânticos do
citadinas.
Realismo
Ex.: “atrizita” (“Cristalizações”).

Mulher trabalhadora, vítima social.


Ex.: varinas (“O Sentimento dum Ocidental”);
vendedora de fruta (“Num Bairro Moderno”).
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Maria Judite de As três idades da vida


Carvalho A complexidade da natureza humana

“George” Gi George Georgina


18 anos 45 anos Quase 70 anos
Mulher como
exemplo de ser
humano: Passado Presente Futuro
• complexo;
• em constante JUVENTUDE VIDA ADULTA VELHICE
mudança. Tentativa vã Vida vazia, de Sem esperança
de fugir solidão contida de futuro.
de si mesma Falsa completude
e de existencial.
esquecer o
passado.
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Metamorfoses da figura feminina


Nível
Nível
psicológico
Nível físico
social

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Gi George – nome masculino Georgina
George (nome ambivalente
Gi Georgina
estrangeiro / pseudónimo da pintora).

Submissão ao modelo feminino


Liberdade, rejeição de modelos.
imposto pela sociedade.
18 anos 45 anos Quase 70 anos
Ignorância/desconhecimento. Conhecimento (viagens pelo mundo).
TédioPartir (viagens pelo mundo).
Amadureci-
Juventude
Ficar (permanência
Ilusão na vila).
Cansaço existencial
Desengano
Envelheci-
mento
Jovem sem expectativas profissionais. Solidão
Pintora de renome a mento
nível europeu.
Enraizamento Desenraizamento Consciência da
familiar
Pobreza. “desertificação”
Sucesso profissional e Desvalorização dafinitude
prosperidade,
Simplicidade.
e afetivo prosperidade
(desvalorizaçãododas
sucesso profissional
Valorização e dadas
financeira. sofisticação ante a sociedade
relações afetivas)
Glamour, sofisticação. relações afetivas
excludente.
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Mário de Carvalho Cesário Verde


“Famílias Cânticos do
desavindas” Realismo
Poesia Romances queirosianos
trovadoresca ● Os Maias
Crítica ● A Ilustre Casa de
Gil Vicente social Ramires
● Farsa de Inês
Pereira Obras românticas
● Auto da Feira ● Camilo Castelo Branco,
Amor de Perdição
Padre António Vieira ● Almeida Garrett,
Sermão de Santo Viagens na Minha Terra
António
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Poesia Cantigas de escárnio e maldizer


trovadoresca
SÁTIRA ↔ Dimensão crítica
Paródia do amor cortês
Crítica das regras do amor cortês de
matriz provençal.

Crítica de costumes
Ex.: Deserção; cobardia de vassalos
nobres em campo de batalha.
Falta de dotes poéticos dos jograis.
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Gil Vicente Dimensão crítica


Farsa de Inês
Presença da sátira, fonte de cómico
Pereira
Ex.: Farsa de Inês Pereira:
- mundo às avessas / subversão da ordem social
estabelecida;
– crise de valores (hipocrisia, tirania, adultério,
devassidão do clero, culto da aparência);
– conflitos sociais em potência (casamento entre
pessoas de classes sociais distintas).

Mecanismos
– Personagens-tipo
(tipos sociais característicos da época).
– Recurso ao cómico
(de situação, de carácter e de linguagem).
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Gil Vicente Dimensão crítica


Auto da Feira
Crítica à crença em superstições e na astrologia enquanto
elementos influenciadores da vida e do destino do Homem.

Crítica do mal (mundo às avessas / degradação de costumes)


− crise de valores da sociedade em geral
(mentira, hipocrisia, ganância, desejo de trocar de cônjuge);
− corrupção e dissolução de costumes do clero
(crítica à venda de indulgências).

Exaltação do bem (virtudes)


− exaltação divina / esvaziamento do sentido
comercial da feira por parte das moças e dos
mancebos do monte.
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Vieira prega aos peixes com o intuito de censurar


Padre António
alegoricamente o comportamento dos homens
Vieira (destinatários reais do sermão)
Sermão de
Santo António Louvor das Crítica dos vícios dos homens
virtudes • Heresia.
dos peixes • Ausência de conversão.
(peixes em geral, • Apatia/ausência de vontade.
peixe de Tobias, • Exploração, corrupção.
rémora, torpedo, • Ambição desmedida.
quatro-olhos). • Vaidade.
• Incapacidade de discernimento.

Crítica dos vícios Crítica dos vícios dos homens


dos peixes • Exploração (antropofagia social).
(peixes em geral, • Arrogância.
roncador, voador, • Parasitismo.
pegador, rémora). • Ambição.
• Traição.
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Obras românticas
Amor de Viagens na
Perdição Minha Terra
❶ Denúncia de uma ❶ Crítica à cidade
sociedade repressiva que atua (espaço que asfixia) /
através: valorização do campo (espaço salutar).
• da instituição familiar ❷ Crítica à falta de originalidade da
(autoritarismo paterno, literatura romântica.
casamentos de conveniência, ❸ Crítica à atuação do governo (a
inferioridade da mulher); destruição do pinhal da Azambuja pode
• da igreja (conventos); ser considerada metonímia da destruição
• da justiça (prisão). do país).
❹ Crítica do materialismo associado aos
❷ Denúncia do conflito barões e decorrente do contexto
intergeracional e reivindicação histórico-político (Guerra Civil, lutas entre
dos valores dos jovens liberais e absolutistas).
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Eça de ESPAÇO SOCIAL


Queirós Sociedade lisboeta da segunda
Os Maias metade do século XIX

CRÓNICA DE COSTUMES
Episódios da vida romântica
 Jantar no Hotel Central - Literatura, Crítica
literária, Finanças, História de Portugal.
 Corridas de cavalos (hipódromo de Belém) – falso
cosmopolitismo, falta de civismo, provincianismo.
 Jantar dos Gouvarinhos – mediocridade mental
da aristocracia e da classe dirigente.
 Episódio dos Jornais – Jornalismo corrupto e
parcial.
 Sarau da Trindade (teatro da Trindade) – atraso
cultural, provincianismo.
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Eça de Queirós | A Ilustre Casa de Ramires

Microcosmos Sociedade em mutação


da aldeia
Decadência da nobreza
Velha aldeia (perda de poder e de
Santa Ireneia recursos financeiros).
Ascensão de valores
burgueses.
Vila vizinha
“asseada e vistosa” Ascensão dos políticos e dos
Vila-Clara seus valores (ambição
desmedida, corrupção).
Crescente importância de
Cidade África (cf. Ultimato Inglês).
Oliveira
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Cesário Verde | Cânticos do Realismo


Representação da cidade

Povo / classes Marginais que


Burguesia
trabalhadoras vivem na cidade

Produtividade, Ociosidade, inércia, Degradação social e


vitalidade, autenticidade. artificialidade. moral.
Ex.: vendedora de Ex.: criado do bairro Ex.: ladrões,
legumes, calafates, burguês, dentistas, bêbedos, jogadores,
obreiras, varinas… arlequins, lojistas… prostitutas…

Alvo de simpatia e Alvo de crítica e Alvo de crítica por


solidariedade por parte ironia por parte do parte do sujeito
do sujeito poético. sujeito poético. poético.
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Mário de O cómico extraído


Carvalho do quotidiano
“Famílias
desavindas” • Denúncia, com recurso ao humor/cómico
e à ironia, de aspetos negativos extraídos
do quotidiano:
→ censura dos ódios entre famílias sem
motivo;
→ vícios sociais como o suborno, a
burocracia excessiva, a incompetência
profissional (cf. descrição caricatural dos
médicos e da própria função de
semaforeiro).

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