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MÓDULO 1

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Conceitos Básicos e Parcelas Contratuais

AULA 1

1 - Cálculos de Liquidação no Processo Trabalhista

Considerável parte dos pedidos formulados em ações judiciais trabalhistas tem


como objetivo não só o reconhecimento de direitos trabalhistas, mas também (e
principalmente) o pagamento em pecúnia relativo a tais direitos. Isso mostra a
importância de que os agentes do processo tenham o domínio de conhecimentos
jurídicos e matemáticos necessários para que se promova a correta apuração
(liquidação) dos valores a serem pagos.

No âmbito do processo trabalhista, os cálculos de liquidação devem ser elaborados


pelas partes inicialmente com relação aos pedidos reclamados na petição inicial, de
forma prévia, para que possam se manifestar com a devida segurança quando do
oferecimento pelo Juízo da oportunidade de celebração de acordo judicial em audiência
inaugural (Art.846 da CLT).

Ultrapassada tal oportunidade, sem o êxito conciliatório, necessária se faz a


liquidação dos pedidos que vierem a ser reconhecidos como devidos no julgado. Pode
ser, então, promovida pelo próprio julgador, ao proferir a decisão de mérito (através de
uma sentença líquida), ou pelas partes e auxiliares do Juízo (em caso de sentença
proferida ilíquida) na fase processual denominada de Liquidação (Art.879 da CLT e Art.475
do CPC).

A fase liquidatória se completa com a homologação do cálculo que for


considerado como correto à luz disposições do julgado, através de ato do Juízo nominado
de Sentença Homologatória, de natureza substancialmente declaratória, que fixa os
valores dos créditos devidos, tornando líquido o título executivo judicial e aperfeiçoando o
processo para o início da fase executória. Proferida tal decisão e havendo discordância
pelas partes, essas poderão interpor os seguintes recursos:

 Embargos à Execução e Impugnação de Cálculos (Art.884 da CLT)

 Agravo de Petição (Art.897 da CLT)

 Recurso de Revista (Art.896 da CLT)

2 - Partes dos Cálculos de Liquidação

Duas são as partes que juntas proporcionam que os cálculos de liquidação atinjam
a eficácia pretendida, no sentido de promover e demonstrar a apuração das parcelas
abrangidas nos pedidos formulados em petição inicial, ou nos pedidos reconhecidos e
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deferidos pelo julgador, tornando conhecidos os valores dos créditos devidos, bem como
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os credores e devedores no processo.

2.1- Memória de Cálculo – Demonstra os detalhes da apuração das parcelas abrangidas


na liquidação, abrangendo, portanto, as planilhas de cálculos referentes a:

 Parcelas Contratuais (remuneratórias, indenizatórias, fundiárias)

 Parcelas Rescisórias (remuneratórias, indenizatórias, fundiárias)

 Correção Monetária

 Juros de Mora

 Parcelas Previdenciárias e acréscimos moratórios

 Imposto de Renda

 Honorários advocatícios de sucumbência

 Despesas e multas processuais

2.2 - Resumo Geral - Corresponde à consolidação do cálculo, apresentando


principalmente os valores dos créditos resultantes da liquidação promovida na memória
de cálculo. Demonstra:

 Valores bruto e líquido do crédito do reclamante;

 Valor de FGTS a ser depositado em conta vinculada;

 Valores de contribuição previdenciária (cotas empregado e empregador);

 Valor de IRRF apurado e deduzido;

 Valor de honorários advocatícios de sucumbência;

 Outros valores (valor de despesas de leiloeiro; valor destinado a pagamento


de pensão alimentícia, multas processuais, etc) ;

 Valor total a ser pago pelo devedor.

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AULA 2
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1 - ELEMENTOS DO CÁLCULO

As seguintes fontes jurídicas abordam as diversas situações de trabalho, fixando o


direito quanto à exigibilidade das verbas trabalhistas:
 Leis
 Instrumento de negociação coletiva (acordo ou convenção)
 Contrato de trabalho (entre empregador e empregado)
 Regulamentos da empresa
 Súmulas e Orientações Jurisprudenciais dos TRTs e TST.
 Sentenças (1ºgrau)
 Acórdãos (2º e 3º graus)
 Sentenças normativas (dissídios coletivos).

De tais fontes podem ser observadas as duas informações necessárias e suficientes


para apuração de toda e qualquer parcela abrangida em liquidação trabalhista: a base
de cálculo e a regra do cálculo. Cada verba terá, portanto, o seu cálculo a partir desses
elementos.

1.1 - Base de Cálculo - Valor relacionado a outra verba (ou a outras verbas somadas),
sobre o qual deve ser aplicada a regra do cálculo, sendo o elemento com o qual se inicia
o cálculo.

1.2 - Regra do Cálculo - Operações matemáticas que devem ser efetuadas sobre a base
de cálculo.

REGRA
VALOR
FONTE DA
JURÍDICA PARCELA

BASE

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1.3 – Observações
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Duas verbas distintas não devem servir de base de cálculo uma para a outra. Caso
isso aconteça, provavelmente no final do processo, uma parte do crédito será
indevidamente duplicada e, consequentemente, paga em duplicidade, ocorrendo o que
chamamos de bis in idem.
Pode-se traçar a seguinte sequência lógica para fins de consulta às fontes jurídicas
quanto aos elementos do cálculo (base e regra):
1) Analisar os termos do julgado (sentença e acórdãos), quanto ao que ficou
efetivamente fixado quanto a base e regra de determinada parcela; os parâmetros
fixados deverão ser observados na liquidação.
2) No caso de não haver informação no julgado, consultar a lei; caso também haja
previsão em norma coletiva acerca da parcela em questão, prevalecerão os
elementos que mais beneficiarem o trabalhador.
3) Acontecendo de a parcela não estar prevista nessas fontes, mas sim no contrato de
trabalho (expresso ou tácito) ou em regulamentos da empresa, o que estiver
disposto nesses documentos deverá, então, ser observado na liquidação.
4) O conhecimento da jurisprudência consolidada nas súmulas e orientações
jurisprudenciais dos tribunais deve acompanhar a consulta das demais fontes
jurídicas, para fins de auxílio de interpretação das mesmas e preenchimento de
eventuais lacunas normativas.

2- Principal e Acessório

Algumas definições:
 Cumulação de pedidos – quando em uma única ação são formulados vários
pedidos.
 Cumulação própria simples - quando os pedidos são independentes um dos
outros.
 Cumulação própria sucessiva - quando há dependência de um pedido a outro.
 Pedido acessório - pedido cuja formulação depende de outro pedido, e que
para o seu deferimento há necessidade de prévio deferimento do outro pedido.
 Pedido principal – considerado todo pedido não acessório.

As parcelas abrangidas em uma liquidação trabalhista podem figurar como


principais (pleiteadas em pedidos principais) ou acessórias (pleiteadas em pedidos
acessórios).
A dependência de uma parcela acessória com a sua originária se dá porque essa
compõe a base de cálculo daquela. Assim, tornando-se devida a parcela originária (ou
aumentando o seu valor), caberá, portanto, uma repercussão no valor da acessória,
gerando uma diferença no seu valor, comumente denominada de reflexo.
Uma parcela acessória passa então a ser exigível a partir da declaração de
procedência do seu respectivo pedido, posteriormente ao deferimento do pedido do qual
depende. De igual modo, se uma parcela originária passa a não ser mais exigível, por

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força de desistência do pedido e de reforma do julgado, a parcela acessória
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consequentemente também será afastada da liquidação.

2.1 – Observações

A base de cálculo de uma parcela acessória corresponde ao valor da sua parcela


originária.
Uma parcela acessória pode figurar como originária de outra parcela dita acessória
(reflexo do reflexo).
Pedido referente a parcela acessória (reflexo) deve ser distinto do pedido referente
à sua parcela originária.

3 - Fluxo de Planilha do Cálculo

A elaboração gráfica dos cálculos mostra-se muito importante, não somente por ser
um instrumento eficaz para conduzir à correta apuração dos valores das parcelas
abrangidas na liquidação trabalhista, mas também por tratar-se de um demonstrativo fiel
de todas as operações efetuadas nos cálculos, o que possibilita que os cálculos sejam
verificáveis a qualquer tempo, por qualquer agente do processo.
“O bom cálculo de liquidação não somente calcula corretamente, mas também
demonstra corretamente.”
O elaborador dos cálculos de liquidação deve ter em mente que há um fluxo, um
sentido geral de confecção da planilha, o qual é balizado por duas direções específicas.

A Ordem de Títulos é orientada pelo eixo horizontal (da esquerda para a direita),
correspondendo à disposição qualitativa das parcelas, a partir da natureza dos seus títulos
e conforme a evolução lógica de sua apuração.

A Ordem Cronológica, por sua vez, é orientada pelo eixo vertical (de cima para
baixo), corresponde à disposição quantitativa, pela qual fica demarcado o período
contratual considerado, com a apuração mês a mês dos valores das parcelas.

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O Fluxo da Planilha resulta da conjugação dos eixos (horizontal e vertical), e sinaliza
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que há um sentido geral de elaboração da planilha, com início na área superior esquerda
pela parcela mais anterior e básica de todas, e finalização na área inferior direita, onde os
objetivos gerais dos cálculos são consolidados, tornando-se líquidos os valores dos créditos
devidos.

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AULA 3
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REMUNERAÇÃO

O Art. 457 da CLT prescreve que o trabalho realizado a partir da relação contratual
entre empregador (Art. 2º da CLT) e empregado (Art. 3º da CLT) pode ter a sua
remuneração efetivada através de parcelas pagas pelo empregador (parcelas salariais) e
de parcelas pagas por terceiros que se beneficiam com o resultado do labor realizado
(parcelas não salariais). O conjunto dos dois grupos de parcelas é chamado de complexo
remuneratório.
Os valores de pagamento das parcelas remuneratórias podem ser observados nos
recibos de pagamentos (contracheques) ou nas fichas financeiras do empregado,
documentos esses que devem compor os autos para fins comprobatórios.

3.1 – Parcelas Salariais

Salário corresponde a toda retribuição devida ao empregado e paga diretamente


pelo empregador, em virtude da relação de emprego, pela prestação dos serviços e pela
permanência à disposição para o trabalho, bem como por períodos de interrupções e
intervalos (cujas normas exijam que sejam remunerados).
Várias podem ser as parcelas de natureza salarial envolvidas em um contrato de
trabalho, e o conjunto dessas parcelas chama-se complexo salarial.

3.1.1 - Salário Base. Parcela retributiva básica cujo valor é previamente ajustado na
contratação, para uma jornada normal de trabalho, sem acréscimos relativos ao
ambiente, à duração, ao horário, ao tempo, à natureza e à qualidade do trabalho.
Corresponde à obrigação contratual principal, podendo servir de base de cálculo
para outras parcelas salariais. Deve obrigatoriamente constar indicado na CTPS, nas fichas
de registro de empregados e nos recibos salariais. Na liquidação, normalmente aparecem
no início do fluxo de planilha, ocupando as primeiras colunas.
Geralmente, consiste em parcela de valor fixo, obedecendo a um critério constante
estipulado por unidade de tempo (por mês, por quinzena, por semana, por dia ou por
hora). Pode também ser estipulado em valor fixo por unidade de produção (por obra, por
tarefa) ou por comissão ou percentagem sobre vendas e serviços, de forma que quanto
mais produzir o empregado, maior será a retribuição devida ao final do período estipulado
para pagamento (dia, semana, quinzena ou mês).
Tipos de pedidos envolvendo salário base:
 Diferenças salariais em decorrência de equiparação salarial a outro
empregado
 Diferenças salariais em razão de pagamentos em valores inferiores ao piso
salarial da categoria
 Diferenças salariais em razão de reajustes salariais incorretos
 Diferenças salariais em razão de desvio de função do empregado
 Reflexos dos salários pagos sem registro em CTPS e em recibos de
pagamentos

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3.1.2 – Comissão e Percentagem. Salário auferido em valor proporcional à
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realização de vendas de produtos ou à prestação de serviços. Ins ere-se nas
obrigações principais do contrato de trabalho, devendo a sua regra constar
obrigatoriamente registrada nos assentamentos principais (CTPS, Ficha de
Registro, Ficha Financeira, contracheque).

O empregado pode ser classificado como comissionista puro, se é pago


exclusivamente à base de comissões/percentagem, ficando -lhe sempre
garantido o salário mínimo. É comissionista misto se parte do seu pagamento é
feito por salário fixo.

Tipos de pedidos envolvendo salário base:

 Diferenças de comissões pagas em valor inferior


 Reflexos de comissões pagas

3.1.3 - Salário Utilidade. Tipo de pagamento in natura previsto no Art. 458 da


CLT, correspondendo à parte do salário expressa ou tacitamente estipulada
como fornecimento de utilidades. Deve, portanto, decor rer do contrato de
trabalho, como retribuição pelo serviço, e não como instrumento para a sua
realização. O pedido mais comum refere -se a reflexos de salário utilidade em
outras parcelas.

3.1.4 – Outras parcelas salariais comuns

 Gratificação Ajustada. Sendo gratificação uma parcela paga


espontaneamente pelo empregador, por mera liberalidade, como
bonificação, independente de qualquer ato do empregado, não possui
caráter salarial, por não ser parcela retributiva. Entretanto, passa a ter
natureza salarial quando há expresso ajuste pelas partes quanto ao seu
pagamento (gratificação ajustada) ou quando há habitualidade,
periodicidade e uniformidade no seu pagamento (ajuste tácito), e, assim,
o seu pagamento torna-se obrigatório.

 Diárias para Viagem. Diárias próprias correspondem a pagamento feito


pelo empregador para cobrir custos do empregado com viagens relativas
ao trabalho, sendo em valor fixo e não havendo necessidade de
comprovação dos gastos efetuados, não possui natureza de salário.
Quando, porém, o seu valor ultrapassa 50% do valor do salário mensal,
assume, então, o caráter salarial (diárias impróprias), passando a integrar
o complexo salarial, para todos os efeitos.

 Abono (pago pelo empregador). Tipo de adiantamento salarial, provisório


e circunstancial, normalmente efetuado para situações de perda do
poder aquisitivo do salário, principalmente em épocas de crise

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inflacionária. Enquanto pago, integra o complexo salarial mensal, para
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todos os efeitos. Pode vir a ser incorporado definitivamente ao salário .

 Gratificação por Tempo de Serviço. Gratificação ajustada que visa


retribuir a continuidade do serviço prestado ao empregador por
determinado tempo. São pagos como anuênios, biênios, triênios,
quinquênios etc, a partir de percentuais aplicados sobre o salário base ou
por valor fixado em norma coletiva ou em regulamento da empresa.

 Gratificação de Função. Acréscimo devido em função de maior grau de


responsabilidade envolvido no desempenho de um determinado cargo ou
função.

 Prêmio (habitual). Parcela concedida pelo empregador em função de


fatores pessoais do trabalho do empregado, conforme sua produção,
eficiência, assiduidade, pontualidade etc. Diferente da gratificação, o
prêmio está diretamente relacionado a atos do trabalhador. Somente há
caráter salarial se o pagamento do prêmio não é esporádico, mas sim
habitual.

 Gratificação Semestral. Tipo específico de gratificação concedida a


empregados bancários.

 Quebra de Caixa. Parcela geralmente paga a empregados que lidam


com numerário (caixas de bancos, de instituições financeiras, de lojas de
comércio etc), que tem por finalidade compensar eventuais prejuízos por
eles sofridos no exercício do trabalho ou simplesmente o risco de erros de
contagem ou enganos relativos a transações de valores. À verba atribui u-
se o caráter salarial a partir da consolidação do costume de seu
pagamento.

 Adicional de Transferência. Parcela devida quando, em caso de


comprovada necessidade de serviço, o empregador transfere o
empregado para outra localidade, sendo cabível enquanto durar a
situação de afastamento.

 Repouso Semanal Remunerado

 Férias Concedidas

 Gratificação Natalina (13º Salário)

 Adicional de Periculosidade

 Adicional de Insalubridade

 Adicional de Hora Extra

 Adicional Noturno

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3.2 - Parcelas remuneratórias não salariai s
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3.2.1 – Gorjetas. Retribuição efetuada pelo cliente do estabelecimento, como
reconhecimento por um serviço prestado, sendo classificadas como próprias, se
pagas ao trabalhador diretamente pelo cliente, ou impróprias, se cobradas
como um adicional na conta do cliente, para posterior repasse aos
empregados pelo empregador, devendo constar indicada na CTPS do
empregado por valor médio estimado. Compõe a base de cálculo
exclusivamente da remuneração de Férias, do 13º Salário e do FGTS, sendo o
tipo de pedido mais comum envolvendo gorjetas o que se refere a reflexos em
tais parcelas.

3.2.2 – Guelta. Retribuição efetuada por terceiro (normalmente fornecedor do


estabelecimento), como incentivo e bonificação por vendas efetuadas. Em
decisões judiciais, a parcela r ecebe tratamento análogo à gorjeta.

3.3 - Parcelas não remuneratórias

Há parcelas que não possuem o caráter remuneratório, mas são


igualmente devidas pelo empregador ao empregado em função do contrato
de trabalho. São normalmente tratadas na liquidação trabalhista como
parcelas indenizatórias.

Uma parcela é indenizatória quando tem a finalidade de reparar danos


sofridos ou ressarcir gastos efetuados pelo empregado com a própria atividade
laboral, ou mesmo de evitar que o mesmo venha a sofrer dano patrim onial ou
comprometimento de seu salário. O seu pagamento não tem, portanto, o
objetivo de remunerar, mas sim de reparar, ressarcir ou evitar. São parcelas
indenizatórias comuns:

 Ajuda de Custo

 Gratificação (não habitual)

 Prêmio (não habitual)

 Diárias (< 50%)

 Auxílio Transporte

 Auxílio Alimentação (PAT)

 Participação nos Lucros (sindicato)

 Auxílio Doença (15 dias iniciais)

 Salário Família (INSS)

 Abono Pecuniário de Férias

 Dobra de Férias

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 Férias (pagamento na rescisão)
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 Indenização Adicional (Art.9º da Lei 7.2 38/84)

 Multa do Art.477, §8º, CLT

 Indenização Compensatória (40%)

 Indenização Seguro Desemprego

 Acréscimo do Art.467 CLT

 Vale Transporte (indenização)

 Vale Alimentação (indenização)

 Fundo de Garantia por Tempo de Serviço FGTS

3.4 - Incidências

FGTS INSS IR

Remuneratórias SIM SIM SIM

Indenizatórias NÃO NÃO NÃO

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AULA 4
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REPOUSO SEMANAL REMUNERADO E FERIADOS

O RSR é um tipo de interrupção remunerada do trabalho normal semanal,


também chamada de descanso semanal remunerado, descanso
hebdomadário, intervalo intersemanal ou folga semanal.

Consiste em um período de descanso de 24 horas consecutivas (no


mínimo), usufruído pelo empregado fora do ambiente de serviço, após ter
cumprido uma jornada semanal normal de trabalho e pelo qual deverá receber
a mesma remuneração que seria devida caso estivesse em efetivo labor.

Difere dos feriados quanto à natureza, vez que esses correspondem a dias
específicos definidos por lei, em função de comemorações cívicas ou religiosas
específicas, para as quais, portanto, nã o deve haver trabalho, restando
garantida, entretanto, a respectiva remuneração diária.

Para que o empregado faça jus à remuneração do RSR, é necessário que


a sua frequência tenha sido integral durante a semana (Art. 6º Lei 605/49).
Assim, a falta injustificada enseja tanto a perda do direito ao pagamento
relativo ao dia não trabalhado, como também da remuneração do RSR da
respectiva semana.

4.1 - Cálculo

Embora RSR e Feriados sejam institutos distintos, suas remunerações


seguem parâmetros de cálculo prat icamente idênticos. No Art.7º da Lei 605/49
constam fixados as seguintes regras para cálculo do RSR:

a) para os que trabalham por dia, semana, quinzena ou mês, à de um dia


de serviço, computadas as horas extraordinárias habitualmente
prestadas;

b) para os que trabalham por hora, à sua jornada norma de trabalho,


computadas as horas extraordinárias habitualmente prestadas;

c) para os que trabalham por tarefa ou peça, o equivalente ao salário


correspondente às tarefas ou peças feitas durante a semana, no horário
normal de trabalho, dividido pelos dias de serviço efetivamente prestados
ao empregador;

d) para o empregado em domicílio, o equivalente ao quociente da divisão


por 6 (seis) da importância total da sua produção na semana.

No caso do trabalhador contratado com sal ário fixo estipulado por


semana, por quinzena ou por mês (e não houve horas extras), a remuneração
relativa aos dias de RSR (e Feriados) do período já se encontra abrangida no

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valor salarial total acertado. Por tal motivo, nesses casos não há necessidade
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de se calcular tais parcelas.

A necessidade de cálculo passa a existir em situações de salário fixo


estipulado por hora, por dia, por peça, por tarefa, por comissões/percentagem.
Nesses casos, o salário vai sendo auferido dia a dia, e ao final do período para
pagamento será apurado os valores devidos pelos RSR e eventuais feriados
ocorridos no período trabalhado.

Base de Cálculo Valor salarial médio de 01 dia de trabalho

Regra do Cálculo (x) nº de dias RSR e Feriados (no período)

4.2 - Pedidos comuns envolvendo RSR e Feriados


 Reflexo de horas extras em RSR e Feriados
 Reflexo de comissões pagas em RSR e Feriado
4.3 - Métodos alternativos de cálculo

4.3.1 - Método da divisão por 6:


 baseado no padrão semanal de 6 dias de trabalho;
 não considera eventuais feriados;
 não acerta quanto a semanas incompletas;
 não oferece precisão;
 oferece praticidade.
4.3.2 - Método da divisão por 5:

 baseado no padrão médio anual (para o mês) de 5 (RSR e Fer) e 25


dias úteis (que gera o fator 5/25 = 1/5);

 não oferecendo precisão;

 oferece praticidade.

4.4 - RSR do empregado bancário


Para os bancários que desenvolvem o trabalho normal nos dias de segunda a sexta-
feira, os sábados são considerados como dias úteis não trabalhados, com base na Súmula
113/TST. Ainda que o texto sumular refira-se expressamente a horas extras, a regra é
estendida para os demais casos de salário variável na remuneração do bancário (ex.:
comissões, horas extras).
Assim, salário variável auferido de segunda a sexta-feira não gerará, então, parcela
de pagamento pelos sábados (não trabalhados), mas tão somente pelos RSR (e Feriados).
Entretanto, através de normas coletivas, tem sido garantido à categoria o direito de
que os sábados sejam reputados como RSR, devendo-se, nesse caso, considerar a
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repercussão em tais dias de eventuais salários variáveis auferidos nos dias de trabalho
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semanal normal.

4.5 - Trabalho em RSR e em Feriados

O adicional previsto no Art. 9º da Lei 605/49 e na Súmula nº146/TST será


devido pelo trabalho em domingos e feriados nos casos em que não houver a
expressa autorização legal ou regulamentar para funcionamento em tais dias
ou em que o empregador não providencie a devida folga compensatória em
outro dia da próxima semana.

Tem prevalecido no âmbito das sentenças trabalhistas o enten dimento de


que a remuneração normal do RSR e do Feriado não se confunde com a
parcela salarial referente ao trabalho executado nesses dias (sem
compensação), a qual deve ser paga com a devida dobra legal (100%).

4.6 - Reflexos de RSR e Feriados

Devem se dar em parcelas que contenham o salário básico em sua base


de cálculo (ex.: 13º Salário, Remuneração de Férias, Adicional de
Periculosidade, Aviso Prévio Indenizado etc).

Os pedidos referentes a esses reflexos devem ser elaborados de forma


expressa e individualizada.

4.7 - Incidências

FGTS INSS IR

RSR / Feriados SIM SIM SIM


4.8
4.8 - Jurisprudência TST

Súmulas 146, 172, 225, 351

OJ SDI-1 103, 394, 410

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AULA 5
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5.1 - REMUNERAÇÃO DE FÉRIAS

O período de Férias tem como objetivo a recuperação física e mental do


trabalhador, bem como proporcionar -lhe benefícios de ordem social,
econômica e cultural. Por isso, consiste em um direito de ordem pública, que
não pode ser renunciado. Embora haja cessação do labor por parte do
empregado, a remuneração relativa ao trabalho que seria por ele realizado em
tal período lhe é assegurada por imposição legal (Art.7º, XVII, CF/88; Art. 129 a
152 da CLT).

 Período aquisitivo – corresponde aos 12 meses consecutivos de trabalho,


ao final dos quais o trabalhador adquire o direito ao gozo de férias
(Art.130, CLT).

 Período concessivo – corresponde aos 12 meses subsequentes ao período


aquisitivo, nos quais deve haver a concessão ao trabalhador do gozo de
férias (Art.134, CLT), sobe pena de pagamento em dobro de
remuneração correspondente (Art.137 da CLT).

 Período de gozo – corresponde aos dias em que o trabalhador usufrui de


férias, nas quantidades indicadas no Art.130 da CLT, em período integral
ou de forma parcelada (Art.134, §1º, da CLT).

 Férias integrais vencidas – aquelas cujo direito já encontra adquirido


(completado o período aquisitivo) e ainda não foram concedidas. Sua
remuneração é devida em qualquer das situações de cessação do
contrato, inclusive a rescisão com justa causa.

 Férias proporcionais – remuneração de parcela de férias proporcional ao


período aquisitivo (incompleto) interrompido pela cessação do contrato
(sem justa causa). Não depende da duração do período contratual.
(Súmulas 171 e 261/TST; Art.146, § único, e 147 da CLT).

 Terço ou abono constitucional - acréscimo de 1/3 à remuneração do


período de férias (Art.7º, XVII, CF/88 e Súmula 328/TST).

5.1.1 – Cálculo (Férias concedidas)

Valores das parcelas remuneratórias


devidas no mês da concessão
Base de Cálculo

(x) 12/12

Regra do Cálculo (+) 1/3

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Art. 142 da CLT - O empregado perceberá, durante as férias, a
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remuneração que for devida na data da sua concessão.

TIPO de REMUNERAÇÃO BASE DE CÁLCULO

1. Salariais em valor fixo por Valor devido para o mês de concessão


mês de trabalho

2. Salariais apuradas por Média das quantidades no período aquisitivo,


quantidade de trabalho aplicando-se o valor unitário vigente na data da
(por dia, por hora, por concessão (incluindo as parcelas de RSR e Feriados)
peça, por tarefa)

3. Salário por comissão Média dos valores auferidos nos 12 meses


anteriores à data de concessão (incluindo seus
reflexos em RSR e Feriados)*

4. Gorjetas (variáveis) Média dos valores auferidos nos 12 meses


anteriores à data de concessão

* OJ 181 SDI-1 /TST

5.1.2 – Pedidos comuns (Férias)

 Diferenças de Férias (+1/3) decorrentes de outras parcelas deferidas (ex.: diferenças


salariais, horas extras, adicionais etc).

 Férias (+1/3) decorrentes de parcelas pagas no curso do contrato (ex: “salário por
fora”, comissões, gorjetas).

 Férias (+1/3) integrais vencidas e proporcionais devidas na rescisão contratual.

 Dobra de Férias não paga (+1/3).

5.1.3 – Abono pecuniário de férias

Consiste na parcela não salarial correspondente a 1/3 do valor integral da


remuneração de férias, devida no caso em que o empregado opta por trabalhar em
parte do período de férias, na forma do Art.143 da CLT. O seu pagamento deve ser
realizado junto com o da remuneração do período de férias, na forma do Art.145 da CLT.

5.1.4 – Incidências

FGTS INSS IR

Férias concedidas (+1/3) SIM SIM SIM

Abono pecuniário NÃO NÃO NÃO

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5.1.5 – Efeitos da Prescrição
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Art. 149 da CLT - A prescrição do direito de reclamar a concessão das férias ou o
pagamento da respectiva remuneração é contada do término do prazo
mencionado no art.134, ou, se for o caso, da cessação do contrato de trabalho.

Portanto, conforme regra acima, se o período concessivo já foi ultrapassado, o


término de tal período passa a ser a referência para a contagem do prazo prescricional
relativo a pedido sobre tais férias. No caso de ter sido ultrapassado o período concessivo e
haver rescisão contratual, a referência passa a ser a data final do contrato.

5.1.6 – Jurisprudência TST

Súmulas 81, 89, 149, 253, 261, 328, 450

OJ SDI-1 181

5.2 – 13º SALÁRIO

Também denominada de gratificação natalina ou salário trezeno, a parcela teve


sua origem prática no costume passado de os empregadores pagarem uma benesse em
forma de gratificação no final de cada ano, para fins de custeio com a comemoração
natalina. Com o advento da Lei 4.090/62, tornou-se parcela salarial obrigatória a todos os
empregados, inclusive no âmbito rural e doméstico (Art.7º, XVIII, CF/88), havendo perda do
direito ao seu recebimento somente em caso de rescisão contratual com justa causa do
empregado (Art. 7º do Decreto 57.155/65), relativamente ao ano do distrato. O seu
pagamento pode se dar de forma integral (até 20 de dezembro) ou parcelada, na forma
do Art.3º do Decreto 57.155/65.

5.2.1 – Cálculo (13ºSalário não rescisório)

Valores das parcelas remuneratórias


devidas em dezembro
Base de Cálculo

(x) 1/12

Regra do Cálculo (x) nº meses de serviço no ano*

* Art.1º, § 2º, Lei 4.090/62

Lei 4.090/62

Art. 1º - No mês de dezembro de cada ano, a todo empregado será paga, pelo
empregador, uma gratificação salarial, independentemente da remuneração a que fizer
jus.

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§ 1º - A gratificação corresponderá a 1/12 avos da remuneração devida em
18
dezembro, por mês de serviço, do ano correspondente.

§ 2º - A fração igual ou superior a 15 (quinze) dias de trabalho será havida


como mês integral para os efeitos do parágrafo anterior.

TIPO de REMUNERAÇÃO BASE DE CÁLCULO

1. Salariais em valor fixo por Valor devido para o mês de dezembro


mês de trabalho

2. Salariais apuradas por Média das quantidades no ano, aplicando-se o valor


quantidade de trabalho unitário referente a dezembro (incluindo as parcelas
(por dia, por hora, por de RSR e Feriados)
peça, por tarefa)

3. Salário por comissão Média dos valores auferidos no ano (incluindo seus
reflexos em RSR e Feriados)*

4. Gorjetas (variáveis) Média dos valores auferidos no ano

* OJ 181 SDI-1 /TST

5.2.2 – Pedidos comuns

 13º Salário não pago durante o contrato de trabalho.

 Diferença de 13º Salário decorrente de outras verbas deferidas.

 Diferença de 13º Salário decorrente de verbas pagas.

 13º Salário relativo a período trabalhado sem anotação na CTPS.

5.2.3 – Incidências

FGTS INSS IR

13º Salário SIM SIM SIM

5.2.4 – Efeitos da Prescrição

Sobre a apuração da remuneração referente ao 13º Salário relativo ao ano em que


recai o marco da prescrição declarada no julgado, permanecem dois entendimentos:

 Entendimento 1 - devida parcela de 13º Salário em proporção dos meses de serviço


do ano não atingidos pela prescrição (meses posteriores ao marco prescricional).

 Entendimento 2 - devida parcela de 13º Salário em proporção de todos os meses de


serviço do ano.

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5.2.5 – Jurisprudência TST
19

Súmulas 45, 148, 253

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AULA 6
20
6.1 – ADICIONAL DE PERICULOSIDADE

Consiste em parcela salarial adicional devida quando a natureza da atividade se


enquadra na definição contida no caput do Art.193 da CLT.

Art. 193 da CLT

§1º- O trabalho em condições de periculosidade assegura ao empregado um


adicional de 30% (trinta por cento) sobre o salário sem os acréscimos resultantes de
gratificações, prêmios ou participações nos lucros da empresa.

É tipo de salário condição, sendo devido enquanto perdurar a situação de


periculosidade (art. 194 da CLT). Há necessidade de realização de perícia técnica prévia
(fase de conhecimento), como meio de prova conclusivo relativamente a pedidos de
pagamento da adicional (Art. 195, §2º, CLT).

6.1.1 – Cálculo

Súmula 191 /TST - O adicional de periculosidade incide apenas sobre o


salário básico e não sobre este acrescido de outros adicionais. Em relação aos
eletricitários, o cálculo do adicional de periculosidade deverá ser efetuado sobre a
totalidade das parcelas de natureza salarial.

Base de Cálculo Valor de salário básico

Regra do Cálculo x 30%

(trabalhador não eletricitário)

Base de Cálculo Total das parcelas salariais

(não possuem o adicional na base de cálculo)

Regra do Cálculo x 30%

(trabalhador eletricitário)

Quando a remuneração envolve parcelas salariais apuradas por quantidade de


trabalho (por dia, por hora, por peça, por tarefa), devem ser incluídas na base do
adicional as parcelas relativas ao RSR e Feriados.

Para os casos em que a remuneração envolve salário por comissão, há


entendimento no âmbito das decisões dos TRT e TST no sentido de considerar os valores
das comissões (e reflexos no RSR e Feriados) integrantes da base de cálculo do adicional
de periculosidade, como salário básico, ainda que seja a situação de empregado
comissionista misto.

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6.1.2 – Integrações e reflexos
21

Adicional de Periculosidade

(na base de cálculo de)

13º Salário Férias (+1/3) Horas Extras Adicional Noturno

6.1.3 – Incidências

FGTS INSS IR

Adicional de Periculosidade SIM SIM SIM

6.1.4 – Pedidos comuns

 Parcelas de adicional de periculosidade devidas e não pagas no período laboral


(perícia técnica).

 Parcelas de adicional de periculosidade decorrentes de diferenças salariais básicas


deferidas (reflexos).

6.1.5 – Jurisprudência TST

Súmulas 70, 132, 191

6.2 – ADICIONAL DE INSALUBRIDADE

Consiste em parcela salarial adicional devida quando a situação da atividade


laboral se enquadra na definição contida no Art.189 da CLT. Também corresponde a
salário condição, sendo devido enquanto perdurar a situação de periculosidade (art. 194
da CLT), havendo igual necessidade de realização de perícia técnica prévia (fase de
conhecimento), como meio de prova conclusivo relativamente a pedidos de pagamento
da adicional (Art. 195, §2º, CLT).

6.2.1 – Cálculo

Art. 192 da CLT - O exercício de trabalho em condições insalubres, acima dos


limites de tolerância estabelecidos pelo Ministério do Trabalho, assegura a
percepção de adicional respectivamente de 40% (quarenta por cento), 20%
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(vinte por cento) e 10% (dez por cento) do salário-mínimo da região, segundo se
22
classifiquem nos graus máximo, médio e mínimo.

BASE de CÁLCULO
Art. 192 CLT salário mínimo
21/08/1969 Súmula 17 /TST salário profissional
26/09/1985 Súmula 228 /TST salário mínimo (art.76CLT)
05/10/1988 Art.7º, IV, CF vedação da indexação do salário mínimo
cancelamento da Súmula 17
19/05/1994
/TST

21/11/2003 restauração da Súmula 17 /TST salário mínimo (art.76CLT) e salário profissional

vedação do SM como indexador de base de


09/05/2008 Súmula Vinculante nº4 /STF cálculo, não podendo ser substituído por
decisão judicial
cancelamento da Súmula 17
26/06/2008 salário básico (ou mais vantajoso, por NC)
/TST
decisão liminar do STF na RCL
salário mínimo (ou outro valor expressamente
15/07/2008 6226/DF: suspensão dos efeitos
fixado em lei ou em norma coletiva)
da Súmula 228 /TST

Base de Cálculo Valor do salário mínimo*

Regra do Cálculo (x) 10%, 20% ou 40%

* ou outro valor expressamente fixado em lei ou em norma coletiva

6.2.2 – Integrações e reflexos

Adicional de Insalubridade

(na base de cálculo de)

13º Salário Férias (+1/3) Horas Extras Adicional Noturno

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6.2.3 – Incidências
23

FGTS INSS IR

Adicional de Insalubridade SIM SIM SIM

6.2.4 – Pedido comum

 Parcelas de Adicional de Insalubridade devidas e não pagas no período laboral


(perícia técnica).

6.2.5 – Jurisprudência TST

Súmulas 139, 228 (suspensa)

OJ SDI-1 47, 103

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AULA 7
24
7.1 – FUNDO DE GARANTIA POR TEMPO DE SERVIÇO - FGTS

Corresponde a um tipo de poupança compulsória em nome do empregado,


formada por sucessivos depósitos mensais a cargo do empregador, com a finalidade de
proporcionar a existência de saldo (em uma conta vinculada junto à CEF) a ser
disponibilizado em situações excepcionais durante a vigência do contrato de trabalho ou
na sua rescisão, conforme previsão legal. (Art.7º, III, CF/88; Lei 8.036/90; Decreto 99.684/90)

7.1-1 – Cálculo

Art. 15, Lei 8.036/90 - Para os fins previstos nesta Lei, todos os empregadores
ficam obrigados a depositar, até o dia 7 (sete) de cada mês, em conta bancária
vinculada, a importância correspondente a 8 (oito) por cento da remuneração paga ou
devida, no mês anterior, a cada trabalhador, incluídas na remuneração as parcelas de
que tratam os arts. 457 e 458 da CLT, a gratificação de Natal a que se refere a Lei nº4.090,
de 13 de julho de 1962, com as modificações da Lei nº 4.749, de 12 de agosto de 1965, e
o valor da compensação pecuniária a ser paga no âmbito do Programa de
Proteção ao Emprego - PPE.

Súmula 63 /TST - A contribuição para o FGTS incide sobre a remuneração


mensal devida ao empregado, inclusive horas extras e adicionais eventuais.

BASE DE CÁLCULO Valor das parcelas remuneratórias no mês

REGRA DO CÁLCULO (X) 8%

7.1.2 – Pedidos comuns

 (Como principal) - Parcelas de FGTS não recolhidas durante período laboral, ou


recolhidas em valores inferiores (diferenças de FGTS).

 (Como acessório) - Parcelas de FGTS decorrentes de parcelas remuneratórias


pleiteadas (reflexos).

Nos casos em que não ocorrer rescisão sem justa causa (não havendo, portanto,
permissão legal para o levantamento dos depósitos realizados em conta vinculada), as
parcelas de FGTS abrangidas em liquidação devem constar apuradas em coluna própria
separada, vez que constituem parte do crédito autoral a ser encaminhada pelo Juízo à
CEF, para fins de depósito fundiário.

7.1.3 – Efeitos da prescrição

Na condição de parcela acessória, o comportamento das parcelas de FGTS com


relação à prescrição declarada deve ser idêntico ao de suas parcelas originárias
relativamente à prescrição (Súmula 206 /TST).

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Com relação a parcelas não depositadas em conta vinculada, a prescrição era de
25
30 anos, conforme a anterior redação conferida à Súmula 362 /TST. Essa regra balizou as
decisões nos processos trabalhistas até 13/11/14, quando o STF, em sessão plenária,
declarou a inconstitucionalidade do prazo referido no Art.23 da Lei 8.036/90 e no Art.55 do
Decreto 99.864/90, passando, então, a vigorar o prazo quinquenal, de forma idêntica às
demais parcelas trabalhistas.

Assim, a partir da decisão do STF, a regra passou a ser a seguinte: para os casos cujo
termo inicial da prescrição ocorra após 13/11/14, será considerado o prazo de cinco anos.
Diferentemente, para os casos em que o prazo prescricional já esteja em curso, será
considerada a regra relativa ao que ocorrer em primeiro lugar: 30 anos, contados do
termo inicial, ou 5 anos, contados a partir de 13/11/14.

7.1.4 – Incidências

INSS IR

FGTS NÃO NÃO

7.1.5 – Jurisprudência TST

Súmulas 63, 206, 305, 362

OJ SDI-1 42, 195, 302

7.2 – INDENIZAÇÃO VALE TRANSPORTE

O benefício Vale Transporte foi criado pela Lei 7.418/85 (Decreto 95.247/87), mas a
sua concessão só assumiu caráter obrigatório com o advento da Lei 7.619/87. Atualmente
consiste em uma parcela devida sem caráter salarial, mas sim indenizatório, não
compondo a remuneração do empregado.

Nas ações judiciais trabalhistas o valor do benefício é comumente pleiteado como


uma indenização substitutiva, a partir da alegação de não ter havido a sua concessão ao
reclamante no período laboral, ou de ter ocorrido irregularidades na sua concessão.

7.2-1 – Cálculo (Indenização)

Conforme Art.2º, Art.9º, Art.12 e Art.20 do Decreto 95.247/98, pode-se considerar que
a indenização equivalente ao benefício deve corresponder ao total dos valores de tarifas
praticados nos transportes utilizados no percurso regular residência/trabalho (e respectivo
retorno) durante o período contratual considerado, multiplicado pela quantidade mensal
de dias de efetivo trabalho do empregado, e deduzido o equivalente a 6% do valor de
salário base.
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Valor total das tarifas necessárias para 01 dia
BASE DE CÁLCULO 26
(residência trabalho)

(x) nº dias de trabalho no mês


REGRA DO CÁLCULO
(-) 6% do salário base*

* Art. 10 do Decreto 95.247/98

Entretanto, deve-se observar atentamente o teor do julgado quanto à existência,


ou não, de expressa determinação para que na liquidação não se promova o referido
desconto mensal a cargo do empregado.

7.2.2 – Pedido comum

Indenização pelo vale transporte não concedido no período contratual.

7.2.3 – Reflexos

Como parcela indenizatória, não gera reflexos em outras verbas.

7.2.3 – Incidências

FGTS INSS IR

Indenização Vale Transporte SIM SIM SIM

7.3 – INDENIZAÇÃO RELATIVA A BENEFÍCIO ALIMENTAR

Vale Alimentação, Vale Refeição e Cesta Alimentação são benefícios normalmente


previstos em instrumentos de negociação coletiva (acordos ou convenções), nos quais
constam firmados os parâmetros relativos à sua concessão (valor unitário, quantidade
mensal, caráter indenizatório, etc).

Em reclamações trabalhistas o valor equivalente ao benefício é pleiteado como


indenização, sob a alegação de ter havido irregularidade no fornecimento (diferenças) ou
de sua inexistência (valor integral).

7.3.1 - Cálculo (Indenização)

Devem ser aplicados os exatos parâmetros determinados na norma que institui o


benefício.

7.3.2 – Reflexos

Como parcela indenizatória, não gera reflexos em outras verbas.

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27
7.3.3 – Incidências

FGTS INSS IR

Indenização Vale Refeição NÃO NÃO NÃO


Indenização Vale Alimentação
Indenização Cesta Alimentação

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