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MÓDULO 3

1
TRABALHO EXTRAORDINÁRIO e TRABALHO NOTURNO

AULA 13

HORAS EXTRAS (1)

Horas extras, horas suplementares e labor extraordinário são expressões comumente


utilizadas em referência ao trabalho realizado além da duração normal diária
estabelecida contratualmente.

O texto constitucional (Art.7º, XIII, CF/88) fixa os limites máximos de duração do


trabalho, sendo de oito (8) horas para a jornada diária e de quarenta e quatro (44) horas
para a jornada semanal, configurando-se, portanto, trabalho extraordinário aquele que
ultrapasse tais limites, ficando ressalvada, entretanto, a possibilidade de negociação
coletiva para fins de adoção de sistema de compensação de horários (art.59, §2º, CLT),
bem como de redução da jornada prevista.

No caso de não haver compensação, o labor extraordinário passa a ser


contabilizado como um título distinto, gerando para o empregado direito a parcela
salarial diversa de sua remuneração normal, com o seu valor apurado de forma
específica.

É direito constitucionalmente garantido ao trabalhador que remuneração do


serviço extraordinário seja superior à do equivalente trabalho desenvolvido em jornada
normal, no mínimo em cinquenta por cento (Art.7º, XVI, CF/88), podendo haver
estipulação de percentuais superiores.

1. Cálculo da remuneração de Horas Extras

Base de parcelas salariais devidas (mês) Salário Salário


Cálculo (valor)

Cálculo Hora Hora


Normal Extra
Regra ( : ) nº divisor
do
Cálculo (+) adicional de hora extra (%)

(x) nº horas extras (mês) Cálculo (quantidade)

A contraprestação pelo labor extraordinário consiste em modalidade de salário


(não básico) calculado por hora. O ponto de partida para a sua apuração é o Salário
Hora (valor unitário da hora normal), que sofre o acréscimo legal ou normativo do
adicional de hora extra, resultando, assim, no Salário Hora Extra (valor unitário da hora
extra), a ser multiplicado pela quantidade de horas extras do período.

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1.1. Base de Cálculo
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Súmula 264 /TST. A remuneração do serviço suplementar é composta do valor da
hora normal, integrado por parcelas de natureza salarial e acrescido do adicional previsto
em lei, contrato, acordo, convenção coletiva ou sentença normativa.

 Súmulas /TST: 132, 139, 226, 241, 253, 264, 354.

 OJ da SDI-1/TST: 47, 60, 97.

Não é incomum que o julgador cuide de fixar a composição da base


salarial para fins de cálculo da hora extra, o que , então, deve ser respeitado na
liquidação.

1.2. Divisor

Corresponde ao resultado da multiplicação por 30 da duração normal diária de


trabalho em semana de 6 dias. (Art.64 CLT)

Duração semanal Duração diária Divisor

44 horas 7,33 horas (44 /6) 220 (7,33 x 30)

42 horas 7 horas (42 /6) 210 (7 x 30)

40 horas 6,66 horas (40 /6) 200 (6,66 x 30)

36 horas 6 horas (36 /6) 180 (6 x 30)

30 horas 5 horas (30 /6) 150 (5 x 30)

24 horas 4 horas (24/6) 120 (4 x 30)

1.3. Adicional

O percentual normal a ser aplicado pode ser superior ao mínimo constitucional,


conforme estiver estipulado em norma coletiva, regulamento da empresa ou contrato de
trabalho. Nos recibos de pagamento deverão constar discriminados os valores pagos pelo
labor extra de acordo com cada adicional específico considerado. De forma semelhante,
nos cálculos de liquidação as horas extras serão quantificadas, e os seus valores apurados,
de forma específica para cada um dos adicionais envolvidos.

1.4. Quantidades de horas extras

No processo, as quantidades de horas extraordinárias podem ser obtidas pelas


seguintes formas, sempre computadas na forma centesimal:

 fixação direta pelo julgador;

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 apuração através da contagem de registros de ponto juntados aos autos (cartões,
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folhas e ponto eletrônico), observando-se o Art.58, § 1º, CLT e Súmula 366 /TST;

 apuração a partir de um horário (diário, semanal ou mensal) reconhecido e fixado.

1.5. Incidências

Remuneração FGTS INSS IR

Horas Extras SIM SIM SIM

1.6. Jurisprudência TST

45, 63, 85, 90, 110, 115, 132, 139, 166, 172, 226,
Súmulas 253, 264, 291, 340, 347, 354, 366, 370, 376

OJ SDI-1 47, 60, 97, 235, 397, 415

Exercício 1

Situação:

 período: janeiro a novembro/12

 jornada semanal contratual: 44 horas

 adicional de HE: 50%

 quantidade definida de HE: 25 /mês

Solução:

 qualitativa: formulação direta

 quantitativa: já fixada

Exercício 2

Situação:

 período: fevereiro a dezembro/12

 jornada contratual semanal: 36 horas

 adicional de hora extra: 60%

 quantidade de horas extras: 2 /dia

 base de cálculo composta

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Solução:
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 qualitativa: formulação direta

 quantitativa: aplicação do número médio de semanas no mês (x4,2857)

Exercício 3

Situação:

 período: fevereiro a dezembro/12

 jornada contratual semanal : 36 horas

 adicional de hora extra: 60%

 quantidade de horas extras: 2/dia

 dias efetivamente laborados

 base de cálculo composta

Solução:

 qualitativa: formulação direta

 quantitativa: uso de calendário

Exercício 4

Situação:

 período: março a agosto/13

 jornada contratual diária: 7 horas

 divisor: 210

 adicionais normativos gradativos: 50% e 70%

 quantidade de horas extras: 3 HE/dia

 dias efetivamente laborados

 base de cálculo composta

Solução:

 qualitativa: formulação direta

 quantitativa: uso de calendário

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Exercício 5
5
Situação:

 período: março a setembro/14

 jornada semanal contratual: 40 horas

 divisor: 200

 adicional de HE: 50%

 quantidade diária de horas extra variável

 base de cálculo composta

Solução:

 qualitativa: formulação direta

 quantitativa:

• uso de calendário

• aplicação proporcional do número médio de semanas no mês

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AULA 14
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HORAS EXTRAS (2)

Exercício 6

Situação:

 período de trabalho

 horário contratual

 horário real trabalhado

 adicional de HE: 50%

 base de cálculo composta

Solução:

 qualitativa: formulação direta

 quantitativa:

• confronto entre as jornadas contratual e real

• conversão horário: forma sexagesimal/ forma centesimal

• uso de calendário

Exercício 7

Situação:

 período de trabalho

 horário contratual

 horário real através de controles de frequência

 adicional de HE: 50%

 dias efetivamente laborados

 base de cálculo composta

Solução:

 qualitativa: formulação direta

 quantitativa:

• conversão horário: forma sexagesimal/ forma centesimal

• cômputo pelos controles de frequência em confronto com o horário contratual

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Exercício 8

Situação:

 período de trabalho

 limites do trabalho normal: 8ª diária e 44ª semanal

 adicional de HE: 50%

 horário real de trabalho

 base de cálculo composta

Solução:

 qualitativa: formulação direta

 quantitativa:

• confronto do horário real com os limites diário e semanal (soluções 1 e 2)

• aplicação do número médio de semanas no mês

Exercício 9

Situação:

 período de trabalho

 limites do trabalho normal: 8ª diária e 44ª semanal

 adicional de HE: 50%

 horário real de trabalho

 dias efetivamente laborados

 base de cálculo composta

Solução:

 qualitativa: formulação direta

 quantitativa:

• confronto do horário real com os limites diário e semanal

• aplicação da média diária

Exercício 10

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Situação:
8
 período de trabalho

 limites do trabalho normal: 8ª diária e 44ª semanal

 adicional de HE: 50%

 horário real de trabalho

 dias efetivamente laborados

 base de cálculo composta

Solução:

 qualitativa: formulação direta

 quantitativa:

• confronto do horário real com os limites diário e semanal

• cômputo diário/semanal

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AULA 15
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HORAS EXTRAS (3)

Exercício 11

Situação:

 período de trabalho

 jornada semanal: 42 horas

 horário real trabalhado

 adicional de HE: 50% e 100% (trabalho em dia RSR); súmula 146/TST

 valores pagos (HE)

Solução:

 qualitativa: formulação direta

 quantitativa:

• confronto entre a jornada real e a duração normal diária

• uso de calendário

• dedução dos valores pagos (OJ 415 SDI-1 /TST)

Exercício 12

Situação:

 período de trabalho

 jornada semanal: 42 horas

 horário real trabalhado

 adicional de HE: 50% e 100% (trabalho em dias feriados, com e sem compensação).
Art. 9º da Lei 605/49

Solução:

 qualitativa: formulação direta

 quantitativa:

• confronto entre a jornada real e a duração normal diária

• uso de calendário

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Hora Extra – Empregado Comissionista
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Quando há salário fixado por comissões, o procedimento de apuração do labor
extraordinário segue regras específicas e diferenciadas.

Súmula 340 /TST. Comissionista. Horas Extras. O empregado sujeito a controle de


horários, remunerado à base de comissões, tem direito ao adicional de, no mínimo, 50%
(cinqüenta por cento) pelo trabalho em horas extras, calculado sobre o valor-hora das
comissões recebidas no mês, considerando-se como divisor o número de horas
efetivamente trabalhadas.

Base de Valor de comissões auferidas


Cálculo (mês)
ADICIONAL
de HORA (:) divisor (nº horas efetivamente
EXTRA trabalhadas)
Regra do
(mês) Cálculo (+) adicional de hora extra (%)

(x) nº horas extras (mês)

OJ 397 SDI-1/TST. O empregado que recebe remuneração mista, ou seja, uma parte fixa e
outra variável, tem direito a horas extras pelo trabalho em sobrejornada. Em relação à
parte fixa, são devidas as horas simples acrescidas do adicional de horas extras. Em
relação à parte variável, é devido somente o adicional de horas extras, aplicando-se à
hipótese o disposto na Súmula n.º 340 do TST.

Exercício 13

Situação:

 período de trabalho

 jornada semanal: 36 horas (segunda a sábado)

 quantidade diária de horas extras: 1,5 /dia

 adicional de HE: 50%

 dias efetivamente laborados

 salário exclusivo por comissão

Solução:

 qualitativa: aplicação da regra da Súmula 340 /TST

 quantitativa: uso de calendário

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Exercício 14
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Situação:

 período de trabalho

 jornada semanal: 36 horas (segunda a sábado)

 quantidade diária de horas extras: 1,5 /dia

 adicional de HE: 50%

 dias efetivamente laborados

 salário misto

Solução:

 qualitativa: aplicação das regras da OJ 397 SDI-1/TST e da Súmula 340 /TST

 quantitativa: uso de calendário

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AULA 16
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REFLEXOS de HORAS EXTRAS

As horas extras laboradas de forma habitual compõem a remuneração do


empregado, integrando-a para todos os efeitos legais, refletindo em RSR, 13º salário,
remuneração de férias, remuneração do aviso prévio, FGTS.

Súmula 376, II, TST - O valor das horas extras habitualmente prestadas integra o
cálculo dos haveres trabalhistas, independentemente da limitação prevista no "caput" do
art. 59 da CLT.

 HORAS EXTRAS 

RSR e Feriados 13º Salário Remuneração Aviso Prévio


Férias +1/3 Indenizado

Art.7º, Lei 605/49 Súmula 45 Art.142, §§1º e 5º, Art.487,


/TST CLT §5º,CLT
Súmula 172 /TST
Art.2º, Dec. Súmula 151 /TST
57.155/65

Cumpre salientar que ainda que a Súmula nº376 seja enfática quanto à integração
das horas extras na apuração de outras verbas trabalhistas, no processo trabalhista para
que se possa proceder ao cálculo e a inclusão dos seus reflexos impõe-se que conste do
julgado expresso deferimento nesse sentido.

1.1. Reflexo em RSR e Feriados

Consiste em uma repercussão que se efetiva mensalmente, não carecendo de


apuração de médias. O critério técnico bem aceito para a apuração do reflexo das HE
sobre o RSR consiste em dividir o valor da remuneração mensal de labor extra (já apurado)
pelo número de dias úteis no mês e multiplicar pelo número de RSR (e feriados).

Em muitos casos mostra-se positivamente aceito o método simplificado de dividir


por seis (6) o valor da remuneração mensal das HE.

No caso dos bancários, os sábados serão incluídos como dias de RSR, somente se
houver nos autos norma coletiva dispondo nesse sentido.

1.2. Reflexo em 13º Salários, remuneração de Férias(+1/3) e Aviso Prévio Indenizado

Súmula 347 /TST. Cálculo do Valor das Horas Extras Habituais - Reflexos em Verbas
Trabalhistas. O cálculo do valor das horas extras habituais, para efeito de reflexos em
verbas trabalhistas, observará o número das horas efetivamente prestadas e sobre ele
aplica-se o valor do salário-hora da época do pagamento daquelas verbas.

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MÉDIA Nº HE SALÁRIO
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- Física - HORA EXTRA PROPORÇÃO ACRÉSCIMO

(período) (mês)

Férias período
concessão 12 / 12 1/3
Concedidas aquisitivo

meses de nº meses
13º Salário serviço (contrato)
dezembro
Contratual do ano x
do ano 1/12

12 últimos
Aviso Prévio meses nº dias do AP
rescisão
Indenizado / 30
de serviço

Férias Vencidas período


rescisão 12 / 12 1/3
/Rescisão aquisitivo

nº meses
Férias Proporc. período (contrato)
rescisão 1/3
Rescisão aquisitivo do P.Aq x
1/12

meses de nº meses
13º Salário serviço (contrato)
rescisão
Rescisório do ano x
do ano 1/12

1.3. Reflexo de RSR

Na esfera judicial trabalhista passou a haver expressiva polêmica em relação à


reflexão das parcelas acessórias a título de RSR (decorrentes do reflexo das horas extras)
sobre outras parcelas (férias, 13º salário, aviso prévio, FGTS), ainda que haja claro pedido
nesse sentido, a partir da edição da OJ 394 da SDI-1/TST, que aponta para uma específica
interpretação para tal matéria.

No curso do contrato de trabalho, as parcelas pagas a título de férias, 13º salário,


aviso prévio indenizado e FGTS contem em suas respectivas bases de cálculo a
remuneração devida pelos RSR e Feriados, em decorrência da fixação de salário por
quantidades ou por comissões, ou de salários utilidades que normalmente não
contemplem tais dias. Ora, havendo aumento do valor de tal remuneração (RSR e
Feriados) devido à integração de horas extras (ou diferenças de horas extras)
habitualmente prestadas e não pagas, há consequente aumento das bases de cálculos
das parcelas de férias, 13º salário, aviso prévio indenizado e FGTS, e por isso afigura-se
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legalmente cabível a reflexão vedada pela mencionada OJ 394 SDI-1 TST, não suscitando,
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pois, duplicidade de pagamento.

Em face de tal controvérsia, cumpre observar atentamente os parâmetros traçados


pelo julgador quanto a tal questão.

1.4. Integração pela Média Única Duodecimal

É procedimento comumente aceito a aplicação da média física única de HE


prestadas computando-se os últimos 12 meses (média duodecimal) na apuração de valor
médio a título de HE a ser integrado para fins de apuração das parcelas rescisórias (aviso
prévio indenizado, 13º rescisório, férias devidas na rescisão). Ainda que tal método não
expresse a fiel observância das regras legais aqui estudadas para a repercussão de horas
extras, sua adoção se faz em razão da grande praticidade que oferece.

Uma vez adotada, a metodologia deverá ser aplicada para todos os tipos havidos
de HE, bem como para as parcelas deferidas a título de horas intervalares suprimidas e de
reflexos em RSR e Feriados.

Após a integração, o valor total da remuneração para fins de apuração das


rescisórias é normalmente chamado de Maior Remineração.

1.5. Reflexão e Integração

No processo trabalhista, a repercussão de uma parcela deferida no valor de outra


parcela pode ser pleiteada através dos seguintes tipos de pedido:

 Reflexo da parcela B (deferida) no valor da parcela A - Nesse caso, o que se


pretende é a diferença devida no valor da parcela A, ante o deferimento da
parcela B. A base de cálculo a ser considerada para essa diferença corresponde
exclusivamente ao valor da parcela B.

 Integração da parcela B (deferida) à remuneração, para fins do cálculo do valor


da parcela A - Nesse caso, a parcela B será somada (integrada) às outras parcelas
componentes da remuneração (que compõem a base de cálculo da parcela A),
para que se promova o cálculo do valor total da parcela A. Havendo parte já
paga da parcela A, essa será deduzida e o resultado corresponderá à diferença
de parcela A a ser paga.

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AULA 17
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INTERVALOS SUPRIMIDOS

Os intervalos têm por finalidade tanto a preservação da saúde do trabalhador,


propiciando um período necessário para que retempere suas forças físicas e psíquicas,
como também manter a segurança do trabalho, reduzindo os riscos patológicos e de
acidentes em serviço.

1.1. Intervalo Intrajornada

Art. 71 da CLT. Em qualquer trabalho contínuo, cuja duração exceda de 6 (seis)


horas, é obrigatória a concessão de um intervalo para repouso ou alimentação, o qual
será, no mínimo, de 1 (uma) hora e, salvo acordo escrito ou contrato coletivo em
contrário, não poderá exceder de 2 (duas) horas.

§ 1º - Não excedendo de 6 (seis) horas o trabalho, será, entretanto, obrigatório um


intervalo de 15 (quinze) minutos quando a duração ultrapassar 4 (quatro) horas.

§ 2º - Os intervalos de descanso não serão computados na duração do trabalho.

§ 3º O limite mínimo de uma hora para repouso ou refeição poderá ser reduzido por ato
do Ministro do Trabalho, Indústria e Comércio, quando ouvido o Serviço de Alimentação
de Previdência Social, se verificar que o estabelecimento atende integralmente às
exigências concernentes à organização dos refeitórios, e quando os respectivos
empregados não estiverem sob regime de trabalho prorrogado a horas suplementares.

§ 4º - Quando o intervalo para repouso e alimentação, previsto neste artigo, não for
concedido pelo empregador, este ficará obrigado a remunerar o período correspondente
com um acréscimo de no mínimo 50% (cinqüenta por cento) sobre o valor da
remuneração da hora normal de trabalho.

A inserção do § 4º no Art. 71 da CLT visou coibir inobservâncias do tempo mínimo


para repouso e alimentação, vez que a concessão de tal intervalo constitui norma legal
de caráter cogente, passível de alteração tão somente nos casos previstos no §3º do
mesmo artigo. Assim, a não concessão ou restrição do intervalo por parte do empregador
implica no pagamento do período equivalente, com o devido acréscimo,
independentemente da efetiva prestação de horas extras. São independentes as
condenações ao pagamento do repouso não concedido (total ou parcialmente) e ao
pagamento de trabalho extraordinário.

1.2. Pedidos comuns

• Intervalo intrajornada suprimido total ou parcialmente

• Intervalo interjornada reduzido

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1.3. Cálculo (intervalo intrajornada suprimido)
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Base de parcelas salariais devidas (mês) Salário

Cálculo (valor)
Cálculo Hora
Normal
Regra do ( : ) nº divisor
Cálculo
(+) adicional (%)

(x) nº horas intervalos (mês) Cálculo

(Súmula 437, I, TST) (quantidade)

1.4. Integração e Reflexos

Súmula 437, III, TST. Possui natureza salarial a parcela prevista no art. 71, § 4º, da CLT,
com redação introduzida pela Lei nº 8.923, de 27 de julho de 1994, quando não
concedido ou reduzido pelo empregador o intervalo mínimo intrajornada para repouso e
alimentação, repercutindo, assim, no cálculo de outras parcelas salariais.

 Horas Intervalares Suprimidas 

RSR e Feriados 13º Salário Remuneração Aviso Prévio


Férias +1/3 Indenizado

Em que pese o teor da Súmula 437 /TST, verifica-se que remanesce entendimento no
sentido de que a parcela possui natureza indenizatória, cabendo, portanto, observar
atentamente os termos do julgado quanto à questão.

1.5. Incidências

FGTS INSS IR
Horas Intervalares
Suprimidas (salarial) SIM SIM SIM

1.6. Intervalos Interjornadas

Art. 66 da CLT. Entre 2 (duas) jornadas de trabalho haverá um período mínimo de 11


(onze) horas consecutivas para descanso.

OJ 355 SDI-1 /TST. O desrespeito ao intervalo mínimo interjornadas previsto no art. 66


da CLT acarreta, por analogia, os mesmos efeitos previstos no § 4º do art. 71 da CLT e na
Súmula nº 110 do TST, devendo-se pagar a integralidade das horas que foram subtraídas
do intervalo, acrescidas do respectivo adicional.

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AULA 18
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TRABALHO NOTURNO

O trabalho efetuado em horário noturno tende a provocar no trabalhador maior


desgaste físico e mental, em comparação com o mesmo labor realizado durante o dia.
Por isso, o legislador criou uma diferenciação, para fins de aplicação de regras
compensatórias, denominando trabalho noturno aquele realizado da seguinte forma:

Meio Horário Noturno Compensação de Compensação


Valor de Quantidade

urbano 22 h a 5 h Art.73, CLT Art.73, §1º, CLT

rural Agricultura: 21h a 5h Art. 7º, Lei 5.889/73

Pecuária: 20h a 4h

1.1. Compensação de Valor (adicional)

Adicional Noturno

Trabalho realizado A pagar

01 hora 01 hora + adicional


noturno (%)
(período noturno)

1.2. Compensação de Quantidade (hora reduzida ficta)

Hora Reduzida

Trabalho realizado A pagar

52,5 min 60 min

1 hora 1,1428 hora

7 horas 8 horas

1.3. Pedidos Comuns

• Pagamento de adicional noturno

• Pagamento de horas fictas reduzidas e de adicional noturno

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• Pagamento de horas extras em período noturno
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1.4. Cálculo (Adicional Noturno)

Base de parcelas salariais devidas (mês) Salário Adicional

Cálculo (valor)
Cálculo Hora Hora
Normal Noturno
Regra do ( : ) nº divisor
Cálculo
(x) adicional (%)

(x) nº horas trabalhadas (noturnas)

(x) 1,1428 Cálculo (quantidade)

1.5. Cálculo (Hora Extra em Período Noturno)

OJ 97 SDI-1/TST. HORAS EXTRAS. ADICIONAL NOTURNO. BASE DE CÁLCULO.


O adicional noturno integra a base de cálculo das horas extras prestadas no
período noturno.

Base de parcelas salariais devidas (mês) Salário Salário


Cálculo +adicional noturno (20%) Hora Hora
Normal Extra
Regra ( : ) nº divisor Noturna Noturna
do
Cálculo (+) adicional HE (%)

(x) nº HE trabalhadas (noturnas)

(x) 1,1428

1.6. Prorrogação de trabalho noturno

Art. 73, §5º, da CLT. Às prorrogações do trabalho noturno aplica-se o disposto neste
Capítulo.

Súmula 60, II, TST. Cumprida integralmente a jornada no período noturno e


prorrogada esta, devido é também o adicional quanto às horas prorrogadas.

1.7. Integrações e Reflexos

Súmula 60, I, TST. O adicional noturno, pago com habitualidade, integra o salário do
empregado para todos os efeitos.
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 Adicional Noturno 
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RSR e Feriados 13º Salário Remuneração Aviso Prévio
Férias +1/3 Indenizado

Devem ser adotados os mesmos procedimentos aplicados aos cálculos das


repercussões de horas extras.

1.8. Incidências

Adicional Noturno FGTS INSS IR

SIM SIM SIM

1.9. Jurisprudência TST

Súmula 60, 65, 112, 140, 265

OJ SDI-1 60, 97, 259, 388

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