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Com base em Bezerra (2017)

texto são próxta imos, se A confusão entre ambas


gê n er o e o de lecer a as noções não é nada
O conceito os a impossibilidade de es be
de
de um
surpreendente.
Você consideraria o Faceb
conside rarm op or m eio
mun icaç ão v er bal sem fazê-lm gê n ero, ao Outdoor? ook um gênero? E quanto
co nçar mão de al gu ud Em consonância com Be
texto e sem lado M ar cu sc h i (2008, p. 154 ap , não assim como o Outdoor zerra (2017), o Facebook,
paraf ra sean a apro x im ação
17 ). A p es ar de ss
Bezerra, 20 fundir o gênero com o elem er en to que o tipo virtual e físico, reconstituiriam “suporte s”, do
devemos con . Posto qu e o gê n o é um melhor entendimento,sp ba
ectivamente. Para um
to é, o te x to apud diversidade de gêne s é sta pensar que uma
materializa, is oc ia l (B azerman, 2005 cada uma dessas ferro mobilizada dentro de
fenômeno ), a natureza material do atojusestificar
psi co ss tex ramentas.
Bezerra, 2017nal, um bom argumento parintos.
torna, por si domínios conceituais dist
que se trata de Alguns gêneros são mais
característicos de certos
suportes. A título de exemplo,
O texto, aquilo que constitui a materialidade, é temos os gêneros do discurso
orientado pelas convenções do gênero evocado publicitário, que são
em uma situação comunicativa dada. Pode até recorrentes em suportes como o
haver uma identificação entre eles - um Outdoor.
pressupor o outro -, mas o gênero pertence ao
domínio psicossocial e o texto, ao material.

Existe uma relação estreita entre eles, tendo em vista que os gêneros acabam se especializando em
determinados domínios discursivos, o que nos permite falar, por exemplo, em “gêneros do discurso
publicitário” ou “gêneros do discurso acadêmico”. No entanto, não devemos considerar o domínio discursivo
o próprio gênero. Reforcemos com o exemplo do jornalismo, definido como uma atividade profissional
dentro da qual circulam gêneros específicos a ela. Com base em Bezerra (2017), para além de uma esfera da
atividade profissional, o jornalismo compreende instâncias discursivas, abrangendo uma diversidade de
gêneros, os quais, por ser socialmente requeridos e validados, viabilizam a própria atividade.

O gênero é frequentemente reduzido à sua estrutura.


Essa associação decorre de uma confusão já
mencionada aqui entre gênero e texto. Na tentativa
0 Os tipos textuais são aspectos relativos à
de tornar o conceito de gênero mais palpável, uma composição dos textos, podendo de forma
vez que ideias mais concretas são mais fáceis de associada compor textos vinculados à
apreender, o fenômeno é com frequência vinculado a variados gêneros (BEZERRA, 2017); são, com
alguma noção material e formal. base em Marcuschi (2003 apud Bezerra, 2017)
mais modalidade discursivas ou sequências
s não posses ua m textuais do que o texto propriamente, e
ên er o ão s ã o
Não q u e o s g
r m a is , co n tudo tesecnem o
, abrangem um número limitado de categorias
aspectos fo portantes e não mer (narração, argumentação, exposição, descrição
os mais imque lhes é atribuído. e injunção) que participam na composição de
privilégio um determinado gênero.

Com base em Bezerra (2022)

1. Os gêneros são textuais e discursivos. Apesar de que a seleção


dos adjetivos ‘textual’ e ‘discursivo’ possa estar relacionada ao
alinhamento com algum posicionamento teórico, os gêneros são
tanto textuais quanto discursivos, dado o seu caráter mediador
no relacionamento entre texto e discurso.

2. Conforme sugerimos em “Gênero é forma/estrutura?”,


o u o gênero vai muito além de seus aspectos formais. O que o
n e r o s nãoesxãtouais fundamenta é o seu papel enquanto recurso socialmente
1. Oscugrêsivos ou t n a s desenvolvido para orientar nossas ações e atividades. Os
dis
s n ã o são ape gêneros são, primordialmente, enquadres para a ação social,
s g ê n e ro são como modos de vida, ambientes para aprender e construir
2. Oma
for o s e sentido; eles moldam nossa maneira de pensar e agir
O s g ê n erosmneãm textos comunicativamente, sua forma sendo apenas um aspecto
3 . t er i al i z a t e x t o, secundário e superficial.
a o
m
e r o n ã o esntoá gnênero
4. Oexgtêonnão está as
ot n ã o s ão aépmen 3. Os gêneros estão no
plano sociocognitivo e
4. Não parece existir uma
g ê n e r o s s t a m b relação de pertença entre
5. Osvenção, m a discursivo, em razão de
co n v ação d a d e s gênero e texto. ‘Participação’ é
ino s ã o e n ti constituírem um o termo ideal para tratar do
s g ê n e ros snoãláoveis fenômeno de relacionamento entre esses
6. Oladas ou i reconehcimento elementos. Assim sendo, os
i so ã o sãroespostas psicosossial” (BAZERMAN,
n er o s n im textos participam dos
7. Ooslghêas, marsetsóricas 2005, p. 31 apud BEZERRA, gêneros ( e de mais de um!). O
e s c it u a ç õ e s 2022, p. 45), muito hibridismo será então uma
a s o r r en t es s ã o o f o co embora, dada a sua propriedade do texto ou do
re c o
ã no de
O s g ê n eroso n e n s i natureza sociocognitiva, o gênero? Para Bezerra (2022),
8 . n ci pal d s e gênero só é captado por parece mais adequado
i
pr g u as n eu t r o meio do texto, o elemento
lín ã o s ã o considerar que são os textos,
g ê n e r os n s que o performa. mais do que os gêneros, os que
9. O s i d eo l ó g i co irão, rotineiramente,
s i m , p. 42 -5 2).
B e z erra (2022 hibridizar-se.
es d e
as seçõ
Título d
6. O gênero não pode ser pensado isoladamente das interações
5. O gênero é, discursivas e nem de outros gêneros com os quais estabelece
aspecto que acabasim, convenção, complexas relações. Para Bhatia (2004 apud Bezerra, 2022), isolar
conferindo-lhe
uma “estabilidade”. Ca o gênero, sobretudo para o propósito do ensino, é uma conveniente
que essa estabi ad be enfatizar ilusão. Conceitos importantes como conjuntos, colônias, sistemas,
relativa, já que lid
os
e é bastante
redes e cadeias de gênero etc. surgem justamente em decorrência

abertos às inovaçõe neros estão da efetiva relação indissociável entre os gêneros.
convenção e inovaçs. Nesse caso,
lados da mesma moedaão são dois
! 8. O foco principal do ensino de 9. Uma vez que o
língua não é o gênero, mas o gênero é um fenômeno
desenvolvimento das sociocognitivo e
7. Para Bezerra (2022), nós não escolhemos habilidades comunicativas de, cultural, não será
os gêneros, é mais provável que eles já principalmente, leitura e nunca neutro. Os
estejam escolhidos(prescritos), tendo em escrita. No contexto de ensino, gêneros são sempre
vista as convenções sociais que os gêneros devem ser concebidos ideológicos, pois são
determinam seus fins comunicativos. e utilizados como estratégias atravessados por
Mesmo quando parece haver certa liberdade para o alcance desse propósito. relações de poder e
de escolha, estamos restringidos, por um refletem os valores e
lado, pelos propósitos intrínsecos aos práticas da
gêneros, e, por outro, pela situação de comunidade em que
comunicação na qual nos encontramos. são utilizados.

BEZERRA, Benedito. Equívocos sobre a relação gênero, texto e discurso. In: BEZERRA, Benedito. Gêneros no contexto brasileiro: questões [meta]teóricas e
conceituais. São Paulo: Parábola, 2017. p. 33-46.
BEZERRA, Benedito. O gênero como ele é (e como não é). In: BEZERRA, Benedito. O gênero como ele é (e como não é). São Paulo: Parábola, 2022. p. 41-54.
Elaborado por Renata Vidal

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