Você está na página 1de 51

1

IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro


ENSINO DE BIOLOGIA

Coordenação de
Ensino Instituto IPB

www.institutoipb.com.br | atendimento@institutoipb.com.br | +55 (31) 2555-5006


2
IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro
ENSINO DE BIOLOGIA

ENSINO DE BIOLOGIA

www.institutoipb.com.br | atendimento@institutoipb.com.br | +55 (31) 2555-5006


3
IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro
ENSINO DE BIOLOGIA

SUMÁRIO

CONSIDERAÇÕES INICIAIS ...................................................................................... 4

TEMAS ESTRUTURANTES E SUAS CONCEPÇÕES ............................................... 7

TRANSFORMAÇÕES DE MATÉRIA E DE ENERGIA NA NATUREZA ...................... 9

SERES VIVOS ............................................................................................................ 9

HOMEOSTASE ......................................................................................................... 10

METABOLISMO CELULAR....................................................................................... 11

HEREDITARIEDADE ................................................................................................ 11

EVOLUÇÃO E ADAPTAÇÃO .................................................................................... 12

EIXOS TEMÁTICOS ................................................................................................. 12

INTERAÇÃO ENTRE OS SERES VIVOS ................................................................. 12

SER HUMANO E SAÚDE ......................................................................................... 13

IDENTIDADE DOS SERES VIVOS ........................................................................... 13

DIVERSIDADE DA VIDA ........................................................................................... 14

TRANSMISSÃO DA VIDA, ÉTICA E MANIPULAÇÃO GÊNICA ............................... 14

ORIGEM E EVOLUÇÃO DA VIDA ............................................................................ 15

APRESENTAÇÃO DAS TABELAS DE EXPECTATIVAS DE APRENDIZAGEM ...... 15

A Construção do Saber Docente do Professor de Biologia ....................................... 31

Concepções e Práticas do Professor de Biologia ...................................................... 39

Desafios da Prática no Ensino de Biologia ................................................................ 45

Referências ............................................................................................................... 49

www.institutoipb.com.br | atendimento@institutoipb.com.br | +55 (31) 2555-5006


4
IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro
ENSINO DE BIOLOGIA

CONSIDERAÇÕES INICIAIS

Os avanços científicos e tecnológicos atuais em Ciências Biológicas e suas


aplicações na medicina, na agricultura e na biotecnologia, entre outras áreas,
evidenciam a necessidade de que a sociedade e a escola contemporânea
desenvolvam novas formas de aprendizagens e de desenvolvimento intelectual para
gerações futuras.
O desafio atual é a formação de cidadãos capazes de processar o grande
volume de informação, de compreender e de atuar criticamente na solução de
problemas da vida cotidiana. Nessa perspectiva, ao se apropriarem de
conhecimentos e valores científicos, podem ajudar a resolver as necessidades
crescentes das comunidades em que vivem.
É indispensável que, ao completarem a educação básica, os estudantes
tenham uma compreensão sistêmica do planeta e sejam cidadãos capazes de
promover transformações que visem ao bem-estar social, ambiental e econômico.
Segundo as Orientações Curriculares Nacionais [...] nas últimas décadas, o
ensino de Biologia vem sendo marcado por uma dicotomia que constitui um desafio
para os educadores. Seu conteúdo e sua metodologia no Ensino Médio, voltados,
quase que exclusivamente, para a preparação do aluno para os exames vestibulares,
em detrimento das finalidades atribuídas pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional (Lei n. 9394/96) à última etapa da educação básica: o aprimoramento do
educando como ser humano, sua formação ética, o desenvolvimento de sua
autonomia intelectual e de seu pensamento crítico, sua preparação para o mundo do

www.institutoipb.com.br | atendimento@institutoipb.com.br | +55 (31) 2555-5006


5
IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro
ENSINO DE BIOLOGIA

trabalho e o desenvolvimento de competências para continuar seu aprendizado


(BRASIL, 2006, p. 15).
[...] os conteúdos de Biologia devem propiciar condições para que o educando
compreenda a vida como manifestação de sistemas organizados e integrados, em
constante interação com o ambiente físico-químico. O aluno precisa ser capaz de
estabelecer relações que lhe permitam reconhecer que tais sistemas se perpetuam
por meio da reprodução e se modificam no tempo em função do processo evolutivo,
responsável pela enorme diversidade de organismos e das intrincadas relações
estabelecidas pelos seres vivos entre si e com o ambiente. O aluno deve ser capaz
de reconhecer-se como organismo e, portanto, sujeito aos mesmos processos e
fenômenos que os demais. Deve, também, reconhecer-se como agente capaz de
modificar ativamente o processo evolutivo, alterando a biodiversidade e as relações
estabelecidas entre os organismos (BRASIL, 2006, p. 20).
A aprendizagem de Biologia no Ensino Médio deve complementar e
aprofundar os conceitos trabalhados com os estudantes no Ensino Fundamental. O
estudante do Ensino Médio já apresenta uma maior maturidade e, por isso, os
objetivos educacionais devem ser propositivos, tanto na abordagem dos conteúdos
factuais e conceituais quanto nos procedimentais e atitudinais.
Segundo Zabala (1998), os conteúdos factuais se referem aos fatos, se
relacionam com a memória e são aprendidos por meio de exercícios de repetição,
automatização e associação. Os conteúdos conceituais exigem a compreensão do
significado, relacionam-se com um processo de elaboração e construção pessoal.
Esses conteúdos são aprendidos por meio de atividades que possibilitem a inter-
relação de conhecimentos prévios que provoquem atividades mentais e que sejam
adequadas ao nível de desenvolvimento dos estudantes. Os conteúdos
procedimentais se referem a técnicas, estratégias, métodos e procedimentos.
Constituem um conjunto de ações ordenadas dirigidas à realização de um
determinado objetivo e exigem exercitação, reflexão sobre a própria atividade e
aplicação em diferentes contextos. Os conteúdos atitudinais se referem aos valores,
normas e atitudes e envolvem o componente afetivo de forma determinada. Esses

www.institutoipb.com.br | atendimento@institutoipb.com.br | +55 (31) 2555-5006


6
IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro
ENSINO DE BIOLOGIA

conteúdos se referem aos aspectos organizativos e participativos e exigem


processos de reflexão crítica, no sentido de fomentarem a autonomia moral dos
estudantes.
As diretrizes estabelecidas nos PCN (1999) e PCN+ (2002) orientam para a
construção de um conhecimento interdisciplinar e contextualizado. Esses
documentos sugerem que sejam usadas estratégias diversificadas, que mobilizem
menos a memória e mais o raciocínio.
Planejar as aulas de Biologia, a partir do resgate dos conhecimentos prévios
dos estudantes, é uma condição indispensável para construir uma aprendizagem
significativa, que se contrapõe à ideia de conhecimento linear e seriado.
O ensino de Biologia, em geral, tem sido pautado em algumasperspectivas:
1- ensino tradicional, que privilegia o conteudismo e a memorização;
2- linearidade a partir da qual se propõe que alguns conteúdos são pré-
requisitos de outros;
3- ênfase nos aspectos macroscópicos da Biologia;
4- desarticulação entre as áreas e fragmentação dos conteúdos.
Na tentativa de superar essa situação, profundas mudanças conceituais e
metodológicas têm sido mobilizadas orientando para a construção de um
conhecimento interdisciplinar e contextualizado (PCN+, 2002). Nessa perspectiva,
faz-se necessário, cada vez mais, articular conhecimento científico e experiência
prévia.
Dessa maneira, o que se espera dos estudantes é que eles sejam capazes de
realizar, de fazer algo com o aprendido. A expectativa de aprendizagem deve ser
explicitada e alinhada às atividades e estratégias de ensino. Pressupõe-se que o
professor seja um conhecedor da natureza dos conteúdos e das intervenções mais
adequadas para ensinar, tendo noção clara do que ensinar e de como os
estudantes irão aprender.
O professor deve criar desafios que despertem o interesse dos estudantes e,
para que isso ocorra, ele deve propor situações problema e questões instigantes que
irão mobilizar o estudante, colocando-o em uma interação ativa consigo mesmo e
com o -problema criam necessidades, provocam um saudável

www.institutoipb.com.br | atendimento@institutoipb.com.br | +55 (31) 2555-5006


7
IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro
ENSINO DE BIOLOGIA

conflito; desestabilizam a situação e, paulatina e sucessivamente, o vão auxiliando a

Neste documento, as expectativas de aprendizagem são apresentadas em um


quadro onde a gradação de tons de azul é usada para indicar o nível de abordagem
da expectativa a ser desenvolvida. Dessa forma, os conhecimentos são vistos como
uma rede de significados em permanente processo de transformação.
Para o desenvolvimento das expectativas de aprendizagem não
desenvolvidas e a consolidação das que estão em desenvolvimento, o ensino de
Biologia deve centrar-se no essencial; adequar os conteúdos às peculiaridades de
assimilação e às possibilidades cognitivas dos estudantes.
O desenvolvimento e a consolidação das expectativas de aprendizagem em
Biologia têm o objetivo de promover a alfabetização e o letramento científico.
Biologia deveria
se pautar pela alfabetização científica. Esse conceito implica três dimensões: a
aquisição de um vocabulário básico de conceitos científicos, a compreensão da
natureza do método científico e a compreensão sobre o impacto da ciência e da
p. 18).
Segundo Sasseron (2008), os eixos estruturantes de um letramento científico
são:
1- compreensão básica de termos e conceitos científicos fundamentais;
2- compreensão da natureza das ciências e dos fatores éticos e políticos
que circundam sua prática;
3- entendimento das relações existentes entre ciência, tecnologia e sociedade.
ise das atividades que compõem uma
sequência didática envolvendo discussões em que um mesmo tema é discutido
levando em conta os conhecimentos científicos e as tecnologias a ele associadas e

TEMAS ESTRUTURANTES E SUAS CONCEPÇÕES

www.institutoipb.com.br | atendimento@institutoipb.com.br | +55 (31) 2555-5006


8
IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro
ENSINO DE BIOLOGIA

Os temas estruturantes representam os pilares da organização do currículo,


pois estão diretamente associados às expectativas de aprendizagem e sustentados
pelos eixos temáticos
Entendem-se como temas estruturantes aqueles conhecimentos de grande
amplitude, que identificam e organizam os campos de estudo de uma disciplina
escolar, considerados fundamentais para a compreensão de seu objeto de estudo e
ensino Tais temas perpassam, de forma recursiva, todos os eixos temáticos e anos
escolares ao longo do Ensino Fundamental e Médio Para Biologia, os temas
estruturantes estão apresentados

Representação esquemática dos Temas Estruturantes em Biologia

Tudo na natureza é organizado a partir de átomos O que conhecemos como


matéria nada mais é do que átomos unidos através de ligações químicas Essas se
formam e são mantidas com o uso de energia Por outro lado, sabemos que a célula
é a unidade fundamental de organização dos seres vivos Assim, como relacionar
célula, matéria e energia?
As células também se estruturam a partir de átomos unidos por ligações
químicas, ou seja, são constituídas de moléculas Os átomos necessários para formar
moléculas são encontrados no meio ambiente e a energia necessária para ligar esses
átomos é proveniente do sol Percebemos, então, que a estrutura de uma célula e,
portanto, de todos os organismos vivos, nada mais é do que matéria e energia,

www.institutoipb.com.br | atendimento@institutoipb.com.br | +55 (31) 2555-5006


9
IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro
ENSINO DE BIOLOGIA

organizada em quatro tipos de macromoléculas: carboidratos, lipídeos, proteínas e


ácidos nucleicos

TRANSFORMAÇÕES DE MATÉRIA E DE ENERGIA NA NATUREZA

O estudo dos conceitos de ecologia permite compreender que todos os seres


vivos dependem da troca de matéria e de energia disponibilizadas na natureza Os
seres autótrofos, que possuem pigmentos fotossintetizantes em suas células, têm a
capacidade de realizar fotossíntese, processo que consiste na síntese de glicose,
utilizando energia solar e liberando oxigênio Assim, os seres autótrofos
correspondem ao nível trófico dos produtores, ou seja, aqueles que são capazes de
fabricar seu próprio alimento Os demais seres vivos, não possuindo os pigmentos
fotossintetizantes e, portanto, sendo incapazes de utilizar diretamente a energia
solar, são heterótrofos, funcionando como consumidores, ou seja, eles dependem
dos produtores para conseguirem seu alimento e respirarem Nesse grupo, se
enquadra a maioria dos seres vivos, inclusive a espécie humana É necessário
compreender que o equilíbrio existente entre os seres vivos e os componentes
abióticos (matéria e energia) é a base da sobrevivência das espécies Assim, é
essencial que se façam esforços, no sentido de conscientizar os alunos da
importância da sustentabilidade para a sobrevivência da vida no planeta

Detalhamento de conteúdos relacionados ao Tema Estruturante

SERES VIVOS

www.institutoipb.com.br | atendimento@institutoipb.com.br | +55 (31) 2555-5006


10
IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro
ENSINO DE BIOLOGIA

Os seres vivos, estudados através da classificação biológica, podem ser


compreendidos a partir de sua variedade de características e funções, ou seja, a
biodiversidade Essa se relaciona a estruturas e funções que ocorrem em diferentes
níveis de organização (célula, tecido, órgãos, sistemas) As espécies autótrofas
atuam como produtoras e as heterótrofas, como consumidoras Então, os seres
heterótrofos só conseguem sobreviver, porque se alimentam da matéria e da energia
disponibilizada pelos produtores, por meio da alimentação e da respiração Os
consumidores degradam as moléculas dos tecidos que digerem (carboidratos,
lipídeos, proteínas e ácidos nucleicos), devolvendo os átomos à natureza, para
realimentarem o ciclo de transferência de matéria e energia
Essa compreensão confere um novo significado às relações entre os
indivíduos e o ambiente circundante, que dizem respeito a nutrição, respiração,
transporte de nutrientes e excretas do processamento celular

HOMEOSTASE

A homeostase é convencionalmente associada à manutenção do equilíbrio


interno, ou seja, da constância dos parâmetros corporais (temperatura, pressão,
osmolaridade, concentrações de íons, concentração de nutrientes) de um organismo
Esse esforço demanda o uso constante de matéria e energia, através da alimentação
e da respiração A homeostase requer, ainda, o funcionamento integrado e harmônico
entre os sistemas orgânicos, assim como dos órgãos, tecidos e células que os
constituem A relação com o ambiente é mediada pelas funções integradoras

www.institutoipb.com.br | atendimento@institutoipb.com.br | +55 (31) 2555-5006


11
IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro
ENSINO DE BIOLOGIA

realizadas pelo sistema neuroendócrino Portanto, podemos conceber homeostase


como sinônimo de saúde

Detalhamento de conteúdos relacionados ao Tema Estruturante

METABOLISMO CELULAR

O estudo do metabolismo celular envolve o conjunto das reações químicas


responsáveis pelo processamento da energia e da matéria necessárias à
sustentação da vida de todos os seres Fala também do ciclo da matéria e do fluxo
da energia entre os seres dos diferentes níveis tróficos, explicitando as relações de
interdependência deles entre si e de todos com a natureza

HEREDITARIEDADE

www.institutoipb.com.br | atendimento@institutoipb.com.br | +55 (31) 2555-5006


12
IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro
ENSINO DE BIOLOGIA

Um dos critérios para a manutenção da vida é a perpetuação das


características das espécies, por meio da reprodução Nas células, esta ocorre por
divisão celular, através dos processos de mitose ou meiose As novas células assim
formadas replicam o conjunto de informações genéticas característico de cada
espécie, que está contido no DNA celular (código genético) A manutenção dessas
informações é importante para preservar as espécies e sua homeostase Como as
espécies interagem entre si e com o meio ambiente, alterações no DNA, durante a
divisão celular, podem alterar o código genético, levando a doenças Em outros
contextos, podem desencadear mecanismos de adaptação e evolução Em paralelo,
o homem desenvolveu técnicas de manipulação do DNA, gerando seres
geneticamente modificados, uma das bases da biotecnologia

EVOLUÇÃO E ADAPTAÇÃO

Na Biologia, os fenômenos relacionados ao surgimento, adaptação e evolução


dos seres vivos são de fundamental importância, para explicar como o parentesco
entre os humanos e demais seres vivos, no planeta, em todos os níveis de
complexidade, decorre da origem comum de todos eles Esse conhecimento ajuda o
aluno a relacionar mecanismos de mutação, recombinação gênica e seleção natural
às transformações das espécies ao longo do tempo, assim como a identificar as
vantagens e os riscos da introdução, na natureza, de novas variedades de plantas e
animais, por melhoramento genético

EIXOS TEMÁTICOS
INTERAÇÃO ENTRE OS SERES VIVOS

Este eixo temático tem como objetivo promover a compreensão do ambiente


como um conjunto de interações dos seus diversos componentes, bem como a
valorização de sua diversidade e da capacidade de adaptação dos seres vivos Os
estudantes devem ser capazes de diagnosticar que as relações do ser humano com
o meio resultam na transformação dos ambientes Eles devem também perceber que
as modificações ocorridas em determinados componentes do sistema interferem em

www.institutoipb.com.br | atendimento@institutoipb.com.br | +55 (31) 2555-5006


13
IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro
ENSINO DE BIOLOGIA

outros, alterando e desorganizando as interações, definitivamente ou por um longo


tempo, até que se estabeleça novamente o equilíbrio A proposta deste eixo é a de
que os estudantes abordem temas que favoreçam o desenvolvimento das
expectativas de aprendizagem relativas a diagnosticar problemas ambientais, julgar
e elaborar propostas de intervenção no ambiente, construir argumentações
consistentes, com base nos conhecimentos científicos Neste eixo, os estudantes
aprofundarão seus conhecimentos e desenvolverão expectativas de aprendizagens
mais complexas sobre: a interdependência da vida; os movimentos dos materiais e
da energia na natureza; a intervenção humana e os desequilíbrios ambientais; os
problemas ambientais brasileiros e o desenvolvimento sustentável

SER HUMANO E SAÚDE

Neste eixo temático, o estudante amplia e aprofunda sua compreensão do


funcionamento do corpo humano, principalmente a promoção e a manutenção da
saúde A questão da saúde é tratada como um estado e não somente como ausência
de doença e se relaciona com as condições de vida das populações A partir de um
conhecimento maior sobre a vida e sobre sua condição singular na natureza, o
estudante pode perceber seu próprio corpo como um todo dinâmico, que interage
com o meio em sentido amplo Neste eixo, são abordados: o conceito de saúde, a
distribuição desigual de saúde pelas populações humanas, as agressões à saúde
das populações e a saúde ambiental
A discussão desses conteúdos favorece o desenvolvimento de várias
competências, entre as quais: analisar dados apresentados, sob diferentes formas,
para interpretá-los a partir de referenciais econômicos, sociais e científicos; e utilizá-
los na elaboração de diagnósticos referentes às questões ambientais e sociais e de
intervenções que visem à melhoria das condições de saúde (BRASIL, 2006, p 46)
IDENTIDADE DOS SERES VIVOS

Neste eixo temático, os estudantes aprofundam seus conhecimentos e


desenvolvem novas expectativas de aprendizagem em relação às características que
identificam os sistemas vivos e os distinguem dos não vivos Nele é abordada a

www.institutoipb.com.br | atendimento@institutoipb.com.br | +55 (31) 2555-5006


14
IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro
ENSINO DE BIOLOGIA

organização celular da vida, tema que propicia o conhecimento das hipóteses sobre
a origem da célula e a análise de estruturas de diferentes seres vivos, para que o
estudante identifique a organização celular como característica fundamental de todas
as formas vivas As funções vitais básicas, como os transportes através da membrana
plasmática, bem como os processos metabólicos celulares e os processos de
reprodução celular são aprofundados nesse eixo Os estudos sobre as tecnologias de
manipulação do DNA e sobre os debates éticos e ecológicos a eles associados
possibilitam o desenvolvimento de expectativas de aprendizagem complexas, como
as de avaliar riscos e benefícios dessa manipulação à saúde e ao ambiente e de
posicionar-se frente a essas questões

DIVERSIDADE DA VIDA

Este eixo temático tem como objetivo promover a compreensão da distribuição


da biodiversidade nos diferentes ambientes e dos mecanismos que favorecem a
diversificação dos seres vivos É importante que os estudantes percebam que essa
diversidade tem-se reduzido, devido aos desequilíbrios ambientais promovidos pelas
intervenções humanas Neste eixo, é abordada a origem da diversidade, tema que
propicia a construção do conceito de mutação, bem como o reconhecimento da
importância da reprodução sexuada e do processo meiótico, como fontes de
variabilidade genética No eixo, são abordadas também as funções vitais dos animais
e das plantas, a partir da análise de seres vivos que ocupam diferentes ambientes A
organização da diversidade dos seres vivos e as ações que ameaçam essa
diversidade também são temas estudados neste eixo temático
TRANSMISSÃO DA VIDA, ÉTICA E MANIPULAÇÃO GÊNICA

Neste eixo temático, são abordados os fundamentos da hereditariedade Nele


os estudantes desenvolverão expectativas de aprendizagem relacionadas à
aplicação dos conhecimentos genéticos no diagnóstico e tratamento de doenças, na
identificação da paternidade e de indivíduos, em investigações criminais ou após
acidentes Outra expectativa de aprendizagem a ser desenvolvida é a relacionada ao
debate das implicações éticas, morais, políticas e econômicas das manipulações

www.institutoipb.com.br | atendimento@institutoipb.com.br | +55 (31) 2555-5006


15
IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro
ENSINO DE BIOLOGIA

genéticas Os fundamentos da hereditariedade que envolvem os princípios básicos


que regem a transmissão de características hereditárias, as noções básicas de
probabilidades, os tipos de cruzamentos, a construção e a análise de heredogramas
são trabalhados neste eixo Além dos temas acima, são abordados também a
genética humana e a saúde, as aplicações da engenharia genética e os benefícios e
perigos da manipulação genética

ORIGEM E EVOLUÇÃO DA VIDA

Este eixo temático trata de temas com grande significado científico e filosófico,
já que abrangem questões polêmicas, envolvendo várias interpretações sobre a
origem da vida Ao longo deste eixo, os estudantes desenvolverão expectativas de
aprendizagem relativas a posicionar-se frente a questões polêmicas e a dimensionar
processos vitais, em escalas de tempo diferentes Eles também conhecerão
mecanismos básicos que propiciam a evolução da vida, principalmente do ser
humano Temas como hipóteses sobre a origem da vida, ideias evolucionistas e
evolução biológica, a origem do ser humano e a evolução sob intervenção humana
são tratados aqui, possibilitando desenvolvimento de expectativas de aprendizagem
mais complexas

APRESENTAÇÃO DAS TABELAS DE EXPECTATIVAS DE APRENDIZAGEM

No contexto do projeto Parâmetros da Educação Básica, o currículo é


entendido como um conjunto de conhecimentos, competências e habilidades,
traduzidos em expectativas de aprendizagem [] (p 5)
As expectativas de aprendizagem devem ser interpretadas como orientadoras
da prática pedagógica, na seleção e na ordenação dos conteúdos e também na
metodologia de ensino Elas devem ser explicitadas e alinhadas (em consonância) às
atividades e estratégias de ensino Pressupõe-se que o professor conheça a natureza
dos conteúdos e das intervenções mais adequadas para ensinar, o que ensinar e
como os estudantes irão aprender, enfatizando as formas de aprendizagem
É preocupante a tendência descontextualizada que ainda se estabelece na
educação em Biologia Muitas vezes, parece que o mais importante são os conteúdos

www.institutoipb.com.br | atendimento@institutoipb.com.br | +55 (31) 2555-5006


16
IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro
ENSINO DE BIOLOGIA

a serem trabalhados em suas sequências tradicionais e não a oportunidade de


transformação na vida do estudante
Se, por um lado, essa abordagem traz mais segurança ao professor, por outro,
já não tem atendido à necessidade de formação desse novo modelo social, com
reflexões sistêmicas e comportamentos éticos
Para aceitarmos o desafio de educar indivíduos que sejam capazes de
enfrentar as demandas sociais e planetárias emergentes, temos que nos esforçar
para construir uma abordagem complexa, como sugere Morin (2000, p 38):
O conhecimento pertinente deve enfrentar a complexidade Complexus
significa o que foi tecido junto; de fato, há complexidade quando elementos diferentes
são inseparáveis, constitutivos do todo (como o econômico, o sociológico, o político,
o psicológico, o afetivo, o mitológico) e há um tecido interdependente, interativo e
inter-retroativo entre o objeto de conhecimento e seu contexto, as partes e o todo, o
todo e as partes e as partes entre si Por isso, a complexidade é a união entre a
unidade e a multiplicidade Os desenvolvimentos próprios a nossa era planetária nos
confrontam cada vez mais e de maneira cada vez mais inelutável com os desafios
da complexidade Em consequência, a educação deve prom
apta a referir-se ao complexo, ao contexto de modo multidimensional e dentro da
concepção global
Uma reflexão sobre o tema da recursividade nos permite aprofundar no
entendimento sobre a abordagem complexa das expectativas de aprendizagem
A palavra recursão faz referência à aplicação de uma operação sobre o
resultado da aplicação de uma operação [] Por exemplo, na repetição, se eu tirar a
raiz quadrada de a, obtenho Posso repetir isso e tirar a raiz quadrada de a, e obter
Isso é repetição: a = a a = a a = a a, obter
e, em seguida, aplicar a mesma operação sobre o resultado da primeira, e assim
por diante Aqui há uma recursão, porque que é o objeto da raiz quadrada que se
segue, é o resultado da aplicação da raiz quadrada; e que é o objeto da raiz
quadrada que se segue, é o resultado da raiz quadrada anterior Isso é uma
recursão: a = a a = a a = a
Segundo Maturana (2001), a linguagem é uma atividade recursiva Nós nos
comunicamos sempre usando, de forma recursiva, elementos que fizeram parte de

www.institutoipb.com.br | atendimento@institutoipb.com.br | +55 (31) 2555-5006


17
IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro
ENSINO DE BIOLOGIA

nossa história de vida O ideal seria aprendermos a nos comunicar incorporando


elementos isolados de forma sequencial Usamos sempre os conceitos aprendidos e,
quando percebemos que precisamos usá-los novamente, nós os usamos
adequadamente, pois a comunicação flui a partir do seu uso, cada vez com maior
desenvoltura e segurança
Os exemplos citados servem de base para apresentarmos as expectativas de
aprendizagem em Biologia O mais importante é que o professor perceba essa
abordagem recursiva, na qual temas abrangentes são apresentados ao longo da
Educação Básica e retomados, pelos estudantes, em diferentes estágios cognitivos
À medida que os temas são retomados em diferentes contextos, os estudantes fazem
importantes reflexões e correlações entre os mais diversos temas e as expectativas
de aprendizagem se consolidam
Finalmente, os materiais de currículo podem ser organizados para encorajar
esta reflexão se forem abordados iterativa e recursivamente, não linearmente É
quase um sacrilégio considerar a organização dos materiais de conteúdo de outra
maneira que não a sequencial Mas o currículo em espiral de Jerome Bruner (1960)
merece ser novamente examinado e reestruturado à luz da teoria da recursão Em
certo sentido vale a pena construir um currículo em que os alunos revisitem com mais
insights e profundidade aquilo que fizeram Num outro sentido, o currículo como
um pacote total com conteúdo e instruções entrelaçados torna-se empolgante e
envolvente conforme suas espirais avançam para o desconhecido O conhecimento
do mundo não é um conhecimento fixo esperando para ser descoberto; ele está
continuamente se expandindo, gerado por nossas ações reflexivas (DOLL, 1997, p
63)
Em Biologia, as expectativas de aprendizagem foram organizadas em seis
eixos temáticos, apresentados em quadros e divididos em duas colunas:
a) na primeira coluna, são detalhadas as expectativas de aprendizagem
dos conteúdos de Biologia;
b) na segunda coluna, estão discriminados os anos de escolarização em
que cada expectativa deverá ser introduzida ou retomada, sistematizada e
consolidada

www.institutoipb.com.br | atendimento@institutoipb.com.br | +55 (31) 2555-5006


18
IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro
ENSINO DE BIOLOGIA

Para indicar o nível de abordagem da capacidade a ser desenvolvida, as


colunas foram marcadas pela cor branca e três diferentes tons de azul

A cor branca indica que, naquele ano, a expectativa de aprendizagem não é


focalizada

A cor azul claro indica que os estudantes devem começar a trabalhar a


expectativa de aprendizagem, de modo a se familiarizarem com os conhecimentos
que terão de desenvolver Assim, nos períodos marcados com azul claro, a
expectativa de aprendizagem deve ser tratada de modo introdutório

A cor azul celeste indica o(s) ano(s) durante o(s) qual (is) uma expectativa de
aprendizagem necessita ser objeto de sistematização pelas práticas de ensino, ou
seja, a expectativa de aprendizagem deve sedimentar conceitos e temas

O azul escuro indica que a EA deve ser consolidada O processo de


consolidação pode estender-se em outros anos ou até chegar ao Ensino Médio, para
aprofundar conceitos e temas e/ou expandi-los para novas aprendizagens

Quadro 1: interação entre os seres vivos

EXPECTATIVAS DE APRENDIZAGEM ANOS

EA1. Reconhecer e caracterizar os diferentes biomas da Terra, a partir da análise


de diferentes ambientes e da interpretação de mapas e esquemas, para visar à sua 1º 2º 3º
conservação.

EA2. Distinguir os conceitos de espécie, população, comunidade e ecossistema,


com base em estudos de casos.
EA3. Interpretar, a partir de leitura de imagens, esquemas e observação da
natureza, as etapas de uma sucessão ecológica, para compreender que a natureza
é dinâmica.

EA4. Reconhecer que ocorre transferência de energia e matéria de um organismo


para outro, ao longo de uma cadeia alimentar, e que a energia é dissipada em forma
de calor.

EA5. Classificar os seres vivos nas cadeias, teias alimentares e pirâmides


ecológicas, quanto ao nível trófico, hábito alimentar e grau de consumo,
reconhecendo a influência das diferentes espécies para o equilíbrio do planeta.

www.institutoipb.com.br | atendimento@institutoipb.com.br | +55 (31) 2555-5006


19
IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro
ENSINO DE BIOLOGIA

EA6. Analisar as interações estabelecidas entre os diferentes organismos e desses


com o ambiente, relacionando-as com a estabilidade do ecossistema, com vistas à
necessidade de sua preservação/conservação.

EA7. Relacionar os ciclos biogeoquímicos (carbono, nitrogênio, hidrogênio e água),


para compreender a sua influência na (re) ciclagem dos seres vivos no planeta,
impedindo o esgotamento dos elementos disponíveis na Terra.
EA8. Identificar a interferência humana nos ciclos naturais da matéria, percebendo
que a velocidade de retirada é superior à capacidade de reposição de materiais
pelos dos seres vivos. ecossistemas, o que altera o equilíbrio do planeta e ameaça
a sobrevivência
EA9. Analisar dados sobre intensificação do efeito estufa, diminuição da taxa de
oxigênio no ambiente e uso intensivo de fertilizantes nitrogenados, associando-os
às posicionar-se criticamente quanto ao esgotamento dos recursos. interferências
humanas nos ciclos naturais dos elementos químicos, para

EA10. Identificar e interpretar problemas ambientais, tais como: intensificação do


efeito estufa, destruição da camada de ozônio, extinção de espécies, mudanças
climáticas, sustentabilidade socioambiental. poluição ambiental, construindo
argumentos em favor da

EA11. Diagnosticar regiões poluídas, identificando as principais fontes poluidoras do


ar, da água e do solo, para apontar medidas que minimizem a poluição ambiental e
promovendo o desenvolvimento da cidadania. identificar as responsabilidades
individual, coletiva e do poder público,

EA12. Relacionar expansão das fronteiras agrícolas e extrativismo (vegetal, mineral


e animal) ao consumo desenfreado e consequente devastação do ambiente e suas
implicações na sobrevivência do planeta.

EA13. Analisar propostas elaboradas por cientistas, ambientalistas e representantes


do poder públicos referentes à preservação e à recuperação dos ambientes
brasileiros, espécies. para fundamentar suas proposições voltadas para a
preservação das
espécies.

EA14. Avaliar as condições ambientais, identificando o destino do lixo e do esgoto,


o tratamento dado à água, o modo de ocupação do solo, as condições dos rios e
córregos e a qualidade do ar, relacionando-as a instâncias individuais, coletivas e
da administração pública.

EA15. Reconhecer que a legislação ambiental protege os recursos naturais e fazer


inferências.

EA16. Conhecer as conferências internacionais e os compromissos e propostas


para a recuperação de ambientes brasileiros.

Tomando, como exemplo, a EA1 (Reconhecer e caracterizar os diferentes


biomas da Terra, a partir da análise de diferentes ambientes e da interpretação de
mapas e esquemas, para visar à sua conservação), no primeiro ano, devem-se

www.institutoipb.com.br | atendimento@institutoipb.com.br | +55 (31) 2555-5006


20
IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro
ENSINO DE BIOLOGIA

retomar os conceitos sobre os diferentes biomas Essa retomada pode ocorrer, por
exemplo, durante os estudos da fotossíntese, quando são caracterizadas as plantas
de metabolismo C3 e C4 e as plantas umbrófilas e heliófilas Nesse momento, ao
comparar a taxa do processo fotossintético em diferentes luminosidades, retomam-
se os diferentes biomas, em função desse fator e dos demais que são limitantes no
processo fotossintético, como a temperatura e a concentração de gás carbônico
No segundo ano, propomos que os estudantes adquiram domínio sobre essa
expectativa de aprendizagem, o que pode ocorrer, por exemplo, durante os estudos
sobre o reino Plantae, quando os conceitos de fotossíntese e as características dos
diferentes biomas se complementam e possibilitam o aprofundamento das
aprendizagens Nesse momento, podemos exemplificar, a partir da comparação entre
as monocotiledôneas (gramíneas) com as dicotiledôneas (grandes árvores que
coabitam o mesmo ambiente, formando a vegetação típica das savanas)
Outro exemplo é o dos musgos O estudante deve ser relembrado do bioma no
qual esses vegetais têm uma posição de destaque na constituição da flora É
importante também priorizar a região onde o professor leciona, iniciando a
caracterização do bioma local com algum tipo de atividade em que o estudante possa
comparecer e observar uma área que ainda conserve traços da vegetação original
No terceiro ano, a expectativa de aprendizagem é a de que os estudantes
saibam explicar os conceitos referentes aos diferentes biomas, nas diversas

apenas repetirá o que estava escrito, pois ele teve a oportunidade de integrar a cada
conteúdo novo o conteúdo visto anteriormente, o que contribui para uma visão
sistêmica dos conteúdos abordados

Quadro 2: ser Humano e saúde

EXPECTATIVAS DE APRENDIZAGEM ANOS

www.institutoipb.com.br | atendimento@institutoipb.com.br | +55 (31) 2555-5006


21
IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro
ENSINO DE BIOLOGIA

EA1. Construir o conceito de saúde, levando em conta os condicionantes


biológicos, como sexo, idade, fatores genéticos, e os condicionantes sociais,
econômicos, ambientais e culturais, como nível de renda, escolaridade, estilos 1º 2º 3º
de vida, estado nutricional, possibilidades de lazer, qualidade do transporte,
condições de saneamento.

EA2. Identificar, nos tipos de alimentação, estilos de vida e características do


ambiente, fatores que colocam em risco a saúde das pessoas, buscando
escolhas que promovam a saúde integral do cidadão.

EA3. Interpretar tabelas e gráficos que inter-relacionam os aspectos


biológicos relacionados à pobreza e ao desenvolvimento humano, visando a
tomar decisões em prol do bem-estar individual e coletivo.

EA4. Enumerar os indicadores utilizados no cálculo do Índice de


Desenvolvimento Humano (IDH), relacionando os IDH de países
desenvolvidos com os de países em desenvolvimento, com vistas ao
desenvolvimento de uma cidadania planetária.
EA5. Interpretar IDH e índices de saúde pública, expressos em documentos
oficiais, jornais e gráficos das diferentes regiões de Pernambuco,
relacionando-os às condições de desigualdades das populações.

EA6. Comparar os índices de desenvolvimento humano de diferentes regiões


brasileiras, além de identificar as principais doenças endêmicas e a taxa de
mortalidade infantil da região ou do Brasil, e relacioná-las com as condições
ambientais que influem na qualidade de vida, tais como: destino do esgoto e
do lixo, abastecimento de água, moradia, acesso a atendimento médico e à
educação.

EA7. Comparar a incidência de doenças endêmicas na região onde mora com


dados de outras regiões do Brasil e associar essas informações às condições
de vida locais.

EA8. Caracterizar e identificar as principais doenças que afetam a população


brasileira, destacando, entre elas, as infectocontagiosas, parasitárias,
degenerativas, ocupacionais, carenciais e infecções sexualmente
transmissíveis (IST), reconhecendo formas de prevenção.

EA9. Identificar as toxinas ambientais orgânicas e inorgânicas (agricultura,


agropecuária, medicina, indústria petrolífera) que interferem na qualidade da
saúde dos seres vivos e do planeta.

EA10. Identificar as taxas de mortalidade infantil das regiões do Brasil,


relacionandoas ao destino do esgoto e do lixo, abastecimento de água,
moradia, acesso a atendimento médico e à educação.

EA11. Identificar os primeiros socorros que devem ser aplicados em


diferentes situações de risco.

EA12. Identificar propostas e ações de alcance individual ou coletivo que


visam à preservação e à implementação da saúde individual, coletiva ou do
ambiente.

www.institutoipb.com.br | atendimento@institutoipb.com.br | +55 (31) 2555-5006


22
IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro
ENSINO DE BIOLOGIA

EA13. Relacionar o reaparecimento de doenças com a ocupação


desordenada dos espaços urbanos e a degradação ambiental.

EA14. Identificar o princípio básico de funcionamento dos métodos


contraceptivos, compreendendo a utilização adequada dos mesmos, na
prevenção de doenças infectocontagiosas e gravidez não planejada.

EA15. Reconhecer a gravidez na adolescência como um fator de risco à


saúde do bebê e à saúde materna.

EA16. Desenvolver uma visão crítica acerca do uso de drogas consideradas


lícitas e ilícitas, inclusive a automedicação, reconhecendo as diversas
implicações individuais e sociais na saúde.

EA17. Relacionar o conhecimento científico ao desenvolvimento tecnológico,


reconhecendo o impacto da tecnologia na saúde e expectativa de vida dos
seres humanos.

Tomando, como exemplo, a EA12 (Identificar propostas e ações de alcance


individual ou coletivo que visam à preservação e à implementação da saúde
individual, coletiva ou do ambiente), percebe-se que a expectativa é a de que os
estudantes, no primeiro ano, retomem os conceitos sobre saúde individual, coletiva
e do ambiente Essa retomada pode ocorrer, por exemplo, durante os estudos da
fotossíntese e da respiração celular, nos quais se podem abordar os efeitos das
queimadas e do desmatamento sobre a saúde humana, enfatizando os danos
causados, principalmente, ao sistema respiratório Pode-se também identificar o
desmatamento, com finalidade agrícola, como outra forma de agredir a saúde, pois,
além de diminuir a taxa de gás carbônico que é retirado do ar, o uso dos adubos
químicos e de defensivos agrícolas constitui um agente agressor até para aqueles
que acreditam estar consumindo alimentos saudáveis Ainda no primeiro ano, pode-
se retomar a EA15 nos estudos das substâncias químicas da célula, em que são
abordadas as vitaminas e suas carências, bem como a má alimentação e suas
consequências na era do fast food Nos estudos de mitose, podem-se abordar as
mutações somáticas causadas por agentes nocivos encontrados no ambiente e que
são responsáveis pelas divisões celulares anormais que, consequentemente, levam
ao desenvolvimento de tumores cancerígenos
No segundo ano, propomos que os estudantes adquiram domínio sobre essa
expectativa de aprendizagem, o que pode ocorrer, por exemplo, durante os estudos
sobre os sistemas humanos Nesses conteúdos, os conceitos de saúde são sempre

www.institutoipb.com.br | atendimento@institutoipb.com.br | +55 (31) 2555-5006


23
IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro
ENSINO DE BIOLOGIA

relacionados às funções dos sistemas e órgãos, o que complementa as


aprendizagens e possibilita o seu aprofundamento
No terceiro ano, a expectativa de aprendizagem é a de que os estudantes
saibam identificar propostas e ações, de alcance individual ou coletivo, que visam à
preservação e à implementação da saúde individual, coletiva ou do ambiente, e que
consolidem a expectativa de aprendizagem durante os estudos dos eixos

incluídas nessa expectativa, estão as capacidades de investigar, estabelecer


relações, argumentar, justificar, avaliar, analisar e interpretar Esse é o momento de
o estudante associar tudo o que foi estudado sobre o corpo e o ambiente e aplicar
esses conhecimentos à preservação de sua própria saúde e da saúde daqueles que
o rodeiam, bem como do ambiente no qual vive e convive, e da saúde planetária

Quadro 3: identidade dos seres vivos

EXPECTATIVAS DE APRENDIZAGEM ANOS

EA1. Aplicar metodologias científicas adequadas ao estudo da vida e


compreender suas implicações na Biologia, em diferentes situações- 1º 2º 3º
problema.

EA2. Reconhecer que todos os seres vivos são constituídos por células; que
as células possuem estrutura tridimensional e realizam todas as funções de
um organismo inteiro.

EA3. Reconhecer que os seres vivos são formados por substâncias químicas
semelhantes, que apresentam proporções variadas, em diferentes espécies,
acarretando características peculiares a cada uma destas, revelando um grau
de organização que os diferenciam da matéria bruta.
EA4. Comparar a organização e o funcionamento dos diferentes tipos
celulares.

EA5. Identificar a função das membranas celulares e os processos de troca,


bem como compreender o papel das diferentes organelas citoplasmáticas.

EA6. Analisar imagens e representações relacionadas aos diferentes tipos de


transporte através da membrana celular.

EA7. Reconhecer os processos de divisão celular, a partir de representações


gráficas.

EA8. Associar o processo de reprodução celular à transformação do zigoto


em um ser adulto e as implicações resultantes da reprodução desordenada
das células aos processos patológicos que caracterizam o câncer.

www.institutoipb.com.br | atendimento@institutoipb.com.br | +55 (31) 2555-5006


24
IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro
ENSINO DE BIOLOGIA

EA9. Identificar o papel da mitose e da meiose em ciclos reprodutivos dos


seres vivos.
EA10. Reconhecer o processo de formação dos gametas masculino e
feminino.
EA11. Identificar os diferentes tipos de óvulos e segmentação, para
compreender
o processo de fecundação e as fases do desenvolvimento embrionário
(mórula,
blástula, gástrula e nêurula) dos vertebrados, enfatizando o papel das células

totipotentes (células-tronco).
EA12. Compreender o corpo humano como um todo integrado, considerando
as
características morfofisiológicas de seus sistemas e órgãos.
EA13. Estabelecer relações entre os sistemas do corpo humano, para
compreender
suas funções e a interdependência entre eles.
EA14. Compreender as diferenças anatômicas e fisiológicas dos sistemas
genitais
masculino e feminino, identificando o papel do sistema nervoso e endócrino
na
reprodução.

EA15. Compreender a organização e o funcionamento dos diferentes tipos de

tecidos dos animais e das plantas.


EA16. Avaliar os diferentes tipos de tecidos, relacionando suas características
ao
funcionamento dos órgãos e sistemas.
EA17. Entender os processos básicos da fotossíntese, quimiossíntese,
respiração
celular e fermentação, identificando os reagentes e produtos envolvidos
nessas
reações e associando-os aos fluxos de matéria e energia na natureza.
EA18. Interpretar fatores ambientais que interferem na fotossíntese e na
respiração
celular, visando a compreender a relação de dependência entre os seres
vivos e o ambiente.
EA19. Explicar a inter-relação da fotossíntese com a respiração celular nas
células dos organismos fotossintetizantes.
EA20. Identificar e comparar processos de respiração aeróbica e anaeróbica,
para compreender a adaptação dos seres vivos à disponibilidade de oxigênio
no meio.

EA21. Compreender a função das macromoléculas (carboidratos, lipídeos,

www.institutoipb.com.br | atendimento@institutoipb.com.br | +55 (31) 2555-5006


25
IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro
ENSINO DE BIOLOGIA

proteínas e ácidos nucleicos) na formação das células de todos os seres


vivos.
EA22. Relacionar carboidratos (fonte primária de energia), lipídeos (reserva

energética) e proteínas (molécula estrutural e última fonte de energia) com a

obtenção e o gasto de energia pelos seres vivos.

EA23. Compreender as funções da água e dos sais minerais, para entender a


necessidade de repor esses componentes no uso do soro caseiro, no
tratamento
de diarreia e vômito.

EA24. Conhecer as diferentes vitaminas e compreender o funcionamento

adequado do metabolismo para manter a saúde.


EA25. Identificar a natureza bioquímica do DNA e RNA, estabelecendo
relação com o código genético e a síntese proteica.
EA26. Compreender a correspondência que existe entre a trinca de bases do
DNA
(código genético) e os aminoácidos que compõem as proteínas dos diferentes

tecidos vivos.
EA27. Conhecer as principais tecnologias utilizadas para transferir o DNA
entre
diferentes organismos como a base da biotecnologia e os aspectos éticos

envolvidos nesses processos, de maneira a construir argumentações sobre a

biotecnologia.

Tomando, como exemplo, a EA5 (Identificar a importância e a função das


membranas celulares e os processos de troca, bem como compreender o papel das
diferentes organelas citoplasmáticas), no primeiro ano, são consolidados os
conceitos sobre os tipos de células e seus organoides Nesse ano, ocorre o estudo
detalhado das estruturas celulares, enfatizando a presença ou não de membrana
nessas estruturas Durante os estudos da fotossíntese, quando são caracterizadas as
células vegetais e os seus componentes, e também durante os estudos de respiração
celular em células animais, deve-se ressaltar a presença de duas membranas nos
organoides que participam desses processos bioquímicos Nesse ano, também são
consolidados conceitos relacionados aos diferentes tipos de transporte
transmembrana

www.institutoipb.com.br | atendimento@institutoipb.com.br | +55 (31) 2555-5006


26
IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro
ENSINO DE BIOLOGIA

No segundo ano, propomos que os estudantes usem essa expectativa de


modo seguro, o que pode ocorrer, por exemplo, durante os estudos sobre a difusão
e a osmose nos protozoários de água doce, bem como no transporte ativo de íons,
no processo de absorção de água e sais minerais pelas raízes das angiospermas A
fagocitose é outro processo de transporte pela membrana estudado na nutrição de
protozoários e também no sistema imunológico humano
No terceiro ano, a expectativa de aprendizagem é a de que os estudantes
saibam explicar os conceitos referentes às células, seus envoltórios e organoides,
nas diversas situações, e que estabeleçam diferentes tipos de relações, durante os
estudos sobre evolução dos seres vivos Nesse ano, o estudante terá consolidado os
conceitos e não apenas os repetirá, pois ele teve a oportunidade de integrar a cada
conteúdo novo o que foi visto anteriormente, o que contribui para uma visão global,
sem fragmentação, dos conteúdos abordados
Quadro 4: diversidade da vida

ANOS
EXPECTATIVAS DE APRENDIZAGEM
1º 2º 3º
EA1. Construir o conceito de mutação, analisando os efeitos de determinados
agentes químicos e radioativos sobre o material hereditário, visando entender
a
biodiversidade.
EA2: Diferenciar a reprodução assexuada e sexuada e reconhecer a
reprodução
sexuada como fonte de variabilidade genética.
EA3. Identificar que a diversidade das adaptações propicia a vida em
diferentes
ambientes, utilizando situações-problema.
EA4. Reconhecer características adaptativas dos animais, nos ambientes
aquáticos e terrestres, visando à sua conservação.
EA5. Reconhecer características adaptativas das plantas em diferentes
ambientes, visando à necessidade da sua conservação.
EA6. Caracterizar os ciclos de vida de animais e plantas, relacionando-os com
a
adaptação desses organismos aos diferentes ambientes.
EA7. Reconhecer a importância da classificação biológica para a organização
ea
compreensão da diversidade dos seres vivos.
EA8. Utilizar os principais critérios de classificação, reconhecer sua
importância e
utilizar as regras de nomenclatura e categorias taxonômicas atuais.
EA9. Identificar os grupos (reinos) de seres vivos quanto às características

www.institutoipb.com.br | atendimento@institutoipb.com.br | +55 (31) 2555-5006


27
IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro
ENSINO DE BIOLOGIA

morfofisiológicas e evolutivas.
EA10. Reconhecer as funções desempenhadas pelos diferentes grupos de
seres
vivos (na medicina, na nutrição, no equilíbrio ambiental), no ambiente e na
vida dos
seres humanos.
EA11. Caracterizar os vírus para entender sua composição e a forma como
eles se instalam nos seres vivos, compreendendo sua dependência das
células vivas.
EA12. Caracterizar as Arqueobactérias, Eubactérias e Cianobactérias quanto
à estrutura celular, ao modo de vida, ao habitat e à nutrição, bem como sua
importância econômica, na medicina, na indústria e no equilíbrio ambiental.
EA13. Caracterizar os protozoários e as algas quanto ao modo de vida,
habitat,
nutrição e morfologia, identificando sua importância econômica e ecológica.

EA14. Caracterizar os fungos quanto ao modo de vida, habitat, nutrição e


morfologia, identificando sua importância econômica e ecológica.
EA15. Caracterizar os grupos de animais quanto à estrutura, nutrição e
habitat,
identificando sua importância econômica e ecológica.
EA16. Caracterizar os grupos de plantas quanto à estrutura, nutrição e
habitat,
identificando sua importância econômica e ecológica.
EA17. Construir e analisar árvores filogenéticas, para representar relações de

parentesco entre diversos seres vivos, com o objetivo de compreender a


diversidade das espécies e a importância de sua preservação.
EA18. Reconhecer as principais características da fauna e da flora dos
grandes biomas mundiais, especialmente os de Pernambuco, para entender o
seu papel na preservação da biodiversidade e sua utilização com base no
desenvolvimento sustentável.
EA19. Fazer um levantamento das espécies ameaçadas de extinção,
elaborando
propostas para preservação e eliminação do tráfico dos seres vivos para
ambientes diversos dos seus.
EA20. Identificar causas e consequências decorrentes da extinção e tráfico de
organismos vivos (animais, plantas, fungos, bactérias, entre outros) para o
equilíbrio do planeta.

Tomando, como exemplo, a EA2 (Diferenciar reprodução assexuada e


sexuada e reconhecer a reprodução sexuada como fonte de variabilidade genética),
no primeiro ano, essa expectativa de aprendizagem poderá ser dominada durante o
estudo dos componentes químicos das células, em que é estudado o DNA, molécula
fundamental para que se entenda a reprodução Esse conteúdo terá continuidade
com a divisão celular, sendo a mitose reconhecida como a forma de reprodução

www.institutoipb.com.br | atendimento@institutoipb.com.br | +55 (31) 2555-5006


28
IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro
ENSINO DE BIOLOGIA

assexuada de organismos unicelulares É importante que o estudante seja capaz de


reconhecer as vantagens e as desvantagens desse tipo de reprodução
No segundo ano, propomos que os estudantes ampliem o domínio sobre essa
expectativa de aprendizagem, o que pode ocorrer, por exemplo, durante os estudos
da reprodução sexuada, suas vantagens e desvantagens Essa ampliação poderá
ocorrer também durante os estudos das características de cada grupo de seres vivos
e também da reprodução humana
No terceiro ano, essa expectativa de aprendizagem será consolidada com o
estudo da evolução dos seres vivos Nesse estudo, é abordada a importância do
processo sexuado no aumento da variabilidade genética, razão pela qual muitas
espécies conseguiram sobreviver às modificações ambientais de determinadas
regiões Nesse ano, consideramos que estão incluídas nessa expectativa as
capacidades de estabelecer relações, argumentar, justificar, avaliar, analisar e
interpretar
Quadro 5: Transmissão da vida

ANOS
EXPECTATIVAS DE APRENDIZAGEM
1º 2º 3º
EA1. Distinguir características hereditárias, congênitas e adquiridas, para
compreender os princípios básicos da hereditariedade.
EA2. Utilizar os conhecimentos matemáticos de probabilidade, para resolver
problemas de genética, que envolvam características diversas.
EA3. Reconhecer as concepções pré-mendelianas sobre a hereditariedade,
para
compreender as leis de Mendel.
EA4. Identificar e utilizar os códigos usados para representar as
características
genéticas para construir, analisar e resolver problemas.

EA5. Construir e analisar heredogramas, para resolver problemas que regem


a
transmissão de características hereditárias.

EA6. Compreender a variedade na expressão, penetrância e expressividade


gênicas.

EA7. Resolver problemas que envolvam a primeira e a segunda leis de


Mendel,
grupos sanguíneos, herança ligada ao sexo, herança influenciada e restrita
pelo

www.institutoipb.com.br | atendimento@institutoipb.com.br | +55 (31) 2555-5006


29
IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro
ENSINO DE BIOLOGIA

sexo, genética de populações e outras heranças.


EA8. Analisar efeitos de determinados agentes químicos e radioativos sobre o
material hereditário e suas implicações na determinação dos fenótipos.
EA9. Identificar o papel da terapia gênica para o tratamento de doenças de
base
hereditária.
EA10. Reconhecer a importância dos testes de DNA para reconhecimento de
indivíduos, como nos casos de determinação da paternidade, compatibilidade
de
transplante, investigação criminal.
EA11. Compreender a natureza dos projetos genomas, listando seus objetivos
e
construindo inferências.
EA12. Reconhecer a importância do uso da biotecnologia e posicionar-se
criticamente ante sua utilização.
EA13. Avaliar a importância dos aspectos econômicos e sociais no uso da

manipulação gênica em alimentação e saúde, discutindo temas sobre a


clonagem,

os transgênicos, as patentes biológicas e a exploração comercial das


descobertas das tecnologias de DNA.

Tomando, como exemplo, a EA10 (Reconhecer a importância dos testes de


DNA para reconhecimento de indivíduos, como nos casos de determinação da
paternidade, compatibilidade de transplante, investigação criminal), no primeiro ano,
são introduzidos ou retomados os conceitos sobre a natureza bioquímica do DNA e
sua relação com o código genético e a síntese proteica Essa retomada ocorre no

conceitos mais elaborados sobre as funções vitais básicas das células, como o
código genético e a síntese proteica, processos relacionados diretamente com o DNA
Já no segundo ano, propomos que os estudantes adquiram domínio sobre
essa expectativa de aprendizagem, o que pode ocorrer, por exemplo, durante os
estudos sobre sistema genital humano, nos estudos de gravidez e parto Durante todo
esse ano, terão oportunidade de conscientizar-se sobre as diferenças existentes
entre os seres vivos, relacionando-as à molécula de DNA
No terceiro ano, a expectativa de aprendizagem é a de que os estudantes
saibam explicar os conceitos referentes aos ácidos nucleicos e os apliquem nas
diversas situações como, por exemplo, a determinação da paternidade Atualmente,

www.institutoipb.com.br | atendimento@institutoipb.com.br | +55 (31) 2555-5006


30
IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro
ENSINO DE BIOLOGIA

problemas como esse são de fácil solução, graças à elaboração do código de barras
do DNA A partir daí, os estudantes estão aptos a consolidarem os estudos sobre o

relações e não apenas repetirá o que estava escrito, pois ele teve a oportunidade de
integrar a cada conteúdo novo o conteúdo visto anteriormente, o que contribui para
uma visão sistêmica dos conteúdos abordados.

Quadro 6: origem e Evolução da vida

ANOS
EXPECTATIVAS DE APRENDIZAGEM
1º 2º 3º
EA1. Avaliar experiências e argumentos apresentados por cientistas, como
Redi e
Pasteur, para refletir sobre a teoria da geração espontânea.
EA2. Identificar diferentes explicações sobre a origem do Universo, da Terra e
dos
seres vivos.
EA3. Conhecer e relacionar os fenômenos referentes ao surgimento da vida e
às
condições da vida primitiva.
EA4. Conhecer a história da vida na Terra com base em escala temporal,
indicando os principais eventos, como o surgimento da vida e o
desenvolvimento das plantas, dos animais e do homem.
EA5. Identificar as semelhanças e diferenças entre as teorias evolucionistas.

EA6. Identificar, nas diferentes evidências, as fontes de informações sobre o

passado da vida na Terra, percebendo sua importância para o entendimento


da
história da vida e a evolução das espécies.
EA7. Reconhecer e interpretar os fatores que determinam o processo de
especiação.
EA8. Explicar a transformação das espécies ao longo do tempo, por meio dos
mecanismos de mutação, recombinação gênica e seleção natural.
EA9. Reconhecer os impactos da seleção artificial sobre ambientes naturais e
sobre as populações.
EA10. Avaliar os impactos da interferência humana na evolução dos seres
vivos e
no equilíbrio dos ambientes, como a produção de novas variedades de
plantas e
animais, por meio do melhoramento genético, e a seleção de bactérias e
insetos
resistentes ao uso indiscriminado de antibióticos e pesticidas.

www.institutoipb.com.br | atendimento@institutoipb.com.br | +55 (31) 2555-5006


31
IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro
ENSINO DE BIOLOGIA

EA11. Analisar árvores filogenéticas que representam a evolução humana,


para
identificar relações de parentesco entre os hominídeos.
EA12. Reconhecer a importância do desenvolvimento da inteligência, da

linguagem e da aprendizagem e suas implicações na evolução do ser humano


atual.

Tomando, como exemplo, a EA4 (Conhecer a história da vida na Terra com


base em escala temporal, indicando os principais eventos, como o surgimento da
vida e o desenvolvimento das plantas, dos animais e do homem), no primeiro ano, a
história da Terra e o surgimento da vida no Planeta são retomados na citologia,
quando se fala da hipótese endossimbiôntica e quando se compara a célula
procariota com a célula eucariota É importante que se enfatize o aumento da
complexidade das células e se faça um paralelo com as modificações que foram
ocorrendo no planeta, enquanto as células se modificavam até atingirem o maior grau
de complexidade
Já no segundo ano, propomos que os estudantes adquiram domínio sobre
esta expectativa de aprendizagem, o que pode ocorrer, por exemplo, durante os
estudos dos seres vivos Esse domínio, na realidade, deverá acontecer ao longo do
segundo ano, pois os estudos dos seres vivos devem ser realizados numa
abordagem evolutiva e ecológica
No terceiro ano, essa expectativa será consolidada através dos estudos sobre
a evolução dos seres vivos, desde os organismos procariontes até a espécie humana
Nessa série, consideramos que estão incluídas nessa expectativa as capacidades
de estabelecer relações, argumentar, justificar, avaliar, analisar e interpretar.

A Construção do Saber Docente do Professor de Biologia

profissão docente se deve à influência do universo simbólico, advindo do termo latino

vocação atende a um apelo divino e deve desenvolver a sua incumbência, não


visando ao contentamento de suas próprias necessidades. Existe uma tendência de
considerar essas pessoas predestinadas, agraciadas com o dom de ensinar.

www.institutoipb.com.br | atendimento@institutoipb.com.br | +55 (31) 2555-5006


32
IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro
ENSINO DE BIOLOGIA

Para alguns, a docência refere-se a uma vocação ou dom e, ao mesmo tempo,

indivíduo dotado desse chamado deve estar sempre pronto, disposto a assumir a sua
missão diária na escola na qual trabalha, vendendo energia e saúde. Quem o idealiza
desta forma, se esquece de que esse sujeito também possui inquietações,
dificuldades, limitações e até momentos de desgaste, próprio do cansaço da
profissão.
Os currículos de formação profissional tendem a separar o universo
ática. Os docentes formados no âmbito da
racionalidade técnica são constituídos como técnicos, que ao final de seus cursos de
licenciatura, veem-se desprovidos de conhecimentos e de ações que lhes ajudem a
dar conta da complexidade escolar. De acordo com esta visão instrumentalista de
ensino, há a tendência a aplicar modelos e técnicas que são externos à realidade
escolar (Tardif, 2000).
Professores que apresentam apenas a formação baseada em conhecimento
técnico tem a tendência em curto prazo de sua prática, a ficarem perplexos ou no
mínimo desanimados com o exercício da profissão, pois o fazer e o saber docente
precisam estar amparados desde o conhecimento técnico científico, como da
vivência pertinente a sua volta. Caso contrário, o desânimo e a desmotivação serão
características muito fortes, que falarão mais alto frente à caminhada da docência.
Existe um saber do professor que muitas vezes morre com ele, pois não há
oportunidade para ser elaborado, partilhado. Na reflexão coletiva sobre a prática, o
professor tem a possibilidade (através do registro, da explicitação, da sistematização,
a crítica e da socialização) de tomar consciência deste saber que possui, mas que
comumente não se apercebe. Também pode desvelar a teoria subjacente à sua
prática. Para Nóvoa (1992), o diálogo entre os professores é fundamental para
consolidar saberes emergentes da prática profissional.
Discretamente, ou às vezes por diversos motivos, ainda percebo professores
isolados ou fazer determinados trabalhos totalmente
sozinhos. E, infelizmente, são nessas atitudes que se demonstra indiferença,
intelectualidade, como se os outros fossem ou tivessem a intenção de capturar sua
prática ou ideia.

www.institutoipb.com.br | atendimento@institutoipb.com.br | +55 (31) 2555-5006


33
IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro
ENSINO DE BIOLOGIA

E ainda em relação aos neófitos, alguns se reservam por medo, insegurança


ou também, censo de sabedoria superior. Simplesmente para dizer que existe a tal
superioridade, quando se pretende dizer que é melhor em relação aos colegas de
trabalho e não se familiarizar com os demais para repassar seus conhecimentos,
trocar ideias ou para demonstrar dúvidas diante de coisas simples, como fazer um
registro no diário de classe e ou trazer muitas novidades, pelo fato de estar aquecido
das recém-discussões acadêmicas. Então fica o empasse paradoxal se participo do
grupo, acabo por transmitir muitas informações, se me distancio e calo, ninguém me
percebe, não demonstro minhas incertezas e finalmente, não há humildade de
reconhecer que também se aprende comunicando-se e dialogando com os outros.
O trabalho docente, nesse sentido, passa a ser visto como uma atividade de
criatividade no qual o professor, na resolução dos obstáculos do dia-a-dia,
desenvolve ações não planejadas (imprevisibilidade), que se apresentam como
respostas aos desafios que a prática impõe. Essas ações estão alicerçadas na
criativa articulação dos diferentes saberes docentes (pré-profissionais, da formação
inicial e continuada, da trajetória profissional, crenças pessoais, etc.). Ou seja, a
prática é marcada por incertezas e conflitos, onde o profissional passa a refletir para
construir novas formas de ser e de agir que, consequentemente, retornam a sua auto
formação (Brito, 2006).
O exercício diário do professor precisa de fato da criatividade, do inesperado,
da surpresa, pois muitas coisas acontecem no cotidiano. Isto desde o plano pré-
elaborado até tentar executá-lo, a exemplo de um vídeo que de repente o aparelho
eletrônico não faz a leitura das imagens adequadamente, a quantidade de provas
impressas é insuficiente para realizar a avaliação, etc. Coisas semelhantes a estes
exemplos fazem do momento ou da situação um professor dinâmico e flexível.
Se acontecer qualquer imprevisto como estes, a aula não pode parar. Além
de como nos depararmos com a distração ou dispersão em que muitas vezes se
encontram os alunos, resultando no tempo deles, ser diferente de adentrar no tempo
da aula.
Pimenta (2006), referindo-se ao saber docente afirma que é na prática
refletida (ação reflexão ação) que esse conhecimento se constrói e se reconstrói,
na inseparabilidade entre teoria e prática. Esse saber docente passa a ser repensado

www.institutoipb.com.br | atendimento@institutoipb.com.br | +55 (31) 2555-5006


34
IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro
ENSINO DE BIOLOGIA

por meio da atitude de reflexão associado a sua prática, estando sujeito a mudanças
e ao mesmo tempo, não podendo separar o conhecimento científico literário e sua
aplicabilidade. Ainda para Pimenta (2006), a experiência docente é um espaço de
produção de conhecimentos, o que implica refletir criticamente sobre o que ensinar
como ensinar e para que ensinar. O trabalho realizado pelo professor traduz o
conhecimento adquirido na sua profissão, principalmente diante do posicionamento
na sua atividade funcional. É necessário que este ator figurante: o professor tenha a
simplicidade de reconhecer seus erros e acertos, sendo capaz de dar sentido aos
conteúdos ou matérias por ele ensinados. Partindo sempre de questionamentos,
abrindo espaço para os alunos, ressignificando os temas abordados. Os objetivos
devem também estar muito explícitos, a fim de que os alunos compreendam a
metodologia aplicada na aula.
Segundo Alarcão (2007), o professor não pode agir isoladamente na sua
escola. É neste local, o seu local de trabalho, que ele, com os outros, seus colegas,
constrói a profissionalidade docente. A escola na verdade, precisa ser movida pela
contribuição de todos, principalmente quando se fala na atividade docente, um único
professor não pode tomar decisões praticamente sozinho, ou seja; toda e qualquer
movimentação que se refira ao trabalho diário desempenhado pela escola, eventos,
projetos, o próprio projeto político pedagógico (PPP) e direcionamentos pedagógico,
exige a colaboração maior de todos, convocando o corpo docente, visando
perspectivas para o bem em comum e do crescimento escolar.
Para Giroux (1992), o trabalho docente é marcado por uma correspondência
entre a função social do trabalho intelectual e a relação específica desse trabalho
com a modificação (ou não) da sociedade. A vida profissional do professor é escrita
historicamente dentro do papel que irá desenvolver no contexto da sociedade,
interligando as adequações sociais, que nunca são estáticas, visto que estão em
constante movimento.
A posse de determinados conhecimentos e a não posse de outros poderiam
representar obstáculos epistemológicos para o indivíduo. Assim, tem sido proposto
que as atividades de ensino empregadas nas aulas de diferentes disciplinas
escolares sejam planejadas de modo a aproveitar, complementar, desenvolver e
transformar as ideias, teorias e conhecimentos que os alunos trazem consigo.

www.institutoipb.com.br | atendimento@institutoipb.com.br | +55 (31) 2555-5006


35
IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro
ENSINO DE BIOLOGIA

O professor enquanto ser integrante, visto como mediador de conhecimentos,


deve propor alternativa ou pensar no aluno enquanto curioso ou investigativo, que
questiona, participa, interage e traz colaborações argumentativas para a aula.
Percebendo, que em seu saber partilhado, nada pode ser descartado, mas
aproveitado, enriquecendo a participação em classe e encorajando, estimulando
aqueles que desejam se pronunciar e tem receios, são mais tímidos ou
introspectivos.
A observação é um ato interpretativo que é necessariamente influenciado por
teorias, expectativas e motivações prévias, o que significa que cientistas poderão
chegar a diferentes conclusões a partir da observação de um mesmo objeto,
fenômeno ou processo. Quem possui o olhar voltado para o que ocorre à sua volta e
analisa como acontecem determinados fenômenos, pode apresentar interesse pelo
desconhecido, desvendar, analisar, estudar e compreender a função ou exercício,
notadamente por partir de uma ação e, consequentemente, de uma possível reação.
Embora muitos professores acreditem que o aluno, através de observações
realizadas em aulas práticas e excursões, pode de fato verificar um fenômeno,
conhecer um espécime, parece cada vez mais evidente que o aluno, em contato com
situações reais, vê somente aquilo que está preparado para ver, e não
necessariamente aquilo que o professor pretende que ele veja.
Isto é muito real e comum, quando o professor parte para uma aula
extraclasse, ou aula de campo, a sua vontade em relação ao aluno, é de o indivíduo
ter a percepção ou o olhar segundo a orientação, a visão do professor. Esquecendo

ele visualizou e não com o que o mestre lhe diz. Ou ainda, de acordo como o
professor elaborou seu plano de aula, seu roteiro e suas observações, o aluno
também pode se sentir livre e autônomo para desenvolver seus registros, como ele
se envolveu ou compreendeu o sentido da aula.
A importância das situações desafiadoras, problemáticas poderia ser a
seguinte: produzir o conflito cognitivo, ou seja, fazer com que o indivíduo pense e
perceba em suas ações ou comportamentos, em relação aos novos problemas,
estimulando-o a refletir, questionar, buscar informações, pesquisar alternativas e
repensar suas ideias.

www.institutoipb.com.br | atendimento@institutoipb.com.br | +55 (31) 2555-5006


36
IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro
ENSINO DE BIOLOGIA

Em meio ao que se demonstra desafiante, emerge a ação cognitiva do sujeito


pensante, levando-o a um processo interrogativo, que o encaminhará a sugerir,
deduzir, mencionar hipóteses, refletir e buscar respostas a suas indagações.
Nesse sentido, entendemos que o plano do ensino escolar deve tender
originar a seguinte pergunta: como esperar que o ensino escolar tenha sucesso se
ele ignora os problemas que os alunos consideram compreensíveis, importantes e
estimulantes, substituindo-os por problemas que serão vistos como ininteligíveis,
irrelevantes, desestimulantes? Por que não inserir no currículo atividades de ensino
que proponham a formulação e a resolução de problemas pelos próprios alunos?
A condição do cotidiano do professor também o conduz a perceber várias
questões que se apresentam intolerantes e equivocadas no processo de ensino,
refletindo nas falhas e indiferenças cometidas na prática. Através do plano de ensino,
que é tão cobrado nas escolas, cheio de exigências e regras a serem cumpridas,
podemos perceber que este poderia ser formulado, mediante algumas falhas que
cometemos. Por isso, seria interessante se este também fosse formulado inserindo
as questões trazidas pelos próprios alunos, ou até em momentos pedagógicos, cujos
mesmos deveriam participar para sugerir como gostariam que fossem as aulas,

esquecimento.
O novo é algo paradoxal: fascina, desafia, provoca para a superação, dá
sentido à existência, na medida em que tira da inércia, da mesmice, mas ao mesmo
tempo, provoca medo por colocar em questão a estabilidade, a segurança adquirida
às vezes com muito custo até aquele momento. O desejo de inovar (fluxo) entra
em choque com o desejo de manter a ordem estabelecida (fixação).
Na atualidade estamos assistindo a muitos modelos tecnológicos e ideias
através dos diversos programas e cursos de capacitação oferecidos pelo governo.
Sem dúvida, essas orientações e dicas ao serem adicionadas à metodologia em sala
de aula, podem trazer resultados positivos, mas ao mesmo tempo, penso que essas
propostas devem também ser direcionadas, de forma mais clara e com
acompanhamento, aos professores, ou seja; quando repassadas informações de
forma simples, apenas na teoria, talvez, para os que tinham uma prática muito
tradicional não passem a realizar determinada atividade pela falta de segurança e,

www.institutoipb.com.br | atendimento@institutoipb.com.br | +55 (31) 2555-5006


37
IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro
ENSINO DE BIOLOGIA

óbvio, a resistência de modificar a sua linguagem e tentar adaptar a prática a um


novo método. E ainda tem uma condição que pode comprometer a postura do
professor, dependendo de como ele aplicar a novidade, se o educador não deixar o
objetivo da atividade realizada bem clara, o próprio aluno pode interpretar a aula
equivocadamente e sair comentando de forma totalmente distorcida.
Quanto às aulas tidas como rotineiras, também acaba tornando o método do
professor, uma mesmice, cujos alunos acabam criticando: esse professor é muito
chato, faz sempre as mesmas coisas, escreve no quadro, faz leitura e interpretação
do texto, etc. Então, a imagem desse professor acaba sendo rotulada, pois o
educando já deduz saber até como será a próxima aula.
Por isso, vejo a profissão a cada dia mais desafiante. A nova geração também
possui muitos objetos tecnológicos atrativos e a escola está se configurando como
um lugar qualquer. Os estudantes em sua maioria não demonstram muito ânimo ou
interesse em querer frequentar a escola, parece apenas que esse local é lugar de
hobby ou point de lazer para encontrar os amigos, paqueras e passa tempo, já que
em casa para eles é menos motivador.
No mundo da globalização e da internet, nenhum emprego será mais o
mesmo. Para encarar essas transformações, o profissional deve se preparar: antes
de tudo, é preciso estar aberto para atuar em várias áreas, e saber lidar cada vez
mais, com a tecnologia e aperfeiçoar as relações humanas (Revista Humanas, 2000).
Isso nos faz refletir acerca do professor para o mundo atual e algumas questões
passam a fazer parte da nossa realidade. Perguntamo-nos: o que significa ser
professor? É possível ser professor hoje da mesma maneira que temos sido há
alguns anos atrás? Estas indagações nos faz pensar o cenário atual de nossa
sociedade, o mercado e ferramentas ou os instrumentos digitais que a cada hora
estão mais modernos, relacionando a nossos jovens e crianças a um mundo
chamado Cybernets ou cidades digitais/ virtuais, muito dinâmico e interessante.
Trazendo nosso olhar para a escola, nós, professores perante a estas
linguagens tecnológicas
nossa voz, através dos ensinamentos, está ficando enfadonha e, infelizmente, sem
êxito. Diferente de como antigamente o professor era visto, tendo um salário melhor,

www.institutoipb.com.br | atendimento@institutoipb.com.br | +55 (31) 2555-5006


38
IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro
ENSINO DE BIOLOGIA

coisa que a cada dia mais se encontra decaído, antes bastante respeitado e hoje
perdendo sua valorização enquanto profissional.
Frente ao paradigma que ora se estabelece, a ordem é desenvolver o
aprender a aprender. Ora, esse procedimento exigirá um novo tipo de professor que
não poderá mais ser aquele tradicional firmado na autoridade do cargo, mas um
professor com uma nova visão do ato de ensinar, disposto a empreender novas
atitudes, um professor-pesquisador disposto a aprender.
Os professores resistentes a não participação de cursos de capacitação, pós
- tecnologias da informação e comunicação,
quanto mais se mantiverem a distância e não se abrirem as mudanças,
reconhecendo que precisam de novos conhecimentos e do caminho da
aprendizagem, mais dificuldades irão sentir por negarem a existência desses novos
aspectos pedagógicos.
É preciso também que os professores saibam construir atividades inovadoras
que levem os alunos a evoluir em seus conceitos, habilidades e atitudes, mas é
preciso também que eles saibam dirigir os trabalhos dos alunos para que estes
realmente alcancem os objetivos propostos. O saber fazer nestes casos é, muitas
vezes, bem mais difícil do que o fazer (planejar a atividade) e merece todo um
trabalho de assistência e de análise crítica dessas aulas (CARVALHO, 1996).
O desenvolvimento profissional dos professores vai além de uma etapa
meramente informativa, implica adaptação à mudança com o fim de modificar as
atividades de ensino aprendizagem, alterar as atitudes dos professores e melhorar
os resultados escolares dos alunos (HEIDEMAN, 1990).
O desenvolvimento profissional docente inclui todas as experiências de
aprendizagem naturais e aquelas que, planificadas e conscientes, tentam, direta ou
indiretamente, beneficiar os indivíduos, grupos ou escolas e que contribuem para a
melhoria da qualidade da educação nas salas de aula. É o processo mediante o qual
os professores, sós ou acompanhados, reveem, renovam e desenvolvem o seu
compromisso como agentes de mudança, com os propósitos morais do ensino e
adquirem e desenvolvem conhecimentos, competências e inteligência emocional,
essenciais ao pensamento profissional, à planificação e à prática com as crianças,

www.institutoipb.com.br | atendimento@institutoipb.com.br | +55 (31) 2555-5006


39
IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro
ENSINO DE BIOLOGIA

com os jovens e com os seus colegas, ao longo de cada uma das etapas das suas
vidas enquanto docentes (DAY, 1999).
A caminhada na educação em todo tempo de atividade prática, faz do sujeito
professor esse autor que se apropria da construção desse desenvolvimento, na
medida em que este se envolve com o processo educativo e auto formativo,
envolvendo o educando e o próprio educador, demonstrando o compromisso com a
profissão na qual por ele foi abraçada. O desenvolvimento profissional docente é o
crescimento profissional que o professor adquire como resultado da sua experiência
e da análise sistemática da sua própria prática. (REIMERS, 2003)
Como podemos verificar as definições, tanto as mais recentes como as mais
antigas, entendem o desenvolvimento profissional docente como um processo, que
pode ser individual ou coletivo, mas que deve se contextualizar no local de trabalho
do docente a escola e que contribui para o desenvolvimento das suas
competências profissionais através de experiências diferentes, tanto formais como
informais.
O conceito de desenvolvimento profissional docente vem se modificando na
última década, motivado pela evolução da compreensão de como se produzem os
processos de aprender a ensinar. Até o modelo do professor, enquanto profissional,
está passando por uma nova roupagem, e isto se apresenta e vem se consolidando,
devido às exigências refletidas na sociedade e de acordo com a necessidade de a
educação ter profissionais atuantes e abertos a novos conhecimentos e desafios
atuais.

Concepções e Práticas do Professor de Biologia

Em relação ao modelo ou sistema educacional que temos no Brasil,


atualmente, o personagem mais visado e avaliado em questão é o professor,
justamente pelo fato das modificações que a educação vem passando, as
problemáticas do bullying, a violência e a carência de valores. Porém, o docente
ainda é visto como o sujeito que traz consigo a produção dos saberes, elevando a
esperança de neles sempre encontrar uma solução ou saída para o seguimento
escolar.

www.institutoipb.com.br | atendimento@institutoipb.com.br | +55 (31) 2555-5006


40
IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro
ENSINO DE BIOLOGIA

Segundo Carvalho (1996) A Didática das Ciências é uma área da produção


do conhecimento sobre o ensino e a aprendizagem em uma sala de aula para um
dado conteúdo; assim, para enfrentarmos esse trabalho cotidiano, algumas
perguntas se fazem necessárias: como essas pesquisas em concepções
espontâneas, essa coleção de dados empíricos pode direcionar o conteúdo desse
trabalho?
Através da estrutura educacional do nosso país e da função que exerce o
professor, trazendo mais diretamente para o foco dessa discussão, o professor de
Biologia, este que apresenta sua prática afirmando que o conhecimento de sua
disciplina pode proporcionar ao docente e discente, muitas direções para encaminhar
a prática, seja em observações de campo, práticas realizadas em laboratório,
debates em classe, vídeos, etc. Por isso, Carvalho propõe o questionamento de
como pensar a aplicação de determinado conteúdo, que seja uma prática
significativa, para que esse conteúdo seja compreendido adequadamente pelos
alunos.
E sobre concepções, saberes ou conhecimentos trazidos pelos professores,
estes podem ser compreendidos como conjunto de concepções epistemológicas,
que são concepções globais, preferências pessoais, conjuntos completos de
argumentações, com uma estrutura hierarquizada entre os diferentes elementos que
o compõem. Ou ainda, como um saber, ou conjunto de saberes contextualizados por
um sistema concreto de práticas escolares, refletindo as concepções, percepções,
experiências, crenças, valores, expectativas e dilemas do professor, tratando-se de
um saber ou de uma multiplicidade de saberes com regras e princípios práticos
expressos nas linhas de ação docente (PACHECO e FLORES, 1999). Para
Schulman, (apud PACHECO e FLORES (1999, p.)

Nisto há evidência concreta que muito o docente traz em seu arquivo mental,
sendo inúmeras informações associadas desde debates ainda acadêmicos, cursos
de formação continuada, na leitura de mundo, de suas origens e histórias pessoais,
assim como das experiências de aprendizagens com outros docentes acumulados,
diariamente, na rotina escolar. Nesse sentido, a prática é reconhecida como fonte de
aprendizagem do conhecimento profissional.

www.institutoipb.com.br | atendimento@institutoipb.com.br | +55 (31) 2555-5006


41
IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro
ENSINO DE BIOLOGIA

Sem dúvida alguma, a prática é a maior escola de formação que orienta,


inspira e ensina a vivenciar realidades tão diferentes e distantes que na formação
acadêmica a maioria dos professores não tem a coragem de mencionar, geralmente
sendo sempre o contrário, apresentam um mundo irreal ao futuro ingressante da
profissão.
Acreditamos que investigar o professor identificando-o como produtor de
conhecimentos referentes à sua prática, colocando-a em plano de destaque e seu
saber da experiência, enquanto elemento desencadeador para reflexões torna-se de
fundamental importância para a compreensão do processo de ensino-aprendizagem,
para o desenvolvimento de ações de formação (inicial e continuada) que contribuam
para a consolidação de profissionais reflexivos e, consequentemente, para o
oferecimento de um ensino de qualidade para a população, como afirmou Mizukami,
(1996).
Isso quer dizer que o professor quando percebe a importância que possui a
sua prática, encontra neste exercício saberes próprios da construção ao longo do
tempo da profissão, necessários para repensar seu trabalho e suas atitudes,
recriando um sujeito capaz de buscar melhores alternativas.
Na medida em que a Didática das Ciências pretende propor uma visão mais
próxima possível dos trabalhos científicos e sabendo que na atividade científica a

aparecem absolutamente coesos, é necessário que as propostas para o ensino da

(Carvalho, 2004, p. 07). Em relação ao professor de Biologia, o conteúdo a ser


trabalhado deve apresentar uma ligação da teoria com a prática, a fim de que um
mesmo conteúdo seja devidamente ensinado e experimentado, visando atender a
curiosidade do educando.
A relevância atribuída à experiência pelos participantes remete-nos ao
conceito de desenvolvimento profissional (Garcia, 1995), pois se a experiência
possibilita o aprendizado de aspectos diversificados da profissão professor, ela pode
ser considerada um elemento chave para que se pensem as ações de formação, na
perspectiva de um contínuo que se inicia na formação inicial e se prolonga por toda
a vida, visando alterações significativas na prática pedagógica.

www.institutoipb.com.br | atendimento@institutoipb.com.br | +55 (31) 2555-5006


42
IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro
ENSINO DE BIOLOGIA

A prática docente revela-se então como grande forma de expressão na vida


em exercício do professor, pois envolve o crescimento próprio do tempo na profissão,
trazendo muitos ensinamentos, lições e aprendizado, partindo dela como se fosse
um norte, muitas vezes servindo como caminho de orientação para prosseguir, ou do

auxiliando-o, a fim de não desistir, além de ser um subsídio, aonde o professor pode
recorrer e repensar sua prática. Por meio desta atividade integradora é possível criar
relações harmoniosas entre aluno e professor, mas é necessário partir do professor,
através da atitude de sair de si mesmo e tentar ir ao encontro da criança, adolescente
ou jovem, principalmente aqueles que se apresentam com indiferença, rebeldia,
inquietação e dispersão do contexto sala de aula. É claro, que nem sempre
conseguimos lograr êxito nessas tentativas, ou muitas vezes conciliar o tempo,
estando presentes em classe, os compromissos com a transmissão de conteúdos,
focar a questão do ENEM/vestibulares e a carga horária, é quase como se fossem
criados entendemos que o que altos muros de separação entre nós, o que nos
impossibilita essa aproximação tão necessária com os alunos.
No caso do professor de Biologia, os conteúdos programados são extensos
se considerarmos a quantidade de aulas semanais. Esse elemento, implica muitas
vezes na execução de uma prática mais elaborada, justamente por causa dessa
escassez de tempo que controla o fazer docente.
Para alguns, embora essa realidade seja quase uma utopia ou atividade
impossível de se realizar, prevalece é a responsabilidade que o docente tem de
aprimorar a sua prática.
A ciência que herdamos de nossos antepassados é constantemente
reformulada e recriada. Para compreendê-la, nossos alunos precisam analisar
conceitos, metodologias e aspectos sociais da ciência. Assim, o papel essencial do
ensino de Ciências está na construção do raciocínio lógico, sustentado pelas
diversas formas sensórias, linguísticas, matemáticas, por exemplo. (Caldeira, 2009
p. 79)
É certo que nossos alunos trazem muitos saberes e nós também, sejam
influenciados pela família ou amigos, porém ao estudar o conhecimento científico,
passamos a mudar nosso modo de pensar e compreender a natureza a nossa volta.

www.institutoipb.com.br | atendimento@institutoipb.com.br | +55 (31) 2555-5006


43
IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro
ENSINO DE BIOLOGIA

Aí está a importância em estudar a Biologia, se familiarizando com sua linguagem,


interpretação, cálculos, dentre outros.
Há de se criar situações de aprendizagem, trabalhando-se a partir das
concepções dos alunos e identificação de obstáculos, a fim de se planejar as
sequências didáticas (Mizukami, 2004). Na experiência diária muitas são as formas
de aprendizagens diretas e indiretas que nos rodeiam e evidentemente que a
resposta ou o retorno perante elas, nós não as temos organizadas ou planejadas
sistematicamente. Com a observação ou uma leitura da convivência com os
educandos é que encontramos saída em meio às situações, enfrentando as
situações problema e analisando os próximos encontros e procedimentos a adotar.
Para Mizukami (2004), o professor precisa acreditar na potencialidade que possui,
para mais do que ninguém, discutir sobre seus problemas e elaborar formas de
enfrenta-los. Não podemos, é verdade, esquecer que é bastante provável que sua
formação inicial não o tenha preparado suficientemente para a tarefa; talvez seja
preciso que ele se torne um dos primeiros temas do estudo de sua prática, ao refletir
sobre a compreensão de seu processo de formação e a influência dessa formação
em sua ação.
Diante dos diversos conflitos oriundos da experiência em sala de aula, esse
professor precisa ao menos acreditar em si mesmo, ter uma autoafirmação do
trabalho que presta à sociedade, tornando-o capaz de criar meios, estratégias e
dialogar com os colegas da profissão, trocando ideias e adquirindo outras
competências, próprias desta conversação entre uma equipe que vive junta e
diariamente esses questionamentos. Não importando como ocorreu sua formação
inicial, o interessante é observar sua prática e as influências desta, a fim de direcionar
sua caminhada, encontrando caminhos para a pedagogia que deve ser aplicada.
A implicação necessária da abordagem de uma realidade concreta de ensino,
para reelaboração do conhecimento e do saber, encontra eco nos esforços cada vez
mais consistentes para eliminar o distanciamento entre teoria e prática, aproximando
mais e mais conhecimento e ação (Mizukami, 2004). Para ocorrer essa aproximação
entre teoria e prática, o professor de Biologia, pode ser ao mesmo tempo ousado e

realizar uma aula extraclasse, levando os alunos para o pátio da escola ou por

www.institutoipb.com.br | atendimento@institutoipb.com.br | +55 (31) 2555-5006


44
IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro
ENSINO DE BIOLOGIA

determinada rua da cidade, relacionando aos conhecimentos de Botânica,


observando paisagens diferentes, seja do centro da cidade, em relação a uma área
periférica, associando os estudos de Ecologia, utilizando objetos simples, como a
garrafa pet e desenvolver um experimento sejam filtração da água e outro
componente, etc.
Quanto mais o professor se envolve com sua prática, mais consciente ele se
torna do conhecimento adquirido ao longo do tempo, através da insistência ligada ao
ensino, quebrando as resistências do desânimo decorrente da sala de aula e
relacionando teoria e prática, estando mais próximo dessa formação contínua e em
constante movimento, ou seja; uma atividade bastante dinâmica.
Para Mizukami (2004), a competência docente é pessoal, identitária e revela
o habitus profissional, que permite o encadeamento de uma diversidade de práticas,
constantemente renovadas, e por isso, persistentemente reconstruídas. Cada
professor terá evidentemente uma identificação, desenvolvendo de forma muito
particular e se reconhecendo ou se encontrando ou não nesta profissão, partindo
desse pensamento, é que se permitirá fazer mudanças em sua prática, buscando
novas metodologias e adventos tecnológicos que possam melhorar a prática.
Segundo Freire (1996) é importante discutir com os alunos a razão de ser de
alguns dos saberes socialmente construído por eles, em relação ao ensino dos
conteúdos. O diálogo pode colaborar bastante com a relação de reciprocidade
gerada pelo bom convívio de professores e alunos, retirando as indiferenças, as
imagens negativas que vão sendo criadas uns dos outros, acabam por aproxima-los
de forma natural e respeitosa, criando um clima mais agradável de viver cada um
com seus defeitos, virtudes e manias. A atitude observadora do professor permite
perceber a diversidade de vivências, interesses, universos culturais, experiências e
saberes que existem entre seus alunos, e ao mesmo tempo, a possibilidade de tentar
incorporar esses conhecimentos em seu trabalho.

são muitas as formas de ser e de se experimentar o tempo da juventude. Estamos


rodeados de um público exigente e ao mesmo tempo urgente, pois os nossos alunos
como se encontram na adolescência, são muitas vezes imediatistas, demonstram ter

www.institutoipb.com.br | atendimento@institutoipb.com.br | +55 (31) 2555-5006


45
IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro
ENSINO DE BIOLOGIA

diferentes, pensamentos, modo de se expressar, vestir, falar, gostos musicais que


curtem, etc. Então, cabe a nós, educadores, termos um olhar diante dessa demanda
tão plural, heterogênea, buscando dialogar, conhecendo o universo dos mesmos,
tentando compreender cada sujeito, buscando meios de incluí-los na proposta
educativa, acolhendo cada saber, habilidade, talento, inserindo-os na construção da
aprendizagem.
É necessário ter a percepção e sensibilidade, enquanto educador para se
socializar com os alunos, deixando estes exporem seus argumentos,
problematizações, angústias, discriminações sociais, alegrias e tristezas, até a
confiança passar a ser adquirida, pois podem visualizar o professor, não como um
estranho ou mais uma pessoa qualquer, mas como um ser amigável, sensível e
humano, sendo possível se aproximar e conversar sobre muitos outros assuntos, não
se limitando apenas aos conteúdos didáticos e estritamente escolares.

Desafios da Prática no Ensino de Biologia

A Didática e a prática de ensino são duas faces de uma mesma moeda, como
o são o ensino e a aprendizagem. Nenhuma mudança educativa formal tem
possibilidades de sucesso, se não conseguir assegurar a participação ativa do
professor, ou seja, se da sua parte, não houver vontade deliberada de aceitação e
aplicação dessas novas propostas de ensino (Carvalho, 2004).
Quando se trata da prática de ensino, o personagem mais apontado é o
professor, uma vez que este traz configurado em seu papel, a responsabilidade de
conduzir a formação, a instrução ou o ensino, cabendo em suas contribuições,
ordenar e direcionar atividades, com objetivos sistematizados, visando alcançar
como ideal o aprendizado significativo. Isto implica dizer que se o professor não
estiver disposto a rever sua prática, principalmente nos dias atuais, mais dificuldades
este vai enfrentar resistindo às novas propostas, como também às situações de
conflito.
As mudanças propostas na Didática das Ciências não são só conceituais, mas
elas abrangem também os campos atitudinais e processuais, e esse processo diz

www.institutoipb.com.br | atendimento@institutoipb.com.br | +55 (31) 2555-5006


46
IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro
ENSINO DE BIOLOGIA

respeito ao trabalho em sala de aula. Não basta ao professor saber, ele deve também
saber fazer (Carvalho e Gil, 2000).
Ao pensar no exercício pedagógico em sala de aula, não dá para se limitar ou
se restringir a permanecer sempre na mesma, nunca fazer algo diferente do que já é
costumeiro fazer. No ensino das Ciências ou Biologia é como se a própria disciplina
exigisse ou pedisse de nós, docentes desta área, um algo a mais, nos despertando
a uma percepção maior, seja pela natureza a nossa volta, nas questões éticas
sociais, a criação de debates, de vídeos aula, de experiências práticas usando o
laboratório, dentre outras atividades.
Porém, mesmo possuindo essa visão e comprometimento com a disciplina, o
saber fazer, é sempre o caminho intrigante para todos nós professores, independente
da disciplina, pois precisamos ter sempre cautela de como vamos falar ou abordar
cada tema, quais as palavras adequadas, as imagens que podemos apresentar
equacionar o tempo e o espaço dentro da aula, conquistar o alunado para o debate,
sair para uma aula de campo, etc.
São muitas as responsabilidades que temos e ao cometer deslizes, o
professor logo é marcado: está sempre errado. Infelizmente, por mais que nos
esforcemos, as falhas recaem logo em nossos ombros, somos, na maioria das vezes,
apontados como culpados, inclusive pela mídia que destaca a informação no sentido
de desvalorizar o profissional docente. E ainda tem situações em que o professor
tem que desdizer seu pronunciamento para não sair de encontro ao meio de
informação que veiculou a matéria, seja uma emissora da TV, de rádio, revista ou
jornal impresso, etc.
O professor de Ciências, de Biologia ou Ciências na Natureza muito tem a
contribuir no processo de ensino-aprendizagem despertando o aluno para o
conhecimento, pois tais disciplinas impulsionam a curiosidade. Porém, dentre os
maiores desafios ou dificuldades de efetuar essa prática de forma mais dinâmica ou
interativa, estão:
1) a carga horária insuficiente - sendo três aulas semanais, isto sem falar em
um sexto horário reduzido, sendo mais o curto e detestado pelos alunos, uns ficam
como se fossem obrigados, outros vão embora sem dar uma explicação, além dos
ficam apenas reclamando , ou seja;

www.institutoipb.com.br | atendimento@institutoipb.com.br | +55 (31) 2555-5006


47
IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro
ENSINO DE BIOLOGIA

torna-se um horário praticamente improdutivo, pouco ou quase nada fazemos, é


como se fossem apenas duas aulas basicamente por semana,
2) o numero excessivo de alunos por turma - quando pensamos em realizar
um debate; incentivando a participação dos alunos, organizar a sala para um grande
círculo, há turmas que o número excessivo de alunos inviabiliza a proposta, inclusive
de trabalho
3) a utilização o laboratório de Ciências - também não é diferente, dependendo
da turma, não dá para acomodar todos ao mesmo tempo no lugar, se levar uma parte,
a outra fica nos corredores e atrapalha as outras aulas
4) a utilização a sala de vídeo com equipamento do data show - só o tempo
de instalar computador, sintonizar caixa de som e todo equipamento compromete o
horário da aula, etc. Essas, dentre outras situações, impedem a nossa aula de ser
mais atrativa e dinâmica.
Defendemos que o ensino de Ciências não deve limitar-se às atividades em
si, mas envolver a capacidade reflexiva dos alunos, promovendo diálogos e
discussões constantes, assim como comunicações orais e escritas dos resultados de
seu trabalho. Mesmo que a aula seja pensada da forma mais simples possível, com
raízes da linha tradicional, teórica, expositiva e explicativa, quadro e giz, é possível
atrair a atenção dos alunos, conversar com os mesmos, situá-los a ponto de alcançar
as realidades deles, contextualizando suas histórias, o dia-a-dia, ouvindo suas
opiniões, seus comentários, suas leituras de mundo. Como afirmam Driver e Oldham
(1986) conceber o currículo não como um conjunto de conhecimentos e habilidades,
mas como um programa de atividades, através das quais esses conhecimentos e
habilidades possam ser construídos e adquiridos.
Precisamos ouvir os anseios ou propostas dos alunos, mas deixando claro
para os educandos que determinadas intenções podem desviar o foco educativo e
desta forma confundir ou atrapalhar o bom andamento do pretendido projeto de
trabalho a ser desempenhado. Principalmente para mediar o caráter motivacional,
pois se este objetivo não for compreendido por ambos, nem haverá ânimo,
participação e muito menos aprendizado. É preciso levar em conta que nem sempre
os estudantes proporão projetos de interesse educativamente valiosos. Um bom
projeto curricular tem de ser prazeroso e educacional ao mesmo tempo; tem de

www.institutoipb.com.br | atendimento@institutoipb.com.br | +55 (31) 2555-5006


48
IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro
ENSINO DE BIOLOGIA

propiciar certa continuidade no aprendizado, tornando-o compatível com os


requisitos relevantes (Santomé, 1998).

www.institutoipb.com.br | atendimento@institutoipb.com.br | +55 (31) 2555-5006


49
IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro
ENSINO DE BIOLOGIA

Referências

AMABIS, J M; MARTHO, G R Biologia das células v 1 São Paulo: Moderna, 2004


_________ Biologia dos organismos v 2 São Paulo: Moderna, 2004
_________ Biologia das populações v 3 São Paulo: Moderna, 2004
AUSUBEL, D P The psychology of meaningful verbal learning New York: Grune &
Stratton, 1963
BRASIL Ministério da Educação Diretrizes Curriculares Nacionais para o
Ensino Médio Resolução nº 2, de 30 de janeiro de 2012 Brasília, SEED/ MEC, 2012
_________ Ministério da Educação Secretaria de Educação Básica Orientações
Curriculares Nacionais para o Ensino Médio Ciências da
Natureza, Matemática e suas Tecnologias Brasília: Ministério da Educação/
Secretaria de Educação Básica, 2006
_________ Secretaria de Educação Média e Tecnológica Parâmetros Curriculares
Nacionais + Brasília: MEC/SEMTEC, 2002
_________ Ministério da Educação Secretaria de Educação Média e Tecnológica
(Semtec) Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio Brasília:
MEC/Semtec, 1999
_________ Ministério da Educação e do Desporto Câmara de Educação
Básica do Conselho Nacional de Educação Parecer CEB 04/98 Diretrizes
Curriculares para o Ensino Fundamental Brasília, 1998
_________ Ministério da Educação Parâmetros Curriculares Nacionais: Ciências
Naturais Brasília, SEF/MEC, 1998
_________ Lei n 9394, de 20 de dezembro de 1996 Dispõe sobre as Diretrizes e
Bases da Educação Nacional Diário Oficial da União, Brasília, DF, 23 dez 1996
BRUNER, J The process of education Cambridge: Harvard University Press, 1960 p
97
BUSSMANN, A C O projeto político-pedagógico e a gestão da escola In: VEIGA, Ilma
Passos A (Org) Projeto político-pedagógico da escola: uma construção possível
Campinas: Papirus, 1995
CACHAPUZ, A; GIL-PEREZ, D; CARVALHO, A M; VILCHES, A A necessária
renovação do ensino das ciências São Paulo: Cortez, 2005

www.institutoipb.com.br | atendimento@institutoipb.com.br | +55 (31) 2555-5006


50
IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro
ENSINO DE BIOLOGIA

CAPRA, F A teia da vida: uma nova compreensão científica dos sistemas vivos
Tradução de Newton R Eimchemberg São Paulo: Cultrix, 1996
CHASSOT, A Alfabetização científica: proposta de pesquisa que faz inclusão In: xII
Encontro Nacional de Didática e Prática de Ensino - ENDIPE, Curitiba, 2004
COLL, C Psicologia e currículo: uma aproximação psicopedagógica à elaboração do
currículo escolar São Paulo: ática, 2001
DIAS, G F Educação ambiental: princípios e práticas São Paulo: Gaia, 2004
DOLL JR, W Currículo: uma perspectiva pós-moderna Porto Alegre: Artes Médicas,
1997
GOUVEIA, C P; VENTURA, P C S Letramento científico: reflexões conceituais para
o desenvolvimento de uma proposta no EJA In: SEMINáRIO NACIONAL DE
EDUCAçãO PROFISSIONAL E TECNOLóGICA,
2010, Belo Horizonte Anais... Belo Horizonte: Centro Federal de Educação
Tecnológica de Minas Gerais, 2010
LAGES, M D; FERREIRA, M F L Biologia - Ensino Médio 1 ed Belo Horizonte: Pax,
2009
LEHNINGER, A L; NELSON, D L; COx, M M Princípios da bioquímica
3 ed São Paulo: Sarvier, 2002 975p
LIMA, E S Avaliação na escola São Paulo: Sobradinho 107, 2003
MATURANA, H Cognição, ciência e vida cotidiana Belo Horizonte: UFMG, 2001
MOREIRA, A F B Currículo, utopia e pós-modernidade In: MOREIRA, A F M (Org)
Currículo: questões atuais Campinas: Papirus, 1998
MOREIRA, M; MASINI, E Aprendizagem significativa A teoria de David Ausubel São
Paulo: Moraes, 1999
MORIN, E Os sete saberes necessários à educação do futuro São Paulo: Cortez/
Brasília: UNESCO, 2000
ODUM, E Fundamentos de ecologia 7 ed Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian,
2001
PURVES, W K Vida: a ciência da Biologia Porto Alegre: Artmed, 2005
RAVEN, P H; EVERT, R F; EICHHORN, S E Biologia vegetal Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan,1992

www.institutoipb.com.br | atendimento@institutoipb.com.br | +55 (31) 2555-5006


51
IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro
ENSINO DE BIOLOGIA

SABATINNI, M 2004 Alfabetização e cultura científica: conceitos convergentes


Revista Digital Ciência e Comunicação (1) Disponível
em:<http://wwwjornalismocientificocombr/revistahtm> Acesso em 07 out 2006
SASSERON, L H Alfabetização científica no ensino fundamental: estrutura e
indicadores deste processo em sala de aula 2008 261f Tese (Doutorado em
Educação) - Universidade São Paulo, São Paulo, 2008
SOARES, M Letramento: um tema em três gêneros Belo Horizonte: Autêntica, 1998

www.institutoipb.com.br | atendimento@institutoipb.com.br | +55 (31) 2555-5006

Você também pode gostar