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SUMÁRIO

ECOLOGIA ANIMAL ..................................................................................................... 5


Conceito unificador ....................................................................................................... 7
Área de estudos............................................................................................................ 8
Temperatura ............................................................................................................... 13
A Temperatura e os Comportamentos dos Animais .................................................... 13
A Temperatura e as Características dos Animais ....................................................... 14
Relações harmônicas intra-específicas ....................................................................... 14
Relações harmônicas inter-específicas ....................................................................... 16
Relações desarmônicas inter-específicas ................................................................... 22
Classificação dos parasitas......................................................................................... 25
EXTINÇÃO DE ESPÉCIES ......................................................................................... 27
O Desequilíbrio Ecológico ........................................................................................... 28
Tamanho da população, densidade e dispersão ......................................................... 31
O que é uma população? ............................................................................................ 32
Demografia: descrevendo populações e como elas mudam ....................................... 32
Tamanho e densidade populacional ........................................................................... 33
Mensurando o tamanho da população ........................................................................ 34
Método quadrante ....................................................................................................... 34
Método da marcação e recaptura ............................................................................... 35
Distribuição das espécies ........................................................................................... 36
Dinâmica de população .............................................................................................. 39
POTENCIAL BIÓTICO E RESISTÊNCIA AMBIENTAL ............................................... 40
Comunidade ............................................................................................................... 42
Relações entre os seres vivos e o meio ambiente ...................................................... 43
Comunidade ............................................................................................................... 44
Descrever uma comunidade ....................................................................................... 44
Observar as comunidades à macroescala .................................................................. 44
O que é biodiversidade? ............................................................................................. 45
Quantas espécies existem no mundo? ....................................................................... 46
Quais as principais ameaças à biodiversidade?.......................................................... 46
O QUE É A CONVENÇÃO DA BIODIVERSIDADE? ................................................... 47
Abordagens da biodiversidade .................................................................................... 48
Pontos críticos da biodiversidade................................................................................ 49
O valor econômico da biodiversidade ......................................................................... 50
Como medir a biodiversidade? ................................................................................... 52

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Inventário de espécies ................................................................................................ 53


A biodiversidade está ameaçada ................................................................................ 53
Manuseio da biodiversidade: conservação, preservação e proteção .......................... 54
Estatuto jurídico da biodiversidade ............................................................................. 55
Hot spots .................................................................................................................... 59
Onde está a biodiversidade? ...................................................................................... 60
Como a biodiversidade nos serve? ............................................................................. 60
Por que os cientistas falam de uma sexta grande extinção? ....................................... 61
Por que estamos perdendo a biodiversidade? ............................................................ 61
Por que conservar a biodiversidade é importante para a economia e o
desenvolvimento? ....................................................................................................... 63
Como a biodiversidade está ligada à diversidade cultural? ......................................... 64
O que a comunidade internacional pode fazer para barrar a perda de biodiversidade?
................................................................................................................................... 64
O que são Autótrofos .................................................................................................. 66
Seres Autótrofos e a Fotossíntese .............................................................................. 66
Referências ................................................................................................................ 67
AUTOAVALIAÇÃO ECOLOGIA ANIMAL ................................................................. 69

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ECOLOGIA ANIMAL

A palavra ecologia foi empregada pela primeira vez pelo biólogo alemão
E. Haeckel em 1866 em sua obra Generelle Morphologie der Organismen .
Ecologia vem de duas palavras gregas: Oikós que quer dizer casa, e logos que
significa estudo .Ecologia significa , literalmente a Ciência do Habitat . É a ciência
que estuda as condições de existência dos seres vivos e as interações, de
qualquer natureza, existentes entre esses seres vivos e seu meio.

Os componentes estruturais de um ecossistema

Os ecossistemas são constituídos, essencialmente, por três


componentes:
- que em conjunto constituem o biótopo: ambiente físico e
fatores químicos e físicos. A radiação solar é um dos principais fatores físicos
dos ecossistemas terrestres pois é através dela que as plantas realizam
fotossíntese, liberando oxigênio para a atmosfera e transformando a energia
luminoso em química.
- representados pelos seres vivos que compõem a comunidade
biótica ou biocenoses, compreendendo os organismos heterótrofos dependentes
da matéria orgânica e os autotróficos responsáveis pela produção primária, ou
seja, a fixação doCO2.

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caracterizada pela força motriz que aporta nos diversos


ambientes e garante as condições necessárias para a produção primária em um
ambiente, ou seja, a produção de biomassa a partir de componentes inorgânicos.
Todos os animais são consumidores. Os animais que se alimentam de
produtores são chamados consumidores primários. Os herbívoros, animais que
se alimentam de plantas, são, portanto, consumidores primários. Os animais que
se alimentam de herbívoros são consumidores secundários, os que se
alimentam dos consumidores secundários são consumidores terciários e assim
por diante; Decompositores, Organismos heterótrofos que degradam a matéria
orgânica contida em produtores e em consumidores, utilizando alguns produtos
da decomposição como o alimento e liberando para o meio ambiente minerais e
outras substâncias, que podem ser novamente utilizados pelos produtores.

Histórico
A ecologia não tem um início muito bem delineado. Encontra seus
primeiros antecedentes na história natural dos gregos, particularmente em um
discípulo de Aristóteles, Teofrasto, que foi o primeiro a descrever as relações
dos organismos entre si e com o meio. As bases posteriores para a ecologia
moderna foram lançadas nos primeiros trabalhos dos fisiologistas sobre plantas
e animais. O aumento do interesse pela dinâmica das populações recebeu
impulso especial no início do século XIX e depois que Thomas Malthus chamou
atenção para o conflito entre as populações em expansão e a capacidade da
Terra de fornecer alimento. Raymond Pearl (1920), A. J. Lotka (1925), e Vito
Volterra (1926) desenvolveram as bases matemáticas para o estudo das
populações, o que levou a experiências sobre a interação de predadores e
presas, as relações competitivas entre espécies e o controle populacional. O
estudo da influência do comportamento sobre as populações foi incentivado pelo
reconhecimento, em 1920, da territorialidade dos pássaros. Os conceitos de
comportamento instintivo e agressivo foram lançados por Konrad Lorenz e
Nikolaas Tinbergen, enquanto V. C. Wynne-Edwards estudava o papel do
comportamento social no controle das populações. No início e em meados do
século XX, dois grupos de botânicos, um na Europa e outro nos Estados Unidos,
estudaram comunidades vegetais de dois diferentes pontos de vista. Os

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botânicos europeus se preocuparam em estudar a composição, a estrutura e a


distribuição das comunidades vegetais, enquanto os americanos estudaram o
desenvolvimento dessas comunidades, ou sua sucessão. As ecologias animal e
vegetal se desenvolveram separadamente até que os biólogos americanos
deram ênfase à inter-relação de comunidades vegetais e animais como um todo
biótico. Alguns ecologistas se detiveram na dinâmica das comunidades e
populações, enquanto outros se preocuparam com as reservas de energia. Em
1920, o biólogo alemão August Thienemann introduziu o conceito de níveis
tróficos, ou de alimentação, pelos quais a energia dos alimentos é transferida,
por uma série de organismos, das plantas verdes (produtoras) aos vários níveis
de animais (consumidores). Em 1927, C. S. Elton, ecologista inglês
especializado em animais, avançou nessa abordagem com o conceito de nichos
ecológicos e pirâmides de números. Dois biólogos americanos, E. Birge e C.
Juday, na década de 1930, ao medir a reserva energética de lagos,
desenvolveram a ideia da produção primária, isto é, a proporção na qual a
energia é gerada, ou fixada, pela fotossíntese. A ecologia moderna atingiu a
maioridade em 1942 com o desenvolvimento, pelo americano R. L. Lindeman,
do conceito trófico-dinâmico de ecologia, que detalha o fluxo da energia através
do ecossistema. Esses estudos quantitativos foram aprofundados pelos
americanos Eugene e Howard Odum. Um trabalho semelhante sobre o ciclo dos
nutrientes foi realizado pelo australiano J. D. Ovington. O estudo do fluxo de
energia e do ciclo de nutrientes foi estimulado pelo desenvolvimento de novas
técnicas -- radioisótopos, microcalorimetria, computação e matemática aplicada
-- que permitiram aos ecologistas rotular, rastrear e medir o movimento de
nutrientes e energias específicas através dos ecossistemas. Esses métodos
modernos deram início a um novo estágio no desenvolvimento dessa ciência --
a ecologia dos sistemas, que estuda a estrutura e o funcionamento dos
ecossistemas

Conceito unificador

Até o fim do século XX, faltava à ecologia uma base conceitual. A ecologia
moderna, porém, passou a se concentrar no conceito de ecossistema, uma

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unidade funcional composta de organismos integrados, e em todos os aspectos


do meio ambiente em qualquer área específica. Envolve tanto os componentes
sem vida (abióticos) quanto os vivos (bióticos) através dos quais ocorrem o ciclo
dos nutrientes e os fluxos de energia. Para realizá-los, os ecossistemas precisam
conter algumas inter-relações estruturadas entre solo, água e nutrientes, de um
lado, e entre produtores, consumidores e decomponentes, de outro. Os
ecossistemas funcionam graças à manutenção do fluxo de energia e do ciclo de
materiais, desdobrado numa série de processos e relações energéticas,
chamada cadeia alimentar, que agrupa os membros de uma comunidade natural.
Existem cadeias alimentares em todos os habitats, por menores que sejam esses
conjuntos específicos de condições físicas que cercam um grupo de espécies.
As cadeias alimentares costumam ser complexas, e várias cadeias se
entrecruzam de diversas maneiras, formando uma teia alimentar que reproduz o
equilíbrio natural entre plantas, herbívoros e carnívoros. Os ecossistemas
tendem à maturidade, ou estabilidade, e ao atingi-la passam de um estado
menos complexo para um mais complexo. Essa mudança direcional é chamada
sucessão. Sempre que um ecossistema é utilizado, e que a exploração se
mantém, sua maturidade é adiada. A principal unidade funcional de um
ecossistema é sua população. Ela ocupa um certo nicho funcional, relacionado
a seu papel no fluxo de energia e ciclo de nutrientes. Tanto o meio ambiente
quanto a quantidade de energia fixada em qualquer ecossistema são limitados.
Quando uma população atinge os limites impostos pelo ecossistema, seus
números precisam estabilizar-se e, caso isso não ocorra, devem declinar em
consequência de doença, fome, competição, baixa reprodução e outras reações
comportamentais e psicológicas. Mudanças e flutuações no meio ambiente
representam uma pressão seletiva sobre a população, que deve se ajustar. O
ecossistema tem aspectos históricos: o presente está relacionado com o
passado, e o futuro com o presente. Assim, o ecossistema é o conceito que
unifica a ecologia vegetal e animal, a dinâmica, o comportamento e a evolução
das populações.

Área de estudos

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A ecologia é uma ciência multidisciplinar, que envolve biologia vegetal e


animal, taxonomia, fisiologia, genética, comportamento, meteorologia,
pedologia, geologia, sociologia, antropologia, física, química, matemática e
eletrônica. Quase sempre se torna difícil delinear a fronteira entre a ecologia e
qualquer dessas ciências, pois todas têm influência sobre ela. A mesma situação
existe dentro da própria ecologia. Na compreensão das interações entre o
organismo e o meio ambiente ou entre organismos, é quase sempre difícil
separar comportamento de dinâmica populacional, comportamento de fisiologia,
adaptação de evolução e genética, e ecologia animal de ecologia vegetal. A
ecologia se desenvolveu ao longo de duas vertentes: o estudo das plantas e o
estudo dos animais. A ecologia vegetal aborda as relações das plantas entre si
e com seu meio ambiente. A abordagem é altamente descritiva da composição
vegetal e florística de uma área e normalmente ignora a influência dos animais
sobre as plantas. A ecologia animal envolve o estudo da dinâmica, distribuição
e comportamento das populações, e das inter-relações de animais com seu meio
ambiente. Como os animais dependem das plantas para sua alimentação e
abrigo, a ecologia animal não pode ser totalmente compreendida sem um
conhecimento considerável de ecologia vegetal. Isso é verdade especialmente
nas áreas aplicadas da ecologia, como manejo da vida selvagem. A ecologia
vegetal e a animal podem ser vistas como o estudo das inter-relações de um
organismo individual com seu ambiente (autoecologia), ou como o estudo de
comunidades de organismos (sinecologia). A auto-ecologia, ou estudo clássico
da ecologia, é experimental e indutiva. Por estar normalmente interessada no
relacionamento de um organismo com uma ou mais variáveis, é facilmente
quantificável e útil nas pesquisas de campo e de laboratório. Algumas de suas
técnicas são tomadas de empréstimo da química, da física e da fisiologia. A auto-
ecologia contribuiu com pelo menos dois importantes conceitos: a constância da
interação entre um organismo e seu ambiente, e a adaptabilidade genética de
populações às condições ambientais do local onde vivem. A sinecologia é
filosófica e dedutiva. Largamente descritiva, não é facilmente quantificável e
contém uma terminologia muito vasta. Apenas recentemente, com o advento da
era eletrônica e atômica, a sinecologia desenvolveu os instrumentos para
estudar sistemas complexos e dar início a sua fase experimental. Os conceitos

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importantes desenvolvidos pela sinecologia são aqueles ligados ao ciclo de


nutrientes, reservas energéticas, e desenvolvimento dos ecossistemas. A
sinecologia tem ligações estreitas com a pedologia, a geologia, a meteorologia
e a antropologia cultural. A sinecologia pode ser subdividida de acordo com os
tipos de ambiente, como terrestre ou aquático. A ecologia terrestre, que contém
subdivisões para o estudo de florestas e desertos, por exemplo, abrange
aspectos dos ecossistemas terrestres como microclimas, química dos solos,
fauna dos solos, ciclos hidrológicos, ecogenética e produtividade. Os
ecossistemas terrestres são mais influenciados por organismos e sujeitos a
flutuações ambientais muito mais amplas do que os ecossistemas aquáticos.
Esses últimos são mais afetados pelas condições da água e possuem resistência
a variáveis ambientais como temperatura. Por ser o ambiente físico tão
importante no controle dos ecossistemas aquáticos, dá-se muita atenção às
características físicas do ecossistema como as correntes e a composição
química da água. Por convenção, a ecologia aquática, denominada limnologia,
limitase à ecologia de cursos d'água, que estuda a vida em águas correntes, e à
ecologia dos lagos, que se detém sobre a vida em águas relativamente estáveis.
A vida em mar aberto e estuários é objeto da ecologia marinha. Outras
abordagens ecológicas se concentram em áreas especializadas. O estudo da
distribuição geográfica das plantas e animais denomina-se geografia ecológica
animal e vegetal. Crescimento populacional, mortalidade, natalidade,
competição e relação predador-presa são abordados na ecologia populacional.
O estudo da genética e a ecologia das raças locais e espécies distintas é a
ecologia genética. As reações comportamentais dos animais a seu ambiente, e
as interações sociais que afetam a dinâmica das populações são estudadas pela
ecologia comportamental. As investigações de interações entre o meio ambiente
físico e o organismo se incluem na ecoclimatologia e na ecologia fisiológica. A
parte da ecologia que analisa e estuda a estrutura e a função dos ecossistemas
pelo uso da matemática aplicada, modelos matemáticos e análise de sistemas é
a ecologia dos sistemas. A análise de dados e resultados, feita pela ecologia dos
sistemas, incentivou o rápido desenvolvimento da ecologia aplicada, que se
ocupa da aplicação de princípios ecológicos ao manejo dos recursos naturais,
produção agrícola, e problemas de poluição ambiental

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Glossário ecológico
ESPÉCIE - é o conjunto de indivíduos semelhantes (estruturalmente,
funcionalmente e bioquimicamente) que se reproduzem naturalmente,
originando descendentes férteis. Ex.: Homo sapiens,
POPULAÇÃO - é o conjunto de indivíduos de mesma espécie que vivem
numa mesma área e num determinado período. Ex.: população de ratos em um
bueiro, em um determinado dia; população de bactérias causando amigdalite por
10 dias, 10 mil pessoas vivendo numa cidade em 1996, etc.
COMUNIDADE OU EBIOCENOS é o conjunto de populações de
diversas espécies que habita uma mesma região num determinado período. Ex.:
seres de uma floresta, de um rio, de um lago de um brejo, dos campos, dos
oceanos, etc.
ECOSSISTEMA OU SISTEMA ECOLÓGICO - é o conjunto formado pelo
meio ambiente físico ou seja, o BIÓTOPO (formado por fatores abióticos - sem
vida - como: solo, água, ar) mais a comunidade (formada por componentes
bióticos - seres vivos) que com o meio se relaciona.
HABITAT - é o lugar específico onde uma espécie pode ser encontrada,
isto é, o seu "ENDEREÇO" dentro do ecossistema. Exemplo: Uma planta pode
ser o habitat de um inseto, o leão pode ser encontrado nas savanas africanas,
etc.
NICHO ECOLÓGICO - é o papel que o organismo desempenha no
ecossistema, isto é, a "PROFISSÃO" do organismo no ecossistema. 0 nicho
informa às custas de que se alimenta, a quem serve de alimento, como se
reproduz, etc. Exemplo: a fêmea do Anopheles (transmite malária) é um inseto
hematófago (se alimenta de sangue), o leão atua como predador devorando
grandes herbívoros, como zebras e antílopes
ECÓTONO - é a região de transição entre duas comunidades ou entre
dois ecossistemas. Na área de transição (ecótono) vamos encontrar grande
número de espécies e, por conseguinte, grande número de nichos ecológicos.
BIOTÓPO - Área física na qual os biótipos adaptados a ela e as condições
ambientais se apresentam praticamente uniformes.
BIOSFERA - Toda vida, seja ela animal ou vegetal, ocorre numa faixa
denominada biosfera, que inclui a superfície da Terra, os rios, os lagos, mares e

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oceanos e parte da atmosfera. E a vida é só possível nessa faixa porque aí se


encontram os gases necessários para as espécies terrestre e aquáticas:
oxigênio e nitrogênio. Distinguimos em ecologia três grandes subdivisões: a
auto-ecologia, a dinâmica das populações e a sinecologia. Estas distinções são
um pouco arbitrárias mas têm a vantagem de ser cômodas para uma exposição
introdutória.
- A auto-ecologia (Schroter, 1896) estuda as relações de uma única
espécie com seu meio. Define essencialmente os limites de tolerância e as
preferências das espécies em face dos diversos fatores ecológicos e examina a
ação do meio sobre a morfologia, a fisiologia e o comportamento. Desprezam-
se as interações dessa espécie com as outras, mas freq uentemente ganha-se
na precisão das informações. Assim definida, a auto-ecologia tem evidentemente
correlacionamentos com a fisiologia e a morfologia. Mas tem também seus
próprios problemas. Por exemplo, a determinação das preferências térmicas de
uma espécie permitirá explicar (ao menos em parte) sua localização nos diversos
meios, sua repartição geográfica, abundância e atividade.
- A dinâmica das populações (ou Demòkologie dos autores alemães,
Schwertfeger, 1963) descreve as variações da abundância das diversas
espécies e procura as causas dessas variações
. - A sinecologia (Schroter, 1902) analisa as relações entre os indivíduos
pertencentes às diversas espécies de um grupo e seu meio. O termo biocenótica
(Gams, 1918) é praticamente um sinônimo. O estudo sinecológico pode adotar
dois pontos de vista:
1. O ponto de vista estático (sinecologia descritiva), que consiste em
descrever os grupos de organismos existentes em um meio determinado.
Obtém-se assim conhecimentos precisos sobre a composição especifica dos
grupos, a abundância, freq uência, constância e distribuição espacial das
espécies constitutivas
2. . 2. O ponto de vista dinâmico (sinecologia funcional), com dois
aspectos. Porte-se descrever a evolução dos grupos e examinar as influências
que os fazem suceder-se em um lugar determinado. Pode-se também estudar
os transportes de matéria e de energia entre os diversos constituintes de um
ecossistema, o que conduz às noções de cadeia alimentar, de pirâmides dos

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números, das biomassas e das energias, de produtividade e de rendimento. Esta


última parte constitui o que se chama a sinecologia quantitativa. Outras
subdivisões da ecologia levam em consideração a natureza do meio e
correspondem aos três grandes conjuntos da biosfera: a ecologia marítima, a
ecologia terrestre e a ecologia límnica. A natureza dos organismos e os métodos
de estudo são geralmente muito diferentes nesses três meios, embora em muitos
casos os princípios gerais sejam os mesmos. E' preciso abandonar a divisão
antiga entre ecologia animal e ecologia vegetal, que separava arbitrariamente
organismos que guardam entre si estreitas inter-relações. Se um pesquisador se
limita ao estudo dos vegetais ou ao dos animais é unicamente por motivo da
impossibilidade material que uma só pessoa tem de abordar os dois campos.

Temperatura

Cada espécie só consegue sobreviver entre certos limites de temperatura,


o que confere a este fator uma grande importância. Cada ser sobrevive entre
certos limites de temperatura - amplitude térmica de existência -, não existindo
acima de um determinado valor - temperatura máxima - nem abaixo de outro -
temperatura mínima. Cada espécie possui uma temperatura ótima para a
realização das suas atividades vitais. Alguns seres têm grande amplitude térmica
de existência - seres euritérmicos - enquanto outros só sobrevivem entre limites
estreitos de temperatura - seres estenotérmicos.

A Temperatura e os Comportamentos dos Animais

Alguns animais, nas épocas do ano em que as temperaturas se afastam


do valor ótimo para o desenvolvimento das suas atividades, adquirem
comportamentos que lhes permitem sobreviver: animais que não têm facilidade
em realizar grandes deslocações como, por exemplo, lagartixas, reduzem as
suas atividades vitais para valores mínimos, ficando num estado de vida latente;
animais que se podem deslocar com facilidade como, por exemplo, as
andorinhas, migram, ou seja, partem em determinada época do ano para outras
regiões com temperaturas favoráveis.

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A Temperatura e as Características dos Animais


Ao longo do ano, certas plantas sofrem alterações no seu aspecto,
provocados pelas variações de temperatura. Os animais também apresentam
características próprias de adaptação aos diferentes valores de temperatura. Por
exemplo, os que vivem em regiões muito frias apresentam, geralmente, pelagem
longa e uma camada de gordura sob a pele

Relações harmônicas intra-específicas

Colônias - colônias são associações harmônicas entre indivíduos de


uma mesma espécie, anatomicamente ligados, que em geral perderam a
capacidade de viver isoladamente. A separação de um indivíduo da colônia
determina a sua morte. Quando as colônias são constituídas por organismos que
apresentam a mesma forma, não ocorre divisão de trabalho. Todos os indivíduos
são iguais e executam todas as funções vitais. Essas colônias são denominadas
homomorfas ou isomorfas. Como exemplo, podem ser citadas as colônias de
corais (celenterados), de crustáceos do gênero Balanus (as cracas), de certos
protozoários, bactérias, etc. Quando as colônias são formadas por indivíduos
com formas e funções distintas, ocorre urna divisão de trabalho. Essas colônias
são denominadas heteromorfas. Um ótimo exemplo é o celenterado da espécie
Phisalia caravela popularmente conhecida por "caravelas". Elas formam colônias
com indivíduos especializados na proteção e defesa (os datilozoides), na
reprodução (os gonozoides), na natação (os nectozoides), na flutuação (os
pneumozoides), e na alimentação (os gastrozoides)
Sociedades - as sociedades são associações entre indivíduos da mesma
espécie, organizados de um modo cooperativo e não ligados anatomicamente.
Os indivíduos componentes de uma sociedade se mantêm unidos graças aos
estímulos recíprocos. Ex: alcatéia, cardume, manada de búfalos, homem,
térmitas (cupins), formigas, abelhas.
Abelhas:
A sociedade formada pelas abelhas melíferas (Apis mellifera) comporta
três castas distintas: as operárias, a rainha e os machos ou zangões. Uma

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colmeia de abelhas melíferas pode conter de 30 mil a 40 mil operárias. São elas
as grandes reponsáveis por todo o trabalho executado na colmeia. As operárias
transportam o mel e o pólen das celas de armazenamento para a rainha,
zangões e larvas, alimentando-os. Produzem a cera para ampliar a colmeia,
limpam-na dos detritos e de companheiras mortas e doentes. Procuram, no
exterior da colmeia, o néctar e o pólen. Além disso, guardam e protegem a
colmeia. As operárias vivem, em média, seis semanas. São todas fêmeas
estéreis. A rainha apresenta a mesma constituição genética que as operárias. A
diferenciação entre elas se faz pelo, tipo de alimento recebido na fase de larva.
Enquanto as larvas das futuras operárias recebem apenas mel e pólen, as larvas
que se desenvolverão em rainhas são também alimentadas com secreções
glandulares de operárias adultas. Essas secreções recebem o nome de geléia
real. Cada colmeia de abelhas melíferas só tem uma rainha adulta. Esta controla
as operárias graças a secreção de uma substância denominada feromônio. Essa
substância se espalha por toda a colmeia, passando de boca em boca. 0
feromônio inibe o desenvolvimento do ovário das operárias, impossibilitando-as
de se tornarem rainhas. Quando a rainha adulta abandona a sua colmeia para
construir uma nova, ela é seguida por cerca de metade das operárias.
Inicialmente, esse novo grupo permanece enxameado durante alguns dias, em
torno da rainha, num local ainda não definitivo. A seguir, o enxame se fixa em
um abrigo apropriado. Uma nova colmeia surgirá graças à produção de cera
pelas operárias. Na colmeia antiga, aparece uma nova rainha e as que estavam
em desenvolvimento são destruídas. Essa nova rainha, ao sair para o "voo
nupcial", libera o feromônio, que estimula os zangões a segui-Ia. Durante o voo
nupcial, a rainha é fecundada. Dependendo da espécie de abelha, a rainha
poderá ser fecundada por apenas um zangão ou por vários. A rainha, uma fez
fecundada, volta à colmeia, onde, após algum tempo, reiniciará a postura de
ovos. Esta se prolongará por 5 a 7 anos. Os ovos fecundados originarão rainhas
e operárias e os não fecundados, os zangões. Enquanto as rainhas e operárias
são diploides; ou 2n pois resultam de óvulos fecundados, os zangões são
haploides ou n. Os zangões são alimentados da mesma forma que as operárias.
Delas diferem por serem haploides ou n. Os zangões originam-se de óvulos não
fecundados, portanto, partenogeneticamente. São importantes no voo nupcial,

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pois fertilizam a rainha nessa ocasião. Essa é a única atividade realizada pelos
zangões; terminado o voo nupcial, voltam também à colmeia. Como são
incapazes; de se alimentar sozinhos, são mortos a picadas pelas operárias ou
expulsos da colmeia, morrendo conseq uentemente, de inanição
Relações harmônicas inter-específicas

Mutualismo é a associação entre indivíduos de espécies diferentes na


qual ambos se beneficiam. Esse tipo de associação é tão íntima, que a
sobrevivência dos seres que a formam torna-se impossível, quando são
separados. Alguns autores usam o termo simbiose para caracterizar o que
definimos como mutualismo. Como a tendência atual é considerar simbiose uma
associação entra indivíduos de espécies diferentes, não importando o tipo de
relação entre eles, devemos usar o termo mutualismo para caracterizar a
simbiose entre indivíduos de espécies diferentes, em que ambos se beneficiam.
Como exemplos de mutualismo vamos analisar, entre outros, os líquens, a
bacteriorriza, a micorriza, e as associações entre cupins e protozoários e entre
herbívoros com bactérias e protozoários.
- são constituídos pela associação mutualística entre algas e
fungos. A alga realiza a fotossíntese e cede ao fungo parte da matéria orgânica
sintetizada. 0 fungo, além de proteger a alga, cede-lhe umidade e sais minerais
que absorve. Esse tipo de relação é benéfico para ambos. Permite a
sobrevivência do líquen em lugares onde, isoladamente, a alga e o fungo não
teriam chance. Os líquens podem ser encontrados em troncos de árvores, nas
rochas nuas, nos desertos e no Ártico.

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- é o nome que se dá à associação formada pelas


bactérias do gênero Rhizobium com as células das raízes de leguminosas, onde
se originam asnodosidades. 0 esquema que segue mostra uma leguminosa,
evidenciando em suas raízes as nodosidades; provocadas pelas bactérias do
gênero Rhizobium. Como veremos no ciclo do nitrogênio, as bactérias do gênero
Rhizoblum fixam o nitrogênio atmosférico. Transformam esse nitrogênio em
compostos nitrogenados, que cedem às plantas leguminosas. Estas usam o
nitrogênio desses compostos na síntese de seus aminoácidos e proteínas. Em
troca, as leguminosas cedem, às bactérias, substâncias orgânicas que
sintetizam. Raiz de leguminosa, com nódulos portadores de bactérias do gênero
Rhizobium

- é um tipo de associação mutualística que ocorre entre fungos


e as raízes de certas orquídeas e da maioria das árvores florestais. 0 fungo, ao
decompor as substâncias orgânicas, fornece às planta o nitrogênio e outros
nutrientes minerais na forma assimilável. As plantas, em troca, cedem ao fungo
compostos orgânicos por elas sintetizados

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Cupins ou térmitas e protozoários - os cupins ou térmitas utilizam em


sua alimentação produtos ricos em celulose, como a madeira, o papel e certos
tecidos. Contudo são incapazes de digerir a celulose, por não fabricarem a
enzima celulase. Por isso, abrigam em seu intestino um protozoário flagelado
denominado Tryconinpha. A celulose, uma vez digerida, serve de alimento para
ambos. Os cupins fornecem ao e nutrição e, em troca, recebem os produtos da
degradação da celulose protozoário abrigo.

Ruminantes e microrganismos - os animais ruminantes, do mesmo


modo que os cupins, não fabricam a enzima celulase. Como os alimentos que
ingerem são ricos em celulose, também abrigam em seu estômago grande
número de protozoários e bactérias capazes de fabricar a enzima celulase. A
celulose serve de alimento para os herbívoros, as bactérias e os protozoários. A
partir daí estabelece-se uma relação mutualística, em que as bactérias e os
protozoários fornecem aos herbívoros produtos da digestão da celulose. Os
herbívoros, por sua vez, fornecem abrigo e nutrição a esses microrganismos.

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Protocooperação - protocooperação ou simplesmente cooperação é a


associação entre indivíduos de espécies diferentes em que ambos se
beneficiam, mas cuja coexistência não é obrigatória. Como exemplos de
protocooperação vamos destacar as associações entre o paguro-eremita e as
anêmonas-do-mar, o pássaro anu e certos mamíferos, o pássaro-palito e os
crocodilos e a polinização feita por animais.

O paguro-eremita e as anêmonas-do-mar - o paguro-eremita, também


conhecido com bernardo-eremita, é um crustáceo marinho que apresenta
abdômen mole e desprotegido. Vive normalmente no interior de uma concha
vazia de molusco, como a do caramujo, por exemplo. Presas a essa concha,
podem ser encontradas as anêmonasdo-mar ou actínias, celenterados
popularmente conhecidos por flores-das-pedras. As anêmonas, graças aos seus
tentáculos que elaboram substâncias urticantes, afugentam os possíveis
predadores do paguro. Este, ao se locomover, transporta a concha com
anêmonas, aumentando muito a área de sua alimentação. Trata-se de um caso
de protocooperação, porque tanto o paguro como a anêmona podem viver
isoladamente. Como conceituamos, a coexistência de ambos não é obrigatória.

O pássaro anu e certos mamíferos - os pássaros conhecidos por anus


alimentam-se de carrapatos e outros parasitas encontrados no pelo de certos
mamíferos, como o gado, o búfalo, o rinoceronte, etc. Os anus, ao retirarem os

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parasitas (carrapatos) da pele desses mamíferos, estão se alimentando e, ao


mesmo tempo, livram os mamíferos desses indesejáveis parasitas. Como no
exemplo anterior, a coexistência de ambos não é obrigatória, daí falarmos em
protocooperação.

O pássaro-palito e o crocodilo - os crocodilos que vivem do rio Nilo, ao


dormirem, podem deixar a boca aberta. 0 pássaro-palito aproveita essa
oportunidade para se alimentar dos parasitas (sanguessugas) e restos de
alimentos encontrados entre os dentes e na boca do crocodilo. Dessa forma, o
pássaro-palito livra o crocodilo dos parasitas indesejáveis e, ao mesmo tempo,
alimenta-se. Polinização por animais - pode-se também considerar
protocooperação, pois ao se alimentar de vegetais, os pássaros ou insetos
podem promover a disseminação de sementes ou pólen.

Comensalismo - é a associação entre indivíduos de espécies diferentes


na qual um deles aproveita os restos alimentares do outro sem prejudicá-lo. 0
animal que aproveita os restos alimentares é denominado comensal. Exemplo
de comensalismo muito citado é o que ocorre entre a rêmora e o tubarão. A
rêmora ou peixe-piolho é um peixe ósseo que apresenta a nadadeira dorsal
transformada em ventosa, com a qual se fixa ao corpo do tubarão. A rêmora
além de ser transportada pelo tubarão, aproveita os restos de sua alimentação.
0 tubarão não é prejudicado, pois o peso da rêmora é insignificante. Os alimentos
ingeridos pela rêmora correspondem aos desprezados pelo tubarão. Como

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exemplo também, as hienas se aproveitando de restos deixados pelo leão, ou


Entamoeba coli se aproveitando de restos alimentares em nosso intestino e, até
mesmo, a ave-palito comendo restos alimentares na boca do crocodilo

Inquilinismo - é a associação entre indivíduos de espécies diferentes em


que um deles procura abrigo ou suporte no corpo do outro, sem prejudicá-lo. 0
inquilinismo é uma forma de associação muito parecida com o comensalismo.
Desta difere por não haver cessão de alimentos ao inquilino. Como exemplos de
inquilinismo vamos destacar as associações do peixe-agulha com a holotúria e
-agulha e a
Holotúria - o peixe-agulha (Fierasfer) possui um corpo fino e alongado. Ele
penetra no corpo da holotúria, conhecida popularmente como pepino-domar,
para se abrigar. Do corpo da holotúria, o peixe-agulha só sai para procurar
alimento, voltando logo em seguida. 0 peixe agulha apenas encontra abrigo no

bromélias que vivem sobre troncos - a associação entre as orquídeas e as


bromélias com troncos de árvores recebe o nome de epifitismo. Por isso,
orquídeas e bromélias são denominadas epífitas. Essas plantas conseguem,
vivendo 17 sobre os troncos de árvores, o suprimento ideal de luz par realizarem
a fotossíntese. Uma observação muito importante, aqui, é não confundir as
orquídeas e bromélias com plantas parasitas. As epífitas são plantas que apenas
procuram abrigo, proteção e luz ideal ao crescer sobre outras plantas, mas sem
prejudicá-las. As parasitas, como veremos, prejudicam a hospedeiro

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Foresia - é a associação entre indivíduos de espécies diferentes em que


um se utiliza do outro para transporte, sem prejudicá-lo. Como exemplo temos a
rêmora ou peixe-piolho no tubarão ou, até mesmo, o transporte de sementes por
pássaros e insetos.

Relações desarmônicas inter-específicas

Predatismo - é a interação desarmônica na qual um indivíduo (predador)


ataca, mata e devora outro (presa) de espécie diferente. A morte da presa pode
ocorrer antes ou durante a sua ingestão. Os predadores, evidentemente, não
são benéficos aos indivíduos que matam. Todavia, podem sê-lo à população de
presas. Isso porque os predadores eliminam os indivíduos menos adaptados,
podendo, influir no controle da população de presas. Tanto os predadores como
as presas mostram uma série de adaptações que permitem executar mais
eficazmente as suas atividades. Assim, os dentes afiados dos tubarões, os
caninos desenvolvidos dos animais carnívoros, as garras de águia, a postura e
o primeiro par de patas do louva-a-deus, o veneno das cobras, as telas de aranha
são exemplos de algumas adaptações apresentadas pelos predadores. Por

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outro lado, as presas favorecidas pela seleção natural também evidenciam um


grande número de adaptações que as auxiliam a evitar seus predadores. A
produção de substâncias de mau cheiro ou de mau gosto, as cores de animais
que se confundem com o meio ambiente, os espinhos dos ouriços, as corridas
dos cavalos, veados e zebras são exemplos de processos utilizados pelas
presas para ludibriar seus predadores. Entre as adaptações apresentadas por
predadores e presas merecem destaque a camuflagem e o mimetismo.

Camuflagem: Ocorre quando uma espécie possui a mesma cor


(homocromia) ou a mesma forma (homotipia) do meio ambiente

exemplos
- aves e insetos de cor verde
- inseto bicho-pau
- urso polar (branco como neve)
- leão no capim seco

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- mariposas iguais a folhas

Mimetismo
Ocorre quando uma espécie possui o aspecto de outra. Exemplos:
- cobra-coral falsa (não venenosa) imitando a cobra-coral verdadeira
(venenosa);
- borboleta vice-rei, que é pequena e comestível por pássaros, imitando
a borboleta monarca que é maior e de sabor repugnante aos pássaros.
- mariposas imitando vespas
- moscas inócuas imitando abelhas
- borboleta-coruja com asas abertas lembram a cabeça de coruja.
Observe um gráfico mostrando o número de predadores (lince) e de presas
(lebres) em função do tempo

Parasitismo - é a associação desarmônica entre indivíduos de espécies


diferentes na qual um vive à custa do outro, prejudicando-o . O indivíduo que
prejudica é denominado parasita ou bionte. O prejudicado recebe o nome de
hospedeiro ou biosado. Os parasitas podem ou não determinar a morte do
hospedeiro. No entanto, os parasitas são responsáveis por muitos tipos de
doenças ou parasitoses ainda hoje incuráveis. 0 parasitismo ocorre tanto no
reino animal e vegetal

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Classificação dos parasitas

Os parasitas podem ser classificados segundo vário critérios:


Quanto ao número de hospedeiros
Quanto ao número de hospedeiros, os parasitas podem ser classificados
em monoxenos ou monogenéticos e heteroxenos ou digenéticos. Monoxenos ou
monogenéticos são os parasitas que realizam o seu cicio evolutivo em um único
hospedeiro. Exemplos: Ascaris lumbricoides (lombriga) e o Enterobius
vermicularis (oxiúrio Heteroxenos ou digenéticos são os parasitas que só
completam o seu ciclo evolutivo passando pelo menos em dois hospedeiros. São
exemplos o esquistossomo e o tripanossoma.
Quanto à localização nos hospedeiros Quanto à localização nos
hospedeiros, os parasitas podem ser ectoparasitas ou endoparasitas.
Ectoparasitas são os que se localizam nas partes externas dos hospedeiros.
Exemplos: a sanguessuga, o piolho, a pulga, etc. Endoparasitas são os que se
localizam nas partes internas dos hospedeiros. Exemplos: as tênias (solitárias) ,
a lombriga, o esquistossomo, etc
. Holoparasitas e Hemiparasitas Os parasitas vegetais podem ser de
dois tipos: holoparasitas e hemiparasitas. Holoparasitas são os vegetais que não
realizam a fotossíntese ou a quimiossíntese. São os verdadeiros vegetais
parasitas. Parasitam os vegetais superiores, roubando-lhes a seiva elaborada. É
o caso do cipó- chumbo, vegetal superior não clorofilado. 0 cipó-chumbo possui
raízes sugadoras ou haustórios que penetram no tronco do hospedeiro, retirando
deles a seiva elaborada. Hemiparasitas são os vegetais que, embora realizando

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a fotossíntese, retiram do hospedeiro apenas a seiva bruta. Como exemplo


temos a erva-de-passarinho, vegetal superior clorofilado, que rouba de seu
hospedeiro a seiva bruta. Os vegetais hemiparasitas apresentam, portanto,
nutrição autótrofa e heterótrofa.
Antibiose ou Amensalismo - é a interação desarmônica onde uma
espécie produz e libera substâncias que dificultam o crescimento ou a
reprodução de outras podendo até mesmo matá- las. Como exemplos temos:
- certas algas planctônicas dinoflageladas (do tipo Pirrófitas), quando
em superpopulação (ambiente favorável) liberam substâncias tóxicas na água
causando o fenômeno da maré vermelha onde ocorre a morte de vários seres
aquáticos intoxicados por tais substâncias;
- raízes de algumas plantas que liberam substâncias tóxicas, que inibem
o crescimento de outras plantas.
- folhas que caem no solo (ex.: pinheiros) liberam substâncias que
inibem a germinação de sementes.
- fungos do gênero Penicillium produzem penicilina, antibiótico que mata
bactérias.
Esclavagismo ou Escravismo - é a interação desarmônica na qual uma
espécie captura e faz uso do trabalho, das atividades e até dos alimentos de
outra espécie. Certas formigas amazonas e formigas foscas, são exemplos. Um
exemplo é a relação entre formigas e os pulgões (Afídeos). Os pulgões são
parasitas de certos vegetais. Alimentam-se da seiva elaborada que retiram dos
vasos liberianos de plantas como a roseira, a orquídea, etc. A seiva elabora é
rica em açúcares e pobre em aminoácidos. Por absorverem muito açúcar, os
pulgões eliminam o seu excesso pelo ânus. Esse açúcar eliminado é aproveitado
pelas formigas, que chegam a acariciar com suas antenas o abdômen dos
pulgões, fazendo-os eliminar mais açúcar. As formigas transportam os pulgões
para os seus formigueiros e os colocam sobre raízes delicadas, para que delas
retirem a seiva elaborada. Muitas vezes as formigas cuidam da prole dos pulgões
para que no futuro, escravizando-os, obtenham açúcar. Alguns autores
consideram esse tipo de interação como uma forma de protocooperação,
particularmente denominada sinfilia.

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Competição - a competição compreende a interação ecológica em que


indivíduos da mesma espécie ou indivíduos de espécies diferentes disputam
alguma coisa, como por exemplo, alimento, território, luminosidade etc. Logo, a
competição pode ser intra-específica (quando estabelecida dentro da própria
espécie) ou inter específica (entre espécies diferentes). Em ambos os casos,
esse tipo de interação favorece um processo seletivo que culmina, geralmente,
com a preservação das formas de vida mais bem adaptadas ao meio ambiente
e com a extinção dos indivíduos com baixo poder adaptativo. Assim, a
competição constitui um fator regulador da densidade populacional, contribuindo
para evitar a super popuIação das espécies Competir significa concorrer pela
obtenção de um mesmo recurso do ambiente (luz, abrigo, alimento, água,
território, etc). As relações de competição entre indivíduos de espécies diferentes
verificam-se, essencialmente, quando têm preferências alimentares idênticas.

EXTINÇÃO DE ESPÉCIES

Assim como a introdução de novas espécies, a extinção também pode


causar sérios distúrbios ao equilíbrio de um ecossistema. Embora o fenômeno
da extinção de espécies seja comum na natureza, a extinção recente de um
grande número de espécies é consequência da atividade humana. A destruição
de seus habitats e a caça e a pesca excessivas, denominadas caça e pesca
predatórias, têm levado inúmeras espécies à extinção. O tamanho mínimo que
uma população tem de atingir para não se extinguir varia de espécie para
espécie. Ele depende da sua capacidade reprodutiva, da sua vulnerabilidade às

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influências do meio e da duração de seu ciclo vital, entre outras coisas. Das
espécies que o homem caça atualmente, muitas estão ameaçadas de extinção,
uma vez que suas populações já estão atingindo o limite de tamanho mínimo
necessário para sua manutenção. Outras, mesmo que a caça para
imediatamente, já não terão capacidade de se recuperar e, fatalmente, se
extinguirão.

O Desequilíbrio Ecológico

Há na natureza um equilíbrio dinâmico entre os organismos vivos e o


ambiente em que vivem, compartimentos estes que, como já vimos, formam o
ecossistemas, com suas trocas e influências entre organismos e entre eles e o
meio. Fator de desequilíbrio é qualquer acontecimento ou evento que venha a
perturbar as características naturais de um ecossistema.
Fatores Naturais de Desequilíbrio São eventos muito esporádicos,
imprevisíveis, como grandes furacões, terremotos, tempestades, maremotos,
vendavais, etc. , os quais tendem a gerar intensa destruição nos ambientes onde
ocorrem. Dependendo do tipo de ecossistema atingido, os danos na comunidade
biológica podem ser intensos, sendo necessários vários anos para a sua plena
recuperação. Em alguns casos, eventos esporádicos, mas cíclicos (voltam a
ocorrer em períodos de tempo longos mas relativamente regulares), induzem as
comunidades ao desenvolvimento de adaptações, como por exemplo nos
cerrados, onde o fogo é um fator estressante periódico, que ocorre em intervalos
de alguns anos. Neste exemplo, muitas árvores e plantas já se encontram

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adaptadas ao fogo, algumas inclusive necessitando dele em alguns processos


reprodutivos. Neste caso, o fogo do cerrado é um fator de desequilíbrio para
alguns componentes do ecossistema mas para outros não
Fatores de desequilíbrio induzidos pelo Homem Nesta categoria se
encontram todos os tipos de estresse produzido pelo homem na natureza:.
poluição atmosférica, poluição dos rios e lagos, poluição dos mares e oceanos,
desmatamento de florestas, matas cilliares e mangues, depredação e captura de
espécies para comércio, macacos, aves, focas, sobrepesca (captura excessiva
de peixes, captura de peixes muito jovens e peixes em época reprodutiva),
aquecimento global (efeito estufa), redução na camada de ozônio, explosão
demográfica, etc. Estes e outros fatores, ligados às atividades humanas causam
perturbações nos ecossistemas que vão desde efeitos imperceptíveis a curto
prazo até a total destruição de ecossistemas inteiros, como ocorre com os
aterros de manguezais, queimadas na Amazônia, derrames de petróleo, etc. Um
aspecto muito importante no que diz respeito aos fatores de desequilíbrio
ecológico, é que estando todas as espécies interligadas em um ecossistema e
dependendo do ambiente físico para viver, as perturbações ocorridas em uma
espécie ou um compartimento ecológico (por exemplo, animais herbívoros),
refletirão em toda a teia trófica, causando exemplo:
- Os costões rochosos do litoral de São Paulo, situados nos
cantos das praias, e nas ilhas, são ecossistemas ricos em diversidade e
densidade de organismos, os quais são agrupados em produtores (algas verdes,
vermelhas, pardas), herbívoros (caramujos pastadores, caranguejos, ouriços,
etc), carnívoros (caramujos, siris, caranguejos, estrelas do mar), comedores de
areia (pepinos do mar) e filtradores (cracas, mexilhões, ostras...). Todos estes
organismos, cuja diversidade pode chegar a várias centenas de espécies, estão
ligados pela teia trófica, na qual uns servem de alimento para outros.
- Um derrame de óleo atinge o costão recobrindo parte da
comunidade presente nas rochas. Diversas espécies de algas morrem
intoxicadas pelos compostos químicos do óleo, bem como estrelas do mar,
anêmonas e ouriços. Caranguejos herbívoros e caramujos morrem asfixiados e
recobertos pelo óleo.

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uências - Com a redução drástica das algas presentes na rocha,


os herbívoros que sobreviveram não terão recursos para se alimentarem e sua
taxa de mortalidade irá aumentar; consequentemente, os carnívoros que deles
se alimentavam também irão iniciar um período de abstinência alimentar, e assim
por diante ao longo de toda a teia alimentar. Por outro lado, com a morte das
algas, muito espaço na rocha foi desocupado e as espécies mais resistentes e
com grande capacidade reprodutiva, como as cracas, ocupam a rocha
descoberta, em uma área diferente da sua área natural de ocupação. Com o
tempo, um processo de sucessão ecológica se inicia, onde o ambiente passa por
fases de recuperação até retornar às condições próximas às de antes do
derrame de petróleo. A recuperação após perturbações ecológicas graves, pode
durar muitos anos ou até décadas, como é o caso dos manguezais
(desmatamento e aterro de manguezais não possibilitam a recuperação natural
dos mesmos). A séria realidade do desmatamento da Amazônia é outro bom
exemplo. A floresta vive sobre um sedimento extremamente pobre em nutrientes.
Os sais, oligo elementos (substâncias vitais mas necessárias em pequenas
quantidades) e todos os nutrientes necessários às plantas são extraídos das
camadas superficiais do solo onde se acumula grande quantidade de matéria
orgânica vegetal e animal. Todo este material é constantemente decomposto
pelas bactérias e fungos (decompositores) com o auxílio dos insetos que trituram
e 'picotam' os restos vegetais, e os nutrientes retornam às plantas fechando um
ciclo delicado e equilibrado. Com o desmatamento, para a formação de pasto
para o gado, este ciclo da floresta é quebrado. O pasto que cresce no lugar da
floresta logo extingue os poucos nutrientes do solo e não consegue mais resistir,
tornando necessários novos desmatamentos. A própria queima, método utilizado
no desmatamento já é bastante prejudicial ao solo. O desequilíbrio ecológico,
resultante de atividades humanas desordenadas causa perturbações, a curto,
médio e longo prazo nos ecossistemas naturais, mas também tende a reverter
estas perturbações ao próprio homem, uma vez que ele vive e depende do meio
ambiente para nos muito maiores, em todo o ecossistema. Continuar a
sobreviver. Sem água potável, sem ar respirável, sem florestas, sem fauna e
flora em equilíbrio, a qualidade de vida do próprio homem se encontrará
ameaçada. Há muitos indícios de que as mesmas espécies marinhas e terrestres

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que hoje estão se extinguindo estão levando consigo substâncias presentes em


seus corpos que poderiam ser a solução de muitas doenças. Isto é
especialmente verdadeiro para as centenas de espécies de plantas e animais
desconhecidos da Amazônia, cujas populações inteiras, neste momento estão
sendo destruídas, sem ter sido sequer descobertas e estudadas. Finalmente, o
fato que é considerado a causa de muitos processos de desequilíbrio ecológico
é a explosão demográfica da população humana, graças ao desenvolvimento da
tecnologia, da medicina, da melhoria da qualidade de vida em geral. É importante
se ter ciência de que a população humana está crescendo em progressão
geométrica, mas os recursos necessários à nossa sobrevivência não. Esta é a
tônica do brilhante livro "Destruição e equilíbrio - o homem e o ambiente no
espaço e no tempo" (RODRIGUES, 1989). No livro o autor explica a evolução da
população humana mundial desde os primórdios, na idade da pedra, até os dias
de hoje. Diz, por exemplo que no ano 8.000 AC a população humana mundial
era de apenas 8 milhões de habitantes, metade da população da cidade de São
Paulo. No ano de 1780, a população era de 800 milhões de habitantes, 100
vezes mais, o que significa que a cada 1500 anos a população dobrava. No
entanto, respeitando-se a tendência de crescimento em progressão geométrica,
no início do século XX, segundo RODRIGUES, a população já dobrava a cada
100 anos. Atualmente, calcula-se que para a humanidade dobrar de tamanho
sejam necessários apenas 30 anos (quando no ano 2.000 atingiremos a marca
dos 6 bilhões de habitantes). A pergunta é como irá se comportar o meio
ambiente e os ecossistemas do planeta com este crescimento e
desenvolvimento desordenado? É possível que a resposta, esteja ligada, pelo
menos em parte, ao chamado desenvolvimento sustentado, no qual é possível o
uso racional dos ecossistemas em benefício do Homem, sem que estes sejam
destruídos, mas uns sustentam os outros.

Tamanho da população, densidade e dispersão

O que é uma população ecológica. Como cientistas definem e medem o


tamanho, densidade e distribuição da população no espaço.

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Principais pontos
Uma população consiste em todos os organismos de uma dada
espécie que vivem em uma área em particular.
O estudo estatístico de populações e de como elas mudam ao
longo do tempo é chamado de demografia.
Duas medidas importantes de uma população são o tamanho
populacional, o número de indivíduos, e densidade populacional, o número
de indivíduos por unidade de área ou volume.
Ecologistas estimam o tamanho e densidade de populações
usando quadrantes e o método de marcação e recaptura.
Os organismos numa população podem estar distribuídos em um
padrão uniforme, aleatório ou agrupado. Uniforme significa que a população
está espaçada igualmente, aleatório indica um espaçamento aleatório, e
agrupado significa que a população está distribuída em grupos.

O que é uma população?

No dia-a-dia, nós frequentemente pensamos numa população como o


número de pessoas que moram num lugar em particular A cidade de Nova York
tem uma população de 8.6 milhões. Ou Gross, Nebraska tem uma população de
três. Pense você poderia aumentar a população de Gross em 33% se quisesse
se mudar para lá!
Na ecologia, uma população consiste de todos os organismos de uma
espécie em particular morando numa dada área. Por exemplo, poderíamos dizer
que uma população de humanos mora em Nova York, e que outra população de
humanos mora em Gross. Podemos descrever essas populações pelo seu
tamanho o que normalmente queremos dizer por população quando estamos
falando de cidades e municípios assim como pela sua densidade quantas
pessoas por unidade de área e distribuição o quão agrupadas ou
espalhadas as pessoas estão.

Demografia: descrevendo populações e como elas mudam

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Em muitos casos, ecologistas não estão estudando pessoas em cidades


e municípios, ele estão estudando vários tipos populações de plantas, animais,
fungos, e até de bactérias. O estudo estatístico de qualquer população, humana
ou não, é conhecida como demografia.
Por que a demografia é importante? Populações podem mudar em seus
números e estrutura por exemplo na distribuição de idade e sexo por vários
motivos. Essas mudanças podem afetar como a população interage com seu
ambiente físico e com outras espécies.
Rastreando populações através do tempo, ecologistas podem ver como
essas populações mudaram e podem ser capazes de prever como elas
provavelmente irão mudar no futuro. O monitoramento do tamanho e estrutura
de populações também ajuda os ecologistas a manejar essas populações por
exemplo, mostrando se esforços de conservação estão ajudando uma espécie
ameaçada de extinção a aumentar seus números.
Nesse artigo, vamos começar nossa jornada através da demografia
olhando para os conceitos de tamanho de uma população, densidade e
distribuição. Vamos também explorar métodos que ecologistas usam para
determinar esses valores para populações na natureza.

Tamanho e densidade populacional

Para estudar a demografia de uma população, vamos querer começar


com algumas medidas de referência. Uma é simplesmente o número de
indivíduos numa população, ou seu tamanho NNN. Outra é a densidade
populacional, o número de indivíduos por área ou volume do habitat.
Tamanho e densidade são ambas importantes na descrição da corrente
situação de uma população e, potencialmente, para fazer predições sobre como
ela pode mudar no futuro:
Populações maiores podem ser mais estáveis que populações
menores porque são mais propensas a ter maior variabilidade genética e assim
maior potencial para se adaptar às mudanças no ambiente por meio da seleção
natural.

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Um membro de uma população de baixa densidade onde os


organismos são escassamente espalhados pode ter mais dificuldade em
encontrar um companheiro para reproduzir do que um indivíduo em uma
população de alta densidade.

Mensurando o tamanho da população

Para encontrar o tamanho de uma população, não podemos somente


contar os organismos ali existentes? Idealmente, sim! Mas em muitos casos da
vida real, isto não é possível. Por exemplo, você gostaria de tentar contar cada
graminha no seu jardim? Ou cada salmão, digamos, no Lago Ontário, que tem
1,630 e+12 metros cúbicos em volume? Contar todos os organismos em uma
população pode ser muito dispendioso em termos de tempo e dinheiro, ou
simplesmente pode não ser possível.
Por estas razões, os cientistas muitas vezes estimam o tamanho de uma
população ao pegar uma ou mais amostras da população e usar estas amostras
para fazer inferências sobre a população como um todo. Uma variedade de
métodos podem ser usados para determinar amostras de populações e
determinar seu tamanho e densidade. Aqui, vamos ver dois dos mais
importantes: os métodos quadrante e marcação e recaptura.

Método quadrante

Para organismos imóveis, como plantas ou para organismos muito


pequenos e lentos parcelas chamadas quadrantes podem ser usadas para
determinar o tamanho e densidade de uma população. Cada quadrante marca
uma área do mesmo tamanho tipicamente uma área quadrada dentro do
habitat. Um quadrante pode ser determinado ao cercar uma área com palitos e
cordões ou usando um quadrado de madeira, plástico ou metal colocado no
chão, como mostra a figura abaixo.

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Crédito da imagem: modificado de Population demography: Figure 2 por


OpenStax College, Biology, CC BY 4.0; crédito da imagem original: NPS
Sonoran Desert Network

Após determinar os quadrantes, os pesquisadores contam o número de


indivíduos existentes nos limites de cada um. Amostras múltiplas de quadrantes
são dispostas em todo o habitat em vários locais aleatórios, o que garante que
os números registrados são representativos para todo o habitat. Ao final, os
dados podem ser usados para estimar o tamanho e densidade da população em
todo o habitat.

Método da marcação e recaptura

Para organismos que se movimentam, como mamíferos, aves ou peixes,


uma técnica chamada de método de marcação e recaptura é frequentemente
usada para determinar o tamanho da população. Este método envolve a captura
de amostras de animais e a marcação deles de alguma forma por exemplo,
usando etiquetas, faixas, pinturas ou outras marcações no corpo, como
apresentado abaixo. Em seguida, os animais marcados são devolvidos ao
ambiente podendo se misturar ao restante da população.

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Crédito da imagem: Population demography: Figure 3 por OpenStax


College, Biology, CC BY 4.0; originais: esquerda, modificação do trabalho por
Neal Herbert, NPS; meio, modificação do trabalho por Pacific Southwest Region
USFWS; direita, modificação do trabalho por Ingrid Taylar

Mais tarde, uma nova amostra é coletada. Esta nova amostra irá incluir
alguns indivíduos que estão marcados recapturados e alguns indivíduos
que não estão marcados. Usando a relação de indivíduos marcados para não
marcados, os cientistas podem estimar quantos indivíduos existem no total da
população.
Os métodos alternativos para determinação do tamanho populacional
incluem o rastreamento eletrônico de animais marcados com radiotransmissores
e o uso de dados da pesca comercial e de operações de captura.

Distribuição das espécies

Muitas vezes, além de saber o número e a densidade de indivíduos em


uma área, os ecologistas também querem saber a sua distribuição. Os padrões
de dispersão das espécies ou padrões de distribuição referem-se a
como os indivíduos de uma população estão distribuídos no espaço em um
determinado momento.
Os organismos individuais que compõem uma população podem estar
espaçados mais ou menos igualitariamente, dispersos aleatoriamente sem
nenhum padrão previsível ou aglomerados em grupos. Estes padrões são
conhecidos como padrão de dispersão uniforme, aleatório e agrupado,
respectivamente.

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Imagem modificada de Population distribution por Yerpo, CC BY-SA 4.0;


a imagem modificada está sob uma licensa CC BY-SA 4.0

Dispersão uniforme. Na dispersão uniforme, os indivíduos de uma


população estão distribuídos mais ou menos uniformemente. Um exemplo de
dispersão uniforme são as plantas que secretam toxinas para inibir o crescimento
de indivíduos nas proximidades um fenômeno chamado alelopatia. Também
podemos encontrar a dispersão uniforme na espécie animal onde os indivíduos
vigiam e defendem seus territórios.
Dispersão aleatória. Na dispersão aleatória, os indivíduos estão
distribuídos aleatoriamente, sem um padrão previsível. Um exemplo de
dispersão aleatória s são as flores e outras plantas que têm suas sementes
dispersadas pelo vento. As sementes se espalham amplamente e brotam onde
caem, desdeque o ambiente seja favorável com solo, água, nutrientes e luz
suficientes.
Dispersão aglutinada. Numa dispersão aglutinada, indivíduos são
aglomerados em grupos. Um dispersão aglutinada pode ser vista em plantas que
dispersam suas sementes diretamente no solo como árvores de carvalho
ou animais que vivem em grupos cardumes de peixes ou manadas de
elefantes. Dispersões aglutinadas também acontecem em habitats que são
desiguais, com apenas algumas manchas adequadas para viver.
Como você pode ver por esses exemplos, dispersões de indivíduos em
uma população fornecem mais informações sobre como eles interagem uns com
os outros e com seu ambiente do que uma simples medida de densidade.
Em ecologia, uma população consiste de todos os organismos de dada
espécie que vivem em uma área específica. O estudo estatístico das populações
e como elas se alteram ao longo do tempo é denominado demografia.

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Duas medidas importantes de uma população são tamanho da população,


o número de indivíduos, e densidade populacional, o número de indivíduos por
unidade de área ou volume. Os ecólogos frequentemente estimam o tamanho e
densidade das populações usando *quadrantes * e o método marcação e
recaptura.
Uma população também pode ser descrita em termos de distribuição, ou
dispersão dos indivíduos que a constituem. Os indivíduos podem ser distribuídos
em um padrão uniforme, aleatório, ou agrupado. Uniforme significa que a
população está igualmente distribuída, aleatório significa que está distribuída
aleatoriamente e agrupado significa que a população está distribuída em grupos.
Os insetos têm má reputação. Classificamos muitas espécies de insetos
como pestes, pois eles competem conosco por alimento, disseminam doenças,
como malária, e ainda invadem nossas gramas, jardins e casas. Algumas
pavor de insetos e, para elas, inseto bom é inseto
morto. Essa visão não reconhece ao papel vital que os insetos exercem ao ajudar
a sustentar a vida na Terra. Muitas das espécies de plantas do planeta (inclusive
árvores) dependem dos insetos para polinizar as flores. Sem os insetos
polinizadores, teríamos pouquíssimas frutas, vegetais e legumes disponíveis. Os
insetos que comem outros insetos como o louva-a-deus ajudam a controlar
as populações de pelo menos metade das espécies de insetos que chamamos
de pestes. Esse serviço gratuito de controle de pestes é uma parte importante
do capital natural da Terra. Os insetos existem há pelo menos 250 milhões de
anos e são formas bem-sucedidas. Alguns se reproduzem a uma taxa
espetacular. Por exemplo, uma única mosca doméstica e sua prole podem,
teoricamente, produzir cerca de 5,6 trilhões de moscas em apenas um ano. Os
insetos são capazes de desenvolver com rapidez novas características
genéticas, como a resistência a pesticidas. Eles também têm uma excelente
capacidade de evoluir para outras espécies ao enfrentarem novas condições
ambientais e também são bastante resistentes à extinção. A lição ambiental é:
apesar de os insetos poderem prosperar sem a presença de novos seres, como
os humanos, nós e a maioria dos outros organismos pereceríamos sem eles.
Aprender sobre o papel dos insetos na natureza requer a compreensão de como

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eles e outros organismos na comunidade biológica, como uma floresta ou lagoa,


interagem uns com os outros e com o ambiente não vivo.

Dinâmica de população

Dinâmica das populações é a parte da ecologia que estuda as variações


de ocorrência de indivíduos da mesma espécie (população) e procura definir a(s)
causa(s) dessas variações. Exemplo: com a caça de jacarés, há um aumento da
população de piranhas resultando, desta forma, em uma variação de ocorrência.
Para um estudo de populações, alguns conceitos são importantes, como o caso
da densidade de populações, sendo definido como o número de indivíduos em
uma determinada área, ou seja, é o tamanho da população em relação a alguma
unidade de espaço. Geralmente é avaliada e expressa como o número de
indivíduos ou a biomassa da população por unidade de área e de volume.

Fórmula da densidade (Foto: Colégio Qi)

A densidade pode ser expressa, por exemplo, em número de indivíduos


por km2 (populações terrestres) ou m3(populações aquáticas).

Quatro fatores influenciam a densidade:


Imigração: Número de indivíduos que, vindos de outras áreas, entram na
população;
Emigração: Número de indivíduos que saem da população;
Natalidade: Número de indivíduos que nascem por unidade de tempo;
Mortalidade: Número de indivíduos que morrem.
De modo geral, as taxas de natalidade e de imigração tendem a aumentar
a densidade da população e as taxas de mortalidade e de emigração tendem a

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diminuí-la, sendo assim, a população se encontra em equilíbrio quando a soma


da taxa de natalidade com a de imigração for igual à soma da mortalidade e de
emigração.
NATALIDADE + IMIGRAÇÃO = MORTALIDADE + EMIGRAÇÃO

POTENCIAL BIÓTICO E RESISTÊNCIA AMBIENTAL

O potencial biótico ou reprodutivo é a capacidade inata de uma população


aumentar o número de componentes, em condições ambientais ótimas. O
potencial biótico é bastante variável de uma espécie para outra, podendo ser
muito elevado para algumas e bastante baixa para outras. Na natureza,
entretanto, as populações estão sujeitas à ação conjunta dos fatores limitantes
do crescimento. A soma de todos os fatores que impedem uma população de se
desenvolver na velocidade máxima é denominada resistência do meio.
Participam da resistência do meio a ação de predadores, dos competidores e a
limitação de espaço e de território, além das condições climáticas.
Em um estudo em que cientistas cultivaram uma população de
paramécios (protozoários) em vidros contendo bastante alimento (água e aveia).
Neste trabalho foi observado que o número de indivíduos em função do tempo
forma uma curva em S ou curva signoide.

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Curva demostra que a população cresce inicialmente com velocidade cada vez
maior, caracterizando um crescimento exponencial de acordo com o potencial
biótico. (Foto: Thinkbio)

Quando a população aumenta de forma que a resistência ambiental


começa a interferir, a população continua a crescer, mas de forma desacelerada,
até que finalmente a resistência do meio equilibra o potencial biótico, dessa
forma, a população para de crescer e fica estabilizada.

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Gráfico que demonstra a resistência do meio para o crescimento de uma


determinada espécie. (Foto: Thinkbio)

Comunidade

Na figura abaixo, podemos perceber que no mar existem diversos animais


e vários tipos de plantas. E há também seres muito pequenos - tão pequenos
que só podem ser vistos com aparelhos especiais como os microscópios, que
possuem lentes especiais que ampliam a imagem dos seres observados.
Se colocarmos uma gota da água do mar no microscópio, veremos um
número imenso desses pequenos seres vivos.
Pense quantos organismos diferentes podem ser encontrados num
jardim: grama, roseiras, minhocas, borboletas, besouros, formigas, caracóis,
sabiás, largatixas...
Todos os seres vivos de determinado lugar e que mantêm relações entre
si formam uma comunidade. A comunidade do mar abaixo é composta por
peixes, algas, plantas, os seres microscópios, enfim todas as populações lá
existentes.

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Relações entre os seres vivos e o meio ambiente

Ecologia Ramo da biologia que estuda as interações entre os seres vivos e


o meio onde vivem.
Biótopo Conjunto dos aspectos físicos e químicos de um determinado
ambiente.
Espécie Conjunto de organismos semelhantes, capazes de se cruzar em
condições naturais, produzindo descendentes férteis.
População Conjunto de seres da mesma espécie que habitam determinada
região geográfica.
Comunidades biológicas (Biocenose) Conjunto de seres vivos de
diferentes espécies que coabitam uma mesma região.
Comunidade Clímax Estágio de máxima estabilidade atingido por uma
comunidade durante o seu desenvolvimento.

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Comunidade

Comunidade ou biocenose é o conjunto dos seres vivos que compartilham


o mesmo biótopo e se relacionam entre si e o meio ambiente em que se inserem.
Compõe-se das diferentes espécies e suas populações existentes num dado
habitat, e pode atingir diversos níveis de complexidade que pode ser observada
a escalas distintas, desde a comunidade de organismos existentes no solo, à
comunidade de organismos que colonizam um tronco de árvore caído, ou a
comunidade de organismos ao nível da floresta, de um lago, rio, etc.

Descrever uma comunidade

Quais as populações que compõem a comunidade e qual o número de


indivíduos que cada população possui? Para descrever uma comunidade
interessa-nos fazer o inventário das espécies ou grupos taxonómicos presentes.
O nível de diversidade de espécies da comunidade vai indicar a sua riqueza
específica. Para fazer esse inventário são aplicadas técnicas de amostragem
diversas que variam de acordo com o organismo em estudo. Por exemplo, para
fazer um inventário da comunidade de plantas amostra-se a diversidade de
espécies por área. Para estudar animais adoptam-se técnicas de amostragem
diferentes de acordo com fatores como a densidade populacional, o grau de
mobilidade do animal no território, o uso que faz do habitat, etc. Depois da
inventariação, calcula-se a abundância relativa das espécies encontradas e
define-se assim quais são as espécies dominantes, ou seja, aquelas cujas
características determinam as condições sob as quais irão viver as restantes
espécies.
A existência de determinados grupos taxonómicos e o seu nível de
abundância permite fazer inferências acerca da diversidade do ecossistema. Em
ecossistemas terrestres existe uma relação estreita entre uma elevada
diversidade de plantas e de insetos, bem como, em sistemas aquáticos é
possível observar que uma elevada riqueza de plâncton vai determinar uma
elevada diversidade de peixes.
Observar as comunidades à macroescala

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Para comparar comunidades podemos organizá-las tendo em conta


características gerais e determinantes, como o clima. O clima e os fatores
abióticos (luz, oxigénio, humidade, etc.) vão determinar as características do
biótopo (deserto, zona tropical, floresta, montanha, etc.). Espécies com
requisitos ecológicos semelhantes vão ocupar o mesmo biótopo. Existem
também zonas de transição entre biótopos e entre comunidades. Estas são as
faixas de território com uma maior riqueza de espécies.
Nos ecossistemas terrestres, são as espécies dominantes que dão o
nome ao ecossistema: carvalhal, pinhal, faial, etc. Quando a espécie dominante
começa a rarear, consideramos que nos afastamos do centro do ecossistema e
nos aproximamos do limite da comunidade. Em sistemas aquáticos são as
condições físicas, como a luz ou a salinidade, que determinam a designação do
ecossistema (zona fótica, zona betónica, etc.).

O que é biodiversidade?

O termo biodiversidade - ou diversidade biológica - descreve a riqueza e


a variedade do mundo natural. As plantas, os animais e os microrganismos
fornecem alimentos, remédios e boa parte da matéria-prima industrial
consumida pelo ser humano.
Para entender o que é a biodiversidade, devemos considerar o termo em
dois níveis diferentes: todas as formas de vida, assim como os genes contidos
em cada indivíduo, e as inter-relações, ou ecossistemas, na qual a existência
de uma espécie afeta diretamente muitas outras.
A diversidade biológica está presente em todo lugar: no meio dos
desertos, nas tundras congeladas ou nas fontes de água sulfurosas.
A diversidade genética possibilitou a adaptação da vida nos mais
diversos pontos do planeta. As plantas, por exemplo, estão na base dos
ecossistemas.
Como elas florescem com mais intensidade nas áreas úmidas e quentes,
a maior diversidade é detectada nos trópicos, como é o caso da Amazônia e
sua excepcional vegetação.

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Quantas espécies existem no mundo?

Não se sabe quantas espécies vegetais e animais existem no mundo. As


estimativas variam entre 10 e 50 milhões, mas até agora os cientistas
classificaram e deram nome a somente 1,5 milhão de espécies.
Entre os especialistas, o Brasil é considerado o país da
"megadiversidade": aproximadamente 20% das espécies conhecidas no mundo
estão aqui. É bastante divulgado, por exemplo, o potencial terapêutico das
plantas da Amazônia.

Aproximadamente 20% das espécies conhecidas no mundo estão no


Brasil.

Quais as principais ameaças à biodiversidade?


A poluição, o uso excessivo dos recursos naturais, a expansão da fronteira
agrícola em detrimento dos habitats naturais, a expansão urbana e industrial,
tudo isso está levando muitas espécies vegetais e animais à extinção.
A cada ano, aproximadamente 17 milhões de hectares de floresta tropical
são desmatados. As estimativas sugerem que, se isso continuar, entre 5% e 10%
das espécies que habitam as florestas tropicais poderão estar extintas dentro
dos próximos 30 anos.
A sociedade moderna - particularmente os países ricos - desperdiça
grande quantidade de recursos naturais. A elevada produção e uso de papel, por
exemplo, é uma ameaça constante às florestas.

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A exploração excessiva de algumas espécies também pode causar a sua


completa extinção. Por causa do uso medicinal de chifres de rinocerontes em
Sumatra e em Java, por exemplo, o animal foi caçado até o limiar da extinção.
A poluição é outra grave ameaça à biodiversidade do planeta. Na Suécia,
a poluição e a acidez das águas impede a sobrevivência de peixes e plantas em
quatro mil lagos do país.
A introdução de espécies animais e vegetais em diferentes ecossistemas
também pode ser prejudicial, pois acaba colocando em risco a biodiversidade de
toda uma área, região ou país.
Um caso bem conhecido é o da importação do sapo cururu pelo governo
da Austrália, com objetivo de controlar uma peste nas plantações de cana-de-
açúcar no nordeste do país.
O animal revelou-se um predador voraz dos répteis e anfíbios da região,
tornando-se um problema a mais para os produtores, e não uma solução.

O QUE É A CONVENÇÃO DA BIODIVERSIDADE?

A Convenção da Diversidade Biológica é o primeiro instrumento legal


para assegurar a conservação e o uso sustentável dos recursos naturais. Mais
de 160 países assinaram o acordo, que entrou em vigor em dezembro de 1993.
O pontapé inicial para a criação da Convenção ocorreu em junho de
1992, quando o Brasil organizou e sediou uma Conferência das Nações
Unidas, a Rio-92, para conciliar os esforços mundiais de proteção do meio
ambiente com o desenvolvimento socioeconômico.

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Contudo, ainda não está claro como a Convenção sobre a Diversidade


deverá ser implementada. A destruição de florestas, por exemplo, cresce em
níveis alarmantes.
Os países que assinaram o acordo não mostram disposição política para
adotar o programa de trabalho estabelecido pela Convenção, cuja meta é
assegurar o uso adequado e proteção dos recursos naturais existentes nas
florestas, na zona costeira e nos rios e lagos.

Abordagens da biodiversidade

Uma amostragem de fungos, líquenes e musgos, coletados durante o


Verão de 2008 na floresta do norte de Saskatchewan, perto LaRonge. É um
exemplo de diversidade biológica.

Para os biólogos geneticistas, a biodiversidade é a diversidade


de genes e organismos. Eles estudam processos como mutação, troca de genes
e a dinâmica do genoma, que ocorrem ao nível do DNA e constituem, talvez,
a evolução.
Para os biólogos zoólogos ou botânicos, a biodiversidade não é só
apenas a diversidade de populações de organismos e espécies, mas também a
forma como estes organismos funcionam. Organismos surgem e desaparecem.
Locais são colonizados por organismos da mesma espécie ou de outra. Algumas

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espécies desenvolvem organização social ou outras adaptações com vantagem


evolutiva. As estratégias de reprodução dos organismos dependem do ambiente.
Para os ecólogos, a biodiversidade é também a diversidade
de interações duradouras entre espécies. Isto se aplica também ao biótipo, seu
ambiente imediato, e à ecorregião em que os organismos vivem. Em
cada ecossistema os organismos são parte de um todo, interagem uns com os
outros mas também com o ar, a água e o solo que a cultura humana tem sido
determinada pela biodiversidade, e ao mesmo tempo as comunidades humanas
têm dado forma à diversidade da natureza nos níveis genético, das espécies e
ecológico.
A biodiversidade é fonte primária de recursos,
fornecendo comida (colheitas, animais domésticos, recursos florestais e peixes),
fibras para roupas, madeira para construções, remédios e energia. Esta
"diversidade de colheitas" é também chamada agro biodiversidade.
Os ecossistemas também nos fornecem "suportes de produção"
(fertilidade do solo, polinizadores, decompositores de resíduos, etc.) e "serviços"
como purificação do ar e da água, moderação do clima, controle de inundações,
secas e outros desastres ambientais.
Se os recursos naturais são de interesse econômico para o Homem, a
importância econômica da biodiversidade é também crescentemente percebida.
Novos produtos são desenvolvidos graças a biotecnologias, criando novos
mercados. Para a sociedade, a biodiversidade é também um campo de trabalho
e lucro. É necessário estabelecer um manejo sustentável destes recursos.

Pontos críticos da biodiversidade

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Diversas espécies epífitas numa floresta úmida da América Central. Os


ecossistemas da zona intertropical albergam a maior parte da biodiversidade
mundial atual.
Um "ponto crítico" (hot spot) de biodiversidade é um local com muitas
espécies endêmicas. Ocorrem geralmente em áreas de impacto humano
crescente. Esses impactos estão relacionados com atividades relevantes para a
economia brasileira como a agropecuária, as exportações e
importações, extrativismo e pesca.
A maioria deles está localizada nos trópicos
Alguns deles:
O Brasil tem 1/5 da biodiversidade mundial, com 50 000 espécies
de plantas, 5000 de vertebrados, 10-15 milhões de incets, milhões de micro-
organismos.
A Índia apresenta 8% das espécies descritas, com 47 000 espécies
de plantas e 81 000 de animais.
Biodiversidade: tempo e espaço
A biodiversidade não é estática. É um sistema em
constante evolução tanto do ponto de vista das espécies como também de um
só organismo. A meia-vida média de uma espécie é de um milhão de anos e
99% das espécies que já viveram na Terra estão hoje extintas.
A biodiversidade não é distribuída igualmente na Terra. Ela é, sem dúvida,
maior nos trópicos. Quanto maior a latitude, menor é o número de espécies,
contudo, as populações tendem a ter maiores áreas de ocorrência. Este efeito
que envolve disponibilidade energética, mudanças climáticas em regiões de alta
latitude é conhecido como efeito Rapoport.
Existem regiões do globo onde há mais espécies que outras. A riqueza de
espécies tendem a variar de acordo com a disponibilidade energética, hídrica
(clima, altitude) e também pelas suas histórias evolutivas.

O valor econômico da biodiversidade

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Floresta e exemplo de epifitismo

Ecólogos e ambientalistas são os primeiros a insistir no aspecto


econômico da proteção da diversidade biológica. Deste modo, Edward Osborne
Wilson escreveu em 1992 que a biodiversidade é uma das maiores riquezas do
planeta, e, entretanto, é a menos reconhecida como tal (la biodiversité est l'une
des plus grandes richesses de la planète, et pourtant la moins reconnue comme
telle).
A maioria das pessoas vê a biodiversidade como um reservatório de
recursos que devem ser utilizados para a produção de produtos alimentícios,
farmacêuticos e cosméticos. Este conceito do gerenciamento de recursos
biológicos provavelmente explica a maior parte do medo de se perderem estes
recursos devido à redução da Biodiversidade. Entretanto, isso é também a
origem de novos conflitos envolvendo a negociação da divisão e apropriação dos
recursos naturais.
Uma estimativa do valor da biodiversidade é uma pré-condição necessária
para qualquer discussão sobre a distribuição da riqueza da Biodiversidade. Estes
valores podem ser divididos entre:
valor intrínseco todas as espécies são importantes
intrinsecamente, por uma questão de ética.
valor funcional cada espécie tem um papel funcional
no ecossistema. Por exemplo, predadores regulam a população de presas,
plantas fotossintetizantes participam do balanço de gás carbônico na atmosfera,
etc.
valor de uso direto muitas espécies são utilizadas diretamente
pela sociedade humana, como alimentos ou como matérias primas para
produção de bens.

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valor de uso indireto outras espécies são indiretamente utilizadas


pela sociedade. Por exemplo criar abelhas em laranjais favorece a polinização
das flores de laranja, resultando numa melhor produção de frutos.
valor potencial muitas espécies podem futuramente ter um uso
direto, como por exemplo espécies de plantas que possuem princípios ativos a
partir dos quais podem ser desenvolvidos medicamentos.
Em um trabalho publicado na Nature em 1997, Constanza e
colaboradores estimaram o valor dos serviços ecológicos prestados pela
natureza. A ideia geral do trabalho era contabilizar quanto custaria por ano para
uma pessoa ou mais, por exemplo, polinizar as plantas ou, ainda, quanto custaria
para construir um aparato que servisse como mata ciliar, a fim de evitar o
assoreamento dos rios. O trabalho envolveu vários "serviços" ecológicos e
chegou a uma cifra média de US$ 33.000.000.000.000,00 (trinta e três trilhões
de dólares) por ano, duas vezes o produto interno bruto mundial.

Como medir a biodiversidade?

Do ponto de vista previamente definido, nenhuma medida objetiva isolada


de biodiversidade é possível, apenas medidas relacionadas com propósitos
particulares ou aplicações.
Para os conservacionistas práticos, essa medida deveria quantificar um
valor que é, ao mesmo tempo, altamente compartilhado entre as pessoas
localmente afetadas.
Para outros, uma definição mais abrangente e mais defensável
economicamente, é aquela cujas medidas deveriam permitir a assegurar
possibilidades continuadas tanto para a adaptação quanto para o uso futuro
pelas pessoas, assegurando uma sustentabilidade ambiental. Como
consequência, os biólogos argumentaram que essa medida é possivelmente
associada à variedade de genes. Uma vez que não se pode dizer sempre quais
genes são mais prováveis de serem mais benéficos, a melhor escolha para
a conservação ambiental é assegurar a persistência do maior número possível
de genes.

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ECOLOGIA ANIMAL 53

Para os ecólogos, essa abordagem às vezes é considerada inadequada


e muito restrita.
Inventário de espécies

A Sistemática mede a biodiversidade simplesmente pela distinção entre


espécies. Pelo menos 1,75 milhões de espécies foram descritas; entretanto, a
estimativa do verdadeiro número de espécies existentes varia de 3,6 para mais
de 100 milhões. Diz-se que o conhecimento das espécies e das famílias se
tornou insuficiente e deve ser suplementado por uma maior compreensão das
funções, interações e comunidades. Além disso, as trocas de genes que ocorrem
entre as espécies tendem a adicionar complexidade ao inventário.

A biodiversidade está ameaçada

Durante as últimas décadas, uma grande erosão da biodiversidade vem


sendo observada. A maioria dos biólogos acredita que uma extinção em massa
está a caminho. Apesar de divididos a respeito dos números, muitos cientistas
acreditam que a taxa de perda de espécies é maior agora do que em qualquer
outra época da história da Terra.
Alguns estudos mostram que cerca de 12,5% das espécies de plantas
conhecidas estão sob ameaça de extinção. Alguns dizem que cerca de 20% de
todas as espécies viventes podem desaparecer em 30 anos. Quase todos dizem
que as perdas são decorrentes das atividades humanas, em particular a
destruição dos habitats de plantas e animais.
Alguns justificam a situação não tanto pelo sobre uso das espécies ou
pela degradação do ecossistema quanto pela conversão deles
em ecossistemas muito padronizados (ex.: monocultura seguida
de desmatamento). Antes de 1992, outros mostraram que nenhum direito de
propriedade ou nenhuma regulamentação de acesso aos recursos
necessariamente leva à diminuição dos processos de degradação, a menos que
haja apoio da comunidade.
Entre os dissidentes, alguns argumentam que não há dados suficientes
para apoiar a visão de extinção em massa, e dizem que extrapolações abusivas

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são responsáveis pela destruição global de florestas tropicais, recifes de


corais, mangues e outros habitats ricos. No entanto, esses não encontram base
científica sólida para suas alegações, diante da acumulação de evidências sobre
o intenso declínio na riqueza biológica do planeta e sobre a destruição ou
degradação de inúmeros ecossistemas. Apesar disso, há influentes grupos de
pressão econômica e política que alimentam uma ruidosa controvérsia artificial
no intuito deliberado de confundir a opinião pública.
A domesticação de animais e plantas em larga escala é um fator histórico
de degradação da biodiversidade, gerando a seleção artificial de espécies, onde
alguns seres vivos são selecionados e protegidos pelo homem em detrimento de
outros.

Manuseio da biodiversidade: conservação, preservação e proteção

Nas últimas décadas observou-se uma preocupação crescente com


questões ambientais globais devido principalmente a degradação do meio
ambiente e práticas não-sustentáveis. Apesar de não haver consenso quanto ao
tamanho e ao significado da extinção atual, muitos consideram a biodiversidade
essencial.
Há basicamente dois tipos principais de opções de conservação,
conservação in-situ e conservação ex-situ. A in-situ é geralmente vista como
uma estratégia de conservação elementar. Entretanto, sua implementação é às
vezes impossível. Por exemplo, a destruição de hábitats de espécies raras ou
ameaçadas de extinção às vezes requer um esforço de conservação ex-situ.
Além disso, a conservação ex-situ pode dar uma solução reserva para projectos
de conservação in-situ. Alguns acham que ambos os tipos de conservação são
necessários para assegurar uma preservação apropriada.
Um exemplo de um esforço de conservação in-situ é a construção
de áreas de proteção. Um exemplo de um esforço de conservação ex-situ, ao
contrário, seria a plantação de germoplasma em bancos de sementes. Tais
esforços permitem a preservação de grandes populações de plantas com o
mínimo de erosão genética.
A ameaça da diversidade biológica estava entre os tópicos mais
importantes discutidos na Conferência Mundial da ONU para o desenvolvimento

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sustentável, na esperança de ver a fundação da Global Conservation Trust para


ajudar a manter as coleções de plantas.

Estatuto jurídico da biodiversidade

A biodiversidade deve ser avaliada e sua evolução, analisada (através de

consideração nas decisões políticas. Está começando a receber uma direção


jurídica.
A relação "Leis e ecossistema" é muito antiga e tem consequências
na biodiversidade. Está relacionada aos direitos de propriedade pública e
privada. Pode definir a proteção de ecossistemas ameaçados, mas também
alguns direitos e deveres (por exemplo, direitos de pesca, direitos de caça).
"Leis e espécies" é um tópico mais recente. Define espécies que
devem ser protegidas por causa da ameaça de extinção. Algumas pessoas
questionam a aplicação dessas leis.
"Lei e genes" tem apenas um século. Enquanto a abordagem
genética não é nova (domesticação, métodos tradicionais de seleção de
plantas), o progresso realizado no campo da genética nos últimos 20 anos leva
à obrigação de leis mais rígidas. Com as novas tecnologias da genética e
da engenharia genética, as pessoas estão pensando sobre o patenteamento de
genes, processos de patenteamento, e um conceito totalmente novo sobre o
recurso genético. Um debate muito caloroso, hoje em dia, procura definir se o
recurso é o gene, o organismo, o DNA ou os processos.
A convenção de 1972 da UNESCO estabeleceu que os recursos
biológicos, tais como plantas, eram uma herança comum da humanidade.
Essas regras provavelmente inspiraram a criação de grandes bancos públicos
de recursos genéticos, localizados fora dos países-recursos.
Novos acordos globais (Convenção sobre Diversidade Biológica), dá
agora direito nacional soberano sobre os recursos biológicos (não
propriedade). A ideia de conservação estática da biodiversidade está
desaparecendo e sendo substituída pela ideia de uma conservação dinâmica,
através da noção de recurso e inovação.

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Os novos acordos estabelecem que os países devem conservar a


biodiversidade, desenvolver recursos para sustentabilidade e partilhar os
benefícios resultantes de seu uso. Sob essas novas regras, é esperado que o
bio prospecto ou coleção de produtos naturais tem que ser permitido pelo país
rico em biodiversidade, em troca da divisão dos benefícios.
Princípios soberanos podem depender do que é melhor conhecido
como Access and Benefit Sharing Agreements (ABAs). O espírito da Convenção
sobre Biodiversidade implica num consenso informado prévio entre o país fonte
e o coletor, a fim de estabelecer qual recurso será usado e para quê, e para
decidir um acordo amigável sobre a divisão de benefícios. O bio prospecto pode
vir a se tornar um tipo de Biopirataria quando esses princípios não são
respeitados.
A palavra biodiversidade deriva de diversidade biológica e consiste na
variedade de formas de vida existentes no mundo. Esse conceito foi idealizado
por Walter G. Rosen em 1985, enquanto planejava a realização de um fórum
sobre diversidade biológica na cidade de Washington, Estados Unidos
(FRANCO, 2013). Toda a biodiversidade existente é classificada, atualmente,
em cinco grandes reinos:

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A biodiversidade da natureza. Fotos: Krzysztof


Odziomek (peixes); Geanina Bechea (tucano); Eduard Kyslynskyy (tigre)
e BlackHoleSun Photography(cachoeira) / Shutterstock.com

Monera:bactérias, cianobactérias e arqueobactérias.


Seres unicelulares, procarióticos (material genético disperso no citoplasma, sem
delimitação por membrana). Habitam os mais diversos ambientes, desde fontes
de águas termais de 110ºC ao intestino humano. São decompositoras. Algumas
espécies são utilizadas na indústria alimentícia para produção de iogurtes e
coalhadas (lactobacilos), vinagre (acetobacter), enzimas e aminoácidos, queijo.
Outras estão presentes nas estações de tratamento de esgoto, com a finalidade
de diminuir a carga de matéria orgânica presente no efluente. No trato digestório
de mamíferos ruminantes, possibilitam a digestão da celulose. Importantes para
as plantas, algumas associam-se às leguminosas, fixando o
nitrogênioatmosférico. Muitas espécies, também, são parasitas, sendo a causa
de diversas doenças, como cólera, meningite, tuberculose, coqueluche, dentre
outras.

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Protista: protozoários e algas unicelulares. Seres


unicelulares, eucarióticos (com material genético delimitado por uma membrana
que forma o núcleo) e heterotróficos (não produzem seu alimento). São, em sua
grande maioria, aquáticos, tanto de água doce quanto de água salgada. Fazem
parte do plâncton. Algumas espécies são parasitas humanas, causando doenças
como amebíase, giardíase, leishmaniose, toxoplasmose, dentre outras.
Fungi: fungos. Podem ser uni ou pluricelulares e são eucarióticos. Muito
confundidos com plantas, diferem das mesmas por serem heterotróficos.
Algumas espécies são decompositoras da matéria orgânicas, outras são
parasitas de plantas e animais. Na espécie humana, causa a micose. Na
indústria alimentícia, utilizam-se alguns para a fabricação de bebidas alcoólicas,
no processo de preparação do pão e de algumas variedades de queijos. Alguns
fungos são utilizados como alimento, como é o caso do champignon.
Animalia: animais. Seres pluricelulares, eucarióticos e heterotróficos.
Existem espécies aquáticas e também terrestres. São comumente classificados
como vertebrados (animais que possuem vértebras) e invertebrados (animais
que não possuem vértebras), sendo estes últimos os mais diversos.
Plantae: plantas e algas pluricelulares. São pluricelulares, eucarióticos e
autótrofos, produzindo seu próprio alimento através de um processo
chamado fotossíntese. Habitam ambientes aquáticos e terrestres. Além disso,
são sésseis, incapazes de locomoverem-se.
Estima-se que exista no mundo cerda de 8,7 milhões de espécies de seres
vivos, de acordo com um estudo publicado pela revista científica PLoS Biology.
Destas, 1,2 milhão já foram formalmente descritas.
Infelizmente, toda essa biodiversidade está ameaçada. Segundo o WWF
Brasil, especialistas calculam que entre 0,01 e 0,1% de todas as espécies
existentes são extintas por ano. O crescimento populacional e o consumo
contribuem para esse desastre, levando à destruição dos hábitats e ao comércio
da fauna silvestre, principais causas da queda da população das espécies.
A biodiversidade pode ser classificada em três grandes níveis:
- Diversidade genética: os indivíduos de uma mesma espécie não são
geneticamente iguais entre si. Cada indivíduo é único e possui uma combinação

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de genes que determina seu tamanho, cor e demais caraterísticas. Graças à


diversidade genética, o planeta Terra possui uma grande variedade biológica.
- Diversidade orgânica: nesse nível de classificação, todas as espécies
de seres vivos são classificadas de acordo com sua evolução e suas
características. Seguindo esse pensamento de classificação, cientistas
acreditam que possam existir de 10 a 30 milhões de espécies em nosso planeta.
- Diversidade ecológica: os indivíduos de uma mesma espécie formam
populações, que formam comunidades, que formam ecossistemas, que formam
um bioma. Em todos esses níveis há interação entre os indivíduos com outros
indivíduos e deles com o ambiente em que estão inseridos. São vários
ecossistemas com características únicas e quando eles são ameaçados, todos
os organismos vivos que ali habitam também são ameaçados.
É muito importante lembrar que o ser humano também faz parte dessa
biodiversidade e que, assim como os outros organismos, também interagem em
um ecossistema.

Hot spots

Um ponto crítico ou hotspot ('ponto quente', em inglês) de


biodiversidade é uma região com um importante reservatório de biodiversidade
(alta incidência de espécies endêmicas), que está sob ameaça dos impactos
ambientais causados pela ação humana. A maioria deles se localiza nos
trópicos.
Hotspots são um método para identificar as regiões do mundo onde é
preciso atenção para lidar com a perda de biodiversidade e para orientar os
investimentos em conservação. O conceito, criado pelo ambientalista
inglês Norman Myers em 1988, foi adotado pela organização Conservação
Internacional (CI)como um projeto institucional. A partir de 1989, a CI passou a
conceder de subsídios para organizações não-governamentais e do setor
privado comprometidas a ajudar a proteger hotspots de biodiversidade.
Hoje são reconhecidos 35 hotspots de biodiversidade. Estas áreas já
perderam pelo menos 70% de sua cobertura vegetal original. Neles estão
abrangidos um número elevado de espécies endêmicas, embora sua área total

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corresponda a apenas 2,3% da superfície do planeta. Mais de 50% das espécies


de plantas do mundo e 42% de todas as espécies de vertebrados terrestres são
endêmicas destes hotspots que incluem locais como o Himalaia e o Caribe, as
regiões do Cerrado e da Mata Atlântica no Brasil, Madagascar, na África e as
montanhas do Cáucaso, na Eurasia.
Para se qualificar como um hotspot de biodiversidade, a região deve
atender a dois critérios: deve ter pelo menos 1.500 plantas
vasculares endêmicas, isto é, uma alta porcentagem de plantas não encontradas
outros lugares do planeta. E deve ter 30% ou menos de sua vegetação natural
original. Em outras palavras, deve ser considerada ameaçada.

Onde está a biodiversidade?

Em toda a Terra, de ambientes extremos como os polos a rochas sob a


superfície da Terra ou às nuvens mais altas. Há diferentes padrões de
biodiversidade ao redor do mundo, compostos de reinos biogeográficos
reconhecidos com uma história evolutiva e climática partilhada.
Calcula-se que haja 13 milhões de espécies na Terra (há estimativas que
variam de 2 milhões a 100 milhões de espécies!), mas os cientistas identificaram
apenas em torno de 1,75 milhão até agora. Apenas 16 mil novas espécies são
descritas a cada ano. Somente alguns grupos são bem documentados, entre
eles mamíferos, aves, anfíbios e coníferas.
Certas regiões geográficas são centros tanto de alta diversidade de
espécies (megadiversidade) como de endemismo (espécies exclusivas para
uma determinada localização). Esses 34 hotspots representam apenas 2,3% da
superfície da Terra, mas concentram 50% das plantas e 42% dos vertebrados
do mundo. Frequentemente isolados ou concentrados em regiões de topografia
variável (ilhas, montanhas, penínsulas), eles são particularmente vulneráveis.

Como a biodiversidade nos serve?

Os ecossistemas fornecem-nos:

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> Serviços de provisionamento Eles nos suprem de elementos básicos


para a vida, incluindo alimentação, água potável, madeira, fibras, recursos
genéticos, medicamentos, produtos decorativos e culturais.
> Serviços de regulação Ajudam a manter a qualidade do ar, a purificar
a água, a tratar resíduos e a nos proteger de perigos naturais, erosão, pragas e
doenças. Por exemplo, a biodiversidade dos ecossistemas de áreas úmidas
auxilia na purificação natural da água; as árvores nas cidades reduzem a
poluição do ar.
> Serviços de apoio Processos fundamentais, mas muitas vezes
invisíveis, dos quais todos os outros serviços do ecossistema dependem. Por
exemplo, a produção de alimentos depende da formação do solo, que por sua
vez depende das condições climáticas, bem como de processos químicos e
biológicos.
> Serviços culturais Os benefícios não materiais que as pessoas obtêm
dos ecossistemas por meio de enriquecimento espiritual, reflexão, recreação e
assim por diante. A biodiversidade moldou lendas e inspirou culturas, história e
artes.

Por que os cientistas falam de uma sexta grande extinção?

A partir do registro fóssil, sabemos de cinco grandes extinções que


afetaram a biodiversidade da Terra. Nos últimos 50 anos, a atividade humana
aumentou a taxa de extinção natural, que estaria de 100 a 1.000 vezes maior do
que o registro geológico. Isso é muito maior do que a taxa relativa ao surgimento
de novas espécies, resultando em uma perda líquida de biodiversidade.

Por que estamos perdendo a biodiversidade?

Estamos perdendo espécies a um ritmo alarmante. A União Internacional


para a Conservação da Natureza (IUCN, na sigla em inglês) observa que uma
espécie de ave em oito, um em cada quatro mamíferos, uma entre três coníferas,
um de três anfíbios e seis de sete tartarugas marinhas estão ameaçados de
extinção. Além disso, 75% da diversidade genética das culturas agrícolas foi

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perdida e 75% dos pescados do mundo estão totalmente explorados ou super


explorados.
As causas indiretas da perda de biodiversidade incluem o crescimento da
população e o desenvolvimento econômico. As causas diretas são:
> Perda do hábitat Pode ocorrer naturalmente, através de secas,
doenças, incêndios, vulcões, terremotos e mudanças de temperatura ou
precipitação sazonal. Mas são as mudanças no uso da terra pelas atividades
humanas os principais motores da fragmentação, da degradação e da perda do
hábitat. A agricultura é geralmente a culpada, mas também constam da lista a
construção de infraestrutura, a exploração madeireira, a mineração e a
urbanização rápida. As lavouras representam mais de 25% da superfície
terrestre, excluindo a Antártica.
Nos últimos tempos, as florestas da Terra perderam 40% de sua área; as
áreas úmidas, 50%; os recifes de coral, 20%; os mangues, 35%. A pesca de
profundidade tem causado danos consideráveis ao leito marinho, com a perda
potencial de milhões de espécies.
> Alterações climáticas A distribuição dos animais selvagens e
domesticados e das plantas é sensível à temperatura e à umidade. Por exemplo,
o aquecimento do mar e as mudanças na química da água em razão do
sequestro de carbono natural poderiam fazer a Grande Barreira de Corais da
Austrália perder até 95% de seu coral vivo por volta de 2050; na África, os
elefantes se tornaram altamente vulneráveis aos longos períodos de seca.
> Espécies exóticas invasoras A introdução, acidental ou intencional,
de espécies invasoras de plantas, como o aguapé no Lago Vitória, na África, ou
de animais como o esquilo cinza na Europa, pode ter um impacto devastador
sobre as espécies naturais e cultivadas e os ecossistemas, afora a economia.
Segunda razão mais importante da perda de biodiversidade, essas
espécies interferem na teia de relações e distorcem os serviços prestados pelo
ecossistema, especialmente em ecossistemas isolados. A taxa de introdução de
espécies exóticas e os riscos associados a elas se multiplicaram nos últimos
anos, em razão do crescimento da população humana e do aumento das
viagens, do comércio e do turismo.

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> Sobre-exploração e poluição A caça insustentável, a pesca e a


extração de matérias-primas estão aumentando a pegada ecológica, uma
medida da demanda humana pelos ecossistemas da Terra. A poluição ocorre
quando os seres humanos emitem mais resíduos do que o ecossistema pode
absorver. Gases-estufa, fertilizantes, resíduos agrícolas e tóxicos, todos
perturbam interações e impactam a biodiversidade.

Por que conservar a biodiversidade é importante para a economia e


o desenvolvimento?

O relatório The Economics of Ecosystems and Biodiversity (A Economia


dos Ecossistemas e a Biodiversidade), de 2009, calcula que o valor total da
biodiversidade e de seus serviços é de US$ 33 trilhões por ano, o dobro do valor
da economia mundial.

eólicas, formas de transporte verde, como veículos movidos a hidrogênio, que

ecológicas de construção, agricultura orgânica e ecoturismo.


A biônica é um campo científico crescente, no qual engenheiros, cientistas
e arquitetos estão se voltando para a biodiversidade em busca de inspiração, de
soluções inovadoras e sustentáveis para problemas tecnicamente desafiadores.
A maioria das pessoas mais pobres do mundo, em especial nas zonas
rurais, depende diretamente da biodiversidade para pelo menos 90% de suas
necessidades. Produtos vegetais e animais são comercializados para se obter
itens básicos como sabão, roupas e material escolar. A biodiversidade é também
a base sobre a qual se constroem indústrias locais.
As Metas do Milênio foram estabelecidas pela ONU em 2000 para
promover o desenvolvimento, até 2015, em oito áreas específicas do bem-estar
humano. Garantir a sustentabilidade ambiental é a Meta 7 e inclui um objetivo
específico de redução significativa na taxa de perda de biodiversidade até 2010
o 2010 Biodiversity Target. A conservação da biodiversidade é também um
fator importante na obtenção dos outros objetivos de desenvolvimento, tais como
a erradicação da pobreza extrema e da fome e a igualdade de gênero.

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Como a biodiversidade está ligada à diversidade cultural?

Desde que surgiram, os seres humanos modelaram e administraram a


biodiversidade e o mundo natural, contribuindo para a diversidade de suas
espécies, ecossistemas e paisagens. As culturas, por sua vez, foram moldadas
por seus ambientes naturais.
Hoje, as comunidades indígenas e locais frequentemente desempenham
um papel fundamental na conservação da biodiversidade, mantendo sistemas
complexos de conhecimento e prática. Seus territórios, muitas vezes em áreas
protegidas, estão entre os mais biologicamente diversos do planeta: cobrem até
24% da superfície terrestre e contêm 80% dos ecossistemas ainda saudáveis.

O que a comunidade internacional pode fazer para barrar a perda de


biodiversidade?

> Desenvolver instrumentos internacionais Na Eco-92, no Rio de


Janeiro, líderes mundiais concordaram a respeito da necessidade de uma
estratégia global e dos instrumentos jurídicos para atingir o desenvolvimento
sustentável. Um desses instrumentos foi a Convenção sobre Diversidade
Biológica (CDB), que tem três objetivos principais: conservação da diversidade
biológica; uso sustentável de seus componentes; e partilha justa e equitativa dos
benefícios resultantes do uso dos recursos genéticos.
Hoje, mais de 190 países ratificaram a CDB. Em 2000, a convenção
aprovou o Protocolo de Cartagena sobre Biossegurança para proteger a
biodiversidade dos riscos apresentados pelos organismos vivos modificados. Em
outubro deste ano, os governos concordaram com o novo plano estratégico para
a CDB na Conferência das Partes, realizada em Nagoia (Japão).
Inspirados pelo sucesso do Painel Intergovernamental sobre Mudanças
Climáticas na sensibilização sobre as alterações no clima, os governos estão
considerando agora a ideia de criar uma plataforma intergovernamental sobre a
biodiversidade e os serviços ecossistêmicos (IPBES) para avaliar a perda da

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biodiversidade e seu impacto sobre os serviços do ecossistema e o bem-estar


humano, bem como apoiar a tomada de decisões ligadas ao tema.
> Finanças e biodiversidade Estimativas da diferença entre o
financiamento atual e o que deveria ser feito para atingir os três objetivos da CDB
e o 2010 Biodiversity Target vão de US$ 10 bilhões a US$ 50 bilhões por ano.
> Expandir a cobertura de áreas protegidas Áreas protegidas são
refúgios para a biodiversidade. Englobam trechos de florestas, montanhas,
pântanos, pradarias, desertos, lagos, rios, recifes de corais e oceanos que são
gerenciados para manter a biodiversidade. A maioria das áreas protegidas é
gerida para usos múltiplos, porém compatíveis, incluindo conservação da
biodiversidade, recreação ao ar livre, turismo, proteção de bacias hidrográficas,
manejo florestal, caça e pesca sustentáveis, pesquisa científica e educação
ambiental.
Hoje, aproximadamente 1,1 bilhão de pessoas dependem de áreas
protegidas para sua subsistência. Há mais de 108 mil dessas áreas no mundo,
ocupando 12% da superfície terrestre e 1% do mar. A IUCN espera ampliar essa
cobertura, nos dois casos, para 15%.
> Promover o uso sustentável da biodiversidade A Organização das
Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO, na sigla em inglês)
estima que pelo menos 40% da economia global se baseia na utilização de
recursos biológicos. O uso sustentável dos recursos biológicos renováveis é a
melhor forma de garantir a conservação da diversidade biológica. Além disso, a
conservação do capital biológico pode gerar renda.
> Garantir uma repartição justa e equitativa dos benefícios Extraídos de
plantas, animais, fungos ou microrganismos, os recursos genéticos da Terra
podem ser usados para gerar enormes benefícios, tais como novos remédios.
Os benefícios monetários incluem pagamentos de royalties, taxas de acesso ou
propriedade conjunta dos direitos de propriedade intelectual. Os benefícios não
monetários incluem formação e educação, resultados de pesquisas e
transferência de tecnologia.
O terceiro objetivo da CDB, as Diretrizes de Bonn e o regime internacional
sobre acesso e partilha de benefícios que deverá ser aprovado ainda este ano
encorajarão todos os usuários e fornecedores de recursos genéticos a

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compartilhar o acesso a e a se beneficiar de sua utilização de forma equitativa


e justa. Isso inclui a busca de consentimento prévio e a negociação dos termos
e condições com o fornecedor.

O que são Autótrofos

Autótrofos são os seres vivos que produzem o seu próprio alimento, ou


seja, são capazes de sintetizar compostos orgânicos a partir de compostos
inorgânicos através de fotossíntese ou quimiossíntese.
A palavra "autótrofo" vem dos termos gregos autos = próprio
e trophos= alimentar.
São organismos autótrofos os vegetais, as algas e algumas bactérias.
Estes seres constituem a base de uma cadeia alimentar e servem de alimento
para os demais seres vivos que não são capazes de produzir seu próprio
alimento (heterótrofos).
Numa cadeia alimentar, os seres autótrofos são geralmente denominados
produtores, enquanto que os organismos heterótrofos podem desempenhar o
papel de consumidores ou decompositores.

Seres Autótrofos e a Fotossíntese

A fotossíntese é o processo pelo qual os vegetais, organismos autótrofos,


sintetizam o seu próprio alimento, formando moléculas de glicose que serão
posteriormente usadas para construir e manter as suas atividades celulares.
Fotossíntese é um fenômeno químico em que a energia luminosa é
transformada em energia química, através de uma série de reações químicas
complexas.
A palavra fotossíntese significa compor substâncias a partir da luz, onde
"foto" = luz e "síntese" = sintetizar. Pode ser representada pela seguinte equação
química:
Outros seres autótrofos que não realizam fotossíntese retiram energia de
reações químicas inorgânicas, num processo denominado quimiossíntese.

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Referências

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e a história da biologia da conservação:da preservação da wilderness à
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Distrito Federal, Brasil Tyler Prize. "2001 Tyler Laureates".
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PIRATELLI; FAVORETTO, BELLEMO. Biologia da Conservação - Uma Ciência
Multidisciplinar. [S.l.: s.n.] 23 páginas
Freitas, Marcio Luiz Coelho de. «O valor da biodiversidade.» (PDF).
Universidade Estadual do Amazonas. Consultado em 10 de agosto de 2017
Cristina Vargas Cadermartori. «Extinção em massa e a crise atual da
biodiversidade: Lições do tempo profundo.» (PDF)
Camardelo, Ana Maria Paim (setembro de 2016). «A conservação da
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ambiental por meio dos conselhos municipais.». Universidade de Caxias do Sul,
Brasil. Consultado em 3 de agosto de 2017
Araújo, Miguel (1998). «A avaliação da biodiversidade e conservação» (PDF).
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megadiversidade». www.hottopos.com. Consultado em 10 de agosto de 2017
BLACK, Richard. Pesquisa calcula em 8,7 milhões número de espécies
existentes. BBC News, 2011. Disponível
em: http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2011/08/110824_especies_numer
o_pesquisa_rw.shtm.
FRANCO, José Luiz de Andrade. O conceito de biodiversidade e a história da
biologia da conservação: da preservação da wilderness à conservação da
biodiversidade. História, São Paulo, v.32, n.2, p. 21-48, jul./dez. 2013.
QUAIS são os principais motivos para estarmos perdendo tanta
biodiversidade? Disponível
em: http://www.wwf.org.br/natureza_brasileira/especiais/biodiversidade/motivos
_perda_biodiversidade/.

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ECOLOGIA ANIMAL 68

REIS, Cintia Moreira Ramos. Importância das bactérias para a humanidade.


2009.
SOTO, Yheny. Hábitats en los que prosperan las bactérias. 2009. Disponível
em: http://ventanaalreinomonera.blogspot.com.br/2009/08/habitats-en-los-que-
prosperan-las.html.

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