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RESUMO
O presente artigo é resultado de análise bibliográfica sobre a organização do
espaço amazônico cristalizado no bairro da “Cidade Velha” em Belém do Pará e de
sua relevância para o desenvolvimento cognitivo de crianças do ensino fundamental a
partir de uma proposta didático-metodológica em espaço “não formal” para aproximar
o conhecimento científico de seus conhecimentos do cotidiano.
INTRODUÇÃO
Sabe-se que o universo amazônico é repleto de possibilidades para as mais
diversas discussões, mas um questionamento nos motivou a elaborar o presente
artigo: Como os estudos locais, de bairro, considerando os conhecimentos da vida
cotidiana do aluno podem ser utilizados para construir o conhecimento científico dos
alunos do ensino fundamental? A realidade amazônica é a realidade próxima (vivida)
dos discentes, e o município de Belém do Pará, e em especial o bairro da Cidade
Velha, tem um “papel engrenagem” no processo de organização do espaço
amazônico. Nossa justificativa é decorrente de a Cidade Velha ser o “marco zero”, o
início do povoamento português da capital do Estado do Pará e que deu o ensejo da
ocupação do espaço geográfico, no entanto, é importante desde já destacar que
tradicionalmente já se encontravam povos nessa área como a tribo dos Tupinambás,
só em seguida os portugueses se estabeleceram para controlar o território.
METODOLOGIA
Consideramos o “trabalho em campo” enquanto um método didático importante
para se construir o conhecimento, dado que considera o “além do espaço formal de
ensino” (A escola), considera também a construção do conhecimento através de
espaços não formais de ensino que permite o contato mais direto do aluno com o
ambiente de estudo e a aproximação dos conhecimentos construídos em sala de aula.
Passini (2007, p. 172-176). O trabalho de campo conciliado às salas de aula permite
uma maior sensibilização do conhecimento pelo aluno, principalmente os do ensino
fundamental, dado que, segundo Piaget (1972), as relações espaciais desde o
primeiro estágio, – o de construção do real na criança, que vai de 0 a 2 anos de idade
– o segundo estágio – o “espaço representativo” que surge dos 2 anos de idade em
diante –, o terceiro estágio – o das operações concretas, que surge entre os 7-8 anos
aos 11-12 anos – e o quarto estágio – o das coordenações operatórias, a partir de 11
a 12 anos de idade – são o conjunto de experiências em evolução no discente em que
este percorre para ir além do espaço de vivência cotidiana, da prática concreta (Que
aqui tomamos como o trabalho de campo nesta proposta didático-metodológica) à
reflexão subjetiva do discente.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Analisando essas abordagens se depreende que o papel culminante do Forte
do Castelo é o de um símbolo materializado na paisagem intraurbana da cidade de
Belém do Pará que requer considerar uma interpretação e correlação espaço-temporal
e social das vivências das pessoas que frequentam e convive nesses espaços, local
que reúne elementos de condições histórico-geográfica da cidade de Belém e formas
de ocupação territorial de uma geopolítica de caráter colonial. Este símbolo com
múltiplos papéis ao longo do tempo deve servir para construir o conhecimento do
alunado a partir de trabalho “in loco”, no espaço não formal de ensino, sempre com o
planejamento, supervisão do professor e estabelecimento de objetivos claros.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nosso objetivo foi criar uma proposta didático-metodológica em espaços não
formais de ensino que pudesse servir para os profissionais da educação,
principalmente para a aplicação pelos professores, mas podendo ainda ser aberto o
leque de sua discussão e inclusão da proposta de “aulas de campo” no próprio Projeto
Político-Pedagógico do sistema de ensino, culminando em um aprendizado mais
significativo e estimulante para os estudantes.
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