Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Cláudia Renata
Pereira de Campos
André Corrêa da Silva
de Araujo
C198s Campos, Cláudia Renata Pereira de.
Semiótica / Cláudia Renata Pereira de Campos, André
Corrêa da Silva de Araujo. – Porto Alegre : SAGAH, 2017.
134 p. : il. ; 22,5 cm.
ISBN 978-85-9502-074-0
CDU 81’22
Introdução
A semiótica é a ciência geral dos signos. As reflexões sobre o signo e
a significação vêm desde a Antiguidade, mas você sabia que a sistema-
tização dessas reflexões enquanto ciência ocorreu somente no século
XX? A denominação dessa ciência está ligada à origem grega.
Neste texto, você vai conhecer a história terminológica e epistemoló-
gica da semiótica. A história terminológica apresenta a origem etimo-
lógica da palavra “semiótica” e de outras denominações que surgiram
dessa mesma origem. Já a história epistemológica aborda o processo
de reflexão sobre essa ciência, iniciando com Platão, a partir do diálogo
platônico Crátilo, e indo até o século XX, com diferentes intelectuais.
História terminológica
A Semiótica teve várias denominações ao longo da história da filosofia, des-
dobrando-se em diferentes formas de abordagem. A etimologia da palavra
Semiótica remete ao grego Semeîon – “signo”, e sêma – “sinal” ou “signo”. A
base morfológica das diversas denominações propostas historicamente para
definir a área de estudo do signo, no entanto, provém de Semio, a transliteração
latinizada do grego Semeîon, acrescida dos radicais parentes sema(t) e saman
(NÖTH, 1995).
História epistemológica
A epistemologia, como área da Filosofia, é responsável pelo estudo do conhe-
cimento e das formas de conhecer. Ao estabelecer uma processualidade nos
estudos sobre o Signo, constrói não só uma história da Semiótica, pois aponta
para um panorama das formas de conhecimento e das estratégias utilizadas
para conhecer nos diferentes períodos.
O diálogo Crátilo, de Platão (2001), é o texto básico da filosofia helênica sobre a lingua-
gem. Nele, Crátilo, Sócrates e Hermógenes, discípulo de Sócrates, discutem questões
linguísticas e filosóficas que tiveram grande influência na história do pensamento
linguístico ocidental.
Estruturalismo é uma das principais correntes de pensamento do século XX, que busca
extrair a estrutura do sistema a partir da análise das relações em todos os sentidos.
Considerações finais
As proposições e desdobramentos, ao longo do processo histórico da termino-
logia e da epistemologia semiótica, favoreceram a sua constituição enquanto
ciência. Isso ocorreu devido ao acúmulo de formulações e descobertas sobre
os signos e a significação, a partir de diferentes pensadores que utilizaram
o conhecimento de seu tempo a fim de compreender e explicar o fenômeno.
Esses estudos, desde Platão até o século XIX, possibilitaram uma especiali-
zação do conhecimento a partir de um objeto bem definido, o signo, levando
à constituição de uma ciência, a Semiótica. Essa definição vai possibilitar o
desdobramento em diferentes correntes a partir do século XX, com destaque
para a Semiótica peirceana, a Semiologia de Saussure e a Semiótica Russa.
GREIMAS, A. J.; COURTÉS, J. Dicionário de semiótica. 2. ed. São Paulo: Contexto, 2016.
JAPIASSÚ, H.; MARCONDES, D. Dicionário básico de filosofia. Rio de Janeiro: Zahar, 2006.
NÖTH, W. Panorama da semiótica: de Platão à Peirce. São Paulo: Annablume, 1995.
PLATÃO. Diálogos. 3. ed. Belém: UFPA, 2001. v. 6.
SANTAELLA, L. O que é semiótica. São Paulo: Brasiliense, 1983.
SCHNAIDERMAN, B. Semiótica russa. São Paulo: Perspectiva, 1979.