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por Suzanoo, fonte GameVicio, data 26 Set (2 semanas atrás) editar remover
Resident Evil (chamado de Biohazard no Japão) é um grande divisor de águas na história dos
games. A franquia da Capcom sacramentou o que hoje chamamos de Survival Horror, termo
dado para games de terror e sobrevivência. Se você gostou de Dead Space, Silent Hill, Clock
Tower, Fatal Frame ou até mesmo Left 4 Dead, então agradeça muito à Capcom. Antes de
Resident Evil, a Capcom já havia trabalhando em experiências com games de terror, como o
pouco conhecido Sweet Home (que também coloca o jogador dentro de uma mansão macabra,
cheia de portas trancadas e quebra-cabeças). Dead Space pode ser mais assustador que Resient
Evil 5, mas podemos até dizer que Dead Space nem existiria sem a Capcom.
Sim, a Capcom é mesmo uma empresa de respeito.
Vejamos como a franquia sobreviveu a todos estes anos de zumbis, vírus mutantes e pouca
munição. E eu garanto, aqui você não irá se assustar – tanto.
Lançado para PlayStation e posteriormente para Sega Saturn, o primeiro Resident Evil colocava
o jogador na pele de um membro do time Alpha da força tarefa S.T.A.R.S. (Special Tactics And
Rescue Service), na busca do time Bravo, desaparecido na floresta das imediações de Raccoon
City. O time Bravo tinha como objetivo investigar uma série de assassinatos brutais na região.
Após encontrar o helicóptero do time Bravo, o time Alpha inicia uma varredura na área, até
serem encurralados por cães extremamente ferozes e rápidos, que vão eliminando os membros
do time.
Os poucos sobreviventes do time Alpha batem em retirada, até encontrar uma mansão
aparentemente abandonada. Presos na mansão, o time inicia uma busca por saídas ou algo que
pudesse ajudar a sair da difícil situação. Entretanto, as coisas só pioram...
Durante as primeiras investigações na mansão, o jogador encontra um membro do time Bravo,
Kenneth J. Sullivan, morto. Mais do que isso: Ele estava sendo devorado por um tipo de zumbi.
Cabia aos sobreviventes do time Alpha (Albert Wesker, Chris Redfield, Barry Burton e Jill
Valentine) descobrir de onde veio este zumbi, o que aconteceu com os demais membros do time
Bravo e encontrar um meio de sair desta macabra mansão.
Durante o desenrolar dos fatos, descobre-se que a mansão é local de experimentos ilegais, sob a
liderança do conglomerado médico Umbrella. As pesquisas indicavam a criação de um tipo de
vírus mutagênico chamado T-Virus (Vírus T).
Na parte final do game é revelada a verdadeira identidade de Wesker, como um agente da
própria Umbrella.
O jogador tinha como opção jogar com Chris Redfield ou Jill Valentine. Chris é mais forte,
agüentando melhor as investidas dos inimigos, e também possui maior poder de fogo. Já Jill é
mais ágil, podendo carregar mais itens, além de contar com o item Lockpick, que permite
destrancar fechaduras mais simples sem a necessidade de procurar por chaves.
Durante o game, o jogador podia contar com o apoio esporádico de Barry Burton, especialistas
em armas do time Alpha (ele dá apoio à Jill, fornecendo novas armas ou muinições), ou com
Rebecca Chambers, para-médica do time Bravo (que dá apoio a Chris, curando o personagem
com ervas ou medicamentos). Wesker também dá apoio ao jogador durante o game, em
determinadas situações.
A jogabilidade do game era boa, apresentando uma dificuldade elevada, dada a pouca munição
que o jogador encontrava ao desenrolar da trama, bem como a limitada capacidade de se
carregar itens e a pouca quantidade de itens para recuperar a energia perdida por eventuais
ataques dos monstros.
Soma-se a necessidade constante do jogador ter que revirar a mansão diversas vezes na busca
por itens, como chaves, documentos ou outros itens para dar avanço no game. Por muitas vezes
isso era frustrante, mas servia para obrigar o jogador a passar novamente por locais já visitados.
E nada impedia que na segunda visita algum monstro pudesse saltar do nada contra o jogador,
que, por sua vez, poderia não estar esperando um ataque num lugar onde antes nada havia.
Depois da terceira vez que isso acontecesse, o terror psicológico já estaria fazendo efeito sobre
o jogador.
Os gráficos tridimensionais impressionaram na época, bem como um sistema de loadings dados
através de pequenas animações de portas sendo abertas, no transcorrer de um ambiente para
outro, dando maior fluidez ao game.
Talvez o maior fator negativo do game seja suas animações feitas com filmagens reais, com
atores interpretando os personagens. A interpretação era péssima, dando ares cômicos ao game,
lembrando os “filmes B” de terror.
Até hoje é possível encontrar alguém fazendo menção a esta triste e cômica peculiaridade do
primeiro Resident Evil.
De modo geral, a crítica foi positiva e era claro que o game teria uma continuação.
Vale mencionar que em 2003 foi lançada uma versão re-make do game, para o Game Cube da
Nintendo. Apresentando gráficos soberbos, novas opções e localizações da mansão, adaptações
no enredo original (dando maior seriedade ao game) e a possibilidade de se carregar novas
armas, como punhais e aparelhos de choque.
E, é claro, as filmagens originais foram substituídas por animações em computação gráfica de
alta qualidade. A IGN afirmou que esta versão era “o game mais assustador que já jogamos”.
A versão do Game Cube vendeu sozinha mais de 1,35 milhões de cópias.
Nemesis (ou Last Escape no Japão) é o último game da série Resident Evil para o PlayStation.
Posteriormente ele foi lançado para PC e Dreamcast. Atualmente, há a possibilidade de se
baixar o game na PlayStation Network, para o PlayStation 3 e PlayStation Portable.
O game narra acontecimentos que antecedem os eventos de Resident Evil 2 (mais precisamente,
os eventos entre Resident Evil e Resient Evil 2). Posteriormente, o game narra os eventos que
selam o destino de Raccoon City (pós Resident Evil 2).
Aqui, voltamos a controlar Jill Valentine (do primeiro Resident Evil), na sua fuga da cidade de
Raccoon (após escapar da mansão do primeiro game). Durante sua fuga, encontramos o UBCS
(Umbrella Biohazard Countermeasure Service), um time da Umbrella designado a combater
acidentes biológicos.
No meio da fuga, Jill e o UBCS enfrentam o Nemesis, uma versão “domesticada” do Tyrant
(chefe final do primeiro Resident Evil), sob comando da Umbrella. Além da força do Tyrant
original, Nemesis apresenta habilidades novas para um monstro da série: Corre, sabe usar armas
de fogo e persegue o personagem não importa pra onde ele vá (as famosas transições de
cenário).
Descobre-se que Nemesis tem como objetivo eliminar os membros restantes da S.T.A.R.S., ou
seja, Jill.
No final do game, Raccoon city enfrenta um trágico final: O governo dos Estados Unidos
autoriza a destruição da cidade com um ataque nuclear, com o objetivo de eliminar o perigo do
T-Virus. Assim, as ações da Umbrella tornam-se públicas e a empresa começa a sua decadência.
Ao contrário dos games anteriores, em Nemesis o jogador não pode escolher o personagem com
que quer jogar, sendo obrigado a controlar apenas Jill (em determinados momentos pode-se
controlar Carlos Oliveira, um dos membros do UBCS).
Outra mudança na série é a possibilidade de se enfrentar o chefe final Nemesis em qualquer
momento, já que ele vaga aleatoriamente pela cidade. E mesmo que o jogador elimine-o, ele
será obrigado e enfrenta-lo novamente no final do game. Esta possibilidade de confronto
iminente dá uma sensação de terror a mais ao game.
As novidades também não são poucas. Agora o jogador podia criar suas próprias munições,
através de combinações com outros itens e armas (anteriormente, o jogador apenas melhorava a
arma com itens designados exclusivamente para isso, ou reunia diferentes tipos de ervas para
resultar em melhores medicamentos).
Subir e descer escadas para evitar inimigos também não era mais uma possibilidade. Se antes os
inimigos pareciam não saber usar as escadas (o famoso efeito de parede invisível), agora as
coisas mudam. Em contrapartida, você agora podia circular livremente pelos degraus, sem
precisar apertar o botão de ação para subir ou descer a escada.
O game conta com oito diferentes finais, variando de acordo com as decisões que o jogador
toma em determinados momentos do game.
Se Resident Evil 2 não foi bem recebido pela crítica especializada, o mesmo não vale para
Nemesis. O game recebeu várias notas elevadas e elogios.
A IGN afirmou na época que Nemesis “desdobra maravilhosamente” a história da franquia,
combinada com o “estilo preciso de jogabilidade”. A GameSpot também ressaltou a história da
franquia: “A franquia RE continua refinando uma já excelente história”.
O game serviu de base para o – não tão elogiado – filme Resident Evil: Apocalypse.
Outbreak caracteriza-se pela sua postura voltada para o multiplayer, similar ao que o game Left
4 Dead proporciona.
O game narra a luta de alguns sobreviventes de Raccoon City, entre Resident Evil 2 e Nemesis.
Outbreak permite que vários jogadores atuem ao mesmo tempo no desenrolar de cinco cenários,
com dificuldade que varia de acordo com a quantidade de itens e armas disponíveis.
Os gráficos e jogabilidade são similares ao de Zero, não apresentando grande inovação. Talvez
o destaque seja a possibilidade de comunicação com outros jogadores através de frases
distribuídas pelos botões, cada uma com uma função (como pedir ajuda ou afirmar algum
pedido feito).
A crítica do game também não apresentou grande recepção, com notas medianas, como um 7,2
de 10 da GameSpot e 7,6 de 10 da IGN.
Apesar dessa recepção fraca, o game teve uma continuação.
Por estes fatores, muitos consideram o episódio como o inicio da decadência da franquia,
colocando em segundo plano o fator terror.
A história do game narra o retorno de Leon como protagonista, agora um agente do Serviço
Secreto americano. Seu objetivo é encontrar Ashley Grahan, filha do presidente dos Estados
Unidos, seqüestrada por um culto chamado Los Illuminados.
Leon inicia sua busca nas proximidades de um vilarejo rural da Europa, até descobrir que os
habitantes do local são extremamente hostis, parecendo não estarem dentro de sua sanidade.
Leon, então, é obrigado a abrir caminho entre a horda de civis descontrolados.
Posteriormente, ele é infectado por um tipo de parasita chamada Las Plagas. Adiante, ele
depara-se com Ada Wong e Jack Krauser, seu mentor durante os treinamentos do Serviço
Secreto, além de Luis Sera, pesquisador do culto. Sera fornece documentos que mostram o que
exatamente são os Las Plagas: insetos que permitem controlar a mente dos infectados.
O plano do culto é infectar Ashley e devolve-la ao presidente, para que ela possa infectar os
demais políticos da Casa Branca. Ciente disto, Leon inicia uma corrida contra o tempo para
encontrar a garota, impedir sua contaminação e conseguir extrair o parasita dentro dele, antes
que seja tarde demais.
No final do game, vemos Ada fugindo de helicóptero, levando consigo uma amostra do Las
Plagas.
A jogabilidade do game foi modificada, agora com a câmera fixa atrás de Leon, ligeiramente à
direita (o chamado Shoulder View). O sistema de câmeras semi-fixas não existia mais,
permitindo uma exploração de cenários amplos.
Aproveitando-se disto, o game insere a novidade de miras laser nas armas, dando maior
sensação de profundidade. O game também insere um sistema mais contextual de danos nos
rivais. Dependendo do local onde for atingido, o inimigo irá reagir de maneiras diferentes.
Também foi inserido o sistema de ações contextuais. Dependendo da situação, o jogador
poderia apertar determinado botão para que Leon executasse uma ação correspondente, como
pular uma cerca ou executar um salto mais elaborado. Este recurso é muito utilizado contra as
lutas com os chefes do game, onde um erro pode significar a morte do personagem.
A crítica aclamou o game, concedendo notas elevadas para o mesmo. A revista oficial da
Nintendo (Nintendo Power) e a revista oficial do PlayStation (Official U.S. PlayStation
Magazine) concederam ao game o título de Game do Ano de 2005. O canal G4 chegou a
afirmar que este era o melhor Resident Evil de todos.
A GameSpot condecorou o game com a nota 9,6 de 10, apenas ressaltando pequenos problemas
gráficos e diálogos tolos (piadista), contrastando com o clima do game. Já a GameSpy vai mais
longe e dá a nota máxima ao game, afirmando que você deveria esquecer “tudo o que você sabe
sobre survival horror”, pois Resident Evil 4 “chegou com um estilo completamente novo de
jogabilidade”, apresentando uma “jogabilidade de ação/aventura absolutamente primorosa –
sim, Ação... com A maiúsculo”.
Por fim, a IGN afirma que Resident Evil 4 é “o melhor game de survival horror já feito”, dando
a nota 9,8 de 10.
Muitos consideram Resident Evil 4 o melhor game do Game Cube.
Resident Evil 5 é o último game da franquia até o momento. Carregando consigo o título de
game da franquia que mais vendeu ata hoje (contando mais de 5 milhões de cópias), o game já é
considerado um sucesso comercial.
O game se passa dez anos após os acontecimentos do primeiro Resident Evil, com Chris
Redfield como integrante da BSAA (Bioterrorism Security Assessment Alliance), em missão na
África, com o objetivo de investigar uma possível ameaça terrorista através de armas biológicas.
Em território africano, ele conhece aquela que será sua parceira nas investigações: Sheeva
Alomar. A missão da dupla é investigar, juntamente com outros membros da BSAA, as
intenções de Ricardo Irving, contrabandista que pretendia vender uma espécie de arma biológica
no mercado negro. Ao chegarem ao local onde Irving estaria, a dupla depara-se com uma
multidão ensandecida.
Com o desenrolar dos fatos, a dupla acaba tendo acesso a arquivos que contem a foto de Jill
Valentine, antiga parceira de Chris. Sem saber do que se trata, Sheeva continua dando apoio ao
antigo membro da S.T.A.R.S., até eliminarem toda a horda de inimigos que surgiam. Irving,
durante o conflito, é visto sendo salvo por uma misteriosa figura encapuzada. Durante este
salvamento, Irving deixa para trás documentos indicando um local onde são realizadas
experiências com a tal arma biológica: Um parasita.
Todo o conflito não passa de uma isca para atrair a atenção da BSAA.
Após o conflito, os dois percebem que são os únicos sobreviventes do local.
Chris, então, admite para Sheeva o real motivo de estar nesta missão: Encontrar Jill, dada como
morta após combate contra Wesker.
A partir daí a dupla vai abrindo caminho e descobrindo uma série de segredos e planos de
dominação mundial.
Assim como em Zero, Resident Evil 5 usa um sistema de duplas para o game. A grande
diferença é que aqui, Sheeva é controlada pela inteligência artificial do game na sua totalidade
(ou por um segundo jogador no modo cooperativo) e de maneira conjunta.
Ainda baseando-se no sistema de dupla, os personagens podem trocar itens, como munições,
remédios e outros itens, além de poder curar o parceiro, dando maior importância para a
cooperação.
A câmera é similar a vista em Resident Evil 4, bem como o modo de ações contextuais,
mostrando que a tendência da Capcom é manter a fórmula do tão controverso episódio.
A recepção do game pela crítica especializada foi muito positiva. A Game Informer deu a nota
9,5 de 10, apontando problemas apenas na velha mecânica do game, que impossibilita o jogador
de se mirar e andar ao mesmo tempo (como em Dead Space).
A GameSpot também menciona este problema de mira, além de problemas no modo on line,
como a impossibilidade de se trocar de armas com o parceiro, ganhando a nota 8,5 de 10.
Entretanto, mais do que falar de notas, o grande ponto da recepção ao game está nas acusações
de racismo que o game apresenta.
Em entrevista à revista Computer Games Magazine, o produtor Masachika Kawata afirmou que
“nós [Capcom] estamos no ramo do entretenimento – Não estamos aqui para declarar nossa
opinião política ou qualquer coisa do gênero. É triste que algumas pessoas pensem assim.”.
O editor da Newsweek, N'Gai Croal, afirmou que o trailer do game continha “clássicas imagens
de racismo” (a imagem de um branco musculoso atirando em negros “desumanizados” e
arcaicos não agradou muito).
Indiferente disso, o game segue com boas vendas.
Não sabemos quando a Capcom irá nos entregar outro Resident Evil (por hora, sabe-se que
teremos dois títulos a caminho: Resident Evil: The Darkside Chronicles e Resident Evil
Portable, para Wii e PlayStation Portable, respectivamente), mas é certo que a franquia tem tudo
para continuar nos planos da empresa.
Se o game já não apresenta tantos fatores de survival horror ou não, cabe a cada um dizer. Só
podemos afirmar que a franquia é referência e deverá ser lembrada por muito tempo, por tudo
que ela representa.