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BATERIA

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Ortograf ia - Variações linguísticas
GRAMÁTICA

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DE EXERCÍCIOS

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N E G LI
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G G N E G N
U U S N U G
A A L S A U
G L A
GRAMÁTICA Ao se adaptar o texto, foi introduzida uma vírgula que con-
Ortograf ia - Variações linguísticas traria as normas da língua escrita padrão. Ela ocorre em:

◢ 1. (ACAFE - 2015) Assinale a frase correta quanto à a) “Hoje, as famílias”


modalidade formal escrita da língua portuguesa b) “feijão (0,39%), um alimento básico”
c) “Em contrapartida, o desembolso com aluguel”
a) No entanto, podem-se conseguir maior sucesso ainda d) “nos últimos dez anos, porque um número”
desde que os educadores façam aqui o que os Estados e) “nas despesas, triplicou no período”
Unidos fez lá.
b) A maioria das florestas do Brasil são destruidas pela ◢ 4. (UFSC - 2013)
mão dos homens que derrubam árvores proibidas.
c) Estou ciente de que, caso incorra em quebra de qual- Texto 1
quer um dos compromissos ora assumidos, estarei Old Greenwich, 3 de agosto de 1946.
sujeito às penas estabelecidas na Lei n° 550, de 28 de Clarice,
outubro de 2009. Uma praia com areia preta. Um jardim todo torto, a grama

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d) O motorista que é flagrado embriagado é lhe aplicado cheia de folhas secas. Na frente o mar, com um homem bar-
uma severa multa. bado dando braçadas. A mulher de touca branca olha para
trás dentro d’água, ri do barbado que deve ser seu marido,
◢ 2. (ENEM - PPL - 2009) apesar da barba. A barba fica molhada, colada ao peito, es-
correndo água. Na cabeça ele tem uma touca de meia de
O falecimento de uma criança é um dia de festa. Ressoam mulher. Estamos em 1912. No jardim tem uma árvore, de-
as violas na cabana dos pobres pais, jubilosos entre as lá- baixo da árvore tem uma mesa de vime, em cima da mesa
grimas; referve o samba turbulento; vibram nos ares, fortes, uma máquina, em frente à mesa uma cadeira de vime e em
as coplas dos desafios, enquanto, a uma banda, entre duas cima da cadeira eu. Me sinto feito de vime também.[...]
velas de carnaúba, coroado de flores, o anjinho exposto es- Abraço com muita amizade.
pelha, no último sorriso paralisado, a felicidade suprema da Fernando
volta para os céus, para a felicidade eterna — que é a preo-
cupação dominadora daquelas almas ingênuas e primitivas. Texto 2
CUNHA, Euclides da. Os sertões: campanha de Canudos. Berna, 14 de agosto de 1946.
Edição comemorativa do 90.º ano do lançamento. Fernando,
Rio de Janeiro: Ediouro, 1992, p. 78. A descrição de Old Greenwich começou muito bem, eu
lendo apenas; depois fui entrando em 1912, e entrei em
Nessa descrição de costume regional, é empregada transe – fiquei passeando pela praia com um maillot até os
a) variante linguística que retrata a fala típica do povo tornozelos e com meu lanche numa cestinha; e depois, na
sertanejo. hora do pôr do sol, botei meu chapéu de abas largas até os 2
b) a linguagem científica, por meio da qual o autor denun- olhos, meu vestido comprido de linho bordado e me sentei
cia a realidade brasileira. num banco junto de um homem de bigode e chapéu de pa-
c) a modalidade coloquial da linguagem, ressaltando-se lha. Que maravilha se a gente pudesse mesmo usar o pó do
expressões que traduzem o falar de tipos humanos pirlimpimpim. “Nandinho”, que carta boa a sua. [...]
marginalizados. Um abraço,
d) linguagem literária, na modalidade padrão da língua, Clarice
por meio da qual é mostrado o Brasil não-oficial dos ca- SABINO, Fernando. Cartas perto do coração – Fernando Sabino, Clarice
boclos e do sertão. Lispector. 3. ed. Rio de Janeiro: Record, 2001, p. 42; 52. [Adaptado]
e) variedade linguística típica da fala doméstica, por meio
de palavras e expressões que recriam, com realismo, a Observe os seguintes trechos retirados dos textos 1 e 2.
atmosfera familiar. I. “Que maravilha se a gente pudesse mesmo usar o pó do
pirlimpimpim.” (texto 2)
◢ 3. (FGV/SP - 2012) Leia o seguinte parágrafo, extraí- II. “No jardim tem uma árvore, debaixo da árvore tem uma
do de uma matéria jornalística: mesa de vime [...]” (texto 1)
III. [...] botei meu chapéu de abas largas até os olhos, meu
Hoje, as famílias que vivem na cidade de São Paulo gastam vestido comprido de linho bordado [...]” (texto 2)
uma fatia maior do orçamento com ração para o cãozi-
nho ou o gato de estimação (0,55%) do que com o feijão Assinale a alternativa CORRETA.
(0,39%), um alimento básico. Em contrapartida, o desem- a) Em I, o sujeito de “pudesse” é “a gente”, que poderia es-
bolso com aluguel caiu pela metade nos últimos dez anos, tar oculto sem que isso causasse prejuízo no sentido da
porque um número crescente de famílias teve acesso à casa frase no texto.
própria. Também o peso da prestação do carro zero nas b) Em III, os dois termos sublinhados estão funcionan-
despesas, triplicou no período. do como adjunto adnominal de “chapéu” e “vestido”,
O Estado de S. Paulo, 12/07/2011. Adaptado. respectivamente.
c) De acordo com a variedade padrão da língua portugue- (3) O avanço da fronteira do boi e da soja derruba oito de
sa, em II, seria mais adequado substituir a forma verbal cada dez árvores das florestas de clima da Amazônia.
sublinhada por “possui”, nas duas ocorrências. (4) Subsidiar a recuperação de áreas degradadas é a abor-
d) Em I, a substituição da palavra “mesmo” por “realmen- dagem econômica mais racional.
te” alteraria o sentido da frase. (5) Recuperar custa o dobro do que simplesmente desmatar.
e) Em II, a oração “debaixo da árvore tem uma mesa de (6) Com sua recuperação e uso, a produção de grãos pode
vime” poderia ser substituída por “sobre a mesa de crescer 30% na região sem exigir a derrubada de uma
vime tem uma árvore”, sem prejuízo na organização das única árvore.
informações no texto.
a) (3) (2) (1) (6) (5) (4) d) (3) (1) (4) (6) (2) (5)
◢ 5. (ENEM - 3 APLICACAO - 2016) b) (1) (6) (2) (5) (3) (4) e) (1) (3) (4) (5) (2) (6)
c) (1) (3) (6) (4) (2) (5)
O mistério do brega
◢ 7. (UFABC - 2009)
Famoso no seu tempo, o marechal Schõnberg (1615-90)

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ditava a moda em Lisboa, onde seu nome foi aportugue- Os bondes elétricos começaram a chegar em 1892, também
sado para Chumbergas. Consta que ele foi responsável pelo Rio de Janeiro, e mudaram radicalmente o cotidiano
pela popularização dos vastos bigodes tufados na Metró- urbano. Poucas foram as capitais que não tiveram sua li-
pole. Entre os adeptos estaria o governador da província nha. Eram o passaporte para o mundo, mesmo que este se
de Pernambuco, o português Jerônimo de Mendonça Fur- restringisse aos limites do município. Foram vistos com
tado, que, por isso, aqui ganhou o apelido de Chumbregas medo e admiração. Em “O Bonde e a Cidade”, o paulistano
– variante do aportuguesado Chumbergas. Talvez por ser Oswald de Andrade narra: “Eu tinha notícia pelo pretinho
um homem não muito benquisto na Colônia, o apelido deu Lázaro, filho da cozinheira de minha tia, vinda do Rio, que
origem ao adjetivo xumbrega: “coisa ruim”, “ordinária”. E era muito perigoso esse negócio de eletricidade. Quem pu-
talvez por ser um homem também da folia, surgiu o verbo sesse os pés nos trilhos ficava ali grudado e seria esmagado
xumbregar, que inicialmente teve o sentido de “embriagar- facilmente pelo bonde. Precisava pular.” (...)
-se” e depois veio a adquirir o de “bolinar”, “garanhar”. De- O tal do bonde era meio de transporte democrático. Em uma
dução lógica: de coisa ruim a bebedeira e atos libidinosos, época em que poucos tinham carro, e outros preferiam des-
as palavras xumbrega ou xumbregar chegaram aos anos 60 lizar sobre trilhos a sacolejar em ruas esburacadas, diversas
do século XX na forma reduzida brega, designando locais classes sociais o compartilhavam. No Rio de Janeiro do início
onde se bebe, se bolina e se ouvem cantores cafonas. E o do século passado, propalava-se que a cidade não tinha uma
que inicialmente era substantivo, “música de brega”, aca- rua sequer sem trilhos. O lema era: “Onde chega o bonde,
bou virando adjetivo, “música brega” – numa já distante re- chega o progresso”.
ferência a um certo marechal alemão chamado Schõnberg. (Mariana Albanese: Para não perder o bonde da História)
ARAÚJO, P. C. Revista USP, n. 87, nov. 2010 (adaptado). 3
Observe a frase – “Onde chega o bonde, chega o progres-
O texto trata das mudanças linguísticas que resultaram na so.” – e assinale a alternativa em que o emprego da palavra
palavra “brega”. Ao apresentar as situações cotidianas que destacada está de acordo com a norma padrão
favoreceram as reinterpretações do seu sentido original, o
autor mostra a importância da a) Aonde pára o bonde, pára o progresso.
b) Aonde se perde o bonde, perde-se o progresso.
a) interação oral como um dos agentes responsáveis pela c) Aonde há bonde, há progresso.
transformação do léxico do português. d) Aonde circula o bonde, circula o progresso.
b) compreensão limitada de sons e de palavras para a cria- e) Aonde vai o bonde, vai o progresso.
ção de novas palavras em português.
c) eleição de palavras frequentes e representativas na for- ◢ 8. (ENEM - 2006)
mação do léxico da língua portuguesa.
d) interferência da documentação histórica na constitui- Aula de português
ção do léxico.
e) realização de ações de portugueses e de brasileiros a A linguagem
fim de padronizar as variedades linguísticas lusitanas. na ponta da língua
tão fácil de falar
◢ 6. (UFAM - 2010) Os períodos abaixo (extraídos da e de entender.
revista Veja, de 10/09/2008, p. 113) estão misturados. As- A linguagem
sinale a ordem em que eles devem ficar para que se tenha, na superfície estrelada de letras,
como resultado, um parágrafo bem organizado e coerente. sabe lá o que quer dizer?
Professor Carlos Góis, ele é quem sabe,
(1) Cerca de 16 milhões de hectares de áreas de pasto es- e vai desmatando
tão abandonados na Amazônia. o amazonas de minha ignorância
(2) Para deter esse avanço é vital ocupar áreas já desmatadas. Figuras de gramática, esquipáticas,
atropelam-me, aturdem-me, seqüestram-me. As variações linguísticas reúnem as variantes da língua que
Já esqueci a língua em que comia, foram criadas pelos falantes e são reinventadas a cada dia.
em que pedia para ir lá fora, Essas variações envolvem aspectos históricos, sociais, cul-
em que levava e dava pontapé, turais, geográficos, entre outros. O texto anterior exempli-
a língua, breve língua entrecortada fica uma variação
do namoro com a priminha.
O português são dois, o outro, mistério. a) diastrática. d) diacrônica.
Carlos Drummond de Andrade. Esquecer b) diatópica. e) escatológica.
para lembrar. Rio de Janeiro: José Olympio, 1979 c) diafásica.

No poema, a referência à variedade padrão da língua está ◢ 12. (UNICENTRO - 2013)


expressa no seguinte trecho:
Texto 2
a) “A linguagem / na ponta da língua” (v. 1 e 2).
b) “A linguagem / na superfície estrelada de letras” (v. 5 e 6). existem advogadas. essa por exemplo, é uma adevogada!!!

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c) “[a língua] em que pedia para ir lá fora” (v. 14). e daquelas de porta de cadeiao!!!!!! mas a famosa oab so
d) “[a língua] em que levava e dava pontapé” (v. 15). quer saber mesmo é da mensalidade todo ano!!!!!!
e) “[a língua] do namoro com a priminha” (v. 17).
O conteúdo do texto 2 foi extraído de um comentário onli-
◢ 9. (ACAFE - 2014) Sobre a frase a seguir, é correto ne a uma notícia veiculada na internet. O seu autor utiliza
afirmar, todas as alternativas estão corretas, exceto a: o par “advogadas/adevogada” para expressar sua opinião a
respeito da pessoa mencionada na notícia. A pronúncia da
“Era um belo sábado, uma noite muito agradável onde um segunda expressão desse par representa um exemplo de
lobo ruiva no alto da colina dos Andes, demonstrando estar
solidário ou anunciando sua solidão....” a) metáfora. d) prosódia.
b) neologismo. e) ortoepia.
a) Imprecisão vocabular: “ruiva” em lugar de “uiva” e “so- c) cacoepia.
lidário” em lugar de “solitário”.
b) Os dois verbos seguidos no gerúndio (“demonstrando” ◢ 13. (UFAL - 2010)
e “anunciando”) exprimem ideias contraditórias.
c) Uso inadequado do pronome “onde”. “Havia pequenas casas numa clareira arredondada, agri-
d) Incoerência contextual: “colina” nos Andes. cultura e desmatamento condicionado à corredeira de um
riacho cristalino. Não vi pessoas, apenas a carne de um
◢ 10. (UFAM - 2009) Assinale a opção em que há erro na pequeno macaco fumegando na brasa. Diziam que aquele
conversão da voz passiva analítica na voz passiva sintética: povo ainda era canibal” 4
(anotações de Orlando Vilas Boas).
a) É necessário que sejam garantidos os direitos individu-
ais. É necessário que se garantam os direitos individuais. Qual das opções abaixo pode substituir a oração “Não vi
b) Novas creches seriam construídas. Construir-se-iam pessoas” sem conter desvios da norma culta?
novas creches.
c) Têm sido adotadas medidas enérgicas contra a corrupção. a) Não se viu pessoas.
Têm-se adotado medidas enérgicas contra a corrupção. b) Não viam-se pessoas.
d) Aqui outrora eram organizados vários campeonatos c) Não presenciei às pessoas.
de xadrez. Aqui outrora se organizavam vários cam- d) Não se viram pessoas.
peonatos de xadrez. e) Não haviam pessoas.
e) Já teriam sido publicados os editais. Já se teria publi-
cado os editais. ◢ 14. (UFABC - 2009) Os pronomes estão empregados
de acordo com a norma padrão em:
◢ 11. (UNICHRISTUS - MEDICINA)
a) Os fugitivos agarraram-se e, quanto a suas desgraças e
Aqui, no norte do Paraná, as pessoas chamam a correnteza seus pavores, somaram-as.
do rio de corredeira. Quando a corredeira está forte, é peri- b) Tinham fraqueza, mas resistiram-na.
goso passar pela pinguela, que é uma ponte muito estreita, c) Viram a luz dura e tiveram de afrontar ela de novo.
geralmente, com um tronco de árvore. Se temos muita chu- d) O grupo tinha fome, e aquele preá talvez lhe adiasse
va, a pinguela pode ficar submersa e, portanto, impossibili- a morte.
ta-se a passagem. Mas, se ocorre uma manga de chuva, uma e) Estavam cobertos de farrapos, e um abraço lhes apro-
chuvinha passageira, esse problema deixa de existir. ximou.
TRAVAGLIA, Luiz Carlos. Gramática e interação: uma
proposta para o ensino de gramática no 1o e 2o graus.
◢ 15. (MACKENZIE - 2014) c) retoma variantes dialetais e diastráticas desconectadas
das personagens, de forma que desconstrói o linguajar
Distantes geograficamente, é natural que o português do do homem sertanejo.
Brasil e o de Portugal presentassem, desde o Período Co- d) apresenta uma estrutura linguística própria de varia-
lonial, traços linguísticos que os particularizassem e dife- ções diacrônicas da norma culta, resgatando expres-
renciassem. Não é simples, porém, determinar em que mo- sões tidas como em desuso.
mento isso passou a ocorrer mais fortemente. e) referenda, por meio de neologismos lexicais e morfos-
Os primeiros colonos que para cá vieram (século XVI, prin- sintáticos, a maneira e o ritmo do falar sertanejo.
cipalmente) passaram quase sempre por um processo de
“indianização”, dada a precariedade da estrutura colonial ◢ 17. (UFAM - 2009) Assinale a opção em que não há
do período. A partir, contudo, do final do século XVI ou iní- erro de qualquer natureza:
cio do século XVII, nas áreas centrais da Colônia (Bahia e
Pernambuco), houve núcleos de colonização que não se in- a) Entrou no gabinete recem pintado. O cheiro de tinta
dianizaram, ao menos não intensamente. fresca lhe fez espirrar.
Esses novos colonos sentiam-se como “exilados”, e não b) Lembrei-me que, certa vez, me disseste que a agitação das

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como brasileiros. Procuravam manter a cultura europeia, grandes cidades preferias a paz dos campos. Confirmas?
evitando as influências tropicais. Linguisticamente, essa c) Recomendei-lhes que deixassem bem fechadas a porta
postura parece ter desenvolvido uma norma conservado- e as janelas.
ra, que manteria o falar brasileiro relativamente infenso às d) Ele sempre trazia as unhas o mais aceadas possível.
inovações que se processaram em Portugal. e) Anexo a presente, segue a relação dos títulos em dupli-
Adaptado de Paulo Bearzoti Filho, cata em nossa biblioteca.
em Formação linguística do Brasil.
◢ 18. (UNESP - 2013)
Pela leitura do texto, pode-se afirmar que
a) o português brasileiro apresenta aspectos linguísticos Um boliviano foi preso em São Paulo sob suspeita de matar a
mais conservadores do que o português de Portugal. namorada de 17 anos, da mesma nacionalidade, e tentar con-
b) elementos que diferenciam o português de Portugal e o tratar por R$ 50,00 um carroceiro para se livrar do corpo dela.
português do Brasil podem ser explicados apenas por A prisão ocorreu ontem no Bom Retiro, região central da
fatores geográficos. cidade. De acordo com a Polícia Civil, ele acreditava que es-
c) a mudança linguística é algo imprevisível e dificilmente tava sendo traído pela adolescente. Segundo o boletim de
pode ser explicada por meio de observações analíticas. ocorrência, o suspeito, Jesus Ramiro Quister, de 24 anos,
d) os colonos que vieram para o Brasil no século XVI já en- chamou um carroceiro ao prédio onde morava com a
contraram uma sólida estrutura social e habitacional, justificativa de que ele levaria um sofá. No entanto, ao che-
em pleno desenvolvimento. gar ao local, o homem acabou descobrindo que, na verda-
e) a influência indígena foi maciça nos séculos XVI e XVII, de, o que seria transportado era o cadáver da adolescente 5
por isso foi impossível aos colonos a manutenção de Judith Karen Mendoza Alanoc.
hábitos europeus. (O Estado de S.Paulo, 08.06.2012. Adaptado.)

◢ 16. (UEFS - 2015) A variação da estrutura do trecho destacado não altera o


sentido e está de acordo com a norma-padrão da língua em:
O correr da vida embrulha tudo, a vida é assim: esquenta e
esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta. a) Ao prédio que morava, Jesus Ramiro Quister, de 24
O que ela quer da gente é coragem. O que Deus quer é ver anos, chamou um carroceiro.
a gente aprendendo a ser capaz de ficar alegre a mais, no b) Jesus Ramiro Quister, de 24 anos, chamou um carrocei-
meio da alegria, e inda mais alegre ainda no meio da triste- ro ao prédio que morava.
za! Só assim de repente, na horinha em que se quer, de pro- c) Jesus Ramiro Quister, de 24 anos, chamou um carrocei-
pósito — por coragem. Será? Era o que eu às vezes achava. ro ao prédio em que morava.
ROSA, João Guimarães. Grande Sertão: d) Jesus Ramiro Quister, de 24 anos, chamou um carrocei-
Veredas. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994. p. 449. ro em cujo prédio ambos moravam.
e) Um carroceiro foi chamado ao prédio o qual morava Je-
Analisando-se a linguagem utilizada no texto de Guimarães sus Ramiro Quister, de 24 anos.
Rosa, verifica-se que

a) valoriza a oralidade em detrimento da variação escrita, ANOTAÇÕES


caracterizando a personagem que fala como um indivíduo
com dificuldades para filosofar sobre as coisas da vida.
b) se reproduz uma forma de expressão própria dos escri-
tores nordestinos da modernidade, valorizando o sota-
que de uma classe social.
◢ 19. (ENEM - PPL - 2010) I. No 2º parágrafo, o acento grave foi empregado correta-
mente, pois a forma verbal “foi” exige a preposição “a”,
Maurício e o leão chamado Millôr e o termo “Alemanha” é feminino e precedido de artigo.
Livro de Flavia Maria ilustrado por cartunista nasce II. A forma como as reticências aparecem no 2º parágrafo
como um dos grandes títulos do gênero infantil revela a despreocupação com algumas convenções da
escrita, o que é característico do ambiente virtual.
Um livro infantil ilustrado por Millôr há de ter alguma III. No 3º parágrafo, o termo “bras.” funciona como uma
grandeza natural, um viço qualquer que o destaque de um abreviação de “brasileiros” e está de acordo com a lin-
gênero que invade as livrarias (2 mil títulos novos, todo guagem espontânea que caracteriza as condições de
ano) nem sempre com qualidade. Uma pegada que o afaste produção de comentários em muitas redes sociais.
do risco de fazer sombra ao fato de ser ilustrado por Millôr: IV. No 4º parágrafo, há um desvio de concordância inad-
Maurício - O Leão de Menino (Cosac Naify, 24 páginas, R$ missível em textos veiculados na rede: as formas no
35), de Flavia Maria, tem essa pegada. plural “matamos” e “destruímos” aparecem no mesmo
Disponível em: http://www.revistalingua.com.br. contexto que o termo no singular “a gente”.
Acesso em: 30 abr. 2010 (fragmento).

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Estão CORRETAS, apenas:
Como qualquer outra variedade linguística, a norma-pa- a) I e II. d) II e III.
drão tem suas especificidades. No texto, observam-se mar- b) I, II e IV. e) III e IV.
cas da norma-padrão que são determinadas pelo veículo c) I e III.
em que ele circula, que é a Revista Língua Portuguesa. Entre
essas marcas, evidencia-se ◢ 21. (FUVEST - 2011)
a) a obediência às normas gramaticais, como a concordân- Já na segurança da calçada, e passando por um trecho em
cia em “um gênero que invade as livrarias”. obras que atravanca nossos passos, lanço à queima-roupa:
b) a presença de vocabulário arcaico, como em “há de ter — Você conhece alguma cidade mais feia do que São Paulo?
alguma grandeza natural”. — Agora você me pegou, retruca, rindo. Hã, deixa eu ver...
c) o predomínio da linguagem figurada, como em “um viço Lembro-me de La Paz, a capital da Bolívia, que me pareceu
qualquer que o destaque”. bem feia. Dizem que Bogotá é muito feiosa também, mas
d) o emprego de expressões regionais, como em “tem não a conheço. Bem, São Paulo, no geral, é feia, mas as pes-
essa pegada”. soas têm uma disposição para o trabalho aqui, uma vibra-
e) o uso de termos técnicos, como em “grandes títulos do ção empreendedora, que dá uma feição muito particular à
gênero infantil”. cidade. Acordar cedo em São Paulo e ver as pessoas saindo
para trabalhar é algo que me toca. Acho emocionante ver a
◢ 20. (UPE - 2014) garra dessa gente.
R. Moraes e R. Linsker. Estrangeiros em casa: 6
Brasileiros festejam no Twitter e exaltam uma caminhada pela selva urbanadeSão Paulo.
alemães por comemoração pataxó National Geographic Brasil. Adaptado.

(1) Não foi só pela rivalidade com a Argentina. Os brasilei- Ao reproduzir um diálogo, o texto incorpora marcas de
ros comemoraram o título da Alemanha pela simpatia, oralidade, tanto de ordem léxica, caso da palavra “garra”,
pela humildade e, claro, pelo bom futebol demonstra- quanto de ordem gramatical, como, por exemplo,
do durante a Copa do Mundo no Brasil. Para comple-
tar, eles ainda fizeram uma dança inspirada nos rituais a) “lanço à queima-roupa”. d) “Bogotá é muito feiosa”.
dos índios pataxós em volta da taça para comemorar. b) “Agora você me pegou”. e) “é algo que me toca”.
Os campeões conquistaram de vez a torcida no Twitter. c) “deixa eu ver”.
Veja a seguir como foi a repercussão:
(2) – Se o Brasil fosse campeão estariam dançando Lepo ◢ 22. (UFMG - 2008) Em cada alternativa, no fragmen-
Lepo. Como foi à Alemanha, fizeram uma dança Pataxó... to transcrito de «O recado do morro», de Guimarães Rosa,
(3) – Enquanto os bras. fazem aquelas dancinhas ridículas há duas expressões ou frases destacadas.
em comemoração, os alemães foram lá e valorizaram o
que nem é deles, os índios Pataxós!!! Assinale a alternativa em que NÃO há semelhança de senti-
(4) – Enquanto matamos índios e destruímos aldeias, ale- do entre essas duas expressões ou frases.
mães dançam como os Pataxós. Isso diz um pouco do
fiasco da gente como país. a) De guiador — a pé, descalço — Pedro Orósio [...]. Se-
Disponível em: http://copadomundo.uol.com.br. guindo-o, a cavalo, três patrões, entrajados e de limpo
Acesso em: 15/07/14. Adaptado. aspecto, gente de pessôa.
b) E o sino feria, estalava facas no ar, feito raios. Mas
Sobre a norma linguística utilizada nos comentários de no plem dele se sentia uma alegria maluca e santa,
internautas que ajudam a compor o texto, analise as pro- rompendo salvação, pelas altas glórias.
posições a seguir.
c) — “Ô Catraz, conta alguma novidade! Você viu o ario- pois traz no coração um pouco de cada uma:
plãe?” “— A pois, inda ontem, ele torou avoando p’ra - a amiga, a companheira, a mãe, a esposa, a irmã!
banda de baixo... Passarão de pescoço duro...” (http://www.jgaraujo.com.br/belos3/
d) O Laudelim era alegre e avulso [...] ele entendia o me- a_enfermeira.htm. Acesso em 24/07/2014.)
xe-mexe e o simples dos assuntos, sem precisão de
um muito se explicar... A observação gramatical foi feita CORRETAMENTE em:
a) A expressão “ei-la”, no primeiro verso, é a contração do
◢ 23. (UNEMAT - 2006) verbo haver com o pronome ‘ela’.
b) O último verso do poema resume, sintaticamente,
A gramática do bom humor uma expressão anterior.
Millôr Fernandes c) No primeiro terceto, os pronomes pessoais retomam
o termo “enfermeira”.
Quando os eruditos descobriram a língua, ela já estava d) O termo “sofrer”, na segunda estrofe, tem valor nominal.
completamente pronta pelo povo. Os eruditos tiveram
apenas que proibir o povo de falar errado. (...) ◢ 25. (FGV/SP - 2011)

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As palavras nascem saudáveis e livres, crescem vagabun-
das e elásticas, vivem informes, e dinâmicas. O físico britânico Stephen Hawking (…) já não duvida que
Morrem quando contraem o câncer do significado definiti- aliens existem.
vo e são recolhidas ao CTI dos dicionários. (Planeta, julho de 2010.)
Devemos ser gratos aos portugueses. Se não fossem
eles estaríamos até hoje falando tupi-guarani, uma O que se imagina que circula no nosso Congresso agora se tor-
língua que não entendemos. na um fato: deputados assinam projetos sem saber do que se
Que língua a nossa! A palavra oxítona é proparoxítona. tratam. Depois de desmascarados, nossos representantes co-
(A Bíblia do Caos, In. Revista Língua metem, ainda, a ousadia de mostrarem-se dispostos a cercear
Portuguesa - Ano I, n°01, 2005, p. 15) o direito de a sociedade se manifestar na “casa do povo”.
(IstoÉ, 14.07.2010.)
Com base nos enunciados destacados, assinale a alter-
nativa CORRETA Examinando os trechos não duvida que aliens existem (re-
vista Planeta) e sem saber do que se tratam (revista IstoÉ),
a) Em “uma língua que não entendemos”, Millor Fernan- em face da norma-padrão da língua, pode-se afirmar que
des, de forma implícita, faz uma crítica ao tupi guarani.
b) O uso do imperfeito do subjuntivo na expressão “se não a) ambos apresentam um desvio de concordância verbal, lo-
fossem eles...”, permite dizer que há uma indicação de calizados respectivamente nas palavras existem e tratam.
certeza no enunciado. b) somente no primeiro é que ocorre um desvio de con-
c) O pronome “eles” retoma as palavras “tupi-guarani” cordância verbal, representado pela forma existem. 7
e “portugueses”. c) apenas no segundo é que se observa um desvio de re-
d) Segundo a norma padrão da língua é correto o acrésci- gência verbal, pelo emprego do termo do que se tratam.
mo da expressão “a gente” antes do verbo do enunciado d) ambos exibem um desvio de regência verbal, verifica-
“uma língua que não entendemos”. dos respectivamente nas expressões não duvida que e
e) Há uma pressuposição de que falávamos o tupi-guarani, do que se tratam.
por causa da expressão: “gratos aos portugueses”. e) há tanto desvio de regência, em não duvida que, quanto
de concordância, em do que se tratam.
◢ 24. (FCMMG - 2015)
◢ 26. (ENEM - 2011)
A Enfermeira
Há certos usos consagrados na fala, e até mesmo na escrita,
No seu branco uniforme, ei-la que passa... É a imagem que, a depender do estrato social e do nível de escolaridade
do amor, do sacrifício... e é toda abnegação! do falante, são, sem dúvida, previsíveis. Ocorrem até mes-
Eu a chamo: Nossa Senhora da Coragem, mo em falantes que dominam a variedade padrão, pois, na
de leito em leito, sempre, em peregrinação... verdade, revelam tendências existentes na língua em seu
Vigia do sofrer... Chega, e à sua passagem processo de mudança que não podem ser bloqueadas em
a dor é menos dor, e é menor a aflição... nome de um “ideal linguístico” que estaria representado
Sobre a fronte febril seu gesto é como a aragem, pelas regras da gramática normativa.
sua presença é luz e sombra, é proteção... Usos como ter por haver em construções existenciais (tem
Misto de anjo e mulher, de santa e de heroína, muitos livros na estante), o do pronome objeto na posição
não sei de profissão que em si tanto resuma de sujeito (para mim fazer o trabalho), a não concordância
na glória de se dar nesse árduo e puro afã... das passivas com se (aluga-se casas) são indícios da exis-
É a síntese completa da alma feminina, tência, não de uma norma única, mas de uma pluralidade
de normas, entendida, mais uma vez, norma como conjun- perderam com o passar dos anos, porquanto os dois mais
to de hábitos linguísticos, sem implicar juízo de valor. antigos conhecidos, e preservados até hoje, são o Regimen-
CALLOU, D.Gramática, variação e normas. In: VIEIRA, to de Munich, publicado em 1509, e o de Évora, datado de
S. R.; BRANDÃO, S. (Org.). Ensino de gramática: 1517. Dom João II, hábil político, soube transferir o conhe-
descrição e uso. São Paulo: Contexto, 2007 (fragmento). cimento científico e técnico restrito a um pequeno círcu-
lo de sábios para empreendimentos econômicos e sociais
Considerando a reflexão trazida no texto a respeito da mul- mais amplos, por meio de expedientes administrativos,
tiplicidade do discurso, verifica-se que educacionais e financeiros. Destarte, mais bem prepara-
dos, os portugueses conseguiram superar o terrível obstá-
a) estudantes que não conhecem as diferenças entre lín- culo da fúria oceânica do cabo das Tormentas, dobrando-o
gua escrita e língua falada empregam, indistintamente, em 1488 com a expedição de Bartolomeu Dias. Doravante,
usos aceitos na conversa com amigos quando vão ela- para os lusitanos, aquele seria o cabo da Boa Esperança.
borar um texto escrito. Shozo Motoyama, em Prelúdio para
b) falantes que dominam a variedade padrão do português uma história: ciência e tecnologia no Brasil
do Brasil demonstram usos que confirmam a diferença

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entre a norma idealizada e a efetivamente praticada, Assinale a alternativa INCORRETA.
mesmo por falantes mais escolarizados. a) A palavra acidental apresenta outra possibilidade de
c) moradores de diversas regiões do país que enfrentam grafia, com o mesmo sentido: “incidental”.
dificuldades ao se expressarem na escrita revelam a b) junta faz referência à ideia de reunião, comissão.
constante modificação das regras de emprego de pro- c) A conjunção para denota noção de finalidade, seme-
nomes e os casos especiais de concordância. lhante a que denota a expressão “a fim de”.
d) pessoas que se julgam no direito de contrariar a gramá- d) Doravante denota ideia semelhante, no trecho em que
tica ensinada na escola gostam de apresentar usos não a palavra está empregada, a “daí em diante”.
aceitos socialmente para esconderem seu desconheci- e) círculo expressa ideia de assembleia ou sociedade, que
mento da norma-padrão. poderiam ser sinônimas da palavra empregada no texto.
e) usuários que desvendam os mistérios e sutilezas da lín-
gua portuguesa empregam formas do verbo ter quando, ◢ 29. (UFABC - 2007)
na verdade, deveriam usar formas do verbo haver, con-
trariando as regras gramaticais. Libra
(23 set. a 22 out.)
◢ 27. (ENEM - 3 APLICACAO - 2014)
Marte e Urano, em seu setor astral de saúde e rotina, anun-
Art. 5º — Todos são iguais perante a lei, sem distinção de ciam oscilações nos planos que fez para o dia de hoje. A Lua
qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos es- em Virgem sugere uma onda de pensamentos repetitivos e
trangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à preocupações insistentes que não só ajudam, como dis- 8
vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade. traem sua atenção. Controle isso para não se acidentar.
Constituição da República Federativa do Brasil. 1988. Disponível em:
www planalto.gov.br. Acesso em: 23 ago. 2011 (fragmento). A redação que recupera a coesão e torna o trecho em des-
taque coerente é:
A objetividade inerente ao gênero lei manifesta-se no alto
grau de formalidade da linguagem empregada. Essas ca- a) que não ajudam só, distraem.
racterísticas são expressas na estruturação do texto por b) que não só não ajudam, como também distraem.
c) que só não ajudam nem distraem.
a) vocábulos derivados por sufixação. d) que não só ajudam e distraem.
b) frases ordenadas indiretamente. e) que não só não ajudam, pois distraem.
c) palavras de sentido literal.
d) períodos simples. ◢ 30. (UFTM - 2013)
e) substantivos compostos.
Horóscopo
◢ 28. (MACKENZIE - 2014)
Áries – Não subestime a sua incapacidade
No ano de 1485, foi convocada uma junta de sábios com Touro – Fique tranquilo em relação à sua própria infelicidade
o propósito de elaborar a codificação da nova navegação Gêmeos – Uma semana vem, outra semana vai
científica, de forma a ser mais bem entendida e praticada Câncer – Alguém telefonará e você atenderá e depois
pelos homens do mar. Uma das decisões parece ter sido desligará
obrigar os pilotos a ler o livro De Sphaera, de Sacrobos- Leão – A solução dos seus problemas só lhe dará tran-
co, para aprender a teoria da esfera celeste. Portanto, não quilidade
foi acidental o fato de surgirem, no final do século XV, al- Virgem – Nem que a tristeza lhe consuma, não morra, não
manaques náuticos e manuais de pilotagem, elaborados esmoreça, sob hipótese nenhuma
em Portugal. Infelizmente, ao que tudo indica, todos eles se É ganhando que se ganha
É empatando que se empata ateu. Ela disse que eu voltei de ateu. Aquela preposição des-
É perdendo que se perde locada me fantasiava de ateu. Como quem dissesse no
É nascendo que se nasce Carnaval: aquele menino está fantasiado de palhaço. Minha
É morrendo que se morre avó entendia de regências verbais. Ela falava de sério. Mas
É vivendo que se “veve” todo-mundo riu. Porque aquela preposição deslocada podia
Libra – A lua em Saturno quer dizer alguma coisa fazer de uma informação um chiste. E fez. E mais: eu acho
Escorpião – Não seja impertinente, você terá nas mãos os que buscar a beleza nas palavras é uma solenidade de amor.
dez dedos de sempre E pode ser instrumento de rir. De outra feita, no meio da
Sagitário – Uma pessoa idosa não fará nenhuma diferença pelada um menino gritou: Disilimina esse, Cabeludinho. Eu
Capricórnio – No entanto, aquele alguém, que goza de saú- não disiliminei ninguém. Mas aquele verbo novo trouxe um
de, poderá pegar uma doença perfume de poesia à nossa quadra. Aprendi nessas férias a
Aquário – No mais será tudo igual, pois o período propicia brincar de palavras mais do que trabalhar com elas. Comecei
Peixes – E tudo se encaminha para um fim de semana com a não gostar de palavra engavetada. Aquela que não pode
apenas dois dias. mudar de lugar. Aprendi a gostar mais das palavras pelo que
(www.vagalume.com.br) elas entoam do que pelo que elas informam. Por depois ouvi

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um vaqueiro a cantar com saudade: Ai morena, não me es-
A canção imita o gênero horóscopo, termo que inclusive é creve / que eu não sei a ler. Aquele a preposto ao verbo ler,
o seu título. Desse gênero, uma marca linguística que nela ao meu ouvir, ampliava a solidão do vaqueiro.
se encontra é BARROS, M. Memórias inventadas:
a infância. São Paulo: Planeta, 2003.
a) a ênfase em verbos e advérbios relativos ao tempo pas-
sado, indicando ações concluídas. No texto, o autor desenvolve uma reflexão sobre diferen-
b) a frase nominal, indicando a prevalência de enunciados tes possibilidades de uso da língua e sobre os sentidos que
de estado em relação aos de ação. esses usos podem produzir, a exemplo das expressões “vol-
c) a inversão sintática, indicando os sentidos dúbios ex- tou de ateu”, “disilimina esse” e “eu não sei a ler”. Com essa
pressos nas estruturas frasais. reflexão, o autor destaca
d) a voz passiva, indicando a intencionalidade de se omitir
o agente das ações verbais. a) os desvios linguísticos cometidos pelos personagens
e) o emprego do verbo no imperativo, indicando o sentido do texto.
de orientação às pessoas. b) a importância de certos fenômenos gramaticais para o
conhecimento da língua portuguesa.
◢ 31. (ENEM 2013) c) a distinção clara entre a norma culta e as outras varie-
dades linguísticas.
Até quando? d) o relato fiel de episódios vividos por Cabeludinho duran-
Não adianta olhar pro céu te as suas férias. 9
Com muita fé e pouca luta e) a valorização da dimensão lúdica e poética presente
Levanta aí que você tem muito protesto pra fazer nos usos coloquiais da linguagem.
E muita greve, você pode, você deve, pode crer
Não adianta olhar pro chão ◢ 33. (ENEM)
Virar a cara pra não ver
Se liga aí que te botaram numa cruz e só porque Jesus De domingo
Sofreu não quer dizer que você tenha que sofrer!
GABRIEL, O PENSADOR. Seja você mesmo (mas não seja — Outrossim?
sempre o mesmo). Rio de Janeiro: Sony Music, 2001 (fragmento). — O quê?
— O que o quê?
As escolhas linguísticas feitas pelo autor conferem ao texto: — O que você disse.
— Outrossim?
a) caráter atual, pelo uso de linguagem própria da internet. — É.
b) cunho apelativo, pela predominância de imagens me- — O que que tem?
tafóricas. — Nada. Só achei engraçado.
c) tom de diálogo, pela recorrência de gírias. — Não vejo a graça.
d) espontaneidade, pelo uso da linguagem coloquial. — Você vai concordar que não é uma palavra de todos os
e) originalidade, pela concisão da linguagem. dias.
— Ah, não é. Aliás, eu só uso domingo.
◢ 32. (ENEM 2012) — Se bem que parece uma palavra de segunda-feira.
— Não. Palavra de segunda-feira é “óbice”.
Cabeludinho — “Ônus”.
— “Ônus” também. “Desiderato”. “Resquício”.
Quando a Vó me recebeu nas férias, ela me apresentou aos — “Resquício” é de domingo.
amigos: Este é meu neto. Ele foi estudar no Rio e voltou de — Não, não. Segunda. No máximo terça.
— Mas “outrossim”, francamente… ber prévio dos estudantes, sua língua familiar e sua cultu-
— Qual o problema? ra característica, para, a partir daí, ampliar seu repertório
— Retira o “outrossim”. linguístico e cultural.
— Não retiro. É uma ótima palavra. Aliás, é uma palavra BAGNO, Marcos. A língua sem erros. Disponível em:
difícil de usar. Não é qualquer um que usa “outrossim”. http://marcosbagno.files.wordpress.com. Acesso em: 5 nov. 2014.
(VERÍSSIMO. L.F. Comédias da vida privada.
Porto Alegre: LP&M, 1996) De acordo com a leitura do texto, a língua ensinada na escola
a) ajuda a diminuir o abismo existente entre a cultura das
No texto, há uma discussão sobre o uso de algumas pala- classes consideradas hegemônicas e das populares.
vras da língua portuguesa. Esse uso promove o(a) b) deve ser banida do ensino contemporâneo, que procura
basear-se na cultura e nas experiências de vida do aluno.
a) marcação temporal, evidenciada pela presença de pala- c) precisa enriquecer o repertório do aluno, valorizando
vras indicativas dos dias da semana. o seu conhecimento prévio e respeitando a sua cultura
b) tom humorístico, ocasionado pela ocorrência de pala- de origem.
vras empregadas em contextos formais. d) tem como principal finalidade cercear as variações

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c) caracterização da identidade linguística dos interlocu- linguísticas que comprometem o bom uso da língua
tores, percebida pela recorrência de palavras regionais. portuguesa.
d) distanciamento entre os interlocutores, provocado pelo e) torna-se, na contemporaneidade, o grande referencial
emprego de palavras com significados poucos conhecidos. de aprendizagem do aluno, que deve valorizá-la em de-
e) inadequação vocabular, demonstrada pela seleção de trimento de sua variação linguística de origem.
palavras desconhecidas por parte de um dos interlo-
cutores do diálogo. ◢ 36. (UNICAMP)
◢ 34. (ENEM) No dia 21 de setembro de 2015, Sérgio Rodrigues, crítico
literário, comentou que apontar um erro de português no
Mandinga — Era a denominação que, no período das gran- título do filme Que horas ela volta? “revela visão curta so-
des navegações, os portugueses davam à costa ocidental da bre como a língua funciona”. E justifica:
África. A palavra se tornou sinônimo de feitiçaria porque “O título do filme, tirado da fala de um personagem, está
os exploradores lusitanos consideram bruxos os africanos em registro coloquial. Que ano você nasceu? Que série você
que ali habitavam — é que eles davam indicações sobre a estuda? e frases do gênero são familiares a todos os brasi-
existência de ouro na região. Em idioma nativo, mandinga leiros, mesmo com alto grau de escolaridade. Será preciso
designava terra de feiticeiros. A palavra acabou virando si- reafirmar a esta altura do século 21 que obras de arte têm
nônimo de feitiço, sortilégio. liberdade para transgressões muito maiores?
(COTRIM, M. O pulo do gato 3. São Paulo: Pretender que uma obra de ficção tenha o mesmo grau de
Geração Editorial, 2009. Fragmento) formalidade de um editorial de jornal ou relatório de firma 10
revela um jeito autoritário de compreender o funciona-
No texto, evidencia-se que a construção do significado da mento não só da língua, mas da arte também.”
palavra mandinga resulta de um(a) (Adaptado do blog Melhor Dizendo. Post completo disponível em http://
www melhordizendo.com/a-que-horas-ela-volta-em-que-ano-estamos-
a) contexto sócio-histórico. -mesmo/. Acessado em 08/06/2016.)
b) diversidade técnica.
c) descoberta geográfica. Entre os excertos de estudiosos da linguagem reproduzidos a
d) apropriação religiosa. seguir, assinale aquele que corrobora os comentários do post.
e) contraste cultural.
a) Numa sociedade estruturada de maneira complexa a
◢ 35. (UEFS) linguagem de um dado grupo social reflete-o tão bem
como suas outras formas de comportamento. (Mattoso
A língua sem erros Câmara Jr., 1975, p. 10.)
b) A linguagem exigida, especialmente nas aulas de lín-
Nossa tradição escolar sempre desprezou a língua viva, fa- gua portuguesa, corresponde a um modelo próprio das
lada no dia a dia, como se fosse toda errada, uma forma classes dominantes e das categorias sociais a elas vin-
corrompida de falar “a língua de Camões”. Havia (e há) a culadas. (Camacho, 1985, p. 4.)
crença forte de que é missão da escola “consertar” a língua c) Não existe nenhuma justificativa ética, política, peda-
dos alunos, principalmente dos que frequentam a escola gógica ou científica para continuar condenando como
pública. Com isso, abriu-se um abismo profundo entre a erros os usos linguísticos que estão firmados no portu-
língua (e a cultura) própria dos alunos e a língua (e a cultu- guês brasileiro. (Bagno, 2007, p. 161.)
ra) própria da escola, uma instituição comprometida com d) Aquele que aprendeu a refletir sobre a linguagem é ca-
os valores e as ideologias dominantes. Felizmente, nos últi- paz de compreender uma gramática – que nada mais
mos 20 e poucos anos, essa postura sofreu muitas críticas é do que o resultado de uma (longa) reflexão sobre a
e cada vez mais se aceita que é preciso levar em conta o sa- língua. (Geraldi, 1996, p. 64.)
◢ 37. (ENEM/2010) deverá reconhecer a grande e rica diversidade do por-
tuguês falado aqui, vencendo, de vez, o mito da língua
Quando vou a São Paulo, ando na rua ou vou ao mercado, única e homogênea.
apuro o ouvido; não espero só o sotaque geral dos nordes- (4) Será preciso incluir, nessa nova política, um combate
tinos, onipresentes, mas para conferir a pronúncia de cada sistemático a todos os preconceitos lingüísticos que
um; os paulistas pensam que todo nordestino fala igual; afetam nossas relações sociais e que constituem pesa-
contudo as variações são mais numerosas que as notas de do fator de exclusão social. E incluir, ainda, um incenti-
uma escala musical. Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do vo permanente à pesquisa científica da complexa reali-
Norte, Ceará, Piauí têm no falar de seus nativos muito mais dade lingüística nacional e à ampla divulgação de seus
variantes do que se imagina. E a gente se goza uns dos ou- resultados, estimulando com isso, por exemplo, um re-
tros, imita o vizinho, e todo mundo ri, porque parece im- gistro mais adequado, em gramáticas e dicionários, da
possível que um praiano de beira-mar não chegue sequer norma-padrão real, bem como das demais variedades
perto de um sertanejo de Quixeramobim. O pessoal do Ca- do português, viabilizando uma comparação sistemá-
riri, então, até se orgulha do falar deles. Têm uns tês doces, tica de todas elas, como forma de subsidiar o acesso
quase um the; já nós, ásperos sertanejos, fazemos um duro escolar (hoje tão precarizado) ao padrão oral e escrito.

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au ou eu de todos os terminais em al ou el – carnavau, Ra- (5) Apesar de termos essas tarefas maiúsculas à frente, foi
queu… Já os paraibanos trocam o l pelo r. José Américo só uma questão minúscula que, a partir de uma grossei-
me chamava, afetuosamente, de Raquer. ra simplificação dos fatos, acabou por tomar corpo em
Queiroz, R. O Estado de São Paulo. prejuízo de todo o resto: a presença de palavras da lín-
09 maio 1998 (fragmento adaptado). gua inglesa em nosso cotidiano.
(6) Uma observação cuidadosa e honesta dos fatos nos
Raquel de Queiroz comenta, em seu texto, um tipo de varia- mostra que, proporcionalmente ao tamanho do nosso
ção linguística que se percebe no falar de pessoas de dife- léxico (composto por cerca de 500 mil palavras), esses
rentes regiões. As características regionais exploradas no estrangeirismos não passam de uma insignificante gota
texto manifestam-se d’água (algumas poucas dezenas) num imenso oceano.
(7) Mostra-nos ainda mais (e aqui um dado fundamental):
a) na organização sintática. muitos deles, pelas próprias ações dos falantes, estão
b) no uso do léxico. já em pleno refluxo (a maioria terá, como em qualquer
c) na estruturação morfológica. outra época da história da língua, vida efêmera).
d) na fonologia. (Carlos Alberto Faraco.
e) no grau de formalidade. Folha de S. Paulo. 13/05/2001.)
O Texto A traz referências à questão da variação lingüística.
◢ 38. (UPE/2008) Quanto ao desenvolvimento desse tema, e com base nas in-
formações dadas no texto, analise as seguintes considerações.
O maiúsculo e o minúsculo 11
I. O Brasil pode ser reconhecido como um espaço geográ-
(1) É lastimável quando alguém simplifica em demasia as fico-cultural que abarca línguas de diferentes origens,
realidades complexas: perde a proporção dos fatos e se embora o português seja, no país, a língua dominante.
põe a fazer afirmações desprovidas de qualquer fun- II. A hegemonia do português de que fala o texto A sig-
damento. Enquanto essas simplificações permanecem nifica a superioridade intrínseca dessa língua em re-
nos limites estritos do idiossincrático, parece não ha- lação às outras aqui faladas. As línguas indígenas, por
ver maiores problemas, afinal cada um acredita naqui- exemplo, são línguas mais pobres que o português.
lo que bem lhe apraz. Contudo, quando essas simplifi- III. Os preconceitos lingüísticos têm funcionado como
cações ultrapassam tais limites e começam a sustentar fatores de discriminação social. Isso se deve ao fato
ações com repercussão para além do idiossincrático, a de que existem grandes simplificações em torno das
situação se torna, no mínimo, preocupante. questões lingüísticas, concretamente, em torno das
(2) É o que tem ocorrido ultimamente com certa discussão variedades do português.
em torno da língua. Nessa área, há, sem dúvida, ques- IV. Pesquisas científicas poderiam fundamentar uma
tões maiúsculas a serem enfrentadas. O Brasil precisa compreensão mais consistente da complexa realidade
desencadear um amplo debate com vista à elaboração lingüística nacional, a qual não se deve render a simpli-
de uma nova política lingüística para si, superando os ficações peculiares a determinados grupos sociais.
efeitos deletérios de uma situação ainda muito mal re- V. A visão de uma língua única e homogênea, com uma
solvida entre nós. norma-padrão devidamente registrada, poderia subsi-
(3) Essa nova política deverá, entre outros aspectos, reco- diar um ensino mais satisfatório e relevante da língua
nhecer o caráter multilingüe do país (o fato de o portu- portuguesa.
guês ser hegemônico não deve nos cegar para as mui-
tas línguas indígenas, européias e asiáticas que aqui se Estão CORRETAS apenas as considerações feitas nos itens:
falam, multiplicidade que constitui parte significativa a) I e II. d) I e IV.
do patrimônio cultural brasileiro). Ao mesmo tempo, b) I e V. e) III, IV e V.
c) I, III e IV.
◢ 39. (ENEM) Nos versos de um menino de 12 anos, o emprego da pa-
lavra “Gerimum” grafada com a letra “g” tem por objetivo
Palavras jogadas fora
Quando criança, convivia no interior de São Paulo com o a) Valorizar usos informais caracterizadores da norma
curioso verbo pinchar e ainda o ouço por lá esporadicamen- nacional.
te. O sentido da palavra é o de “jogar fora” (pincha fora essa b) Confirmar o uso da norma-padrão em contexto da
porcaria) ou “mandar embora” (pincha esse fulano daqui). língua poética.
Teria sido uma das muitas palavras que ouvi menos na capi- c) Enfatizar um processo recorrente na transformação da
tal do estado e, por conseguinte, deixei de usar. Quando in- língua portuguesa.
dago às pessoas se conhecem esse verbo, comumente escuto d) Registrar a diversidade étnica e linguística presente no
respostas como “minha avó fala isso”. Aparentemente, para território brasileiro.
muitos falantes, esse verbo é algo do passado, que deixará e) Reafirmar discursivamente a forte relação do falante
de existir tão logo essa geração antiga morrer. com seu lugar de origem.
As palavras são, em sua grande maioria, resultados de uma
tradição: elas já estavam lá antes de nascermos. “Tradição”,

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etimologicamente, é o ato de entregar, de passar adiante, de GABARITO
transmitir (sobretudo valores culturais). O rompimento da
tradição de uma palavra equivale à sua extinção. A gramática 1. [C] 3. [E] 5. [A] 7. [E] 9. [B]
normativa muitas vezes colabora criando preconceitos, mas
o fator mais forte que motiva os falantes a extinguirem uma 2. [D] 4. [B] 6. [A] 8. [B] 10. [E]
palavra é associar a palavra, influenciados direta ou indireta-
mente pela visão normativa, a um grupo que julga não ser o 11. [B]
seu. O pinchar, associado ao ambiente rural, onde há pouca O texto se inicia circunscrevendo a variação mencionada a
escolaridade e refinamento citadino, está fadado à extinção? uma região: o norte do Paraná. Assim, vemos que se trata de
É louvável que nos preocupemos com a extinção das arari- uma variação regional, ou, em termos mais técnicos, diatópica.
nhas-azuis ou dos micos-leão-dourados, mas a extinção de
uma palavra não promove nenhuma comoção, como não 12. [C] 18. [C] 24. [D] 30. [E] 36. [C]
nos comovemos com a extinção de insetos, a não ser dos
extremamente belos. Pelo contrário, muitas vezes a extin- 13. [D] 19. [A] 25. [E] 31. [D] 37. [D]
ção das palavras é incentivada.
VIARO, M. E. Língua Portuguesa, 14. [D] 20. [D] 26. [B] 32. [E] 38. [C]
n. 77, mar. 2012 (adaptado)
15. [A] 21. [C] 27. [C] 33. [B]
A discussão empreendida sobre o (des)uso do verbo “pin-
char” nos traz uma reflexão sobe a linguagem e seus usos, a 16. [E] 22. [D] 28. [A] 34. [A] 12
partir da qual compreende-se que
17. [C] 23. [E] 29. [B] 35. [C]
a) as palavras esquecidas pelos falantes devem ser descar-
tadas dos dicionários, conforme sugere o título. 39. [C]
b) o cuidado com espécies animais em extinção é mais ur- A questão do preconceito sociocultural está evidenciada no
gente do que a preservação de palavras. segundo parágrafo: "A gramática normativa muitas vezes
c) o abandono de determinados vocábulos está associado colabora criando preconceitos (...). O pinchar, associado ao
a preconceitos socioculturais. ambiente rural, onde há pouca escolaridade e refinamento
d) as gerações têm a tradição de perpetuar o inventário citadino, está fadado à extinção?".
de uma língua. a) ERRADA. O autor entende que as palavras são "resulta-
e) o mundo contemporâneo exige a inovação do vocabu- dos de uma tradição" e que assim, não podem deixar de ser
lário das línguas. transmitidas. Ele critica o fato de permitirmos que palavras
sejam extintas, chamando o leitor para a seguinte reflexão:
◢ 40. (ENEM 2017) "É louvável que nos preocupemos com a extinção das arari-
nhas-azuis ou dos micos-leão-dourados, mas a extinção de
Sítio Gerimum uma palavra não promove nenhuma comoção (...). Pelo con-
Este é o meu lugar [...] trário, muitas vezes a extinção das palavras é incentivada.".
Meu Gerimum é com g b) ERRADA. O autor compara a extinção dos animais com o
Você pode ter estranhado (des)uso das palavras, alertando o leitor para a sua importân-
Gerimum em abundância cia: "É louvável que nos preocupemos com a extinção das ara-
Aqui era plantado rinhas-azuis ou dos micos-leão-dourados, mas a extinção de
E com a letra g uma palavra não promove nenhuma comoção (...). Pelo con-
Meu lugar foi registrado. trário, muitas vezes a extinção das palavras é incentivada.".
OLIVEIRA, H. D. Língua Portuguesa, n. 88, fev. 2013 (fragmento). d) ERRADA. O texto indica que as palavas, assim como as
tradições, devem ser transmitidas, no entanto, ambas po-
dem extinguir-se em função do seu (des)uso, ou seja elas crítica é o tema central do texto: "O pinchar, associado ao
não duram para sempre. No que respeita ao verbo "pin- ambiente rural, onde há pouca escolaridade e refinamento
char", o autor informa "Aparentemente, para muitos falan- citadino, está fadado à extinção?".
tes, esse verbo é algo do passado, que deixará de existir tão
logo essa geração antiga morrer.". 40. [E]
e) ERRADA. De acordo com o autor não é o mundo con- Enunciado: "(Enem 2017) Nos versos de um menino de 12
temporâneo que exige a inovação do vocabulário, mas sim anos, o emprego da palavra “Gerimum” grafada com a letra
que a extinção das palavras decorre de preconceitos, cuja “g” tem por objetivo".

ANOTAÇÕES

BATERIA DE EXERCÍCIOS · GRAMÁTICA


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