Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Modelos de Laudo Psicológico Psicodiagnóstico
Modelos de Laudo Psicológico Psicodiagnóstico
I – DA ESTRUTURA
Estrutura
O relatório psicológico é uma peça de natureza e valor científicos, devendo conter
narrativa detalhada e didática, com clareza, precisão e harmonia, tornando-se acessível e
compreensível ao destinatário. Os termos técnicos devem, portanto, estar acompanhados
das explicações e/ou conceituação retiradas dos fundamentos teórico-filosóficos que os
sustentam.
O relatório psicológico deve conter, no mínimo, 5 (cinco) itens: identificação, descrição
da demanda, procedimento, análise e conclusão.
1. Identificação
2. Descrição da demanda (essa expressão estava em laudo)
3. Procedimento
4. Análise
5. Conclusão
Identificação
É a parte superior do primeiro tópico do documento com a finalidade de identificar:
O autor/relator - quem elabora;
O interessado - quem solicita;
O assunto/finalidade - qual a razão/finalidade.
No identificador AUTOR/RELATOR, deverá ser colocado o(s) nome(s) do(s)
psicólogo(s) que realizará(ão) a avaliação, com a(s) respectiva(s) inscrição(ões) no
Conselho Regional.
No identificador INTERESSADO, o psicólogo indicará o nome do autor do pedido (se a
solicitação foi da Justiça, se foi de empresas, entidades ou do cliente).
No identificador ASSUNTO, o psicólogo indicará a razão, o motivo do pedido (se para
acompanhamento psicológico, prorrogação de prazo para acompanhamento ou outras
razões pertinentes a uma avaliação psicológica).
Descrição da demanda
Esta parte é destinada à narração das informações referentes à problemática apresentada
e dos motivos, razões e expectativas que produziram o pedido do documento. Nesta
parte, deve-se apresentar a análise que se faz da demanda de forma a justificar o
procedimento adotado.
Procedimento
A descrição do procedimento apresentará os recursos e instrumentos técnicos utilizados
para coletar as informações (número de encontros, pessoas ouvidas etc) à luz do
referencial teórico-filosófico que os embasa. O procedimento adotado deve ser
pertinente para avaliar a complexidade do que está sendo demandado.
Análise
É a parte do documento na qual o psicólogo faz uma exposição descritiva de forma
metódica, objetiva e fiel dos dados colhidos e das situações vividas relacionados à
demanda em sua complexidade. Como apresentado nos princípios técnicos, "O processo
de avaliação psicológica deve considerar que os objetos deste procedimento (as
questões de ordem psicológica) têm determinações históricas, sociais, econômicas e
políticas, sendo as mesmas elementos constitutivos no processo de subjetivação. O
DOCUMENTO, portanto, deve considerar a natureza dinâmica, não definitiva e não
cristalizada do seu objeto de estudo".
Nessa exposição, deve-se respeitar a fundamentação teórica que sustenta o instrumental
técnico utilizado, bem como princípios éticos e as questões relativas ao sigilo das
informações. Somente deve ser relatado o que for necessário para o esclarecimento do
encaminhamento, como disposto no Código de Ética Profissional do Psicólogo.
O psicólogo, ainda nesta parte, não deve fazer afirmações sem sustentação em fatos e/ou
teorias, devendo ter linguagem precisa, especialmente quando se referir a dados de
natureza subjetiva, expressando-se de maneira clara e exata.
Conclusão
Na conclusão do documento, o psicólogo vai expor o resultado e/ou considerações a
respeito de sua investigação a partir das referências que subsidiaram o trabalho. As
considerações geradas pelo processo de avaliação psicológica devem transmitir ao
solicitante a análise da demanda em sua complexidade e do processo de avaliação
psicológica como um todo.
Vale ressaltar a importância de sugestões e projetos de trabalho que contemplem a
complexidade das variáveis envolvidas durante todo o processo.
Após a narração conclusiva, o documento é encerrado, com indicação do local, data de
emissão, assinatura do psicólogo e o seu número de inscrição no CRP.
II - DA LINGUAGEM
O documento deve, na linguagem escrita, apresentar uma redação bem estruturada e
definida, expressando o que se quer comunicar. Deve ter uma ordenação que possibilite
a compreensão por quem o lê, o que é fornecido pela estrutura, composição de
parágrafos ou frases, além da correção gramatical. O emprego de frases e termos deve
ser compatível com as expressões próprias da linguagem profissional, garantindo a
precisão da comunicação, evitando a diversidade de significações da linguagem popular,
considerando a quem o documento será destinado. A comunicação deve ainda
apresentar como qualidades: a clareza, a concisão e a harmonia. A clareza se traduz, na
estrutura frasal, pela sequência ou ordenamento adequado dos conteúdos, pela
explicitação da natureza e função de cada parte na construção do todo. A concisão se
verifica no emprego da linguagem adequada, da palavra exata e necessária. Essa
“economia verbal” requer do psicólogo a atenção para o equilíbrio que evite uma
redação lacônica ou o exagero de uma redação prolixa. Finalmente, a harmonia se
traduz na correlação adequada das frases, no aspecto sonoro e na ausência de
cacofonias.
A linguagem nos documentos deve ser precisa, clara, inteligível e concisa, ou seja,
deve-se restringir pontualmente às informações que se fizerem necessárias, recusando
qualquer tipo de consideração que não tenha relação com a finalidade do documento
específico. Deve-se rubricar as laudas, desde a primeira até a penúltima, considerando
que a última estará assinada, em toda e qualquer modalidade de documento.
(http://www.crprs.org.br/upload/edicao/arquivo11.pdf)
IV – DOS EXEMPLOS
Laudo Psicológico
1- Identificação:
Nome: XXXXXXXXXXX
Data de nascimento: XX/XX/2007 Idade: 9 anos Sexo: masculino
Escolaridade: 4º ano do Ensino Fundamental (Centro Educacional Projetar)
Filiação - Mãe: XXXXXXXXXXXX
Pai: XXXXXXXXXXXX
2 - Descrição da demanda:
3 - Procedimento:
4 - Análise:
5 - Conclusão:
__________________________________ ______________________________
Estagiária de Psicologia Estagiária de Psicologia
______________________________________
Aline Mattos Peruch Rigoni
Psicóloga
CRP: 16ª/1052
AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA
ENTREVISTA
XXXXX é casada, tem 1 filho de 1 ano e 3 meses. Mora com o marido que é XXXXX
trabalha em um XXXXXXX. Mora em casa própria no XXXXXX, seu filho fica no
hotelzinho. É católica; não bebe e não fuma.
Trabalhou na XXXXX. E Comércio durante 6 anos, onde passou por todos os setores do
administrativo, saiu quando estava com 6 meses de gravidez por tinha sofrido um
acidente de carro. Na XXXXXX ficou por 2 anos, saiu para ir para XXXXXX.
Ressaltou as seguintes qualidades positivas: honesta e compromissada. E qualidades
negativas: nervosa e perfeccionista.
Pretensão Salarial: R$ 2.300,00.
Inteligência Geral 25 ME
Atenção Concentrada 98 MS
Legenda:
I – Inferior / MI – Médio inferior / ME– Médio / MS – Médio superior / S – Superior
Conceito: Máximo 100 – Mínimo 0
SÍNTESE DIAGNÓSTICA
3. Características da Sociabilidade:
É exigente com as pessoas, sendo seletiva na escolha das amizades, mas, de um modo
geral, o relacionamento interpessoal é próximo ao grupo e é equilibrado. Inicia o
relacionamento de maneira mais superficial, mas à medida que vai se integrando, seu
comportamento se torna mais empático. De um modo geral, indica boa sociabilidade,
respeitando os limites e a intimidade dos demais.
4. Características da Liderança:
Desloca bastante energia para o trabalho, porém tem dificuldade de agregar pessoas em
torno de objetivos comuns; por ser vista pelos demais como uma pessoa fechada, pode
ser mal interpretada. É uma excelente executora, mas prefere e assume linha de ação
mais rotineira deve ser trabalhada caso venha desenvolver função gerencial. Não tem
características de uma liderança efetiva.
PERSPECTIVA
A candidata demonstra características de personalidade e competências favoráveis para
seu bom desenvolvimento profissional; equilíbrio emocional para ter seus resultados
potencializados. Com grande orientação para ação e resultados.
AÇÕES DE DESENVOLVIMENTO
1) CARACTERÍSTICA:
Firme, Cumpridora de normas e regras.
2) NECESSITA DESENVOLVER:
Melhorar capacidade técnica de Departamento Pessoal.
3) ZONA DE ATENÇÃO:
Rigidez mental.
4) PONTOS FORTES:
Pensamento crítico, criteriosa.
5) AÇÕES:
Reciclagem e aperfeiçoamento; Fazer Curso de Atualização em Rotinas
Trabalhistas.
CONCLUSÃO
01.09.10
_____________________________
Aline Mattos Peruch Rigoni
CRP: 16ª/1052
Avaliação Psicológica
∞
I - Dados pessoais
Nome: XXXXXXXXXXXX Idade: 27 anos
Escolaridade: Administração de Empresas Estado Civil: Casada
Candidato ao cargo: Analista de RH
Telefone: XXXXXXXXXX
II - Dados da Entrevista
XXXXXX é casada, não tem filhos, seu marido é Gerente XXXXXX. É da igreja
católica, não fuma e bebe socialmente. É do Rio de Janeiro e está no estado há 1 ano e
meio.
Atualmente trabalha na Unimed de Vitória e mora sozinha na mesma cidade enquanto o
marido mora em Linhares, desenvolve todas as atividades de recursos humanos e
trabalha lá há 3 meses, relata que quer sair para poder vir para Linhares, ficar junto do
marido. Trabalhou na indústria XXXXX como analista de Recursos Humanos durante 4
anos, onde adquiriu grande experiência com o sistema SAP, entre as atividades que
desenvolveu estão: treinamento e desenvolvimento, recrutamento e seleção,
administração de benefícios, remuneração, comunicação interna e indicadores de RH.
Ressaltou as seguintes qualidades positivas: adaptabilidade e comunicação. E como
qualidades negativas: ansiedade e dificuldade na pontualidade.
Pretensão Salarial: R$ 2.200,00.
GRÁFICO DE RENDIMENTO
190
187
185
180
175 176
172 173
170 171
165
160
1 2 3 4 5
Legenda:
I – Inferior / MI – Médio inferior / ME– Médio / MS – Médio superior / S – Superior
Conceito: Máximo 100 – Mínimo 0
V - Mapeamento de competências
Competência Classificação
Relacionamento ÓTIMO
Interpessoal
Organização BOM
Iniciativa ÓTIMO
Comunicação ÓTIMO
Dinamismo ÓTIMO
Liderança BOM
Agilidade ÓTIMO
VI – Síntese Diagnóstica
3. Características da Sociabilidade:
É uma pessoa discreta tanto nas suas ações quanto no seu comportamento social.
Estabelece suas relações interpessoais, ainda que de maneira mais superficial. Possui
características interessantes ao trabalho em equipe, pois além de ser uma pessoa
confiável está sempre em busca do apoio dos seus pares para a execução de projetos
comuns. Sabe utilizar a simpatia das pessoas, pois utiliza a cortesia na sua comunicação.
4. Características da Liderança:
Suas características indicam um tipo de liderança mais dedicada; preocupada com a
produtividade e a realização das tarefas, procurando envolver todo o grupo em suas
responsabilidades com a produção, mais do que com o relacionamento entre os
membros da equipe.
VII - Conclusão
A candidata é uma pessoa de grande potencial de aptidão e conhecimento; criativa e
dinâmica e com controle emocional adequado. Sua contratação trará retorno à curto
prazo.
Recomendo sua contratação.
_____________________________
Aline Mattos Peruch Rigoni
CRP: 16/1922
07.01.11
LAUDO PERICIAL
1 – IDENTIFICAÇÃO DO RECLAMANTE
Nome: XXXXXX
Data de Nascimento: 28/08/1961
Idade: 51 anos
Estado Civil: Casado
Escolaridade: Ensino Médio Completo
3 – OBJETIVO
Realizar avaliação psicológica no Rte.
4 – PROCEDIMENTOS:
Entrevista e aplicação de testes psicológicos.
Pontuação do
Teste Fatores
Candidato
%
IFP Afago 30
IFP Afiliação 92
IFP Assistência 75
IFP Autonomia 35
IFP Deferência 85
IFP Desempenho 75
IFP Dominância 70
IFP Mudança 60
IFP Ordem 62
IFP Persistência 82
IHS Relacionamento 40
AC Atenção Concentrada 25
HTM Habilidade para o Trabalho
Mental 05
Afago: Apresenta percentil médio baixo, o que indica pouca tendência em buscar apoio
e proteção, sendo que desse modo, precisa de pouca orientação de outrem e tende a ser
mais seguro.
Afiliação: Apresenta percentil elevado. Isto indica que possui forte desejo de dar e
receber afeto de amigos. Pessoas com altos escores nesse fator são frequentemente
caracterizadas por confiança, boa vontade e amor. Gostam de se apegar e ser leais aos
amigos.
Ordem: Apresenta percentil médio alto, o que sugere tendência significativa de colocar
todas as coisas em ordem, manter limpeza e organização, equilíbrio e precisão.
1) Queira o Sr. Perito promover o exame do teste psicológico a que foi submetido o
Autor, validando ou alterando, de maneira fundamentada, o percentual de
aproveitamento obtido.
O Rte foi submetido aos mesmos testes aplicados pela XXXXXX, na ocasião do
processo seletivo conforme Edital nº XXXXX – XXXX/ES, a saber. HTM – Teste de
Habilidade para o Trabalho Mental; AC – Atenção Concentrada; IFP – Inventário
Fatorial de Personalidade; IHS – Inventário de Habilidades Sociais.
A medição deu-se da seguinte forma: Média Geral do IFP + Percentil Geral do IHS +
Percentil do AC + Percentil Geral do HTM / 4. Tendo o Rte obtido o percentual de
aproveitamento de 34,15%.
11 – CONCLUSÃO:
Diante desses dados, observamos que o teste psicológico retrata um momento atual da
vida da pessoa, mesmo os de personalidade, pois um traço de personalidade pode ser
mais evidenciado diante de um fator ambiental precursor de resposta estressora, como
por exemplo, em um concurso, então será detectado como uma característica
inadequada ao perfil profissiográfico, mas ao repetir o teste em outro momento poderá
não ser mais observado o mesmo comportamento. Leite (2011) explana que os exames
psicológicos utilizados nos concursos públicos, em geral, omitem o exame clínico, ou
seja, não realizam a entrevista psicológica e/ou a dinâmica de grupo, ficando
dependentes, exclusivamente dos testes psicológicos, caso do Rte. O que pode gerar um
problema, pois, segundo Leite (2011) pode não considerar os aspectos emocionais do
examinando e as condições apresentadas por ele no momento da aplicação, podendo
desconsiderar as potencialidades do indivíduo que podem estar ofuscadas pelos fatores
emocionais.
Finalmente, conclui-se que, após reaplicação dos testes, o Rte ficou, na avaliação
quantitativa, 0.85% abaixo dos requisitos do edital, considerado uma variação pequena
que pode ser atribuída ao stress e a ansiedade no momento da realização dos testes pelo
mesmo.
Outrossim, ao reputar a avaliação qualitativa do Rte, infere-se que não foi verificada em
sua personalidade, existência de desvio de comportamento incompatível com as
atribuições do cargo, estando o mesmo apto pela avaliação psicológica da perícia.
12 – REFERÊNCIAS:
COELHO, Maria Thereza Ávila et al. O conceito de Saúde Mental. Revista USP, nº43,
p. 100-125, Set/Nov, 1999.