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HISTÓRIA MILITAR NAVAL

7ª Aula para RM2 2016

Curso ADSUMUS

Prof. Vagner Souza


• O Emprego Permanente do Poder Naval:
Sem o Poder Naval não haveria este Brasil que
herdamos de nossos antepassados.
O Poder Naval português, por algum tempo o
luso-espanhol, e, mais tarde, após a Independência, o
brasileiro, foram empregados com a violência
necessária nos conflitos e nas guerras que ocorreram
no passado.
Toda vez que alguém utilizou a força para impor
seus próprios interesses encontrou a oposição de um
Poder Naval que defendeu com eficácia o território e
os interesses que possibilitaram a formação do Brasil.
• O Brasil teve que diversas vezes se impor frente a
falta de conjuntura internacional.
- Guerra Cisplatina
- Guerra de Oribe e Rosas
- Guerra de Aguirre e do Paraguai
- Primeira e Segunda Guerra Mundial
A guerra resulta de conflitos de interesses. Ela
ocorre porque não há um árbitro supremo para
resolver completamente as questões entre os países.
Existem organizações internacionais, como a
Organização das Nações Unidas (ONU) e a
Organização dos Estados Americanos (OEA), por
exemplo, que muito ajudam para evitar a violência e
manter essas questões no campo da diplomacia.
Cabe ao Poder Militar de um país – do qual o
Poder Naval é também um dos componentes – criar
permanentemente uma situação em que seja
inaceitável, para os outros, respaldar seus interesses
conflitantes com o emprego de força.
Isto é, o nosso Poder Militar deve
permanentemente dissuadir os outros países.
A dissuasão é, portanto, uma das principais
formas de emprego permanente do Poder Militar em
tempo de paz,
• Para o Brasil:
- a Amazônia é território nacional;
- o comércio internacional deve ser livre, assim como
o uso do transporte marítimo nas rotas de nosso
interesse;
- a maior parte do petróleo continua sendo extraída
do fundo do mar, sem ingerências de outros países;
- a enorme área compreendida pela Zona Econômica
Exclusiva e pela Plataforma Continental brasileira,
chamada de Amazônia Azul, é controlada pelo País;
- não ocorrem exigências anormais no pagamento de
nossa dívida externa.
Dos componentes do Poder Militar, o Poder
Naval pode ser empregado para exercer persuasão
armada, em tempo de paz, no que se denominou, na
década de 1970, de “emprego político do Poder
Naval”.
Ele pode ser empregado em condições
inigualáveis com outros poderes militares, graças a
seus atributos de: mobilidade, versatilidade de tarefas,
flexibilidade tática, autonomia, capacidade de projeção
de poder e alcance geográfico
• Exemplo de Persuasão Armada:
- Antes da invasão do Afeganistão em outubro de
2001, por exemplo, os americanos deslocaram para
águas internacionais, próximas do local do conflito,
uma poderosa força naval. Influíam assim nos países
da região, sinalizando apoio aos aliados, dissuadindo
as ações dos que lhes eram hostis e favorecendo o
apoio dos indecisos.
• Classificação:
Os tipos de persuasão naval, específicos do
emprego do Poder Naval em tempo de paz,
classificados quanto aos modos em que os efeitos
políticos se manifestam são:
– sustentação;
– dissuasão; Se manifestam comportamentalmente
– coerção: Positiva ou Compelente
Negativa ou Deterrente
Na crise da década de 1960, chamada de Guerra da
Lagosta.
• A percepção do Poder Naval:
Como toda percepção, a do Poder Naval
depende das capacidades que são visíveis ao
observador.
Esse observador está embebido num contexto
político, doméstico, regional e internacional, que não
apenas molda suas reações, como também influi na
própria percepção.
Enquanto numa guerra preponderam as
qualidades reais dos meios empregados, que decidem
os resultados das ações militares, em situação de paz
ou conflitos de natureza limitada, as ameaças são
medidas em termos de previsões e comparações.
Essas previsões se baseiam nos dados
quantitativos e qualitativos ao alcance do observador.
Os países desenvolvidos têm, em geral, maior
capacidade para avaliar as verdadeiras ameaças
resultantes do Poder Militar, tanto quanto de
disseminar informações favoráveis a si.
O prestígio de uma Marinha sempre foi um dos
atributos mais importantes para a percepção do Poder
Naval. O prestígio está principalmente baseado nas
capacidades “visíveis” e pode levar a necessidade de
demonstrar permanente superioridade.
Os casos:
- do Cruzador russo Askold e o Cruzador HMS
Amphritite em 1902;
- da crise provocada pelos mísseis que a União
Soviética pretendia instalar em Cuba, em 1962; e
- do conflito pela posse das Ilhas Falklands(Malvinas),
em 1982.
• O emprego permanente do Poder Naval:
Táticas podem ser descritas para a persuasão naval.
Essas táticas são as diversas formas de emprego das
forças navais para alcançarem resultados políticos em
tempo de paz. Elas são:
- demonstração permanente do Poder Naval;
- posicionamentos operativos específicos;
- auxílio naval;
- visitas operativas a portos; e
- visitas específicas de boa vontade.
O Poder Naval brasileiro é empregado em
tempo de paz de diversas maneiras, podendo-se
destacar:
– as operações com Marinhas aliadas, como a
Operação Unitas, com a Marinha dos Estados Unidos
e de países sul-americanos; a Operação Fraterno,
com a Armada da República Argentina; e muitas
outras;
– a participação em diversas missões de paz,
transportando as tropas ou através de seus fuzileiros
navais, como em São Domingos, Angola,
Moçambique, Nicarágua e Haiti;
– e as viagens de instrução do navio-escola e as
visitas a portos estrangeiros, “mostrando a bandeira”.
A análise do passado demonstra a
necessidade do emprego permanente do Poder
Naval. Para o Brasil, é importante manter um
Poder Naval capaz de inibir interesses
antagônicos e de conservar a paz como
desejada pelos brasileiros.

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