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CURSO DE PEDAGOGIA
Ribeirão Preto
2021
na tentativa de realizar uma curadoria
que fosse repertório do projeto para a
educação infantil com a temática
antirracista
uma aluna do grupo lembra da bailarina
de Degas
uma criança, menina, preta, se
expressando através da dança
Edgar Degas, 'Bailarina de catorze anos', 1880, acervo MASP, doação Alberto Alves
Filho, Alberto José Alves e Alcino Ribeiro de Lima, 1954
presa
era presa
Sobre a bailarina na caixa de vidro: “A mostra é acompanhada por fotografias em preto e branco
das esculturas, em grandes dimensões, feitas especialmente para a mostra por Sofia Borges. A
artista trabalhou ao longo de 2020 realizando incontáveis fotografias dos Degas do MASP, no
acervo e na reserva técnica. Com sua câmera, ela reinterpreta e concebe novas imagens para
esculturas que são verdadeiros clássicos no acervo do museu. Nesta operação, as
extraordinárias fotografias de Borges revelam, transformam e atualizam as obras de Degas de
forma inovadora e radical. As imagens de Borges são exibidas nos cavaletes de vidro de Lina Bo
Bardi e em painéis, na galeria do primeiro andar do museu, em diálogo próximo com as
esculturas. A instalação com cavaletes e vitrines, numa sala pintada em dégradé e com um
‘fundo infinito’ na cor preta, oferece uma experiência verdadeiramente imersiva para se ver e
rever Degas.” (Idem).
Numa sociedade como a nossa, na qual predomina uma
visão negativamente preconceituosa, historicamente
construída, a respeito do negro e, em contrapartida, a
identificação positiva do branco , a identidade
estruturada durante o processo de socialização terá por
base a precariedade de modelos satisfatórios e a
abundância de estereótipos negativos sobre negros .
(CAVALLERO, 2000)
Assim, a curadoria continuava.
Não sem a bailarina, mas com o
objetivo de levá-la aos palcos de
sua própria infância.
Nos tecidos.
Sonia Gomes, sem título, 2016, costura, amarrações, tecidos e rendas variadas, 126 × 82 cm. Disponível em:
https://www.ufrgs.br/arteversa/as-maos-de-ouro-de-sonia-gomes-costura-e-memoria/
Oratório (2012)
Amarrações, tecidos, rendas e fragmentos diversos sobre gaiola de arame. 250 X 33 X 26cm (Idem)
Escultura de Sônia Gomes, feita de tecido e arame, no ateliê da artista, em Pinheiros, São
Paulo. Disponível em:
https://m.folha.uol.com.br/ilustrada/2017/12/1944244-a-artista-e-mulher-e-negra-mas-arte-e-
arte-diz-sonia-gomes.shtml
Sônia Gomes, 69, trabalha em sua obra “Maria dos Anjos”, feita a partir de
um vestido de casamento de seda pura. (Idem)
Os tecidos desempenham
um papel muito importante
nas sociedades, além de
serem usados como
vestimentas. Os trajes eram
vistos como símbolos de
prosperidade do grupo e a
qualidade, o tamanho e a
ornamentação das roupas
revelam a classe social das
pessoas. (BENTO, Marlene de Fátima
, 2010, p.6).
1998, p.259).
Diz o poeta
E as ouço brincar
Começa a se alegrar
Esconde-esconde, pega-pega
É tempo de brincar
Fonte:
Stela Barbieri, 2018
MIRANTES
SESC JUNDIAÍ - sp
http://www.stelabarbieri.com.br/arquivos/portfolio_stela_jan20.pdf
Tomando conta das paredes, pendurados,
amarrados, desfiados, desalinhados é assim
que de início estarão
e como vão ficar
aí as crianças que saberão
Mas mais importante que isso
é o processo de habitar esse novo ambiente
e experimentar se correntes
Fonte da imagem:
https://www.google.com/imgres?imgurl=https://www.revistanovias.mx/wp-content/uploads/2018/
03/Summer-Street-Photography.jpg&imgrefurl=https://www.revistanovias.mx/listones-en-tu-bod
a-sacales-el-maximo-provecho-en-la-decoracion/&tbnid=CGGPi550viymsM&vet=1&docid=u-Jw4f
cGPA4BCM&w=900&h=600&source=sh/x/im
descobrindo novas possibilidades de
pintura: para além do papel, o tecido
https://planosdeaula.novaescola.org.br/educacao-infantil/pre-escola/habilidade/EI03CG03
https://colegiobeneditino.com.br/infantil-i-luvas-com-tinta-guache/
https://www.google.com/imgres?imgurl=https://i.pinimg.com/originals/0f/89/bb/0f89bb334cfffd6
b618b6de6a6aecb50.jpg&imgrefurl=https://www.pinterest.es/mariaraba3636/javier-abad/&docid=
fDQH2gevsvvOuM&tbnid=Sr4YernHf5GUkM&itg=1&hcb=1&ved=0ahgKEwiAh9z05oj0AhUAAAAAHQ
AAAAAQ3wEQ66YHCAM
https://www.taubate.sp.gov.br/wp-content/uploads/2020/06/Atividade-73-Cabana.pdf
E no meio da ilha de tecidos
Achamos um baú dos tesouros
Fonte:
https://www.minasgerais.com.br/pt/apoio/olhos-dagua/parquinho-de-areia-do-camp
o
Turma - Idade das crianças: 4-5 anos, Etapa 1 (pré 1), 25 crianças/1 professora (or).
Objetivos:
● Conhecer uma referência de artista negra e a potência de seu trabalho;
● Identificar e valorizar contribuições artísticas de diversas culturas africanas;
● Apropriar-se de referências/discursos/imagens positivas acerca da negritude e do “ser
negro”, em combate à inferiorização das pessoas negras/pretas e suas contribuições
nas mais diversas áreas de conhecimento;
● Relacionar-se com a construção de suas identidades e da autoestima ;
● Vivenciar a fruição das produções artísticas apresentadas;
● Explorar os tecidos e suas potencialidades criativas;
● Brincar (brincadeira como forma de conhecer as relações sociais e vivenciá-las em
espaço-tempo privilegiados a essas vivências).
Após a chegada das crianças a escola, após tomarem café da manhã e estarem acomodadas na
sala de aula; Irão para um espaço mais amplo para um momento de música, dança e
movimento.
Serão cantadas as cantigas escolhidas por nós (ver referências) em roda, de modo que
primeiramente vamos apresentar as cantigas às crianças, cantando para elas e tocando
instrumentos de percussão (triângulo, reco-reco, chocalhos, tambor do oceano feito de caixas
de pizza e grãos) e posteriormente em roda todos vamos cantar e cirandar juntos e brincar
com o “tecidão” em roda, possibilitando que as crianças passam por baixo do tecido,
movimentam ele junto com as músicas.
Uma possibilidade para o momento que consideramos, se for do interesse de outras
professoras, seria propor uma integração com a turma dos bebês ou crianças menores,
considerando que poderiam ser carregados em capulanas no caso de não estarem andando
ainda, visto que teríamos muitos adultos presentes nesse momento (estagiários e
professoras), já iniciando o contato com os movimentos e ritmos propostos.
Junto das crianças, seria apresentada a boneca Sônia, uma boneca preta que representaria a
artista Sônia Gomes, junto com as crianças ela participaria das cirandas.
A intenção é que ao brincar de cantigas de roda e por meio da música as crianças possam
conhecer diversas melodias e ritmos pois assim como as histórias, as cantigas são um convite
para adentrar o imaginário de diversas culturas, em especial as escolhidas se referem ao mar,
oceano, que conectam nosso continente ao continente africano, continente o qual será mais
evidenciado ao longo do projeto. Falaremos para as crianças durante as brincadeiras, que
muito da cultura do continente africano, que se localiza ao se atravessar o oceano, inspira
Sônia a fazer suas obras.
Após a ciranda, Sônia terá trazido uma caixa surpresa para as crianças, da qual serão retiradas
imagens da artista, que se apresentará para eles e de suas obras, bem como tiras e pedaços de
tecidos que as crianças poderão brincar e que serão disponibilizados para suas brincadeiras
cotidianas, visando perceber a sua interação com esse material que será no momento
conhecido por eles através das obras de Sônia.
O momento que antecede o lanche foi escolhido porque após o lanche não seria um bom
momento para correr e se movimentar de forma intensa.
O ambiente do parquinho de areia seria preparado com “obstáculos”, túneis de tecido e
bambolês, balanços de tecidos, emaranhados de elásticos. Assim como seriam escondidos
cinco tesouros.
Os tesouros seriam confeccionados por nós a partir do material de algodão cru, possibilitando
o desenho de padronagens de adinkras, capulanas e panôs.
● Cornucópias: motivos mais usados, vaso em formato de chifre com flores e frutas
simbolizando a abundância, fartura e riqueza. (Idem)
Oi amigos,
Resolvi escrever para vocês para pedir ajuda.
Descobri que no continente africano, um lugar para além do mar e do oceano, existem
muitas riquezas. Estava brincando com alguns amigos com alguns desses valiosos tesouros e
acabamos perdendo vários deles pelo parquinho de areia.
São riquezas muito importantes, valem mais que mil moedas de ouro, são relíquias muito
antigas e com muitas memórias.
Consigo me lembrar dos lugares em que estávamos brincando, mas não consigo achá-los.
Me ajudem a encontrá-los!
Abraços,
Sônia”
Assim, começaremos com as pistas, os lugares que Sônia lembra que estavam brincando,
indicando cada local do parquinho e disponibilizaríamos pás de areia e lupas para as crianças
procurarem os tesouros.
Ao acharmos cada tesouro, surpresos, contaríamos às crianças os seus significados, pois
Sônia já havia nos contado antes.
Para o sexto e último encontro, esperamos reunir todos os registros dos encontros
anteriores e materiais utilizados e organizá-los em forma de exposição. Para isso,
pretendemos combinar com a escola a disponibilização de um espaço amplo, no qual possa
dispor grande quantidade de objetos de maneira visível, de preferência no próprio pátio ou
em alguma sala grande que não esteja em uso no momento e seja adequada para uma
exposição.
No tocante à exposição em si, pretendemos realizá-la através da impressão das fotos,
as quais seriam expostas penduradas por prendedores em varais montados com barbantes
presos pelas fitas adesivas, assim como também seriam expostas em cartazes de cartolina nos
quais estariam coladas. No mais, também é esperado que tenham mesas para que os
materiais possam ser expostos em cima delas.
A boneca Sônia também será convidada para o evento, de modo que algum momento
que antecede o evento, faríamos em parceria com a professora da sala um convite feito pelas
crianças a ela, que estaria então na “plateia” do encontro.
A colcha será exposta de um modo em que possa ficar estendida, preferencialmente
sobre um conjunto de mesas unidas.
Ademais, também se espera que tenha alguma parede lisa e ampla para a projeção dos
vídeos registrados além de mais fotos através de um projetor, o qual estaria ligado a um
aparelho de som que emitiria o som dos vídeos e músicas, principalmente as usadas durante o
projeto.
Sobre o exposto, destacamos que este encontro é planejado para acontecer junto às
famílias das crianças, as quais seriam avisadas e convidadas através de bilhetes enviados a
eles. Quanto ao horário, é esperado que a exposição ocorra no final do dia, no momento em
que as crianças deixariam a escola, pois se trata de um momento em que muitos dos
familiares viriam buscá-las ou no qual alguns não estejam em horário de serviço.
Então, neste momento de saída que a exposição ficaria disponível, possibilitando que
as próprias crianças fizessem a apresentação aos seus familiares.
Sendo previsto que a exposição e este último encontro durem aproximadamente
quarenta minutos após o horário de saída das crianças, em que estimamos ser tempo
suficiente para que todos possam aproveitar da exposição, sendo que este tempo também
pode ser estendido ou encurtado a depender da demanda de observadores.
REFERÊNCIAS
Só não enxerga quem não quer: racismo e preconceito na Educação Infantil. In:
avisalá, no 23, julho/2005. p. 22-27.
Na dobra da capulana (2014). Direção de Camilo de Souza e Isabel Noronha, 2014, 30min.
Disponível em: https://ayalaboratorio.com/2020/08/19/na-dobra-da-capulana-2014/
DIAS, Lucimar Rosa; LAVANDEIRA, Sandra Beatriz. Cada um Com Seu Jeito, Cada Jeito é
de Um!. Editora Alvorada, 2012.
ALMEIDA, Gercilga de. Bruna e a galinha d’Angola. Ilustrações de Valéria Saraiva. Rio de
Janeiro: EDC, Pallas, 2011.
SILVA, C. C.; RIBEIRO, N.; PESTILI, E. A colcha de retalhos. Editora do Brasil, 2020.