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Inspeção de Suínos

❖ Inspeção post mortem → Se na inspeção “ante-mortem” forem


verificados sintomas que levam à suspeita de
• Portaria n° 711/95 qualquer enfermidade ou afecção (doenças
infecciosas, parasitárias ou inespecíficas), se
→ É atribuição do Médico Veterinário, sendo encaminharão os animais para a pocilga de
que o exame post-mortem deve ser realizado sequestro. Tais animais, a critério do Médico
pelo mesmo Médico Veterinário que Veterinário, poderão aí permanecer retidos
inspecionou os animais “in vivo”. para observação ou eventual tratamento, pelo
→ A inspeção ante-mortem deve ser realizada tempo que for julgado necessário.
no mínimo duas vezes para cada lote: a → Os suínos retidos para observação serão
primeira, no momento do desembarque dos abatidos sempre em separado (matança de
suínos nas pocilgas de chegada; a segunda, emergência mediata).
momentos antes do abate. → Neste caso serão individualmente
→ A inspeção ante-mortem é feita pelo exame identificados por tatuagem na região dorsal
visual de caráter geral, observando-se com esquerda.
cuidado o comportamento dos animais, → O número da tatuagem será lançado na
encaminhando para a pocilga de sequestro papeleta de exame “ante-mortem” e “post-
aqueles que por motivo de ordem sanitária mortem” da matança de emergência, que é
necessitem de exame individual. preenchida pelo Médico Veterinário e se
→ É indispensável que a inspeção ante- destina à Inspeção Final, como subsídio para o
mortem, seja realizado inicialmente com os diagnóstico no exame “post-mortem”.
animais em movimento durante o → Os animais CONDENADOS na Inspeção
desembarque; após, com os animais em “ante-mortem” serão abatidos na Sala de
repouso nas pocilgas e, novamente, em Necropsia (hiper ou hipotermia, caquexia e
movimento. outras causas).
→ Ao realizar-se a inspeção ante-mortem: → No caso de doenças, como febre aftosa e
a) Exigir os certificados sanitários de peste suína, os animais somente poderão ser
sanidade, de acordo com as instruções do levados ao abate depois de superada a fase
Serviço de Defesa Sanitária Animal do febril. Mesmo assim, o abate será feito em
MAPA, quando for o caso; separado, no final da matança normal, dando-
b) Examinar o estado sanitário dos se às vísceras e carcaças destino condicional
suínos e auxiliar com dados informativos a ou condenação, conforme o caso.
tarefa da inspeção “post-mortem”; → São igualmente abatidos aqueles que
c) Refugar pelo prazo regulamentar apresentarem sequelas de febre aftosa, não se
(mínimo de 10 dias), as fêmeas quando permitindo a exportação de carcaças e
diagnosticado parto recente ou aborto; vísceras procedentes destes animais.
d) Verificar, quando for o caso, o peso, → As pocilgas e a sala de matança devem
raça, classificação e a procedência, tendo sofrer uma rigorosa e indispensável
em vista a obtenção de dados para a higienização.
realização eventual de trabalhos de ordem → Toda vez que for constatada a presença de
econômica ou zootécnica; febre aftosa e peste suína no exame “ante-
e) Conferir o número de animais mortem”, devem ser suspensas as entradas de
apresentados na relação discriminativa ou suínos até que se tenha as pocilgas vazias e
global de matança para o dia seguinte, devidamente desinfetadas, levando-se a
fornecida pela empresa à IF, como ocorrência ao conhecimento da autoridade
determina a legislação; sanitária competente.
f) Certificar-se das condições
higiênicas e de conservação das pocilgas, ❖ Matança de Emergência
assim como do provimento de água dos
bebedouros, tomando-se, se necessárias, • Portaria n° 711/95
as medidas indispensáveis para sua
regularização. → É o sacrifício dos animais que chegam ao
estabelecimento em precárias condições de

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sanidade, impossibilitados de atingirem a sala tampa articulada e que permita perfeita
de matança por seus próprios meios, bem vedação; pintado externamente de
como dos que forem retirados da pocilga de vermelho constando a inscrição:
sequestro, após exame geral. “NECROPSIA IF...”

❖ Matança de Emergência Imediata ❖ Inspeção post mortem

• Portaria n° 711/95 • Portaria n° 711/95

→ Destina-se ao sacrifício, logo após o → A inspeção “post-mortem” é realizada em


desembarque, dos animais incapacitados de todos os suínos abatidos através do exame
locomoção, em que seu estado clínico macroscópio das seguintes partes e órgãos:
recomende seu sacrifício imediato. cabeça, vísceras abdominais, língua, vísceras
torácicas, superfície interna e externa da
❖ Matança de Emergência Mediata carcaça, cérebro e nodos linfáticos das cadeias
ganglionares mais facilmente atingíveis, nas
• Portaria n° 711/95 circunstâncias que caracterizam o
desenvolvimento dos trabalhos industriais.
→ É o abate dos animais não liberados da → Os locais ou pontos da sala de matança
pocilga de sequestro após o exame clínico, onde se realizam esses exames são
devendo ser efetuado depois da matança denominados “Linhas de Inspeção”, as quais
normal. Nos casos de hipertermia ou estão assim padronizadas:
hipotermia, a matança deve ser realizada na » Linha “A1” → Inspeção de cabeça e
sala de necropsia, destinando-se carcaças e nodos linfáticos da “papada”;
vísceras à condenação total. » Linha “A” → Inspeção do útero;
» Linha “B” → Inspeção de intestinos,
❖ Matança de Emergência estômago, baço, pâncreas e bexiga;
» Linha “C” → Inspeção de coração e
• Portaria n° 711/95 língua;
» Linha “D” → Inspeção de fígado e
→ Qualquer animal destinado à matança de pulmão;
emergência por ocasião do desembarque, será » Linha “E” → Inspeção de carcaça;
obrigatoriamente marcado com tatuagem na » Linha “F” → Inspeção de rins;
região dorsal anterior esquerda com o número » Linha “G” → Inspeção de cérebro.
do lote, seguindo-se barra e o número de (somente será realizada a partir do
ordem, repetido a cada lote. momento em que a indústria comercialize
→ O exame “post-mortem” dos animais de ou industrialize o cérebro).
emergência deve ser feito pelo mesmo Médico → São obrigatoriamente incisados nas “Linhas
Veterinário que realizou a inspeção “ante de Inspeção” os seguintes nodos linfáticos:
mortem”. Apical, Brônquicos, Cervicais, Gástricos,
→ Os animais de matança de emergência que Inguinais superficiais ou retro mamários,
estejam incapacitados de locomover-se por Mandibulares, Mesentéricos, Parotidianos e
contusão, serão conduzidos ao box de Retro faríngeos, sendo que estes e os demais
insensibilização por meio de trilho aéreo. são examinados na Inspeção Final.
→ Nos casos de doenças infectocontagiosas, o
transporte será feito em carro especial. ❖ Sistema de Identificação de lotes, carcaças e
vísceras nos trabalhos de inspeção “post-mortem”
❖ Necropsia – Portaria n° 711/95

• Portaria n° 711/95 • Marcação sistemática

→ Os animais necropsiados podem ter duas → Tem como objetivo propiciar a


destinações: determinação segura, no decorrer da matança,
a) para graxaria – aproveitados na do lote a que pertence qualquer dos animais
elaboração de subprodutos não abatidos, e ainda, para garantir a relação
comestíveis. recíproca entre a carcaça e as vísceras de um
b) neste caso, os despojos seguem mesmo suíno.
através de carrinho metálico provido de
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• Marcação dos lotes hora alheios a matança normal, e mesmo
assim, em se tratando de um só suíno. Em
→ Visando manter a identificação de casos julgados necessários, deve-se recorrer
procedência, os lotes de animais deverão ser ao exame bacteriológico das carnes dos
tatuados na região dorsal anterior esquerda animais de matança de emergência.
por meio de aparelho tatuador próprio a esta → Quando da constatação de febre aftosa no
finalidade para tender os trabalhos de exame “ante-mortem” e sendo esta de
classificação e tipificação de carcaças. aparecimento esporádico, deverá ser
→ Esta tatuagem, preferencialmente, deverá obedecido no que couber às especificações
ser feita na granja de onde procedem os técnicas, sendo os animais conduzidos a
animais, identificando o local de origem e matança, se fará o uso de chapa metálica “tipo
proprietário dos animais. 3” indicadora de lesões de febre aftosa.
→ Os diversos tipos de chapas e chapinhas de
• Marcação cabeça-carcaça marcação, são:
» Chapinhas “tipo 1”, identificação do
→ A cabeça somente será destacada após a animal, metálicas cinzas, destinadas à
última “linha de inspeção”, permitindo desta indicação no local da lesão;
forma desviar a carcaça com a cabeça para » Chapinhas “tipo 2”, identificação das
inspeção final, dispensando, portanto, a vísceras e carcaças, numeradas de 1 a 30
identificação por meio de números ou em três séries, destinadas a indicar a
chapinhas. correlação vísceras e carcaças;
» Chapas “tipo 3”, identificação da febre
• Marcação eventual aftosa, tem coloração vermelha, destinadas
à marcação da carcaça dos animais que
→ É aquela que se realiza com os seguintes apresentam febre aftosa.
objetivos: → A providência preliminar no exame das
a) identificar a carcaça e suas peças é a verificação da Inter correspondência
respectivas vísceras, remetidas a das vísceras e da carcaça, possível e fácil
Inspeção Final pelas “Linhas de Inspeção”; graças ao sistema de marcação estabelecido
b) indicar os locais de lesões; com as chapinhas numeradas “tipo 2”.
c) assinalar os animais de matança de → A seguinte é o reconhecimento da
emergência. localização da causa que motivou o envio da
carcaça e vísceras à Inspeção Final, pela
• Marcação de carcaças de matança de verificação da chapinha vermelha colorido
emergência: (“tipo 1” indicador de lesão).
→ É feita por meio de tatuagem da letra “E”, na → Já, pela posição da chapa numerada (“tipo
dimensão 4cm x 1,5cm, seguida de numeração 2”), na carcaça (paleta, peito, parede abdominal
ordinal dos suínos destinados à matança de ou região inguinal), pode-se previamente
emergência na região dorsal anterior esquerda identificar em que região se constatou a causa,
durante a inspeção “ante-mortem” por ocasião o que facilita a localização da chapinha
do desembarque. vermelha pelo Médico Veterinário.
→ As vísceras com lesões serão
encaminhadas para a Inspeção final. ❖ Separação entre “zona suja” e “zona limpa” da sala
→ Quando tecnicamente indicado, serão de matança;
acompanhadas das demais vísceras a fim de
integrar o conjunto de despojos individuais. • Zona suja: compreende as operações de
→ Nos casos em que não ocorrem lesões, as sangria, chuveiro após sangria, escaldagem,
mesmas deverão ter seus destinos a nível das depilação, chamuscamento, toalete (retirada de
Linhas de Inspeção. casquinhos, ouvido médio, pálpebras);
→ A tatuagem é de decisiva importância para
a Inspeção Final, porquanto graças a esta • Zona limpa: compreende as operações de
numeração, consultando a papeleta “modelo abertura abdominal-torácica, corte da sínfise
B1A”, o médico veterinário encarregado verifica pubiana, oclusão do reto, abertura da “papada”,
os dados clínicos da inspeção “ante-mortem” inspeção de cabeça e “papada”, evisceração,
do suíno assinalado. inspeção de vísceras, divisão longitudinal da
→ A marcação do animal de matança de carcaça e cabeça, inspeção de carcaça e rins,
emergência somente pode ser dispensada se, inspeção de cérebro, desvio da entrada e saída
circunstancialmente, for ele abatido em dia ou
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para a Inspeção Final, retirada do “unto” e chuveiro As pocilgas são:
para carcaças.
→ Pocilga de chegada e seleção
❖ Esterilizadores → Pocilga de matança
→ Pocilga de sequestro
• São recipientes de aço inoxidável com medidas
e características, destinam-se à necessária
higienização das facas, ganchos e fuzis (chairas)
dos funcionários da Inspeção Federal e de
operários, bem como das sarras e outros
instrumentos de trabalho, sempre que estes
sofram qualquer espécie de contaminação e de
acordo com as normas previstas nestas
instruções; de matança;

• A água no interior dos esterilizadores, quando


de seu uso, deverá estar à temperatura mínima de
82,2°C ;

• É contraindicado o uso de esterilizadores


elétricos na sala de matança;

❖ É obrigatória a instalação de esterilizadores nos


seguintes locais da sala de matança:

1. Sangria
2. Toalete da depilação (no mínimo dois, de
acordo com a necessidade de higienização dos
instrumentos de trabalho);
3. Abertura abdominal-torácica;
4. Oclusão do reto;
5. Abertura da “papada”;
6. Inspeção da cabeça e “papada”;
7. Plataforma de evisceração;
8. Mesa de evisceração (dois a quatro,
dependendo da velocidade horária da matança);
9. Plataforma da serra de carcaças;
10. Inspeção de carcaça e rins;
11. Inspeção Final;

A localização dos esterilizadores será


determinada pela Inspeção Federal.

❖ Inspeção Ante mortem e pos mortem de suínos –


decreto 9013/17

• Art. 94 → os Suídeos que apresentem caos


agudos de erisipela, com eritema cutâneo difuso,
devem ser abatidos em separado.
Nessa nova condição será permitido o abate de
suídeos não cadastrados, pois foi revogado o art.
104 do Decreto 9.013, de 2017, passando a ser
permitido o abate de Suídeos que não tenham sido
cadastrados. Com o entendimento que não há
correlação entre a presença de testículos e
condições sanitárias ou fraude e adulteração da
carne.

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