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Drª Cassia Aldrin de Mello

IHST II DE BOVINOS: Inspeção Ante-mortem


Abate Normal
Abate em Separado (EMERGÊNCIA)
Drª Cassia Aldrin de Mello

LEGISLAÇÕES ABORDADAS:

Decreto 9013 de 29/03/2017 (RIISPOA)


Inspeção de carne bovina - padronização de
técnicas, instalações e equipamentos de bovinos –
1971
Instrução de Serviço nº 2 de 12/08/2003
Instrução de Serviço nº 2 de 15/08/2003
Circular 259 de 21/06/2001
Of. Circular 006/2001
Código Zoosanitário da OIE
IN 44 de 2/10/2007
Drª Cassia Aldrin de Mello
◼ O recebimento de animais para abate em qualquer
dependência do estabelecimento deve ser feito com prévio
conhecimento do SIF (art.85)

◼ Por ocasião do recebimento e do desembarque dos animais, o


estabelecimento deve verificar os documentos de
trânsito previstos em normas específicas, com vistas a
assegurar a procedência dos animais, sendo vedado o abate
de animais desacompanhados de documentos de trânsito
(art. 86)

◼ Os animais, respeitadas as particularidades de cada espécie,


devem ser desembarcados e alojados em instalações
apropriadas e exclusivas, onde aguardarão avaliação pelo SIF.

◼ O estabelecimento é obrigado a adotar medidas para evitar


maus tratos aos animais e aplicar ações que visem à proteção e
ao bem-estar animal, desde o embarque na origem até o
momento do abate (art. 88)
Drª Cassia Aldrin de Mello

Inspeção Ante-mortem de bovinos


◼ É o exame clínico do animal (lote) a ser abatido – só o
veterinário pode fazer (O RIISPOA antigo dizia que só o Fiscal
poderia fazer ante-mortem, o atual já trouxe esta nova
redação abaixo):

Art. 90. É obrigatória a realização do exame ante mortem dos


animais destinados ao abate por servidor competente do SIF.

§ 1º O exame compreende a avaliação documental, do


comportamento e do aspecto do animal e dos sintomas
de doenças de interesse para as áreas de saúde animal
e de saúde pública

§ 2º Qualquer caso suspeito implica a identificação e o


isolamento dos animais envolvidos. Quando necessário, se
procederá ao isolamento de todo o lote.
Drª Cassia Aldrin de Mello

§ 3º Os casos suspeitos serão submetidos à avaliação por


Auditor Fiscal Federal Agropecuário, com formação em
Medicina Veterinária, que pode compreender exame clínico,
necropsia ou outros procedimentos com o fim de diagnosticar
e determinar a destinação, aplicando-se ações de saúde
animal quando o caso exigir.

§ 4º O exame ante mortem deve ser realizado no menor


intervalo de tempo possível após a chegada dos animais no
estabelecimento de abate

◼ Feito na plataforma sobre os currais de chegada e seleção e


de matança

◼ Característica especial: observação geral e coletiva


Drª Cassia Aldrin de Mello

Conforme novo entendimento do Decreto 9013, não seria


atribuição somente do Veterinário AFFA fazer ante-mortem,
e sim, SERVIDOR COMPETENTE. Até que, em julho deste
ano de 2020, o MAPA promulgou novo decreto (visto aula
passada), onde:

HÁ NOVA ALTERAÇÃO NAS COMPETÊNCIAS DO EXAME


ANTE-MORTEM : DECRETO 10419 DE 7/7/20 = incluiu o
médico veterinário privado (contratado) e criou uma equipe
para o ante-mortem. Mas manteve a redação do caput do
artigo, ou seja, teremos uma equipe para fazer o ante-
mortem, coordenada pelo AFFA E COMPORTSA TAMBÉM
POR VETERINÁRIO CONTRATADO, porém, ainda se permite
a um “servidor competente” fazer a inspeção ante-mortem .
Drª Cassia Aldrin de Mello

Quando fazer a Inspeção Ante-


mortem?

◼ Legislação: RIISPOA (artigos 85 a 101) e Normas


Técnicas de 1971
◼ Duas etapas:
1ª após a apartação dos lotes, no menor tempo
após recepção

2ª 1/2h antes da matança (Normas Técnicas) ou


repetido caso decorra 24h da 1ª avaliação
(RIISPOA NOVO) (art. 90): agora só se faz
reinspeção caso decorra 24h da primeira
inspeção, ou seja, se não ultrapassar 24h após a
inspeção ante-mortem, não se REINSPECIONA.
Antes do Decreto 9013 a reinspeção ante-mortem
era obrigatória.
Drª Cassia Aldrin de Mello

Objetivos da inspeção Ante-mortem


de bovinos:

◼ Identificar o estado higiênico e


sanitário dos animais
◼ Identificar e isolar no curral de
observação os animais
doentes/suspeitos antes do
abate
Drª Cassia Aldrin de Mello

Objetivos da inspeção ante-mortem


de bovinos:

■ Evitar a contaminação do local de repouso e consequentemente


a propagação de doenças

■ Evitar prejuízos ocasionados pelo abate de animais susceptíveis


de recuperação (refugar fêmeas recém paridas, recém abortadas
e em gestação adiantada),

■ Recolher dados para as devidas providências na inspeção post-


mortem

■ Exigir certificados de sanidade do lote, inclusive vacinação


Drª Cassia Aldrin de Mello

Objetivos da inspeção Ante-mortem


de bovinos:

■ Conferir o número de animais apresentados na relação


discriminada ou global de matança para o dia seguinte, fornecida
pela empresa ao SIF, conforme o artigo 73 do RIISPOA;

■ Certificar-se das condições higiênicas e de conservação dos


currais, assim como do provimento de água nos bebedouros.
Drª Cassia Aldrin de Mello

Importante não esquecer o percurso dos


bovinos antes do abate:

◼ Curral de seleção
◼ Curral de matança
◼ Curral de observação
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INSTALAÇÕES DOS CURRAIS:

a) Currais de chegada e seleção:


✓Recebimento, apartação e formação dos lotes por sexo, idade
e categoria
✓Área nunca inferior aos currais de matança
✓Facilidade para desembarque
✓Iluminação, cercas, pisos e higienização adequados
✓Presença de plataforma elevada
✓Bebedouro de nível constante
✓Água de limpeza
✓Seringa e brete de contenção – para exame de suspeitos e
afixação da etiqueta tipo 6
Drª Cassia Aldrin de Mello

b) Currais de matança
✓Recebe os animais aptos a matança.

c) Currais de observação
✓Recebe os animais excluídos da matança normal que
necessitam de um tempo maior de exame;
✓Cordão sanitário mais elevado;
✓Deve ser pintado de vermelho e ainda possuir o seguinte
aviso: “CURRAL DE OBSERVAÇÃO PRIVATIVO DA IF”, possuir
cadeado com chaves na IF.
Drª Cassia Aldrin de Mello

INSTALAÇÕES EXTRAS:

A)Departamento de necropsia (DN)

B)Banheiro de aspersão

C)Rampa de acesso a matança

D)Seringa
Drª Cassia Aldrin de Mello

MEDIDAS HIGIÊNICAS E SANITÁRIAS


ADOTADAS NO RECEBIMENTO DOS BOVINOS:

◼ Avaliação Documental (GTA - Guia de Trânsito


Animal, e doc. de rastreabilidade (se animal
integrante do SISBOV));
◼ Observação de animal morto no carro (suspeita);

■ Condições do transporte – Decreto 24548 de 1934


(ESTE É O DECRETO DA DEFESA SANITÁRIA
ANIMAL DITO NA AULA 1)
Drª Cassia Aldrin de Mello

◼ Após o desembarque o veículo seguirá para


lavadouro apropriado à limpeza e desinfecção, em
local próprio para tal finalidade (Decreto 24548 de
1934 – art. 38 e seus §)

❖ Ao final será emitido um certificado de


desinfecção do veículo (=lacre).
Drª Cassia Aldrin de Mello

Lacre do caminhão após


higienização
Drª Cassia Aldrin de Mello

ELEMENTOS NECESSÁRIOS PARA A


I.A.M. (INSPEÇÃO ANTE-MORTEM):

◼ papeleta de comunicação de abate (com


discriminação dos lotes – fornecida pela empresa);
◼ papeleta de inspeção ante-mortem (papeleta
modelo 1);
◼ certificados sanitários (GTA e vacinação contra
aftosa/brucelose) e outros para rastreabilidade
◼ Outros docs para exportação (a depender da
exigência do país importador)
Drª Cassia Aldrin de Mello

PAPELETA DE INSPEÇÃO
MODELO 1
Esta papeleta é padrão e
obrigatória para todos
os estabelecimentos
com Inspeção.
Drª Cassia Aldrin de Mello

VERSO DA PAPELETA DE
INSPEÇÃO MODELO 1
Aqui, a equipe de inspeção
anota dados sobre
todos os animais
inspecionados no dia
(observem)
Drª Cassia Aldrin de Mello

PAPELETA DE COMUNICAÇÃO DE
ABATE
Drª Cassia Aldrin de Mello
Drª Cassia Aldrin de Mello
Drª Cassia Aldrin de Mello

OBSERVAÇÕES NO EXAME ANTE-MORTEM:

♦ Observar inicialmente os animais em repouso e a


seguir em movimento:
♦ Movimentos e atitudes: observa-se o movimento dos
animais, postura, fascies, reflexos, etc..Transtornos de
locomoção poderiam ser causados, por ex., por tétano,
artrites e miosites (=rigidez muscular, claudicação),
botulismo ou raiva (=paralisia), febre aftosa (=lesões de
cascos e mufla), carbúnculo (=sangramento por orifícios).
Drª Cassia Aldrin de Mello

♦ Pele e fâneros: a pele normal apresenta-se frouxa


e elástica, pêlos lustrosos e lisos. Em caso de
doenças, a pele torna-se inelástica e pêlos sem
brilho e eriçados.
♦ Aparelho digestivo: a partir da inspeção visual das
fezes (normais, diarréicas, sanguinolentas, com
parasitos) pode-se ter uma idéia de suas
condições.
Drª Cassia Aldrin de Mello

♦ Aparelho respiratório: observa-se se os animais


estão com dispnéia, taquipnéia, tosse e corrimentos
nasais.
♦ Aparelho gênito-urinário: observa-se a coloração da
urina, por ex., se há hemoglobinúria ou hematúria
(urina com sangue). Em fêmeas observar presença
de corrimentos ou pus (metrites/ piometra).
Drª Cassia Aldrin de Mello
ROTINA DOS TRABALHOS ANTE-MORTEM: aqui
estão todas as atribuições da inspeção no dia de
trabalho
1 - Escalação do pessoal para as Linhas de Inspeção, pelo
Veterinário responsável pela Inspeção da matança do dia;
2 - Distribuição das chapinhas de marcação, devidamente
higienizadas às diferentes Linhas de Inspeção;
3 - Verificação das condições higiênicas das instalações e do
equipamento da Sala de Matança: piso e sistema de
drenagem, paredes, teto, instalações sanitárias anexas, pias
(com sabão e papel toalha), mesas de Inspeção, mesas em
geral, recipientes, carrinhos (inclusive a sua identificação),
trilhos aéreos e carretilhas, correntes e ganchos,
esterilizadores, serras e “chutes”;
Drª Cassia Aldrin de Mello

4 - Verificação do normal funcionamento dos dispositivos de


higienização: esterilizadores de facas, de serras e das mesas de
Inspeção; mangueiras de vapor e lavadouro de cabeças;
5 - Verificação do normal funcionamento do sistema elétrico de
paradas de nora e mesas-rolantes e de iluminações;
6 - Reinspeção ante mortem* dos animais destinados à matança
normal do dia. Se for o caso, também dos conduzidos à Matança
de Emergência, identificando-os, na orelha, com a chapinha
própria e preenchendo as respectivas papeletas modelo 2;
7 - Verificação do funcionamento dos chuveiros da seringa;

* Comentado no início desta aula!


Drª Cassia Aldrin de Mello

8 - Verificação da apresentação dos trabalhadores quanto:


a) à correção e limpeza do uniforme de serviço (inclusive
gorros), facultando-se o uso de aventais plásticos brancos
ou transparentes,
b) à ausência de feridas purulentas nas mãos e braços,
protegidas ou não por esparadrapo, gaze, etc.,
c) às condições higiênicas das mãos (unhas aparadas e limpas,
sem esmalte, dedeira ou qualquer outra proteção de pano
ou couro),
d) ao uso das botas impermeáveis,
e) ao porte da bainha metálica inoxidável, para condução das
facas;
= este item consiste em visualizar as condições gerais de
higiene e hábitos dos funcionários
Drª Cassia Aldrin de Mello

9 - Verificação da apresentação dos funcionários da Inspeção


Federal, quanto à correção, limpeza e estado de
conservação do uniforme oficial, ao porte da bainha de
modelo oficial para a condução de facas e demais
exigências contidas no item 8 (aqui é basicamente o
mesmo feito no item anterior, só que observamos como
estamos nós mesmos, integrantes da inspeção)

Observação: A presença do Veterinário é exigida uma hora


antes do início dos trabalhos da matança.
Drª Cassia Aldrin de Mello

◼ Art. 91. Na inspeção ante mortem quando forem identificados


animais positivos ou suspeitos de zoonoses ou doenças
infectocontagiosas, e ainda doenças não contagiosas, o abate
deve ser realizado em separado dos demais animais,
adotadas as medidas profiláticas cabíveis.

* No caso de suspeita de doenças não previstas no RIISPOA


ou em normas complementares, o abate deve ser realizado
também em separado, para melhor estudo das lesões e
verificações complementares.

OBS: “Abate em separado” ou MATANÇA DE EMERGÊNCIA


significa abater estes animais separadamente dos animais
ditos “normais”, ou seja, os que não foram excluídos da
matança por alguma razão. Adiante será explicado melhor.
Drª Cassia Aldrin de Mello

◼ Art. 92. Quando houver suspeita de doenças


infectocontagiosas de notificação imediata determinada
pelo serviço oficial de saúde animal, além das medidas já
estabelecidas, cabe ao SIF:
I - notificar o serviço oficial de saúde animal, primeiramente
na área de jurisdição do estabelecimento;
II - isolar os animais suspeitos e manter o lote sob
observação enquanto não houver definição das medidas
epidemiológicas de saúde animal a serem adotadas;
III - determinar a imediata desinfecção dos locais, dos
equipamentos e dos utensílios que possam ter entrado em
contato com os resíduos dos animais ou qualquer outro
material que possa ter sido contaminado, atendidas as
recomendações estabelecidas pelo serviço oficial de saúde
animal
* Deixo no AVA a IN 50/2013 que pode auxiliar na lista de
doenças notificáveis.
Drª Cassia Aldrin de Mello

MATANÇA DE EMERGÊNCIA (ME) ou ABATE EM


SEPARADO:

■ É aquela realizada em animais que chegam em


estado precário e não podem atingir a sala de matança
por seus próprios meios (IMEDIATA) ou os que foram
retidos nos currais de observação (MEDIATA).
Preencher a papeleta de inspeção ante-mortem de
animal de matança de emergência (modelo 2) e
afixar a etiqueta tipo 6 na orelha do animal.
Pode ser:
❖Mediata

❖Imediata
Drª Cassia Aldrin de Mello Papeleta de inspeção ante-
mortem de animal de
matança de emergência
(= modelo 2)
Esta papeleta é exclusiva
para animais “abatidos
de emergência”. Note
que acima dela, no
cabeçalho, há um
campo para colocar o
número da etiqueta tipo
6 do animal (uma
etiqueta com um
número que
corresponde a ordem
(posição sequencial do
bovino na fila de abate
em separado). Ex. Se é o
primeiro boi na fila de
emergência do dia,
receberá a etiqueta tipo
Drª Cassia Aldrin de Mello

Verso da papeleta de
inspeção ante-mortem
de animal de matança
de emergência
(modelo 2):
Aqui no verso dela,
anotamos os achados
anátomo-patológicos
(lesões) do animal,
para compararmos
com a suspeita clínica
vista e anotada na
frente da papeleta.
Drª Cassia Aldrin de Mello

Etiqueta Tipo 6:

ANIMAL CONDENADO A PRORI NO EXAME ANTE MORTEM TERÁ


ETIQUETA TIPO 6 DE COR VERMELHA E NA PAPELETA MODELO 2
CONSTARÁ A CAUSA DE CONDENAÇÃO

Ou seja, se o boi já tiver algum motivo que o condene já


no curral, afixamos esta etiqueta tipo 6 na cor vermelha,
para não o confundirmos com demais bovinos que poderão
ser aproveitados após o abate, já que este condenado, não
se prestará ao consumo
Drª Cassia Aldrin de Mello

MATANÇA DE EMERGÊNCIA IMEDIATA (MEI):

■ Ocorre sempre em animais apresentando condições


que indiquem esta providência, visando o BEM-
ESTAR:
♠ Animais agonizantes, contundidos (com ou sem fraturas)
- (contusão generalizada ou não), hemorragia, decúbito
forçado, etc. = devem ser levados por carrinhos próprios
se necessário.
Estes bovinos serão abatidos imediatamente, não ficarão “na
fila” de abate. Precisam passar a frente, já que estão em
condições que exigem esta providência para minimizar
dor/estresse/agonia. Não cumprirão requisitos com o os
demais (descanso, banhos....)
Drª Cassia Aldrin de Mello

MATANÇA DE EMERGÊNCIA MEDIATA (MEM):

◼ É realizada nos animais provenientes do curral de


observação, sempre ao final da matança. Aguarda-se o
abate dos animais “normais” para darmos início ao abte de
emergência mediata.
◼ Feita em todos os animais excluídos do abate normal após
exame ante mortem mas que não exigem a providência
imediata de abate.
◼ Ex. Brucelose, Tuberculose, magreza, doentes, febris...
◼ Estes animais ficarão retidos no curral de observação para
pesquisas semiológicas e para observação ou eventual
tratamento, por tempo e critério do SIF.
Drª Cassia Aldrin de Mello
FLUXOGRAMA DE DESTINAÇÃO DOS BOVINOS APÓS CHEGADA NO ESTABELECIMENTO:

ANIMAIS QUE CHEGAREM


EM PRECÁRIAS CONDIÇÕES RECEPÇÃO DOS ANIMAIS ANIMAIS QUE
(AGONIZANTES, CHEGAREM
FRATURADOS, ETC.) MORTOS OU
São abatidos e passam pelo MORREREM
DIF na sala de matança NAS
CURRAIS DE CHEGADA E SELEÇÃO PARA
SOFREREM A INSPEÇÃO ANTE-MORTEM DEPENDÊNCIAS

APROVADOS SUSPEITOS DE DOENÇAS


PARA O ABATE OU INAPTOS

CURRAL DE MATANÇA - AONDE AGUARDA MATANÇA DE


O ABATE EM JEJUM, DESCANSO E DIETA CURRAL DE
EMERGÊNCIA MEDIATA OBSERVAÇÃO
HÍDRICA POR 24 HORAS

ANEXOS DOS CURRAIS PARA


ACESSO À SALA DE MATANÇA

ABATE
TODOS OS ANIMAIS QUE FOREM
LINHAS DE ABATIDOS DE EMERGÊNCIA
DEVEM OBRIGATORIAMENTE
DEPARTAMENTO
INSPEÇÃO DE NECROPSIA
PASSAR PELO DIF NA SALA DE
HABITUAIS
MATANÇA
Drª Cassia Aldrin de Mello

Casos que exijam o Aproveitamento Condicional (AC), o


animal é abatido na sala de abate AO FINAL DA
MATANÇA (exceto exportação para alguns mercados
que é no matadouro sanitário).

Ou faz a Matança de Emergência


Mediata (ao final do abate) ou abate em
uma instalação própria chamada
matadouro sanitário (mimetiza uma sala
de abate e está situada proximamente
aos currais). Assim, o animal é abatido
sem se misturar ao “normais”
Drª Cassia Aldrin de Mello

Casos que exijam a Condenação


Total (CT) na inspeção ante-mortem
- abate na sala de matança AO
FINAL DO ABATE NORMAL ou no DN
(a critério do SIF) (art. 93)

Ou faz a Matança de Emergência


Mediata (ao final do abate) ou abate em
uma instalação própria chamada
Departamento de Necropsia (DN) que
está situada proximamente aos currais).
Assim, o animal é abatido sem se
misturar ao “normais”
Drª Cassia Aldrin de Mello

DECISÕES SANITÁRIAS DA INSPEÇÃO ANTE- MORTEM:

JULGAMENTO (é a decisão DESTINAÇÃO (é para


tomada pela fiscalização) aonde vai o animal após
julgado)
LIBERAÇÃO OU NÃO APREENSÃO ABATE EM CONJUNTO
(NA) = ambos têm mesmo significado (NORMAL) NA SALA DE ABATE

CONDENAÇÃO TOTAL (CT) = este MEM NA SALA DE ABATE OU


bovino será sacrificado e nada dele DN
será aproveitado para consumo
humano
APROVEITAMENTO CONDICIONAL MEM NA SALA DE ABATE OU
(AC) = este bovino será sacrificado, e NO MATADOURO SANIÁRIO
embora não possa ir ao consumo in
natura, poderá ser consumido após
tratamento específico (leiam art. 172)
ADIAMENTO DO ABATE RETORNO À ORIGEM OU
TRATAMENTO
Drª Cassia Aldrin de Mello

NECROPSIA:
◼ A necropsia é feita pelo AFFA ou veterinário, no DN, em
animais que chegam mortos, morrem nas
dependências do estabelecimento ou são suspeitos
de doenças infecto-contagiosas
◼ A IF autoriza o transporte de animais em carrinhos
apropriados até o DN (para não arrastar os debilitados) –
desinfecção dos carrinhos após uso
◼ Animais que chegarem em decomposição - não fazer
necropsia = forno crematório
◼ Animais que chegam mortos: o seu lote só será abatido
após laudo da necropsia deste
◼ Obrigatório preencher o LAUDO DA NECROPSIA (a
seguir)
Drª Cassia Aldrin de Mello
Drª Cassia Aldrin de Mello
Drª Cassia Aldrin de Mello

DESTINO DOS ANIMAIS QUE VÃO AO DN:

1- Graxaria = originar subprodutos não


comestíveis
2- Forno Crematório – doenças infecto-
contagiosas (amostras em duplicatas,
comunicar SEMPRE à DSA) (art. 101)
Drª Cassia Aldrin de Mello

◼ Art. 95. As fêmeas em gestação adiantada ou


com sinais de parto recente, não portadoras de
doença infectocontagiosa, podem ser retiradas
do estabelecimento para melhor aproveitamento.

Parágrafo único. As fêmeas com sinais de parto


recente ou aborto somente poderão ser
abatidas após no mínimo dez dias, contados
da data do parto, desde que não sejam
portadoras de doença infectocontagiosa, caso em
que serão avaliadas de acordo com este Decreto.

# 113 ANTIGO RIISPOA: Evitar abater com gestação


com mais de 2/3
O 9013 já não menciona esta observação do antigo art. 113.
Drª Cassia Aldrin de Mello

◼Art. 96: Os animais de abate que apresentem


hipotermia ou hipertermia podem ser
condenados, levando-se em consideração as
condições climáticas, de transporte e os demais
sinais clínicos apresentados. Note abaixo como
era antes, hoje, já não é exigência a condenação
por hipo e hipertermia. “Pode-se condenar” não é
o mesmo que “deve-se condenar”
Art 124- Condenar na inspeção ante mortem :
bovino/ ovino/ caprino – temperatura retal >
ou igual a 40.5ºC;
suíno – temperatura retal > ou igual a 41ºC;
aves – temperatura retal > ou igual a 43ºC;
animais com hipotermia.
Drª Cassia Aldrin de Mello

◼ Art. 103 É proibido o abate de animais que não tenham


permanecido em descanso, jejum e dieta hídrica, respeitadas
as particularidades de cada espécie e as situações
emergenciais que comprometem o bem-estar animal. # do
110 antigo. O 9013 não estabeleceu ainda prazos para
descanso, jejum e dieta hídrica (leiam a aula 2 de abate
humanitário)
◼ Art. 106 É proibido o Abate de Emergência na ausência de
Auditor Fiscal Federal Agropecuário, com formação em
Medicina Veterinária #do art. 132 antigo, que mencionava
apenas “na ausência do SIF”. Hoje, é proibido este abate na
ausência do veterinário
◼ Art. 97 Lote com animal com morte natural só será abatido
após o resultado da necropsia = art. 128 antigo
Drª Cassia Aldrin de Mello

◼ Art. 98: Morte acidental de algum animal ainda no


estabelecimento - pode ser aproveitado condicionalmente a
juízo do AFFA (ele decide e julga), desde que, sangrados
imediatamente (para não haver retenção de sangue em
órgãos/vísceras e prejudicar exame)

◼ Art. 110: Animais que abatidos de emergência se


enquadrarem em qualquer caso de CT são impróprios para
consumo. Este é um art. Simples, mas nos respalda nos
casos em que condenamos o animal, ou seja, se foi
condenado, não pode ser consumido de forma alguma.
Drª Cassia Aldrin de Mello

◼ Art. 109. Nos casos de dúvida no diagnóstico de processo


septicêmico, o SIF deve realizar coleta de material para
análise laboratorial, principalmente quando houver
inflamação dos intestinos, do úbere, do útero, das
articulações, dos pulmões, da pleura, do peritônio ou nas
lesões supuradas e gangrenosas.
Drª Cassia Aldrin de Mello

◼ Art. 113. Antes de chegar à sala de abate, os


animais devem passar por banho de aspersão com
água suficiente para promover a limpeza e a
remoção de sujidades, respeitadas as
particularidades de cada espécie.

◼ Os bovinos tomam banhos de aspersão nos currais,


no banheiro de aspersão, na seringa (este
opcionalmente).
Drª Cassia Aldrin de Mello

◼ Art. 112. Só é permitido o abate de animais com o emprego


de métodos humanitários, utilizando-se de prévia
insensibilização, baseada em princípios científicos, seguida
de imediata sangria. = antigo artigo 135 (vide aula 2)
§ 1º Os métodos empregados para cada espécie animal serão
estabelecidos em normas complementares. (por enquanto é
a IN 3/2000, vide aula 2)
§ 2º É facultado o abate de animais de acordo com preceitos
religiosos, desde que seus produtos sejam destinados total
ou parcialmente ao consumo por comunidade religiosa que
os requeira ou ao comércio internacional com países que
façam essa exigência.
Drª Cassia Aldrin de Mello

Art. 114. A sangria deve ser a mais completa


possível e realizada com o animal suspenso pelos
membros posteriores ou com o emprego de outro
método aprovado pelo DIPOA

Parágrafo único: Nenhuma manipulação pode ser


iniciada antes que o sangue tenha escoado o
máximo possível, respeitado o período mínimo de
sangria previsto em normas complementares.
(MÍNIMO 3 minutos, conforme IN 3/2000 e norma
técnicas de bovinos/1971 (no AVA)
Drª Cassia Aldrin de Mello

Art. 117. Sempre que julgar necessário ou quando


forem identificadas deficiências no curso do abate, o SIF
determinará a interrupção do abate ou a redução de sua
velocidade. (A VELOCIDADE DE ABATE DEVE SER DE
ACORDO COM O APROVADO QUANDO NO REGISTRO DO
ESTABELECIMENTO. MAS A QQ TEMPO, A FISCALIZAÇÃO
PODERÁ REDUZIR OU PARAR O ABATE)

Art. 118. A evisceração deve ser realizada em local que


permita pronto exame das vísceras, de forma que não
ocorram contaminações.

Art. 119. Deve ser mantida a correspondência entre as


carcaças, as partes das carcaças e suas respectivas
vísceras até o término do exame post mortem pelo SIF,
observado o disposto em norma complementar.
Drª Cassia Aldrin de Mello

sobre o art. 119: a velocidade da trilhagem aérea mecanizada


(nórea) das carcaças é a mesma da esteira com as vísceras,
assim, mantem-se a intercorrespondência entre ambas, para
se necessário for desviar carcaça e suas vísceras para o DIF
(Departamento de Inspeção Final (vide aula 3), não perdemos
a carcaça e suas vísceras, fundamento da inspeção post-
mortem pois será visto (aula 6) que quando uma patologia
sistêmica atingir o animal, somente o veterinário poderá
inspecionar este (carcaça e vísceras), e esta inspeção
ocorrerá no DIF (um espaço físico localizado ao final das
linhas de abate, de forma que não comprometa o fluxo dos
demais animais abatidos e ditos “normais”
Drª Cassia Aldrin de Mello

Art. 121. Todas as carcaças, as partes das carcaças, os


órgãos e as vísceras devem ser previamente resfriados ou
congelados, antes de serem armazenados em câmaras
frigoríficas onde já se encontrem outras matérias-primas.

Art. 122. As carcaças ou as partes das carcaças, quando


submetidas a processo de resfriamento pelo ar, devem ser
penduradas em câmaras frigoríficas, respeitadas as
particularidades de cada espécie, e dispostas de modo que
haja suficiente espaço entre cada peça e entre elas e as
paredes, as colunas e os pisos.

Parágrafo único. É proibido depositar carcaças e produtos


diretamente sobre o piso. (Este parágrafo é importante
para chamar a atenção da empresa quando isto ocorrer)
Drª Cassia Aldrin de Mello

◼ Art. 124. É obrigatória a remoção, a segregação


e a inutilização dos Materiais Especificados de
Risco (MER) para encefalopatias espongiformes
transmissíveis de todos os ruminantes destinados
ao abate.

• A especificação dos órgãos, das partes ou dos


tecidos animais classificados como MER será
realizada pela legislação de saúde animal.
• A seguir farei uma breve explicação do que é
MER, pois eu dou este tema na TPOA, mas como
não fui eu quem dei esta disciplina para vocês,
deixo aqui para homogeneizarmos nosso
entendimento, ok?
Drª Cassia Aldrin de Mello
Linha “MER” - MATERIAL ESPECIFICADO DE RISCO
= RISCO PARA ENCEFALOPATIA ESPONGIFORME
BOVINA) = proibindo-se sua incorporação em
alimentação/medicamentos/insumos para ruminantes
• MER: Encéfalo, Olhos, Amígdalas, Medula
Espinhal e a Parte Distal do Íleo

• O estabelecimento deve possuir um programa de autocontrole


auditável para MRE com:
- Procedimentos Operacionais (como retira cada MER)
- Registro da Quantidade de MER produzidos (COMPROVAR COM
PLANILHAS)
- Correspondência em Volume de MER com o Número de Animais
Abatidos
- Medidas Preventivas (como segrega cada MER, TD DEVE ESTAR
DOCUMENTADO)
Drª Cassia Aldrin de Mello

❑ Memorando Circular nº 01 de 23 de Janeiro de 2007

• MER: Encéfalo, Olhos, Amígdalas, Medula Espinhal e a


Parte Distal do Íleo

Todos os estabelecimentos brasileiros sob


controle veterinário que realizam abate de
bovinos devem remover, segregar e destinar
adequadamente os MER
Drª Cassia Aldrin de Mello

Tabela 1: Peso médio dos MER por bovino


ÓRGÃO/PARTES PESO (g)
01 Encéfalo 300
02 Medula Espinhal 230
03 Olhos 150
04 Porção distal do íleo (70 cm) 150
05 Amídalas 100
Fonte: BRASIL (2007)
PESO TOTAL 930
Drª Cassia Aldrin de Mello

FLUXOGRAMA DA RETIRADA,
MANIPULAÇÃO E DESTINAÇÃO
DE MER NO ABATE BOVINO

Os abatedouros convencionaram o uso da cor “verde”


para separar todos os materiais, utensílios usados na
retirada dos MER.
Drª Cassia Aldrin de Mello

MATERIAIS E UTENSÍLIOS

FONTE: WEIRICH (2010)

FONTE: WEIRICH (2010)


Drª Cassia Aldrin de Mello

REMOÇÃO DAS AMÍGDALAS:


- Linha B: corte de músculos da cabeça e Linha MER corte
nodos linfáticos e retirada das amígdalas – também pelo SIF
(identificação de roupas e utensílios) – após retiradas, as
amígdalas vão para chute (ou recipiente) de MER

FONTE: WEIRICH (2010) FONTE: WEIRICH (2010)


Drª Cassia Aldrin de Mello
Drª Cassia Aldrin de Mello

RETIRADA DOS OLHOS:


- Na sala de cabeça, e são colocados em recipientes
identificados e para chute de MER

FONTE: WEIRICH (2010) FONTE: WEIRICH (2010)


Drª Cassia Aldrin de Mello
Drª Cassia Aldrin de Mello

RETIRADA DO ENCÉFALO:
- Retirado na sala de cabeça e colocado em
recipiente identificado e seguem para chute de MER

FONTE: WEIRICH (2010) FONTE: WEIRICH (2010)


Drª Cassia Aldrin de Mello

RETIRADA DO ÍLEO DISTAL (70 cm):


- Retirado na triparia e segue por para sala de resíduos MER
-

FONTE: WEIRICH (2010) FONTE: WEIRICH (2010)


Drª Cassia Aldrin de Mello

RETIRADA DA MEDULA ESPINHAL:


- A serragem de carcaças e retirada manual da medula são
linhas de MER,
- Cuidado com a contaminação pelos MER

FONTE: WEIRICH (2010)


FONTE: WEIRICH (2010)
Drª Cassia Aldrin de Mello
Drª Cassia Aldrin de Mello

MANIPULAÇÃO E DESTINAÇÃO DOS MER

FONTE: WEIRICH (2010) FONTE: WEIRICH (2010)

FONTE: WEIRICH (2010) FONTE: WEIRICH (2010)

Os MER são cremados à uma temperatura mínima de 133 °C por no mínimo 120 minutos
Os dados referentes ao peso dos MER e o horário em que foram cremados devem ser anotados em
planilha própria
Drª Cassia Aldrin de Mello

VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA DA EEB EM


MATADOUROS
Instrução de Serviço nº 2 (12/08/2003)

■ Obrigatória a coleta de tronco encefálico de todos os


animais (bovino, ovino, caprino) destinados à Matança de
Emergência em matadouros com SIF, de acordo com o
Manual de procedimentos para diagnóstico das
doenças do SNC de bovinos – favor leiam do site (em
“programas - área animal”)

■ As orientações para a coleta, acondicionamento e


conservação das amostras serão dadas ao SIF pelo SSA, bem
como o transporte das mesmas será feito pelo SSA -
quinzenalmente (IS nº 2 DE 15/08/2003)
Drª Cassia Aldrin de Mello
PROCEDIMENTOS A SEREM TOMADOS EM CASO DE
FEBRE AFTOSA NOS ESTABELECIMENTOS
FRIGORÍFICOS COM SIF
(CIRCULAR Nº 259/01/DCI/DIPOA DE 21/06/2001)

◼ A doença foi diagnosticada na inspeção ante-mortem:

- Os animais presentes nos currais serão abatidos no matadouro


sanitário. Dependendo da fase evolutiva da doença, ou quando existir
apenas uma suspeita, os animais podem, ainda, ficar em observação
por prazo variável, a juízo de médico-veterinário oficial;
- Os suspeitos e os animais que tiveram contato são abatidos
em separado (of. Circ. 006/2001);
- Paralelamente, o Serviço de Defesa Sanitária Animal deve ser
notificado de imediato para as providências e medidas conforme seu
regulamento.

ADOTAR ART. 92 NOVO RIISPOA


Drª Cassia Aldrin de Mello
◼ A doença foi diagnosticada na inspeção post-mortem - quando
há constatação de lesões patognomônicas (em lábios ou patas
– linha A), os procedimentos são:

- As carnes obtidas de todo o lote, após maturação sanitária e desossa


obrigatória* conforme o Código Zoosanitário da OIE deverão ser
mantidas sequestradas, sob estrito controle da Inspeção Federal;
- A liberação dessas carnes só poderá ocorrer para o mercado interno.
Em hipótese alguma, as carnes poderão ser destinadas ao mercado
internacional, sobretudo ao Mercado Comum Europeu;
- Para a OIE: miúdos vão para AC (70ºC/30 min e/ou salgados na
proporção de 2,25/1 umidade/proteína) – o restante vai à graxaria;
- No momento da constatação é indispensável o retorno do veterinário
aos currais para averiguação do comportamento clínico dos animais
integrantes dos demais lotes.
- * as carnes só poderão circular nas áreas liberadas pelo MAPA, se
carcaças forem desossadas ao atingir 4◦C e tiverem pH min. de 5,99.
Drª Cassia Aldrin de Mello

◼ Após o abate ou processamento das carnes e miúdos, todas as


instalações e equipamentos necessariamente sofrerão rigorosa
desinfecção com produtos químicos aprovados pelo DDA/DAS;

◼ Enquanto perdurar todo o abate, a preparação das carnes e


miúdos e a desinfecção, o estabelecimento ficará interditado para
exportação não podendo ser expedidos quaisquer produtos,
mesmo os anteriormente produzidos, para esse destino;

◼ Independente do âmbito de atuação do serviço de inspeção no


matadouro, deverão ser aplicadas as medidas sanitárias previstas
pelo MAPA (IN 44 de 2/10/2007)
Drª Cassia Aldrin de Mello

Fim
Obrigada!

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