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SUMÁRIO
CAPÍTULO 1 – Conceitos
Termos utilizados em custos:
Gasto: gasto é um sacrifício ou dispêndio financeiro para obtenção de um bem ou serviço qualquer,
representado por entrega ou promessa de entrega de ativos (normalmente dinheiro). Ou seja, só
existe o gasto no ato do reconhecimento contábil da dívida adquirida ou na diminuição dos ativos
dados em troca. Os gastos em projetos se transformam em custos no momento de sua utilização
como recurso para execução de uma atividade.
Custo: o custo é a aplicação de recursos (recursos humanos, equipamentos, materiais, insumos)
no processo de criação de um produto, serviço ou resultado específico. São os valores medidos
em dinheiro, estimados, orçados, comprometidos e desembolsados, sendo que enquanto gastos
em projetos, como já mencionado, é transformado em custo somente no momento de sua utilização
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como recurso na execução de uma atividade. Ex. Uma matéria prima é considerada um gasto no
momento de sua compra, um investimento durante o tempo que estiver em estoque, se transfor-
mando em custo no momento em que dessa matéria prima é utilizada para o desenvolvimento do
produto final.
Despesas: é um gasto relativo a bens e serviços não correlacionados com a produção de outros
bens e serviços, ou seja, é um dispêndio ocorrido fora da área de produção de um bem, ou de um
serviço. Fingem o patrimônio líquido do projeto. Em projetos é separado e:
Gastos (despesas): que tem a relação à parte administrativa, comercial e financeira do projeto e
não à produção do produto final;
Gastos (custos): que são usados para compor o valor do produto final;
Desembolso: pagamento resultante da aquisição de um bem ou serviço, que pode ocorrer antes,
durante ou após sua entrada na organização, portanto defasada ou não do gasto (Martins;
Perda: a perda é um bem ou serviço consumido de forma anormal e involuntária (incêndios, obso-
lescência de tecnologias, usos de recursos (corte de chapas ou cabos), depreciação, etc);
Investimento: gasto com bem ou serviço ativado em função de sua vida útil ou de benefícios atri-
buíveis a futuro período. Todo valor disponibilizado para aquisição de bens ou serviços que se
compõe em gastos, que são editados nos ativos da empresa e sofre depreciação, amortização ou
baixa, no momento de sua venda, de seu consumo, de seu desaparecimento ou de sua desvalori-
zação são especificamente chamados de investimento;
Preço: preço é uma decisão de negócios que leva em consideração outros fatores estratégicos e
de mercado.
Vários aspectos devem ser analisados para que uma ideia seja aprovada e que seja utilizada como
portfólio de um projeto.
Seu alinhamento com as estratégias da empresa naquele exercício: a empresa deve desen-
volver uma ideia que seja compatível com o momento da empresa e que gere rentabilidade;
Sua viabilidade econômico-financeira: para uma ideia se tornar viável ela deve atender a crité-
rios que estejam em consonância com as restrições econômico-financeira da organização.
Riscos envolvidos: a ideia pode ser fantástica e o retorno de seu desenvolvimento adequado,
mas os riscos identificados podem ser tão críticos que, para tratá-los, seria necessário incorrer em
custos altíssimos.
As funções-chave na estimativa custos dos projetos
Gerente do projeto
Responsável pela estimativa, não necessariamente encarregado de fazer a estimativa.
Documentar a abordagem e o plano para a estimativa;
Revisar a estimativa e dar início a revisões se necessário;
Agregar as estimativas dos orçamentistas;
Identificar e documentar os riscos e as premissas para criar estimativas de custo e contingência
(se apropriado) e
Trabalhar com a gerência a fim de estabelecer a expectativa para os interessados acerca das
estimativas, das premissas e dos riscos.
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As funções-chave na estimativa custos dos projetos
Gerente
Indivíduo ou equipe responsável pela revisão
sênior/ pa- e aprovação da estimativa do projeto. Revisar e aprovar a estimativa.
trocinador
Objeto de custo
O objeto de custo é qualquer objeto a que se pode atribuir custos, sejam eles de qualquer tipo (custos
planejados, estimados, orçados e incorridos) e das entregas principais, intermediárias, componentes,
pacotes de trabalho, atividades e tarefas.
Pode-se considerar um projeto como uma espécie de objeto de custo ou centro de custo temporário.
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O ciclo de vida de um projeto é o intervalo entre seu início e seu encerramento.
A análise de custos pode ser expressa em diferentes unidades referenciais, sendo a de maior utiliza-
ção a unidade monetária, no entanto podem ser expressas em homens-hora de trabalho. Outro as-
pecto é o valor temporal do dinheiro.
Antes mesmo que o projeto seja oficialmente autorizado, justificamos seu lançamento por meio de
estudo de viabilidade técnica e econômica ou um business case, comparando custos preliminar-
mente orçados com benefícios, monetários ou não, e riscos para elaborar o termo de abertura do
projeto;
Um projeto com restrições de custos muito bem determinadas pode definir alternativas de escopo
diferentes, com soluções mais ou menos onerosas, influenciando o planejamento de seu escopo;
Um cronograma sem folgas pode determinar custos mais altos para contratação de recursos me-
lhor preparados ou compre os equipamentos que sejam mais produtivos;
Exigências de altos padrões de qualidade demandam aumento de custos com atividades de ga-
rantia e controle de qualidade;
Projetos de alto risco, exigem previsões de atividades para suavização, de modo a diminuir a pro-
babilidade e o impacto de ocorrências de riscos, para transferências de riscos, nos casos de esti-
pulação de multas para fornecedores ou seguros, ou, ainda, planos de contingência, quando os
riscos se tornarem problemas;
Os dados coletados pelo planejamento de custos podem dar suporte a decisões no gerenciamento
de aquisições entre fazer ou comprar pacotes de trabalho do projeto;
Projetos complexos ou globais, com recursos distribuídos em áreas geográficas diferentes, gerarão
necessidades de uso de tecnologias complexas para comunicação ou para deslocamentos fre-
quentes de equipes ou equipamentos;
Quanto maior o número de recursos humanos envolvidos, maior é o esforço para gerenciá-los, o
que justifica terceirizar o serviço de transporte ao invés da utilização de recursos próprios da orga-
nização;
Coletar, processar e produzir informações precisas sobre custos em um círculo virtuoso contribui
para o processo de gestão de conhecimento, configurando lições aprendidas que contribuirão para
melhoria contínua e sucesso de fases futuras do mesmo projeto ou de projetos futuros.
Para que a integração aconteça entre o gerenciamento de custos e as áreas de conhecimento, assim
como entre as diferentes especialidades ou disciplinas do projeto, a participação, desde o início do
processo de planejamento, dos representantes de cada área envolvida, é importantíssimo. Alguns
especialistas estão fora da organização que executa o projeto e podem ser consultores, fornecedores,
órgãos reguladores ou até mesmo o cliente.
Existem algumas armadilhas que devem ser evitadas pelo gerente do projeto:
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Má interpretação da declaração de trabalho, ou seja, do documento de especificações do projeto,
quando ele é resultado de um contrato;
Escopo com omissões ou mal definido;
Cronograma pobremente definido ou muito otimista;
Estrutura analítica do trabalho (EAP) pouco detalhada;
Previsão de recursos com perfil inadequado para as tarefas;
Falha na quantificação de riscos;
Falha no entendimento e apropriação (contabilização) dos diversos tipos de custos;
Escolha errada das diferentes técnicas de estimativa de custos.
A quantidade e qualidade dos detalhes que dão sustentação ao plano de gerenciamento de custos
variam por área de aplicação, tipo ou complexidade do projeto. Independentemente do nível de detalhe
apresentado, onde o plano de gerenciamento de custos do projeto deve fornecer um entendimento
claro e completo a respeito de como o gerenciamento de custos será planejado, estruturado e contro-
lado no projeto.
Descrição dos processos a serem utilizados com modelos de documentos, formulários, relatórios,
níveis de acesso e responsabilidades;
Interfaces com procedimentos organizacionais de governança da empresa;
Relação e documentação de premissas assumidas relacionadas com custos;
Relação e documentação de restrições conhecidas e relacionadas com custos;
Exclusões de escopo e identificação dos itens que não devem ser considerados na estimativa de
custos, embora façam parte do escopo do projeto;
Unidades usadas nas estimativas para cada um dos recursos, como valor de homem-hora, tone-
lada, preço global etc.;
Nível de arredondamento (por exemplo, R$ 1.004,69 para 1.000,00 ou R$ 995,59 para
R$ 1.000,00);
Critérios e qualificação da estimativa: data de referência dos custos, moeda, taxa de câmbio, esta-
bilidade e/ou volatilidade das taxas etc.;
Classificação da estimativa incluindo o intervalo de variação e o nível de confiança ou precisão da
estimativa final;
Bases utilizadas na estimativa do gerenciamento do projeto, critérios e fontes usadas para obten-
ção dos dados quantitativos e tarifas salariais utilizadas;
Bases utilizadas nas estimativas de equipamentos, critérios e fontes usadas para obtenção dos
dados quantitativos, fontes de preços para todos os equipamentos, fornecedores consultados, so-
licitações de cotações, propostas de fornecedores, dados históricos etc;
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Bases utilizadas nas estimativas de materiais e insumos, critérios e fontes usadas para obtenção
dos dados quantitativos, fontes de preços para os principais materiais, fornecedores consultados,
solicitações de cotações, propostas de fornecedores, dados históricos, frete, impostos, taxas, trans-
porte, seguro, embalagem etc.;
Bases utilizadas na estimativa de serviços, critérios e fontes usadas para obtenção dos dados
quantitativos e tarifas salariais utilizadas;
Definição de como serão feitas as medições, revisões e relatórios de acompanhamento;
Limites inferiores e superiores de controle permitidos para variação de custos;
Regras do gerenciamento do valor agregado, tais como fórmulas de cálculo, nível da EAP em que
será realizada a análise etc.;
Métodos de rastreamento:
Drill-down, que significa investigar se a soma de valores, descendo do nível sintético ao analítico,
está correta;
Drill-up, que seria fazer a mesma validação percorrendo o caminho inverso – subindo dos níveis
analíticos para o sintético –, usado para validar a agregação bottom-up de orçamento no término
(ONT), por exemplo;
Anexos: sumário dos custos por centro de custos do plano de contas, sumário por área física/sis-
tema/prédio, estimativa de custo detalhada, documentação de referência e memórias de cálculo.
Ciclo de vida de produto ou custeio pelo ciclo de vida (life cycle costing)
Quando estimamos os recursos necessários para a execução de atividades de um projeto, é possível
identificar que um deles, seja um produto ou serviço, pode ser, por exemplo, um ativo imobilizado ou
mesmo um sistema composto por componentes físicos, lógicos, procedimentais e documentais, cujo
custo unitário total dependa do seu ciclo de vida. O custeio pelo ciclo de vida é a prática de se organizar
os custos de acordo com os estágios ou fases da vida de um produto ou serviço. É uma técnica para
estabelecer o custo total, considerando todos os custos incorridos desde a fase de pesquisa, desen-
volvimento, operação e manutenção, até, se necessária, a retirada do produto ou serviço do mercado.
O custo visível, ou mais óbvio, de aquisição desse produto ou serviço pode representar somente uma
pequena parte do seu custo total. O gerente do projeto deve assegurar que a aquisição do produto ou
serviço considere:
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CICLO DE VIDA DE PRODUTO OU SERVIÇO
TIPOS DE CUSTOS
Custos unitários
O custo unitário é a principal referência para medida de desempenho dos custos realizados.
A composição de custo unitário dos serviços se caracteriza pela reunião dos insumos necessários
para completar uma unidade do produto.
As quantidades e o tempo previstos na execução dos serviços por unidade são obtidos por meio do
processo de apropriação ou em bancos de dados.
Cada insumo irá participar com o custo unitário de comercialização no mercado, no momento da ela-
boração da estimativa de custo.
Custos diretos
Os custos diretos de um projeto podem ser facilmente identificados e quantificados a partir dos recur-
sos necessários (mão de obra, materiais, equipamentos, serviços e insumos) para a realização das
atividades do projeto; são diretamente atribuídos ao produto do projeto e, portanto, não necessitam de
rateios para serem alocados. Os custos diretos são os gastos facilmente apropriáveis e podem ser
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identificados como pertencentes a este ou aquele produto, ou ao projeto. Alguns exemplos de custos
diretos são: horas de trabalho, custos de viagens da equipe, custos dos materiais utilizados no projeto
etc.
Mas o gerente de projetos deve entender como sua organização contabiliza os custos para classificá-
los adequadamente. Ex. Se uma viajem que é realizada pela empresa para resolver problemas relaci-
onada ao projeto, a despesa nesse caso é contabilizada como custo direto, por estar ligada direta-
mente ao projeto, no entanto, se for u.a viagem que não tem ligação com o projeto, então, passa a ser
contabilizada com custo indireto.
Custos indireto
Os custos indiretos são despesas gerais e gastos incorridos pela empresa em benefício de mais de
um projeto ou operação; normalmente são custos relativos à manutenção do negócio. Apesar de não
serem relacionados diretamente às atividades, podem ou não ser agregados no orçamento total do
projeto, dependendo de sua natureza e regulamento tributável aplicável.
Reduzir custos indiretos é importante para aumentar a competitividade das organizações, e elas pre-
cisam reconhecer a necessidade de gerenciá-los. Mas, infelizmente, essa tarefa não é de fácil aplica-
ção prática quando nos referimos aos projetos, pois normalmente os custos indiretos estão fora do
controle do gerente do projeto em função de serem custos gerais rateados entre os diversos projetos
da empresa.
Despesas administrativas;
Salários da direção e do pessoal administrativo;
Despesas de representação;
Depreciação da compra ou aluguel do imóvel sede da organização;
Material de escritório;
Energia elétrica e comunicações;
Auditores e assessoria de consultores;
Despesas com manutenção do escritório, oficinas de reparos, manutenção de equipamentos, de-
pósitos para guarda de materiais e equipamentos;
Despesas comerciais – são as despesas geradas pela comercialização dos projetos ou serviços
da organização. No caso de uma empresa que vende seus serviços diretamente a clientes poten-
ciais ou os obtém participando das licitações promovidas por entidades públicas ou privadas, essas
despesas podem compreender: Promoção e propaganda comerciais, salários e comissões de ven-
dedores; Assessoria técnica para vendas ou licitações; Honorários, viagens e estadias; Assessoria
jurídica a contratos; Elaboração de propostas; Direitos de propriedade ou patente (royalties);
Despesas tributárias – são as decorrentes de disposições legais, compreendendo tributos, impos-
tos, taxas, emolumentos e tarifas, tais como IRPJ, ISS, PIS, COFINS etc.;
Despesas financeiras – referem-se ao custo do dinheiro, juros tomados por empréstimo para finan-
ciar capital de giro da organização empregado no projeto ou para aquisição de bens duráveis, como
equipamentos.
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Os recursos compartilhados entre diversos projetos ou com atividades operacionais da empresa de-
vem também ter seu custo rateado a partir de critérios (combinados na fase de planejamento) ou po-
dem ser classificados como custos diretos, se o gerente do projeto conseguir distinguir exatamente a
quantidade de esforço que eles representarão em cada projeto.
Custos fixos
RECEITA
CUSTO TOTAL
(CT)
CUSTO VARIÁVEL
(CV)
PONTO DE EQUILÍBRIO
(PE)
CUSTO FIXO
(CF)
O custo total;
A formação de preço (preço mínimo);
A produção mínima (QE);
Os custos variáveis e fixos (CV e CF máximos);
A receita mínima (PE);
A margem de contribuição (MC);
A participação do custo fixo em relação ao custo variável e
A estimativa do lucro ou prejuízo.
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Os custos fixos são aqueles que não variam
com a quantidade de trabalho do projeto. É CUSTO FIXO
importante destacar que o custo fixo tem uma
capacidade máxima, que, se ultrapassada,
demandará contratação adicional. Um bom
exemplo é considerarmos que determinada
máquina tem a capacidade máxima de traba-
lho de 240 horas mensais e o custo de aluguel
de R$ 1.000,00 por mês. Logo, se a máquina
trabalhar até 240 horas por mês, o valor a ser
pago por ela será fixo e igual a R$ 1.000,00.
Porém o projeto necessita de 360 horas por
mês dessa mesma máquina, de modo que te-
remos de contratar duas máquinas, o que ele-
vará esse custo fixo do projeto para R$ 2 mil;
a capacidade máxima passará de 240 horas
para 480 horas por mês, apesar de o projeto
só precisar de 360 horas por mês.
Custos variáveis
São os gastos ou dispêndio de valores em períodos passados mais que por conta de sua natureza de
temporalidade, ainda continuam referentes ao período atual, mesmo que esses valores não tenham
sido desembolsados relativo às atividades do projeto. Não são recuperáveis e não afetam os resulta-
dos futuros.
Vamos supor que um projeto, cuja duração inicial era de 12 meses com orçamento total de R$ 12
milhões e um valor presente líquido (VPL) de R$ 20 milhões, esteja no seu terceiro mês e já tenha
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comprometido R$ 8 milhões em custos, em vez dos R$ 4 milhões planejados. O gerente do projeto faz
uma nova projeção de custos e conclui que o projeto irá consumir mais R$ 10 milhões para terminar.
Quando o comitê executivo avaliar o projeto, os R$ 8 milhões já gastos não devem ser levados em
consideração para decidir se vale a pena continuar ou não, pois o valor gasto não pode ser mais
recuperado. Em vez disso o comitê deve avaliar se o business case original ainda continua válido, isto
é, se o VPL do projeto continua vislumbrando um retorno interessante que justifique o novo investi-
mento. Em outras palavras, deve avaliar se vale a pena investir os R$ 10 milhões adicionais para
conseguir o retorno de R$ 20 milhões, em termos de VPL.
Esse dilema de não considerar os custos retrospectivos, normalmente leva a exceder os custos
quando a decisão considera apenas benefícios futuros e incertos contra os gastos prospectivos.
Custos de oportunidade
É o custo da oportunidade de desistir de selecionar um projeto em detrimento de melhor opção entre
projetos descartados. Por exemplo, uma empresa destinou à diretoria de Marketing um orçamento
anual de R$ 300 mil. A diretoria de Marketing desejava desenvolver dois projetos para lançamento de
dois novos produtos, mas não possui orçamento para os dois. O projeto para lançamento do produto
A tem seu resultado estimado em R$ 600 mil, e o projeto para lançamento do produto B, em R$ 500
mil. O custo de oportunidade para selecionar o projeto de lançamento do produto A em vez de escolher
o projeto de lançamento do produto B é igual a R$ 500 mil. Ou seja, a empresa deixará de obter um
resultado de R$ 500 mil devido à escolha do projeto A. Esse conceito é muito utilizado na fase de
composição do portfólio da empresa, quando os projetos são selecionados a partir da análise de seus
benefícios e viabilidade.
Plano de contas
O plano de contas é um instrumento que compõe o sistema contábil de uma organização, dentro do
conjunto de normas instituídas. Nele é estabelecida a conduta de escrituração contábil, por meio da
exposição das contas, códigos, funções, registros, grupos, relação da interligação de grupos e contas,
análises, entre outras atividades inerentes ao processo. Não cabe apenas elencar as contas. Na área
dos negócios, a contabilidade se norteia por um plano de contas para que todos os dados sejam ade-
quadamente classificados, selecionados, compilados, resumidos e registrados em contas separadas.
O plano de contas é útil na elaboração de estimativas, no planejamento e controle do orçamento e no
estabelecimento de dados históricos de custos, sendo uma fonte preciosa de informações para proje-
tos futuros.
Nos projetos de alta complexidade, em que mais de uma empresa se unem na modalidade de consór-
cio, é muito comum o desenvolvimento de um plano de contas específico para monitoramento mais
detalhado dos custos e consequente prestação de contas às empresas envolvidas.
Embora possam variar os critérios na elaboração dos planos de contas, permanece imutável a carac-
terística essencial quanto às suas finalidades e objetivos – ser um norte, um roteiro completo, um guia
para as tarefas contábeis, podendo ser mais ou menos detalhado.
Um plano de contas tem partes essenciais que estruturam sua composição. São elas:
Princípios gerais;
Elenco das contas;
Função das contas;
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Funcionamento das contas;
Normas de avaliação e apuração;
Demonstrativos;
Explicações adicionais.
O que o gerente de projetos precisa entender como cada pacote de trabalho da EAP está ligado ao
plano de contas do projeto.
Diagrama de Pareto
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O princípio de Pareto, também conhecido como “poucos significativos e muitos insignificantes” ou
“20/80”, pois 20% dos itens podem representar 80% dos pontos de atenção. A aplicação desse princí-
pio ao custo possibilita uma rápida e clara identificação dos pacotes de trabalhos e/ou centros de
custos que são mais significativos em relação aos seus custos estimados, permitindo a focalização
nos itens que têm mais impacto no orçamento do projeto.
Benefício:
No exemplo do quadro 1 e da figura 5, verificamos que peças, materiais, maquinários e salários repre-
sentam uma parcela significativa dos custos do projeto (aproximadamente 80%), merecendo especial
atenção tanto no processo de estimativas quanto, no de controle
Quadro 1
ITENS, VALORES E PERCENTUAIS DE UM PROJETO
Item ou centro de custos Valor (R$) Valor acumulado (R$) % % acumulado
Peças e materiais 600.000,00 600.000,00 32,61 32,61
Maquinário 520.000,00 1.120.000,00 28,26 60,87
Salários 370.000,00 1.490.000,00 20,11 80,98
Manutenção 150.000,00 1.640.000,00 8,15 89,13
Aluguel de escritório 75.000,00 1.715.000,00 4,08 93,21
Seguro 50.000,00 1.765.000,00 2,72 95,92
Benefícios e fundos de pensão 30.000,00 1.795.000,00 1,63 97,55
Veículos 25.000,00 1.820.000,00 1,36 98,91
Pesquisa 20.000,00 1.840.000,00 1,09 100,00
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DIAGRAMA DE PARETO
EXERCÍCICOS 1
COMENTÁRIO
A quantidade de variáveis – e a sua importância – pode variar, mas escopo, prazos, aquisições e a
complexidade do projeto (simples, médio e complexo) são importantes aspectos a serem observados.
Lucro = receita - CT
MC% = ((PV - CV) / PV) x 100
PE (R$) = CF / (MC%)
QE (un) = CF / MC
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Em seguida, preencha os campos em branco com os resultados obtidos.
CLASSIFICAÇÃO ABC
classificação
item custo (R$) % simples % acumulado
(A-B-C)
D 70 8% 87% B
E 40 4% 92% B
F 30 3% 95% B
G 12 1% 97% C
H 10 1% 98% C
I 9 1% 99% C
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classificação
item custo (R$) % simples % acumulado
(A-B-C)
J 6 1% 99% C
K 3 0% 100% C
L 2 0% 100% C
M 1 0% 100% C
Observe os dados a seguir. Em seguida, complete a tabela com o custo decrescente e os percentuais
simples e acumulado. Faça a classificação A-B-C, considerando:
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120.500
81.500
22.800
10.700
5.800
4.500
3.000
1.200
Agora complete a tabela, determinando o custo unitário de cada item e o custo total da atividade.
Cod. VG.88.01 – Execução de Viga de Concreto Armado de 0,20m x 0,40m x 1,0m UNID. METRO
Agora preencha a tabela a seguir com os valores referentes a custo esperado, desvio padrão e vari-
ância de cada atividade, utilizando a estimativa de três pontos. Para isso, considere:
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Em seus cálculos, utilize números com duas casas decimais.
O s projetos amadurecem à medida que as definições são estabelecidas e as características do produto ou ser-
viço são desenvolvidas. Cada fase do projeto precisa de uma abordagem gerencial específica, que pode resultar
na autorização de prosseguir para a próxima fase, no cancelamento do projeto ou na repetição da fase anterior.
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Esse processo possibilita o cálculo do custo total planejado para o projeto que, somado à reserva de
contingência (item do patrimônio líquido das empresas; um evento incerto no futuro, constituindo-se
pela destinação dos lucros da companhia para formação de uma reserva que irá absorver perdas
prováveis e estimáveis, como calamidades naturais ou greves), calculada a partir do gerenciamento
dos riscos do projeto, possibilitando o estabelecimento da linha de base de custos.
Podemos usar as estimativas de custos para diversos propósitos, em diversos estágios ou fases de
um projeto, como:
Metodologia de gestão front-end loading (FEL), que é estruturada a partir de portões de estágio ou
portões de fase do ciclo de vida de projetos, fornece um entendimento detalhado e antecipado do
projeto para minimizar as mudanças durante as fases posteriores (execução, controle e encerramento).
A metodologia do FEL requer que em cada portão de fase (portões 1, 2 e 3), entre outros produtos,
sejam apresentadas estimativas de custos e sua agregação no formato de orçamentos. À medida que
mais informações são geradas a cada fase de FEL, os valores orçados ficam progressivamente mais
precisos e acurados, culminando na linha de base de referência de custos.
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Estimar custos é o processo de desenvolvimento de uma estimativa dos recursos necessários para
executar as atividades ou pacotes de trabalho do projeto, incluindo (mão de obra, materiais e equipa-
mentos) que representam uma parcela significativa do custo total de um projeto.
A estimativa é uma previsão dos custos dos recursos requeridos pelo escopo de uma atividade, pacote
de trabalho ou projeto. A estimativa é realizada tendo como base as informações conhecidas num
determinado momento e também deve considerar riscos e incertezas. As estimativas de custos são
determinadas usando a experiência, calculando e prevendo os custos futuros dos recursos.
Na elaboração de estimativas de custos, podemos utilizar diversos métodos, cujo esforço necessário
e complexidade aumentam em função do grau de precisão estabelecido. As estimativas de custos se
tornam mais detalhadas, e por consequência mais precisas, à medida que o projeto é desenvolvido e
maiores quantidades de informações são conhecidas. Por isso, a metodologia de elaboração das es-
timativas de custos deve considerar:
No sentido de comparar diversos componentes de um projeto ou entre projetos, uma prática, é expres-
sar as estimativas de custos em unidades de moedas, definindo uma data específica, de acordo com
sua natureza de temporariedade, a fim de que sejam possíveis soma, subtração e comparação de
valores e no caso das moedas, podemos usar outras unidades de medição, como: homens-hora, ho-
mens-dia ou homens-mês.
(1) Estabelecer os requisitos da estimativa, tais como: critérios, premissas e restrições, grau de
precisão, data de referência dos valores, moeda, taxa de câmbio etc. que devem constar do plano
de gerenciamento de custos;
(2) rever a EAP, que fornece a base para coletar, consolidar, acumular, organizar e estimar os
custos diretos do projeto e é normalmente usada para planejar, reportar e controlar os custos do
projeto;
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(3) Rever o cronograma que contém as durações das atividades e os recursos necessários para
realizá-las. Além disso, a estimativa de custos será a base para a definição da disponibilidade de
recursos, do fluxo de caixa e das regras a serem utilizadas para a escalada de custos (cost esca-
lation) e inflação. Costuma-se constituir uma provisão no orçamento antevendo aumentos nos cus-
tos de equipamentos, materiais, mão de obra etc., em relação aos valores especificados na ordem
de compra ou contrato, devido às contínuas alterações nos níveis de preços ao longo do tempo;
(4) Recuperar e organizar os dados históricos, que são registros de informações ou documentações
das experiências adquiridas em projetos similares desenvolvidos por uma equipe responsável.
Para obter maior confiabilidade, normalmente os dados históricos são normalizados para remover
as influências da inflação, localização geográfica, eficiência e diferenças de tarifas de mão de obra.
Esses dados são geralmente proprietários, pois cada empresa desenvolve seus próprios padrões,
mas ocasionalmente manuais, tais como os utilizados para a construção civil, disponibilizam suas
métricas, facilitando a elaboração de estimativas de custos;
(5) desenvolver e usar os relacionamentos da estimativa de custos ou cost estimating relations-
hips (CER), que podem variar desde uma simples regra do polegar (rules of thumb) até comple-
xos relacionamentos envolvendo múltiplas variáveis. O CER é um algoritmo ou fórmula que mostra
alguns recursos como função de um ou mais parâmetros que quantificam o escopo, fornecendo
equações ou gráficos que sumariam dados históricos de custos e recursos para serem usados em
estimativas futuras, podendo ser estocásticos (paramétricos) ou determinísticos (definitivos). Para
elaborarmos a estimativa detalhada (bottom-up) de um pacote de trabalho ou de uma atividade,
por exemplo, na execução de uma planta de fundação de um equipamento mecânico, podemos
usar o CER apresentado abaixo para calcular o custo da mão de obra necessária para executar
este serviço
Onde:
TAR = tarifa média das categorias (custo unitário = R$/h), por exemplo: R$ 100,00/h;
(6) a taxa de aprendizagem desenvolve uma curva de aprendizado, no sentido que, a medida em
que as atividades são padronizadas, diminui-se o tempo de execução dessas atividades, em função
de suas repetições e do aprendizado adquirido;
(7) identificar as categorias ou disciplina (pedreiros, engenheiros, analistas, médicos etc.) que se-
rão utilizadas para realização dos trabalhos e seus respectivos níveis de especialização (graus de
competência, treinamento ou senioridade de uma determinada categoria) e tarifas salariais propor-
cionais aos níveis de competência, treinamento ou senioridade. Como exemplo, podemos consi-
derar a execução de uma planta de fundação de um equipamento mecânico em que estimamos a
elaboração de cinco desenhos de fundação, com uma produtividade de 50 homens-hora (Hh) por
desenho, totalizando o esforço de 250 Hh. Para a obtenção do custo desse pacote de trabalho, o
especialista da disciplina engenharia civil, estimou a seguinte distribuição do esforço (Hh) por ca-
tegoria: engenheiro (30%), correspondendo a 75 Hh; projetista (40%), correspondendo a 100 Hh e
cadista – profissional que executa desenhos técnicos utilizando o software AutoCAD – (30%), cor-
respondendo a 75 Hh. Novamente, baseado em métricas da empresa, o especialista estimou a
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seguinte distribuição por nível de especialização, para cada categoria de mão de obra da disciplina
engenharia civil:
A cada categoria foram associadas às respectivas tarifas horárias (custos unitários dos níveis de es-
pecialização de cada categoria), cujos resultados apresentamos na tabela 1.
(8) Desenvolver as estimativas de custos diretos (mão de obra, equipamentos e materiais) e indi-
retos (custos administrativos e de overhead1);
(9) Aplicar os fatores de inflação e de escalada de custos, considerando-os fenômenos distintos,
conduzidos ou criados por forças completamente diferentes; esses fatores devem ser considerados
nas análises de riscos como riscos potenciais que terão suas respostas planejadas como atividades
do projeto, com os respectivos recursos, durações e custos estimados;
(10) Calcular os custos estimados utilizando ferramentas.
Custos Overhead: Refere-se às despesas e aos custos ligadas ao funcionamento de uma empresa e que não são vin-
culados à fabricação ou produção de um produto ou serviço. Em outras palavras, são despesas/custos que o negócio
incorre em permanecer no mercado.
25
(11) Elaborar a análise de riscos e o plano de respostas aos riscos cujas ações podem representar
custos, por exemplo, com seguros, garantias, fianças, treinamentos, contratações de consultorias
especializadas, inclusão de redundância em um sistema, alterações no plano do projeto etc.; (12)
Estabelecer reservas de contingência para lidar com variabilidade de estimativas e com a aceitação
de riscos de eventos discretos e/ou valor residual de riscos mitigados/transferidos. Reservas de
contingência2 podem ser um percentual incidindo sobre custo, um valor fixo ou um montante cal-
culado através da utilização de métodos da análise quantitativa, como a análise do valor monetário
esperado, modelagem e simulação usando, por exemplo, a simulação de Monte Carlo3;
(13) analisar, ajustar e dar consistência às estimativas de custos para reduzi-las quando precisar-
mos promover “cortes”. Essa é uma das principais fases do processo de estimativa de custos, pois
é comum os projetos possuírem um orçamento predefinido, ou seja, uma restrição, que não pode
ser ultrapassado em decorrência da disponibilidade de fundos. Consequentemente, precisamos
adequar os valores estimados a um valor previamente estabelecido, de forma a obter um produto
ou serviço ligeiramente diferente do originalmente projetado por um custo ligeiramente menor, sem-
pre com a preocupação de analisar os impactos no desempenho, na qualidade e no cronograma;
(14) publicar e apresentar a estimativa de custos em um documento bem-organizado, coeso, atra-
ente e de fácil compreensão, que deve assegurar a compatibilidade entre a estrutura analítica, o
plano de contas e a estrutura organizacional do projeto. Dessa forma, será possível a reportagem
dos valores por pacotes de trabalho e por elementos de custos, permitindo a sumarização dos
custos nos diversos níveis da estrutura. O documento deve conter as bases, premissas e restrições
consideradas, abrangência da estimativa, grau de precisão, metodologia utilizada. Deve apresentar
como anexos, se necessário, os principais documentos técnicos usados como referência (folhas
de dados, especificações, memórias de cálculos, lista de materiais, tarifas de mão de obra utiliza-
das, custos de materiais, de equipamentos, taxas usadas para inflação – caso utilizadas – e custos
indiretos). O gerente do projeto deve garantir que o plano de gerenciamento do projeto contenha
descrição do escopo detalhada e os principais documentos de suprimentos (critérios usados para
seleção, propostas, mapas comparativos de cotações, pareceres técnicos e comerciais etc.). As
informações de custos devem ser apresentadas de forma sumariada e detalhada.
Métodos determinísticos: como o método da estimativa detalhada, utilizando custos unitários ob-
tidos por meio de levantamentos quantitativos, combinado com o método da estimativa por analogia
para os itens menos significativos) e;
Métodos estocásticos: modelos paramétricos, aplicados a itens menos significativos.
2
Reservas de Contingência: É um item do patrimônio líquido das empresas e uma reserva para uma contingência, ou
seja, para um evento incerto no futuro. Constitui-se pela destinação dos lucros da companhia para formação de uma
reserva que irá absorver perdas prováveis e estimáveis, como calamidades naturais ou greves.
3
Simulação de Monte Carlo: é um modelo matemático com o intuito de aperfeiçoar a análise de riscos e alternativas,
consistindo em um modelo de amostragem aleatória. O método considera a estimativa otimista, esperada e pessimista do
projeto e realiza uma série de simulações a partir dessas informações. Assim, considera-se que o caminho crítico pode
mudar, já que uma expectativa negativa, por exemplo, pode alterar toda a trajetória do planejamento. Dessa forma, a
simulação constrói uma distribuição matemática relacionada ao tempo do projeto e ao seu custo, o que permite que os
gestores entendam melhor qual é a probabilidade de concluir o projeto dentro do prazo e do orçamento previstos.
26
Como exemplos de métodos de estimativas de custos, podemos citar:
Esse método de estimativa conta com a opinião especializada dos especialistas das diversas áreas.
Essas estimativas são realizadas por meio do método direto, normalmente sem a utilização de dados
técnicos detalhados (como desenhos, listas de materiais, especificações etc.). São baseadas apenas
na experiência, habilidade, conhecimento, intuição e dados históricos empíricos. Os especialistas, iso-
ladamente ou em grupos, após o estudo dos pacotes de trabalho ou atividades, farão a previsão dos
recursos necessários (mão de obra, equipamentos e materiais), detalhando o nível do trabalho a ser
realizado e definindo o tempo designado para a execução da estimativa dos custos, possibilitando
maior rapidez e consequentemente, envolvendo menor custo, mas em contrapartida não são respal-
dadas por documentos técnicos.
A estimativa por analogia, também chamada de top-down, é a forma mais simples de estimativa de
custos. É normalmente realizada durante as fases iniciais do ciclo de vida do projeto, quando ainda
não possuímos informações detalhadas, elaborada quando existe uma significativa similaridade entre
o projeto proposto e aqueles que fazem parte da base de dados históricos. É realizada por meio de
informações sobre os custos reais de projetos anteriores, com características similares de escopo,
complexidade, duração, peso, tipo, tamanho, locação, requisitos e expectativas de qualidade. Trata-
se de uma abordagem de ordem de grandeza para estimar, “grosseiramente” o custo total de um
projeto ou de componentes dos diferentes níveis de sua EAP, podendo ser usada simultaneamente
com outros métodos, por exemplo, com as estimativas paramétricas e detalhadas (bottom-up). Tais
características fazem com que a estimativa por analogia seja utilizada como verificação cruzada de
outras técnicas mais detalhadas de estimativas de custos.
27
Em função da técnica ou ferramenta utilizada, as estimativas por analogia são também conhecidas
como analogia específica; custos históricos; estimativa por comparação; análise comparativa; estima-
tiva comparativa de custos; estimativa fatorizada; método do fator de capacidade e estimativa do fator
principal.
Fator de capacidade é um método de estimativa de custos em que o custo de uma nova instalação
é obtido por meio de um item ou instalação similar conhecida, mas normalmente com capacidade
diferente. Nesse método, a razão de custo entre as duas instalações similares é igual à razão de suas
capacidades elevadas a um fator exponencial.
Nas situações em que os dados históricos de custos não estão disponíveis ou não são apropriados,
podemos usar os métodos do fator de capacidade, que utiliza equações simples, baseadas em expe-
riências passadas, cuja fórmula apresentamos abaixo:
Cp = Ce (Sp / Se)n
Onde:
Observamos que essa equação reflete o fato de que, à medida que as instalações se tornam maiores
em área ou capacidade, o custo total aumenta, mas não em proporção linear.
Um estádio de futebol custa R$ 400 milhões e tem uma capacidade para 80 mil espectadores. Quanto
custará construir um estádio capaz de receber 33 mil espectadores? (n = 0,67).
28
Também são importes na customização desses modelos para aumentar a precisão e a confiabilidade
dos dados apresentados por meio do desenvolvimento de expoentes adequados para a estimativa de
projetos futuros.
A estimativa de razão, ou de fatoração é uma das formas mais básicas de estimativa nos projetos de
construção e industriais. Essa técnica tem como premissa a existência de um relacionamento linear
entre o custo/duração do projeto com uma ou mais características básicas do projeto proposto. As
características básicas nesse processo estão relacionadas a atributos físicos ou a características de
desempenho. Como exemplo, podemos considerar que, baseado em experiências passadas, o custo
de equipamentos em uma planta industrial é de aproximadamente 40% do custo total do projeto (ou
empreendimento) ou que, em um projeto de engenharia de detalhamento, a engenharia de tubulação
corresponde a 30% do total de homens-hora previsto para a engenharia de detalhamento.
A função da importância de realizar estimativas durante as fases iniciais do ciclo de vida do projeto,
principalmente para a análise de viabilidade e seleção de projetos, foram desenvolvidas diversas va-
riações da estimativa por analogia, como:
No modelo paramétrico utiliza-se a equação da reta; na prática, podemos ter funções mais complexas
como as exponenciais, logarítmicas, potência etc.
29
As estimativas assimétricas são utilizadas nas fases iniciais do ciclo de vida do projeto, quando nor-
malmente são disponibilizadas poucas informações, mais podem ser usados até mesmo durante as
fases de detalhamento e execução dos projetos, em conjunto com a estimativa detalhada (bottom-up),
e podem ser aplicadas para estimar um projeto como um todo ou seus segmentos, em conjunto com
outros métodos de estimativa, podendo produzir altos níveis de precisão, dependendo da sofisticação,
dos dados básicos usados na construção do modelo paramétrico e da qualidade das informações
históricas.
A regressão linear é uma técnica estatística muito usada na modelagem paramétrica para expressar
o relacionamento entre duas variáveis e determinar que equação matemática melhor se ajuste à amos-
tra dos dados obtidos. A curva de aprendizado também pode ser usada para calcular o custo unitário
de unidades repetidamente produzidas. Em decorrência do fato de as estimativas paramétricas de-
penderem de equações estatísticas, elas também são chamadas de estimativa estatística.
As estimativas da mão de obra necessária para a realização de diversos pacotes de trabalho são
determinadas a partir de estimativas de quantidade de serviços (homens-hora), que serão custeadas
em tarifas correntes (custos unitários) da mão de obra. Para complementar essas informações, tam-
bém são necessários:
Estudos de alternativas;
Esboços;
Cálculos considerando os fatores de produtividade e níveis de habilidades da mão de obra;
Aprendizagem anterior;
Disponibilidade de materiais;
Métodos construtivos;
Condições ambientais e meteorológicas.
30
Portanto, o método da estimativa detalhada, quando comparado aos métodos das estimativas basea-
das na opinião especializada, por analogia e paramétrica, requer maior prazo e custo para sua elabo-
ração.
O aumento do comprometimento;
Melhoria no moral da equipe, em função da necessidade de participação no processo de estimativa
e;
A facilidade de aplicação por meio de sistemas manuais ou informatizados.
Por exemplo, a partir da média das tarifas de cada nível de especialização, obtidas por intermédio de
registros em bancos de dados históricos de projetos similares anteriores ou da experiência pessoal
dos membros da equipe do projeto, temos que:
CMB = Hh × TAR
A estimativa de custos de materiais e equipamentos é obtida, de forma similar, pela multiplicação das
quantidades estimadas, em termos de unidades (m, m2, kg etc.) e seus custos unitários, obtidos, pre-
ferencialmente, por meio de cotações a fornecedores ou via banco de dados históricos de projetos
similares.
CME = QtdE x Cu
Carregamento da mão de obra ou alocação de pessoal: definem como o método mais sim-
ples e mais utilizado para estimar a mão de obra necessária para realizar um determinado tra-
balho ou esforço, são necessárias para realizar uma atividade. O esforço é a quantidade de
31
unidades de mão de obra necessária para realizar uma atividade do cronograma ou um com-
ponente da EAP. Normalmente expresso como equipes-horas, equipes-dias ou equipes-sema-
nas.
A técnica se baseia no fato de que um participante experiente ou o gerente pode estimar, por meio de
julgamento e conhecimento do trabalho a ser realizado, o número de pessoas das várias disciplinas,
categoria e nível de especialização necessário para realizar o trabalho. A estimativa é normalmente
expressa em termos de um número de pessoas para um determinado número de dias, semanas ou
meses.
No exemplo a seguir, consideramos que cada período (mês) possui, em média, 168 horas trabalháveis,
ou seja, 1 Hm (homem-mês) = 168 Hh (homens-hora);
Manuais de estimativas (estimating handbooks) – são manuais, catálogos e livros com informa-
ções que servem de referência, contendo informações sobre estimativas de mão de obra para de-
terminadas disciplinas: engenharia, suprimento, construção, instalação e operação.
A precisão da estimativa está diretamente relacionada ao seu detalhamento, sendo que é prática usual
a elaboração de vários levantamentos de materiais durante a fase de concepção, objetivando o refi-
namento das quantidades levantadas. Este levantamento de materiais resulta em listagens de materi-
32
ais que são listas descritivas e qualitativas dos materiais, suprimentos, peças e componentes neces-
sários para produzir um bem ou serviço, contendo código, especificação, unidade de medida e quan-
tidade e que servirão de base para o processo de cotação de materiais, possibilitando a obtenção de
custos unitários precisos.
Salientamos que os dados históricos e a análise de utilização de materiais são necessários para esti-
mar com precisão as sobras e perdas, para que não ocorram erros significativos.
A listagem dos equipamentos, contendo seus códigos, especificações e quantidades, pode ser um dos
itens mais importantes de uma estimativa de custos; o custo de aquisição desses equipamentos pode
corresponder a um percentual significativo do custo total do projeto. Não podemos esquecer que a
listagem dos equipamentos é normalmente a referência para a estimativa de outros elementos de
custos, como sobressalentes, transportes, seguro etc. Portanto, um erro na estimativa dos custos dos
equipamentos pode causar um significativo desvio na estimativa final. Essa lista pode conter itens que
são fabricados em grande escala, como bombas, painéis etc., e outros que serão fornecidos por en-
comenda, sendo projetados e fabricados para uma aplicação específica. Estes normalmente serão os
equipamentos com os maiores custos e prazos de entrega.
Solicitação de propostas
O melhor método para obter estimativas de custos de materiais, equipamentos e serviços é a solicita-
ção de propostas a fabricantes ou fornecedores, pois eles podem fornecer rapidamente estimativas
precisas, em função do conhecimento que possuem de fornecimentos similares.
Solicitação de proposta;
Solicitação para cotação;
Convite para licitação ou carta-convite.
Quando emitimos estes documentos com o objetivo exclusivo de obtenção de preços, para serem
usados em estimativas de custos, é usual esclarecer ao proponente, fabricante ou fornecedor, o pro-
pósito da cotação.
A solicitação de proposta deve ser emitida, pelo menos, para três fornecedores, pois isto proporciona
uma boa verificação e ponderação, fornecendo preços e condições para comparação, avaliação e
seleção. Para avaliar as propostas de forma eficaz e obter os valores de custos classificados correta-
mente, a solicitação de proposta deve conter:
As regras básicas;
Condições de fornecimento;
Especificações para o trabalho;
Instruções e formato exigido para as informações referentes a custos.
33
Custo unitário
O custo unitário dos recursos é o estabelecimento das taxas unitárias de uma determinada unidade
de um recurso, com a finalidade de calcular o custo do projeto. Para isso são utilizados dois processos
descritos a seguir:
34
Processo de estimativa de custos: deve-se estabelecer o custo unitário de todos os recursos espe-
cificados para todas as atividades do projeto, como uma hora de trabalho de um engenheiro me-
cânico sênior, o custo de um metro quadrado da construção de edifícios, etc.
Quadro 2
SITUAÇÕES DE USO DE CUSTOS UNITÁRIOS
Unidade Situação de uso
Custo por metro Tubulação, cabo, canalização
Custo por metro quadrado Edificação, alvenaria, pintura
Custo por metro cúbico Abastecimento de água, terraplenagem, concreto
Custo por quilômetro Estrada, linha de transmissão, rede de cabos
Custo por tonelada Cargas, estruturas metálicas
Custo por hora Mão de obra de engenheiros, analistas, pedreiros
Custo por HP ou KW Geração e fornecimento de energia
Os custos de materiais como tubos, concreto, cabos etc. são obtidos por intermédio de levanta-
mentos de quantidades de materiais e da aplicação dos custos unitários desses materiais. Devem
ser levados em consideração os custos correspondentes ao frete, embalagem, armazenamento
etc.
Os custos da mão de obra correspondem a um percentual significativo em um projeto e é de
extrema importância sua determinação unitária.
O custo unitário de pessoal não deve considerar somente o salário-base do funcionário, mas
também as contribuições obrigatórias, como os diversos encargos sociais, trabalhistas e indeniza-
tórios impostos pela legislação e pelas convenções de trabalho. Os valores dos encargos podem
variar de empresa para empresa, de acordo com a habilidade, localização geográfica, datas do
calendário e horas do dia ou da semana, para determinação das horas extras, taxas de transferên-
cia, taxas de periculosidade, etc.
Os custos unitários de equipamentos devem representar o valor necessário para a aquisição,
operação dos equipamentos, acrescidos de um valor para eventual substituição, em função da
idade, tempo e condições de uso, obsolescência e desgaste, já que há uma diminuição no valor
contábil do equipamento, chamada “depreciação”.
Os custos de aquisição devem incluir aqueles referentes a transporte, seguros, impostos, juros,
embalagem e armazenamento. Os custos necessários para a operação devem contemplar com-
bustíveis, óleo, graxa, manutenção, reparos etc.
Composição de custos ou composição analítica é o processo de estabelecimento dos custos
incorridos para execução de um serviço ou atividade, individualizado por insumo e de acordo com
certos requisitos preestabelecidos. A composição lista todos os insumos que entram na execução
do serviço, com as respectivas quantidades, custos unitários e totais.
Vamos ao exemplo de uma composição de custos unitários para preparo, transporte, lançamento e
adensamento de concreto estrutural. Nessa composição, apresentaremos todos os insumos que en-
tram na execução de uma unidade de serviço, com seus respectivos custos unitários e totais. A plani-
lha, conforme apresentada na tabela 5, é composta de cinco colunas:
35
Insumo: cada um dos itens de mão de obra, materiais e equipamentos que participam da compo-
sição direta do serviço ou produto;
Unidade: é a unidade de medida do insumo;
Índice: incidência ou participação de cada insumo na execução de uma unidade de serviço;
Custo unitário: custo de aquisição ou emprego de uma unidade do insumo;
Custo total: é o total do insumo na composição dos custos unitários. É obtido pela multiplicação
do índice pelo custo unitário (Ct = I x Cu). O somatório dessa coluna corresponde ao custo total
unitário do serviço.
C
Tabela 5 - OMPOSIÇÃO DE CUSTOS UNITÁRIOS
Insumo Unidade Índice Custo Unitário (R$) Custo Total (R$)
Cimento Kg 306 0,36 110,16
Areia m3 0,901 35,00 31,535
Brita 1 m3 0,209 52,00 10,868
Brita 2 m3 0,627 52,00 32,604
Pedreiro Hh 1,000 6,90 6,9
Servente Hh 8,000 4,20 33,6
Betoneira h 0,350 2,00 0,7
Total 226,367
Considerando como exemplo uma obra de 80 m3 a um custo unitário de R$ 226,37 de concreto estru-
tural. Seu custo total será de R$ 18.109,60.
Ctotal = 80 m3 x R$ 226,37
Ctotal = R$ 18.109,60 / m3
Tabela 6
36
Custos indiretos
A conceituação dos custos indiretos (overhead) foi apresentada no capítulo 1 deste livro. Salienta-
mos que especial atenção deve ser dada aos custos administrativos e tributários, pois usualmente
representam um elevado percentual dos custos indiretos.
O percentual dos custos indiretos é obtido por meio da metodologia de custos definida pela organiza-
ção executora do projeto. Pode ser, por exemplo, a divisão dos custos indiretos pelo total dos custos
diretos (valores considerados no mesmo período). A porcentagem dos custos indiretos pode variar
entre 20% a 25% do custo total do investimento ou esse valor pode estar situado entre 15% e 30%.
Cenários otimistas;
Cenários mais prováveis e
Cenários Pessimistas.
É aplicada para melhorar a precisão das estimativas de custos ou duração quando não há certeza em
relação à atividade básica ou ao componente de custos.
Esse método pode utilizar tanto a distribuição beta, que utiliza a média ponderada do Pert, quanto a
distribuição triangular, que considera a média aritmética dos três pontos, abortada em gerenciamento
de riscos em projetos.
Os custos baseados nessas equações fornecem mais precisão às estimativas de custos, sendo que a
estimativa dos três pontos definem o intervalo de incerteza de cada elemento, possibilitando o cál-
culo do nível de confiança da estimativa. Para melhorar a qualidade dessa previsão, pode-se incorpo-
rar técnicas de análise probabilística, tais como a estimativa de três pontos e a técnica Pert, além de
simulações computadorizadas baseadas no método Monte Carlo.
Segundo o PMBOK, a estimativa de três pontos é um meio para aumentar a acurácia da estimativa de
custos.
Esta estimativa é resultante do cálculo de uma média simples (distribuição triangular) ou ponderada
(distribuição beta ou Pert), incorporando cenários otimista, modal (ou mais provável) e pessimista.
Dessa forma, o custo esperado será:
𝑶 + 𝟒𝑴 + 𝑷 𝑷−𝑶
𝑪𝒆 = 𝜹=
𝟔 𝟔
Ce = custo esperado;
O = estimativa otimista;
m = moda (ou estimativa mais provável);
p = estimativa pessimista;
δ = desvio padrão.
37
O valor total desse projeto poderá variar de cerca de R$ 80 mil a R$ 118 mil. Temos 50% de
chance de gastar R$ 94 mil, mas o orçamento determinístico seria R$ 92 mil.
Como podemos observar nas figuras 6 e 7, a probabilidade de atingir a meta de custo estimada em
valores mais prováveis (moda) é normalmente menor que a valor médio esperado; portanto, seria mais
seguro estabelecer metas de custo adicionando margem (medidas em desvios padrão) ao valor médio
esperado para aumentar o nível de confiança na estimativa.
38
DISTRIBUIÇÃO TRIANGULAR PARA ESTIMATIVA PERT
Os custos de equipamentos (bombas, compressores etc.) e de materiais (tubulações, cabos etc.) fo-
ram obtidos por meio de cotações formais a fornecedores (RFQ). Foram consultados, no mínimo, três
fornecedores para cada pacote de suprimento, sendo que na estimativa foram utilizadas as médias
aritméticas dos valores apresentados. Utilizamos esses dados para preencher as colunas de quanti-
dades e custos mais prováveis da tabela 8.
A partir desta estimativa, iniciamos a elaboração da análise de riscos de custos, usando o método da
simulação de Monte Carlo. Escolhemos, como distribuição de probabilidades, a distribuição triangu-
lar, em função de sua simplicidade (uma distribuição de três pontos que inicia no valor zero, vai cres-
cendo até atingir um valor de pico e depois cai, retornando ao valor zero, simplificando o modelo ma-
temático).
39
Por meio de reuniões específicas com os especialistas de cada disciplina (opinião especializada), ve-
rificamos o nível de confiança das estimativas apresentadas (quantidades e custos unitários), obtendo
os valores otimistas e pessimistas. Observem que, nesse exemplo, consideramos os valores mais
prováveis iguais aos valores obtidos na estimativa de custo do projeto. Após a realização das reuniões
seletivas com os especialistas, realizamos uma nova reunião com a participação de todos. Utilizamos,
nessa reunião, a técnica do brainstorming, objetivando a integração, troca de conhecimentos, análise
das interfaces entre as disciplinas, alinhamento e validação das incertezas consideradas anteriormente.
A simulação de Monte Carlo (SMC) simula a execução de um projeto diversas vezes para fornecer
uma distribuição estatística dos resultados calculados. Dessa forma, avalia o projeto, não as tarefas.
A SMC fornece ainda a probabilidade de completar o projeto em uma data ou por um custo específico.
Para isso, pode utilizar como parâmetros as entradas da estimativa de três pontos.
EXEMPLO
Veja um exemplo de resultado da simulação de Monte Carlo comparado com a estimativa de três
pontos.
desp.
atividades vigas blocos elétrica canteiro admin. total
diversas
RESULTADO DA SMC
Probabilidades
R$ esperado = 353,00
Desvio padrão = 27,08
40
Probabilidades – normal
R$ esperado = 353,00
Desvio padrão = 27,08
CURVA DE PROBABILIDADES
266 286 1 1 0%
286 306 32 33 4%
41
frequência acumu- frequência acumu-
de a frequência
lada lada %
EXERCÍCIOS CAP 2
Considere que um prédio com 10.000m² tenha sido executado a um custo real de 3,5 x 10⁶ (Ce).
42
O custo previsto (Cp) de um prédio similar com 22.000 m² (Dp), considerando um fator de escala (∝)
igual a 0,85, será igual a:
Logo:
Estimativa Análoga
Vantagens: Tem a característica de ser de forma mais rápida pela comparação com outros projetos
já desenvolvidos, permitindo que as tarefas não necessite de identificação das tarefas, uma vez
que as atividades já estão definidas; tem um custo menor, por conta das lições aprendidas, o que
facilita a análise das informações e oferece uma ideia geral do projeto como um todo.
Desvantagens: oferece pouca precisão, já que de uma certa forma, padroniza as atividades o que
podem trazer peculiaridades que passam despercebidas; o fato de permitir a não análise aprofun-
dada das informações promove uma maior incerteza das mesmas, o que requere uma experiência
maior dos integrantes da equipe do projeto; há uma necessidade maior da presença do gerente de
projeto no acompanhamento das atividades o que pode gerar menor compromisso da equipe como
o projeto.
Bottom-Up
Vantagens: tem maior precisão, o que requer um compromisso maior da equipe e uma visão deta-
lhada do projeto, necessitando sólida base de monitoração e controle.
Desvantagens: é mais lenta, por conta do nível de detalhamento que requer um acuramento das
informações, necessitando de maior tempo o que gera maior custo; geralmente a uma super esti-
mativa de tempo em virtude do planejamento e requere um maior aprofundamento do projeto.
43
CAPÍTULO 3 - Determinação do orçamento
Estudos de viabilidade;
Concepção ou anteprojeto;
Quando existe pouca disponibilidade de informações;
Até os propósitos para execução e controle, realizados próximos ao final do projeto.
O grau de precisão ou variação esperado de uma estimativa de custos é uma indicação de quanto o
resultado do custo final do projeto pode variar em relação ao seu custo estimado. É expresso como
uma variação percentual (± %) em torno do valor estimado, após a aplicação da reserva de contingên-
cia, com um determinado nível de confiança de que o custo real estará compreendido nesse intervalo.
O grau de precisão depende, principalmente, da quantidade e qualidade dos dados disponíveis para
elaboração da estimativa e da metodologia utilizada em sua elaboração e está diretamente relacionado
ao nível de definição do projeto, o qual é mensurado por meio da porcentagem de conclusão ou pro-
gresso físico.
À medida que o projeto progride no seu ciclo de vida, seu nível de definição aumenta e o intervalo de
variação se torna mais estreito, ou seja, o grau de precisão do projeto tende a melhorar.
Por exemplo, no início do ciclo de vida do projeto (figura 11), elaboramos uma estimativa de ordem de
magnitude com variação de –25% a +75%. Posteriormente, conforme mais informações são conheci-
das, essa estimativa pode estreitar para uma faixa de –3% a +5%.
44
45
Concluímos que a variação da precisão é uma previsão dos custos (mínimo e máximo) esperados em
relação ao custo estimado, representando a probabilidade de o custo real se situar em um intervalo
expresso do custo estimado, por exemplo, ± 5%. Esse índice pode ser considerado um indicador de
qualidade que medirá a eficiência do orçamento do projeto.
A classificação das estimativas de custos é dividida em cinco classes, usando como principal critério
de classificação o grau de definição do projeto ou progresso físico realizado. A estimativa de classe 5
é baseada no menor nível de definição do projeto e a de classe 1 é próxima à sua definição mais
completa. Essa abordagem de contagem decrescente considera que se trata de um processo por meio
do qual estimativas sucessivas são preparadas até que uma estimativa final o encerre.
Diagramas de processo;
Diagramas de utilidades;
Diagramas preliminares de tubulação e de instrumentação;
Planta-chave;
Desenhos de layouts e uma lista completa de equipamentos de processos e de engenharia.
46
Em função dessa disponibilidade de informações técnicas, essas estimativas possuem uma variação
de precisão (–10% a –20% no lado baixo e +10% a +30% no lado alto), dependendo da complexidade
da tecnologia, das informações de referência apropriadas e da inclusão de uma apropriada reserva de
contingência.
Essas estimativas são geralmente preparadas para formar a base para autorização do orçamento,
apropriação ou financiamento. São preparadas para custear as solicitações de financiamento de todo
o projeto e se tornam a primeira “estimativa de controle”. Com base nelas, todos os custos e recursos
reais serão monitorados e controlados, sendo tais estimativas utilizadas como o orçamento do projeto
até serem substituídas por outras mais detalhadas. Em muitas organizações, uma estimativa de classe
3 pode ser a última estimativa requerida e pode constituir a única base para controle de custo/progra-
mação.
Esta classe de estimativa utiliza mais os métodos determinísticos do que os estocásticos. Elas nor-
malmente envolvem um alto grau de itens de custo unitário, embora estes possam estar em um nível
de detalhe de conjunto em lugar de componentes individuais. A fatoração e outros métodos estocásti-
cos podem ser usados para estimar áreas menos importantes do projeto.
As estimativas de classe 3 também são conhecidas como: orçamentária, escopo, aprovação, autori-
zação, semidetalhada, controle preliminar, desenvolvimento, estimativa da fase de engenharia básica
ou estimativa-alvo.
47
Variação da precisão esperada de cada classe de estimativa
Orçar significa calcular, estimar ou fazer orçamento do preço ou do valor de algo. Portanto, a mesma
pessoa que elabora as estimativas determina também o orçamento.
O método de elaboração de orçamento usa a projeção dos recursos monetários necessários à reali-
zação dos serviços, à entrega de produtos e resultados que constituem um projeto, de acordo com
requisitos, restrições e cronograma previamente estabelecidos.
No orçamento, os custos estimados deverão ser agrupados de forma a explicitar, da melhor maneira
possível, o custo total do projeto e sua apropriação no eixo de tempo. Para tanto, o custo total deverá
48
ser subdividido em seus principais componentes, alocados nas atividades ou pacotes de trabalho,
contas de controle, elementos do plano de contas e produtos intermediários (as entregas do projeto),
ao longo do cronograma. Dessa forma, será possível definir uma referência que sirva para acompanhar
o desenvolvimento do projeto.
O cronograma do projeto, com a indicação do início e término das atividades planejadas e dos marcos
contratuais do cronograma, é um importante instrumento para o agrupamento dos custos, e todos os
contratos relacionados ao projeto são fontes de referência para a preparação do orçamento.
Outro critério de agregação são elementos de custos (contas contábeis de despesas e centros de
custo), que dependem da estrutura da contabilidade da organização executora. Um consórcio de em-
presas, pode assumir como forma de associação temporária, empresas normalmente concorrentes,
que, sem perder sua personalidade jurídica, se organizam para obter o contrato de um determinado
empreendimento, geralmente de grande vulto ou de custo muito elevado, exigindo, para sua execução,
conhecimento técnico especializado e instrumental técnico de alto padrão.
As reservas gerenciais são destinadas a cobrir os riscos desconhecidos. Normalmente não são calcu-
ladas, e sua definição se dá através de políticas da organização baseadas em dados históricos. Não
são representadas por atividades pré-programadas e, por isso, não são distribuídas em escala de
tempo; consequentemente não fazem parte da linha de base ou de referência de custos. Mesmo assim,
devem fazer parte do orçamento total do projeto, já que podem ser necessárias caso riscos não pla-
nejados surjam durante seu ciclo de vida. Por esses motivos, as reservas gerenciais não estão na
alçada do gerente do projeto, mas sim do de um representante da alta administração, por exemplo, o
patrocinador do projeto (sponsor). Quando usadas, as reservas de gerenciamento são incorporadas à
nova linha de base ou de referência de custos, a ser utilizada para controle de custos do projeto,
mediante aprovação.
Já as reservas de contingência são utilizadas para respostas aos riscos identificados e planejados.
Elas são calculadas através do valor monetário esperado, da árvore de decisão e da simulação. Ou
ainda, os custos das reservas de contingência podem também ser representados pelos custos das
atividades que representam as respostas definidas, que poderão ser realizadas ou não, dependendo
da ocorrência do risco.
As reservas de contingência são planejadas pelo gerente do projeto, junto com os especialistas, e
estão em sua alçada. Elas são controladas pelo gerente, que possui autoridade para usá-las quando
qualquer risco identificado ocorrer, ou seu uso pode ser delegado ao dono do risco. Fazem parte da
linha de base ou de referência de custos e, consequentemente, do orçamento total do projeto.
O Guia PMBOK, recomenda que a reserva de contingência seja incorporada às contas de controle.
49
COMPONENTES DO ORÇAMENTO DO PROJETO
Estimar os custos diretos das atividades e dos pacotes de trabalho após a definição do escopo e
elaboração do cronograma, pois ambos influenciam a definição de recursos a serem usados na
sua realização;
Agregar os custos dos pacotes de trabalho à conta de controle correspondente;
Agregar as contas de controle, o que, no gerenciamento do valor agregado é chamado de orça-
mento no término (ONT) e somar os custos indiretos;
Somar as reservas de contingência.
ORÇAMENTO DE CUSTO
50
ORÇAMENTO DE CUSTOS
Em algumas metodologias, como o Prince24, podem existir orçamentos específicos para mudança de
escopo quando os requisitos do projeto não estão estáveis e, portanto, o escopo não pode ser “con-
gelado” numa linha de base previamente acordada. O Prince2 também prevê níveis de tolerância, uma
espécie de reserva administrativa, que poderão ser estabelecidos tanto no pacote de trabalho, estágios,
ou seja, fases do projeto, quanto no projeto propriamente dito. Cada uma dessas tolerâncias é nego-
ciada com o nível hierárquico acima. No caso, gerentes de equipes negociam as tolerâncias do pacote
de trabalho com o gerente do projeto que, por sua vez, negocia as tolerâncias dos estágios com o
nível executivo. Finalmente, o executivo (patrocinador) do projeto negocia a tolerância do projeto com
a corporação ou direção do programa a que o projeto pertence.
É comum que um projeto tenha mais de uma linha de base de custos ou orçamento-base, especial-
mente os de grande porte, para facilitar o monitoramento de seu desempenho nos diferentes aspectos
4
Prince2: Projetos em Ambiente Controlado, é um método de gerenciamento de projetos estruturado com base na expe-
riência obtida com milhares de projetos. É adaptável a qualquer tipo ou tamanho de projeto e cobre seu ge-renciamento,
controle e organização
51
(por exemplo, acompanhar a evolução dos custos internos com mão de obra própria e dos custos
externos com despesas com terceiros).
As linhas de base dos custos e do fluxo de caixa aumentam quando uma parte da reserva gerencial é
autorizada e, então, consumida. Uma defasagem, ao final do projeto, entre a linha de base de custos
e os valores de fluxo de caixa pode indicar a quantidade de reserva gerencial que não foi utilizada.
Quando houver mudanças no projeto, elas deverão ser aprovadas e, se necessário, o orçamento de-
verá ser atualizado, gerando uma nova linha de base que será utilizada no controle do projeto.
O orçamento analítico provê todos os detalhes, tanto no nível de elementos de custos quanto no
nível de pacotes de trabalho ou atividades,
Cada um desses orçamentos terá um grau de precisão diferente, no momento posterior de execução,
monitoramento e controle.
52
Planilha de resumo do orçamento/orçamento sintético
Concluído o orçamento analítico, representado pela planilha de serviços e quantidades, deverá ser
elaborada a planilha de resumo do orçamento, ou seja, o orçamento sintético, consolidando-se os itens
de serviço de mesma classificação de elementos de custos em termos de contas contábeis.
53
Vale observar que o hardware (Hw) normalmente é contabilizado como investimento em ativo fixo e
não um custo. Porém quando compramos um servidor para incorporá-lo a uma solução para um cliente
externo, o ativo em questão não é classificado como imobilizado, dado que a ideia é entregá-lo ao
beneficiário, que é o cliente, e não ficar com ele para uso próprio no longo prazo.
Na tabela 11, as entregas intermediárias são somadas para chegar ao valor das entregas principais,
e o somatório das entregas principais representa o orçamento total do projeto.
Podemos apresentar essa mesma planilha graficamente, usando o diagrama da estrutura analítica do
projeto (EAP).
54
Usando as planilhas analíticas e sintéticas desse projeto, iremos alocar o custo de recursos e estima-
tiva de custos necessários às atividades, chegando assim a elaborar a distribuição de valores demons-
trada ao longo do referido cronograma.
Podemos traçar a curva de custos acumulados planejados para o projeto, chamada curva “S”.
400
300
200
100
0
J F M A M J J A S O N D
MESES
A curva “S” constitui a orçamento-base do projeto, chamado de orçamento no término (ONT), que, na
técnica do gerenciamento do valor agregado, será o principal instrumento de referência do projeto em
termos de controle de custos.
55
CAPÍTULO 4 - Controle de custos
Estimativas incorretas;
Imposições de prazo irreais;
Baixo comprometimento dos envolvidos;
Mudanças no escopo;
Falta de controle e monitoramento.
O controle de custos do projeto é importante para que possamos garantir que estamos executando
corretamente o orçamento. É primordial que o gerente do projeto esteja sempre em condições de
responder seguramente se:
Houve alguma mudança significativa no projeto que alterou seu orçamento inicial;
A mudança foi aprovada e gerou a aprovação de um novo orçamento;
O projeto está conforme o novo orçamento aprovado;
As estimativas de custos feitas na fase de planejamento ainda são válidas;
Que tipo de variação (de preço ou de quantidade) ocorreu com os insumos do projeto;
Quais as causas das variações de preço e quantidade dos insumos do projeto;
O projeto terminará conforme o orçamento;
Algo está sendo feito para garantir que o orçamento aprovado não seja extrapolado.
56
Essas informações devem estar disponíveis para todos os envolvidos designados no plano de comu-
nicação. Ao longo de todo o ciclo de vida do projeto, os relatórios de desempenho serão desenvolvidos
periodicamente, com informações coletadas nas reuniões de acompanhamento, para garantir que os
passos sejam seguidos.
O gerenciamento do valor agregado compara não só o custo orçado com o custo real do projeto,
acumulados até um determinado momento, mas considera também o que o projeto conseguiu real-
mente agregar, ou seja, entregar.
Assim, é possível identificar as causas dos desvios que irão nortear as ações preventivas e corretivas.
Algumas ações, muitas vezes, alteram o projeto significativamente, podendo inclusive culminar no seu
cancelamento, quando o desvio é tão grande que torna o projeto inviável financeiramente.
O gerente do projeto deve analisar o desempenho passado do projeto para poder prever o futuro. Se
ele não identificar os problemas o mais cedo possível, pode ser tarde demais para resolvê-los.
57
O valor agregado (VA) é um processo de monitoramento e controle de custos do projeto e a utilização
de seus elementos estão recomendados no processo. O orçamento-base, que são os custos reais
incorridos, com o somatório dos custos planejados e as informações sobre o desempenho do projeto,
são essenciais para o controle de custos.
Atualizações das estimativas de custos, de acordo com novas situações ocorridas até o momento
do controle do projeto;
Atualizações do orçamento-base, de modo que o novo orçamento é obtido de acordo com as novas
estimativas de custos ou com mudanças aprovadas no projeto;
Novas previsões de custos no momento do término do projeto.
A tendência é responder que foi gasto mais do que tinha sido previsto. Mas se não analisarmos o
trabalho que realmente foi entregue/executado, ou seja, quais trechos foram construídos, não podere-
mos fazer nenhuma afirmativa com segurança.
Então, toda e qualquer variação identificada deve ser analisada, considerando o escopo entregue/exe-
cutado, os prazos e os recursos gastos, bem como a qualidade alcançada. Só então poderemos tirar
reais conclusões sobre a situação do projeto.
Para podermos utilizar gerenciamento do valor agregado, devemos entender a metodologia a ser uti-
lizada.
VP = ONT × PFp
Onde:
58
ONT = orçamento no término;
PFP = progresso físico previsto.
Exemplo
Vamos supor que você seja o gerente de um projeto que prevê construir uma estrada de ferro. Seu
plano é o seguinte:
ONT = 60 mil;
PFP (Progresso Físico Previsto) = (2/6);
Portanto,
59
Informações sobre o desempenho do projeto
As informações sobre o desempenho do projeto serão fornecidas pelos envolvidos nas atividades pla-
nejadas para o período cujo desempenho está sendo analisado. Elas serão baseadas na conclusão
dos pacotes de trabalho e representadas pelos parâmetros a seguir.
O custo real (CR) não pode ser recuperado pelo projeto. Ele já foi gasto e mesmo que tenha excedido
o valor planejado (VP) para as atividades efetivamente entregues, deverá ser pago.
O valor agregado (VA) indica quanto deveria ter sido gasto para o que foi realizado no projeto e não
considera quanto o projeto desembolsou para realizar as atividades ou entregar os pacotes de trabalho.
Ou seja, valor baseado no orçamento que deveria ser gasto, considerando-se o trabalho efetivamente
realizado até o momento. Isso representa o valor que realmente foi agregado ao projeto.
VA = ONT × PFR
Onde:
60
PFR = progresso físico realizado até o momento (data) considerado.
Analisando os resultados no final do segundo mês você, como gerente do projeto, concluiu que:
a) Apesar de o planejamento ter previsto a entrega de dois trechos, a R$ 10 mil cada um, somente
um trecho foi entregue, ao custo de R$ 12 mil.
ONT = 60 mil;
PFR = (1/6) – 1 mês, sobre o prazo total
do projeto
Portanto,
Analisando os resultados apresentados na figura 24, já poderíamos tirar duas conclusões sobre o
exemplo:
O projeto está atrasado, pois deveria ter entregado dois trechos e só entregou um;
O trecho que deveria ter custado R$ 10 mil custou R$ 12 mil; logo, o orçamento já foi ultrapassado.
O valor agregado (VA) pode ser calculado como o percentual realizado da atividade multiplicado pelo
seu valor planejado (VP). Algumas regras podem ser utilizadas, como as descritas a seguir, de acordo
com a preferência do gerente do projeto:
Regra 0/100: uma tarefa não é considerada parcialmente concluída; somente sua conclusão total
é computada, ou seja, nenhum % de conclusão é considerado quando de seu início;
Regra 20/80: uma tarefa é considerada 20% concluída quando começa, e obtém os outros 80%
somente quando for concluída;
Regra 50/50: uma tarefa é considerada 50% concluída quando começa, e somente recebe os de-
mais 50% quando for concluída.
Como estamos analisando de forma simplificada um pequeno exemplo, fica fácil fazer as afirmativas
acima, mas quando estamos trabalhando com um projeto complexo, a grande quantidade de pacotes
de trabalho e de atividades dificulta essa visualização rápida. E é nesse momento que o gerenciamento
do valor agregado ajuda, a partir do uso de indicadores de desempenho.
61
A variação de prazo é a diferença entre o valor agregado (VA) e o valor planejado (VP), até um deter-
minado momento.
VPR = VA - VP
Resultado:
É importante verificar, se as atividades que não foram entregues/executadas fazem parte do cami-
nho crítico e, em caso positivo, como recuperar seus prazos.
O projeto entregou exatamente o que estava planejado; logo, está exatamente no cronograma.
É importante saber o real motivo do adiantamento do cronograma do projeto, se não houve perda de
qualidade na execução das atividades e se os pacotes de trabalho foram entregues completos.
É importante verificar se houve variação nas estimativas feitas anteriormente e sua causa. Elas po-
dem interferir nos prazos previstos para as atividades ainda não realizadas do projeto.
Usando a fórmula VPR (variação de prazo) = VA (valor agregado) – VP (valor planejado), temos:
VPR = – R$ 10.000
Resultado negativo = projeto atrasado em relação ao cronograma. O projeto deveria ter construído o
escopo correspondente a dois trechos da ferrovia com o custo de R$ 10 mil cada um e só construiu
um trecho que agregou de valor somente R$ 10 mil.
62
CURVA “S” – VARIAÇÃO DE PRAZOS (EXEMPLO)
VC = VA - CR
Resultado:
O projeto gastou mais com as atividades ou pacotes de trabalho que foram realmente executadas
do que previa gastar; logo, está acima do orçamento.
É importante entender a causa do desvio para definir se ele foi pontual ou se haverá repetição ao
longo do projeto. Essa será a chave para a determinação das ações corretivas ou preventivas.
O projeto gastou exatamente o que estava planejado gastar; logo, utilizou somente o orçamento pre-
visto.
Não é necessário tomar nenhuma atitude, a não ser continuar monitorando e controlando para ga-
rantir que essa situação não mude.
63
O projeto gastou menos para executar as atividades ou pacotes de trabalho do que previa gastar;
logo, está abaixo do seu orçamento.
É essencial saber o porquê de ter gasto menos no projeto, pois a causa pode ser qualidade baixa na
execução das atividades, por exemplo.
Assim como em relação aos prazos, a variação de custos identificada em um dado momento do pro-
jeto pode se repetir nas atividades que ainda serão executadas. Nesse caso, é necessário tomar
ações para tratá-la.
Temos então:
Resultado negativo = gastamos mais do que o orçamento indicava. O projeto deveria ter gasto R$ 10
mil no único trecho que foi construído e, efetivamente, gastou R$ 12 mil na mesma atividade. Isso
significa que ele gastou mais R$ 2 mil do que estava previsto.
64
Índice de desempenho de prazo (IDP) – fórmula
Fórmula:
IPD = VA / VP
A análise é similar à da VPR (variação de prazo), só que expressa em taxa e não em moeda.
Resultado:
Como na análise da VPR (variação de prazo), é importante verificar se o escopo que não foi entre-
gue/executado compõe o caminho crítico e, em caso positivo, como agir para não prejudicar as da-
tas acordadas para as entregas do projeto.
O escopo do projeto executado até o momento é exatamente o planejado. Portanto, o projeto está
de acordo com o cronograma e não precisa que nenhuma ação seja tomada.
Nesse caso, não se deve deixar de acompanhar o desempenho, pois o fato de o projeto estar sob
controle nesse momento não garante que ele continuará assim.
O projeto agregou mais do que o previsto, convertendo em VA (valor agregado) mais do que tinha
planejado gastar, VP (valor planejado).
O real motivo disso deve ser analisado para verificar se a qualidade do que foi executado está de
acordo com o previsto e se as atividades foram totalmente executadas. As causas da variação serão
a base para decisão em relação às ações que serão tomadas para impedir sua influência nos prazos
previstos para as atividades ainda não realizadas do projeto
O exemplo a seguir demonstra como o índice de desempenho de prazo nos ajuda a compreender o
comportamento dos prazos do projeto.
Usando a fórmula IDP (índice de desempenho de prazo) = VA (valor agregado) / VP (valor plane-
jado),
Temos:
65
IDP = R$ 10.000 / R$ 20.000. Portanto,
IDP = 0,50
Conclusão: IDP < 1 = cronograma atrasado. O cronograma do projeto está apenas progredindo a 50%
da taxa originalmente planejada (100%).
O IDC demonstra a taxa de conversão entre os valores reais consumidos pelo projeto e os valores
agregados a ele, até o período monitorado.
IDC = VA / CR
Resultado:
O projeto gastou mais com as atividades ou pacotes de trabalho que foram realmente executadas
do que previa gastar; logo, seus gastos são maiores do que previa seu orçamento.
Entender a causa do desvio é essencial, pois ele pode ter sido pontual ou ainda se repetir durante o
restante do projeto. As ações corretivas ou preventivas só poderão ser definidas a partir do motivo
da variação.
O escopo do projeto executado até o momento foi realizado exatamente como planejado. Portanto,
o projeto está de acordo com seu orçamento e nenhuma ação de correção é necessária, a não ser
continuar o monitoramento e controle para evitar que haja desvios no futuro.
As atividades realizadas no período tiveram seu CR (custo real) menor do que o previamente plane-
jado para elas. Consequentemente, o projeto agregou mais valor que o previsto. O motivo para esse
fato deve ser analisado, pois é importante verificar se a qualidade do que foi executado está de
66
acordo com o que foi estabelecido. As causas da variação serão a base para futuras ações preventi-
vas e/ou corretivas.
Temos:
IDC = 0,833
Conclusão: IDC = 0,833 < 1 significa “estouro” de orçamento. Analisando os resultados no final do
segundo mês você, como gerente, concluiu que o projeto está agregando somente R$ 0,83 (ou 83%)
em cada R$ 1 gasto. Ou seja, o trecho da ferrovia construído até o momento, só vale R$ 10 mil e não
os R$ 12 mil que foram gastos. Em caso de venda, sem considerar lucro ou valor de mercado, mas
somente os custos, o valor recuperado será de R$ 10 mil e o projeto ficará com um prejuízo de R$ 2
mil.
67
É o total das estimativas de custos das atividades ou dos pacotes de trabalho que ainda serão reali-
zados ou executados. É o quanto falta gastar no projeto para finalizá-lo.
O gerenciamento do valor agregado ajuda a calcular rapidamente a estimativa para o término (EPT),
com base no desempenho do projeto até o momento, evitando que novas estimativas de custos pre-
cisem ser refeitas. Assim vamos apresentar as situações que poderão aparecer para o cálculo da
estimativa para o término (EPT):
Exemplo: suponhamos que uma nova estimativa foi feita para os pacotes de trabalho que ainda se-
rão desenvolvidos e o valor encontrado foi R$ 55 mil.
Conclusão: a nova previsão de estimativa para o término deixa o projeto com um orçamento maior
que o anteriormente calculado. O gerente deve acordar com o patrocinado (sponsor) um aporte de
capital para fazer frente a essa nova demanda dos custos.
EPT = ONT – VA
Exemplo: supondo que a variação de custo ocorrida não afetará o desempenho futuro do projeto,
temos:
68
Conclusão: o orçamento total do projeto é de R$ 60 mil e o valor agregado referente a um trecho
construído é de R$ 10 mil. Assim chegamos à conclusão de que, para terminar o projeto, vamos pre-
cisar de mais R$ 50 mil.
Para utilizar esta fórmula para a EPT, o gerente do projeto deverá se certificar de que os desvios de
custos ocorridos no passado não se repetirão no futuro.
A estimativa para o término (EPT) deve refletir o desvio de custo (IDC) até o momento e, então, ela é
calculada como o orçamento no término (ONT) menos o valor agregado (VA) dividido pelo índice de
desempenho de custos (IDC).
O gerente do projeto deve decidir o que fazer para recuperar essa variação e, se não conseguir, de-
verá negociar um acréscimo no orçamento.
69
Pela análise realizada, este tempo maior para a realização das atividades vai se estender até o final
do projeto.
A estimativa para o término (EPT) deve refletir os desvios de custo (IDC) e de tempo (IDP) até o
momento. Então, é calculada como o orçamento no término (ONT) menos o valor agregado (VA) divi-
dido pelo índice de desempenho de custos (IDC) vezes o índice de desempenho de prazo (IDP).
Conclusão: a estimativa para o término mostra que, para ser concluído a partir dessa medição de
desempenho, o projeto precisará de mais R$ 120 mil. Como o valor é muito alto, o gerente provavel-
mente deverá negociar com o patrocinador (sponsor) o que fazer.
É a soma do custo real (CR) até o momento mais a nova estimativa para o término (EPT) calculada
anteriormente. O quadro 13 nos ajuda a entender como calcular a estimativa no término (ENT).
ENT = CR + EPT
Exemplo: suponhamos que a estimativa para o término (EPT) adotada em nosso projeto seja a des-
crita na situação 3 (ocorrência de problemas de custos recorrentes), que indicou uma estimativa de
R$ 60 mil para terminá-lo.
70
ENT (estimativa no término) = R$ 72.000.
Conclusão: a nova previsão deixa o projeto com um orçamento projetado (estimativa no término –
ENT) maior que o orçamento original (orçamento ao término – ONT). O gerente deve negociar com
o patrocinado (sponsor) a liberação do recurso necessário para completar o projeto.
É a divisão do orçamento no término (ONT) menos o valor agregado (VA) pela diferença entre orça-
mento no término (ONT) e o custo real (CR).
Não podemos esquecer que a estimativa no término (ENT), quando aprovada, pode se tornar o novo
orçamento na conclusão (ONT) e, nesse caso, é seu valor que deve ser utilizado na fórmula.
IDPT (índice de desempenho para término) = (ONT (orçamento no término) – VA (valor agre-
gado)) / (ONT (orçamento no término) – CR (custo real)) ou
IDPT (índice de desempenho para término) = (ENT (estimativa no término) – VA (valor agre-
gado)) / (ENT (estimativa no término) – CR (custo real))
Resultado:
O projeto gastou menos do que previa com as atividades ou pacotes de trabalho que foram real-
mente executadas até a medição. Ou seja, há uma folga no orçamento. Entender a causa do desvio
é fundamental para verificar se houve erro na estimativa.
O escopo do projeto executado até o momento foi exatamente igual ao orçamento planejado. Por-
tanto, o projeto está dentro do seu orçamento e nenhuma ação de correção é necessária, a não ser
continuar o monitoramento e controle para evitar que haja desvios no futuro.
71
IDPT > 1 → CR (custo real) > VA (valor agregado) até a medição.
Significa que o projeto teve um desempenho abaixo do esperado até o momento e terá de com-
pensá-lo com um desempenho acima do esperado nas atividades faltantes.
Entender a causa do desvio é essencial, pois ele pode ter sido pontual ou ainda se repetir durante o
restante do projeto. As ações corretivas ou preventivas só poderão ser definidas a partir do motivo
da variação.
Conclusão: a estimativa para o novo índice de desempenho de custos é > 1; logo, significa que,
como o projeto teve um desempenho abaixo do esperado até o momento, terá de compensá-lo. Em
outras palavras, até o momento o projeto gastou mais do que o previsto e terá de gastar menos para
terminar de acordo com o orçamento planejado.
O exemplo a seguir demonstra como se comporta o índice de desempenho para o término do projeto,
no momento do acompanhamento.
Usando a fórmula IDPT (índice de desempenho para término) = (ONT (orçamento no término) –
VA (valor agregado)) / (ONT (orçamento no término) – CR (custo real)),
IDPT = 1,0416
Como 1,0416 >1, o projeto deve gastar menos do que o valor planejado para as atividades remanes-
centes. A partir desta data, para obter o orçamento original (ONT), o índice de desempenho de custos
deve ser 1,0416. Assim, o custo do trabalho remanescente a ser executado deverá ser menor do que
o custo estimado no planejamento inicial.
72
VNT (variação no término) = – R$ 12.000.
Conclusão: a variação entre o orçamento inicial do projeto e a estimativa no término calculada a par-
tir da medição do desempenho até este momento demonstra que vamos precisar de mais R$ 12 mil
para terminá-lo. O gerente deve negociar com o patrocinador (sponsor) a liberação do recurso ne-
cessário para completar o projeto.
A partir dessa constatação, podemos estimar o novo prazo no término do projeto. Tal estimativa de
tempo no término (ETT) deve refletir o desvio do índice de desempenho do prazo (IDP) até o momento.
Então, podemos calcular o novo prazo como o tempo planejado inicialmente para o projeto dividido
pelo índice de desempenho do prazo (IDP).
Exemplo: em nosso projeto da estrada de ferro planejamos gastar seis meses para construir os seis
trechos. Então:
Conclusão: a estimativa de tempo no término demonstra que o projeto vai ter uma duração total de
12 meses em lugar dos seis meses planejados inicialmente. É a variação entre o prazo inicial do
projeto e o estimado agora, no término, a partir do IDP, o que demonstra que vamos precisar de
mais seis meses além do planejado inicialmente para terminar o projeto. O gerente deve negociar
esse novo prazo com o patrocinado (sponsor).
73
Análise das causas das variações
O gerenciamento do valor agregado fornece ao gerente um mapeamento detalhado das variações de
custo (VC) do projeto, de um pacote de trabalho da EAP ou até de uma atividade específica. No entanto
a técnica não demonstra se a variação encontrada é consequência de desvios entre os custos unitários
dos recursos estimados e os realizados, ou entre as quantidades estimadas para os recursos e as
efetivamente aplicadas ao projeto.
Para tomar decisões em relação às ações para correção de desvios, é necessário registrar e controlar
não só os custos unitários, mas também quantidades dos recursos utilizados nas atividades do projeto.
Os desvios encontrados podem ser abordados segundo três aspectos:
Variação de custos unitários (VCU): contempla desvios verificados entre o custo unitário plane-
jado para um determinado tipo de recurso do projeto e custo unitário realizado. Normalmente esse
tipo de variação é decorrente de questões relacionadas ao mercado ou a processos de aquisição
do projeto;
Variação de quantidades (VQ): é a relação entre a quantidade planejada de um determinado
recurso para uma atividade, estabelecida no processo de estimativas de recursos do projeto, e a
quantidade efetivamente utilizada. As causas das variações são geralmente de natureza técnica e
estão ligadas a perdas, qualidade dos materiais e equipamentos, qualificação de mão de obra,
experiência e competência das equipes de estimativas etc.;
Variação mista (VM): ocorre todas as vezes que existem variações de custos unitários e de quan-
tidades, simultaneamente, para mais ou para menos. Sua redução depende das medidas tomadas
quanto às variações de custo e quantidade.
No quadro a seguir temos que: em uma atividade do projeto, foi estimado e orçado gastar 10 kg de
um determinado material, cujo custo unitário deveria ser igual a R$ 3,00/kg. Porém, depois de realizada
a atividade, constatou-se que foram gastos efetivamente 12 kg e que este material foi adquirido a
R$ 4,00/kg.
Nesse caso, a técnica GVA nos informaria a variação de custo (VC) do material igual a R$ 18,00.
Determinar se houve ocorrência de variação de custo unitário, quantidade ou mista nos ajudará a
entender suas causas, bem como a individualizar financeiramente as responsabilidades. Provavel-
mente a variação ocorrida no custo unitário do material seja responsabilidade da equipe de aquisições
e a variação de quantidade seja responsabilidade da equipe que utilizou o material.
74
GRÁFICO DA ANÁLISE DAS VARIAÇÕES DE CUSTO UNITÁRIO, QUANTIDADE E MISTA
A seguir, vamos analisar um projeto da empresa “X” que tem um pacote de trabalho cujo objetivo é
produzir 48 mil metros de um tubo especial, em quatro meses. Para cumprir o prazo contratual, o
gerente do projeto da empresa “X”, baseado em projetos anteriores, estabeleceu os custos unitários
dos recursos necessários.
O gerente do projeto planejou produzir 12 mil metros de tubo no primeiro mês e os valores estimados
por tipo de recursos são os apresentados no próximo quadro.
No final do primeiro mês, o projeto apresentou os custos reais relacionados no quadro abaixo.
75
A partir dos levantamentos mostrados nos quadros acima, podemos examinar as variações de custos
unitários, quantidade e mista (de materiais e de mão de obra), já que não houve variação de custo de
equipamento.
As variações de custo dos materiais utilizados no primeiro mês do projeto podem ser analisadas no
quadro a seguir:
Conclusão: gastamos 100 kg a mais de materiais e pagamos R$ 0,10/kg a mais que o orçado, para
finalizar 12 mil metros. A variação de custo encontrada nos materiais foi:
R$ 9.000,00 – R$ 9.620,00 = R$ 620,00
Podemos verificar três variações: variação do custo unitário (VCU), variação da quantidade (VQ) e
variação mista (VM). A soma das três variações será igual à variação total encontrada de R$ 620,00
= (9.000,00 – 9.620,00).
76
ANÁLISE DE VARIAÇÃO DE CUSTO UNITÁRIO, QUANTIDADE E MISTA – MATERIAIS
Variação de custo unitário (VCU)
R$ 0,10 × 3.600,00 = R$ 360,00 a mais que o orçado, pela variação de custo unitário a maior.
Variação de quantidade (VQ)
100 kg × R$ 2,50 por kg = R$ 250,00 a mais que o orçado, pela variação de quantidade a maior.
Variação mista (VM)
R$ 0,10 × 100 kg = R$ 10,00 a mais que o orçado, pela variação de custo unitário e quantidade a
maior.
Variação total (VT) de materiais
R$ 360,00 + R$ 250,00 + R$ 10,00 = R$ 620,00 a mais que o orçado para os 12 mil metros.
Conclusão: gastamos 600 horas a mais e pagamos R$ 0,30/hora a menos que o orçado para 12 mil
metros. A variação total encontrada na mão de obra foi:
R$ 120.000,00 – R$ 122.220,00 = R$ 2.220,00
No gráfico da acima, podemos analisar as variações do custo unitário (VCU) e da quantidade (VQ). A
soma dessas variações será igual à variação total encontrada de R$ 2.220,00 = (120.000,00 –
122.220,00).
77
ANÁLISE DE VARIAÇÃO DE CUSTO UNITÁRIO, QUANTIDADE E MISTA – MÃO DE OBRA
Variação de custo unitário (VCU)
R$ 0,30 × 12.000 horas = R$ 3.600,00 a menos que o orçado, por causa da variação de custo me-
nor.
Variação de quantidade (VQ)
600 horas × R$ 9,70 por hora = R$ 5.820,00 a mais que o orçado, por causa da variação de quanti-
dade maior.
Variação mista (VM)
Neste caso, não há variação mista.
Variação total (VT) da mão de obra
R$ 3.600,00 – R$ 5.820,00 = R$ 2.220,00 a mais que o orçamento para a mão de obra para 12 mil
metros.
Os resultados da análise das variações dos custos unitários, das quantidades e mista dos recursos
auxiliam o detalhamento das informações geradas pelo gerenciamento de valor agregado (GVA).
Relatório de desempenho
Não importa o tamanho da variação, se positiva ou negativa, o gerente do projeto deve analisá-la,
determinar suas causas e avaliar a necessidade de ações preventivas ou corretivas. Quando neces-
sário ele deve dividir suas preocupações com o patrocinador (sponsor) do projeto, que poderá autorizar
alterações no orçamento ou mesmo o cancelamento do projeto, em casos extremos.
78
RELATÓRIO DE DESEMPENHO DE CUSTOS – EXEMPLO
O controle de custos deve ser realizado periodicamente para garantir o monitoramento, identificação
e recuperação de desvios no projeto. A técnica de gerenciamento do valor agregado pode auxiliá-lo
bastante no que diz respeito às áreas de conhecimento do escopo, tempo, custos e comunicação.
Apresentamos, também, como as análises das variações de custos unitários e de quantidades dos
recursos envolvidos no projeto podem auxiliar o gerente a localizar as causas dos desvios e tomar
ações corretivas e preventivas com maior segurança.
Conclusão
Estamos vivendo em um mundo de mutações constantes, em que as decisões precisam ser rápidas,
seguras e com a maior precisão possível, para continuarmos no mercado, sob pena de perdermos
competitividade. Consequentemente, as organizações dependem de projetos para transformar suas
estratégias em realizações. Projetos usam equipamentos e materiais, e são realizados por pessoas.
Tudo isso gera custos que, no final das contas, devem transformar-se em resultados.
FÓRMULAS
MC – margem de contribuição
PV – preço do produto
MC = PV – CV
PV = (CF / QE) + CV
PE ($) = CF / MC (%)
PE ($) = QE x PV
QE (un) = CF / MC
79
R = QE x PV
Ct = CF + (CV x QE)
PE (o Ponto de Equilíbrio é onde a receita se iguala ao Custo Total) = CT
Lucro = receita - CT
MC% = ((PV - CV) / PV) x 100
PE (R$) = CF / (MC%)
QE (un) = CF / MC
SIMULADO
1. José está trabalhando em um projeto com valor planejado (VP) de R$55.000,00 e índice
de desempenho de progresso (IDP) de 1,2.
45.833,33.
55.000,00.
60.000,00.
66.000,00.
70.000,00.
COMENTÁRIO
Como a fórmula de cálculo do IDP é IDP = VA/VP, pode-se derivar que VA = VP x IDP.
2. Paulo está gerenciando um projeto e, ao analisar o desempenho dele até este momento,
observou que há um desvio de custo referente ao aumento do valor unitário de um material
que será utilizado até o final do projeto. Além disso, também observou que a equipe está
demorando mais tempo nas atividades do que o estimado, e isso está causando problemas
no desempenho do projeto.
São dados:
80
375.000 mil desfavoráveis.
687.500 mil desfavoráveis.
750.000 mil favoráveis.
COMENTÁRIO
A fórmula para cálculo da estimativa para o término para casos de desvios de custos repetitivos (rela-
cionados ao custo variável do projeto) e situações que impactem o custo fixo do projeto (por exemplo,
atrasos) é:
Alternativa incorreta - A WBS não é uma das partes essenciais do plano de contas.
81
Alternativa incorreta - A estimativa top-down e a WBS não são partes essenciais do plano de contas.
Alternativa correta - Os elementos essenciais do plano de contas são: princípios gerais, elenco de
contas, função das contas, funcionamento das contas, normas de avaliação e apuração, demonstrati-
vos e explicações adicionais.
Alternativa incorreta - A estimativa top-down não é uma das partes essenciais do plano de contas.
Alternativa incorreta - A estimativa de cronograma não é uma das partes essenciais do plano de contas.
4. Uma reunião da alta administração de uma empresa tinha o objetivo de determinar que pro-
jetos deveriam ser desenvolvidos no ano seguinte. Foi apresentado o seguinte quadro:
Projeto Resultado Esperado (em R$)
Alfa 150.000,00
Beta 250.000,00
Gama 600.000,00
Delta 220.000,00
Zeta 350.000,00
Após uma análise detalhada de cada projeto, a alta administração da empresa resolveu desenvolver
os projetos Alfa, Beta e Delta.
570.000,00.
620.000,00.
950.000,00.
980.000,00.
1.570.000,00.
COMENTÁRIO
Custo de oportunidade é o custo de selecionar um projeto em detrimento de outro. Por outras palavras,
é o somatório do resultado esperado dos projetos que não foram escolhidos. Logo:
O tamanho do projeto.
A complexidade do projeto.
82
A quantidade de especialistas participantes do projeto.
O grau de definição e informação existente para o projeto.
A quantidade de tempo gasto com o planejamento do projeto.
COMENTÁRIO
Alternativa incorreta. O tamanho do projeto pode dificultar o processo, mas não é um critério para a
classificação das estimativas de custo.
Alternativa incorreta. Um nível maior de complexidade do projeto demandará mais esforço para a re-
alização das estimativas de custos, mas complexidade não é um critério para a classificação das esti-
mativas de custos.
Alternativa correta. Existem diversas práticas para a classificação de estimativas, mas todas elas são
baseadas no grau de definição e informação existente para o projeto em determinado momento de
seu ciclo.
Alternativa incorreta. A quantidade de tempo gasto com o planejamento não garante alto nível de in-
formação, pois o projeto pode estar em uma fase preliminar e esses dados podem não estar disponí-
veis ainda. Além disso, o tempo gasto também não consiste em uma prática para classificação das
estimativas de custos.
Para tomar uma decisão, a fim de corrigir a rota do projeto, o gerente deve considerar, além da varia-
ção de custo unitário e da de quantidade, a variação:
mista.
do escopo.
de previsão.
de progresso.
de custos indiretos.
COMENTÁRIO
Alternativa correta. A variação mista (VM) ocorre todas as vezes que existe uma variação de custos
unitários (valor da hora do engenheiro) e, simultaneamente, para mais ou para menos, uma variação
de quantidades (quantidade de horas gastas na atividade). As medidas para corrigir as variações do
projeto dependerão da análise desses dados.
83
Alternativa incorreta. Não há indicações de que houve uma alteração no escopo, o que levaria a uma
revisão do orçamento do projeto e a alterações na linha de base.
Alternativa incorreta. As medidas para corrigir as variações do projeto não dependem da análise de
variação de previsão, já que a previsão é somente uma nova estimativa do custo do projeto e não
contempla desvios.
Alternativa incorreta. As medidas para corrigir as variações do projeto não dependem da análise de
variação de progresso, já que o novo engenheiro tem uma produtividade diferente da apresentada pelo
anterior, o que não pode ser alterado no trabalho desse recurso.
Alternativa incorreta. As medidas para corrigir as variações do projeto não dependem da análise de
variação de custos indiretos, pois o problema apontado tem relação com custos diretos, ou seja, aque-
les diretamente ligados às atividades do projeto.
7. Um gerente de projeto muito experiente descobre que seu projeto está com um IDC (índice
de desempenho de custos) igual a 1,3, em um pacote de trabalho, dentre os 1.000 pacotes
de trabalho do projeto. Ele tem pouco tempo para tomar medidas corretivas, pois o projeto
está no fim. Desta forma, ele deve priorizar a sua análise.
Para identificar mais rapidamente o que deve ser feito e qual a melhor maneira de atuar, o gerente do
projeto deve utilizar:
COMENTÁRIO
Alternativa incorreta. O plano de contas classifica, registra e compila os itens de custos relacionados
aos recursos que apresentam desvios na execução, mas não aponta quais são os mais significativos
para a correção do desvio.
Alternativa incorreta. O gerenciamento de valor agregado (GVA) já demonstrou que o desvio repre-
sentado pelo IDC é de 1,3.
Alternativa incorreta. Para identificar as novas estimativas, antes de corrigir o projeto, deve-se utilizar
a EPT (estimativa para o término) no GVA, e não a Simulação de Monte Carlo.
Alternativa correta. O diagrama de Pareto, também conhecido como o princípio dos “poucos significa-
tivos e muitos insignificantes”, pode demonstrar rapidamente que 20% dos itens podem representar
80% dos pontos de atenção. A aplicação desse princípio possibilita uma rápida identificação dos pa-
cotes de trabalho que são mais significativos em relação a seus custos estimados.
84
8. O gerente de um projeto dispõe dos seguintes dados:
I.
II.
III.
I e III.
II e III.
COMENTÁRIO
Quando o IDP é menor do que 1, o projeto está atrasado; quando é igual a 1, o projeto está no prazo;
quando é maior do que 1, o projeto está adiantado.
Quando o IDC é menor do que 1, o projeto está acima do orçamento; quando é igual a 1, o projeto
gastou exatamente o que estava previsto; quando é maior do que 1, está abaixo do orçamento.
Como o IDP da metodologia é menor do que 1, esta fase do projeto está atrasada, e não no prazo.
Como o IDC da fase do levantamento da situação atual é menor do que 1, esta fase gastou mais do
que o previsto. Já a fase do levantamento tem IDP menor do que 1, logo está atrasada.
85
n.º Item Valor (R$) %
2 Maquinário 400.000,00 40
3 Salários 100.000,00 10
4 Manutenção 50.000,00 5
6 Propaganda 10.000,00 1
9 Água 20.000,00 2
10 Gás 20.000,00 2
I. Com base no Princípio de Pareto, o gerente deverá concentrar mais atenção no processo de esti-
mativas e no de controle dos itens peças e materiais, maquinário e salários.
II. Apesar dos itens peças e materiais, maquinário e salários representarem juntos apenas 25% da
quantidade de itens, representam 80% dos custos totais estimados.
COMENTÁRIO
A partir dessas proposições, é correto concluir que as duas são verdadeiras e a segunda justifica a
primeira.
86
no custo total. De posse da tabela apresentada, notamos que os itens peças e materiais, maquinário
e salários representam 25% dos itens do projeto, mas, juntos, somam 80% dos custos, fato que merece
mais atenção. Portanto, as duas proposições são verdadeiras, e a segunda justifica a primeira.
10. Carlos está gerenciando um projeto de instalação de cabos de fibra ótica. O custo unitário
para instalação é de R$50,00 por metro linear.
O projeto prevê a instalação de 4 quilômetros de cabos, num progresso de 8 semanas; saliente-se que
a mesma metragem de cabos será instalada a cada semana. Carlos está no final da quinta semana
de projeto, e a sua equipe de trabalho já instalou 1,8 quilômetro de cabos de fibra ótica.
0,45.
0,62.
0,72.
1,4.
1.
COMENTÁRIO
VA = custo unitário orçado x quantidade efetivamente entregue = R$50,00 por metro linear x 1.800
metros = R$90.000,00.
VP = custo unitário orçado x quantidade planejada = R$50,00 por metro linear x 2.500 metros =
R$125.000,00.
1 – C, 2 – X, 3 – X, 4 – X, 5 – X, 6 – X, 7 – X, 8 – X, 9 – C, 10 – X
87