Você está na página 1de 21

REVISÃO 3 PARA O ENEM

TEMAS MESCLADOS

1 - INEP (ENEM) - 2014 - Participante (ENEM)/

E se a água potável acabar? O que aconteceria se a água potável do mundo acabasse?

As teorias mais pessimistas dizem que a água potável deve acabar logo, em 2050. Nesse ano,
ninguém mais tomará banho todo dia. Chuveiro com água só duas vezes por semana. Se
alguém exceder 55 litros de consumo (metade do que a ONU recomenda), seu abastecimento
será interrompido. Nos mercados, não haveria carne, pois, se não há água para você,
imagine para o gado. Gastam-se 43 mil litros de água para produzir 1 kg de carne. Mas, não é
só ela que faltará. A Região Centro-Oeste do Brasil, maior produtor de grãos da América
Latina em 2012, não conseguiria manter a produção. Afinal, no país, a agricultura e a
agropecuária são, hoje, as maiores consumidoras de água, com mais de 70% do uso.
Faltariam arroz, feijão, soja, milho e outros grãos.

Disponível em: http://super.abril.com.br. Acesso em: 30 jul. 2012.

A língua portuguesa dispõe de vários recursos para indicar a atitude do falante em relação ao
conteúdo de seu enunciado. No início do texto, o verbo “dever” contribui para expressar

A uma constatação sobre como as pessoas administram os recursos hídricos.

B habilidade das comunidades em lidar com problemas ambientais contemporâneos.

C a capacidade humana de substituir recursos naturais renováveis.

D uma previsão trágica a respeito das fontes de água potável.

E uma situação ficcional com base na realidade ambiental brasileira.


RESPOSTA

A língua portuguesa dispõe de vários recursos para indicar a atitude do falante em relação
ao conteúdo de seu enunciado. No início do texto, o verbo “dever” contribui para expressar
“As teorias mais pessimistas dizem que a água potável deve acabar logo, em 2050. Nesse ano,
ninguém mais tomará banho todo dia”
O verbo em questão prenuncia algo trágico que irá ocorrer, com caráter de convicção.
Caso os fatos narrados aconteçam a valer, como se comprova nos argumentos, haverá falta
d’água.

a) uma constatação sobre como as pessoas administram os recursos hídricos. Errado

É sobre a escassez dos recursos hídricos.

b) habilidade das comunidades em lidar com problemas


ambientais contemporâneos. Errado

Na verdade, se continuar do modo como está, acontecerão problemas. Ou seja, há falta de


habilidade.

c) a capacidade humana de substituir recursos naturais renováveis. Errado

O enfoque do verbo não circunda sobre isso.

d) uma previsão trágica a respeito das fontes de água potável. Certo

A frase abaixo denota o significado:


“As teorias mais pessimistas dizem que a água potável deve acabar logo, em 2050. Nesse ano,
ninguém mais tomará banho todo dia”
e) uma situação ficcional com base na realidade ambiental brasileira. Errado
Não é ficcional.

Gabarito: Alternativa D)
2 - INEP (ENEM) - 2014 - Participante (ENEM)/PPL (Pessoa Privada de Liberdade)/2ª Aplicação

E-mail no ambiente de trabalho

T. C., consultor e palestrante de assuntos ligados ao mercado de trabalho, alerta que a


objetividade, a organização da mensagem, sua coerência e ortografia são pontos de atenção
fundamentais para uma comunicação virtual eficaz.

E, para evitar que erros e falta de atenção resultem em saias justas e situações
constrangedoras, confira cinco dicas para usar o e-mail com bom senso e organização:

1. Responda às mensagens imediatamente após recebê-las.

2. Programe sua assinatura automática em todas as respostas e encaminhamentos.

3. Ao final do dia, exclua as mensagens sem importância e arquive as demais em pastas


previamente definidas.

4. Utilize o recurso de “confirmação de leitura” somente quando necessário.

5. Evite mensagens do tipo “corrente”.

Disponível em: http://noticias.uol.com.br. Acesso em: 30 jul. 2012 (fragmento).

O texto apresenta algumas sugestões para o leitor.Esse caráter instrucional é atribuído,


principalmente, pelo emprego:

A do modo verbal imperativo, como em “responda” e “programe”.

B das marcas de qualificação do especialista, como “consultor” e “palestrante”.

C de termos específicos do discurso no mundo virtual.

D de argumentos favoráveis à comunicação eficaz.

E da palavra “dica” no desenvolvimento do texto.


RESPOSTA:

O texto apresenta algumas sugestões para o leitor.


Pessoal, deixo resumo esquematizado sobre a “carga semântica” dos verbos:
Subjuntivo - possui característica fundamental – conferir ideia de hipótese
e/ou ação duvidosa.
• se eu soubesse, não teria tentado
o dúvida, possibilidade.
• quando estiver mais próximo da prova, então começarei a
estudar
o ideia de hipótese

Particípio – utilizado na formação de tempos compostos e locuções verbais.


• designa ação já finalizada; ou ainda vinculada ao passado
Indicativo – apresenta o maior número de representações possíveis, pois
assume a atitude do falante. Ou seja, pode expressar:
• dúvida, certeza, hipótese, suposição, ação habitual, ação
inacabada...
Imperativo – normalmente gera sentido de ordem, solicitação ou alerta
• mas também poderá designar convite ou pedido.

O modo verbal utilizado é o imperativo. Este modo tem como característica


gerar a quem ler ou escutar o caráter de ordem ou instrução.
• “Responda” – imperativo afirmativo
• “Responde” – indicativo
• Responder” – infinitivo

Devemos lembrarmo-nos do enunciado:


“caráter instrucional é atribuído, principalmente”

a) do modo verbal imperativo, como em “responda” e “programe”. Certo

Gabarito: Alternativa A)
3 - INEP (ENEM) - 2020 - Participante (ENEM)/

Como ocorrem os eclipses solares?

Quando a Lua passa exatamente entre a Terra e o Sol, o astro que ilumina nosso planeta
some por alguns minutos. O espetáculo só ocorre durante a lua nova e apenas nas ocasiões
em que a sombra projetada pelo satélite atinge algum ponto da superfície do planeta. Aliás,
é o tamanho dessa sombra que vai determinar se o desaparecimento do astro será total,
parcial ou anular. Geralmente, ocorrem ao menos dois eclipses solares por ano. Um eclipse
solar é uma excelente oportunidade para estudar melhor o Sol.

Disponível em: https://mundoestranho.abril.com.br. Acesso em: 21 ago. 2017 (adaptado).

Nesse texto, a palavra “aliás” cumpre a função de:

A promover uma conclusão de ideias valendo-se das informações da frase anterior.

B indicar uma mudança de assunto e de foco no tema desenvolvido.

C conectar a informação da frase anterior com a da posterior.

D conferir um caráter mais coloquial à reportagem.

E salientar a negação expressa na frase posterior.


RESPOSTA:
A questão nos pede a função que a palavra "aliás" cumpre no trecho a seguir:

→ Aliás, é o tamanho dessa sombra que vai determinar se o desaparecimento do astro será total, parcial
ou anular.

Essa palavra, gente, possui diversos sentidos, como a gente pode conferir a seguir:

Vejam que ele pode ter o sentido de adição, de oposição, de retificação etc. Então, para
identificarmos o seu valor, precisaremos analisar o contexto. Vamos fazer isso?
O espetáculo só ocorre durante a lua nova e apenas nas ocasiões em que a sombra projetada pelo
satélite atinge algum ponto da superfície do planeta. Aliás, é o tamanho dessa sombra que vai
determinar se o desaparecimento do astro será total, parcial ou anular.

Vejam que não há uma mudança de tema. O texto continua falando da sombra do satélite
natural. Anteriormente, estava se falando que a sombra da lua atinge algum ponto da superfície do
planeta e é o tamanho dessa sombra que vai determinar se o desaparecimento do astro (o Sol) será
total, parcial ou anular. Note que existe uma ideia de adição. Dessa forma, nosso gabarito é a letra C.

Nesse texto, a palavra “aliás” cumpre a função de

a) promover uma conclusão de ideias valendo-se das informações da frase anterior.


Aliás não possui um valor conclusivo. Veja que com a informação de que "o espetáculo só ocorre
durante a lua nova e apenas nas ocasiões em que a sombra projetada pelo satélite atinge algum ponto
da superfície do planeta", a gente não consegue concluir que o tamanho da sombra vai definir se o
desaparecimento será parcial, total ou anular. Não se trata de uma conclusão, mas sim de uma ideia
adicional, de acrescentar uma nova informação sobre o mesmo tema. Errada a letra A.
b) indicar uma mudança de assunto e de foco no tema desenvolvido.
Como vimos no início do comentário, não houve mudança de assunto. Continuamos falando da
sombra projetada da Lua. Assim, errada a letra B.
c) conectar a informação da frase anterior com a da posterior.
Sim, a informação introduzida pela palavra "aliás" está conectada à informação anterior, tendo o
sentido de adição. A alternativa não detalhou o sentido, apenas falou em conectar informações. As
informações podem estar conectadas por meio de uma ideia de adição, oposição, causa,
consequência etc. Portanto, correta a letra C.
d) conferir um caráter mais coloquial à reportagem.
Aliás é não é linguagem coloquial, gente. Ele pertence à norma culta da língua.
e) salientar a negação expressa na frase posterior.
Salientar é evidenciar. Vimos que a informação introduzida por "aliás" não
quer ratificar, evidenciar a negação anterior. Não existe esse sentido de ênfase, mas sim
de acréscimo de informação. Dessa forma, errada a letra E.
Gabarito: letra C
4 - INEP (ENEM) - 2015 - Participante (ENEM)/

Da timidez

Ser um tímido notório é uma contradição. O tímido tem horror a ser notado, quanto mais a
ser notório. Se ficou notório por ser tímido, então tem que se explicar. Afinal, que
retumbante timidez é essa, que atrai tanta atenção? Se ficou notório apesar de ser tímido,
talvez estivesse se enganando junto com os outros e sua timidez seja apenas um
estratagema para ser notado. Tão secreto que nem ele sabe. É como no paradoxo
psicanalítico, só alguém que se acha muito superior procura o analista para tratar um
complexo de inferioridade, porque só ele acha que se sentir inferior é doença.

[...]

O tímido tenta se convencer de que só tem problemas com multidões, mas isto não é
vantagem. Para o tímido, duas pessoas são uma multidão. Quando não consegue escapar e
se vê diante de uma plateia, o tímido não pensa nos membros da plateia como indivíduos.
Multiplica-os por quatro, pois cada indivíduo tem dois olhos e dois ouvidos. Quatro vias,
portanto, para receber suas gafes. Não adianta pedir para a plateia fechar os olhos, ou tapar
um olho e um ouvido para cortar o desconforto do tímido pela metade. Nada adianta. O
tímido, em suma, é uma pessoa convencida de que é o centro do Universo, e que seu vexame
ainda será lembrado quando as estrelas virarem pó.

VERISSIMO, L. F. Comédias para se ler na escola. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001.

Entre as estratégias de progressão textual presentes nesse trecho, identifica-se o emprego de


elementos conectores. Os elementos que evidenciam noções semelhantes estão destacados
em:

A “Se ficou notório por ser tímido" e "[...]" então tem que se explicar.

B “[...] então tem que se explicar" e "[...] quando as estrelas virarem pó".

C "[...] ficou notório apesar de ser tímido [...]" e "[...] mas isto não é vantagem [...]".

D “[...] um estratagema para ser notado [...]" e "Tão secreto que nem ele sabe".

E “[...] como no paradoxo psicanalítico [...]" e "[...] porque só ele acha [...]".
RESPOSTA:

LETRA "A"-ERRADA. “Se ficou notório por ser tímido" e "[...]" então tem que se explicar.

Os elementos acima destacados não evidenciam noções semelhantes.

"Se ficou notório por ser tímido, então tem que se explicar."

No trecho "Se ficou notório por ser tímido", a palavra "Se" transmite ideia de condição: nessa
condição (ter ficado notório por ser tímido), então tem que se explicar. Trata-se de uma conjunção
subordinativa adverbial condicional que introduz a oração subordinada adverbial condicional "Se
ficou notório".

Na oração "então tem que se explicar", a palavra "se" é um pronome oblíquo reflexivo. Ela foi
empregada para transmitir a ideia de que o sujeito pratica e sofre a ação de explicar.

LETRA "B"-ERRADA. “[...] então tem que se explicar" e "[...] quando as estrelas virarem pó".

Os elementos acima destacados não evidenciam noções semelhantes.

"Se ficou notório por ser tímido, então tem que se explicar."

"O tímido, em suma, é uma pessoa convencida de que é o centro do Universo, e que seu vexame ainda
será lembrado quando as estrelas virarem pó."

Na oração "então tem que se explicar", a palavra "então" transmite ideia de conclusão. Trata-se de
uma conjunção coordenativa conclusiva. Ela equivale a logo, portanto, assim: "Se ficou notório por
ser tímido, logo tem que se explicar."

No trecho "quando as estrelas virarem pó", a palavra "quando" transmite ideia de tempo: "seu
vexame ainda será lembrado no momento em que (tempo) as estrelas virarem pó". Trata-se de uma
conjunção subordinativa adverbial temporal que introduz a oração subordinada adverbial temporal
"quando as estrelas virarem pó".

LETRA "C"-CORRETA. "[...] ficou notório apesar de ser tímido [...]" e "[...] mas isto não é vantagem
[...]".
Os elementos acima destacados evidenciam noções semelhantes.

"Se ficou notório apesar de ser tímido, talvez estivesse se enganando junto com os outros e sua
timidez seja apenas um estratagema para ser notado."

"O tímido tenta se convencer de que só tem problemas com multidões, mas isto não é vantagem."

Na oração "Se ficou notório apesar de ser tímido", a expressão "apesar de" é uma locução
prepositiva. Ela transmite ideia de concessão. A ideia de concessão consiste na de algo que, embora
se oponha "a" ou contraste "com" o que foi dito anteriormente, coexiste com tal situação.

No trecho em questão, as ideias contrastantes/opostas de notoriedade e timidez são expostas como


faces de uma mesma moeda por meio da locução prepositiva "apesar de".

Na oração "mas isto não é vantagem", a palavra "mas" equivale a porém, contudo, todavia, no
entanto, entretanto: "porém isto não é vantagem". Esse tipo de palavra transmite ideia de oposição,
classificando-se como conjunção coordenativa adversativa.
CONCLUSÃO: Conjunções subordinativas adverbiais concessivas (embora, ainda que, por mais que,
mesmo que, conquanto) & Locuções prepositivas que tenham sentidos equivalentes aos dessas
conjunções (como "apesar de", por exemplo) apresentam noções de contraste/oposição assim como
ocorre com as conjunções coordenativas adversativas.

LETRA "D"-ERRADA. “[...] um estratagema para ser notado [...]" e "Tão secreto que nem ele sabe".

Os elementos acima destacados não evidenciam noções semelhantes.

"Se ficou notório apesar de ser tímido, talvez estivesse se enganando junto com os outros e sua
timidez seja apenas um estratagema para ser notado."

Na oração "para ser notado", a palavra "para" é uma preposição. Essa preposição introduz uma
oração que transmite ideia de finalidade: a finalidade de usar a timidez como um estratagema era ser
notado.

Na oração "Tão secreto que nem ele sabe.", a palavra "que" aparece depois de "Tão". Quando a
palavra "que" está semanticamente ligada às palavras "Tão" (Tão...que), "Tanto" (Tanto...que), "Tal"
(Tal...que) e "Tamanho" (Tamanho...que), ela transmite ideia de consequência: "Tão secreto que, em
consequência disso, nem ele sabe.". Trata-se de uma conjunção subordinativa adverbial consecutiva
que introduz a oração subordinada adverbial consecutiva "que ele nem sabe".

LETRA "E"-ERRADA. “[...] como no paradoxo psicanalítico [...]" e "[...] porque só ele acha [...]".

Os elementos acima destacados não evidenciam noções semelhantes.

"É como no paradoxo psicanalítico, só alguém que se acha muito superior procura o analista para
tratar um complexo de inferioridade, porque só ele acha que se sentir inferior é doença."

Na oração "É como no paradoxo psicanalítico", a palavra "como" transmite ideia de comparação da
situação anteriormente exposta com o paradoxo psicanalítico. Trata-se de uma conjunção
subordinativa adverbial comparativa.

No trecho "porque só ele acha que se sentir inferior é doença", a palavra "porque" transmite ideia
de causa: a causa pela qual "só alguém que se acha muito superior procura o analista para tratar um
complexo de inferioridade" é o fato de só essa pessoa achar que se sentir inferior é doença. Trata-se
de uma conjunção subordinativa adverbial causal.

GABARITO: LETRA C
5 - INEP (ENEM) - 2001 - Participante (ENEM)/

O mundo é grande

O mundo é grande e cabe

Nesta janela sobre o mar.

O mar é grande e cabe

Na cama e no colchão de amar.

O amor é grande e cabe

No breve espaço de beijar.

ANDRADE, Carlos Drummond de. Poesia e prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1983.

Neste poema, o poeta realizou uma opção estilística: a reiteração de determinadas


construções e expressões lingüísticas, como o uso da mesma conjunção para estabelecer a
relação entre as frases. Essa conjunção estabelece, entre as idéias relacionadas, um sentido
de:

A oposição.

B comparação.

C conclusão.

D alternância.

E finalidade.
RESPOSTA:

O mundo é grande

O mundo é grande e cabe


Nesta janela sobre o mar.
O mar é grande e cabe
Na cama e no colchão de amar.
O amor é grande e cabe
No breve espaço de beijar.

ANDRADE, Carlos Drummond de. Poesia e prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar,
1983.

Neste poema, o poeta realizou uma opção estilística: a reiteração de


determinadas construções e expressões lingüísticas, como o uso da mesma
conjunção para estabelecer a relação entre as frases. Que conjunção é
essa???

Bem, trata-se da conjunção "e", que, no contexto, está expressando ideia


de ADVERSIDADE, OPOSIÇÃO, CONTRASTE. Perceba que existe uma relação
direta de OPOSIÇÃO entre as ideias de "ser grande" e "caber". Pois bem, essa
ideia de OPOSIÇÃO é estabelecida justamente pela conjunção "e".

OBSERVAÇÃO IMPORTANTE: normalmente, o termo "e" é uma conjunção


coordenativa aditiva, expressando ideia de SOMA, ADIÇÃO. No entanto, NO
CONTEXTO, ela foi empregada como uma conjunção coordenativa
adversativa, com o mesmo sentido do termo "mas" (ADVERSIDADE,
OPOSIÇÃO, CONTRASTE).

Portanto, a letra A é a nossa resposta!

Gabarito: LETRA A.
6 - INEP (ENEM) - 1999 - Participante (ENEM)/Regular

(QUINO. Mafalda inédita. São Paulo: Martins Fontes, 1993)

Observando as falas das personagens, analise o emprego do pronome SE e o sentido que


adquire no contexto. No contexto da narrativa, é correto afirmar que o pronome SE,

A em I, indica reflexividade e equivale a “a si mesmas”.

B em II, indica reciprocidade e equivale a “a si mesma”.

C em III, indica reciprocidade e equivale a “umas às outras”.

D em I e III, indica reciprocidade e equivale a “umas às outras”.

E em II e III, indica reflexividade e equivale a “a si mesma ” e "a si mesmas",


respectivamente.
RESPOSTA:

Observações iniciais:

Segundo o excelente mestre Evanildo Bechara, o termo SE é pronome reflexivo quando “faz refletir
sobre o sujeito a ação que ele mesmo praticou”. Vejamos um exemplo: "Ela se cortou com a faca".

Na voz reflexiva recíproca, a ação verbal afeta dois indivíduos simultaneamente, havendo ideia de
reciprocidade. Vejamos um exemplo: "Ela casou-se com um tenente português".

Agora, analisemos a questão... Para entendermos o uso da palavra "se", é de suma importância que
entendamos a mensagem que é transmitida pela tirinha. Analisemos novamente:

Nesse texto, a Mafalda (a de cabelo preto) utiliza a oração "as pessoas se amam" como PRONOME
REFLEXIVO RECÍPROCO, ou seja, HÁ IDEIA DE RECIPROCIDADE. Entenda: ela diz que, no Natal, as
pessoas se amam muito mais, mas não com sentido de "amor-próprio", de amar a si mesmo. Na
realidade, seu objetivo é dizer que as pessoas amam umas às outras.

No entanto, devido à própria construção "as pessoas se amam" (quem é, em certa medida, ambígua),
a outra personagem não captou esse sentido de reciprocidade. No caso, essa personagem 02 afirma
que se ama muito no Natal, ou seja, que ama a si mesma (perceba que não há reciprocidade).

E o último parágrafo também expõe a fala dessa mesma personagem (e não da Mafalda), o que
evidencia que, de novo, a construção proferida por ela NÃO EXPRESSA IDEIA DE RECIPROCIDADE.
Logo, no item III, a oração "as pessoas se amam" é usada como sinônima de "as pessoas amam a si
mesmas" (diferentemente do que acontece na fala da Mafalda).

Dessa forma, a letra E é a opção correta! Analisemos:


e) em II e III, indica reflexividade e equivale a “a si mesma ” e "a si mesmas", respectivamente. ==
Correta.
De fato, as falas personagem 02 indicam reflexividade, pois a palavra "se" faz refletir sobre o sujeito a
ação que ele mesmo praticou. Mas não há ideia de reciprocidade. A construção do item II equivale a “a
si mesma”, enquanto a construção do item III equivale a "a si mesmas". GABARITO LETRA E.

DICA:
Ao resolver uma questão, o candidato deve olhar ATENTAMENTE (VISÃO DE RAIO X MESMO) para o
enunciado. Basicamente, é o enunciado que dita as regras! Veja (destacarei a parte mais importante,
crucial para acertarmos esta questão):
"Observando as falas das personagens, analise o emprego do pronome SE e O SENTIDO QUE ADQUIRE
NO CONTEXTO. No contexto da narrativa, é correto afirmar que o pronome SE."
Note que é exatamente O SENTIDO QUE O TERMO "SE" ADQUIRE NO CONTEXTO que FAZ TODA A
DIFERENÇA.
7 - INEP (ENEM) - 2004 - Participante (ENEM)/Regular

Cidade grande

Que beleza, Montes Claros.


Como cresceu Montes Claros.
Quanta indústria em Montes Claros.
Montes Claros cresceu tanto,
ficou urbe tão notória,
prima-rica do Rio de Janeiro,
que já tem cinco favelas
por enquanto, e mais promete.

Carlos Drummond de Andrade

No trecho “Montes Claros cresceu tanto,/ (...),/ que já tem cinco favelas”, a palavra que
contribui para estabelecer uma relação de conseqüência. Dos seguintes versos, todos de
Carlos Drummond de Andrade, apresentam esse mesmo tipo de relação:

A “Meu Deus, por que me abandonaste / se sabias que eu não era Deus / se sabias que eu era
fraco.”

B “No meio-dia branco de luz uma voz que aprendeu / a ninar nos longes da senzala – e
nunca se esqueceu / chamava para o café.”

C “Teus ombros suportam o mundo / e ele não pesa mais que a mão de uma criança.”

D “A ausência é um estar em mim. / E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus
braços, / que rio e danço e invento exclamações alegres.”

E “Penetra surdamente no reino das palavras. / Lá estão os poemas que esperam ser
escritos.”
RESPOSTA:

No trecho “Montes Claros cresceu tanto,/ (...),/ que já tem cinco favelas”, a palavra que contribui para
estabelecer uma relação de consequência (AGORA SEM TREMA).
Dos seguintes versos, todos de Carlos Drummond de Andrade, apresentam esse mesmo tipo de relação:

a) “Meu Deus, por que me abandonaste / se sabias que eu não era Deus / se sabias que eu era
fraco.” == Errada.

Nesta frase, o vocábulo "que" funciona como conjunção integrante... Quando se trata de conjunção
integrante, o vocábulo pode ser substituído pela palavra "isso". Exemplos:
• "Ele diz (isso) que vota desde os 18...”.>>>Ele diz isso.
• "Acho (isso) que um voto pode fazer a diferença”.>>>Acho isso.
• "...e acreditam que um voto consciente agora pode...”.>>>...e acreditam nisso.
• “se sabias que eu não era Deus”.>>>se sabias disso.

b) “No meio-dia branco de luz uma voz que aprendeu / a ninar nos longes da senzala – e nunca se
esqueceu / chamava para o café.” == Errada.

Nesta frase, o vocábulo "que" funciona como pronome relativo... Pronome relativo é uma classe de
pronomes que substituem um termo da oração anterior. Exemplos:
• Ele é um homem que estuda. (pronome substituindo o substantivo "homem")
• Elas são moças que trabalham. (pronome substituindo o substantivo "moças")
• Cadê o trabalho que você fez? (pronome substituindo o substantivo "trabalho")
• No meio-dia branco de luz uma voz que aprendeu. (pronome substituindo o substantivo
"voz")

c) “Teus ombros suportam o mundo / e ele não pesa mais que a mão de uma criança.” == Errada.

Nesta frase, o vocábulo "que" funciona como conjunção subordinativa adverbial comparativa...
Note que há uma comparação entre o mundo e a mão de uma criança.

d) “A ausência é um estar em mim. / E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
/ que rio e danço e invento exclamações alegres.” == Correta.

Neste caso, a palavra "que" indica uma consequência do fato de a ausência estar tão pegada,
aconchegada. Logo, trata-se de uma conjunção subordinativa adverbial consecutiva.
Normalmente, o termo "que" funciona como conjunção subordinativa adverbial
consecutiva quando está precedido das palavras "tão", "tanto" e "tamanho". Veja:

No enunciado, usou-se a expressão "tanto...que". Esta alternativa, por sua vez. apresenta a expressão
"tão...que".

e) “Penetra surdamente no reino das palavras. / Lá estão os poemas que esperam ser escritos.” ==
Errada.
Nesta frase, o vocábulo "que" funciona como pronome relativo... Pronome relativo é uma classe
de pronomes que substituem um termo da oração anterior. Exemplos:
• Ele é um homem que estuda. (pronome substituindo o substantivo "homem")
• Elas são moças que trabalham. (pronome substituindo o substantivo "moças")
• Cadê o trabalho que você fez? (pronome substituindo o substantivo "trabalho")
• Lá estão os poemas que esperam ser escritos. (pronome substituindo o substantivo
"poemas")
Gabarito: LETRA D
QUESTÕES BÔNUS PARA LEMBRAR CONTEÚDOS IMPORTANTES PARA A PROVA.

8 - COSEAC UFF - 2014 - Guarda Civil Municipal (Niterói)

“Morreu na semana passada, atropelado pela multidão que vinha na direção oposta, o
último cronista andarilho.”

No período acima, a oração que designa o fato que levou o último cronista andarilho à morte
— “atropelado pela multidão que vinha na direção oposta” — foi expressa na voz passiva.

Redigida na voz ativa, a referida oração terá a forma:

A o último cronista andarilho tinha sido atropelado pela multidão que vinha na direção
oposta.

B foi atropelado pela multidão que vinha em direção oposta o último cronista andarilho.

C a multidão que vinha na direção oposta atropelou o último cronista andarilho.

D tinha atropelado o último cronista andarilho a multidão que vinha na direção oposta.

E para atropelar o último cronista andarilho a multidão vinha em direção oposta.


RESPOSTA:
A questão trata da voz ativa e da voz passiva.
Na VOZ ATIVA, o sujeito PRATICA a ação expressa pelo verbo. Chamamos de sujeito agente.

Na VOZ PASSIVA, o sujeito RECEBE a ação expressa pelo verbo. Chamamos de sujeito paciente.
Voz passiva sintética: Verbo transitivo direto ou transitivo direto e indireto + pronome apassivador
"SE".
Voz passiva analítica: verbo auxiliar (ser, estar) + verbo no particípio.

Para passarmos uma oração da voz ATIVA para a voz PASSIVA (analítica):

O objeto direto da voz ativa passa a ser sujeito da voz passiva.


O verbo é conjugado na forma passiva (verbo ser/estar + verbo principal no particípio passado),
mantendo-se o tempo verbal.
O Sujeito da voz ativa passa a ser o agente da passiva.

Devemos indicar como ficaria a construção abaixo redigida na voz ativa:

"Morreu na semana passada, atropelado pela multidão que vinha na direção oposta, o último
cronista andarilho."

O sujeito paciente, que sofre a ação de ser atropelado, é "o último cronista andarilho". Esse sujeito
paciente será o objeto direto da voz ativa.
O agente da passiva, que pratica a ação verbal, é "pela multidão que vinha na direção oposta".
Esse agente da passiva será o sujeito da voz ativa.
A frase fica assim:
→ A multidão que vinha na direção oposta atropelou o último cronista andarilho. (alternativa
"C" - correta)

Observem que o verbo "atropelar" seguiu o tempo verbal da frase original, que está no pretérito
perfeito do indicativo ("Morreu").

Vejamos as opções incorretas:

a) o último cronista andarilho tinha sido atropelado pela multidão que vinha na direção oposta.
Essa construção está na voz passiva. Apenas foi alterado o tempo verbal original, sendo
empregado aqui o pretérito mais-que-perfeito composto do indicativo.

b) foi atropelado pela multidão que vinha em direção oposta o último cronista andarilho.
Essa construção está na voz passiva analítica: verbo auxiliar "ser" (foi) + verbo principal
"atropelar" no particípio (atropelado).

d) tinha atropelado o último cronista andarilho a multidão que vinha na direção oposta.
A construção está na voz ativa, mas o tempo verbal original foi alterado. A locução "tinha
atropelado" está no pretérito mais-que-perfeito composto do indicativo.

e) para atropelar o último cronista andarilho a multidão vinha em direção oposta.


Essa reescrita modifica completamente o sentido original, pois introduz uma ideia de finalidade
("para atropelar" - sentido de finalidade).

A alternativa "C" é a CORRETA.


9 - COSEAC UFF - 2019 - Administrador (UFF)

A DISCIPLINA DO AMOR

Lygia Fagundes Telles

Foi na França, durante a Segunda Grande Guerra: um jovem tinha um cachorro que todos os
dias, pontualmente, ia esperá-lo voltar do trabalho. Postava-se na esquina, um pouco antes
das seis da tarde. Assim que via o dono, ia correndo ao seu encontro e na maior alegria
acompanhava-o com seu passinho saltitante de volta à casa. A vila inteira já conhecia o
cachorro e as pessoas que passavam faziam-lhe festinhas e ele correspondia, chegava até a
correr todo animado atrás dos mais íntimos. Para logo voltar atento ao seu posto e ali ficar
sentado até o momento em que seu dono apontava lá longe.

Mas eu avisei que o tempo era de guerra, o jovem foi convocado. Pensa que o cachorro
deixou de esperá-lo? Continuou a ir diariamente até a esquina, fixo o olhar naquele único
ponto, a orelha em pé, atenta ao menor ruído que pudesse indicar a presença do dono bem-
amado. Assim que anoitecia, ele voltava para casa e levava sua vida normal de cachorro, até
chegar o dia seguinte. Então, disciplinadamente, como se tivesse um relógio preso à pata,
voltava ao posto de espera. O jovem morreu num bombardeio, mas no pequeno coração do
cachorro, não morreu a esperança. Quiseram prendê-lo, distraí-lo. Tudo em vão. Quando ia
chegando aquela hora, ele disparava para o compromisso assumido, todos os dias.

Todos os dias, com o passar dos anos (a memória dos homens!), as pessoas foram se
esquecendo do jovem soldado que não voltou. Casou-se a noiva com um primo. Os
familiares voltaram-se para outros familiares. Os amigos para outros amigos. Só o cachorro
já velhíssimo (era jovem quando o jovem partiu) continuou a esperá-lo na sua esquina.

As pessoas estranhavam, mas quem esse cachorro está esperando? Uma tarde (era inverno),
ele lá ficou, o focinho voltado para aquela direção.

TELLES, Lygia Fagundes. A disciplina do amor. Disponível em: <


http://claricemenezes.com.br/2018/02/05/a-disciplina-do-amor/>. Acesso em jan. 2019.

A expressão “aquela direção” da passagem “(...) o focinho voltado para aquela direção.”
refere-se:

A à esquina.

B à praça da vila.

C ao ponto de onde o jovem vinha.

D ao lugar onde aconteceu a guerra.

E à casa onde o jovem e o cão moravam.


RESPOSTA:

Para conseguirmos perceber de forma mais fácil qual o referente desse termo, basta olharmos para
todo o contexto do período:

Mas eu avisei que o tempo era de guerra, o jovem foi convocado. Pensa que o cachorro deixou de
esperá-lo? Continuou a ir diariamente até a esquina, fixo o olhar naquele único ponto, a orelha em
pé, atenta ao menor ruído que pudesse indicar a presença do dono bem-amado. Assim que anoitecia,
ele voltava para casa e levava sua vida normal de cachorro, até chegar o dia seguinte. Então,
disciplinadamente, como se tivesse um relógio preso à pata, voltava ao posto de espera. O jovem
morreu num bombardeio, mas no pequeno coração do cachorro, não morreu a esperança. Quiseram
prendê-lo, distraí-lo. Tudo em vão. Quando ia chegando aquela hora, ele disparava para o
compromisso assumido, todos os dias.

Todos os dias, com o passar dos anos (a memória dos homens!), as pessoas foram se esquecendo do
jovem soldado que não voltou. Casou-se a noiva com um primo. Os familiares voltaram-se para outros
familiares. Os amigos para outros amigos. Só o cachorro já velhíssimo (era jovem quando o jovem
partiu) continuou a esperá-lo na sua esquina.

As pessoas estranhavam, mas quem esse cachorro está esperando? Uma tarde (era inverno), ele lá
ficou, o focinho voltado para aquela direção.

Observe os parágrafos e frases destacadas. Note que o cachorro foi o único a aguardar pacientemente
pela volta do seu dono, que estava morto, mas que, para ele, não. Logo, a direção que o focinho se volta
é para o local onde o dono supostamente estaria ou chegaria, ou seja, onde o cachorro tinha esperança
de que ele retornasse.
Sendo assim, cabe-nos elencar como gabarito a alternativa C.
Gabarito: letra C.
Resumo sobre pronomes relativos
O pronome relativo faz a retomada de um substantivo anteriormente mencionado em uma frase.

Os pronomes relativos invariáveis são: “que”, “quem” e “onde”.

Os pronomes relativos variáveis são: “o qual”, “a qual”, “os quais”, “as quais”, “cujo”, “cuja”, “cujos”,
“cujas”, “quanto”, “quanta”, “quantos”, “quantas”.

Quando os pronomes relativos atuam como complemento verbal ou nominal, eles podem, se
necessário, estar acompanhados de preposição.

Os pronomes relativos também atuam como conectivo entre uma oração subordinada adjetiva e a
oração principal."
10 - CEBRASPE (CESPE) - 2023 - Professor II (Pref Recife)/Língua Portuguesa

Os mediadores de leitura são aquelas pessoas que estendem pontes entre os livros e os leitores, ou
seja, que criam as condições para fazer com que seja possível que um livro e um leitor se encontrem. A
experiência de encontrar os livros certos nos momentos certos da vida, esses livros que nos fascinam e
que nos vão transformando em leitores paulatinamente, não tem uma rota única nem uma
metodologia específica; por isso, os mediadores de leitura não são fáceis de definir. No entanto, basta
lembrar como descobrimos, nos primeiros anos da vida, esses livros que deixaram rastros em nossa
infância e, talvez, aparecerão nítidas algumas figuras que foram nossos mediadores de leitura: esses
adultos íntimos que deram vida às páginas de um livro, essas vozes que liam para nós, essas mãos e
esses rostos que nos apresentavam os mundos possíveis e as emoções dos livros.

Os mediadores de leitura, consequentemente, não estão somente na escola, mas no lar, nas
bibliotecas e nos espaços não convencionais, como os parques, os hospitais e as ludotecas, entre
outros lugares. Durante a primeira infância, quando a criança não lê sozinha, a leitura é um trabalho
em parceria e o adulto é quem vai dando sentido a essas páginas que, para o bebê, não seriam nada,
sem sua presença e sua voz. Então, os primeiros mediadores de leitura são os pais, as mães, os avós e
os educadores da primeira infância e, aos poucos, à medida que as crianças se aproximam da língua
escrita, vão se somando outros professores, a exemplo dos bibliotecários, dos livreiros e dos diversos
adultos que acompanham a leitura das crianças.

Não é fácil reduzir o trabalho do mediador de leitura a um manual de funções. Seu ofício essencial é
ler de muitas formas possíveis: em primeiro lugar, para si mesmo, porque um mediador de leitura é
um leitor sensível e perspicaz, que se deixa tocar pelos livros, que desfruta e que sonha em
compartilhá-los com outras pessoas. Em segundo lugar, um mediador cria rituais, momentos e
atmosferas propícias para facilitar os encontros entre livros e leitores. Às vezes, pode fazer a hora do
conto e ler em voz alta uma ou várias histórias a um grupo, mas, outras vezes, propicia leituras íntimas
e solitárias ou encontros em pequenos grupos. Assim, em certas ocasiões, conversa ou recomenda
algum livro; em outras, permanece em silêncio ou se oculta para deixar que livro e leitor conversem.

Por isso, além de livros, um mediador de leitura lê seus leitores: quem são, o que sonham e o que
temem, e quais são esses livros que podem criar pontes com suas perguntas, com seus momentos
vitais e com essa necessidade de construir sentido que nos impulsiona a ler, desde o começo e ao
longo da vida.

Internet:<https://www.ceale.fae.ufmg.br/> (com adaptações).

Considerando as ideias e os aspectos linguísticos do texto, julgue o item que se segue.

No trecho “esses adultos íntimos que deram vida às páginas de um livro, essas vozes que liam para
nós, essas mãos e esses rostos que nos apresentavam os mundos possíveis e as emoções dos livros”
(último período do primeiro parágrafo), há presença da figura de linguagem denominada metonímia.

( C ) Certo

( E ) Errado
RESPOSTA:

As figuras de linguagem, ou ainda figuras de estilo, são recursos expressivos de que


se vale quem fala ou escreve e servem principalmente para gerar efeitos. Dentro do
extenso grupo em que se dividem esses recursos, existem quatro subdivisões mais
conhecidas: figuras de palavras (metáfora, comparação, metonímia, perífrase,
antonomásia, sinestesia, etc.), figuras de construção/sintaxe (elipse,
pleonasmo, polissíndeto, hipérbato/inversão, anacoluto, anáfora, silepse, zeugma,
etc.), figuras de som (onomatopeia, assonância, paronomásia e aliteração) e figuras
de pensamento (antítese, apóstrofe, eufemismo, gradação, hipérbole, ironia,
paradoxo, personificação/animismo/prosopopeia, etc.).

Existe mais de uma figura de linguagem no trecho, mas não iremos além do que a
banca solicita. Ela afirma que existe a figura de linguagem metonímia no trecho, o que
é verdadeiro. Mas antes de passar à análise, vejamos o que é uma metonímia. Em
linhas gerais, é o emprego de uma palavra por outra, a designação de uma coisa com
o nome de outra.
Exs.:
“Tinha mais de quatro mil almas debaixo de sua proteção” (JOSÉ LINS DO REGO,
Menino de Engenho). - Trocou-se “pessoas” por “almas”.

“Entretanto a cidade, que durante uns dois ou três dias parecia nos haver esquecido,
voltava subitamente a atacar.” (RUBEM BRAGA) - Trocou-se o indivíduo que mora na
cidade pela cidade propriamente dita.

“E o médico veio de Chevrolé.” (OSWALD DE ANDRADE) - Trocou-se o produto (carro)


pela marca (Chevrolé).

No trecho trazido pela banca, perceba que primeiramente há referência ao


substantivo "adultos"; em seguida, é feita referência a eles utilizando-se uma parte do
corpo para simbolizar o conjunto: mãos e rostos. Ora, claramente existe uma
metonímia. Logo, asseveração CORRETA a da banca.

Gabarito: CERTO.

Professor(a) : Mariana Caldas

Você também pode gostar