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08/07/13 História do Rio Grande do Norte n@ Web

História do Rio Grande do Norte n@ Web

Os Potiguares

(Por Genilson Medeiros Maia – Aluno do período 98.2)

A descoberta de um novo mundo proporcionava enfrentar barreiras,


vencer desafios, rumar ao desconhecido. Terra... terra farta, terra de
ninguém pronta para ser desbravada, conquistada e explorada.

Mas que surpresa! Os portugueses, aqui chegando depararam-se com


criaturas "de porte mediano, acima de 1,65cm, reforçados e bem feitos
no físico. Olhos pequenos e amendoados como os da raça mongólica,
escuros e encovados, de orelhas grandes, cabelos lisos e cortados
redondos, arrancavam os pêlos da barba até as pestanas e
sobrancelhas. Eram baços, claros, pintavam seus corpos com desenhos
coloridos. Furavam o beiço, principalmente o inferior, assim como
orelhas e o nariz". (SUASSUNA & MARIZ: 1997, p. 51).

Seus corpos nus expostos ao sol, sob o calor e maresia, demonstravam


íntimo contato com a natureza selvagem e hostil. Contrastando com as
cores do horizonte e na beleza exótica do lugar, os nativos observavam
grandes embarcações com figuras espalhafatosas se aproximarem.

Nesse primeiro contato os portugueses encontraram um povo que, na


escala evolutiva, superava o paleolítico e dava seus primeiros passos na
revolução agrícola, quanto a domesticação de plantas de condições
selvagens para mantimento de seus roçados, assim como o cultivo da
mandioca. Também foram cultivadas outras espécies como: milho, batata-
doce, abóbora, algodão, tabaco, cuias e cabaças, e algumas árvores
frutíferas. Para seu cultivo empregavam técnicas e instrumentos
rudimentares, como a queimada e a derrubada de árvores com machados
de pedra.

Além da agricultura, os indígenas praticavam a caça e a pesca como fonte


de alimentação, empregando armas como o arco e flecha com pontas
talhadas em pedra. Da mesma forma que eram usados na guerra.

Os homens nativos integravam-se perfeitamente ao meio, mas eram


agressivos quanto a outros grupos e viviam em constantes lutas por seu
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território e lugares sagrados, defendendo sua aldeia.

Festejaram a natureza, as estações, as luas, o sol, a chuva. Dançavam,


cantavam em noites de festas, adornados com belas plumagens, em
cocares, braceletes e tornozeleiras. Ficando em volta de grandes
fogueiras, cultuavam seus mortos, valentes e valorosos guerreiros pedindo
sua proteção, junto aos deuses.

Enquanto que aos inimigos vencidos e aprisionados eram sacrificados em


rituais de antropofagia.

Na cura de doenças utilizavam de ervas e raízes extraídas da própria


natureza. Assim como o uso de entorpecentes pelo Xamãs e Pajés
quando evocavam os deuses para auxiliá-los na luta contra os espíritos do
mal.

Falavam o nhe-ê-Katu (língua boa), diferenciando de outros dialetos


existentes nas diferentes tribos.

Utilizavam a cerâmica na fabricação de utensílios domésticos. A rede


servia para o descanso e a canoa para locomoção e pesca.

Sob o olhar europeu, aqueles nativos selvagens precisavam aprender


normas de conduta e suas almas necessitavam de salvação para poderem
integrar-se a uma civilização. Civilização essa que desprezara sua cultura,
crenças, tradições interferindo no curso de suas vidas cotidianas.

Foi de revante importância a missão dos padres junto aos indígenas


quanto a catequização, resultando em acordos de paz, ansiados por
ambas as partes.

Nesta jornada destaca-se a figura de Francisco Pinto "apóstolo da paz",


que através da catequese conseguia levar os nativos para o lado dos
portugueses. Assistindo-os em suas necessidades.

Entre os nativos, Felipe Camarão revela-se como grande aliado dos


portugueses, juntamente com seus comandados, destacando-se na luta
contra os holandeses e seus aliados.

A participação dos potiguares também é registrada na guerra dos


bárbaros ou Confederação dos Cariris em que rivalizavam-se com os
Tapuias. Pois não era possível essa homogeneidade entre tribos de
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diferentes linguísticas e costumes.

As rivalidades existentes entre tribos, o domínio português e a presença


de negros, contribuiu para que houvesse sincretismo de culturas, onde o
índio perdeu seu espaço e território. Com isso sua história é de difícil
acesso, ficando diversas indagações sobre origens e evolução cultural,
pois a presença do português e da catequização contribuíram para um
direcionamento na visão histórica, a partir do momento que sentiram
necessidade de integrá-los ou combatê-los de acordo com seus
interesses.

Favor citar da seguinte forma:

ARAÚJO, F. das C. de S. O. ; SILVA, F. V. da; MACÊDO, M. das V. de


A. & SILVA, M. E. da. Potiguares. História do RN n@ WEB [On-line].
Available from World Wide Web: <URL: www.seol.com.br/rnnaweb/>

Referências Bibliográficas

RIBEIRO, Darcy. O Povo Brasileiro. A formação e o sentido do


Brasil. 2a ed. 4a reimpressão. São Paulo. Companhia das Letra,s
1996.

SUASSUNA, Luiz Eduardo B; MARIZ, Marlene da Silva. História do


Rio Grande do Norte Colonial (1597/1822) Natal; 1997.

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