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A fotografia, registo ou escrita por meio da luz, é a arte e técnica de fixar e reproduzir, por
meio de reações químicas ou processos eletrónicos, em superfícies sensíveis, as
imagens obtidas em câmara escura. É uma síntese de observações, experiências e
invenções sucedidas em épocas distintas. Os seus antecedentes são de ordem ótica e
ordem química.
ANTECEDENTES ÓTICOS
INSTRUMENTOS DE DESENHO
- Desenvolvimento significativo das câmaras escuras no Renascimento.
- O desenho deixa de ser atributo de quem tem dotes naturais → A câmara escura é
usada como meio técnico, que auxilia as tarefas dos grandes artistas.
- Emprego de visores e quadros para traçados de perspectivas (Alberti e Pierro della
Francesca)
- 1515 - Leonardo Da Vinci propõe a utilização das Câmeras Escuras para outros fins
(artísticos).
- 1550 - Girolamo de Cardano, junta um disco de cristal (primeira lente) - melhorar
imagem;
↳ aperfeiçoamento para desenhar em perspetiva e facilitar observações científicas
PROCESSO: É colocada uma fonte de luz (vela) do lado do modelo e uma folha de papel
translúcido do outro, próxima do rosto. O desenhista atrás da folha, delineia os contornos
da sombra projetada, em tamanho natural. O resultado é cortado sobre um papel preto.
FISIONOTRAÇO
★ 1786, pleno contexto iluminista → Gilles-Louis Chrétien;
★ Recorre a um pantógrafo - espécie de estirador com braços articulados e móveis;
★ Permite transferir e reduzir para uma folha a imagem do perfil do modelo, que é
depois retocada com tinta aguada;
★ Grande Êxito em Paris;
★ Combina as técnicas da silhueta e da gravura;
★ Não requer longas sessões ao modelo;
★ fisionotraço e silhueta - primeira metade do séc. XIX,
★ Destronadas pela fotografia.
CÂMARA CLARA
★ Síntese de todas as técnicas de desenho;
★ 1806 → William Hyde Wollaston (principais aperfeiçoamentos + intitula);
★ Vincent Chevalier e o seu filho Charles (aperfeiçoamentos essenciais).
CONSTITUÍDA POR:
★ um visor - permite ver em simultâneo, o objeto e a superfície sobre a qual se
desenha, dando a impressão que a imagem já está no papel;
★ um prisma - corrige a inversão da câmara escura;
★ as lentes periscópicas - capazes de corrigir as aberrações criadas pelas lentes
convergentes;
↳ melhora a qualidade geral da imagem.
ANTECEDENTES QUÍMICOS
Face aos progressos de ordem ótica, faltavam os de ordem química para o
desenvolvimento da fotografia.
★ Séc. XVIII → maiores desenvolvimentos;
★ Johann Schulze - experiências com sais de prata sensíveis à luz;
★ Thomas Wedgwood - experiências com nitrato de prata e a procura de fixar as
imagens sem sucesso.
HELIOGRAFIA / FOTOGRAVURA
★ 1815-16;
★ Joseph Nicéphore Niépce - procura fixar diretamente a imagem produzida pela luz
num suporte. As primeiras imagens que registou designam-se heliografias (“gravar
com o sol”);
★ Utilização do betume de Judeia, utilizada em gravura (espécie de asfalto natural,
sensível à luz);
★ “O Ponto de Vista de Gras”.
PROCESSO: Expôs uma chapa de peltre (liga de estanho antimônio, cobre e chumbo) na
janela do seu quarto, coberta com betume da Judeia, numa câmara escura. A placa
endurece e depois é lavada com água tépida/óleo de lavanda. O betume branqueia e
endurece exposto á luz, deixando as restantes partes solúveis. As áreas expostas à
luz/zonas claras, permanecem compostas pela camada de betume, e as zonas de sombra
pela chapa prateada.
★ Heliografia permite fixar uma imagem pela primeira vez.
DESVANTAGENS:
★ Uso de betume de Judeia → Difíceis manipulações;
★ Alto-contraste excessivo → poucas zonas cinzentas;
★ Grão muito grande e imagem pouco clara e nítida (definida);
★ Longo tempo de exposição ( impossibilita o retrato);
★ Representação ainda pouco fiel da realidade;
★ Positivo não reproduzível.
DESENHOS FOTOGÉNICOS
William Fox Talbot, desde jovem desenvolveu pesquisas óticas e iniciou em 1834 as suas
primeiras descobertas fotográficas. Seguindo os estudos de Wedgwood, alcançou as
primeiras imagens negativas - desenhos fotogénicos.
★ Materiais como folhas, plumas e rendas;
★ Cópias das suas silhuetas a partir do seu contacto com papel de desenho.
PROCESSO: O papel era previamente coberto com cloreto de prata, exposto à luz solar e
revestido com sal (fixação). Eram realizados em câmaras escuras de pequena dimensão
com uma exposição de aproximadamente 30 minutos.
DAGUERREÓTIPO
★ Louis Mandé Daguerre, celebrizado pelo diorama (espetáculo que conjugava
pintura teatral e efeitos de luz), prosseguiu os estudos de Niépce, com quem
estabeleceu um acordo em 1829;
★ 1837 - consegue fixar imagens numa chapa de cobre;
CALÓTIPO
★ William Fox Talbot;
★ 1840 - inventa um processo decisivo para a fotografia moderna: o negativo/positivo
e a possibilidade de obter um negativo, e por contacto quantas cópias necessárias -
multiplicação da imagem;
★ Tempo de exposição reduzido, facilitando a fotografia retrato.
COLÓDIO HÚMIDO
★ 1851 - Frederick Scott Archer, em Manual of Collodion Photographic Process
apresenta o processo de fazer negativos em vidro. Usou o colódio (substância
pegajosa que absorve/une os sais de prata com maior eficácia) como ligante dos
sais de prata e do vidro;
★ Concilia a qualidade e precisão do Daguerreótipo;
★ Possibilidade de reprodução do Calótipo;
★ Adeptos nomeadamente entre fotógrafos de estúdio;
★ As chapas eram preparadas imediatamente antes da sessão de fotografia e
reveladas logo de seguida, permitindo julgar o resultado e repetir, caso necessário;
★ Em meados da década de 50 do séc. XIX, praticamente toda a fotografia comercial
era feita recorrendo a negativos de vidro e ao colódio húmido;
★ Operações rápidas, antes que colódio seque - sensibilização da chapa, exposição,
revelação e fixação);
★ Tempos de exposição mais curtos (10 e 100s grandes e 2 e 20s pequenos);
★ Variedade de tonalidades ;
★ Excelente definição e contraste.
★ Redução de custos e a produção em série.
PROCESSO: As operações têm que ser rápidas para manter a emulsão húmida. O
fotógrafo foca previamente o tema escolhido. No laboratório com luz escassa, cobre a
chapa de vidro com colódio iodado. Mantém-se a chapa horizontal e depois inclina-se o
vidro para que o líquido espesso se espalhe uniformemente. Mergulha-se a chapa, durante
30 segundos num banho de prata. Tira-se com um garfo de prata, colocando um pedaço
de papel mata-borrão no canto desprovido de colódio, local onde a chapa foi segurada
pelos dedos quando se aplicou a emulsão. Segurando o vidro por esse canto, o operador
escorre-o pelo ângulo oposto. Coloca-se num carregador, de construção especial, que tem
uma ranhura inclinada cujo acesso era tapado por um pedacinho de esponja. Permitia a
absorção do excedente do colódio durante a operação. Havia que manter o carregador
vertical, o canto perfurado orientado para o chão, comprovar o foco preparado previamente,
colocar o carregador, abri-lo, iniciar a exposição tirando suavemente a tampa da objectiva. A
exposição podia oscilar entre 2 e 10 segundos, de acordo com a iluminação e o tipo de
objectiva utilizado. Depois revelava-se a chapa que, uma vez fixada, lavada e seca, se
protegia com um verniz destinado a resguardar a camada finíssima de colódio.»
DESVANTAGENS
★ Grande Aparato técnico (tenda câmera escura, produtos químicos de
sensibilização e revelação, camara escura (graande) tripé e chapas de vidro) e
ajudantes → para sessões na rua não é prático;
★ Placas pesadas, apenas sensíveis quando húmidas;
★ Exige uma preparação/destreza para controlar os tempos de execução de cada
tarefa.
DAGUERREÓTIPO CALÓTIPO
COLÓDIO HÚMIDO