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Andréa Regina Goldacker

Conceição Aparecida M. de Almeida

Lais de Lima Mello

Ludimila Rodrigues Goncalves

Hellen Cicera Gavina dos Santos

Rosângela Carlos Caetano Nunes

Trabalho sobre CME

Cabo frio

Agosto/2023
Andréa Regina Goldacker

Conceição Aparecida M. de Almeida

Lais de Lima Mello

Ludimila Rodrigues Goncalves

Hellen Cicera Gavina dos Santos

Rosângela Carlos Caetano Nunes

Trabalho sobre CME

Trabalho apresentado no curso

de Técnico em Enfermagem no

ITENS – Instituto Técnico em

Enfermagem e Saùde

Professora: Profa. Eliana Lopes

Cabo frio

Agosto/2023

1. Introdução
A Centro de Material e Esterilização (CME) se caracteriza por ser uma unidade
funcional destinada ao processamento de produtos para a saúde dos serviços de
saúde. Tem como objetivo prestar assistência indireta e também ser um apoio
técnico necessário aos cuidados dos pacientes, sendo responsável pelo tratamento
dos variados processamentos de materiais vitais à assistência direta ao enfermo.
Sua principal função é abranger todas as esterelizações de materiais para a
realização de cirurgias, procedimentos envasivos e cuidados específicos assim
prevenindo a contaminação e infecção hospitalar.

Devemos classifica-la como classe I (processamento de produtos para a saúde


não crítcos, semicríticos e críticos de conformação não complexa, passíveis de
processamento); e classe II (realiza todas essas ações e, também, o
processamento de produtos críticos de conformação complexa).

2. Estrutura do CME

A estrutura da CME deve ter dimensões e localização da área física de modo


que permita um fluxo contínuo e unidirecional dos materiais, a fim de evitar o
cruzamento dos materiais sujos, limpos e/ou esterilizados.
Para um bom funcionamento do CME ela deve ser composta por cinco ou
mais áreas, sendo elas:

● área contaminada (também chamada de expurgo ou área suja);

● área de preparo;

● área de esterilização;

● área de armazenamento;

● área de dispensação.

Para o bom funcionamento e melhor fluxo no setor os materiais devem seguir o


seguinte caminho:
1ª. Área de recepção e limpeza: destinada ao recebimento, triagem e limpeza dos
materiais e instrumentos utilizados.
2ª. Área de preparo e embalagem: onde os materiais são inspecionados,
preparados e embalados para a esterilização
3ª. Área de esterilização: onde os materiais são esterilizados por meio de
diferentes métodos, como autoclave a vapor, óxido de etileno ou peróxido de
hidrogênio gasoso.
4ª. Área de armazenamento: destinada ao armazenamento e controle dos
materiais esterilizados.
5ª. Área de distribuição: de onde os materiais esterilizados são distribuídos para
as diferentes áreas do hospital conforme a demanda.

Figura 01 – mostra o caminho que o material deve percorrer até chegar ao seu
destino

Estas áreas são consideradas elementos fundamentais, para garantir a


eficiência e a qualidade dos processos envolvidos na esterilização e distribuição de
materiais médico-cirúrgicos. A mesma deve ser projetada e organizada conforme
as normas (RDC ANVISA Nº 15, de 15 de março de 2012: Esta Resolução de
Diretoria Colegiada é a principal norma que regulamenta a CME. Ela estabelece as
boas práticas para o processamento de produtos para saúde, cobrindo todos os
aspectos, desde a limpeza e desinfecção até a esterilização e armazenamento) e
regulamentações locais e internacionais, considerando aspectos como fluxo de
trabalho, separação de áreas, condições ambientais e recursos humanos.

1.1 Fluxo de trabalho unidirecional:


A CME deve ser organizada de forma que o fluxo de trabalho seja
unidirecional, ou seja, os materiais entram na área de recepção e limpeza e
seguem para as áreas subsequentes, sem retornar à área anterior. Isso evita a
contaminação cruzada e garante a eficiência e a segurança do processo.

Figura 02 – planta baixa mostrando o fluxo dentro do CME

1.3 Condições ambientais adequadas:

A CME (Central de Material Esterilizado), deve ser projetada e mantida


conforme as condições ambientais adequadas, incluindo controle de temperatura,
umidade, ventilação e iluminação. Além disso, a CME deve ser mantida limpa e
organizada, seguindo as práticas de biossegurança.

1.4 Equipamentos e suprimentos

A Central de Material Esterilizado (CME), deve contar com equipamentos e


suprimentos apropriados para a realização dos processos de limpeza, desinfecção,
esterilização e armazenamento dos materiais. Isso inclui lavadoras ultrassônicas,
autoclaves, armários e estantes para armazenamento, entre outros.
2 – Tipos de CME

Os três tipos de são: descentralizada, semi - centralizada e centralizada.

Descentralizada: cada unidade ou conjunto de unidades do hospital é responsável


por preparar e esterilizar os materiais que utilizam. Pelas desvantagens está em
desuso no meio hospitalar, porque fica muito caro.

Semi - centralizado : cada unidade prepara os seus materiais ,e encaminha a


CME para serem esterilizados. Alguns hospitais utilizam este tipo de
funcionamento por exemplo: o técnico terminou de dar um banho lava e seca
aquelas bacias e embrulham e encaminham para esterilizar.

Centralizado: este processo é o mais utilizado hoje em dia lava, seca, embrulha e
distribui. É uma unidade de processamento de saúde que atende mais de um
serviço de saúde do mesmo gestor ex : um município pequeno que tem várias
unidades de saúde…pronto socorro , hospital etc…é interessante para ele ter um
CME que vá atender todo seu município de acordo com a necessidade.

3 – Quais os produtos

As soluções mais comuns no Brasil para limpeza são: os detergentes


enzimáticos (limpeza de matéria orgânica), os desincrustantes (remoção de
oxidações no aço inox par conservação dos instrumentais e do equipamento) e os
lubrificantes (preservação os materiais).
Os produtos enzimáticos consistem em soluções químicas que, além de
componentes tensoativos (favorecem o espalhamento e promovem contato mais
íntimo da água com o artigo a ser limpo), possuem enzimas como seu princípio
ativo (atuam na quebra de partículas de sangue, tecido e muco). O mecanismo de
limpeza consiste na remoção das partículas orgânicas dissolvidas na superfície do
artigo pelo tensoativo e na quebra dessas partículas pelas enzimas. É importante
que a solução de água+detergente enzimático estejam na temperatura
recomendada no rótulo do produto, pois assim as enzimas terão suas reações
catalisadas e o processo será mais rápido e eficiente. Em caso de temperatura
acima da recomendada, as enzimas serão desnaturalizadas e não atuarão como
desejado.
As principais enzimas presentes nos detergentes enzimáticos são:
Enzima Lipolítica (lipase): capaz de catalisar a hidrólise de ligações ésteres de
ácidos graxos;
Enzima glicolítica (amílase): capaz de catalisar a hidrólise de ligações
glicosídicas.
Enzima proteolítica (protease): capaz de catalisar a hidrólise de ligações
peptídicas.
É importante que o detergente enzimático não produza espuma durante o
processo de limpeza, pois esta impede parcialmente o contato do ultrassom com o
material e pode exigir mais enxágues dos artigos em lavagem e causar problemas
no sistema de drenagem no equipamento.
O Lubrificante consiste em uma emulsão com propriedade antimicrobiana e
hidrossolúveis para serem aplicadas ao material após o processo de limpeza. Com
isso, o material diminui sua rigidez, dificuldade de manejo e o travamento de
materiais com articulação, o que aumenta a vida útil do instrumental cirúrgico e, por
consequência, os gastos com reparos e reposição. Evita também manchas,
ferrugem e corrosão, que decorrem do acúmulo de minerais e outras impurezas,
mesmo que o sangue e os detritos tenham sido removidos.
O desincrustante remove crostas e depósitos minerais alcalinos de
equipamentos em aço inox, previne o acúmulo de resíduos e detritos prejudiciais
provenientes da água e restitui o brilho em artigos e instrumentos em aço inox.
O biofilme é um desafio ao processo de limpeza. Consiste em multicamadas de
células bacterianas ou fungos, agrupadas e envoltas por um material extracelular
amorfo, composto de exopolissacarídeos de origem bacteriana. É fundamental a
utilização de ultrassom ou de jatos de água sob pressão, quando da limpeza
automatizada, pois apenas a imersão em detergentes é ineficaz para a sua
remoção.
Podemos destacar alguns equipamentos utilizados na CME para limpeza e
desinfeção como: lavadoras ultrassônicas, Termodesifectoras, reprocessadoras de
endoscópios, conjunto de pistolas, secadoras de materiais.
4 – Quais materiais são preparados dentro do CME (caixas cirúrgicas,
pequenas cirurgias, kites de sutura), etc...

A CME conta com equipamentos como autoclaves; lavadoras;


desinfectadoras, pias, balcões e dispositivos para limpeza e secagem. Esses
equipamentos são usados de acordo com a necessidade.
O setor da CME é composto por diferentes áreas, separadas por barreiras
físicas.

5 – Papel de enfermagem dentro do CME

A atuação do enfermeiro na CME que vai garantir que todos os processos


sejam realizados de maneira satisfatória. Ele vai administrar, desenvolver
atividades técnico-assistenciais, além de gerir as pessoas.
Além disso, cabe a ele o processo de controle de infecção. Isso porque o
manuseio dos produtos utilizados no processo, sem conhecimento científico, pode
trazer sérios problemas à saúde da equipe do CME e dos pacientes.
A operação de uma CME, interna ou externa, depende dos profissionais de
enfermagem para seu bom funcionamento, seja técnico, gerencial ou humanístico.
Por se tratar de uma atividade complexa, que passa por diferentes níveis de
especialização, confira abaixo de modo mais detalhado, como é a atuação do
enfermeiro na CME.

5.1 Gestão da CME


Planejamento, coordenação e execução das tarefas do setor;
Avaliação da estrutura física;
Checagem das rotinas;
Verificação dos equipamentos (vida útil, manutenção e atualização);
Levantamento das técnicas que são dominadas pelos funcionários.
Essa etapa é fundamental para alcançar uma melhor efetividade das ações.

5. 2. Cabe ao enfermeiro coordenar as atividades da unidade, supervisionando os


técnicos, identificando os indicadores biológicos e químicos que fazem parte do
processo e garantem a eficiência do serviço.
5. 3. Fazer um levantamento das não-conformidades e possíveis alterações de
rotina periodicamente para saná-las e manter um rígido controle de qualidade
dentro da CME.

5.4. Fazer valer o uso de equipamento de proteção individual (EPI). Esses


equipamentos são essenciais para a contenção de contaminação no manejo de
materiais contaminados.

Cada um deles, com uma função específica, fazem parte de uma gestão
eficaz e segura para o controle de infecção, tanto das equipes do CME e médica,
quanto dos pacientes.
A máscara vai proteger contra partículas contaminadas de aerossóis; as
luvas, tornam mais seguro o manuseio dos materiais e o jaleco irá proteger
respingos de produtos químicos ou fluidos corporais, como sangue e secreções.
Na área limpa da CME, o uso de EPI é igualmente necessário para prevenir
a re-contaminação dos materiais que já foram esterilizados.
6 – Resumo

A CME é uma das mais importantes áreas para o controle da infecção, ele
deve ficar nas proximidades dos centros fornecedores, como almoxarifado e
lavanderia e possuir facilidade de transporte e comunicação com os centros
recebedores, como Centro Cirúrgico, Emergência, Centro Obstétrico e demais
unidades. Deve ter acesso fácil e dispor de vestiários e sanitários próprios
para as áreas do hospital ou posto de saúde. Cumprindo esses procedimentos,
unidade estará livre de infecção.

7 – Desenvolvimento

As dimensões mínimas para construção de uma CME, estão descritas na


RDC 307 de 2002 e RDC 15 de 2012. e deve ser dimensionado considerando-se
(SOBECC, 2017), como:
- Tipo de CME (Classe I ou II);
- A demanda diária de produtos a serem processados;
- Número e especificidade dos leitos do hospital;
- Existência ou não de Centro Cirúrgico e/ou Centro Obstétrico;
- Quantidade de salas cirúrgicas e média de cirurgias diárias;
- Necessidade ou não de área para desinfecção química;
- Quantidade e dimensão dos equipamentos que serão utilizados;
- Adoção ou não de materiais de uso único;
- Inventário do arsenal;
- Volume de produtos a ser armazenado;
- Estratégia para distribuição dos produtos processados;
- Necessidade ou não de área física para recebimento, conferência e devolução de
materiais consignados.
Sugere-se que ao planejar o CME seja avaliada a demanda atual de
processamento de uma projeção para dez anos de funcionamento.
8- Considerações Finais

Devido o CME ser um setor tão importante para as unidades que as


possuem e para a saúde dos enfermos, devemos estar atentos e seguir as regras
que são impostas pela legislação e com investimento na estrutura, com fluxos e
serviços adequados, bem como, o correto manuseio dos equipamentos, a redução
dos índices de infecção, possivelmente, será uma realidade.

9- Referências Bibliográficas

https://www.souenfermagem.com.br/estudos/estrutura-e-organizacao-da-cme/Sou
Enfermeiro;

https://www.google.com/estruturadocme;

ANVISA, Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Normas para Projetos Físicos


de Estabelecimentos Assistenciais de Saúde. 2ª. Edição. Brasília, 2004;.

https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2012/
rdc0015_15_03_2012.html;

https://blog.arkmeds.com/2017/06/23/tipos-de-cme-quais-as-particularidades-de-

https://esteriliza.com.br/atuacao-enfermeiro-cme/#:~:text=A%20atua
%C3%A7%C3%A3o%20do%20enfermeiro%20na%20CME%20que%20vai
%20garantir%20que,processo%20de%20controle%20de%20infec
%C3%A7%C3%A3o

https://bioxxi.com.br/blog/quais-os-equipamentos-utilizados-na-cme/#:~:text=A
%20CME%20conta%20com%20equipamentos,a%20necessidade%20nas
%20%C3%A1reas%20devidas

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