ENFERMAGEM EM CENTRO CIRÚRGICO E CONTROLE DE INFECÇÃO

PROFESSOR MINERVINO MARQUES

TURMA SUBSEQUENTE A E B, 2020-2, MATUTINO

BRASÍLIA, 2021
 CME e CC – CENTRAL DE MATERIAL E ESTERELIZAÇÃO E CENTRO CIRÚRGICO

ETAPA 01

O que é CME?

 Central de Material e Esterilização

Qual é a função?

 É O setor destinado à limpeza, ao acondicionamento, à esterilização, à guarda e à distribuição dos produtos para
a saúde.

Qual a legislação que dispõe sobre o assunto?

 RDC 50
O que dispõe a RDC 50?

 Sobre requisitos de boas práticas para o processamento de produtos para saúde, estabelecendo os requisitos de
boas práticas para o funcionamento dos serviços que realizam o processamento de produtos para a saúde visando a

segurança do paciente e dos profissionais envolvidos.

O que deve ser desenvolvida na CME?

 Receber, desinfetar e separar os produtos para a saúde;

 Lavar esses produtos;
 Receber roupas limpas vindas da lavanderia;
 Realizar o empacotamento.
 Esterilizar esses produtos por meio de métodos físicos;
 Realizar o controle microbiológico e o prazo de validade de esterilização desses produtos;
 Acondicionar e distribuir os instrumentais e as roupas esterilizadas;
 Zelar pela segurança e proteção dos funcionários desse setor;
O que é limpeza?

 É a remoção de sujidade física de materiais corporais, poeira ou material estranho, mediante o uso da água,
sabão e detergente neutro ou detergente enzimático permitindo melhor contato com a superfície a ser desinfetada

ou esterilizada e reduzindo a população microbiana.

O que é desinfecção?

 Destruição ou remoção de microrganismos a um nível em que deixa de ser nocivo à saúde e é seguro para
manuseio, exceto os esporos bacterianos.

O que é esterilização?

 Destruição ou remoção completa de microrganismos, incluindo esporos bacterianos.

Vamos ler um texto agora?

Classificação dos setores e classificação da Central de Material e Esterilização – CME.

LOCALIZAÇÃO:

A CME deve estar localizada preferencialmente próxima das unidades fornecedoras como lavanderia e almoxarifado.

Deve ainda ter acesso facilitado aos setores consumidores, principalmente o centro cirúrgico, centro obstétrico,

pronto-socorro e unidades de terapia intensiva. Se a CME for localizada em andar superior ou inferior ao Centro

Cirúrgico, o transporte de materiais pode ser feito por monta-cargas, elevadores e corredores exclusivos, sem

prejuízo na provisão de matérias para o CC e demais setores.

O planejamento desta Unidade é de extrema importância considerando as diferentes etapas do processamento de

materiais ate sua distribuição às Unidades do hospital. Por esta razão, o planejamento deve ser executado por uma

equipe multiprofissional e ter atenção voltada para a dinâmica do funcionamento do setor

Principal princípio - permitir fluxo unidirecional dos artigos

CME classe 2:

I - Área de recepção e limpeza (setor sujo);

II - Área de preparo e esterilização (setor limpo);

III - Área de desinfecção química, quando aplicável (setor limpo);

IV - Área de monitoramento do processo de esterilização (setor limpo);

V – Área de armazenamento e distribuição de materiais esterilizados (setor limpo).

DIMENSIONAMENTO: Para centralização e otimização dos processos a CME deve ser construída com o

dimensionamento planejado sob os critérios que influenciam a dimensão do CME pelo volume dos produtos nela
processados. Deve atender a demanda diária de material, baseada em:

• Número de leitos;

• Número de salas cirúrgicas;

• Média de cirurgias;

• Especialidades cirúrgicas a serem atendidas;

• Uso ou não de material descartável;

• Forma de estocagem e distribuição do material;

• Seu grau de centralização.

AMBIENTE DA CME:

Todas as superfícies no espaço de reprocessamento devem ser lisas, planas, de fácil limpeza,

sem fissuras ou poros e capazes de suportar desinfecção química. Devem ser feitas de materiais à prova d’água

compatível com o agente de limpeza usado. Não se recomenda madeira e laminados porque absorvem água e

soluções químicas. Aço inoxidável é recomendado para superfícies de trabalho, pias e revestimentos de

equipamentos pois é o material mais fácil de limpar.

Teto: Os tetos devem ser lisos, planos, sem rachaduras e devem ser à prova de umidade.

Paredes: Em áreas molhadas ou em que as paredes são constantemente lavadas, deve-se optar um revestimento

impermeável, sem porosidade e resistentes à abrasão. Áreas com movimentação de carros e regiões sujeitas a

impactos de carrinhos requerem proteção mecânica.

Pisos: Pode-se trabalhar com uma solução única ou por ambiente. Em áreas limpas, pode-se optar por pisos sem

juntas e, em áreas úmidas, pisos antiderrapantes e sem porosidade; optar por pisos resistentes a abrasão e riscos,

que suportem limpeza úmida frequente e aplicação de agentes químicos de limpeza.

Portas: Devem ser de material durável e resistente, pois estão constantemente sujeitas a lavagem e impactos

mecânicos.

Cores: Não há um padrão determinado, embora predominem as cores claras.

Iluminação: A CME deve ter boa iluminação geral, além da específica em algumas bancadas de trabalho, que

requeiram maior acuidade visual. A iluminação natural é desejável, tomando os devidos cuidados de projeto.

(continua na próxima página)

CLASSIFICAÇÃO DE ARTIGOS HOSPITALARES

ÁREA DE LAVAGEM E DESCONTAMINAÇÃO:

• Receber, conferir e anotar a quantidade e espécie do material recebido;

• Desinfetar e separar os materiais;

• Verificar o estado de conservação do material;

• Proceder a limpeza do material;

• Encaminhar o material para área de preparo;

Área de recepção e limpeza

• É uma área contaminada;

• Deve possuir uma área mínima de 4 m², ter pelo o menos uma bancada medindo no mínimo 1,0 x 0,9 m;

• Possuir recipientes para perfurocortantes e resíduo biológico;

Área de recepção e limpeza:

• Possuir um sistema de registro de todos os artigos recebidos para a realização dos processos;

• Deve possuir hamper e recipientes para lixo;

• Recipiente para colocação de artigos em soluções, quando for o caso.

• Escova para limpeza de materiais que possuam lúmen;8

• Compressas para secagem dos materiais;

• Pistola de limpeza e secagem;

• A temperatura deve ser mantida entre 18 e 22ºC

• Revisar e selecionar os materiais, verificando suas condições de conservação e limpeza;

• Preparar, empacotar ou acondicionar os materiais e roupas a serem esterilizados;

• Encaminhar o material para esterilização devidamente identificado.

• Executar o processo de esterilização nas autoclaves, conforme instruções do fabricante;

• Observar os cuidados necessários com o carregamento e descarregamento das autoclaves;

• Fazer o controle microbiológico e de validade dos produtos esterilizados;

• Manter junto com o serviço de manutenção, os equipamentos em bom estado de conservação e uso.

ÁREA DE MONITORAMENTO DO PROCESSO DE ESTERILIZAÇÃO:

• Essa área deve possuir uma área mínima de 2 m²;

• Ter incubadores de indicadores biológicos;

• Um sistema de guarda de registro do monitoramento (autoclaves).

ÁREA DE ARMAZENAGEM E DISTRIBUIÇÃO DE MATERIAIS E ROUPAS ESTERILIZADAS

• Estocar o material esterilizado;

• Proceder distribuição do material s unidades;

• Registrar saída do material.

• Deve ser um local com acesso restrito;

• Sua atividade não pode ocorrer em área de circulação nem mesmo temporariamente;

• No mínimo deve ter uma área de 6 m², possuir prateleiras.

VÍDEOS DE REFERÊNCIA: Se estiver acessando este material de forma online basta clicar no link, caso esteja com material
impresso acesse a plataforma www.youtube.com e faça a busca com o título do vídeo.

 https://www.youtube.com/watch?v=78vus5kDyRo
Central de Material Esterilizado I Aula 01 – Maximizando

 https://www.youtube.com/watch?v=voLdwlihWG0
Central de Material Esterilizado I Aula 02 – Maximizando

REFERÊNCIA

Brasil. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Resolução RDC n.15, de 15 de

março de 2012. Dispões sobre requisitos de boas práticas para o processamento de produtos para saúde e

dá outras providências. Brasília,