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ENFERMAGEM CIRÚRGICA II

(CENTRO DE MATERIAL E ESTERILIZAÇÃO –


CME)

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IMPORTANTE SABER!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Qual o conceito de um Centro/Central de Material e Esterilização (CME)?
(RESOLUÇÃO - RDC Nº 15, DE 15 DE MARÇO DE 2012)

HISTÓRIA

O processo de limpeza, esterilização e infecção envolve não apenas a remoção da sujeira,


mas também a eliminação de todos os micro-organismos presentes no item a ser processado. Essa
prática é adotada pelo menos desde o século IX a.C., quando Homero aponta o uso do Enxofre
como desinfetante. Com o passar do tempo e o sucessivo desenvolvimento dos estudos sobre a
microbiologia, metodologias foram adotadas técnicas contra as doenças infecciosas.
No Brasil, a primeira Central de Material e Esterilização foi implantada na década de 1940,
no Hospital das Clínicas de São Paulo. Desde então esse setor vem sendo constantemente
desenvolvido, apesar das limitações.
A CME é uma unidade de apoio técnico dentro do estabelecimento de saúde destinada a
receber material considerado sujo e contaminado, descontaminá-los, prepará-los e esterilizá-los,
bem como, preparar e esterilizar as roupas limpas oriundas da lavanderia e armazenar esses artigos
para futura distribuição. No quadro atual, infelizmente, ainda há muitas CME que não atendem às
normas necessárias para um funcionamento eficaz.

IMPORTÂNCIA DA CME NO CONTROLE DAS INFECÇÕES HOSPITALARES

Um hospital é o lugar onde há a maior associação de fatores de risco à saúde humana.


Pesquisas científicas sugerem que a infecção hospitalar ameaça mais que infecções como gripe,
AIDS e tuberculose juntas, tendo em vista que nenhum outro ambiente combina, de forma tão
insalubre, hospedeiros vulneráveis e patogenias resistentes. Dessa forma, são indispensáveis
ações para prevenir contaminações, já que ao lado de neoplasias e doenças cardiovasculares,
respiratórias e contagiosas, a infecção hospitalar é a causa da maioria das mortes ao redor do
mundo.
A Central de Material e Esterilização é considerada, por muitos, como o setor mais
importante de uma instituição hospitalar, sendo chamada de “coração do hospital”. Isso porque é a
partir dela que todos os outros setores dão continuidade à assistência dos pacientes.

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As atividades realizadas dentro da central de material e esterilização (CME), mesmo não
caracterizando assistência direta, figura como de extrema importância e necessária à recuperação
do ser enfermo, em especial, no que tange à prevenção e controle da infecção hospitalar (IH).
Conceitua-se IH, como sendo a infecção adquirida após a admissão do paciente e que se manifesta
durante a internação ou após a alta, bem como aquelas manifestadas até 72 horas antes da
internação, quando associada a procedimentos diagnósticos e/ou terapêuticos (ex. cirugias).
Atualmente, o termo infecção hospitalar tem sido substituído por Infecção Relacionada à Assistência
à Saúde (IRAS). Essa mudança abrange não só a infecção adquirida no hospital, mas também
aquela relacionada a procedimentos feitos em ambulatório, durante cuidados domiciliares e à
infecção ocupacional adquirida por profissionais de saúde (médicos, enfermeiros, fisioterapeutas,
entre outros).
Devido ao fato de a IH se tratar de uma infecção relacionada à assistência à saúde (IRAS),
admite-se que a mesma apresente causas multifatoriais as quais podem relacionar-se: ao paciente;
ao ambiente; à equipe de saúde e ao material. Este último, diz respeito ao processamento de artigos
médico-hospitalares utilizados em procedimentos feitos durante a assistência. Dessa forma, a
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) estabeleceu através da Resolução de Diretoria
Colegiada (RDC) nº 15 o Regulamento Técnico sobre os requisitos de boas práticas para o
processamento de produtos para saúde.

EVOLUÇÃO DOS TIPOS DE CME

 Descentralizada (década de 40):

 Semi-centralizada (década de 50):

 Centralizada:

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CLASSIFICAÇÃO DA CME:

Os CME passam a ser classificados em CME Classe I e CME Classe II.

 CME Classe I: é aquele que realiza o processamento de produtos para a saúde não-
críticos, semicríticos e críticos de conformação não complexa, passíveis de
processamento;

 CME Classe II: é aquele que realiza o processamento de produtos para a saúde não-
críticos, semicríticos e críticos de conformação complexa e não complexa, passíveis
de processamento.
*O responsável pelo CME Classe II deve atuar exclusivamente nesta unidade durante sua jornada de
trabalho.

Produtos/artigos
Críticos,
Semi-críticos e
Não-críticos?!

Artigos de conformação complexa????

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ENFERMAGEM E A CME

A enfermagem tem um papel fundamental na gestão de equipamentos médicos e


principalmente dentro das CME, devendo adotar medidas de prevenção e controle de infecções.
Por serem profissionais qualificados e que atuam em conjuntos com os demais setores, os
enfermeiros são os responsáveis por administrar e integrar essa central, planejando, executando e
avaliando os métodos de esterilização.
Na constituição da equipe da CME, por exemplo, deve haver enfermeiros e técnicos ou
auxiliares de enfermagem. O responsável pelo setor também deve ser preferencialmente
enfermeiro, com curso superior, habilitação legal e treinamento voltado para o processamento de
produtos para a saúde, devendo se dedicar integralmente à essa unidade.
A equipe de enfermagem que trabalha nesta unidade presta uma assistência indireta ao
paciente, tão importante quanto à assistência direta, que é realizada pela equipe de enfermagem
que atende ao paciente. O quadro de pessoal de uma CME deve ser composto por enfermeiros,
técnicos de enfermagem, auxiliares de enfermagem e auxiliares administrativos, cujas funções
estão descritas nas práticas recomendadas da SOBECC, cujas funções estão descritas abaixo:

Atribuições do Enfermeiro:
 planejar, organizar, coordenar, orientar, supervisionar as atividades de enfermagem no
setor;
 responsabilizar-se pela aplicação das normas e rotinas deste manual ou adaptá-las às
especificidades de seu serviço;
 manter o Manual de Normas e Rotinas disponível para consulta dos profissionais;
 prever e solicitar os materiais/instrumentais necessários para as unidades consumidoras;
 manter-se atualizado quanto às novas tecnologias para procedimentos realizados na CME;
 zelar pela limpeza e organização desse setor;
 monitorar efetiva e continuamente os indicadores químicos e biológicos de cada carga
após processo de esterilização;
 conferir e assinar os impressos de controle dos ciclos da autoclave e indicadores biológicos
 fazer escala mensal e de tarefas;
 realizar treinamento e educação permanente da equipe;
 realizar avaliação periódica dos profissionais do setor;
 monitorar o esquema de vacinação dos profissionais do setor.

Atribuições do auxiliar/técnico de enfermagem:


 receber e conferir os materiais;
 realizar limpeza e desinfecção dos materiais;
 realizar a limpeza, preparo, esterilização, guarda e distribuição dos materiais;
 receber e preparar as roupas;
 monitorar os parâmetros do processo de esterilização e anotar em impresso próprio;
 realizar controle dos indicadores biológicos;
 comunicar o enfermeiro sobre as intercorrências assim como registrá-las em impresso
próprio;
 zelar pelo funcionamento da autoclave, incubadora e seladora ;
 realizar o preparo das soluções de hipoclorito de sódio 1% e enzimáticos;
 manter a CME limpa e organizada;
 realizar as atividades de acordo com rotinas técnicas e sob supervisão do enfermeiro.

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Atribuições do Auxiliar Administrativo:
 digitar comunicados;
 imprimir os impressos de controle;
 solicitar as manutenções dos equipamentos conforme RDC n° 15 de 2012 ou necessidades
apontadas pelo enfermeiro
 realizar o controle patrimonial (solicitação e des-patrimoniamento de equipamentos)
.

INFRAESTRUTURA

Ainda de acordo com a Anvisa, a infraestrutura da CME deve ser constituída de: sala de recepção
e limpeza; sala de preparo e esterilização; sala de desinfecção química (quando aplicável); área de
monitoramento do processo de esterilização; e sala de armazenamento e distribuição de materiais
esterilizados. E como ambientes de apoio, devem ser previstos: vestiário com sanitário para
funcionários; depósito de material de limpeza; uma copa para os funcionários do setor; sala
administrativa e sala para descanso de funcionários em plantões noturnos.

O CME Classe I deve possuir, minimamente, os seguintes ambientes:

I - Área de recepção e limpeza (setor sujo);


II - Área de preparo e esterilização (setor limpo);
III - Sala de desinfecção química, quando aplicável (setor limpo);
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IV - Área de monitoramento do processo de esterilização (setor limpo); e
V - Área de armazenamento e distribuição de materiais esterilizados (setor limpo).
Obs: O dimensionamento das áreas do CME Classe I deve ser efetuado em função da
demanda e dos métodos de processamento utilizados.

O CME Classe I deve possuir, no mínimo, barreira técnica entre o setor sujo e os setores
limpos.

Barreira
técnica????

O CME Classe II e a empresa processadora devem possuir, minimamente, os seguintes


ambientes:
I - Sala de recepção e limpeza (área/setor sujo);
II - Sala de preparo e esterilização (área/setor limpo);
III - Sala de desinfecção química, quando aplicável (área/setor limpo);
IV - Área de monitoramento do processo de esterilização (área/setor limpo); e
V - Sala de armazenamento e distribuição de materiais esterilizados (área/setor limpo).

Para o CME Classe II e na empresa processadora é obrigatória a separação física da área de


recepção e limpeza dos produtos para saúde das demais áreas.
A área para recepção dos produtos para saúde do CME Classe II deve estar localizada dentro
da sala de recepção e limpeza.

Área suja: destinada ao recebimento e separação dos materiais sujos advindo dos setores
de assistência. Local onde é realizado o processo de limpeza, desinfecção e secagem dos
instrumentais. Deve ser de acesso restrito ao fluxo de pessoas e os profissionais da saúde deverão
trabalhar paramentados com gorro, máscara, luva de borracha cano longo, avental de brim manga
longa, avental impermeável, óculos de proteção e sapato fechado.
Área limpa: local destinado aos processos de separação dos instrumentais, conferência da
limpeza, funcionalidade e integridade dos artigos. Assim como empacotamento, selagem das
embalagens e esterilização. Local de acesso restrito ao fluxo de pessoas e os profissionais deverão
trabalhar paramentados com gorro, avental, luva de procedimento e sapato fechado.
Área de guarda e distribuição de artigos esterilizados (área limpa/estéril): local
destinado à guarda dos instrumentais esterilizados e dispensação dos mesmos, com fluxo restrito
de pessoas e a lavagem das mãos realizada rigorosamente para manipulação dos materiais
esterilizados.

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SEGURANÇA

O trabalhador do CME e da empresa processadora deve utilizar vestimenta privativa, touca e


calçado fechado em todas as áreas técnicas e restritas.
O trabalhador do CME e da empresa processadora deve utilizar os seguintes Equipamentos
de Proteção Individual (EPI) de acordo com a sala/área.
Para a descarga de secadoras e termodesinfetadoras (equipamentos que utilizam calor) e
carga e descarga de autoclaves é obrigatória a utilização de luvas de proteção térmica impermeável.
Na sala de recepção e limpeza, o protetor facial pode substituir o uso de máscara e óculos.
Quando não especificado, o equipamento de proteção deve ser compatível com o risco
inerente à atividade.
Os trabalhadores não devem deixar o local de trabalho com os equipamentos de proteção
individual e as vestimentas utilizadas em suas atividades.

CAPACITAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DA CME

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Devido a necessidade de conhecimentos específicos, do reconhecimento dos riscos das
infecções hospitalares, das formas de contaminação e transmissão de doenças, todas as etapas
do processamento de produtos para saúde devem ser realizadas por profissionais para os quais
estas atividades estejam regulamentadas pelos seus conselhos de classe.

Os profissionais da CME e de empresa processadora devem receber capacitação específica


e periódica, de acordo adequação com a realidade de cada serviço, nos seguintes temas:

I - classificação de produtos para saúde;


II - conceitos básicos de microbiologia;
III - transporte dos produtos contaminados;
IV - processo de limpeza, desinfecção, preparo, inspeção, acondicionamento, embalagens,
esterilização, funcionamento dos equipamentos existentes;
V - monitoramento de processos por indicadores químicos, biológicos e físicos;
VI - rastreabilidade, armazenamento e distribuição dos produtos para saúde;
VII - manutenção da esterilidade do produto.

FLUXOGRAMA DO PROCESSAMENTO DE ARTIGOS NA CME

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ETAPAS DO PROCESSAM,ENTO DOS ARTIGOS NA CME

1. LIMPEZA

A limpeza consiste na remoção da sujidade visível, orgânica e inorgânica, de um artigo,


e, por conseguinte, na redução da carga microbiana. A presença de resíduos de tecidos e
outros fluidos corporais podem resultar na formação de camadas de matéria orgânica que
podem ser mais difíceis de serem removidas, situação esta chamada de biofilme.

_____________________________________________
BIOFILME???
_____________________________________________
_____________________________________________
_____________________________________________
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_____________________________________________
_____________________________________________
_____________________________________________
Sucessivas limpezas inadequadas podem resultar em aumento do resíduo após
usos repetidos dos instrumentais, ocasionando falha na esterilização. Portanto, trata-se de
uma etapa essencial e indispensável para o reprocessamento de todos os artigos críticos,
semicríticos e não críticos.
A presença de matéria orgânica torna ineficaz as etapas subsequentes uma vez os
agentes esterilizantes tem grande dificuldade em penetrá-lo e atingir os microrganismos
aderidos às superfícies dos materiais. Além de favorecer a formação de pontos de corrosão
no instrumental, diminuindo a sua vida útil.
A limpeza precisa ser feita de maneira rigorosa tendo como objetivos:
 reduzir carga microbiana natural dos artigos;
 extrair contaminantes orgânicos e inorgânicos;
 remover a sujidade dos artigos.

QUEM REALIZA: Auxiliar /técnico de enfermagem Auxiliar/técnico


RESPONSÁVEL: Enfermeiro
INDICAÇÃO Imediatamente após o uso do artigo, caso não seja possível, colocar o material
totalmente submerso em água potável.

1.1 Produtos utilizados para limpeza

Detergente: há duas classes principais de detergentes usadas no processamento de artigos: os


detergentes químicos que podem ser ácidos, alcalinos ou neutros e os detergentes enzimáticos
que tem pH neutro.
Detergente enzimático:
 Promove a remoção da matéria orgânica em curto período de tempo através da ação de enzimas
que decompõe o sangue e fluídos corporais aderidos aos artigos, facilitando sua remoção.
 Facilita a limpeza de locais de difícil acesso ou lúmem estreito.
 Seu uso não substitui a fricção dos artigos durante o processo de limpeza.
 Resíduos desse produto pode provocar eventos adversos ao paciente caso não sejam
adequadamente removidos.
 Os materiais não devem ficar expostos a solução de enzimático por tempo prolongado, pelo fato
dessa solução tornar-se substrato para as bactérias, após esse período, propiciando um aumento
da contaminação dos artigos.
 Verificar o modo de diluição, o prazo de validade após a diluição, o tempo de imersão e o método
de utilização do produto, conforme recomendações do fabricante;
 A troca da solução deve ser feita conforme orientação do fabricante,
 Privilegiar o uso de recipientes pequenos, para evitar gasto excessivo do produto;

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 fricção com escova macia e/ou esponja, atentando para
ranhuras, articulações, concavidades e lumens do material
 A solução de enzimático deve ser identificada com nome do produto utilizado, data e horário do
preparo, data e horário da validade da solução e nome do funcionário que preparou.
Exemplo:

SOLUÇÃO: -----------------------------------------------
PREPARO data:________ Horário:________
VALIDADE data: ------------ Horário---------

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Recomendações para limpeza manual:
 Este procedimento deve ser realizado no expurgo da unidade;
 Utilizar EPIs adequados: luva de borracha, preferencialmente cano longo, avental de brim manga
longa, avental impermeável, gorro, máscara e óculos de proteção, sapato fechado
 Iniciar o processo de limpeza na sala onde o material foi usado, se possível levar o material
imediatamente no expurgo para ser processado, caso não seja possível colocá-lo em molho em
água potável, evitando o ressecamento de sujidade aderido em reentrâncias, para posteriormente
ser transportado em caixa plástica tampada para o expurgo, onde será realizado todo o processo
de limpeza.
 Desmontar as peças, sempre que possível para realizar a limpeza;
 Lavar peça por peça com escova apropriada, friccionando delicadamente o artigo, dentro de
uma solução de detergente para evitar a formação de aerossóis com microrganismos;
 Separar os artigos cortantes e pesados.
 Os instrumentais pontiagudos devem ser abertos, limpos com cuidado e enxaguados;
 Realizar enxágüe abundante;
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 Secar o material com pano ou compressa limpa que não deixe fragmentos nos artigos. Nunca
permita que a água seque nos instrumentais, pois pode causar manchas e o ressecamento das
gotículas de água auxilia a formação de biofilme;
 Montar e fechar o instrumental;
 Realizar secagem rigorosa, em área limpa, em bancada desinfectada com álcool 70% e forrada
com tecido de cor clara, para facilitar a inspeção.

Limpeza por equipamentos:

 Lavadoras Ultra-sônicas:

 Lavadoras esterilizadoras;

 Lavadora descontaminadora.

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2. SECAGEM

Tem por objetivo evitar que a umidade interfira nos processos químicos e/ou físicos de
desinfecção e/ou esterilização dos materiais.
Recomenda-se que os instrumentos sejam secos após a lavagem, o que deve ser feito o
mais rápido possível, pois pode haver
aderência de micro-organismos provenientes da água, favorecendo a
formação de biofilmes, que são bactérias em estado livre aderidas a
uma superfície9. A prática de incluir a secagem mecânica no ciclo das
lavadoras deve ser evitada, pois se a limpeza for insuficiente, deixando resíduos, o processo de
secagem pode dificultar a limpeza posterior, pelo ressecamento dos depósitos. Deve ser feita
rigorosamente utilizando-se:
• Pano limpo e seco;
• Secadoras de ar quente;
• Ar comprimido.
Observações: A secagem deve ser criteriosa porque havendo água nos artigos pode ocorrer:
• Alteração da concentração em que as soluções químicas agem adequadamente;
• Interferência no ciclo de secagem na autoclave porque esse processo tem umidade relativa
definida;
• Aumento do tempo necessário para esterilização em estufa, por ampliar o tempo de
aquecimento inicial.

3. – REVISÃO/INSPEÇÃO
O objetivo da inspeção visual é identificar sujidade residual e possíveis falhas mecânicas
nos instrumentos, sendo que, após a limpeza, todosos itens devem ser inspecionados5, pois o
material não pode ser considerado desinfetado ou esterilizado se não estiver limpo previamente6.
A inspeção deve ser realizada sobre uma mesa feita de materialpassível de desinfecção com
álcool 70% p/v, como o aço inox. Essadesinfecção deve ser feita, pelo menos, a cada troca de
plantão e sempre que houver contaminação por limpeza ineficiente dos materiaisnela dispostos.
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Sobre a mesa, no preparo de caixas, podem ser utilizados campos de tecido de cor clara, para
absorver a água proveniente da lavagem e facilitar a visualização de sujidade. Esses
camposdevem ser trocados quando molhados e/ou sujos e sempre a cadatroca de plantão.
Recomenda-se que a iluminação do local onde está sendo realizada a inspeção seja
satisfatória e, como auxílio, é recomendado o usode lentes de aumento, como lupas7. Os
funcionários envolvidos nopreparo dos materiais devem usar roupas privativas e gorro8; aindanão
há consenso quanto ao uso de luvas e máscaras durante essemomento, mas é minimamente
recomendável que os funcionáriosnão conversem ostensivamente sobre os materiais limpos e
tenham
sempre as mãos limpas.
Os instrumentos devem ser minuciosamente observados, incluindo todas as reentrâncias e
cremalheiras, bem como peças articuladas devem ser desmontadas3 e eles também podem ser
lubrificados com produtos próprios para esse fim
Feita durante o preparo das bandejas, consiste na verificação da integridade das funções e
presença de sujidade no material.
Confere-se: ranhuras, cremalheiras, corte, etc.
A Sociedade Brasileira de Enfermeiros de Centro Cirúrgico, Recuperação Anestésica e
Centro de Material e Esterilização (SOBECC) recomenda que uma borracha seja esfregada
sobre as manchas dos instrumentos de aço inox, para que possam ser diferenciadas manchas e
corrosão, pois as manchas saem com o uso desse artifício, enquanto a corrosão é permanente.
Pinças com rachaduras e componentes quebrados, que não têm encaixe perfeito, corroídos,
desgastados ou com o funcionamento comprometido devem ser retirados de uso.

4. PREPARO E EMPACOTAMENTO

Desde a época em que os materiais hospitalares eram embalados em jornal20, os invólucros


para proteger o conteúdo esterilizado evoluíram muito, embora os cuidados e a atenção dispensada
a essa etapa do preparo de materiais ainda sejam fatores críticos para garantir a manutenção da
esterilidade. As funções primárias das embalagens são permitir a esteriliza-
ção do conteúdo, mantê-los esterilizados até que sejam utilizados e permitir a retirada asséptica do
material5,6, protegendo-o de possíveis adversidades.
Uma embalagem, para que seja considerada ideal, deve possuir, minimamente, as seguintes
características:
• permitir adequada penetração e remoção do agente esterilizante;
• prover barreira adequada aos micro-organismos ou seus veí-
culos;
• resistir a rasgos, abrasões e perfurações;
• permitir um método de selagem eficiente e que possibilite
perceber violação;
• proporcionar abertura asséptica e não delaminar;
• ser atóxica, inodora e não liberar corantes;
• ser isenta de rasgos, furos, fissuras, dobras ou espessura reduzida localizada;
• ter nível aceitável de limpeza;
• não liberar partículas;
• ter bom custo-benefício;
• garantir proteção durante o manuseio;
• repelir umidade;
• quando possível, ter indicador químico de processo impregnado;

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• estar disponível em vários tamanhos;
• ter baixa memória, facilitando a abertura dos pacotes, mas não impedindo sua confecção;
• ser fácil de manipular no preparo da embalagem;
• ser apropriada ao método de esterilização escolhido.

Existem vários tipos de embalagem para esterilização de materiais e a escolha do invólucro


adequado, além de ter um caráter individualizado, é determinada por uma série de fatores, como
estudo do custo-benefício, montante financeiro disponível, geração de resíduo, disponibilidade ou
não de serviço de lavanderia local, treinamento dos funcionários, método de esterilização
disponível, materiais utilizados e inventário dos materiais cirúrgicos disponíveis.

4.1 Técnicas de empacotamento


A seguir, são demonstradas técnicas de empacotamento que foram desenvolvidas para
garantir a abertura asséptica dos pacotes e que são internacionalmente utilizadas.
Abaixo: técnica de dobradura do tipo pacote, utilizada em folhas de tecido, não tecido e papel
crepado.

Abaixo técnica de dobradura do tipo envelope, utilizada em folhas de tecido, não tecido e papel
crepado.

4.2 Tipos de pacotes

4.1.1Tecido de Algodão

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O tecido é a estrutura produzida pelo entrelaçamento de um conjunto de fios nos sentidos
longitudinal e transversal24. O algodão tecido, utilizado como embalagem para esterilização, é
reutilizável e deve ser confeccionado com tecido 100% algodão, textura de aproximadamente 40
a 56 fios por cm2, além de outras especificações descritas na NBR 14028.
Essa é, provavelmente, a embalagem mais utilizada hoje, sobretudo em instituições públicas, e
segundo Graziano6 a popularidade dessa embalagem se deve à economia, já que é vista como
vantagem pelos usuários, que consideram o custo-benefício do seu uso favorável. Um
experimento realizado por Bruna26 avaliou o desempenho das embalagens em proteger o
conteúdo esterilizado diante das condições adversas, de alta temperatura e de alta umidade, e,
mesmo mantendo uma alta carga de micro-organismos viáveis durante o período de
armazenamento, a embalagem de algodão tecido mostrou-se eficaz em sua função de barreira.
Baixa memória e alta resistência são outras características vantajosas dessa embalagem.
Diante da dificuldade de controle do número de reprocessos sofridos pelo tecido,
Rodrigues realizou um experimento em que foram reproduzidas as condições de lavagem e
esterilização da embalagem. Obteve um desempenho seguro como biobarreira, em até 65
reprocessos, para a embalagem dupla. Utilizando-se desses resultados, cada usuário deve
encontrar uma forma de controlar o número de reprocessos que seja mais adequada à sua
realidade.
Quando houver furos ou rasgos, eles nunca devem ser cerzidos; adesivos térmicos são
aceitos como forma de remendo5, mas só devem ser utilizados quando ocorrer rasgo acidental
em tecidos novos. Tecidos que apresentem diversos furos e tenham sinais de desgaste não
devem ser remendados, pois possivelmente o campo não estará mais competente como barreira.
É importante que, a cada uso, o tecido seja lavado, inspecionado à procura de possíveis danos
e os fiapos sejam removidos. Ainda são vistas como desvantagens desse tipo de embalagem a
não repelência a líquidos, a baixa vida útil por desgaste28 e a impossibilidade de visualização
do conteúdo.

 difícil controle da quantidade de número uso;


 baixa vida útil por desgaste precoce das fibras;
 baixo grau de eficiência como barreira microbiana
 ausência de resistência à umidade,
 alta absorção podendo impregnar com produtos químicos.

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4.1.2 Papel grau cirúrgico

O papel grau cirúrgico é uma embalagem descartável, geralmente formada por um lado de
papel e um lado de filme plástico. Está disponível comercialmente em vários formatos, como tubos
ou envelopes, tem indicador químico classe 3 impregnado e necessita de selagem térmica.
Também é um invólucro bastante utilizado, por conta do seu baixo custo e da sua compatibilidade
com diversos métodos de esterilização. Ele é indicado para embalar materiais pequenos e leves,
pela possibilidade de ruptura da embalagem. Quando houver necessidade de utilização de
embalagem dupla (ver Figura 3.2.3), a embalagem interna deve ser confeccionada em tamanho
menor, evitandose dobras e sobras, que poderiam comprometer tanto o contato do agente
esterilizante quanto a secagem do material5.
Recomenda-se que na montagem da carga para esterilização o papel fique em contato
com o papel e o plástico com o plástico, para facilitar a difusão dos agentes esterilizantes5.
A identificação dessa embalagem é geralmente escrita na sobra do papel utilizado como
aba para abertura asséptica, já que a tinta de caneta na parte plástica pode borrar no momento da
esteriliza- ção. Não é aconselhável escrever sobre a embalagem que fica sobre o material5, pois
pode causar danos a ela.
É um laminado com duas faces de papel ( uso industrial ) ou uma face de papel e outra
com filme transparente.
• Permeável ao vapor e óxido de etileno;
• Resistente a temperaturas de até 160º C;
• Impermeável a microorganismos, oferecendo segurança ao material esterilizado;
• Validade de esterilização de acordo com as condições de estocagem e integridade da
embalagem;
• Não pode ser reaproveitado porque torna-se impermeável ao agente esterilizante após uma
esterilização;
• O ar deve ser removido ao máximo da embalagem para evitar ruptura dos pacotes por
expansão do mesmo.

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A termosselagem adequada é de extrema importância pelo fato do fechamento hermético
garantir a manutenção da esterilidade. Devem ser evitadas rugas e dobras. Recomenda-se
selagem de pelo menos 3 cm de distância da borda para abertura asséptica.

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4.1.3 Papel crepado

Trata-se de uma embalagem descartável de papel encrespado, que, por essa


característica, tem maior flexibilidade.
Apresenta como vantagens uma alta porcentagem de filtragem microbiana (cerca de 99%),
além de ser biodegradável, flexível e maleável.
Apesar de ser mais resistente a abrasões que o não tecido, ainda é menos resistente que o
tecido de algodão.

• Atóxico, biodegradável;
• Composto de celulose tratada, resiste até 150º C por 1 hora;
• Permeável ao vapor e óxido de etileno;
• É flexível mas menos resistente à tração que o tecido e não tecido;
• Funciona como barreira microbiana efetiva;
• Guarda memória das dobras.

4.1.4 Papel Kraft

 Contém amido, corante e produtos tóxicos;


 Inconscistência na gramatura
 Tem efeito memória
 Não suporta umidade
 Microfuros baixa resistência
 O alquiltiofeno presente em sua composição é liberado para o ambiente, causando cefaléias
e náuseas nos operadores. (RDC 15/2012)

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4.1.5 Não tecido (spunbonded/meltblown/spunbonded)

Essa embalagem descartável é uma estrutura plana, flexível e porosa, constituída de véu ou
manta de fibras e filamentos, dispostos direcionalmente ou ao acaso e consolidados por processos
mecânicos, químicos, térmicos ou por uma combinação deles30. Ela é também conhecida como
manta de polipropileno. O spunbonded confere a resistência mecânica, enquanto o meltblown
confere a barreira microbiana.
Tem como vantagens ser uma barreira microbiana eficaz, repelente a líquidos, facilmente
moldável ao material a ser embalado e estar disponível no mercado por vários fornecedores. Tem
como desvantagens a dificuldade de inspeção na busca por danos, ausência de memória e o fato
de não ser tão resistente a rasgos e abrasão quando comparado ao tecido de algodão.

• Sintético, resultado da união de três camadas de não tecido, 100% polipropileno;


• Barreira microbiana;
• Porosa, maleável facilitando a confecção dos pacotes;
• Resistente às condições físicas do processo de esterilização;
• Atóxico e livre de furos;
• Permeável ao vapor, óxido de etileno e plasma de peróxido de hidrogênio;
 Repelente a líquidos;
• Não guarda memória nas dobras.

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4.1.6 Tivek

É uma embalagem descartável que necessita de selagem térmica, é confeccionada com


100% de fibras de polietileno de alta densidade e desenvolvida há mais de 40 anos pela marca
DuPont.
Tem como vantagens a alta resistência à tração e à perfuração, uma excelente barreira
microbiana, hidrorrepelência, não solta partículas, tem indicador químico impregnado, a não
delaminação na abertura e está disponível comercialmente em vários tamanhos e formatos.

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Como desvantagens estão o seu alto custo e a sua incompatibilidade com esterilização a
134ºC, uma vez que a embalagem só pode ser submetida a temperaturas entre 121 e 127ºC.

 Fibras de polietileno + filme bilaminado transparente;


 Marca DuPont;
 Excelente barreira antimicrobiana;
 Hidrorrepelência;
 Não solta partículas;
 Vários tamanhos e formatos;
 Alta resistência à tração (ideal para materiais pesados, cortantes e volumosos).

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4.1.7 Container Rígido

O contêiner rígido é um sistema de embalagem permanente que, ao mesmo tempo,


acondiciona os instrumentos cirúrgicos e também os protege. Pode ser feito de alumínio, aço inox
ou plástico. Possui áreas perfuradas para entrada do agente esterilizante e para saída do ar, e
precisa de filtros de papel específicos e descartáveis nesses locais6, embora também existam
modelos que têm válvulas reutilizá- veis e modelos que mesclam as duas tecnologias28.
Não é recomendado que se utilize outro tipo de embalagem dentro do contêiner, como
acondicionar previamente peças pequenas em um pacote de papel grau cirúrgico e armazená-lo
dentro do sistema, lembrando que tal recomendação é válida para todas as embalagens.
As vantagens desse sistema são: economia de tempo no preparo, pois dispensa a etapa
da embalagem; segurança no transporte e manuseio; alta resistência; mecanismo de lacre;
compatibilidade com os métodos de esterilização mais utilizados no meio hospitalar; possibilidade
de prazo de armazenamento longo; e reúso. Como desvantagens, são considerados o alto custo

25
para aquisição, a necessidade de adequação do espaço físico para guarda e os possíveis
problemas com a secagem

4.1.8 Cover Bag


São embalagens secundárias.

4.1.9 Identificação dos pacotes


Todo material embalado, mesmo que passível de visualização, deve ser devidamente

26
identificado com descrição do conteúdo, data da esterilização e da validade, lote da carga e
funcionário que realizou o pacote5. Podem ser utilizadas etiquetas desenvolvidas para atender às
necessidades de cada instituição, mas é importante que elas sejam padronizadas, de fácil
preenchimento e de conhecimento tanto da equipe do CME, como do usuário final.

5. ESTERILIZAÇÃO

O processo de destruição de todas as formas de vida microbiana: bactérias, fungos, vírus e


esporos mediante a aplicação de agentes físicos, químicos ou físico-químicos.

Um produto para saúde é considerado estéril quando a probabilidade de sobrevivência dos


microrganismos que o contaminavam é menor que 1:1.000.000. Esterilidade ou nível de segurança
é a incapacidade de desenvolvimento das formas sobreviventes ao processo de esterilização
durante a conservação e a utilização de um produto.

27
Esterilização por vapor saturado sob pressão: É o processo que oferece maior segurança no
meio hospitalar. Sendo o método preferencial para o processamento de material termo-resistente,
destruindo todas as formas de vida em temperaturas entre 121°C a 132°C. A esterilização a vapor
é realizada em autoclaves. Vale lembrar que o vapor saturado é um gás e portanto está sujeito às
leis dos gases da física. Não se pode obter uma redução na temperatura do vapor saturado sem
correspondente diminuição da pressão e vice-versa.
QUEM REALIZA: Auxiliar /técnico de enfermagem Auxiliar/técnico saúde bucal
RESPONSÁVEL: Enfermeiro
INDICAÇÃO: Indicada para esterilização de artigos críticos resistentes ao calor

Recomendações para esterilização a vapor saturado sob pressão:


 não esterilizar materiais têxteis e caixas de instrumentais na mesma carga. Caso isso não seja
possível, os materiais têxteis deverão ser colocados na parte superior e os instrumentais na inferior;
 dispor os pacotes de modo vertical para facilitar a entrada e a circulação do vapor, permitindo a
exposição do agente esterilizante, à temperatura e ao tempo previsto,bem como a eliminação do
ar. Essa disposição correta na autoclave evita a ineficiência da secagem da carga;

28
 a carga na autoclave deve ser distribuída de uma maneira uniforme, e não deve tocar as paredes
internas;
 se possível, utilizar cestos aramados para a colocação de pacotes;
 os pacotes com grau cirúrgico devem ser posicionados para que o lado do filme esteja em contato
com o lado filme do outro pacote. Da mesma forma as superfícies de papel devem estar em contato
entre si. Isso evita a absorção no papel da água condensada no lado plástico;
 as caixas devem estar destampadas para facilitar a penetração do vapor e envoltos em papel
grau cirúrgico;
 utilizar no máximo 80% da capacidade da câmara do equipamento;
 seguir as normas de funcionamento do equipamento;
 realizar anotações de todos os parâmetros durante o ciclo em impresso apropriado;
 os pacotes, após um ciclo completo de esterilização, devem ser resfriados naturalmente antes do
manuseio para reduzir o risco de obtenção de pacote molhado;
 não colocar os pacotes sobre superfícies frias após a esterilização para que não haja
condensação;
 limpar a câmara interna do equipamento com água e sabão semanalmente.

Prazo de validade após esterilização:


O prazo de validade dos materiais esterilizados está relacionado a:
 integridade da embalagem (ausência de rasgos, perfurações,fissuras;
 ausência de manchas ou umidade no pacote;
 ausência de sujidade no pacote;
 presença da ativação do integrador químico;
 local de armazenamento.
Segundo APECIH, 2010 até o momento é impossível recomendar tempo de estocagem para itens
estéreis, pois não há uma metodologia padronizada e universalmente aceita para determinação
de prazos de validade. A determinação deste prazo está relacionado as condições de estocagem
e integridade das embalagens.

MONITORAMENTO DOS PROCESSOS DE ESTERILIZAÇÃO:


O controle dos processos de esterilização se dá através do monitoramento mecânico e físico da
autoclave, e do monitoramento químico e biológico dos ciclos.
QUEM REALIZA: Auxiliar /técnico de enfermagem Auxiliar/técnico saúde bucal
RESPONSÁVEL: Enfermeiro

Monitoramento mecânico – está relacionado ao equipamento de esterilização. Deverão ser feitos


registros de manutenção corretiva e preventiva, em impresso próprio ou livro de registro de
intercorrências da C.M.E. Na manutenção corretiva as intercorrências com a autoclave deverão ser
comunicadas ao enfermeiro de imediato.

Monitoramento físico: Deverá ser feito registro do tempo, temperatura e pressão durante todo o
ciclo de esterilização, em impresso próprio pelo responsável pela esterilização, com especial
atenção à fase de esterilização propriamente dita.

Monitoramento químico: Atualmente utiliza-se apenas o indicador químico classe 1 (de processo)
que são tintas termocrômicas ( substância que sofre reação em mudança de ambiente térmico ) que
tem os objetivos de identificar e diferenciar os produtos para a saúde que foram processados e os

29
que não foram. Estão presentes nas bordas do papel grau cirúrgico ou na fita usada para fechar os
pacotes.

Monitoramento biológico: É o realizado por meio de indicadores biológicos contendo uma


população de 10 (5) a 10 (6) de microorganismos esporulados, resistentes ao agente esterilizante.
A recomendação é que seja realizado diariamente no primeiro ciclo da autoclave. Sendo a leitura
realizada algum tempo depois (conforme fabricante) após a incubação, só após a análise destes
monitoramentos, as cargas serão liberadas.

6. ARMAZENAMENTO E DISTRIBUIÇÃO DOS MATERIAIS

A área de estocagem deve facilitar a localização do item e manter a integridade da


esterilização e conteúdo. Os materiais podem se armazenados em prateleiras fechadas ou
abertas. Contudo, as prateleiras abertas merecem maior atenção no que se refere ao controle de
fluxo de pessoal, limpeza e ventilação. E devem manter distância de teto, piso e paredes.

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QUEM REALIZA Auxiliar /técnico de enfermagem Auxiliar/técnico saúde bucal
RESPONSÁVEL Enfermeiro INDICAÇÃO Todos os materiais esterilizados e desinfetados
destinados à saúde.

Recomendação para artigos esterilizados:


 manusear os pacotes quando estiverem completamente frios antes de estocá-los ou removê-los
da autoclave;
 estocar os produtos esterilizados em local de acesso restrito, separados de itens não estéreis, em
ambiente bem ventilado,
 proteger esses produtos de contaminação, danos físicos e perdas durante o transporte, utilizando
recipiente rígido ou saco plástico;
 estocar os itens estéreis a uma distância de 25 cm do piso, de 45 cm do teto e de 5 cm das
paredes;
 fazer a estocagem dos pacotes dos artigos de modo a não comprimir, torcer, perfurar ou
comprometer a sua esterilidade, mantendo-os longe de umidade;
 guardar e distribuir os produtos no estoque obedecendo a ordem cronológica de esterilização, ou
seja, liberar os mais antigos antes dos mais novos;
 estocar os produtos onde há condições de segurança patrimonial para que não haja extravios;
 efetuar inspeção periódica dos itens estocados para a verificação de qualquer degradação visível
e validade pelo menos 1 vez por semana;
 atentar para o prazo de validade do papel grau cirúrgico;
 proteger os materiais de contaminação durante o transporte;
 evitar manipular o material várias vezes ( o ideal é que seja manipulado no máximo quatro vezes).
NÂO utilizar os artigos que apresentarem as seguintes alterações
 Pacotes com papel grau cirúrgico amassado, rasgado, torcido;
 Pacotes que caírem no chão;  Invólucro com umidade ou mancha;
 Suspeita de abertura da embalagem;
 Presença de sujidade no pacote ou no material;
 Pacote não íntegro;
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 Prazo de validade expirado.

Recomendação para artigos desinfetados


 após a desinfecção dos artigos, estes deverão ser embalados em sacos plásticos, identificando
data de realização processo, data de validade (7 dias) e responsável pelo procedimento;
 armazenar em armários separados dos materiais estéreis;
 nas salas de inalação, onde existe grande quantidade desse procedimento, os inaladores podem
ser armazenados sem caixa plástica tampada após a desinfecção;

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