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Recomendações de uso da termodesinfectadora

na Central de Materiais e Esterilização.


Cíntia Maria Carneiro do Prado & Marco Túlio Perlato

originando da sua própria microbiota; e as infecções evitáveis,


Abstract—The washer-disinfector washer is a technology that que são aquelas que podem decorrer de procedimentos
has brought great advantages in standardization of procedures , incorretos de lavagem das mãos até a limpeza, desinfecção e
process documentation , reduction in occupational risk of
esterilização dos artigos utilizados [8].
biological and environmental. This is an innovation being
introduced in the health assistance establishments of Brazil Assim, vários são os métodos de limpeza e desinfecção dos
gradually, therefore, many doubts arise as to the validation and materiais utilizados, podendo o processo ser manual, mecânico
qualification of equipment. Considering the lack of Brazilian ou automatizado. Todo esse processo acontece em larga escala
operating standards for this type of equipment, this article dentro de um setor denominado Central de Materiais e
discusses the operation of the washer-disinfector, validation Esterilização (CME).
processes, use and records of this equipment, as well as
A CME é definida pela Agência Nacional de Vigilância
continuing education routines for the multidisciplinary team of
central supply service department (CSSD ) may be subsidized in Sanitária (Anvisa) na RDC nº15 de 15 de março de 2012 como
research processes in the ineffectiveness of procedures. uma unidade funcional destinada ao processamento de
Index Terms—washer-disinfector, central supply service produtos para saúde dos serviços de saúde.
department, disinfection. O setor acompanhou o avanço tecnológico, desenvolvendo
Resumo—A lavadora termodesinfectadora é uma tecnologia novos métodos para os processos de limpeza, inspeção,
que trouxe grandes vantagens na padronização dos
procedimentos, documentação do processo, redução do risco
preparo e manutenção de instrumentais e artigos em geral, que
ocupacional de ordem biológica e ambiental. Esta é uma inovação, necessitam de reprocessamento [10].
que está sendo introduzida nos estabelecimentos de assistência à Em virtude da falta de normatização, a lavadora
Saúde (EAS) do Brasil de forma gradual, sendo assim, muitas termodesinfectora utilizada em procedimentos de limpeza e
dúvidas vão surgindo, quanto à validação e qualificação do desinfecção de artigos médicos na CME vem suscitando
equipamento. Considerando a inexistência de normas diversas dúvidas em sua operacionalização.
operacionais brasileiras para este tipo de equipamento, este artigo
aborda o funcionamento da termodesinfectadora, os processos de
Considerando que o reprocessamento de artigos é uma
validação, utilização e registros deste equipamento, bem como conduta essencial para o controle de IH, torna-se necessário
rotinas de educação continuada para que a equipe estabelecer medidas de controle de qualidade visando melhoria
multiprofissional do Centro de Material Esterilizado (CME) na assistência ofertada [7].
possa ser subsidiado em processos de investigação na ineficácia Este artigo tem como objetivo explanar o funcionamento da
dos procedimentos. termodesinfectadora tendo como base artigos científicos e
Palavras chave— termodesinfectadora, central de materiais e
esterilização, desinfecção. normas de diversos órgãos nacionais e internacionais,
apresentando melhores prática na utilização e auxiliando nos
I. INTRODUÇÃO treinamentos de educação continuada da equipe de
enfermagem.
A evolução das tecnologias em Estabelecimento de
Assistência a Saúde (EAS), está presente no dia a dia do
II. DESENVOLVIMENTO
profissional de saúde, em diversos ambientes e setores, em
várias aplicações, dirigindo-se cada vez mais a pacientes Falando em termodesinfectadora, fazemos referência a uma
críticos. nova tecnologia biomédica, utilizada para limpeza e
A maior parte das infecções hospitalares (IH) se manifesta desinfecção de materiais. O equipamento apresenta grande
em pacientes gravemente enfermos, pelo tempo de vantagem sobre o processo de limpeza mecânico, tais como a
hospitalização e a realização de procedimentos invasivos [12]. diminuição de risco de acidentes de trabalho, diminuição da
As infecções podem ser classificadas de duas formas: as taxa de infecção hospitalar e aumento da vida útil dos
infecções não preveníveis, que ocorrem mesmo com todas as materiais processados. Os equipamentos que funcionam em
precauções com pacientes imunologicamente comprometidos, sistema fechado são mais seguros aos profissionais, pois
impedem a disseminação de aerossóis na área [12].
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Instituto Nacional de Porém todo esse beneficio se acaba quando o enfermeiro ou
Telecomunicações, como parte dos requisitos para a obtenção do Certificado o técnico de enfermagem não tem o treinamento adequado
de Pós-Graduação em engenharia biomédica. Orientador: Prof. Marco Tulio para utilização dessa nova tecnologia.
Perlato. Aprovado em Julho/2015
Assim esse artigo deverá auxiliar o enfermeiro na recepção De acordo com a pesquisa de Bergo e Graziano, dentro dos
e treinamento de funcionários, diante da lavadora protocolos já utilizados internacionalmente os que atingiram
termodesinfectadora (LD), baseando-se em literaturas atuais e A0 foram: Norma Alemã , Holandesa, Sueca, e da Grã-
legislações vigentes. Bretanha, mostrando ser possível atingir a carga microbiana de
letalidade mínima e o Nível de Segurança de Desinfecção
A. Princípio de funcionamento.
(DAL), proporcionando desinfecção de alto nível com
A Lavadora Termodesinfectadora é um equipamento diferentes tempos e temperaturas.
automatizado e micro processado para pré-lavagem, lavagem, Desta forma os ciclos podem ser programados de forma
enxágüe e desinfecção térmica de Instrumentais cirúrgicos e individualizada para cada instituição tendo como base as
materiais médico hospitalares. normas ISO 15883-1/1999 e a HTM 2030 NHS.
No processo de lavagem, braços concêntricos distribuem Para a programação dos ciclos, as variáveis tempo,
água aquecida misturada com detergente enzimático através de temperatura, qualidade e volume da água, tipo do detergente,
braços lavadores e bicos injetores para materiais tubulares. O dosagens e tipo de lubrificantes devem ser considerados. [13].
equipamento executa com perfeição o seu propósito: substituir De acordo com Baffi (2012), os ciclos programados podem ser
o processamento manual de instrumentais com carga definidos em Ciclo Básico de rotina (Tabela 1) que é o ciclo
microbiana por um processamento automatizado diminuindo onde são lavados materiais com pouca sujidade e de uso
os riscos de acidentes. habitual dentro de uma EAS. e ciclo de limpeza pesada
O aquecimento da água é realizado através de resistências (Tabela 2).
existentes no interior da câmara de lavagem e sua temperatura
é ajustada de acordo com a programação do ciclo e do material TABELA I
CICLO BÁSICO DE ROTINA PARA TERMODESINFECTADORA.
a ser processado. Dependendo do material, a temperatura pode
atingir 95ºC.
Normalmente um ciclo e desinfecção se divide em 5 etapas
sendo elas: enxague, lavagem, desinfecção, umectação e
secagem.
B. Pré Requisitos de instalação.
Normalmente as termodesinfectadora possuem dois lados,
sendo um destinado a receber material sujo (expurgo) e o
outro destinado a retirada de material limpo. Desta forma, é
necessário que o projeto contemple uma barreira física para a
instalação deste equipamento.
A água utilizada na CME deve ser no mínimo potável,
porém não é o suficiente para o ultimo enxágue de materiais
cirúrgicos, sendo necessário utilizar um método de filtragem
E ciclo de limpeza pesada se consiste em realizar limpeza
da água através de osmose reversa e filtros abrandadores.
em materiais contaminados com sangue, e /ou que tenham
O abastecimento da LD dever ser realizado com água
entrado em contato com pacientes com doenças infecto-
purificada ou abrandada e, na fase de termodesinfecção, a água
contagiosas (Tabela 2).
deve ser desmineralizada (água de osmose reversa).
O tratamento da água deve ser avaliado de forma TABELA II
individualizada para cada região em virtude das diferenças CICLO LIMPEZA PESADA PARA TERMODESINFECTADORA.
físico-químicas existentes.
C. Programação:
No Brasil não existe norma para operacionalização e
diretrizes para lavadoras termodesinfectadora. Por esse motivo
utiliza-se as normas vigentes dos países de origem deste
equipamento e a orientação dos fabricantes [11].
Atualmente as normas internacionais que dão embasamento
para a programação e validação da termodesinfectadora são a
ISO 15883-1/1999 e a HTM 2030.
Um dos parâmetros utilizados na programação dos
equipamentos é a taxa de letalidade mínima (A0), que consiste
na proporção entre o número de mortes e o número total de
micro-organismos, ao longo de um determinado período de O equipamento também permite a programação de outros
tempo. ciclos específicos para instrumentais, acessórios respiratórios,
plásticos em geral e ciclo de enxágue e desinfecção.
D. Validação:
A validação do equipamento deve ser realizada com base
nas normas ISO 15883-1/1999 e HTM 2030. O processo deve
ser realizado por uma empresa especializada e acompanhado
pelo engenheiro responsável pelos processos de
manutenção/certificação do hospital e pela enfermeira
responsável pela CME. Os testes devem ser realizado com o
equipamento vazio e posteriormente carregado, com doze
termopares dispostos de forma a abranger toda a LD (figura 2). Figura 2: Soil test.

Outro tipo de teste para LD é o indicador químicos que


consiste em uma tira de papel com laminado plástico contendo
um círculo impregnado com reativo químico atóxico de cor
amarela, que após a exposição às condições requeridas de
temperatura e tempo muda de cor indicando uma fase correta
de termo desinfecção.
Todos estes testes devem ser feitos diariamente e
Figura 2: Configuração dos termopares para validação da lavadora arquivados em documentos específicos como registro do
termodesinfectadora vazia e com carga (BAFFI, S; 2012).
processo de desinfecção do material e validação do
Estes termopares devem ser dispostos nos mesmos locais equipamento e dos ciclos programados.
tanto com o equipamento vazio quanto com carga para que
E. Produtos e Dosagem.
possa detectar o pior ponto da câmara.
Após esta validação a empresa contratada deve enviar ao Nos processos de limpeza, enxágüe e desinfecção utilizam-
hospital o relatório de validação da termodesinfectadora, onde se produtos saneantes armazenados em reservatórios ligados a
todo procedimento deve estar descrito, com fotos e registros bombas de dosagem. Estas bombas possuem a função de
dos ciclos realizados, além do calculo de letalidade, testes liberar a quantidade exata de saneantes de acordo com o ciclo
usados na monitorização dos ciclos, distribuição dos sensores, programado conforme orientações do fabricante.
tipos de carga e temperaturas utilizadas. Um dos produtos utilizados na lavagem é o detergente
O processo de validação deve repetir-se anualmente. enzimático que contem enzimas que facilitam a dissolução de
O resultado final da leitura dos indicadores servirá para matéria orgânica. As enzimas são substancias catalizadoras,
determinar o pior ponto da câmara e será neste local que o produzidas por células vivas, que têm poder de acelerar
indicador de limpeza deverá ser colocado para monitoramento coesões químicas [16].
diário. Para definir a quantidade de detergente enzimático na LD,
Os métodos de teste de resíduos Soil Test e teste de resíduo deve-se conhecer a capacidade do reservatório de água e
de proteína são indicados para avaliação da termodesinfecção. verificar qual é a diluição recomendada pelo fabricante [10].
O Soil Test consiste em um teste para verificar a eficiência do O detergente enzimático escolhido deve fazer pouca ou
processo de limpeza de LD. O produto é uma formulação nenhuma espuma, e pela RDC 55, deve apresentar laudos de
química atóxica, contendo materiais que simulam as não corrosividade, não irritabilidade dérmica e ocular e
características de sangue presente nos instrumentais. Permite também de rinsabilidade.
avaliar de forma fácil e rápida a eficácia do processo de O detergente desencrostante, utilizado ainda na lavagem do
lavagem. É uma mistura pronta e acondicionada em recipientes material, é um detergente de baixa alcalinidade a base de
individuais que contém um pincel próprio para aplicação. tensoativo aniônico e não aniônos, cuja formulação
O produto é aplicado em instrumentais cirúrgicos antes de coadjuvante é a base de polifosfato, agente alcalinizante e
serem processados pela LD. Após a lavagem, se restarem agentes antioxidantes. Também deve ser diluído e calculado de
resíduos no instrumental, é sinal de que o acordo com a recomendação do fabricante, assim como o
processo apresentou alguma falha. Possíveis causas de falha detergente enzimático [19].
incluem jatos ou tubos de água bloqueados na lavadora, baixa Também utilizado na desinfetadora, nas fases de enxágue ou
pressão de água sobre os instrumentais, ciclos mal desinfecção térmica, o lubrificante serve para prevenção da
dimensionados e temperatura inicial muito alta, dentre outros. corrosão e tratamento de instrumentais cirúrgicos e deve ser
dosado de acordo com a recomendação do fabricante.
F. Montagem da Carga e Inicio o Ciclo.
Para montagem da carga de material na LD, todo o material
recolhido dos setores deve ser separado em materiais críticos,
semi-críticos, não críticos.
Os materiais críticos consistem em materiais que entram em
contado diretamente com a corrente sanguínea, como
instrumentais cirúrgicos. São artigos denominados críticos,
devido o alto risco de infecção, e devem ser submetidos ao
processo de esterilização [19].
Materiais semi-críticos são aqueles que entram em contato
com mucosa e pele não íntegra, e devem ser submetidos, no
mínimo, à desinfecção.
Artigos não críticos são aqueles que entram em contato com
pele íntegra, e necessitam somente de desinfecção de médio ou
baixo nível. Na tabela abaixo segue a relação de materiais de
acordo com a classificação.
Figura 4: Cestos para instrumentais ou materiais delicados.
TABELA III
TABELA DO MINISTÉRIO DA SAÚDE DE RELAÇÃO DE MATERIAIS DE ACORDO Ao montar a carga, os instrumentais articulados devem ser
COM A SUA CLASSIFICAÇÃO. abertos, exceto aqueles que são pontiagudos ou possuem
dentes, desmontados quando possível e dispostos nas
prateleiras com cestos. É recomendado um volume máximo de
50% do volume do cesto para garantir a eficácia da
termodesinfecção [10].
Após a montagem e carregamento corretos, deve-se
selecionar o programa adequado e iniciar o ciclo desejado para
aquele tipo de material.
Ao final do ciclo o material deve ser retirado pelo lado
limpo.
Durante o funcionamento a LD irá imprimir um registro do
ciclo que deve ser arquivado como registro da realização do
ciclo.
G. Documentos.
De acordo com a RDC 15/2012, todo material processado
dentro da CME deve possuir rastreabilidade que consiste na
Estes materiais ainda devem ser classificados em
termorresistentes e termossensíveis. Os artigos capacidade de recuperação do histórico da aplicação ou da
termorresistentes são aqueles que podem ser submetidos a alta localização de uma entidade ou item por meio de
temperatura e os materiais conhecidos como termossensíveis identificações registradas.
são aqueles que devem ser processados a baixa temperatura, e Os registros devem ser arquivados em conformidade com o
se colocados em alta temperatura podem sofrer deterioração e estabelecido em legislação específica ou, na ausência desta,
perda de função. por um prazo mínimo de cinco anos, para efeitos de inspeção
Estes materiais devem ser acondicionados em racks sanitária.
apropriados e carregado na termodesinfectadora. A LD deve conter alguns registros específicos como o
registro de validação anual da lavadora termodesinfectadora.
Esta validação deve ser feita no momento da aquisição e
programação da termodesinfectadora e não pode ser realizada
pelo fabricante do equipamento, e sim por uma empresa
especializada em validação de equipamentos médico-
hospitalares.
Este registro deve ser realizado anualmente e conter as
seguintes informações: identificação do equipamento,
descrição do processo, localização do equipamento, todo o
processo de validação com a localização dos termopares, em
ciclo com e sem carga e a liberação do equipamento para
Figura 3: Rack para materiais canulados ou com lúmen. funcionamento após a validação.
Artigos com lumens longos ou estreitos (tubos, cânulas, Nos processos de manutenção dos equipamentos, as
ambus), devem ser colocados em racks específicos. Não se informações resultantes das intervenções técnicas realizadas
deve processar materiais canulados com lúmen abaixo de devem ser arquivadas para cada equipamento, contendo, no
5mm. Neste caso deve-se usar a lavadora ultrassônica. mínimo: I - Data da intervenção; II - Identificação do
equipamento; III - Local de instalação; IV - Descrição do
problema detectado e nome do responsável pela identificação
do problema; V - Descrição do serviço realizado, incluindo
informações sobre as peças trocadas; VI - Resultados da engenharia clinica, haja vista a dinâmica da evolução
avaliação dos parâmetros físicos realizados após a intervenção tecnológica, dos equipamentos, soluções e métodos utilizados
e complementados com indicadores químicos e biológicos, para obter a eficiência e a eficácia na qualidade do processo de
quando indicado; VII - Nome do profissional que acompanhou limpeza, desinfecção e esterilização de artigos médico-
a intervenção e do técnico que executou o procedimento [6]. hospitalares.
Além dos registros de manutenção a LD deve conter
registros de validação diária, semana ou mensal por meio de IV. ANEXOS
testes de indicadores químicos como apresentados
anteriormente.
H. Equipe x equipamento.
Em sua pesquisa, Bergo (2006), ressalta a importância da
qualificação dos profissionais que atuam nessa área. Desta
forma, o treinamento e avaliação constantes do conhecimento
e desempenho nos processos são relevantes e prioritários.
Figueiroa (2000, p. 24) cita que para a enfermagem as novas
tecnologias passam a constituir um conjunto de ferramentas
capazes de oferecer por si mesmo múltiplas alternativas. Como
tais podem ser integradas e aplicadas em diversas atividades e
propósitos profissionais, respondendo a particulares
requerimentos tanto profissionais, acadêmicos como de
investigação. Na atenção em saúde, os aportes da tecnologia
são significativos no sentido de conduzir e aperfeiçoar os
cuidados de enfermagem dando respostas e enriquecendo a
prática.
Deste modo podemos observar que frente a novas
tecnologias a equipe, como um todo, deve ser treinada e
apresentada a novas tecnologias, não como um monstro a ser
derrubado e sim como um auxilio as práticas diárias, tendo
como auxilio principal o engenheiro biomédico que irá dar o
apoio no entendimento desde novo equipamento.
A importância do trabalho em equipe multiprofissional na
CME deve ser difundida e aplicada para que o conhecimento
adquirido gere benefícios a todos os profissionais [11]

III. CONCLUSÃO
A presente pesquisa permitiu mostrar os aspectos funcionais
da lavadora-termodesinfectadora dentro da central de materiais
e esterilização, desde sua instalação e funcionamento, até a
montagem do ciclo utilização pela equipe e seus respectivos
registros necessários, baseando-se em literaturas atuais e
legislações vigentes, servindo de suporte para o treinamento da
equipe de enfermagem.
Em outros países esta já é uma tecnologia implantada nos
hospitais que já possuem legislações vigentes, porém no Brasil
ainda há pouca literatura, o que dificunta o manuseio e
treinamento da equipe de enfermagem frente a uma nova
tecnologia, e o pouco conhecimento técnico sobre o método de
termodesinfecção não é difundido entre os profissionais da
enfermagem e para os mesmos pelos profissionais capacitados.
Falta legislação no Brasil para reger a termodesinfecção e
seu método de implantação e validação, onde o profissional de
enfermagem possa se embasar.
Os assuntos aqui abordados necessitam de constante e
ampla difusão de conhecimento, também realizando novas
frentes de pesquisa junto a equipe de enfermagem e de
REFERÊNCIAS (2000) pela Fundação Getúlio Vargas de São Paulo e Mestrado em Saúde
Coletiva (2011) pela Universidade do Vale do Sapucaí. Atualmente é
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Cintia Maria Carneiro do Prado possui graduação em Enfermagem (2011)


pela Universidade do Vale do Sapucai, cursando especialização em
Engenharia Biomedica e Clínica (2015) pelo Instituto Nacional de
Telecomunicações (Inatel). Atualmente enfermeira e intrumentadora
cirurgica na Clinica Apuzzo e Francisco.

Marco Túlio Perlato possui graduação em Engenharia de Telecomunicações


(1993) pelo Instituto Nacional de Telecomunicações, especialização em
Engenharia Clínica (1995) pela Universidade Estadual de Campinas,
especialização em Administração Hospitalar e Sistemas de Saúde Pública

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