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Eu hoje, vou contar uma história, a História de como eu perdi a minha sanidade mental
apenas para fazer um trabalho de português.
Então eu comecei por ler poemas (algo que eu faço com bastante frequência) e pensar
em possíveis obras que encaixem com a ideia do poema.
Só que, após muitas horas e ler um total de 2 poemas e o titulo de um terceiro, nada
me veio á cabeça, eu desisti e usei a belíssima e funcional tática de fechar os olhos, mexer o
rato de cima para baixo. Rezar, e por fim clicar no rato.
Abri os olhos eeee…, fechei o Google sem querer. Então voltei a fazer tudo de novo e
este foi o poema sorteado:
No fim da chuva e do vento
Voltou ao céu que voltou
A lua; e o luar cinzento
De novo, branco, azulou.
Agora é preciso uma arte que faça algum sentido com o poema. O que não deve ser
difícil porque se o pensamento é limitado, alguém, mesmo que sem querer pensou no mesmo
e transformou isso em arte.
E se Fernando Pessoa era um génio louco, muito provavelmente essa outro artista
também é um génio e também é louco.
Então estamos á procura de um artista génio louco que numa noite estrelada pensa o tipo de
coisas que Fernando Pessoa pensa e transformou isso, de alguma forma, em arte.
E por isso escolhi Vincent Van Gogh e a sua obra “Noite estrelada”.
Esta pintura também apresenta a noite e a lua como cenário estando assim esteticamente
relacionada ao poema.
Contudo, esta é a vista da janela do quarto de Van Gogh no manicómio onde ele
estava internado (este era realmente maluco). E uma das diferenças deste para outros
quadros do pintor, é que ele não podia pintar no quarto, então ele de noite memorizava a
vista e de dia pintava uma mistura entre a realidade observada e a sua mente perturbada, e
por isso estão presentes as espirais no céu e a própria cidade não existe.
Van Gogh pintou, anos antes, aquilo que se tornou a base da escrita de Fernando
pessoa, e 2 loucos que pensaram a mesma coisa criaram coisas tão diferentes, 2 tipos de arte
tão distintos.
Por isso mesmo que tudo já tenha sido pensado ou escrito não vale a pena desistir de
algo só porque alguém talvez tenha pensado o mesmo, porque mesmo que o pensamento
inicial tenha sido o mesmo o desenvolvimento desse pensamento é sempre distinto e o
resultado final é sempre único.
Biblioteca de babel. Esta é uma biblioteca, onde está escrito tudo o que já foi escrito, está a
ser escrito e vai ser escrito.
Basicamente são um número infinito de hexágonos, cada hexágono tem 4 estantes,
cada estante tem 5 prateleiras, cada prateleira tem 32 livros e cada livro tem 410 páginas de
caracteres em ordem aleatória, assim, teoricamente, todas as ordens possíveis com os
caracteres da língua portuguesa estão escritos aqui.
Até o próprio poema que eu “escolhi” de Fernando Pessoa está na sua integridade na
página 257, do volume 14, da prateleira 4, da estante 3, do hexágono de código:….
Isto faz sentido com o poema porque o próprio sujeito poético afirma que o poder de
criação do pensamento é limitado e não importa o que ele pense, esse pensamento está
escrito.
Mas o objetivo era relacionar a uma arte, e, ontem, eu deparei-me com esta noticia de
uma fonte confiável