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RESUMO DO DESESPERO DE TUT

Caso 6:
Hepatites
Existem vários tipos de hepatite, sendo os mais comuns aqueles causados por infecções virais, conhecidos como
hepatites virais. Aqui estão os principais tipos de hepatite:

​ Hepatite A (HAV):
● Causa: Vírus da Hepatite A.
● Transmissão: Geralmente através da ingestão de água ou alimentos contaminados, contato
próximo com uma pessoa infectada ou por falta de higiene pessoal.
● Gravidade: A maioria dos casos é aguda, mas geralmente não se torna crônica. Os sintomas
podem variar de leves a graves.
​ Hepatite B (HBV):
● Causa: Vírus da Hepatite B.
● Transmissão: Principalmente através de contato com sangue, fluidos corporais ou relações sexuais
desprotegidas com uma pessoa infectada. Também pode ser transmitida de mãe para filho durante
o parto.
● Gravidade: Pode ser aguda ou crônica. A hepatite B crônica pode levar a danos hepáticos graves,
como cirrose e câncer de fígado.
​ Hepatite C (HCV):
● Causa: Vírus da Hepatite C.
● Transmissão: Principalmente por contato com sangue contaminado, como através do uso de
agulhas compartilhadas por usuários de drogas injetáveis. Também pode ser transmitida por
relações sexuais desprotegidas e de mãe para filho durante o parto.
● Gravidade: A hepatite C geralmente se torna crônica e pode levar a cirrose e câncer de fígado.
​ Hepatite D (HDV):
● Causa: Vírus da Hepatite D (HDV), que requer a presença do vírus da hepatite B para se replicar.
● Transmissão: Geralmente ocorre em pessoas já infectadas com hepatite B, através do contato com
sangue ou fluidos corporais contaminados.
● Gravidade: Pode agravar a hepatite B, levando a uma forma mais grave de doença hepática.
​ Hepatite E (HEV):
● Causa: Vírus da Hepatite E.
● Transmissão: Geralmente através da ingestão de água ou alimentos contaminados, semelhante à
hepatite A. Também pode ser transmitida de mãe para filho durante o parto.
● Gravidade: A hepatite E é geralmente uma doença aguda e autolimitada, mas pode ser mais grave
em mulheres grávidas.

Icterícia
A colúria ocorre quando a bilirrubina conjugada não é adequadamente excretada na bile ou não é
convertida em urobilinogênio e estercobilinogênio no intestino. Isso pode ser devido a várias condições,
incluindo:

● Obstrução das vias biliares: Qualquer bloqueio ou obstrução nas vias biliares pode impedir a excreção da

bilirrubina conjugada na bile, resultando em sua acumulação no sangue e eventual eliminação na urina.

● Doenças hepáticas: Problemas no fígado, como hepatite, cirrose ou insuficiência hepática, podem afetar a

capacidade do fígado de processar e excretar a bilirrubina, levando à colúria.

● Hemólise: Quando há uma destruição excessiva de hemácias no sangue (hemólise), a bilirrubina é liberada

em quantidades aumentadas, sobrecarregando o fígado e causando colúria


Na inflamação hepática, como ocorre na hepatite, o fígado pode aumentar de tamanho devido a uma resposta

inflamatória localizada. A hepatite é uma inflamação do tecido hepático, geralmente causada por infecções virais,

embora também possa ser causada por outros fatores, como substâncias tóxicas ou drogas. A inflamação é uma

parte fundamental da resposta do corpo a uma infecção ou agressão, e pode levar ao aumento do órgão. Aqui está

como isso ocorre:

​ Resposta Inflamatória: Quando o fígado é infectado por um vírus, como o vírus da hepatite, as células do
sistema imunológico do corpo são ativadas para combater a infecção. Isso desencadeia uma resposta
inflamatória no tecido hepático.
​ Infiltração de Células Inflamatórias: Como parte da resposta inflamatória, células inflamatórias, como
leucócitos (glóbulos brancos), se infiltram no fígado. Essas células são atraídas para a área inflamada
como parte do processo de combate à infecção.
​ Inchaço e Edema: A presença de células inflamatórias, juntamente com a retenção de líquido devido à
inflamação, pode levar a um inchaço do tecido hepático. Isso pode fazer com que o fígado aumente de
tamanho.
​ Proliferação Celular: Em resposta à lesão e inflamação, o fígado pode tentar se regenerar, resultando em
uma proliferação de células hepáticas. Esse processo pode levar ao aumento do tamanho do fígado, um
fenômeno conhecido como hepatomegalia compensatória.
​ Dano Celular: A inflamação também pode causar dano direto às células do fígado. Isso pode levar à
liberação de enzimas hepáticas no sangue, como a alanina aminotransferase (ALT) e a aspartato
aminotransferase (AST), que são frequentemente usadas para diagnosticar a hepatite

VACINAS:
→Hepatite A: VÍRUS INATIVADO
→Hepatite B: DNA Recombinante
Testes para Hepatite B (HBV):
​ HBsAg (Antígeno de Superfície do HBV):
● Positivo: Indica infecção aguda ou crônica pelo HBV. Pode persistir na infecção crônica.
● Negativo: Sugere ausência de infecção atual pelo HBV.
​ Anti-HBc (Anticorpos contra o Antígeno do Core):
● Positivo IgM: Indica infecção aguda pelo HBV.
● Positivo IgG: Indica infecção passada ou atual. Pode persistir na infecção crônica.
​ Anti-HBs (Anticorpos contra o Antígeno de Superfície):
● Positivo: Indica imunidade adquirida, seja por infecção anterior ou vacinação.
● Negativo: Sugere falta de imunidade.

Testes para Hepatite C (HCV):


​ Anti-HCV (Anticorpos contra o HCV):
● Positivo: Indica exposição ao HCV. Um resultado positivo requer confirmação com testes adicionais
para detectar a presença do vírus.
​ RNA do HCV:
● Detectável: Confirma a presença ativa do vírus no organismo.
● Não detectável: Sugere ausência do vírus no momento do teste.

​ Bilirrubina Total e Direta:
● Elevações podem indicar disfunção hepática, mas não são específicas para hepatite.

Caso 7

Toxoplasmose

A toxoplasmose é uma infecção causada pelo parasita Toxoplasma gondii. A infecção pode ser transmitida de

diversas maneiras. As principais vias de transmissão da toxoplasmose incluem:

● Ingestão de Cistos em Carne Crua ou Mal Cozida: A ingestão de carne crua ou mal cozida de animais
infectados, principalmente carne de porco, carneiro, cabra e boi, pode transmitir a toxoplasmose. Os cistos
do parasita estão presentes na carne e podem se tornar ativos quando ingeridos.
● Ingestão de Ovos de Parasitas em Vegetais e Frutas: Os cistos de Toxoplasma gondii podem ser
encontrados no solo, onde podem contaminar vegetais, frutas e outros alimentos. A ingestão desses
alimentos crus ou mal lavados pode resultar na infecção.
● Consumo de leite Não Pasteurizado: O leite não pasteurizado de vacas infectadas pode conter o parasita.
Se o leite não for devidamente tratado antes do consumo, ele pode transmitir a toxoplasmose.
● Transmissão de Mãe para Filho (Congênita): Uma mãe infectada pode transmitir o parasita ao feto durante
a gravidez. Isso pode ocorrer quando a mãe é infectada durante a gestação.
● Ingestão de Oocistos em Água ou Alimentos Contaminados: Os oocistos de Toxoplasma gondii podem ser
encontrados em água contaminada e em alimentos, devido a fezes de gatos infectados. A ingestão de
água ou alimentos contaminados é outra via de transmissão.
● Transmissão por Transplante de Órgãos e Transfusões de Sangue: É possível que a infecção seja
transmitida por órgãos ou sangue de doadores que estejam infectados.Manuseio de Gatos Infectados:
Embora seja raro, é possível adquirir a infecção pelo manuseio de fezes de gatos infectados. Isso ocorre
quando o parasita está presente nas fezes e a pessoa não lava as mãos de maneira adequada após a
limpeza da caixa de areia de um gato infectado.

Toxoplasmose na Gravidez
1o Trimestre: Quando o feto adquire a toxoplasmose congênita, em geral a manifestação clínica
é o aborto.
2o Trimestre: Quando adquirida a toxoplasmose congênita, a manifestação clínica é a Tétrade
Sabin : Coriorretinite, Calcificações Cerebrais, Pertubações Neurológicas e Hidrocefalia
3o Trimestre: Quando adquirida a toxoplasmose congênita nesse período, ao nascer o bebê não
demonstra nenhum sintoma, mas com a evolução do crescimento, é comum que essa criança
evolua para um coriorretinite, retardo mental.

Teste Sorológico para Toxoplasmose


Por que fazer o teste de avidez na toxoplasmose
Determinação da Fase da Infecção:

​ Infecção Aguda:
● Se uma pessoa é recentemente infectada pelo Toxoplasma gondii, os anticorpos IgM
(imunoglobulina M) são produzidos em maior quantidade. O teste de avidez permite avaliar a
avidez dos anticorpos IgM, fornecendo informações sobre a força com que esses anticorpos se
ligam ao antígeno.
​ Infecção Crônica ou Passada:
● Quando a infecção é mais antiga, os anticorpos IgG (imunoglobulina G) tornam-se
predominantes. O teste de avidez IgG permite avaliar a força com que esses anticorpos IgG se
ligam ao antígeno. Anticorpos IgG de alta avidez indicam uma infecção crônica ou passada.

O que o teste de avidez demonstra?


Resultados do Teste de Avidez:

​ Avidez Alta:
● Se os anticorpos IgG têm alta avidez, isso sugere uma infecção mais antiga e crônica. Isso é
tranquilizador em situações como a gravidez, onde uma infecção recente pode representar um
risco maior para o feto.
​ Avidez Baixa:
● Uma avidez baixa de anticorpos IgG pode indicar uma infecção mais recente. Isso é
importante, pois uma infecção aguda durante a gravidez pode representar um risco aumentado
para o feto.

O tratamento da toxoplasmose em gestantes:

é geralmente indicado quando há evidência de infecção aguda ou quando há risco significativo de transmissão
para o feto. O tratamento visa reduzir a carga parasitária e, assim, minimizar o risco de transmissão para o feto. No
entanto, a decisão de iniciar o tratamento deve ser cuidadosamente avaliada pelo médico, considerando o estágio
da gravidez, a gravidade da infecção e outros fatores clínicos.
O medicamento mais comumente utilizado no tratamento da toxoplasmose é a espiramicina. Este medicamento é
considerado seguro durante a gravidez e é frequentemente prescrito para reduzir o risco de transmissão vertical
para o feto. No entanto, a espiramicina não atravessa bem a barreira placentária e, portanto, pode não ser eficaz
no tratamento da infecção fetal.

Quando há evidência de infecção fetal ou risco significativo de transmissão, a pirimetamina associada à


sulfadiazina e ácido folínico (leucovorina) pode ser considerada. No entanto, o uso desses medicamentos
específicos deve ser cuidadosamente monitorado, pois podem ter efeitos colaterais e riscos associados.

AMNIOCENTESE:
O Ministério da Saúde recomenda no “Roteiro para Rastreamento Pré-Natal da Toxoplasmose” a realização do
exame de PCR de amostras de líquido amniótico para fins de diagnóstico da infecção fetal (BRASIL, 2010;
BRASIL, 2013).

Atualmente somente é indicada a metodologia de PCR em tempo real devido às melhores sensibilidade e
especificidade. Se na região houver possibilidade desse exame, a indicação é realizar a amniocentese quatro
semanas após a infecção materna ou após a 18 semanas e não ultrapassando 21 semanas de gestação
(BRASIL, 2006; BRASIL, 2013).
Caso 8
GASTROENTERITES PARASITÁRIAS E BACTERIANAS

Desnutrição tipos e explicação


1. Desnutrição Proteico-Calórica (Marasmo):
● Explicação: Resulta da ingestão inadequada de calorias e proteínas. Pode ocorrer em situações de
subalimentação prolongada. Caracteriza-se por extrema magreza, atrofia muscular, perda de gordura
subcutânea e fraqueza generalizada.

2. Desnutrição Específica (Exemplo: Kwashiorkor):


● Explicação: Caracterizada por deficiência proteica, mas com ingestão calórica relativamente adequada.
Pode apresentar edema, alterações na pele, fígado aumentado e cabelos descoloridos.

Mecanismos do Edema na Desnutrição:


​ Diminuição da Pressão Oncótica:
● A falta de ingestão adequada de proteínas, que são essenciais para manter a pressão
oncótica no sistema vascular, contribui para a diminuição dessa pressão. A pressão
oncótica é responsável por "puxar" a água de volta para os capilares. Com a redução da
pressão oncótica, a água tende a permanecer nos tecidos, levando à formação de edema.
​ Perda de Proteínas no Tecido:
● Em casos de desnutrição grave, o organismo pode começar a quebrar as proteínas dos próprios
tecidos para obter aminoácidos, que são necessários para diversas funções do corpo. Isso pode
incluir proteínas estruturais importantes, como aquelas encontradas nos tecidos conjuntivos,
contribuindo para o desenvolvimento de edema.
​ Retenção de Sódio e Água:
● A desnutrição pode afetar a regulação hormonal, incluindo hormônios que controlam a excreção de
sódio e água pelos rins. Em alguns casos, pode ocorrer uma retenção excessiva de sódio e água
nos tecidos, contribuindo para o edema.
​ Danos aos Capilares:
● A desnutrição pode levar a danos nos capilares sanguíneos, aumentando a permeabilidade
vascular. Isso significa que mais fluidos podem vazar dos vasos sanguíneos para os tecidos
circundantes, contribuindo para o acúmulo de líquido e o desenvolvimento do edema.

Localização do Edema na Desnutrição:

● O edema na desnutrição geralmente é observado em áreas dependentes do corpo, como tornozelos e pés.
No entanto, pode ocorrer em outras partes do corpo dependendo da gravidade da desnutrição

Tipos de anemia

Anemia por deficiência de ferro: É o tipo mais comum de anemia e ocorre quando o corpo não tem ferro suficiente
para produzir hemoglobina.

Anemia hemolítica: Nesse tipo de anemia, os glóbulos vermelhos são destruídos mais rapidamente do que o corpo
consegue substituí-los. Pode ser causada por diversos fatores, como condições genéticas, infecções ou reações
autoimunes.

Anemia aplástica: Caracterizada pela diminuição da produção de células sanguíneas pela medula óssea. Pode ser
causada por fatores genéticos, exposição a produtos químicos tóxicos, radiação ou infecções.

Anemia falciforme: Uma doença genética em que os glóbulos vermelhos têm uma forma anormal, levando a
complicações como bloqueio de vasos sanguíneos, dor e danos aos órgãos.

Anemia Hipoprodutiva:

Neste tipo de anemia, a medula óssea não produz glóbulos vermelhos em quantidade suficiente para atender às
necessidades do corpo.

Anemia Hiperprodutiva:

Neste tipo de anemia, há uma destruição acelerada dos glóbulos vermelhos, superando a capacidade do corpo de
produzi-los rapidamente. Hemólise: Destruição prematura dos glóbulos vermelhos. Pode ser causada por
condições genéticas (como a anemia falciforme), infecções, reações autoimunes ou exposição a toxinas.

Sinais da anemia:

​ Glossite:
● Explicação: A glossite refere-se à inflamação da língua. Na anemia ferropriva, pode ocorrer uma
inflamação na língua, resultando em uma língua inchada e dolorida. A língua pode parecer lisa e
brilhante, devido à atrofia das papilas gustativas.
​ Queilite Angular (Queilose Angular ou Estomatite Angular):
● Explicação: Trata-se da inflamação das comissuras dos lábios, frequentemente manifestando-se
como fissuras ou rachaduras nos cantos da boca. A queilite angular é uma condição comum em
casos de anemia ferropriva e pode ser acompanhada por vermelhidão e sensação de queimação.
​ Koilonychia (Coiloníquia):
● Explicação: Refere-se à deformidade das unhas, especificamente às unhas em formato de colher.
Nesse caso, as unhas ficam finas, côncavas e apresentam uma concavidade acentuada. Isso é
observado em algumas pessoas com anemia ferropriva.
​ Alotriofagia:
● Explicação: A alotriofagia é um termo que descreve o hábito de comer substâncias não alimentares,
como terra, gelo ou papel. Algumas pessoas com anemia ferropriva podem desenvolver esse
comportamento, conhecido como pica, como uma resposta à deficiência de ferro no organismo.

Exame para identificar anemia falciforme(Hbs,Hbs)

O teste específico para identificar a anemia falciforme envolve a pesquisa da presença do gene da hemoglobina S
(HbS). O exame mais comum para diagnóstico é o teste de eletroforese de hemoglobina, que separa e identifica
diferentes tipos de hemoglobina no sangue.

​ Eletroforese de Hemoglobina:
● Resultado Normal (Não portador de Anemia Falciforme): Presença predominante de hemoglobina A
(HbA) e talvez pequenas quantidades de hemoglobina A2 (HbA2) e hemoglobina Fetal (HbF).
● Resultado Indicativo de Anemia Falciforme (Homozygous HbS, HbS/HbS): Presença significativa de
hemoglobina S (HbS).

Se uma pessoa possui duas cópias do gene da hemoglobina S (HbS) — o que é conhecido como homozigoto para
a hemoglobina S (HbSS) —, ela é diagnosticada com anemia falciforme. Se a pessoa possui apenas uma cópia do
gene HbS e outra cópia de um tipo normal de hemoglobina (como HbA), ela é considerada portadora assintomática
(heterozigoto) da anemia falciforme.

Desidratação e diarreia tratamento:

A diarreia é um sintoma gastrointestinal caracterizado pelo aumento na frequência e fluidez das evacuações. Pode
ser causada por uma variedade de fatores, incluindo infecções virais, bacterianas ou parasitárias, intolerâncias
alimentares, e condições crônicas como doenças inflamatórias intestinais. A diarreia ocorre quando o processo
normal de absorção de água e eletrólitos no intestino é interrompido, resultando em fezes líquidas. A desidratação
é uma preocupação comum associada à diarreia, pois as fezes líquidas resultam em uma perda significativa de
água e eletrólitos. Os sintomas de desidratação podem incluir sede intensa, boca seca, urina escura e diminuição
da produção de urina. Em casos mais graves, pode ocorrer confusão, tontura e batimentos cardíacos acelerados.

Mecanismos de Desidratação:

​ Perda de Água: A diarreia aumenta a perda de água através das fezes, comprometendo o equilíbrio hídrico
do corpo.
​ Perda de Eletrólitos: As fezes líquidas também resultam na perda de eletrólitos, como sódio, potássio e
cloreto, essenciais para o funcionamento normal do corpo

Plano A (sem sinais de desidratação): é feito por via oral no domicílio do paciente. É orientado que ele beba
bastante líquido e faça reposição de zinco (20 mg/dia em > 6 meses por 10-14 dias). Se não houver sinal de
melhora, orienta-se que o paciente retorne ao atendimento hospitalar.

Plano B (desidratação leve): tratamento feito em UBS via oral, com administração de solução de reidratação
oral de 50-100 ml/kg por 4-6 horas. Depois de uma reavaliação constante desse paciente, se melhorar,
adotamos o plano A; se continuar desidratado, é adotada a sonda nasogástrica; e, se piorar, faz-se o plano C
de reidratação.

Plano C (desidratação grave): hidratação endovenosa em unidade hospitalar, feita através de duas fases:
expansão e manutenção e reposição. Na fase de expansão: para > 5 anos, vamos administrar soro fisiológico
0,9% (30 ml/kg por 30 min) + ringer lactato/solução polieletrolítica (70 ml/kg por 2h e 30 min). Na fase de
manutenção, dar ao paciente soro glicosado a 5% e soro fisiológico a 0,9% na proporção de 4 pra 1, sendo
que o volume depende do peso do paciente: se ele tiver até 10 kg, daremos 100 ml/kg; se tiver entre 10-20
kg, 1000 ml + 50 ml por cada quilo que exceder os 10 kg; e, por fim, se tiver mais que 20 kg daremos 1500 ml
+ 20 ml a cada quilo que exceder 20kg.

Tipos de diarreia:

Diarreia Aguda:

A diarreia aguda é de curta duração e geralmente é causada


por infecções virais, bacterianas ou parasitárias.Geralmente,
a diarreia aguda resolve-se por conta própria, mas a
hidratação adequada é crucial para evitar a desidratação.

Diarreia Crônica:

A diarreia crônica é caracterizada por episódios prolongados,


geralmente com duração superior a quatro semanas.

Diarreia com Sangue (Diarreia Sanguinolenta):

A presença de sangue nas fezes. Diarreia com sangue requer


atenção médica imediata pois normalmente indica diarreia
invasiva. Conhecida como disenteria.

Etiologia da diarreia:

​ Diarreia Secretora:
Caracterizada pelo aumento na secreção de água e eletrólitos no intestino, resultando em fezes líquidas.
Normalmente causada por toxinas bacterianas, hormônios, e outros agentes que estimulam a secreção excessiva
no trato gastrointestinal.

​ Diarréia Inflamatória:

Envolve inflamação da mucosa intestinal, causando danos aos tecidos e resultando em fezes frequentemente
acompanhadas de sangue e muco. Normalmente causado por doenças inflamatórias intestinais, infecções
bacterianas invasivas e condições autoimunes.

​ Diarreia Invasiva:

Caracterizada pela invasão direta de patógenos no revestimento do intestino, causando danos e inflamação.
Causado por infecções por bactérias ou parasitas que penetram nas células do intestino, levando a danos mais
graves.

​ Diarreia Osmótica:

Resulta do acúmulo de solutos não absorvíveis no intestino, criando um ambiente onde a água é atraída para o
lúmen intestinal, resultando em fezes líquidas.

GECA - Gastroenterocolite Aguda:

Pacientes com Gastroenterocolite Aguda (GECA), uma condição caracterizada pela inflamação do trato
gastrointestinal, podem apresentar vários sinais e sintomas. A gravidade e a combinação dos sintomas podem
variar, mas alguns sinais clínicos comuns incluem:

A presença de fezes soltas e frequentes é um sintoma proeminente. A diarreia pode ser aquosa e, em alguns
casos, conter sangue ou muco, dependendo da causa subjacente da GECA. A febre é um sinal de inflamação e
pode acometer a GECA. A temperatura corporal pode estar elevada, indicando a resposta do corpo à infecção ou
inflamação. Alguns pacientes podem experimentar náuseas e, em casos mais graves, vômitos. A perda de líquidos
através da diarréia pode levar à desidratação. Sinais de desidratação incluem sede intensa, boca seca, urina
escura e, em casos mais graves, tontura e confusão. A GECA pode causar uma sensação geral de fraqueza e
fadiga, devido à desidratação, perda de nutrientes e ao estresse do sistema gastrointestinal.


Caso 9
ESQUISTOSSOMOSE

Mecanismo de Formação de Ascite e Varizes na Esquistossomose:


​ Obstrução do Fluxo Sanguíneo no Fígado:
● A infecção crônica por Schistosoma pode levar à obstrução dos vasos sanguíneos no fígado,
especialmente nos casos de esquistossomose mansoni e japonica. Essa obstrução provoca um
aumento da pressão na veia porta, conhecido como hipertensão portal.
​ Hipertensão Portal:
● A hipertensão portal resultante da obstrução leva a uma série de complicações. O sangue que
normalmente fluiria para o fígado encontra resistência, causando aumento da pressão nas veias do
sistema porta-hepático.
​ Ascite:
● O aumento da pressão portal pode causar a formação de ascite. A ascite ocorre quando o fluido se
acumula na cavidade abdominal devido à pressão elevada nas veias que drenam o sangue do
abdômen para o fígado. A ascite é um sinal de disfunção hepática significativa.
​ Formação de Varizes Esofágicas:
● A hipertensão portal também pode levar ao desenvolvimento de varizes em diversas regiões, sendo
as varizes esofágicas uma das complicações mais preocupantes. A pressão elevada nas veias do
sistema portal pode fazer com que o sangue busque rotas alternativas para retornar ao coração,
resultando na formação de varizes ao redor do esôfago

Hipertensão Portal Pós-Sinusoidal:

● Se a hipertensão portal ocorre após os sinusóides hepáticos, a pressão acaba extravasando para o
abdômen, uma vez que não há muito espaço para aumentar dentro do sistema portal.
● Isso pode resultar em ascite, que é o acúmulo de líquido no espaço abdominal, devido ao aumento
da pressão no sistema venoso.
● A ascite é um gotejamento lento de linfa para a parede abdominal

​ Hipertensão Portal Pré-Sinusoidal:
● Se a hipertensão portal ocorre antes dos sinusoides hepáticos, ela afeta diretamente o sistema
portal, levando a varizes, circulação colateral e hepatomegalia (aumento do fígado) como
respostas adaptativas.
● As varizes podem ocorrer no esôfago (varizes esofágicas) e no estômago (varizes gástricas),
representando caminhos alternativos para o fluxo sanguíneo devido à obstrução na circulação
normal do fígado.
● A hepatomegalia pode ser causada pelo aumento do fluxo sanguíneo e pela congestão no fígado.

Localização da Obstrução:

● Esplênica e Mesentérica:
● A obstrução vascular geralmente ocorre nas veias esplênicas e mesentéricas, contribuindo para a
hipertensão portal. Isso, por sua vez, desencadeia as complicações descritas, como ascite e
varizes.

Qual o Exame Fisico da Ascite( 3 coisas do exame propedêutico):


● Sinal de Piparote: O sinal de piparote é feito com o paciente em decúbito dorsal, pede o auxílio de
assistente ou do próprio paciente, em que coloque a mão na linha umbilical, e assim o examinador
coloca uma das suas mãos no lado contralateral ao que você realiza o peteleco, se for positivo você
sente a vibração no lado contralateral ao que foi dado o peteleco, então o sinal é positivo.

● Semicírculo de Skoda: O paciente fica em decúbito dorsal, e por isso, os líquidos se acumulam na
região periférica à cicatriz umbilical, então quando realizar a percussão na região ao percutir temos a
presença de Macicez, enquanto que na região central do umbigo permanece Timpânica

● Macicez móvel: O paciente faz um Decúbito Lateral, e quando isso ocorre o líquido se acumula na
região encostada na cama e no meio do abdômen, assim, na região mais superior teremos à
percussão timpanismo, e na região média e inferior macicez.

ESQUISTOSSOMOSE AGUDA X CRÔNICA:


→AGUDA: Na aguda a manifestação clínica é a Dermatite Cercariana e também a Febre de Katayama(Febre
associada a linfadenopatia, febre, cefaléia, anorexia, dor abdominal entre outros sintomas)
→CRÔNICA: Na fase crônica as manifestações clínicas envolvem a hipertensão portal, fígado
esquissômico(presença de manguito fibroso em lobo esquerdo), ascite e circulação colateral.

CASO 10
LEISHMANIOSE

Leishmaniose Visceral:
​ Febre Prolongada:
● A leishmaniose visceral muitas vezes se manifesta com febre de longa duração, que pode persistir
por semanas ou até mesmo meses. A febre é frequentemente intermitente.
​ Esplenomegalia (Aumento do Baço):
● Um sintoma comum é o aumento do baço (esplenomegalia). Isso ocorre devido à infecção das
células do sistema retículo endotelial, levando à hipertrofia do baço.
​ Hepatomegalia (Aumento do Fígado):
● O fígado também pode ser afetado, resultando em hepatomegalia. A infecção das células hepáticas
é uma característica da leishmaniose visceral.

Leishmaniose Tegumentar:

​ Lesões Cutâneas Ulcerativas:


● A forma tegumentar da leishmaniose geralmente se manifesta com lesões cutâneas, que podem
começar como pápulas ou nódulos e evoluir para úlceras abertas. As lesões são localizadas na pele
e mucosas.
​ Inchaço Localizado (Edema):
● Algumas formas de leishmaniose tegumentar podem levar ao desenvolvimento de edema (inchaço)
na área afetada. Isso pode ocorrer devido à resposta inflamatória do organismo à infecção.
​ Nódulos Subcutâneos:
● Além das úlceras, nódulos subcutâneos também são comuns na leishmaniose tegumentar. Esses
nódulos podem se desenvolver ao redor do local da picada do mosquito infectado. Pápulas.

Manejo dentro da APS:


● Um indivíduo com suspeita deve então ser submetido à investigação clínica e epidemiológica e aos
métodos auxiliares de diagnóstico. Quando confirmado o paciente inicia imediatamente o tratamento e
deve então ser acompanhado mensalmente, por três meses, avaliando-se a cura clínica, isto se o
paciente não for soropositivo para HIV, se ele for soropositivo então acompanha-se ele por 6 meses,
mas além da cura clínica do paciente, é necessário acompanhá-lo depois por mais ou menos 1 ano,
investigando se há então alguma reincidência, ainda mais se ele estiver inserido em um meio
suscetível.
● A leishmaniose ela é de notificação compulsória, em todo o caso confirmado, esse deve ser notificado
e então investigado pelos serviços de saúde , por meio da ficha padronizada pelo SINAN, é importante
tanto o registro como a classificação epidemiológica, se e um caso autóctone( Ou seja, natural
daquele lugar, por exemplo se o paciente fosse de wenceslau guimarães e fosse atendido lá esse
caso seria considerado autóctone) ou importado, como é o caso do paciente. É importante esse
manejo pois o município de origem deve estar atento ao acontecimento para que possa então estar
atento e investigar a situação.
● Aliado a pesquisa epidemiológica temos também a pesquisa entomológica, que ela serve também
para identificar, nos possíveis locais de infecção, a presença de vetores flebotomíneos, essa pesquisa
pode ser feita em 3 tipos de locais: • Intradomicílio • No peridomicílio • Na margem da Mata, se localiza
até 500 m do domicílio. E para essa pesquisa pode ser utilizada algumas técnicas como armadilha
luminosa e armadilha de shannon
O DESESPERO NOS UNE- JJ e LL

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