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SUMÁRIO
• DEFINIÇÃO
• EPIDEMIOLOGIA
• RASTREAMENTO/ACONSELHAMENTO
• DIAGNÓSTICO
• SEGUIMENTO
• PREVENÇÃO
HEPATITE B
Acredita-se que as hepatites virais sejam a maior causa de transplantes hepáticos no mundo. Entre elas, há a
hepatite B, uma doença de elevada transmissibilidade e impacto em saúde pública. Aproximadamente um terço da
população mundial atual já se expôs ao vírus da hepatite B (HBV) – e estima-se que 240 milhões de pessoas
estejam infectadas cronicamente. A hepatite B é responsável por aproximadamente 780.000 óbitos ao ano no
mundo
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), estima-se que aproximadamente dois bilhões de indivíduos
tenham tido contato com o HBV; desses, 240 milhões têm hepatite B crônica. A infecção crônica pode evoluir para
cirrose e para o CHC (carcinoma hepatocelular ou hepatocarcinoma) além de eventos de elevada
morbimortalidade.
Características - hepatite B
• Silenciosa
• Insidiosa
• Assintomática OU oligossintomática – de uma hora para outra o paciente começa a descompensar
• Alta infectividade – tem uma facilidade muito grande de adentrar o organismo e de se multiplicar
• Baixa patogenicidade – por mais que ela consiga adentrar o organismo nem sempre causara a doença
propriamente dita
Estrutura viral
• DNA
• ONCOGÊNICO – alto poder
• HEPATROPISMO – afinidade pelas células hepáticas, por isso que causa inflamação do fígado
Sobrevive até 7 dias fora do corpo, o que é muito tempo, por isso damos uma ênfase muito grande para o não
compartilhamento de objetos pessoais, principalmente os perfurocortantes como lâmina de barbear
• Fadiga
• Mal-estar
• Icterícia – ocorre em menos de 1/3 dos pacientes
• Náusea
• Vomito
• Mialgia
• Febre
• Hepatomegalia
- INCUBAÇÃO MÉDIA 75 DIAS APÓS EXPOSIÇÃO, MAS PODE VARIAR DE 30 A 180 DIAS!
- JANELA IMUNOLÓGICA MÍNIMA DE 30 DIAS → MÁXIMA 6 MESES
Janela imunológica é quando não é possível observar a infecção ou o vírus nos exames laboratoriais. Se a pessoa
acredita se infectar e fizer um teste com 10 dias após exposição pode haver um falso positivo, passando de 6 meses
se realizarmos os exames e der negativo aí sim é confiável
A infecção pelo vírus da hepatite B pode causar hepatite aguda ou crônica; habitualmente, ambas as formas são
oligossintomáticas (poucos sintomas ou nenhum sintoma característico). Infecções causadas pelo vírus da hepatite B
raramente causam icterícia (coloração amarelada de pele, mucosas e escleróticas): menos de um terço dos
indivíduos infectados apresenta esse sinal clínico
Alguns pacientes podem relatar queixa de tiricia, isso nada mais é do que icterícia entre os pacientes de mais idade
Aproximadamente 5% a 10% dos indivíduos infectados tornam-se portadores crônicos do HBV. Cerca de 20% a 25%
dos casos crônicos de hepatite B que apresentam replicação do vírus evoluem para doença hepática avançada. A
infecção pelo HBV também é condicional para o desenvolvimento da hepatite Delta, doença resultante da infecção
pelo HDV e de grande impacto na Região Amazônica
95% vao criar a cicatriz sorologica que é quando o individuo da conta de combater o virus e ainda gerar uma
memoria imunologica contra o virus
VIAS DE TRANSMISSÃO
A hepatite B é uma doença de transmissão parenteral (fluidos, sangue..). A transmissão do agente infeccioso pode
ocorrer:
HEPATITE B – FASES
I. Fase imunotolerante
o A pesar da replicação viral abundante o organismo tolera a infecção
o Nessa fase, há elevada replicação viral (>20.000 UI/mL), sem evidências de agressão hepatocelular. A
denominação de fase de imunotolerância deve-se ao fato de a replicação viral ser tolerada pelo
sistema imunológico do hospedeiro.
o Maior possibilidade de transmissão da doença.
o REPLICAÇÃO VIRAL ABUNDANTE
Essas duas ultimas fases não ocorrem tanto no nosso campo de atuação
Hepatites – rastreamento
Gestantes – deve ser solicitado o exame de
Hepatite B no 1º trimestre de gestação, e o de Hep
C de acordo com histórico de exposição (relações
sexuais, dividir materiais perfurocortantes..)
Pessoas que vivem com HIV – devem fazer o exame para hepatite anualmente
Pessoas que sofreram violência sexual – vamos fazer o teste de hepatite no dia da exposição, 3 meses e 6 meses
após depois. Solicitamos o teste de hepatite no dia da violência mesmo sabendo que a janela é de 3 meses a fim de
saber se ela já tinha o vírus ou se veio a desenvolver quando realizarmos 3 ou 6 meses depois
HEPATITE – Diagnostico
Para fins de otimização do diagnóstico e dos recursos, recomenda-se a realização dos testes para detecção de HBsAg
e do anti-HBC → Atenção Básica
Anti = anticorpo
HB = componente viral
o Anti-HBc Total (IgM e IgG): É utilizado na triagem para a hepatite B por detectar tanto o anticorpo IgG
quanto o anticorpo IgM (30 a 60 dias)
▪ Quando presente nos mostra que temos anticorpos que estão conseguindo combater o
vírus, ele NÃO significa imunidade
o Anti-HBe: Surge após o desaparecimento do HBeAg e indica o fim da fase de replicação viral.
▪ Quando presente caracteriza o fim da replicação viral
IMPORTANTE!!!!!
É considerado como caso de infecção crônica a persistência do marcador HBsAg por mais de 6 meses!
Vacina e o Anti-HBs
A realização do anti-HBs é indicada apenas para profissionais de saúde.
• Quando esse exame der um valor ≥ 10Ul/ml significa que a pessoa está imune.
04/11/2020 Bévena Rodrigues Lopes
• No caso de resultado sorológico < 10 UI/ml, realizar uma nova dose (dose teste) e repetir a sorologia de 30 á
60 dias. Se permanecer resultado negativo (<10 UI/ml), completar o esquema vacinal (+2 doses). Se
novamente a sorologia permanecer < 10UI/ml, considerar não respondedor
Caso o profissional de saúde realize o anti-HBa depois de 60 dias do termino do esquema vacinal e o resultado for <
10UI/ml, realizar a dose teste e dosar novamente. Se novamente a sorologia permanecer < 10UI/ml, devera
completar o segundo e último esquema (2 doses) → se ultrapassar os 60 dias vamos seguir o mesmo esquema
Outras indicações para a realização do anti-HBs são: pacientes renais crônicos e hemodialisados, hepatopatia
crônica, portadores de vírus da hepatite C (VHC), Diabetes mellitus, transplante de órgãos sólidos e pacientes com
neoplasias e/ou que necessitem quimioterapia, radioterapia, corticoterapia e outras imunodeficiências,
transplantados de medula óssea, pacientes com doenças hemorrágicas e politransfundidos.
Vacinação Hep B
1 dose até 12 horas após o nascimento!
• 3 DOSES - IM
• (0, 1, 4) INTERVALO MÍNIMO
• (0, 2, 6) - INTERVALO PADRÃO
• POPULAÇÃO EM GERAL
DIAGNÓSTICO POSITIVO PRA HEP B? VACINAR CONTRA HEP A!!! (apenas uma dose)
Vacina X HbsAg
ACONTECEU COMIGO..
Abri o pré-natal da gestante (previsto AntiAbsAg e carteirinha de vacinação), notou que ela não tinha a vacina de
hepatite B e logo após a encaminhou ela para sala de vacina
Depois de uma semana ela refez o teste e deu positivo, foi encaminhado para o especialista e era na realidade um
falso positivo relacionado a vacina
Hepatite B
Inefetividade Alta
Patogenicidade Baixa
Tratamento
O objetivo principal do tratamento é reduzir o risco de progressão da doença hepática e de seus desfechos
primários, especificamente cirrose, CHC e óbito.
Resultado ideal: a perda sustentada do HBsAg, com ou sem soroconversão para anti-HBs, é o
resultado ideal da terapia. Esse perfil corresponde à completa remissão da atividade da hepatite crônica;
porém, raramente é alcançado. Portanto, devem-se buscar desfechos alternativos para pacientes com HBsAg
Tratamento
Pacientes com HBsAg persistente:
• HBeAg reagente: quando o resultado ideal é improvável, a soroconversão para anti-HBe é um desfecho
satisfatório, pois essa resposta está associada a um melhor prognóstico. Independentemente da
soroconversão para anti-HBe e da negativação do HBeAg, deve-se buscar a normalização da ALT e a redução
do HBV-DNA para menos de 2.000 UI/mL ou no limite de indetectabilidade.
• HBeAg não reagente e anti-HBe reagente: o desfecho que se busca é a normalização da ALT e a redução do
HBV-DNA para menos de 2.000 UI/mL ou no limite de indetectabilidade.
Pacientes portadores de cirrose hepática: a redução da carga viral e o desaparecimento do HBeAg, espontâneos ou
induzidos por tratamento, associam-se à diminuição no risco de carcinogênese, descompensação clínica e melhora
da qualidade de vida.
Tratamento – indicação
• Paciente com HBeAg reagente e ALT > 2x limite superior da normalidade (LSN) – já tem um certo dano
hepático
• Adulto maior de 30 anos com HBeAg reagente;
• Paciente com HBeAg não reagente, HBV-DNA >2.000 UI/mL e ALT > 2x LSN.
Outros critérios de inclusão para tratamento independentemente dos resultados de HBeAg, HBV-DNA e ALT para
hepatite B sem agente Delta:
Tratamento – medicamentos
• Alfapeginterferona 2a 40 KDa – 180 mcg/semana via subcutânea (SC) - PEG
• Alfapeginterferona 2b 12 KDa – 1,5 mcg/kg/semana via (SC) - PEG
• Entecavir 0,5 mg – 0,5-1,0 mg/dia via oral (VO)
• Tenofovir (fumarato de tenofovir desoproxila) 300 mg – 300 mg/dia (VO) – TDF
Tratamento – PEG
Só iremos entrar com a PEG se o paciente estiver com a replicação viral ativa, ou seja, HBeAG reagente
Tratamento - TDF
Contraindicações ao tratamento com tenofovir:
• Doença renal crônica;
• Osteoporose e outras doenças do metabolismo ósseo;
• Terapia antirretroviral com didanosina (ddI) – antirretroviral para HIV
• Cirrose hepática (contraindicação relativa);
• Intolerância ao medicamento.
Tratamento – Entecavir
Utilização é recomendada quando há contraindicações para o uso dos medicamentos anteriores.
Iremos priorizar PEG, havendo contraindicação passamos para TDF e se houver contraindicação passamos para
Entecavir
Acompanhamento especializado
• Minimamente, duas a quatro vezes por ano passa em consulta
• Orientações gerais
• Observação de eventos adversas
• Monitoramento laboratorial
• Prevenção
Prevenção
• Uso do preservativo
• Não compartilhamento de kit de manicure (mesmo de familiares), agulhas e seringas, barbeadores, esmalte
e qualquer outro utensílio perfuro-cortante.
• Tatuagens e piercings somente em locais com estrutura e profissionais adequados.
• Vacina contra Hepatite B (inclusive durante pré-natal)
• Uso de objetos pessoais (escova de dentes, cachimbos)
• Uso de lubrificantes
Drogas
• COCAÍNA INALÁVEL
• MACONHA (sim, maconha)
• CRACK
• INJETÁVEIS (HEROÍNA E COCAÍNA)