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CENTRO DE EMPREGO E FORMAÇÃO PROFISSIONAL DE ENTRE

DOURO E VOUGA

PERCURSO NS-PRO TÉCNICO AUXILIAR DE SAÚDE


UFCD:6562

HEPATITE B, C

FORMADORA: KARLA ALVES

TRABALHO REALIZADO POR:

AÇÃO FINANCIADA PELO FUNDO SOCIAL EUROPEU E ESTADO PORTUGUÊS

 
O QUE É A HEPATITE?

Pode ser provocada por vírus, bactérias, pelo consumo de álcool, medicamentos e
algumas plantas, causa irritação e inflamação do fígado. Uma vez dentro do
organismo humano, o vírus ataca as células do fígado e começa a multiplicar-se
levando á inflamação.
Existem vários de hepatites, nomeadamente:
Hepatite A;
Hepatite B;
Hepatite C.
O que é hepatite - YouTube.mht
HEPATITE B O QUE É?

É provocada pelo vírus da Hepatite B (VHB), descoberto em 1965, é a mais


perigosa das hepatites e uma das doenças mais frequentes do mundo.
Causa irritação e inflamação do fígado, pode-se curar com repouso, pode
requerer tratamentos prolongados ou mesmo transplante de fígado.
Os portadores de Hepatite B podem desenvolver doenças hepáticas graves,
como cirrose e o cancro do fígado.
COMO PREVENIR?

A sua prevenção está no alcance através da vacina, com uma eficácia de


95%.
Deve-se evitar contacto com sangue infetado ou de pessoas desconhecidas,
não partilhar objetos cortantes ou perfurantes, nem instrumentos usados para
a preparação de drogas injetáveis, usar sempre preservativo nas relações
sexuais.
TRANSMISSÃO

É transmissível através do contacto com sangue e fluidos corporais, também


pode ser feita transmissão de mãe para filho no momento do nascimento.
Não se transmite pelo suor ou pela saliva(a menos que esta tenha estado em
contacto com sangue infectado).
A sua infeção tem um período de incubação longo, entre as 6 semanas e os 6
meses.
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA

Países em desenvolvimento, corresponde a uma presença constante com uma


elevada taxa de incidência, afectando todas as faixas etárias.
Nos países desenvolvidos, a faixa etária correspondente á infância é a que se
encontra mais “protegida”, visto que a sua vacinação faz parte do
Programa Nacional de Vacinação de 116 países, Portugal incluído.
No Mundo Ocidental, Europa e América do Norte, o vírus é transmitido,
sobretudo aos jovens adultos por via sexual e através da partilha de
seringas pelos utilizadores de drogas endovenosas.
SINTOMAS

Os sintomas a surgir são febre, mal estar, dor abdominal, dor nas articulações e erupções na
pele.
Mais tarde, pode aparecer icterícia, a urina torna-se escura e as fezes mais claras do que o
habitual.
VACINAÇÃO

Pode ser feita por todas as pessoas, mas não tem qualquer efeito em quem já está infectado
pelo vírus. É composta por 3 doses que são administradas através de injecções
intramusculares com eficácia de 95%.
Os bebés filhos de mães portadoras do vírus devem ser vacinados á nascença.
Começou a ser testada em 1975 em França e foi comercializada a partir de 1981.
A imunidade parece ser duradoura, não havendo necessidade de reforços, pelo menos nos
primeiros 10 anos de vacinação.
TRATAMENTO

A Hepatite B aguda é tratada com repouso, é aconselhável não consumir


bebidas alcoólicas e alimentos tóxicos para o fígado.
Se for crónica, é tratada com interferão ou com medicamentos designados
por análogos dos nucleósidos, com objectivo de interromper a
multiplicação das células infectadas.
Se a Hepatite B crónica conduzir á cirrose e esta evoluir para a insuficiência
hepática, aconselha-se o transplante.
LOCAIS A DIAGNOSTICAR

As especialidades que podem diagnosticar a Hepatite B são:


• Clínica Médica;
• Gastroenterologia;
• Infectologia;
• Imunologia.
COMO SE ALIMENTAR

O ideal é ter uma alimentação equilibrada que contemple todos os


componentes da pirâmide alimentar.
Deve-se evitar os fritos e substituir as gorduras animais por óleo de girassol,
soja ou azeite.
Podem tomar café, mas o álcool é desaconselhável, visto que pode favorecer
a reaplicação do vírus e aumentar o risco de cirrose e cancro do fígado.
COMO GERIR A VIDA SEXUAL

Devem ser tomadas medidas de precaução para não contaminar o parceiro, com uso de
preservativo. Os contracetivos orais não estão contra indicados em doentes com Hepatite
crónica vírica.
Os parceiros sexuais devem ser vacinados.
A insuficiência hepática pode originar impotência e esterilidade. Em casos de cirrose com
insuficiência hepática, os homens podem sofrer hipertrofia das mamas, diminuição dos
testículos ou perda dos pelos púbicos e nas mulheres podem deixar de ter menstruação .
COMO GERIR A GRAVIDEZ

Os riscos para o feto são normalmente limitados, porque a maioria dos vírus
da hepatite não atravessa a barreira placentária e não existe riscos de
malformações nem de parto prematuro.
Quando a mãe é portadora do vírus, a criança é vacinada á nascença,
podendo ser alimentada com o leite materno.
Em estados avançados da doença, a possibilidade de engravidar é pequena.
O QUE É A HEPATITE C

• É uma doença viral;

• Leva à inflamação do Fígado;

• Raramente desperta sintomas (assintomática)

• De três tipos comuns de hepatite esta é a mais silenciosa, tem cura diagnosticada a tempo.
AGENTE INFECIOSO

• O vírus da hepatite C (VHC) pertence á família dos Flaviviridae, género


hepacivirus.

• O VHC é uma partícula esférica com cerca de 50(nanômetros)de diâmetro,


constituída por um involucro no interior do qual está o genoma viral.
EPIDIMOLOGIA

• A infeção pelo VHC representa atualmente uma situação Pandémica (população


em geral);

• Esta infeção está amplamente distribuída pelo mundo inteiro, registando-se no


entanto grandes assimetrias geográficas;

• Portugal aponta para uma prevalência na população em geral de 1,5% infetados.


EPIDIMOLOGIA

• A OMS estima que 2% da população mundial aproximadamente 123 milhões de


pessoas se encontram infetados com VHC e apenas 5% sabe que tem a doença;
TRANSMISSÃO

Predominantemente pelo sangue (toxicómanos intravenosos/ agulhas hipodérmicas e seringas) ou

material infetado (modo de transmissão transcutâneo):

• Terapêutica injetável;

• Vacinação com seringas não descartáveis;


TRANSMISSÃO

• Tatuagens;

• Acupuntura;

• Circuncisões;

• Transmissão sexual;
TRANSMISSÃO/GRUPOS DE RISCO

• Transmissão vertical (na altura do parto), uma mãe infetada pode amamentar;
• Grupos de risco:
Profissionais de saúde;

O cidadão normal que utilize material infetado de pessoa para pessoa, nas mais
diversas áreas.
TRANSMISSÃO HOSPITALAR

Existe a possibilidade de transmissão nosocomial de vírus da hepatite B e C

através de transfusões, diálise, injeções e endoscopia


SINTOMATOLOGIA CLINICA LIGEIRA

Como atrás referido esta é uma doença assintomática, no entanto num estado
crónico avançado pode manifestar-se de diversas formas:

• Dor ou inchaço abdominal;


• Sangramento no esôfago ou no estomago;
• Urina escura;
SINTOMATOLOGIA CLINICA LIGEIRA

• Fadiga;

• Febre;
• Coceira;
• Icterícia;
• Perda de apetite, náusea e vómitos.
CARACTERÍSTICAS CLINICAS E HISTÓRIA NATURAL DA
DOENÇA
Hepatite C
Aguda

Hepatite Aguda Hepatite C Fulminante


Resolução Hepatite C Crónica (RARA)
Evolui Progride

Doença Estável Cirrose

Cirrose estável Carcinoma Hepatocelular


Carcinoma Hepatocelular
Cirrose Estável
CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS E HISTÓRIA NATURAL DA
DOENÇA

Os doentes podem então ser divididos em 3 grupos:

• Hepatite C Aguda que evolui no sentido da cura (Resolução)

• Portadores Assintomáticos

• Com hepatite crónica


HEPATITE CRÓNICA

A hepatite crónica varia nos seus aspetos clínicos e na sua evolução.

Alguns doentes podem não ter qualquer sintoma nem sinais de doença no fígado e ter níveis de ALT
(uma enzima presente no fígado) inteiramente normais.

Existem doentes que não apresentam sintomas, uma ligeira ou moderada subida de ALT e que tem um
prognostico que se desconhece.

Os casos piores são os doentes com hepatite C grave e sintomas de doença hepática, com grande
elevação da ALT que desenvolve cirrose e falência hepática .
HEPATITE CRÓNICA

Fatores que promovem a progressão para hepatite C crónica:


• Consumo de álcool;
• Sexo masculino;
• Idade no momento da infeção;
• A co-infeção com VIH e/ou hepatite B;
• Depósitos de ferro;
• Obesidade;
• Diabetes, etc…
HEPATITE CRÓNICA

Globalmente os doentes com hepatite C crónica, 20 a 30% desenvolvem cirrose, em média 20


ou 30 anos após o contágio.

Os doentes com hepatite C e cirrose hepática compensada tem uma taxa de sobrevivência aos 10
anos superior a 80%.

No entanto uma vez que se desenvolvam complicações da cirrose, a taxa de sobrevivência aos 5
anos cai para 50%.

Neste grupo a mortalidade devida a hipertensão, insuficiência hepática e carcinoma


hepatocelular é 2 a 5% ao ano.
DIAGNÓSTICO

• Exames de sangue para detetar o vírus C em pessoas com fatores de risco;

• Exames ao sangue para medir a carga viral, quantidade de vírus e genotipagem;

• Biopsia hepática,(determinar a gravidade da doença e auxiliar no tratamento).


TRATAMENTO

• Nem sempre há necessidade de tratamento. O médico saberá dizer se o seu caso exigira terapia
ou não. Faz-se o controlo de análises ao sangue.

• Noutra situação pode haver intervenção de tratamento para evitar futuras complicações.
Utilizam-se medicamentos antivirais ao longo de várias semanas, tendo como objetivo a
eliminação do vírus.

• Outra situação é o transplante de fígado, o transplante não é considerado cura, o tratamento com
medicamentos antivirais são utilizados apos transplante para evitar uma nova infeção.
TRATAMENTO EM PORTUGAL

Sofosbuvir, atual medicamento no tratamento da Hepatite C.

• Taxa de cura acima de 98%, dependendo do genótipo da doença.

A determinação do genótipo do VHC pode ser obtida por métodos serológicos:

Genótipos 2 e 3 têm melhor prognóstico, (tratamento 24 semanas aprox.)

Genótipos 1 e 4 têm pior prognóstico, (tratamento 48 semanas aprox.)


TRATAMENTO EM PORTUGAL

• 187 doentes já estão a receber o tratamento sem custos para o estado.

• 42 doentes já estão curados.

• 631 doentes em tratamento, metade gratuitos, uns em ensaios clínicos e outros

em programas de acesso.
CUIDADOS A TER PELO PROFISSIONAL DE SAÚDE EM
AMBIENTE HOSPITALAR

• Higiene das mãos;


• Boas práticas nos procedimentos invasivos, como utilização de técnica asséptica;
• Limpeza, desinfeção e esterilização dos dispositivos médicos;
• Uso racional de antimicrobianos;
• Administração segura de injetáveis;
• Descontaminação dos equipamentos;
• Higiene ambiental hospitalar
CUIDADOS A TER PELO PROFISSIONAL DE SAÚDE EM
AMBIENTE HOSPITALAR

• Uso racional do equipamento de proteção individual;


• Uso correto e rejeição de cortantes e ou perfurantes;
• Encaminhamento correto após exposição;
• Boas práticas no transporte de espécimes;
• Precauções com doentes com infeções epidemiologicamente importantes;
• Identificação de doentes com vírus.
CUIDADOS A TER FORA DO AMBIENTE HOSPITALAR

• Não usar material médico já usado (seringas; materiais infetados, recipientes


infetados, entre outros);
• Usar proteção no ato sexual;
• Na estética certificar-se que praticam atos de higiene, na cera, cortantes, lâminas,
toalhas, entre outros;
• Nas casas de tatuagens alertar para o uso de material esterilizado, ou nunca
usado…
• Alimentação Saudável, evitar o álcool, evitar automedicação e as drogas.
CONCLUSÃO

A permanência da infeção da hepatite continua a ser um grave problema de saúde


pública.

O fator de risco mais comum para câncer de fígado é a infeção crônica por vírus da
hepatite B ou C. Estas infeções levam à cirrose hepática e são responsáveis por
tornar o câncer de fígado um dos mais incidentes em muitas partes do mundo. Estes
tipos de hepatite podem ser transmitidos de pessoa para pessoa através do uso de
agulhas contaminadas, sexo desprotegido, parto ou transfusões de sangue.
CONCLUSÃO

Basicamente, pouco podemos distinguir a Hepatite B da C.


A Hepatite B torna os seus portadores crónicos, apresentando vários sintomas
iniciais e a sua infeção ocorre logo nas primeiras 6 semanas;
A Hepatite C é uma doença silenciosa, sem apresentar sintomas, de forma aguda de
curta duração, ocorre nos primeiros 6 meses após exposição, sendo que a
sintomatologia pode ocorrer 10 a 20 anos depois. Algumas pessoas são capazes
de eliminar o vírus, não havendo problemas a longo prazo.

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