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DIAGNÓSTICO DAS HEPATITES VIRAIS.

Prof. Dr. Paulo Urbano


Hepatites virais
¨ Grave problema de saúde pública no Brasil e no mundo, a hepatite é a inflamação do fígado.

¨ Doenças provocadas por diferentes agentes etiológicos, com tropismo primário pelo tecido hepático,
que apresentam características epidemiológicas, clínicas e laboratoriais semelhantes, porém, com
importantes particularidades.

HCV HEV

HAV

HDV
HBV
Aspectos Epidemiológicos
• Brasil – 2000 a 2021 = 720.000 casos
• Hepa4te C : 70% dos óbitos, seguido da B, A, e D

• HepA em 2021 – 363 casos


• HepB em 2021 – 7256 casos
• HepC em 2021 – 11166 casos
• HepD em 2021 – 75 casos

• A hepa%te E é relatada esporadicamente no Brasil.


• O vírus D, mais frequente na Região Norte do Brasil

Fonte: h/p://portalms.saude.gov.br/saude-de-a-z/hepa?te
Hepatites virais – Fase aguda
q Na Avaliação Clínica, alguns possíveis achados:

Os vírus da hepatite causam inflamação aguda do fígado, resultando em doença clínica caracterizada: fadiga, anorexia, náuseas,
mal-estar geral, adinamia, colúria, hipocolia fecal e icterícia.

q No Laboratório Clínico, alguns possíveis achados:

Elevação dos níveis séricos de ALT/TGP e AST/TGO (elevação da ALT/TGP geralmente é maior que da AST/TGO).

Outras alterações inespecíficas: elevação de bilirrubinas, fosfatase alcalina e discreta linfocitose – eventualmente com atipia
linfocitária.
Bilirrubina indireta
– não conjugada
Bilirrubina direta
– conjugada (aumentada em hepatites virais)
Pacientes com hepatite Aguda
• Consultas médicas quinzenais no primeiro mês e consultas mensais até a
resolução do quadro.

• Estes intervalos podem ser reduzidos em função das alterações clínicas e


laboratoriais.

• * Os aspectos clínicos que indicam gravidade são: vômitos repetidos, febre


prolongada, hálito hepático, hemorragias espontâneas e sinais de encefalopatia
hepática (sonolência e/ou agitação psicomotora, torpor e coma).
Hepatites virais – Fase aguda
¨ Diversificado, variando desde formas subclínicas até quadros
fulminantes

¨ Quatro fases:

1. Período de incubação (tempo de penetração do vírus e início


de sintomas inespecíficos, elevação das transaminases no final)

2. Fase prodrômica (sintomas inespecíficos que antecedem a


icterícia) Desenvolvimento da doença

3. Fase ictérica (icterícia, com diminuição dos sintomas


prodrômicos)

4. Fase convalescente (desaparecimento da icterícia, recuperação


FASE CRÔNICA ???
completa)
q (lesão hepática por mais de 6 meses)
Hepatites Virais – Fase crônica
• Assintomática ou oligossintomática na grande maioria dos casos.
• As manifestações clínicas aparecem apenas em fases adiantadas de acometimento
hepático.
• Muitas vezes o diagnóstico é feito ao acaso, a partir de alterações esporádicas de exames
de avaliação de rotina ou da triagem em bancos de sangue.

• Não existem manifestações clínicas ou padrões de evolução com sinais e sintomas


específicos dos diferentes agentes.

• O diagnóstico etiológico só é possível por meio de exames sorológicos e/ou de biologia


molecular.
Fluxograma de Investigação Laboratorial
Hepatite A
• Agente etiológico: Vírus de RNA

• Via de contaminação:
- Fecal-oral;
- Transmissão parenteral é rara, mas pode ocorrer se o doador es?ver na fase de viremia do período de
incubação (compar?lhamento de agulhas, sexo desprotegido, etc...).

• Período de incubação: 15 a 50 dias


• Cronificação: A doença é autolimitada e de caráter benigno, Menos de 1% dos casos pode evoluir para
hepa?te fulminante.
• Forma ictérica: 5% a 10% em menores de 6 anos / 70 a 80% nos adultos
Diagnóstico para Hepatite A

Fluxograma diagnós9co para hepa9te A

Interpretação dos Exames Sorológicos


Hepatite B
• Agente e'ológico: Vírus DNA de fita dupla da família Hepadnaviridae

• Via de contaminação: Entre as causas de transmissão estão:

- Relações sexuais sem camisinha com uma pessoa infectada;

- Mãe infectada para o filho durante a gestação, o parto ou a amamentação;

- Compar'lhar material para uso de drogas (seringas, agulhas, cachimbos), de higiene pessoal
(lâminas de barbear e depilar, escovas de dente, alicates de unha ou outros objetos que furam
ou cortam) ou de confecção de tatuagem e colocação de piercings ;

- Transfusão de sangue contaminado.


Hepatite B
• Período de incubação: 15 a 180 dias

• Cronificação:
• 5% a 10% dos indivíduos adultos infectados cronificam.
• Cerca de 70 a 90% das infecções ocorridas em menores de 5 anos cronificam e
20 a 25% dos casos crônicos com evidências de replicação viral evoluem para
doença hepática avançada (cirrose e hepatocarcinoma).

• Forma ictérica: 30% dos indivíduos


Distribuição % de casos de hepatite B

Fonte: SINAN/SVS/MS;Casos no?ficados do SINAN até 31 de dezembro de 2009. Departamento de DST,Aids e Hepa?tes Virais.
Marcadores sorológicos da Hepa0te B
Interpretação dos resultados sorológicos Hepa5te B - Crônica
Curso Sorológico da Hepatite B
*Perfis sorológicos atípicos podem ser encontrados
no curso da infecção pelo HBV, tais circunstâncias
necessitam da avaliação de um especialista
(hepatologista ou infectologista).

***Com o passar do tempo, o an?-HBs pode estar


em níveis indetectáveis pelos
testes de laboratórios
Resumo dos testes Hepatite
¨ HBsAg – Detecta antígenos de superfície do vírus da hepatite B

¨ Anti-HBs – Detecta anticorpo contra o antígeno de superfície do vírus da hepatite B

¨ Anti-HBc IgM – Detecta anticorpo IgM contra o antígeno CORE do vírus da hepatite B

¨ Anti-HBc – Detecta anticorpo total (IgG + IgM) contra o antígeno CORE do vírus da
hepatite B

¨ HBe Ag – Detecta antígeno “e” do vírus da hepatite B

¨ Anti-HBe – Detecta anticorpo contra o antígeno “e” do vírus da hepatite

Análise da evolução clínica

Agudo
Hepatite C
• Agente e'ológico: Vírus RNA de fita simples, pertencente à família

¨ Flaviviridae

• Via de contaminação: Sua transmissão ocorre principalmente por via parenteral; A transmissão sexual é pouco frequente; A

transmissão de mãe para filho (verBcal) é rara quando comparada à hepaBte B.

• Período de incubação: 15 a 150 dias

¨ Cronificação: 70 a 85% dos casos, sendo que, em média, um quarto a um terço deles evolui
para formas histológicas graves no período de 20 anos.

¨ Forma ictérica: 20% dos indivíduos.


Cronificação da Hepatite C
Diagnóstico Laboratorial - HCV

Significado do marcador sorológico

Os testes de biologia molecular são u?lizados para detectar


a presença do ácido nucléico do vírus (RNA).
Diagnóstico Laboratorial - HCV
Hepatite C - Diagnóstico laboratorial
¨ Interpretação dos resultados para hepatite C

12 semanas negativo = cura


Hepatite D

¨ Agente satélite e subviral humano que depende exclusivamente da função/ajuda


provida pelo DNA do vírus da hepatite B (HBV-DNA) e de seu respectivo envelope
de proteínas, o antígeno de superfície do VHB (HBsAg), para completar o seu ciclo
biológico.
Hepatite D

¨ Agente etiológico: Vírus D de RNA único, enrolado e circular contendo 1.676 – 1.683
nucleotídeos, pertencente a família Hepadnaviridae (??).

¨ Via de contaminação: O vírus delta tem mecanismos de transmissão idênticos aos do HBV.

¨ Período de incubação: É semelhante ao da hepatite B, porém menor na superinfecção: 14


a 56 dias *(Quando um portador crônico do VHB é infectado pelo VHD chamamos de
superinfecção).

¨ Cronificação: 5 a 10% dos casos

¨ Forma ictérica: Variável


Hepatite D – Marcadores sorológicos
Hepatite D – Diagnóstico laboratorial
¨ *Co-infecção: Infecção aguda SIMULTÂNEA pelos vírus B e delta da hepatite.

¨ **Superinfecção: Infecção pelo vírus delta da hepatite em paciente portador CRÔNICO do vírus B
da hepatite.
Hepatite E
¨ O HEV pertence ao gênero Hepevirus, família Herpesviridae. É um vírus pequeno, não envelopado,
com capsídeo icosaédrico. O genoma é formado por uma fita simples de RNA positiva.

¨ Via de contaminação: Fecal-oral


¨ Período de incubação: 15 a 60 dias (média de 40 dias).
¨ Cronificação: Variável
¨ Forma ictérica: Não existem relatos de formas crônicas
Hepatite E - Diagnóstico laboratorial

Dinâmica dos principais


marcadores utilizados no
diagnóstico da infecção
pelo vírus da hepatite E
SONDAGEM – HEPATITES VIRAIS
O quadro a seguir, demonstra alterações nos marcadores virais e bioquímicos no plasma
sanguíneo de três indivíduos.
Considerando o contexto e os resultados apresentados,
conclui-se que:

(A) o indivíduo 1 apresenta hepaKte dos Kpos B e A na


fase aguda.
(B) o indivíduo 3 apresenta hepaKte do Kpo A na fase
aguda.
(C) o indivíduo 2 apresenta hepaKte B aguda e hepaKte A
pregressa.
(D) o indivíduo 1 apresenta hepaKte B aguda e hepaKte A
pregressa.
(E) o indivíduo 3 apresenta hepaKte A aguda e é portador
da hepaKte B.
SONDAGEM – HEPATITES VIRAIS
O quadro a seguir, demonstra alterações nos marcadores virais e bioquímicos no plasma
sanguíneo de três indivíduos.
Considerando o contexto e os resultados apresentados,
conclui-se que:

(A) o indivíduo 1 apresenta hepatite dos tipos B e A na


fase aguda.
(B) o indivíduo 3 apresenta hepatite do tipo A na fase
aguda.
(C) o indivíduo 2 apresenta hepatite B aguda e hepatite A
pregressa.
(D) o indivíduo 1 apresenta hepatite B aguda e hepatite A
pregressa.
(E) o indivíduo 3 apresenta hepatite A aguda e é portador
da hepatite B.
ESTUDO DE CASO 1 - Resultados

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CASO 2 - Resultados

QUAL O DIAGNÓSTICO DO CASO?


ESTUDO DE CASO 3
JPS, 22 anos , estudante de biomedicina, esta prestes a ingressar no Estágio Curricular e a
pedido do laboratório realizou o perfil sorológico para hepaFte B.

Antes de realizar o exame sorológico, JPS tomou a vacina para hepaFte B


conforme solicitação da coordenação da Universidade.
O mesmo apresenta-se aparentemente saudável porém ao abrir o resultado do exame
ficou preocupado pois se deparou com os seguintes resultados:
1) Qual o provável diagnós?co de JPS ?

2) Explique a(s) posi?vidade(s) encontrada em seu


exame .

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