1) Hepatite A Sintomas constitucionais e gastrintestinais
como diarreia, febre, vomito, hiporexia e dor Causada por um vírus Hepatonavírus, de no hipocôndrio direito. RNA estável em meio ambiente, que tem proliferação nas fezes e com isso contágio fecal-oral (alimentos contaminados e mal colúria, acolia fecal, icterícia e cozidos, relação sexual e sexo oral, mãos prurido. contaminadas). Pode ocorrer também hepatomegalia, Por não ter penetrância relevante no DNA artralgia e rash cutâneo mais raramente. humano, é menos nocivo e mais eliminável e evoluir para uma hepatite fulminante, que mais importante, consiste na perda da função hepática de porque são muito elevadas e determinam a forma abrupta. perda de hepatócitos; a) Patogenia viral C) Diagnóstico e tratamento Entrada viral no organismo, incorporação à confusão com outros diagnósticos corrente sanguínea por translocação nas veias mesentéricas, atinge sistema porta, chega aos Anti-HVA (pode ser da hepatócitos e se replica para eliminar os vírus vacina), IgM e IgG 🡪 determinação de infecção na bile e a bile chega ao intestino durante a e qual a fase, IgM desaparece em 6 meses. digestão pela ampola de Vater, eliminando o As transaminases (TGO e TGP) vão estar vírus pelas fezes. muito elevadas. A viremia dura em uma média de 95 dias, Os níveis de transaminases estão muito altos podendo o indivíduo estar assintomático e e vai ter problemas de coagulação, bilirrubina mesmo assim transmitir o vírus, que tem alta, sangramentos ativos, trombose. É como tempo de incubação de 14-49 dias. A resposta se o paciente estivesse com uma CIVD. A imune é diretamente relacionada com a forma de tratamento seria com um destruição de hepatócito em função da transplante hepático. resposta imune, com elevação de transaminases como consequência, e pode d) Prevenção evoluir para graus de insuficiência hepática (INr, TTP, TTPa alterados, sistema de água tratada e coagulação disfuncional, queda de albumina, encanada, saneamento básico, higiene pessoal plaquetopenia), com produção de IgM e IgG e culinária, prevenção sexual em resposta adequada quando é autoresolutiva, sendo que o IgG protege a partir de 1-2 anos de idade com contra reinfecções. vírus vivo inativado, em 2 doses, sendo uma com 0 e a outra com 6 meses; 🡪 b) Quadro Clínico contraindicado em pacientes imunossuprimidos. A vacina causa a formação de um IgG Doença aguda benigna autolimitada: cura competente para proteção de infecções espontânea. As crianças normalmente são possíveis. assintomáticas ou sintomáticas anictéricas. Adultos não recebem vacinação gratuita possuem quadros ictéricos e pelo SUS, que também é de 6 doses. formas fulminantes devido a maturidade do sistema imune, que reage mais agressivamente Mariana Isac – T9 2) Hepatite B presença do HBV no corpo, esteja ativo ou não. Em alguns indivíduos determina a É um vírus da família hepaviridae, com 10 formação de um anticorpo específico, o anti- genótipos de A até J, com tropismo pelos HBs. hepatócitos para realizar a replicação no núcleo dos mesmos, com a eliminação se localiza na região central do vírus completa, ocorrendo raramente, devido à alta e não é secretado para o plasma. Entretanto, penetrância do cccDNA no núcleo, tornando-o mesmo assim possui atividade antigênica e oncogênico. determina a formação do anti-HBc, sua presença não indica cura da infecção. localizado no core viral, próximo ao HBcAg, mas é secretado durante a fase de replicação viral, facilmente detectável. Sua presença no sangue pode determinar a formação do anti-HBe, tornando o HBeAg negativo e a infectividade diminui. Obs: paciente que já teve contato prévio com o vírus e fez uso de imunossupressor, Possui um envelope lipoproteico e um núcleo quimioterápico, pode ter recidiva do vírus e central denso (core). CORE: material genético perder o controle. que induz a formação de anticorpos de acordo com a zona. b) transmissão Sua eliminação completa é rara, devido à Através do contato com sangue e fluidos incorporação do cccDNA no núcleo. O ccc é um corporais como sémen, sangue, leite materno fragmento do vírus que se insere e vertical: transmissão transplacentária é permanentemente no hepatócito, tendo o incomum, sendo os principais fatores de risco. desenvolvimento da doença ou não. c) formas evolutivas da HB aguda b) DADOS EPIDEMIOLÓGICOS: Hepatite aguda: assintomáticos e somente ➭ 1/3 da população já entrou em contato com 30% apresentam icterícia, com incubação de o vírus B. 45-180 dias com 3 fases de acometimento: ➭ 45% da população mundial vive em áreas de ➭ sintomas inespecíficos alta prevalência; como anorexia, náuseas e vômitos, alterações ➭ 250 milhões de infectados cronicamente; de olfato e paladar, adinamia, mal-estar, ➭ 15-40% apresentam risco de evolução para artralgia, mialgia, cefaleia e febre baixa. cirrose/HCC (2º carcinogênio após o tabaco); ➭ inicia-se após 5-10 dias após a ➭ 15-20% pode evoluir para óbito; fase prodrômica, caracterizando-se pela redução na intensidade destes sintomas e a ➭ HCC – 10ª causa de morte; ocorrência de icterícia. Pode haver colúria por ➭ 95% das infecções são autolimitadas ou 2 ou 3 dias; subclínicas; ➭ sintomatologia que ➭ Não deveria ser tão prevalente, porque a aparece de forma gradativa e geralmente vacina é muito eficiente. desaparece de 2-12 semanas após a manifestação inicial produzido em grandes quantidades durante a infecção pelo vírus B, sendo Hepatite B crônica: pode evoluir para essa facilmente detectado por exames sorológicos, fase em 5-10% dos casos nos pacientes por isso é considerado um marcador da expostos, demonstrado pelo HBsAg de seis Mariana Isac – T9 meses, com marcadores sorológicos alterados, PACIENTE QUE NÃO REPLICA terá uma testes de função hepática e avaliação evolução benigna, não lesiona mais o segmento histológica pela biopsia, que divide o quadro hepático e carga viral baixíssima. Acompanhar em: paciente e orientar que mesmo ele não ➭ bom prognostico, com replicando, pode cursar com câncer hepático, arquitetura lobular preservada; pode voltar a replicar a qualquer momento por mutação genética. ➭ caracterizada por necrose que pode evoluir para cirrose ou hepatocarcinoma. e) Fases da Doença Na primeira fase da HB crônica existe uma replicação viral pronunciada e com tentativa do sistema imune em eliminar o vírus, destruindo os hepatócitos com consequente elevação das transaminases. Seguido disso, os níveis baixos ou indetectáveis de replicação viral, com normalização das transaminases e atenuação de atividade inflamatória. Na transição da primeira para a segunda fase, o HBeAg fica negativo com surgimento de seu Anti-HBe no soro, o que denomina soroconversão. d) Diagnóstico: títulos elevados de HbsAg, Ordem de verificação: HBsAg; Anti-HBc e HbeAg positivo e HBV-DNA > 107 UI/mL, ALT Anti-HBs. normal, ausência de lesão hepática ou níveis mínimos; A primeira coisa que positiva quando entram em contato com o vírus, é a própria carga viral (DNA viral). Logo após, o primeiro títulos de HbsAg marcador é o HBsAg, caracterizado por uma elevados/moderados, HbeAg positivo, HBV- marcação de fase aguda, nesse período, é DNA entre 104-107 UI/mL, níveis de ALT possível apresentar sintomas como elevados com lesão hepática moderada ou hepatomegalia, vômitos, entre outros. grave; Nessa fase aguda, o ALT também encontra- se elevado. O primeiro anticorpo a ser produzido é o Anti-HBc IgM, que dura 6 títulos baixos de HbsAg, meses, surgindo o Anti-HBc IgG, sendo que HbeAg negativo, HBV-DNA acima de esse é permanente. O anti-HBe o próprio 2000UI/mL (pode ser flutuante), níveis organismo é capaz de produzir. O anti-HBs normais de ALT e ausência de lesão hepática; indica a cura do paciente, mas se esse vir caracterizada isolado, indica indivíduo vacinado. por títulos moderados de HbsAg, HbeAg Caso o paciente não se cure, ele irá negativo, HBV-DNA acima de 2000 UI/mL, cronificar, apresentando o anti-HBe para níveis de ALT elevados (persistentes ou sempre. intermitentes), com lesão hepática moderada ou grave; PACIENTE QUE REPLICA tem uma infecção crônica, portanto têm carga viral alta. Com a parada de replicação, a viremia cai e Apresenta HBeAg positivo como marcador. surgem os anticorpos opostos aos marcadores de infecção. A marcação de Hbc Mariana Isac – T9 só aparece em pessoas que tiveram contato com o vírus selvagem. HBsAg = antígeno 1º marcador sorológico a aparecer (30- de superfície 45 dias), precedendo o aparecimento de sintomas, usado na triagem suspeitos, presente na infecção crônica e na aguda, indica a presença do vírus HBeAg = antígeno Aparece após HBsAg e indica replicação de replicação viral, avalia a carga viral e está associado a maior risco de transmissão vertical Anti HBcAg = Na fase aguda pode ser detectado na f) tratamento marcador de fração IgM (até 6 meses) do anti- exposição (não HBcAg e depois na fração IgG (janela solicitado na imunológica, fase aguda e crônica e rotina) core = permanece por toda a vida nos que material genético tiveram contato com o vírus selvagem Anti HBsAg = Detectado em: anticorpo contra - pacientes expostos ao HBV, o antígeno de eliminaram o vírus e desenvolveram superfície imunidade - encontrado isolado em pacientes vacinados e com resposta de imunidade esperada Aparece 1-10 semanas após o aparecimento do HbsAg Anti HBeAg = Individuo portador, provavelmente Paciente com HBeAg positivo e ALT >2x anticorpo contra crônico e sem replicação ativa limite superior de normalidade. Maiores de 30 o antígeno de anos com replicação replicação Paciente que não replica quando HBV-DNA > Susceptível HBsAg – negativo antiHBc – negativo 2000UI/mL e ALT > 2x limite superior de antiHBs – negativo normalidade Infecção aguda HBsAg – positivo Histórico familiar de câncer hepático IgM antiHBc – positivo antiHBs – negativo positiva. Manifestações extra-hepáticas com Infecção crônica HBsAg – positivo acometimento motor incapacitante como IgM antiHBc – negativo artrite, vasculites, glomerulonefrites e antiHBc – positivo poliarterite nodosa; antiHBs – negativo Imunidade HBsAg – negativo Coinfecção HIV/HBV ou HCV/HBV. Hepatite adquirida pós- antiHBc IgG– positivo aguda grave (coagulopatias ou icterícia por infecção antiHBsAg – positivo mais de 14 dias). Reativação de hepatite B Notificar crônica Imunidade HBsAg – negativo adquirida pós- antiHBc IgG e IgM – negativo Cirrose/insuficiência hepática. Biopsia vacina antiHBsAg – positivo hepática METAVIR maior ou igual A2F2 ou elastografia hepática > 7kPa; Prevenção de reativação viral em pacientes que recebem terapia imunossupressora ou quimioterapia. com objetivo de parar a replicação ou negativá-la para reduzir lesões hepáticas: Mariana Isac – T9 ➭ Alfapeginterferona: não faz mais; pessoas; ➭ Tenofovir (tratamento de escolha): ➭ 60-70% são portadores de doença hepática 300mg/dia, 1x ao dia; crônica; ➭ Entecavir: pode causar insuficiência renal e ➭ Evolução silenciosa devido ao diagnóstico o vírus tem facilidade de ficar resistente; tardio; ➭ Lamivudina: menores de 18 anos ➭ Agressão hepática 🡪 fibrose hepática 🡪 cirrose 🡪 câncer hepático; d) Vacinação ➭ Hepatocarcinoma surge apenas em Segura, com poucos efeitos colaterais. cirróticos, porque o vírus é citoplasmático e Necessário realizar as 3 doses: 0, 30 dias e de RNA; 180 dias (1 ml cada dose). ➭ Mais prevalente em homens, de 40-60 anos por conta do estilo de vida; HIV positivos, transplantados, quimioterápicos, imunossuprimidos: 0, 30, 60 ➭ O HCV é estável em meio ambiente. 180 dias, 2ml cada dose (2 mL cada dose). c) Fases da doença Profilaxia de transmissão vertical Hepatite C aguda: soroconversão recente Além da estratégia tradicional (há menos de 6 meses) e documentada do Anti-HCV, que pode ser não reagente no início 3 doses, com 0, dos sintomas ou no momento da exposição e 30 e 120 dias (1 mL cada dose). anti-HCV reagente na segunda dosagem, que deve ser realizada com intervalo de 90 dias; 6) Hepatite C É um vírus da família Flaviviridae, um RNA Anti-HCV não reagente e detecção do HCV- vírus de 7 genótipoos e 67 subgenótipos. Há RNA em até 90 dias após o início dos sintomas uma heterogenicidade genética, em que 80% ou a partir da data de exposição quando for dos casos são assintomáticos. conhecida.
O HCV-RNA aparece 2 semanas após o Anti-HCV reagente por mais de 6 meses e
contato no soro e sua eliminação é confirmação diagnóstica com HCV-RNA espontânea em 25-50% dos casos, por ser detectável por mais de 6 meses citoplasmático e de baixa penetrância no DNA Presença de sinais clínicos ou histológicos do hospedeiro. de hepatite crônica na presença de HCV-RNA detectáveis por mais de 6 meses; a) transmissão É transmitida principalmente por via d) Diagnóstico/ indicação de rastreio HCV-RNA: parenteral, sendo grupos de risco: infundidos Confirmação do diagnóstico de hepatite C. com hemoderivados antes de 1993, usuários de Caracterização da transmissão vertical ou drogas injetáveis ou cocaína inalada, acidentes com materiais biológicos. tatuagens, piercings ou outras formas de exposição percutânea, EDA, presídios, Quantificação do HCV-RNA com o propósito acidentes com materiais biológicos. A de avaliar o tratamento. Marcador sorológico transmissão sexual existe, mas é pouco de rastreio ou cicatriz sorológica: antiHCV = frequente, geralmente em pessoas com indica o contato prévio com o vírus da múltiplos parceiros e prática sexual de risco, hepatite C, mas que não define se for de sendo que a coexistência com outra IST forma recente ou tardia, sendo que o constitui um facilitador de infecção. diagnóstico de infecção aguda só pode ser feito com viragem sorológica bem b) Epidemiologia documentada. ➭ 3% da população mundial, 80-150 milhões de Mariana Isac – T9 biópsia hepática (não é mais 7) Hepatite E comum), APRI e FIB-4, elastografia, Fibrose Mesma patogenia, sinais e sintomas clínicos METAVIR (F0/F1/F2/F3/F4). No cirróticos, e transmissão que a hepatite A. É fazer classificação de Child-Pugh, tanto na HB oligossintomática (não tem sintomas ou e HC; apresenta de maneira mais discreta). Hepatite C pode evoluir para cirrose. Prevalente entre 15-35 anos, no sexo cansaço, tontura, enjoo masculino e tem prevalência 3% da população e/ou vomitos, febre, dor abdominal, icterícia, brasileira, principalmente na região Norte, colúria e acolia fecal. assim como a hepatite delta.
Objetiva deter a replicação a) Patogenia viral
viral, reduzindo a atividade inflamatória que Entrada viral no organismo, incorporação à causa cirrose e hepatocarcinoma. corrente sanguínea por translocação nas veias TODOS os pacientes com hepatite C mesentéricas, atinge sistema porta, chega aos confirmada com HCV-RNA e PCR reagente, hepatócitos e se replica para eliminar os vírus definindo o genótipo e tratamento na bile e a bile chega ao intestino durante a pangenotípico (12 semanas-24 semanas) 🡪 digestão pela ampola de Vater, eliminando o Ledipasvir, sofosbuvir, velpatasvir. vírus pelas fezes.
Pode haver cura e reinfecção: A reação da
cadeia polimerase é uma das técnicas de biologia molecular mais utilizadas, que emprega o sequenciamento viral de forma extremamente sensível. 6) hepatite d É causada pelo vírus delta, é um vírus de RNA, que necessita da função do vírus B para sua sobrevivência e disseminação. Pode infectar de forma simultânea com o HBV (coinfecção) e pode infectar alguém cronicamente infectado pelo HBV (superinfecção).