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Mariana Isac – T9

1) Hepatite A Sintomas constitucionais e gastrintestinais


como diarreia, febre, vomito, hiporexia e dor
Causada por um vírus Hepatonavírus, de no hipocôndrio direito.
RNA estável em meio ambiente, que tem
proliferação nas fezes e com isso contágio
fecal-oral (alimentos contaminados e mal colúria, acolia fecal, icterícia e
cozidos, relação sexual e sexo oral, mãos prurido.
contaminadas).
Pode ocorrer também hepatomegalia,
Por não ter penetrância relevante no DNA artralgia e rash cutâneo mais raramente.
humano, é menos nocivo e mais eliminável e
evoluir para uma hepatite fulminante, que mais importante,
consiste na perda da função hepática de porque são muito elevadas e determinam a
forma abrupta. perda de hepatócitos;
a) Patogenia viral C) Diagnóstico e tratamento
Entrada viral no organismo, incorporação à confusão com outros diagnósticos
corrente sanguínea por translocação nas veias
mesentéricas, atinge sistema porta, chega aos Anti-HVA (pode ser da
hepatócitos e se replica para eliminar os vírus vacina), IgM e IgG 🡪 determinação de infecção
na bile e a bile chega ao intestino durante a e qual a fase, IgM desaparece em 6 meses.
digestão pela ampola de Vater, eliminando o As transaminases (TGO e TGP) vão estar
vírus pelas fezes. muito elevadas.
A viremia dura em uma média de 95 dias, Os níveis de transaminases estão muito altos
podendo o indivíduo estar assintomático e e vai ter problemas de coagulação, bilirrubina
mesmo assim transmitir o vírus, que tem alta, sangramentos ativos, trombose. É como
tempo de incubação de 14-49 dias. A resposta se o paciente estivesse com uma CIVD. A
imune é diretamente relacionada com a forma de tratamento seria com um
destruição de hepatócito em função da transplante hepático.
resposta imune, com elevação de
transaminases como consequência, e pode d) Prevenção
evoluir para graus de insuficiência hepática
(INr, TTP, TTPa alterados, sistema de água tratada e
coagulação disfuncional, queda de albumina, encanada, saneamento básico, higiene pessoal
plaquetopenia), com produção de IgM e IgG e culinária, prevenção sexual
em resposta adequada quando é
autoresolutiva, sendo que o IgG protege a partir de 1-2 anos de idade com
contra reinfecções. vírus vivo inativado, em 2 doses, sendo uma
com 0 e a outra com 6 meses; 🡪
b) Quadro Clínico contraindicado em pacientes imunossuprimidos.
A vacina causa a formação de um IgG
Doença aguda benigna autolimitada: cura competente para proteção de infecções
espontânea. As crianças normalmente são possíveis.
assintomáticas ou sintomáticas anictéricas.
Adultos não recebem vacinação gratuita
possuem quadros ictéricos e pelo SUS, que também é de 6 doses.
formas fulminantes devido a maturidade do
sistema imune, que reage mais agressivamente
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2) Hepatite B presença do HBV no corpo, esteja ativo ou
não. Em alguns indivíduos determina a
É um vírus da família hepaviridae, com 10 formação de um anticorpo específico, o anti-
genótipos de A até J, com tropismo pelos HBs.
hepatócitos para realizar a replicação no
núcleo dos mesmos, com a eliminação se localiza na região central do vírus
completa, ocorrendo raramente, devido à alta e não é secretado para o plasma. Entretanto,
penetrância do cccDNA no núcleo, tornando-o mesmo assim possui atividade antigênica e
oncogênico. determina a formação do anti-HBc, sua
presença não indica cura da infecção.
localizado no core viral, próximo ao
HBcAg, mas é secretado durante a fase de
replicação viral, facilmente detectável. Sua
presença no sangue pode determinar a
formação do anti-HBe, tornando o HBeAg
negativo e a infectividade diminui.
Obs: paciente que já teve contato prévio
com o vírus e fez uso de imunossupressor,
Possui um envelope lipoproteico e um núcleo quimioterápico, pode ter recidiva do vírus e
central denso (core). CORE: material genético perder o controle.
que induz a formação de anticorpos de
acordo com a zona. b) transmissão
Sua eliminação completa é rara, devido à Através do contato com sangue e fluidos
incorporação do cccDNA no núcleo. O ccc é um corporais como sémen, sangue, leite materno
fragmento do vírus que se insere e vertical: transmissão transplacentária é
permanentemente no hepatócito, tendo o incomum, sendo os principais fatores de risco.
desenvolvimento da doença ou não.
c) formas evolutivas da HB aguda
b) DADOS EPIDEMIOLÓGICOS:
Hepatite aguda: assintomáticos e somente
➭ 1/3 da população já entrou em contato com 30% apresentam icterícia, com incubação de
o vírus B. 45-180 dias com 3 fases de acometimento:
➭ 45% da população mundial vive em áreas de ➭ sintomas inespecíficos
alta prevalência; como anorexia, náuseas e vômitos, alterações
➭ 250 milhões de infectados cronicamente; de olfato e paladar, adinamia, mal-estar,
➭ 15-40% apresentam risco de evolução para artralgia, mialgia, cefaleia e febre baixa.
cirrose/HCC (2º carcinogênio após o tabaco); ➭ inicia-se após 5-10 dias após a
➭ 15-20% pode evoluir para óbito; fase prodrômica, caracterizando-se pela
redução na intensidade destes sintomas e a
➭ HCC – 10ª causa de morte; ocorrência de icterícia. Pode haver colúria por
➭ 95% das infecções são autolimitadas ou 2 ou 3 dias;
subclínicas; ➭ sintomatologia que
➭ Não deveria ser tão prevalente, porque a aparece de forma gradativa e geralmente
vacina é muito eficiente. desaparece de 2-12 semanas após a
manifestação inicial
produzido em grandes quantidades
durante a infecção pelo vírus B, sendo Hepatite B crônica: pode evoluir para essa
facilmente detectado por exames sorológicos, fase em 5-10% dos casos nos pacientes
por isso é considerado um marcador da expostos, demonstrado pelo HBsAg de seis
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meses, com marcadores sorológicos alterados, PACIENTE QUE NÃO REPLICA terá uma
testes de função hepática e avaliação evolução benigna, não lesiona mais o segmento
histológica pela biopsia, que divide o quadro hepático e carga viral baixíssima. Acompanhar
em: paciente e orientar que mesmo ele não
➭ bom prognostico, com replicando, pode cursar com câncer hepático,
arquitetura lobular preservada; pode voltar a replicar a qualquer momento
por mutação genética.
➭ caracterizada por necrose que pode
evoluir para cirrose ou hepatocarcinoma. e) Fases da Doença
Na primeira fase da HB crônica existe uma
replicação viral pronunciada e com tentativa
do sistema imune em eliminar o vírus,
destruindo os hepatócitos com consequente
elevação das transaminases. Seguido disso, os
níveis baixos ou indetectáveis de replicação
viral, com normalização das transaminases e
atenuação de atividade inflamatória.
Na transição da primeira para a segunda
fase, o HBeAg fica negativo com surgimento
de seu Anti-HBe no soro, o que denomina
soroconversão.
d) Diagnóstico: títulos elevados de HbsAg,
Ordem de verificação: HBsAg; Anti-HBc e HbeAg positivo e HBV-DNA > 107 UI/mL, ALT
Anti-HBs. normal, ausência de lesão hepática ou níveis
mínimos;
A primeira coisa que positiva quando
entram em contato com o vírus, é a própria
carga viral (DNA viral). Logo após, o primeiro títulos de HbsAg
marcador é o HBsAg, caracterizado por uma elevados/moderados, HbeAg positivo, HBV-
marcação de fase aguda, nesse período, é DNA entre 104-107 UI/mL, níveis de ALT
possível apresentar sintomas como elevados com lesão hepática moderada ou
hepatomegalia, vômitos, entre outros. grave;
Nessa fase aguda, o ALT também encontra-
se elevado. O primeiro anticorpo a ser
produzido é o Anti-HBc IgM, que dura 6 títulos baixos de HbsAg,
meses, surgindo o Anti-HBc IgG, sendo que HbeAg negativo, HBV-DNA acima de
esse é permanente. O anti-HBe o próprio 2000UI/mL (pode ser flutuante), níveis
organismo é capaz de produzir. O anti-HBs normais de ALT e ausência de lesão hepática;
indica a cura do paciente, mas se esse vir caracterizada
isolado, indica indivíduo vacinado.
por títulos moderados de HbsAg, HbeAg
Caso o paciente não se cure, ele irá negativo, HBV-DNA acima de 2000 UI/mL,
cronificar, apresentando o anti-HBe para níveis de ALT elevados (persistentes ou
sempre. intermitentes), com lesão hepática moderada
ou grave;
PACIENTE QUE REPLICA tem uma infecção
crônica, portanto têm carga viral alta. Com a parada de replicação, a viremia cai e
Apresenta HBeAg positivo como marcador. surgem os anticorpos opostos aos
marcadores de infecção. A marcação de Hbc
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só aparece em pessoas que tiveram contato
com o vírus selvagem.
HBsAg = antígeno 1º marcador sorológico a aparecer (30-
de superfície 45 dias), precedendo o aparecimento
de sintomas, usado na triagem
suspeitos, presente na infecção crônica
e na aguda, indica a presença do vírus
HBeAg = antígeno Aparece após HBsAg e indica replicação
de replicação viral, avalia a carga viral e está
associado a maior risco de transmissão
vertical
Anti HBcAg = Na fase aguda pode ser detectado na f) tratamento
marcador de fração IgM (até 6 meses) do anti-
exposição (não HBcAg e depois na fração IgG (janela
solicitado na imunológica, fase aguda e crônica e
rotina) core = permanece por toda a vida nos que
material genético tiveram contato com o vírus selvagem
Anti HBsAg = Detectado em:
anticorpo contra - pacientes expostos ao HBV,
o antígeno de eliminaram o vírus e desenvolveram
superfície imunidade
- encontrado isolado em pacientes
vacinados e com resposta de imunidade
esperada
Aparece 1-10 semanas após o
aparecimento do HbsAg
Anti HBeAg = Individuo portador, provavelmente Paciente com HBeAg positivo e ALT >2x
anticorpo contra crônico e sem replicação ativa limite superior de normalidade. Maiores de 30
o antígeno de anos com replicação
replicação
Paciente que não replica quando HBV-DNA >
Susceptível HBsAg – negativo
antiHBc – negativo
2000UI/mL e ALT > 2x limite superior de
antiHBs – negativo normalidade
Infecção aguda HBsAg – positivo Histórico familiar de câncer hepático
IgM antiHBc – positivo
antiHBs – negativo positiva. Manifestações extra-hepáticas com
Infecção crônica HBsAg – positivo acometimento motor incapacitante como
IgM antiHBc – negativo artrite, vasculites, glomerulonefrites e
antiHBc – positivo poliarterite nodosa;
antiHBs – negativo
Imunidade HBsAg – negativo Coinfecção HIV/HBV ou HCV/HBV. Hepatite
adquirida pós- antiHBc IgG– positivo aguda grave (coagulopatias ou icterícia por
infecção antiHBsAg – positivo mais de 14 dias). Reativação de hepatite B
Notificar crônica
Imunidade HBsAg – negativo
adquirida pós- antiHBc IgG e IgM – negativo Cirrose/insuficiência hepática. Biopsia
vacina antiHBsAg – positivo hepática METAVIR maior ou igual A2F2 ou
elastografia hepática > 7kPa;
Prevenção de reativação viral em pacientes
que recebem terapia imunossupressora ou
quimioterapia.
com objetivo de parar a
replicação ou negativá-la para reduzir lesões
hepáticas:
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➭ Alfapeginterferona: não faz mais; pessoas;
➭ Tenofovir (tratamento de escolha): ➭ 60-70% são portadores de doença hepática
300mg/dia, 1x ao dia; crônica;
➭ Entecavir: pode causar insuficiência renal e ➭ Evolução silenciosa devido ao diagnóstico
o vírus tem facilidade de ficar resistente; tardio;
➭ Lamivudina: menores de 18 anos ➭ Agressão hepática 🡪 fibrose hepática 🡪
cirrose 🡪 câncer hepático;
d) Vacinação ➭ Hepatocarcinoma surge apenas em
Segura, com poucos efeitos colaterais. cirróticos, porque o vírus é citoplasmático e
Necessário realizar as 3 doses: 0, 30 dias e de RNA;
180 dias (1 ml cada dose). ➭ Mais prevalente em homens, de 40-60 anos
por conta do estilo de vida;
HIV positivos, transplantados,
quimioterápicos, imunossuprimidos: 0, 30, 60 ➭ O HCV é estável em meio ambiente.
180 dias, 2ml cada dose (2 mL cada dose).
c) Fases da doença
Profilaxia de transmissão vertical
Hepatite C aguda: soroconversão recente
Além da estratégia tradicional (há menos de 6 meses) e documentada do
Anti-HCV, que pode ser não reagente no início
3 doses, com 0, dos sintomas ou no momento da exposição e
30 e 120 dias (1 mL cada dose). anti-HCV reagente na segunda dosagem, que
deve ser realizada com intervalo de 90 dias;
6) Hepatite C
É um vírus da família Flaviviridae, um RNA Anti-HCV não reagente e detecção do HCV-
vírus de 7 genótipoos e 67 subgenótipos. Há RNA em até 90 dias após o início dos sintomas
uma heterogenicidade genética, em que 80% ou a partir da data de exposição quando for
dos casos são assintomáticos. conhecida.

O HCV-RNA aparece 2 semanas após o Anti-HCV reagente por mais de 6 meses e


contato no soro e sua eliminação é confirmação diagnóstica com HCV-RNA
espontânea em 25-50% dos casos, por ser detectável por mais de 6 meses
citoplasmático e de baixa penetrância no DNA Presença de sinais clínicos ou histológicos
do hospedeiro. de hepatite crônica na presença de HCV-RNA
detectáveis por mais de 6 meses;
a) transmissão
É transmitida principalmente por via d) Diagnóstico/ indicação de rastreio HCV-RNA:
parenteral, sendo grupos de risco: infundidos Confirmação do diagnóstico de hepatite C.
com hemoderivados antes de 1993, usuários de Caracterização da transmissão vertical ou
drogas injetáveis ou cocaína inalada, acidentes com materiais biológicos.
tatuagens, piercings ou outras formas de
exposição percutânea, EDA, presídios, Quantificação do HCV-RNA com o propósito
acidentes com materiais biológicos. A de avaliar o tratamento. Marcador sorológico
transmissão sexual existe, mas é pouco de rastreio ou cicatriz sorológica: antiHCV =
frequente, geralmente em pessoas com indica o contato prévio com o vírus da
múltiplos parceiros e prática sexual de risco, hepatite C, mas que não define se for de
sendo que a coexistência com outra IST forma recente ou tardia, sendo que o
constitui um facilitador de infecção. diagnóstico de infecção aguda só pode ser
feito com viragem sorológica bem
b) Epidemiologia documentada.
➭ 3% da população mundial, 80-150 milhões de
Mariana Isac – T9
biópsia hepática (não é mais 7) Hepatite E
comum), APRI e FIB-4, elastografia, Fibrose
Mesma patogenia, sinais e sintomas clínicos
METAVIR (F0/F1/F2/F3/F4). No cirróticos,
e transmissão que a hepatite A. É
fazer classificação de Child-Pugh, tanto na HB
oligossintomática (não tem sintomas ou
e HC;
apresenta de maneira mais discreta).
Hepatite C pode evoluir para cirrose.
Prevalente entre 15-35 anos, no sexo
cansaço, tontura, enjoo masculino e tem prevalência 3% da população
e/ou vomitos, febre, dor abdominal, icterícia, brasileira, principalmente na região Norte,
colúria e acolia fecal. assim como a hepatite delta.

Objetiva deter a replicação a) Patogenia viral


viral, reduzindo a atividade inflamatória que Entrada viral no organismo, incorporação à
causa cirrose e hepatocarcinoma. corrente sanguínea por translocação nas veias
TODOS os pacientes com hepatite C mesentéricas, atinge sistema porta, chega aos
confirmada com HCV-RNA e PCR reagente, hepatócitos e se replica para eliminar os vírus
definindo o genótipo e tratamento na bile e a bile chega ao intestino durante a
pangenotípico (12 semanas-24 semanas) 🡪 digestão pela ampola de Vater, eliminando o
Ledipasvir, sofosbuvir, velpatasvir. vírus pelas fezes.

Pode haver cura e reinfecção: A reação da


cadeia polimerase é uma das técnicas de
biologia molecular mais utilizadas, que
emprega o sequenciamento viral de forma
extremamente sensível.
6) hepatite d
É causada pelo vírus delta, é um vírus de
RNA, que necessita da função do vírus B para
sua sobrevivência e disseminação. Pode
infectar de forma simultânea com o HBV
(coinfecção) e pode infectar alguém
cronicamente infectado pelo HBV
(superinfecção).

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