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Júlia Brondi TXVIII


Hepatites Virais – Parte II

< 5 anos de idade: 70 – 90%;

PRIMEIRA RESPOSTA HUMORAL


CONSIDERAÇÕES GERAIS Contra o antígeno do core HBV (HBcAg = antígeno nuclear):
Vírus da hepatite B (VHB): DNA vírus (o único DNA); anticorpos IgM surgem precocemente;
- Ortohepadnavírus da família Hepadnaviridae;
→ Normalmente forma anictérica; AST e ALT
Tem antígeno de superfície: HBsAg; Elevação dentro de 15 semanas após infecção (indicando
Tem um antígeno nuclear: HBcAg; dano hepático mediado por resposta a células T);
→ Alfa fetoproteína, USG de abdome, transaminases = - Lembrando que o paciente faz uma hepatite aguda pela
seguimento a cada 6 meses; nossa resposta imunológica e não pelo vírus;
10 genótipos (A a J);
HBV: viável durante longo período quando fora do corpo; DIAGNÓSTICO
- Obs: o que mais tem RISCO DE CONTAMINAÇÃO POR ETIOLÓGICO
PERFURO CORTANTES é o vírus B (fica viável por bastante HBsAg: indica infecção ativa;
tempo); Surge 30 dias após infecção;
Período de Incubação: 30 – 180d; 2 – 6 semanas antes dos sintomas e da elevação de
- Obs: lembrando que na A era de 5 – 45d; aminotransferases;

TRANSMISSÃO Anti-HBc: c de CONTATO


Paraenteral: compartilhamento de agulhas e seringas, Anti-HBc IgM: infecção aguda/recente – surge 45 dias após a
tatuagens, piercings, procedimentos odontológicos ou infecção;
cirúrgicos; Eleva-se concomitantemente às transaminases;
Soluções de continuidade: pele e mucosas; Declina gradualmente em 6 a 8 meses;
Secreções (vaginal, sêmen e leite materno); Sem correlação com cura ou cronificação da doença;
Sexual atualmente a principal; Pode ser o único marcador detectado nas hepatites
Vertical; fulminantes;
Portadores de HBV crônica: reservatórios; - HBsAg desaparece, o que pode ser? Produção é limitada
É considerado DST: sempre que o pcte tem uma DST, pela necrose hepática severa – destruição maciça de
devemos pesquisar outras; hepatócitos faz com que ele não seja detectado;
Vertical: • Anti-HBc isoladamente positivo;
Gestante com replicação viral (HBeAg reagente e/ou HBV
DNA > 104): 70 a 90%; SITUAÇÕES EM QUE O ANTI-HBC PODE VIR
Gestante sem replicação viral: 10 – 40%; ISOLAMENTE POSITIVO***
1) Infecção recente, com HBsAg já negativo e anti-HBs
Bebe tem que receber a imunoglobulina e a 1ª dose da ainda não positivo;
vacina; - Período de janela imunológica: HBsAg decai e ainda não
Aleitamento materno não está contraindicado; surgiu o Anti-HBs – apenas Anti-HBc positivo;
Parto obstétrico: normal ou cesárea; 2) Infecção crônica com HBsAg em níveis baixos,
indetectáveis por métodos convencionais;
3) Infecção prévia pelo HBV com anti-HBs indetectável;
VÍRUS ONCOGÊNICO
Evolução para CHC independentemente da ocorrência de Nos 2 últimos: booster de vacina (1 dose);
cirrose (“bypassa”); - Se o paciente não positiva depois dessa dose de vacina,
Pacientes com replicação viral: vamos dosar a carga viral (HBV);
- 20-25% evoluem para doença hepática avançada (cirrose e
carcinoma hepatocelular – CHC); Como saber se já teve ou se está em contato com o vírus?
Infecção em adultos: 90% de cura espontânea (em torno de IgM ou IgG;
5% na infância); Anti-HBc IgG: infeção antiga;
***Diferença para hepatite A: quadro em adultos é mais Surge após 8 semanas da infecção;
grave; Anti-HBc total: IgM + IgG;

CRONIFICAÇÃO: 5 – 10% dos indivíduos adultos; HBeAg: replicação viral – infecção crônica
Surge logo após HBsAg;
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Positivo por 3 – 6 semanas – ALTO risco de transmissão;


Anti-Hbe: não replicante; Júlia Brondi TXVIII
- Surge 2 – 3 semanas do desaparecimento do HBeAg;
LEMBRAR QUE: o pico de bilirrubina se dá logo após o de
HBeAg e anti-HBe NUNCA vão estar positivos juntos!!! transaminases;

Anti-HBs: CURA/IMUNIDADE INFECÇÃO CRÔNICA: HBsAg positivo ≥ 6 meses ou mais;


Independente de infecção prévia ou vacina; Aguda ≤ 6 meses;
Via de regra: HBsAg e anti-HBs NUNCA vão estar positivos Infecção ativa com HBsAg negativo: infecção oculta;
juntos!!!! - Prevalência é reduzida na população geral;
- Não da pra ter infecção ativa e cura ao mesmo tempo; - Usuários de drogas injetáveis;
- Imunossuprimidos;
HBVDNA: surge após 30 dias – após o período de incubação; - Hemodialisados;

1) IMUNOTOLERANTE: a imunidade ainda tolera a presença


do vírus, mas não faz nada, por isso a carga viral é alta e as
EH normais;
COMO INTERPRETAR? - Namorada ainda não descobriu a traição (namorada é
HBsAg -: não está com infecção; imunidade e menino é vírus, infecção);
Anti-HBc total -: não teve contato; Elevada replicação viral;
Anti HBs – não tem imunidade; HBVDNA > 20.000 UI/ml;
HbsAg reagente (altos títulos);
HBsAg -, Anti-Hbc total -, Anti-HBs +: imunidade por AST e ALT normais ou próximas do normal;
vacinação; - Sem evidência de agressão hepatocelular;
HBsAg -, Anti-Hbc total +, Anti-HBs +: imunidade por - Atividade necroinflamatória quase nula;
infecção prévia; Mais comum na transmissão viral;
HBsAg +, Anti-Hbc total -, Anti-HBs -: infecção aguda muito
recente; 2) IMUNOREATIVA: EH aumentam pois o indivíduo começa
HBsAg +, Anti-Hbc IgM+, Anti-HBs -: infecção aguda; a reagir (alteração das transaminases), HBVDNA ainda está
HBsAg +, Anti-Hbc total +, Anti-HBs -: POR MAIS DE 6 MESES aumentando, mas menos que na 1ª fase;
= infecção crônica; - Reação quando se descobre a traição;
A tolerância imunológica esgota-se: incapacidade do sistema
imune de eliminar o vírus;
HBeAg reagente (replicação viral);
Menores índices de HBVDNA sérico (indicativo de menor
replicação viral);
AST e AL: flutuantes;
- Atividade necroinflamatória: moderada ou grave;
Progressão da fibrose é acelerada;
Semanas a vários anos;
Normalmente pacientes infectados em idade adulta;
Encerra-se com a soroconversão para anti-HBe;

3) PORTADOR INATIVO: soroconversão, como o AntiHbe


está +, significa que o vírus não está replicando, por isso EH
normais, títulos baixos de HBVDNA;
- Menino sossega;
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É necessário acompanhar os níveis de aminotransferases e


HBV-DNA sérico antes de classificar o paciente nessa fase; Júlia Brondi TXVIII
Sistema imunológico do hospedeiro reprime a replicação CONSIDERAÇÕES GERAIS
viral, reduzindo o risco de cirrose e CHC; Vírus da hepatite C (VCH): RNA vírus (Hepacivirus da família
Esse processo corresponde a um bom prognóstico; Flaviviridae);
Acompanhar paciente regularmente; Anteriormente conhecida como hepatite não-A e não-B;
Cuidado com alicates;
4) MUTANTE: vírus bypassa a resposta imunológica = - Hepatite B e C;
mutação na região pré-core e/ou core promoter = alteração
de enzimas hepáticas por alta carga viral; TRANSMISSÃO
- Menino trai de novo, e em algum momento a menina Paraenteral;
descobre; Uso de drogas injetáveis (cocaína, anabolizantes e
Replicação viral mesmo na vigência de HBeAg não reagente complexos vitamínicos), inaláveis (cocaína) ou pipadas
(altos níveis de HBVDNA); (crack) – compartilhamento de insumos;
A atividade necroinflamatória e de fibrose no fígado Tatuagem;
persistem durante essa fase; Piercings;
AST e ALT aumentados; Exposição percutâneas: consultórios odontológicos, clínicas
HBeAg negativo e anti-HBe positivo; de podologia, salões de beleza etc., que não obedecem às
HBVDNA elevado; normas de biossegurança;
Acompanhar o paciente regularmente;
Sexual: pouco frequente (1%);
HBSAG NEGATIVA (NÃO REAGENTE) Múltiplos parceiros e com prática sexual de risco (sem uso
Eliminação do HBsAg; de preservativo);
Há possibilidade de uma baixa replicação viral (índices Coexistência com DST (inclusive HIV);
indetectáveis ou muito baixos de HBVDNA sérico);
Vertical: rara (carga viral elevada e coinfecção com HIV);
HBeAg+: replicante;
HBeAg-, Anti-HBe+: olhar transaminases e HBVDNA; CARACTERÍSTICAS
- EH normais e HBVDNA < 2000 = portador inativo; 7 genótipos (tipo I é o mais prevalente no mundo);
- EH alteradas ou HBVDNA > 2000 = mutante pré-core; 60-85% cronificam: 20% evoluem para cirrose;
Há possibilidade de triagem: teste rápido;
TRATAMENTO: Interferon peguilhado, Tenofovir, Entecavir; Maioria assintomática: fazem muito pouco hepatite aguda;
Eliminação viral espontânea (15 – 40%);
INDICAÇÕES – TEM QUE SABER É possível ocorrer reinfecção;
Paciente com HBeAg reagente e ALT > 2x LSN; Nos casos sintomáticos:
Adulto maior de 30 anos com HBeAg reagente; - Sintomas: 4-12 semanas de exposição;
Paciente com HbeAg não reagente, HBV-DNA > 2000 UI/ml e - A fase aguda pode durar até 6 meses;
ALT > 2x LSN;
História familiar de CHC; DIAGNÓSTICO ETIOLÓGICO
Manifestações extra-hepáticas com acometimento motor INFECÇÃO AGUDA
incapacitante, artrite, vasculites, glomerulonefrite e Soroconversão Recente (há menos de seis meses) e com
poliarterite nodosa; Documentação do Anti-HCV;
Coinfecção HIV/HBV ou HCV/HBV; - Anti-HCV não reagente no início dos sintomas e no
Hepatite aguda grave (coagulopatias ou icterícia > 14 dias); momento da exposição;
Cirrose/insuficiência/hepática; • Mostra que no momento da exposição o paciente era
Biópsia hepática METAVIR ≥ A2/F2 ou elasftografia hepática soronegativo;
> 7,0 kPa; - Anti-HCV reagente na 2ª dosagem, realizada com intervalo
Prevenção de reativação viral em pacientes que irão receber de 90 dias;
terapia imunossupressora (IMSS) ou quimioterapia;
Definição
PROFILAXIA Anti-HCV não reagente E
VACINAÇÃO Detecção do HCV-RNA em até 90 dias após o início dos
Inativada – proteínas da cápsula viral; sintomas ou a partir da data de exposição quando esta for
Doses: ao nascer, 2 meses, 4 meses, 6 meses; conhecida;
Adultos, idosos e gestantes: 3 doses (0, 2 e 6 meses);
→ SEMPRE PESQUISAR PARCEIRO E FAMILIARES DE 1º GRAU, INFECÇÃO CRÔNICA
principalmente os que vivem na mesma casa; Anti-HCV: CONTATO;
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Na presença de anti-HCV positivo – SEMPRE dosar RNAHCV


qualitativo/quantitativo; Júlia Brondi TXVIII
O HDV consome o HBsAg:
Definição - Título cai, podendo até se negativar;
Anti-HCV + por mais de 6 meses E - Se houver cura da hepatite delta, o HBsAg volta a ser
RNAHCV detectável por mais de 6 meses; detectado = NEGATIVAÇÃO FALSA;

TRATAMENTO TTO: mesmo da B;


Sempre pesquisar o parceiro;
Tratamento: todos os pacientes;

CONSIDERAÇÕES GERAIS
Hepevirus da família Hepeviridae;
Transmissão fecal-oral;
- Interpessoal: rara;
14 – 40 anos;
4 genótipos (somente 1 e 2 infectam humanos)
→ QUASE IGUAL A HEPATITE A, MAS PODE CRONIFICAR;

Normalmente auto-limitada;
Cronificação: imunossuprimidos;
Hepatite grave em gestantes (SOBRETUDO NO 3º
CONSIDERAÇÕES GERAIS TRIMESTRE);
Deltavírus da família Deltaviridae; - “E se a grávida fulminar?” Tem que ter o bebê e
3 genótipos; transplantar;
Transmissão paraenteral; Período de incubação: 15 a 50 dias;
Vírus RNA incompleto: requer HBV para sua replicação;
DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO
- Coinfecção: ocorre simultaneamente com a hepatite B
PCR nas fezes: detectável 1 semana antes do início dos
aguda; sintomas;
- Superinfecção: superposta à hepatite B crônica; PCR-RNA sérico: 2 semanas após início dos sintomas;
Anti-HEV IgM: surge 30 – 40 dias da infecção;
SEMPRE INVESTIGAR: Anti-HEV IgG: pico em 5-7 semanas e pode permanecer
HBV crônica: com piora súbita (superinfecção); positivo por 14 anos;
HBV aguda, se houver curso bifásico: semanas após a Tratamento: suporte;
infecção primária, aparece uma recorrência dos sintomas
(coinfecção);

Período de incubação: 2 – 12 semanas;


Cronificação:
- Cerca de 5% na coinfecção;
- 50 a 70% na superinfecção (cirrose 60 – 70%);

DIAGNÓSTICO: igual na A;
Anti-HDV IgM: surge 5-7 semanas da infecção;
Anti-HDV IgG: fase convalescença;
- Diferenciar a COINFECÇÃO X SUPERINFECÇÃO;

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