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Exercícios sobre hepatites virais

1. Um homem de 27 anos, no 8º mês de evolução de hepatite B, apresenta HBsAg negativo, anti-HBs


positivo e anti-HBc positivo. Pode-se afirmar que esse paciente:
a. Deve ser submetido à biopsia hepática
b. Deve ser observado e ter os exames repetidos em 4 meses
c. Está num estágio de cronificação da doença
d. Está curado
e. Desenvolveu hepatite C simultaneamente
2. Em relação a hepatite, assinale a alternativa correta:
a. A hepatite A é mais frequente em adultos e idosos, sobretudo em regiões bem desenvolvidas
b. O vírus da hepatite B é transmitido principalmente por via oral
c. Não há presença do vírus da hepatite D e E no Brasil
d. O diagnóstico de um quadro agudo é feito pela detecção do anticorpo para o antígeno de centro
(core) da hepatite B da classe IgM (anti-HBc IgM)
3. Sobre a hepatite viral B (HBV), assinale a alternativa correta:
a. Após a infecção pelo vírus da hepatite B, 5 a 10% dos pacientes persistirão com HBsAg reagente por
mais de 6 meses, caracterizando a infecção crônica pelo vírus HBV
b. O período de incubação da HBV é em média de 30 dias, após os quais surgem sintomas agudos
prodrômicos de febre e diarreia na maioria dos casos
c. Rotineiramente, na investigação diagnóstica da HBV pesquisa-se a presença do antígeno HBcAg no
soro do paciente
d. Na hepatite fulminante, os antígenos virais HBsAg, HBcAg e HBV-DNA permanecem em níveis altos
e o anti-HBcAg IgM exibe títulos baixos ou indetectáveis
e. Nas HVB agudas benignas, os níveis de AST geralmente excedem os de ALT, e a fosfatase alcalina
encontra-se de 10 a 30 vezes acima do limite superior da normalidade
4. Um homem de 39 anos vem encaminhado à consulta ambulatorial devido alteração de enzimas
hepáticas. Investigação inicial demonstrou: Anti-HBs não reagente; HBsAg reagente; anti-HBc
total reagente; anti HBc IgM não reagente; anti-HBe não reagente; HBeAg reagente; TGO=94U/L;
TGP=106U/L; GGT=78U/L; fosfatase alcalina= 204U/L; INR= 1,2; BT= 1,0mg/dL. Albumina sérica=
4,2 g/dL. Ultrassonografia de abdome superior com esteatose hepática leve. Ao exame: paciente
sem estigmas de hepatopatia crônica, sem visceromegalias palpáveis. Qual o diagnóstico do
paciente e conduta mais adequada?
a. Hepatite B aguda; iniciar lamivudina 100mg/dia;
b. Hepatite B crônica em atividade; iniciar tenofovir 300mg/dia
c. Hepatite B crônica em atividade; observação clínica e laboratorial e quantificação de carga viral
d. Hepatite B crônica em atividade; iniciar adefovir 10mg/dia
e. Hepatite B aguda; iniciar entecavir 0,5mg/dia

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5. A correta interpretação dos marcadores sorológicos para hepatite B é fundamental para o
adequado manejo destes pacientes. Correlacione a coluna da esquerda com a da direita e escolha
a alternativa correta:

I – HbsAg reagente, anti HBc IgM reagente, anti- a – Nunca teve contato com o vírus da hepatite B
HBc total não reagente, anti-HBs não reagente
II- HBsAg não reagente, anti HBc total não b- imunizado para hepatite B devido vacina
reagente, anti-HBs reagente
III- HBsAg reagente, anti HBc IgM não reagente, c- imunizado naturalmente a partir e contato
anti HBc total reagente, anti-HBs não reagente prévio com o vírus da hepatite B
IV- HBsAg não reagente, anti HBc total reagente, d- hepatite B crônica
anti HBs não reagente
V- HBsAG não reagente, anti HBc IgM não reagente, e- hepatite B aguda
anti HBc total não reagente
a. I-A; II-B; III-C; IV-D; V-E
b. I-E; II-B; III-D; IV-C; V-A
c. I-D; II-A; III-C; IV-E; V-B
d. I-B; II-D; III-E; IV-C; V-A
e. I-E; II-D; III-C; IV-B; V-A
6. Um homem de 34 anos se apresenta ao médico com queixa de olhos amarelos. Na semana passada,
ele se sentiu doente, com diminuição da ingestão oral, febre baixa, fadiga, náusea e vômitos
ocasionais. Com o aparecimento da icterícia, ele notou dor no quadrante superior direito.
Atualmente, ele usa maconha e ecstasy e tem um histórico anterior de uso de drogas injetáveis
com cocaína. Ele não tem outro histórico médico, mas não conseguiu doar sangue por razões que
não consegue recordar há quatro anos. Sua história social é notável por trabalhar como assistente
de veterinária. Na história sexual, ele relata cinco parceiros sexuais masculinos nos últimos 6
meses. Ele não usa preservativos de forma consistente. No exame físico, ele parece doente e
apresenta icterícia óbvia com icterícia escleral. Seu fígado tem 15 cm de percussão, palpável 6 cm
abaixo da margem costal direita. A borda é lisa e macia à palpação. O baço não está aumentado.
Não há estigmas de doença hepática crônica. Seu AST é de 1232 UI/ L, ALT é de 1560 UI/ L, a
fosfatase alcalina é de 394 UI/L, a bilirrubina total é de 13,4 mg / dL e a bilirrubina direta é de
12,2 mg/dL. Seu INR é de 2,3 e o tempo parcial de tromboplastina ativada (aPTT) é de 52
segundos. As sorologias para hepatite são enviadas e revelam o seguinte: Qual é a causa da
apresentação clínica atual do paciente?

Exame Resultado
IgM anti HAV Negativo
IgG anti HAV Negativo
Anti HBC IgM Positivo
Anti HBC IgG Negativo
HBsAg Positivo
HBeAg Positivo
Anti-HBe Negativo
Anti HCV Positivo
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a. Infecção aguda por hepatite A
b. Infecção aguda por hepatite B
c. Infecção aguda por hepatite C
d. Infecção crônica por hepatite B
e. Hepatite induzida por drogas
7. Com respeito a hepatite B, assinale a alternativa INCORRETA:
a. O período de incubação da hepatite B pode ser longo, durando vários meses, mas ainda neste período
o antígeno de superfície da hepatite B já passa a ser detectável no soro do paciente
b. O antígeno de superfície da hepatite B torna-se indetectável na fase de recuperação da hepatite B
c. O anticorpo IgM Anti-HBc desaparece do soro após 6 a 12 meses do início da doença
d. O anticorpo anti-HBs desaparece do plasma após 12 a 24 meses do inicio da infecção
e. A maior parte dos infectados pelo vírus da hepatite B não desenvolve hepatite B crônica
8. Um paciente assintomático, usuário de drogas injetáveis, procurou atendimento médico para
exames de rotina. O médico assistente solicitou alguns exames sorológicos, cujos resultados
foram: HBsAg positivo, anti HBs negativo, anti-HBc IgM negativo, anti HBc total positivo. Com base
nos resultados desses exames, foi diagnosticado:
a. Indivíduo imune por infecção natural
b. Hepatite aguda pelo vírus C
c. Hepatite crônica pelo vírus C
d. Hepatite aguda pelo vírus B
e. Hepatite crônica pelo vírus B
9. Paciente, 38 anos, assintomático e sem história prévia de icterícias, hepatites, hemotransfusão,
cirurgias ou uso de drogas ilícitas. Apresenta os seguintes exames: HBsAg positivo, anti-HBc total
positivo, anti HBc IgM negativo, HBeAg negativo, anti HBe positivo, anti-HBs negativo.
ALT=29UI/mL (LSN 40UI/mL); AST 33 UI/mL (LSN 40UI/mL). Com base somente nesses exames,
podemos afirmar que se trata de:
a. Hepatite B aguda
b. Hepatite B resolvida
c. HBaAg falso-positivo
d. Hepatite crônica B replicativa
e. Hepatite B crônica
10. Paciente refere trabalhar como manicure e de ter tido contato com sangue de clientes em alguns
episódios quando não utilizou luvas ao realizar sua função. Apresenta-se hoje ictérica e refere
também colúria e acolia fecal. Foi realizado diagnóstico de hepatite B aguda. Assinale a alternativa
que apresenta os marcadores do vírus da hepatite B que estarão presentes na fase crônica da
doença, caso essa paciente evolua da fase aguda sem apresentar a eliminação viral espontânea:

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a. HBsAg e anti-HBs
b. HBsAg e anti-HBc IgM
c. HBsAg e anti-HBc IgG
d. HBeAg e anti-HBC IgM
e. Anti-HBc IgM e anti-HBs
11. Com relação ao diagnóstico das hepatites virais, podemos afirmar:
a. Paciente com sorologia anti-HAV IgG (+) e anti-HAV IgM (-) precisa ser vacinado para hepatite A
b. Sorologia HBsAg (-), anti-HBc IgG (+) e anti-HBs (+) indica infecção passada e imunidade para o vírus
B
c. Sorologia anti-HBc IgM (+) faz o diagnóstico de hepatite aguda C
d. Paciente anti-HCV (+) possui anticorpos protetores contra hepatite C
e. Paciente anti HCV (+) e PCR HCV (-) apresenta infecção ativa pelo vírus hepatite C

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
D D A B B B D E E C B

COMENTÁRIOS:
Questão 2:

Dica do professor: Grave problema de saúde pública no Brasil e no mundo, a hepatite é a inflamação do fígado.
Pode ser causada por vírus ou pelo uso de alguns remédios, álcool e outras drogas, assim como por doenças
autoimunes, metabólicas e genéticas. São doenças silenciosas que nem sempre apresentam sintomas, mas,
quando estes aparecem, podem ser cansaço, febre, mal-estar, tontura, enjoo, vômitos, dor abdominal, pele e
olhos amarelados, urina escura e fezes claras.

No Brasil, as hepatites virais mais comuns são as causadas pelos vírus A, B e C. Existem, ainda, os vírus D e E,
esse último mais frequente na África e na Ásia. Milhões de pessoas no Brasil são portadoras dos vírus B ou C
e não sabem. Elas correm o risco de as doenças evoluírem (tornarem-se crônicas) e causarem danos mais
graves ao fígado, como cirrose e câncer. Por isso, é importante ir ao médico regularmente e fazer os exames
de rotina que detectam a hepatite.

Alternativa A: INCORRETO. A hepatite A tem distribuição universal e apresenta-se de forma esporádica ou


de surto. Tem maior prevalência em áreas com más condições sanitárias e higiênicas. É freqüente em
instituições fechadas. Nos países subdesenvolvidos, acomete com mais freqüência crianças e adultos jovens;
nos desenvolvidos, os adultos. A mortalidade e letalidade são baixas e essa última tende a aumentar com a
idade do paciente.

Alternativa B: INCORRETO. O HBV é altamente infectivo e facilmente transmitido através da via sexual;
transfusões de sangue, procedimentos médicos e odontológicos e hemodiálises sem as adequadas normas de
biossegurança; transmissão vertical (mãe-filho), contatos íntimos domiciliares (compartilhamento de escova
dental e lâminas de barbear), através de acidentes pérfuro-cortantes, compartilhamento de seringas e de
material para a realização de tatuagens e "piercings".

Alternativa C: INCORRETO. A distribuição mundial do HDV difere em parte com a prevalência do HBV. Em
áreas de baixa endemicidade do HBV, a prevalência do HDV também é geralmente baixa. Em regiões de
moderada e alta endemicidade do HBV, a prevalência de HDV é variável. Na África, Sudeste Asiático,

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Venezuela, Peru, Mediterrâneo e região Amazônica Ocidental e Matogrossense, a prevalência de HDV
também é alta em pacientes infectados pelo HBV. Em áreas endêmicas de infecção pelo HBV, o estado de
portador crônico (HBsAg positivo) constitui-se no principal fator para propagação do HDV, assim como
grupos de risco acrescido, como usuários de drogas, hemodialisados e politransfundidos. A infecção
apresenta-se de forma esporádica e de surtos. É freqüente em áreas sem saneamento básico, em instituições
fechadas com baixo padrão de higiene. Freqüentemente, as epidemias estão relacionadas à contaminação de
alimentos e reservatórios de água, principalmente após calamidades públicas. Atinge com freqüência adultos
jovens. A mortalidade e letalidade são baixas (0,07 a 0,6% dos casos). A primeira epidemia descrita foi em
Nova Délhi (1955), após contaminação do fornecimento de água pelo esgoto. Hoje é encontrada em vários
países tropicais, subtropicais e Sudeste Asiático, geralmente como epidemia, e esporadicamente em países
da Ásia Central, centro leste da África, América Central e do Sul e países da ex-URSS. Inquéritos sorológicos
no Brasil têm registrado que há circulação viral.

Alternativa D: CORRETO.

QUESTÃO 4:

Dica do professor: Identifcacão de perfil sorológico na hepatite B crônica e indicações de tratamento. Homem
de 39 anos: Anti-HBs não reagente; HBsAg reagente; Anti-HBc total regente; Anti-HBc IgM não reagente; Anti-
HBe não reagente; HBeAg reagente; TGO= 94U/L, TGP= 106U/L, sem sinais de cirrose. Assim temos nesse
caso uma hepatite B crônica replicante com indicação de início de antiviral (TDF)

ALTERNATIVA A ERRADO, ANTI-HBCOTAL IgM negativo, logo não é uma infecção aguda

ALTERNATIVA B: correto, paciente virêmico, com AgHBs e AgHBe+, com alteração de transaminases, com
indicação de início de antivirais

ALTERNATIVA C: Errado, paciente com replicação tem indicação imediata de iniciar tratamento com
tenofovir, carga viral deve ser solicitada

ALTERNATIVA D: ERRADO, adefovir não é droga de escolha, a primeira opção é o tenofovir e o entecavir é
droga de escolha para cirróticos ou pacientes que não possam iniciar com o tenofovir

ALTERNATIVA E: ERRADO, não é aguda, anti-Hbtotal IgM negativo no caso em questão

QUESTÃO 9:

Dica do professor: Paciente que apresenta HBsAg positivo indica infecção pelo vírus da hepatite B. A
identificação de se tratar de infecção aguda ou crônica depende do anti-HBc total que, neste caso, se encontra
positivo as custas de anti-HBc IgG. Logo, temos uma paciente com hepatite B crônica. Seria infecção aguda se
anti-HBc IgM positivo (alternativa A incorreta). O anti-HBe positivo indica que a infecção está em fase não
replicativa (alternativa D incorreta) e o anti-HBs negativo indica que não há imunidade estabelecida
(alternativa B incorreta).

Resposta correta, letra E.

QUESTÃO 10: Dica do professor: Questão que aborda a interpretação das sorologias para hepatites, muito
pedida em provas. Vamos entender cada um dos exames:

AgHBs (também chamado de HBsAg): antígeno produzido pelo vírus. A positividade indica que a pessoa tem
a doença no momento.

Anti-HBs: anticorpo contra o antígeno de superfície do vírus, também presente na vacina. Se positivo, indica
cura da doença ou vacinação.

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Anti-HBc: anticorpo contra antígeno nuclear do vírus (core). Se presente, indica que a pessoa tem a doença
ou já a teve. Vacinados não apresentam positividade. Se IgM positivo, indica infecção recente.

AgHBe: antígeno que indica alta replicação viral (fase replicativa). Anti-HBe: anticorpo que indica que não há
alta replicação viral (fase não-replicativa).

Vamos às alternativas: Alternativa A: INCORRETA. O anti-HBs positivo significaria cura.

Alternativa B: INCORRETA. O IgM indicaria infecção recente.

Alternativa C: CORRETA. Como descrito, é a melhor resposta.

Alternativa D: INCORRETA. Mesma justificativa da alternativa B.

Alternativa E: INCORRETA. Combina marcador de cura com outro de infecção recente.

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